terça-feira, 13 de julho de 2010

Intervenção psicopedagógica em hospitais: uma revisão da literatura



Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional como requisito para conclusão do curso.

Daniela Arroyo Fávero
Sueli Cristina de Pauli Teixeira (Orientadora)

RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo investigar, através da revisão da literatura, a atuação do psicopedagogo em contexto hospitalar. Partindo desse ponto, foi desenvolvida a pesquisa com o objetivo de compreender como é realizado o trabalho deste profissional nas Classes Hospitalares, juntamente com as crianças e adolescentes hospitalizados.
PALAVRAS-CHAVE: Pedagogia hospitalar, Psicologia hospitalar, Psicopedagogia institucional, Classe hospitalar.
ABSTRACT
This research aims to investigate, through the review of literature, the role of psychopedagogists in the hospital environiment. On this point, the search was carried out to understand how this is done the job training in classes hospital, along with children and adolescents hospitalized.
KEYWORDS: Hospital pedagogy, Hospital psychology, Institutional Psychopedagogy, Hospital class.
INTRODUÇÃO
A psicopedagogia vem se fortalecendo como ciência tornando-se cada vez mais reconhecida e necessária, tanto para a prevenção quanto para o tratamento de distúrbios relacionados à aprendizagem.
As áreas de atuação do psicopedagogo se dividem em: clínica, institucional e pesquisa científica. Nas áreas clínicas e institucionais o papel deste profissional está muito bem definido, principalmente dentro das escolas, onde o atendimento e orientação do psicopedagogo visa o aprendizado infantil.
Em outras áreas, o psicopedagogo tem dificuldades para definir ou assegurar o seu papel, como por exemplo, na área hospitalar. São poucos ainda os profissionais da área que trabalham junto a equipes multidisciplinares, bem como os estudos e pesquisas divulgados a este respeito.

Segundo Vasconcelos (2000, p. 11-12):
 
Estamos ali para compreender e saber entender as dificuldades dos pacientes e adaptar a eles (no hospital) um comportamento pedagógico. Levamos atividades de escrita, leitura, matemática, jogos de regras para garantir a manutenção do desenvolvimento intelectual e escolar. As intervenções naturalmente restituem a auto-estima dessas crianças robustecendo-lhes à vontade de viver pela volta à escola. A escola é o principal meio de socialização da criança. Distante da escola, essa criança não se distancia da família, pelo contrário; há uma tendência maior de aproximação entre os membros. A grande perda que se segue ao diagnóstico de câncer é a interdição da manutenção da escolaridade.
Como se sabe, a educação no Brasil apresenta sérios problemas. Os problemas de aprendizagem podem ser conseqüências do ambiente escolar, do relacionamento da criança com o ambiente familiar e ainda de disfunções físicas ou psicológicas do próprio aluno, o que torna esse assunto algo de difícil entendimento e intervenção (RONCHIM, 1999).leia mais
No hospital, junto a pacientes que estão perdendo aula, deixando de aprender por motivo de doença, o psicopedagogo desempenha um papel de agente de suporte psicossocial, atuando nos aspectos psicológicos, sociais, no auxílio à separação e/ou aceitação da doença, em casos de crises, seu foco é correlacionar o atendimento individual ou coletivo com foco principal na motivação, aprendizagem e bem estar do paciente. Tais funções tornam as atuações desse profissional nesse cenário fator fundamental de suporte psicológico, tanto para pacientes como seus familiares, como de agente educador.
Para atingir o objetivo proposto deste trabalho foi realizado um estudo da literatura sobre a psicopedagogia em periódicos, monografias, trabalhos publicados em anais, retirados dos sites Scielo, Google acadêmico e Pepsic, além de livros e/ou capítulos de livros.
Para estas buscas foram utilizadas as palavras chaves: pedagogia hospitalar, psicologia hospitalar, psicopedagogia institucional e classe hospitalar e o objetivo foi ter uma visão geral de como se dá a ação deste profissional junto às classes hospitalares.
Posteriormente, a pesquisa tornou-se específica ao tema: intervenção psicopedagógica nas classes hospitalares.
Espera-se que, a partir deste estudo, se possa compreender melhor o papel do psicopedagogo junto às crianças hospitalizadas.
A seguir serão apresentados os resultados da revisão realizada.
2 ASPECTOS TEÓRICOS
2.1 O hospital

Bleger (1984, p. 37) define instituição como:
 
[...] conjunto de organismos de existência física concreta, que têm um certo grau de permanência em algum campo ou setor específico da atividade ou vida humana, para estudar neles todos os fenômenos humanos que se dão em relação a estrutura, a dinâmica, funções e objetivos da instituição.
A instituição hospital, especificamente, é definida pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 1977, p.3929), como um centro de educação:
 
Hospital é parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar ‘a população assistência médica integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de pacientes, cabendo-lhes supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente.
Retomando Bleger (1984), o hospital pode ser concebido como o local onde existe a comunicação e inter-relações entre profissionais - médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, dentre outros - que trabalham dentro da instituição, independente de sua função ou hierarquia. O trabalho deve ser desenvolvido em equipe e seu modo de funcionamento. Dependerá desta equipe a dinâmica da instituição, bem como das normas e valores estabelecidos pela mesma e da relação diárias entre as pessoas - profissionais e pacientes – em todo o contexto hospitalar, como atendimentos, internação ou alta do paciente.
O trabalho em instituição envolve também a questão do rendimento de trabalho, desempenho de funções, harmonia, solidariedade e participação ativa.
Em outras palavras, todos os fatores envolvidos nessa relação entre hospital, profissionais e pacientes, devem ser levados em conta para sua compreensão: as condições físicas do hospital, as condições psicológicas, biológicas e sociais dos pacientes e seus familiares, assim como também dos próprios profissionais.
É importante reafirmar que no contexto hospitalar, nesta inter-relação entre profissionais e pacientes, os aspectos comentados anteriormente são dependentes um do outro, pois se completam um afetando o outro diretamente.
Bleger (1984) também acredita que todas as instituições possuem objetivos implícitos, os quais não são evidentes para as pessoas de forma geral, como, por exemplo, proteger a sociedade de pacientes com doenças graves que necessitam de atendimentos hospitalares psiquiátricos nos Centros de Apoio Psico-Social (CAPS), onde os mesmos ficam isolados da sociedade e do mundo e são praticamente excluídos. Há também objetivos explícitos, que são aqueles mais claros e fáceis de serem vistos pelas pessoas, como: retornar um paciente à sociedade, o resgate da auto-estima, a ressocialização, a preocupação frente à doença, o estado atual do paciente e os sentimentos. Para o autor, tais objetivos, são essenciais e pontos norteadores para uma instituição hospitalar (BLEGER, 1984).
Pensando no psicopedagogo no ambiente institucional, especificamente as Classes Hospitalares, são um dos ambientes em que ele deve intervir, atuando de forma preventiva frente aos problemas de aprendizagem, fazendo com que os pacientes internados tenham acesso aos conteúdos escolares, os quais estão sendo passados pela escola em que estão matriculados e que não deixem de aprender durante seu período de internação, evitando, desta forma, que ocorra o fracasso escolar.
Mais adiante, ainda nesse artigo, as formas de atuação do psicopedagogo e seu papel serão descritos mais detalhadamente.
Vale dizer que os pontos acima foram citados para ilustrar, o que Bleger (1984) descreve como objetivo de atuação do Psicólogo Institucional, objetivos esses que se assemelham muito com a questão do Psicopedagogo em relação à intervenção nas Classes Hospitalares.
Bleger (1984, p. 43) aponta: “[...] o objetivo do psicólogo no campo institucional é um objetivo de psico-higiêne: conseguir a melhor organização e as condições que tendem a promover saúde e bem-estar dos integrantes da instituição”.
Para o autor, devem-se identificar pontos de urgência, que são os problemas emergenciais encontrados para intervenção imediata, pois não tem como prever o tempo de tratamento e internação. Esses pontos podem ser entendidos como específicos da instituição ou frente ao paciente. Por exemplo, do ponto de vista da instituição pode ser um problema animais circulando em seu interior e reclamações frente a este fato específico. A preocupação de estes animais manterem contato com pacientes e transmitirem algum tipo de doença a eles, pode ser um aspecto problemático, emergencial que necessita ser eliminado. Com relação aos pacientes, a ansiedade, o medo, a dor, a raiva, dentre outros sentimentos que de alguma forma lhe causa desconforto exige a necessária intervenção médica para lhe causar alívio e bem estar. Em todos esses pontos há que se ter à intervenção de uma equipe multidisciplinar.
A psico-higiêne busca prevenir que a doença se instale. É um tipo de abordagem que ultrapassa o campo da higiene mental, pois se preocupa coma questão doença e cura. É entendida como um atendimento mais humanizado que está completamente ligado ao trabalho/atendimento do médico a seus pacientes, não no que condiz com a parte de intervenção e doença, e sim com as práticas cotidianas na vida da comunidade e familiar que cercam os pacientes (BLEGER, 1984).
São atendimentos mais complexos, preventivos e diferenciados com enfoque social e não mais como ponto de partida a individualidade como acontece na atuação da higiene mental. Enquanto tal, suas práticas se aproximam do trabalho do psicopedagogo no hospital, pois também este profissional busca um atendimento mais humanizado entre família – instituição – paciente e comunidade.
2.2 Classes hospitalares

Segundo a política do Ministério da Educação (BRASIL, 1994, p. 20): “Classe hospitalar é um ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados que necessitam de educação especial e que estejam em tratamento hospitalar”.
As primeiras intervenções escolares em hospitais aconteceram bem antes que estas se chamassem Classes Hospitalares. Teve início em 1935 quando Henri Sellier inaugurou a primeira escola para crianças inadaptadas nos arredores de Paris (França), aonde chegou a atender cerca de 80 crianças hospitalizadas por mês (VASCONCELOS, 2000).
Seu exemplo foi seguido por todo o país, fazendo com que mais escolas com essas iniciativas fossem surgindo. Ganhou espaço através do voluntariado, sobretudo religioso por toda a Europa.
Em especial na Alemanha, esse tipo de escola surgiu com o intuito de suprir as dificuldades escolares de crianças com tuberculose - doença comum na época - e pelo grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola por causa da Segunda Guerra Mundial, onde os próprios médicos eram os responsáveis por esse tipo de atividades para que estas crianças recebessem os ensinamentos dentro do próprio hospital (VASCONCELOS, 2000).
Desta forma, a classe hospitalar cresceu como uma modalidade de atendimento prestado a crianças e adolescentes internados em hospitais, partindo do pressuposto de que esses jovens pacientes, uma vez afastados da rotina das instituições de ensino e privados da convivência em comunidade, vivem sob risco de fracasso escolar e, às vezes, de transtornos do desenvolvimento (BARROS, 2007).
No Brasil, a legislação reconhece o direito de crianças e jovens hospitalizados em receber orientações pedagógico-educacionais. A Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados surgiu a partir da formulação da Sociedade Brasileira de Pediatria e da resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, com aprovação do Ministério da Justiça em 1995 (Resolução n. 41/95, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) e é prevista pelo Ministério da Educação e do Desporto através da publicação da Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994, 1995, 2001).
Apesar disso, até 1999 existiam apenas 39 classes hospitalares em funcionamento, distribuídas em 13 unidades federadas (FONSECA, 1999).
Para que esta resolução (41/95) funcione adequadamente, uma das diretrizes a ser seguida é o acompanhamento do currículo escolar, ou seja, se a criança já freqüentava a escola antes da internação a classe hospitalar deverá entrar em contato com a escola para que as atividades propostas tenham uma continuidade em relação ao aprendizado já adquirido pela criança. De outra forma, mesmo que a criança ou adolescente não esteja freqüentando a escola regularmente, a aprendizagem promovida deverá estar de acordo com seus estágios de desenvolvimento intelectual (BARROS, 2007).
O que na escola normalmente seria denominado de classe ou turma, em uma enfermaria pediátrica, trata-se de um grupo aberto, dinâmico. Crianças e adolescentes entram e saem com relativa freqüência, fazendo com que as classes hospitalares variem com relação à freqüência, ao longo de um período. Para cada paciente o tempo de permanência no hospital é diferente e a duração, extensão e natureza do atendimento pedagógico/terapêutico oferecido também. O perfil do grupo e sua variedade também devem ser observados e levados em consideração pelo terapeuta ou educador, suas demandas acadêmicas, origens socioeconômicas, entre outros fatores devem ser cuidadosamente estudados (BARROS, 2007).
Segundo o Código de Ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia (1996), é papel do psicopedagogo refletir-estudar-planejar-avaliar a situação de cada pessoa particularmente e fazer com que ela não se sinta desmotivada de aprender, procurando encontrar estímulos para que se sinta motivado, bem-vindo, querido, respeitado (RUBINSTEIN, 1999). Dentro desta definição fica muito claro que o ambiente hospitalar, com todas as suas especificidades, é um ambiente que exige a intervenção psicopedagógica.
2.3 Brincar terapêutico e a alegria como fatores auxiliares durante o tratamento hospitalar

Segundo Ortiz e Freitas (2001, p. 71), “É preciso, pois, ressignificar a concepção do hospital como apenas um cenário asséptico para vislumbrar um espaço onde a vida acontece, onde é aceito tudo o que faz parte da vida”.
Em outras palavras, os autores colocam que é importante que a criança compreenda o que está se passando com ela, sua doença, que faça perguntas, tire dúvidas, se esclareça e encare sua estadia como um acontecimento natural, mesmo que delicado. E que se sintam bem durante a estadia.
Para que isto aconteça, é muito importante que os profissionais se dediquem e estejam preparados para lidar com todos os tipos de doenças e sentimentos como, por exemplo: ansiedade, dor, angústia, medo, insegurança e também a morte. É importante também que os pacientes expressem esses sentimentos, sejam estimulados. Para isso, o psicopedagogo pode ser um mediador, assim como em membro ativo da equipe multidisciplinar. A equipe, trabalhando em conjunto, pode conseguir que o paciente não acumule esses sentimentos que poderão lhe causar algum tipo de desconforto, seja físico ou psicológico, independente do grau da doença ou motivo da internação. É preciso tratá-lo para prevenir que não isso aconteça.
 
Não temos culpa pelos nossos grandes medos, os medos excessivos, incontroláveis, como também não temos culpa por sermos alérgicos, diabéticos ou asmáticos.
Não escolhemos ter medo, e menos ainda ter muito medo. Mas podemos, por outro lado, decidir compreendê-lo melhor, e assim prepararmo-nos melhor para lidar com ele.
É preciso dar ouvido a seus medos: eles são um precioso sistema de alarme diante dos perigos. Mas não é bom submeter-se a eles: às vezes, esse sistema fica desregulado. Como uma espécie de alergia, um medo pode tomar corpo e transformar-se em fobia (CHRISTOPHE, 2007, p. 11).
2.3.1 A dor

Segundo Viscott (1982, p. 26): “A dor cria um desequilíbrio e exige uma reação energética. Essa reação corretiva precisa ser dirigida para fora, para a fonte da dor. A expressão dessa energia chama-se raiva”.
A dor é algo subjetivo – cada pessoa sentirá e a expressará de acordo com sua reação frente a ela.
Um exemplo simples a ser citado é o de uma criança sendo mordida por um cachorro e outra que leva um tombo e acaba fraturando seu braço. Cada uma delas expressará de formas diferentes o que sentiu de acordo com cada situação vivenciada no momento – seja a situação da mordida ou o tombo que sofreu, ocasionando a quebra do braço. Tal situação serve para ilustrar que a forma como cada pessoa expressa a dor é a maneira como o organismo de cada criança reage frente ao acontecido.
No ambiente hospitalar os pacientes vivenciam diariamente esse tipo de sentimento como, por exemplo, durante ou após uma cirurgia de pós-parto, e é nesse contexto que se encaixa o trabalho do profissional de saúde, mais especificamente, do psicólogo que deve trabalhar com esse sentimento expresso para o bem-estar do paciente e seus familiares.
2.3.2 A raiva

Para Viscott (1982, p. 69), “Raiva é o sentimento de ser irritado, ofendido, se posto de lado, molestado, importunado, enraivecido, esquentado”.
É um sentimento também bastante comum e que poderá ser expresso pelos pacientes por algum motivo em particular, como por exemplo, um adolescente internado com anemia, que se enraivece por ter sido comunicado de que levaria alta – liberação do hospital para poder retornar a sua residência – dentro de 3 (três) dias, mas só a recebeu após 8 (oito) dias.
É importante que os profissionais hospitalares trabalharem esse sentimento, essa raiva do paciente frente à situação com métodos apropriados para o momento, confortando o paciente sobre sua estadia no hospital além da situação em que se encontra seu tratamento.
O psicólogo passa a ser o mediador desse processo e quando envolve questões relacionadas à aprendizagem – dificuldades – o psicopedagogo atua em conjunto com este outro profissional.

2.3.3 A mágoa e a perda
 
A mágoa também é conhecida como estar perturbado. Estar perturbado é uma expressão polivalente usada para descrever, sem admitir demais, todas as sortes de sentimentos.[...] as pessoas sentem-se magoadas quando sentem que perderam alguma coisa. Quanto mais importante a perda, mais profunda a mágoa (VISCOTT, 1982, p. 31).
No caso dos pacientes em ambiente hospitalar esse sentimento também está presente e pode ser expresso quando ocorre a morte ou sofrem alguma dor profunda que poderia ter sido evitada, como em um acidente em que a pessoa que está dirigindo apresenta altos sinais de embriagues, deixando várias pessoas feridas, algumas até em estado grave.
O mesmo tipo de sensação também pode causar um mal estar ao paciente, onde muitas vezes, carregam para o resto da vida essa condição – estar magoado ou sentindo-se culpado como na situação descrita acima.
2.3.4 Ansiedade

Viscott (1982, p. 55) coloca que:
 
[...] Estar ansioso é estar desconfortável. Admite-se que a ansiedade nos traga desconforto. Caso a ansiedade não fosse desconfortável, nada fariam as pessoas para se verem livres dela.
Na verdade, no dito popular é o sobe e desce que não aparece. É uma sensação que possuímos no nosso corpo, e que causa alguns desconfortos, como ânsias, náuseas, vontade de um momento especial chegar logo como se o tempo não passasse e exige um tratamento delicado também e muitas vezes, com ajuda de profissionais especializados para este fim – psicólogos e médicos especializados.
Esse sintoma pode ser apresentado em um paciente hospitalar através da enorme vontade de deixar sua condição de enfermo e voltar à sua vida normal.

2.3.5 Depressão
 
Depressão é o sentimento de estar “esquisito”, infeliz, melancólico, “na fossa”.
[...] Como a culpa, a depressão ocorre quando a raiva fica recolhida e voltada para o interior de nós mesmos. Neste caso, a raiva se torna rancor e começa a roubar da vida o seu significado. Para que o mundo de alguém seja um lugar habitável, gasta-se energia, e a pessoa deprimida tem pouca energia para investir (VISCOTT, 1982, p. 109).
No âmbito hospitalar é comum criança depressiva em função da doença e sentimentos frente a ela. Algumas das características em comum apresentadas são: tristeza e lágrimas, retração e recusa de contato, apatia e passividade, expressão de sentimentos de solidão e abandono, baixa auto-estima. Mas também existem as crianças que não demonstram reações, não reagindo nem mesmo a tratamentos dolorosos (VASCONCELOS, 2000).
No caso do psicólogo, é necessário dar esse suporte emocional à criança e seus familiares, através de intervenções psicológicas ou psicopedagógicas quando envolver processos de aprendizagem – por exemplo, pacientes de Classes Hospitalares, seja através da fala, do brinquedo ou outras atividades lúdicas.
Com objetivo de prevenir desconfortos de qualquer ordem e também de lidar com sentimentos já falados importa relatar a experiência dos Doutores da Alegria, instituição fundada no Brasil por Wellington Nogueira, em São Paulo, no ano de 1991. Existe até os dias atuais, tendo a idéia expandida e alcançado resultado esperado e significativo. O trabalho dos Doutores da Alegria ajuda na recuperação das crianças internadas com brincadeiras e risos. O autor dessa idéia baseia essa sua atuação em experiências pessoais, durante seu trabalho como palhaço em uma temporada em Nova York, onde atuou na Brodway e em um dos primeiros programas do mundo a colocar palhaços em hospitais, o Clow Care Unit. (MONTEIRO, 2008).
Pela revisão bibliográfica realizada, pode-se constatar que a brincadeira, o sorriso e a presença de palhaços nas classes hospitalares assim como nos leitos, produzem efeitos benéficos aos pacientes, chegando até à melhora no estado emocional, auto-estima e físico dos pacientes (FRANÇANI et al., 1998).

O brincar de modo geral é, assim importante para a criança, assim como a fala é para o adulto, pois são através desses métodos – criança com brinquedo e adulto com a fala - que eles se comunicam com as pessoas projetando suas sensações, emoções e seus sentimentos. No ambiente hospitalar esses recursos são essenciais.
A seguir abordaremos brevemente a psicopedagogia e atuação do psicopedagogo no hospital.
2.4 A origem da Psicopedagogia

A psicopedagogia surgiu em Paris, em 1946, com o intuito de estudar o comportamento humano voltado para a aprendizagem dos fatores que levam os indivíduos a desenvolverem a sua aprendizagem e as causas de suas dificuldades individuais no processo de aprender (SHIRAHIGE; SANTOS; MAZINI, 1994).
O mesmo estudo psicopedagógico, voltado exclusivamente para crianças e jovens fora de um ritmo escolar normal, que tinham maus rendimentos, mas que eram considerados inteligentes, recebeu o nome de pedagogia curativa, no ano de 1948. Mas foi a partir da década de 60 que a categoria de psicopedagogos se expande, aumentando os estudos no desenvolvimento físico e psicológico para identificar e explicar os fracassos escolares apresentados por crianças e adolescentes (RONCHIM, 1999).
Neste período, os estudiosos acreditavam que a dificuldade de aprendizagem estava ligada a distúrbios neurológicos, mentais e/ou psicológicos. O termo disfunção cerebral mínima (DCM) começa a ser utilizado para designar crianças que apresentavam bom nível de inteligência, mas que evidenciavam dificuldade de aprendizagem e desajuste comportamental, atribuídos a falta de atenção ou características da personalidade da criança. (RONCHIM, 1999).
Inicialmente, o processo psicopedagógico era voltado para a reeducação.O objeto de estudo era o indivíduo que não conseguia aprender. Através do estudo de grandes populações, buscava-se estabelecer semelhanças entre grupos e determinar o que seria esperado em certas faixas etárias. A partir daí, começou-se a trabalhar a redução das diferenças em busca da uniformidade comportamental. Era a busca por um padrão de normalidade definido pelo comportamento da maioria das crianças analisadas (RAMOS, 2005).
Posteriormente, fundamentando-se na Psicanálise e na Psicologia Genética, as dificuldades de aprendizagem são vistas sob outro prisma: o não aprender tem seu significado próprio e não se opõe ao aprender. Este novo conceito leva em conta a singularidade do indivíduo ou do grupo, segundo as circunstâncias de sua própria história e de seu mundo sociocultural (RONCHIN, 1999).
Sobre o campo de atuação da psicopedagogia, Bossa (2000, p. 29-30) aponta:
 
O campo de atuação do psicopedagogo refere-se não só ao espaço físico onde se dá esse trabalho, mas especificamente ao espaço epistemológico que lhe cabe, ou seja, o lugar deste campo de atividade e o modo de abordar o seu objeto de estudo. A forma de abordar o objeto de estudo pode assumir características específicas, a depender da modalidade: clínica, preventiva e teórica, umas articulando-se as outras.
Assim, pode-se dizer que a função preventiva é responsável por orientar e esclarecer os outros profissionais sobre assuntos ligados ao processo de aprendizagem da criança, bem como o do paciente, de forma a evitar ou detectar precocemente possíveis dificuldades de aprendizagem. E atuação clínica sendo a terapia propriamente dita, com crianças que já apresentam dificuldades na aprendizagem. (RAMOS, 2005).
2.5 Psicologia e Psicopedagogia – diferentes formas de abordagem no mesmo contexto hospitalar
2.5.1 O trabalho do psicólogo no hospital

“É função de equipe de psicologia no hospital atuar como facilitadora da comunicação entre membros da equipe de saúde, pacientes e familiares, em várias modalidades de atendimento” (MALDONADO; CANELLA, 2003, p. 225).
Desta forma, é importante que o psicólogo seja mediador no contexto hospitalar desde o processo de hospitalização que envolve a internação até o momento da alta. Cabe ressaltar que este profissional também deve atuar de forma que suas intervenções possam colaborar com o alívio do sofrimento psíquico do paciente e seus familiares.
Deve-se estar atenta a expressão corporal dos pacientes, pois são muito significativas e uma ausência delas podem apresentar várias causas que precisam ser investigadas. Cabe tal função ser desempenhada pelo psicólogo e também psicopedagogo, que deverá sempre estar intervindo como mediador no processo de ensino-aprendizagem no âmbito hospitalar em uma inter-relação entre paciente-escola (BOSSA, 2000).
Como acontece entre paciente e terapeuta, também na relação psicopedagógica/psicológica com os pacientes hospitalares, pode haver desconfortos, cabendo ao profissional equilibrar bem a situação, com postura firme, para que essa dificuldade apresentada não interfira no decorrer do atendimento, prejudicando a ação pedagógica/psicológica.
Como ferramenta principal destes profissionais, temos a escuta, a sensibilidade e a compreensão. São aspectos essenciais para aliviar o desconforto e sofrimento do cliente frente à situação e compreender a maneira como ele vê a si mesmo e ao mundo que o cerca (RUBINSTEIN, 1999).
2.5.2 O papel do psicopedagogo no hospital e na classe hospitalar

O que orienta a prática do psicopedagogo são as diversas teorias sobre a psicopedagogia. O profissional se fixará em uma abordagem a qual condiz com seus ideais e no que acredita. Sendo assim, apoiando-se na prática, olhará para a instituição, no caso, a instituição hospitalar numa inter-relação com diversos fatores, internos e externos, atuais e históricos.
Acredita-se que toda e qualquer instituição, possui um caráter educativo, pois em todo o tempo educa-se e reeduca-se. É importante prevenir a dificuldade de aprendizagem, organizando a instituição, começando pelos pequenos detalhes que fazem a diferença, como, por exemplo, adaptar salas de atendimento frente a uma possível reforma dentro do hospital, ou mesmo no próprio leito, no caso de pacientes que não podem se locomover, na classe hospitalar pode-se trazer atividades até o leito para que o paciente possa realizá-las em seu quarto (BOSSA, 2000). A partir dos conceitos acima expostos, pode-se dizer, que o psicopedagogo institucional tem por objetivo:

a) Atuar de modo a proporcionar melhor compreensão do problema por parte do paciente e esclarecimentos possíveis quanto as suas dúvidas, diminuindo desta forma a sua insegurança;
b) Oferecer atendimento individual ou em grupo;
c) Acolher o paciente e seus familiares com relação aos medos, angústias, ansiedades ou sofrimentos;
d) Manter o vínculo com a aprendizagem, o desenvolvimento cognitivo e global, amenizando o estresse que a situação de estar doente pode desencadear;
e) Colaborar para que sejam amenizados problemas emocionais e comportamentais que possam intervir no processo ensino-aprendizagem;
f) Possibilitar melhor interação entre paciente, familiares e profissionais da área da saúde envolvida, oferecendo explicações sobre o funcionamento do hospital, procedimentos e objetivos, sempre em linguagem apropriada ao entendimento da criança, possibilitando que haja troca de informações.
O psicopedagogo deve fazer com que a criança experimente novas sensações com a ajuda de alguém; ou seja, deve criar Zonas de Desenvolvimento Proximal (ZDP) que são zonas em que as capacidades podem ser construídas com ajuda de alguma pessoa mais experiente, através da observação ou dialogo. Este processo ocorre através da mediação simbólica, que seria o entendimento do paciente com relação a algo que ele já conheça. Entendimento este feito pelo psicopedagogo com o intuito de ajudar a criança a lidar com objetos, situações e com símbolos – termos, juízos, palavras e conceitos.
Conforme comenta Vitorino, Minardi e Linhares (2005, p. 275): “A criança, ao brincar e aprender, atua acima da sua capacidade real, potencializando o seu desenvolvimento para níveis mais elevados e complexos de funcionamento”.
Por fim, para que o objetivo de trabalho do profissional psicopedagógico seja atingido, ele e seu pacientes devem estar em sintonia para que ela possa compreender a maneira de como o paciente se vê no mundo que o rodeia; como exprime seus sentimentos; o que gosta e não gosta.
Pautado pela teoria de Vygotsky (1998), pode-se afirmar que é de extrema importância a intervenção ativa das pessoas na promoção do desenvolvimento do paciente, onde ele afirma: “Todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem às vezes: primeiro no nível social (interpsicológica) e depois, no interior da criança (intrapsicológica)” (VYGOTSKY, 1998, p. 171).
Correlacionando o ponto de vista do autor, tem-se o pensamento de Rubinstein (1999, p. 25) conforme se segue à leitura:
 
[...] Embora o psicopedagogo utilize-se de propostas de trabalho para mediar a relação terapêutica, as escolhas dessas propostas e as formas como são apresentadas dependerão da particularidade de cada situação, do sujeito que está sendo atendido, bem como da sua capacitação e dos recursos do terapeuta psicopedagogo [...]. O caráter dinâmico da escolha das propostas e a forma como são significadas pela dupla terapeuta/cliente são que realmente provocarão mudanças pretendida [...].As atividades propostas e escolhidas tanto pelo terapeuta como pelo aprendiz são mediadoras para modificar a forma de pensar e de utilizar as funções cognitivas e a posição assumida enquanto sujeito que aprende.
No trabalho do psicopedagogo o enfoque é no indivíduo, deve-se levar em consideração a individualidade de cada pessoa, já que cada um possui seu histórico de vida, pensamentos e atos diferentes. Mas mesmo assim, não se deve centrar o trabalho apenas nesse aspecto e sim, analisar, como um todo, os aspectos apontados até o momento e outros fundamentais como: fatores biológicos, psicológicos, sociais e históricos (RUBINSTEIN, 1999).
Tudo isso sempre lembrando da importância de se buscar novos caminhos para o processo terapêutico, através de desenhos, representações e interações com recursos lúdicos (BOSSA, 2000).
Dentro da realidade do atendimento psicopedagógico hospitalar, poucos são os estudos teóricos encontrados. A maioria dos estudos relata experiências realizadas dentro dos hospitais (MOTTA; ENUMO, 2004), e não em classes hospitalares, por se tratar de algo recente.
Por essa razão é que se tornou interessante fazer esse estudo, já que cresce o interesse por esta modalidade de aprender e a trabalhar com a criança e adolescente dentro do hospital, tendo em vista que esses jovens pacientes, uma vez afastados das instituições de ensino e privados da convivência em comunidade, vivem sob risco de fracassos escolares e possíveis transtornos de desenvolvimento (BARROS, 2007).
Finalizando, o trabalho psicopedagógico requer atenção específica em um ponto em especial: a aprendizagem.
O psicopedagogo deve atender os pacientes sempre lembrando que cada pessoa é única, com pensamentos e atos diferentes, assim como os sentimentos, valorizando sempre essas características tão individuais e este profissional deve promover o desenvolvimento da criança, ajudá-la a buscar algo novo, motivá-la a aprender, sentir-se interessada, disposta, querida e respeitada. Para isso, deve-se usar de toda sua criatividade para criar situações novas e que chamem a atenção de seus pacientes.
De forma geral, os argumentos expostos confirmam que o trabalho do psicopedagogo no hospital é eficaz, traz benefícios psicológicos quando bem realizados e podem causar alegria às crianças. Um exemplo dado - dos Doutores da Alegria - comprova o que foi dito.
É importante que os pacientes canalizem seus medos para uma brincadeira. Que expressem suas sensações para sentirem-se aliviados. Medos existem e sempre irão existir, mas podemos compreendê-los, compartilhá-los para desta forma, ajudar nossos pacientes a lidar com ele, e assim, auxiliá-los a lidar com seus desconfortos (CHRISTOPHE, 2007).
Concluindo, vale ressaltar a Lei Federal n. 8.069, de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que ressalta em seu artigo 53: “A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1990).
É respeitando as colocações do ECA (BRASIL, 1990) que, novamente, defende-se os direitos das crianças hospitalizadas à Educação, com o auxílio do psicopedagogo.
2.6 Sentimentos presentes durante o processo de hospitalização

De acordo com Viscotti (1982, p. 17): [...] Aquilo que sentimos a respeito de qualquer coisa reflete nossa história e desenvolvimento, nossas influências passadas, nossa agitação presente e nosso potencial futuro. Compreender nossos sentimentos é compreender nossa reação ao mundo que nos circunda.

No ambiente hospitalar é importante que o profissional de saúde seja auxiliar do paciente para ajudá-lo a compreender seus sentimentos - os quais serão apresentados a seguir - através de intervenções apropriadas e com linguagem adequada às suas idades. Desta forma, fazem com que os pacientes sintam-se bem e aliviados frente à situação em que se encontram, e possivelmente aceitem a doença ou pelo menos a compreendam.
3. APONTAMENTOS FINAIS
Pelo trabalho apresentado, pode-se mostrar a importância do trabalho do psicopedagogo em ambiente hospitalar e mais especificamente em classes hospitalares. O psicopedagogo pode atuar muito amplamente em relação ao desenvolvimento cognitivo dos pacientes através de atividades lúdicas - pedagógicas, intervindo de forma a prevenir os problemas de aprendizagem, em um enfoque psicopedagógico, e psicológico,e junto ao estado emocional em que se encontra o paciente em razões de sua estadia no hospital.
Do ponto de vista psicopedagógico, pode-se afirmar que o trabalho do psicopedagogo nas classes hospitalares deve atender a pelo menos três objetivos integrados: recreativo, educacional e pedagógico, como são apontados por Vitorino, Minardi e Linhares (2005).
Este profissional deve ser o mediador entre paciente e a escola. Desta forma, leva os conteúdos que estão sendo passados em sala de aula regular para os alunos para o paciente internado, incluídos nas classes hospitalares e quando necessário, adapta esses conteúdos conforme as necessidades do paciente para seu rendimento acadêmico. Seu principal ponto de partida é compreender o paciente em seu momento atual – sentimentos e seu contexto social – condições de internação, estado afetivo, fisiológico e biológico, o que o torna também de suporte psicossocial.
Sua intervenção tem como foco a aprendizagem, atuando mais especificamente na prevenção dos problemas de aprendizagem.
Por outro lado, o psicólogo, tem seu trabalho voltado mais para o atendimento emocional com objetivo de aliviar possíveis sofrimentos psíquicos do paciente. Nesse caso, a intervenção é baseada no estado psicológico atual, seja ela de dor, ansiedade, angústia, depressão ou outro sentimento presente expressado no momento da intervenção. O objetivo deste profissional é fazer com que o paciente se sinta bem, aliviado e se possível, disposto a enfrentar uma cirurgia ou outro processo hospitalar, por exemplo.
O trabalho é de suporte emocional, porém é muito importante que o psicólogo trabalhe em conjunto com o psicopedagogo quando possível, assim como com outros profissionais da equipe hospitalar para que haja boa comunicação entre eles sobre o paciente, para um melhor e eficaz atendimento.
Porém, existem algumas dificuldades encontradas pelos psicopedagogos no período de hospitalização. Estes profissionais são proibidos e não autorizados a acompanharem o processo de internação e os cuidados com o paciente. Tal situação através da alegação de que seus cuidados são exclusivamente pedagógicos e de apoio emocional, o que não os dão direito a prescreverem medicação, receitas ou medicina alternativa (VASCONCELOS, 2000).
Pensando nas classes hospitalares ou no próprio leito de pacientes infantis, o brinquedo é um suporte auxiliar na comunicação entre esses pacientes e psicólogos ou psicopedagogos.
Segundo Motta e Enumo (2004, p. 20) “O brinquedo também pode ser utilizado de forma específica, por meio do palhaço, com a função de alegrar o ambiente e amenizar as sensações desagradáveis da hospitalização, humanizando o contexto hospitalar”.
É através dele que a criança expressa seus sentimentos, desejos e emoções.
Em se tratando dos sentimentos presentes durante o processo de hospitalização, são vários. No presente trabalho, foram citados o mais comuns: a dor, raiva, mágoa, perda, ansiedade e a depressão. Todos eles devem ser levados em na abordagem psicopedagógica. Deve-se incentivar, usar de todos os recursos para que o paciente não guarde esses sentimentos internamente e sim os expresse-os, para não acarretar em comprometimentos maiores como piora do estado emocional e do quadro da doença que possui.
Pelos dados coletados e expostos no decorrer do artigo, pode-se dizer que o trabalho tanto do psicólogo como do psicopedagogo no hospital é de grande importância e valia, pois ambos visam dar um suporte tanto para seu equilíbrio emocional como para o do conhecimento pedagógico, mas como mediadores das emoções e da aprendizagem.
REFERÊNCIAS

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Fonte>http://www.abpp.com.br/monografias/08.htm
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2 comentários:

Unknown disse...

Incrível a reportagem, parabéns...

Blog do João Maria andarilho utópico disse...

Obrigado, Nina pela visita e comentários.