INTRODUÇÃO

No presente artigo tratar-se-á acerca da Educação na Idade Média, haja visto que a Idade Média representa um ‘divisor de águas’ para todo o pensamento e épocas posteriores: época marcada por significativas transformações e principalmente, no tocante à Educação, porque foi a época em que se saiu do Cristianismo exacerbado, e propiciou-se um ambiente favorável para que se chegasse à Modernidade.
O presente artigo apresenta dividido em três pontos centrais, o primeiro se apresenta denominado por “Igreja e Idade Média”, onde é realizada uma explanação sobre o poder da Igreja e de como ela era instituição dominante na Idade Média. No segundo ponto, denominado por “Escolástica símbolo da universidade medieval”, onde tratar-se-á da explicação de como são as “quaestio disputatas” que constituem na forma como os alunos eram ensinados nas Universidades, e por fim, o terceiro ponto, chama-se “Tomás de Aquino e o ‘De Magistro’”, onde trata-se da importância de Tomás de Aquino que consiste num teólogo, filosofo, além de mestre e doutor da fé, que posteriormente foi canonizado santo devido a sua significativa importância, desde que não se pode fazer Filosofia sem tratar desse autor de exponencial.

DESENVOLVIMENTO


1.Igreja e Idade Média

A Idade Média foi um período situado aproximadamente entre os séculos V e XV (476-1453), e foi marcado principalmente pelo domínio da Igreja Católica sobre toda a Cultura e Educação da época.
A Europa estava enfraquecida devido a uma série de fatores dentre eles principalmente as crises econômicas sucessivas derivadas da decadência do Império Romano e aos constantes ataques bárbaros. Desde o Concílio de Nicéia (325), a Igreja passou a representar uma das mais importantes e poderosas instituições desse período, visando o intuito de manter uma ordem e isso possibilitou que ela abarcasse todo poder sobre toda a Sociedade. O que fez com que apenas monges e sacerdotes detivessem o conhecimento das letras. A Igreja Católica era uma representação terrena da própria Trindade, ou seja, o que aumentava cada vez mais o seu monopólio sobre a cultura (artes) e mentalidade da época.
Foi um período marcado por grande reviravolta, mas a principal mudança foi o surgimento das Universidades (séc. XIII) – Bolonha, Paris, Salermo e Oxford e isso, devido as Cidades terem se transformado em centros culturais. Com as Universidades, passou a haver o ensino do Direito e das Artes Liberais – ensino da Gramática, Física, Lógica, Metafísica, Matemática e Ética, ou seja, as disciplinas científico-filosóficas e a Faculdade de Teologia – estudo da Bíblia e da doutrina cristã. O que representou uma significativa diminuição do poder da Igreja no tocante à Educação, vale ressaltar que até então a Igreja detinha domínio sobre a literatura, pois proibia o que denominava-se “literatura pagã”.
Assim, com as Universidades, o ensino, passou a acontecer entre sacerdotes e leigos, ou seja, as pessoas começaram a ser ensinadas, embora os professores continuassem sendo padres, e quanto aos alunos, estes, podiam ser de qualquer camada social. Por isso, o nome do período ser denominado Escolástica .
Em especial o século XIII foi marcado por características únicas, dentre elas: com o final do Império Romano, houve o desaparecimento dos grandes centros culturais devido as freqüentes invasões bárbaras. As bibliotecas eram raras e possuíam pequenos acervos, ou seja, não havia o conhecimento de várias obras dos clássicos gregos. O surgimento de novas seitas, embora os monastérios continuassem sendo os centros culturais, o que fazia com que a preocupação filosófica estivesse voltada apenas para a temática cristã da salvação . Mesmo com todo o poderio da Igreja e com todas as transformações, é inegável o fato de que a Idade Média foi um período de significativo avanço por ter sido, principalmente, cenário de importante florescência científica com grandes e significativas mudanças de caráter social, político e religioso. Foi nesse ambiente de intensa reviravolta que viveu Tomás de Aquino (1224-1275), na Cidade de Rocasseca, na Itália.

2.A Escolástica e o símbolo da universalidade medieval

Com o Iluminismo , o século XIII passou a ser considerado como “século das trevas”, porque como já foi exposto anteriormente, foi um período marcado pela autoridade e predomínio da Igreja Católica sobre toda a Sociedade, vale ressaltar que com o predomínio e autoridade da Igreja, a vida terrena era até então totalmente desprezada e importava apenas a vida futura. Porém, houve uma significativa expansão do saber neste período, principalmente devido a criação dos mosteiros, em especial, o dos Franciscanos e Dominicanos, bem como o surgimento das Universidades.
No século XIII textos da filosofia árabe, como por exemplo, os de Averróis passaram a ser estudados, o que deu início ao duelo entre Razão e Fé, duelo principalmente promovido pela redescoberta dos textos aristotélicos, vale ressaltar que até a época, os textos mais utilizados eram os de Santo Agostinho que eram baseados nas obras de Platão, e serviam para fundamentar as atitudes da Igreja.
Inicia-se, portanto, a Escolástica que era um método de ensino próprio da Idade Média e sua definição está vinculada à idéia de escola. A Escolástica estimula a dialética, principalmente na relação entre Filosofia e Teologia. Sua importância se deve ao fato de que tanto sugeria respostas, quanto suscitava questionamentos, promovendo principalmente, debates. A Escolástica representa, portanto, o último período do pensamento cristão
A Educação na Idade Média se apresentava de um modo peculiar, representado pela “quaestio disputata” (questões disputadas), que consistiam na forma de ensino que dava voz ao interlocutor. Segundo LAUAND,
"A quaestio disputata, integra a própria essência da educação escolástica. ‘Não era suficiente escutar a exposição dos grandes livros do pensamento ocidental por um mestre; era essencial que as grandes idéias se examinassem criticamente na disputa’. E a disputatio, na concepção de Pieper, transcende o âmbito organizacional do studium medieval e chega até a constituir a própria essência da universidade em geral".

Assim, vemos que o fundamental na Idade Média não era provar ou reprovar o pensamento de cada aluno ou autor, mas o objetivo era dar voz a estes para que então o pensamento estivesse mais seguro, mais fundamentado, porque diante da maneira como as questões eram expostas, havia uma certeza do que era considerado certo ou errado por cada mestre que se propunha a ensinar seus alunos.


Toda “quaestio disputata” segue o mesmo padrão, conforme LAUAND afirma,


"Uma quaestio disputata está dedicada a um tema e divide-se em artigos, que correspondem a capítulos ou aspectos desse tema. Por detrás da ‘técnica pedagógica’ está um espírito: a quaestio disputata, [...], traduz a própria idéia de inteligibilidade, ao mesmo tempo que a de incompreensibilidade, a de pensamento ‘negativo’, também fundada no Verbum.

Procurando veicular em método a vocação de diálogo polifônico, primeiro enuncia-se a tese de cada artigo (sob a forma de polêmica) e a quaestio começa por dar voz ao adversário pelas obiectiones, objeções à tese que o mestre pretende sustentar".

E ainda segundo LAUAND, “após as objeções, levantam-se contra-objeções (rápidas e pontuais sentenças colhidas em favor da tese do artigo). Após ouvir estas vozes, o mestre expõe tematicamente sua tese no corpo do artigo, a responsio (solução). Em seguida, a responsio ad obiecta, a resposta a cada uma das objeções do início”.


Portanto, para os mestres escolásticos, o ensino não consiste apenas em se ater a determinado pensador (filósofo ou teólogo), mas cabe principalmente empregar todo o pensamento disponível, mesmo que seja a favor ou contra o que está sendo exposto, e diante disto, busca-se consolidar o pensamento ou provar que este pensamento está errado. Haja visa que o homem, sempre procura “a verdade”, mas esta única verdade não existe, o que existe são as verdades, conceitos de verdades, que nunca poderá ser limitada.


Dessa forma, na Escolástica o que acarretou na renovação dos dogmas católicos, principalmente no tocante a salvação do homem, passou-se a criticar a idéia da predestinação, idéia proposta por Santo Agostinho. O homem passou a ser agora, o único responsável por sua salvação e conseqüentemente, era um ser mais ativo diante dos fatos e da vida.


3.Tomás de Aquino e o “De Magistro”


Diante do foi exposto, observa-se uma mudança de fundamentação, é onde se posiciona o pensamento tomista, que embora tenha sido membro da ordem dos Dominicanos, quebra com todas as regras e pensamentos até então estabelecidos. Tomás de Aquino, como considerava o homem um ser privilegiado, propunha a conciliação entre Fé e Razão, dessa forma, o aluno não necessitaria buscar a verdade seguindo o caminho da Fé ou da Razão, mas poderia se valer das duas para fundamentar seu pensamento.


Tomás de Aquino foi senão a principal, uma das mais importantes figuras da Idade Média, pois representou a conciliação da tensão entre a tradição cristã medieval e a cultura que estava se formando na nova sociedade. A Teologia até então considerava a alma espiritual como estando separada da alma sensitiva e da vegetativa. Tomás defendia a tese de que a alma do homem é una, e principalmente, é a única responsável por todos seus atos, o homem é o único dono de suas próprias escolhas, e possui uma iluminação natural, que consiste na “luz natural da razão”, luz esta que nos foi dado de uma única vez por Deus.


Em Tomás de Aquino, observa-se em toda a sua obra a presença das “quaestio disputatas”, principalmente, a sua preocupação em apresentar o pensamento adversário “ipis litteris”, sem nenhuma alteração no sentido, sem devagações, vê-se a exposição de um pensamento tal qual ele é. Tomás está sempre posicionando seu pensamento em oposição às doutrinas dominantes da época, e quanto a obra “De Magistro”, isso não poderia ser diferente, haja visto que essa obra não trás apenas concepções filosóficas sobre a Filosofia da Educação, mas traz principalmente idéias novas ao que era defendido até então. Diante disto, é de extrema importância o uso das “quaestio disputatas”, não para que o “aluno” se canse, mas para que este realmente compreenda o que se quer dizer.


A principal idéia proposta por Tomás é que o homem possui uma “alma” que é a representante do princípio da vida, pois faz parte da composição substancial dos viventes, ou seja, são as potências que a alma possui que fazem com que o homem possa ou não desempenhar determinada função, cujos requisitos são inerentes à sua alma. É através dela que desempenha-se as funções, com características peculiares intimamente relacionadas à faculdade da vida vegetativa.


Portanto, a alma é dotada de inteligência e vontade que são potências espirituais. A inteligência é o que transcende o âmbito do particular, material e concreto, ou seja, seu campo de relacionamento é a totalidade do ser. Para Tomás, todas as coisas são inteligíveis, ou seja, é próprio da inteligência humana apreender a idéia abstrata.


O conhecimento não está limitado à realidade concreta, que o circunda, mas este é adquirido apenas mediante a realização de comparações com as coisas sensíveis naturais, todo conhecimento começa pelos sentidos, pois são estes que apreendem uma imagem, que é interiorizada e oferecida ao intelecto.


Portanto, o homem não é apenas alma, mas é também corpo, a alma necessita do corpo para conseguir o seu fim, na medida em que é por meio dele que ela adquire a perfeição no conhecimento e na virtude. O conhecimento intelectual requer o conhecimento sensível, é sobre os dados desse último que atua o intelecto, em suas duas funções: intelecto agente e paciente.


No “De Magistro”, a palavra Educação não apresenta o mesmo sentido que utilizamos hoje, conforme afirma LAUAND,


A própria palavra ‘educação’ não aparece em Tomás, é como que sugerida diversas vezes em suas análises: trata-se de um eduzir o conhecimento em ato a partir da potência: a mente extrai o ato dos particulares dos conhecimentos universais; leva ao ato.

Ensinar é, uma educaão do ato; uma condução da potência ao ato que só o próprio aluno pode fazer. Tomás está distante de qualquer concepção do ensino como transmissão mecânica; o professor, tudo o que faz é en-signar (insignire), apresentar sinais para que o aluno possa por si fazer a educação do ato de conhecimento, no sentido da sugestiva acumulação semântica que se preservou no castelhano: enseñar (ensinar/mostrar): o mestre mostra!

Portanto, o mestre conduz da potência ao ato, extrai do ato dos particulares o conhecimentos dos universais. A educação é algo que somente pode ser feito pelo próprio aluno, ou seja, embora Tomás esteja longe de uma transmissão mecânica do conhecimento, o professor apenas apresenta os sinais para que o aluno possa por si, fazer a educação, e conseqüentemente, chegar ao conhecimento.

O tratado “De Magistro” se desenvolve ao longo de quatro artigos, onde Tomás trata da investigação se o homem ou se somente Deus pode ensinar e ser chamado mestre (artigo 1), se se pode dizer que alguém é mestre de si mesmo (artigo 2), se o homem pode ser ensinado por um anjo (artigo 3) e por fim, se ensinar é um ato da vida ativa ou da vida contemplativa (artigo 4). Ao longo deste tratado, Tomás propõe uma mudança de visão que até a época era aceita como única verdade.
No primeiro artigo tem-se que todas as formas naturais estão em ato. Há no homem hábitos inerentes por natureza, mas para que operem, devem ser removidos os obstáculos que são certas inclinações naturais que são a base e o princípio das virtudes e essas são tornadas reais apenas mediante o exercício das obras. O homem possui sementes do saber. A mente apenas adquiriu o conhecimento quando ela é conduzida a conhecer em ato as conseqüências particulares que estavam contidas já nos universais. O conhecimento persiste como potência ativa no educando, pois este pode conhecer por si mesmo. O professor ensina quando mostra sinais ao aluno. A luz da razão para o conhecimento nos foi posta por Deus.
No segundo artigo tem-se que o conhecimento já existia no aluno, embora não como ato perfeito. O professor estimula o intelecto a conhecer faz surgir o ato da potência. O ensino pressupõe um perfeito ato de conhecimento no professor, daí que seja necessário que o mestre ou quem ensina possua de modo explícito e perfeito o conhecimento para que desperte o intelecto do aluno. Alguém pode ser lei para si mesmo, mas não necessariamente será mestre de si mesmo. Deus conhece todas as coisas pelas quais o homem é ensinado.
No terceiro artigo tem-se que Deus é a causa do conhecimento do homem do modo mais excelente, porque dotou a alma da luz intelectual e, por outro lado, imprimiu nela o conhecimento dos primeiros princípios, que são como que sementes do conhecimento; do mesmo modo que imprimiu também nas outras realidades naturais as razões seminais de todos os efeitos que produzem. O anjo possui naturalmente uma luz intelectual mais perfeita do que a do homem, ou seja, o anjo pode ser causa do conhecimento, embora de modo inferior ao de Deus, mas superior ao do homem. Deus pode fortalecer a luz infusa para que o homem veja mais perfeitamente. Tudo o que é menos perfeito recebe um fortalecimento quando se une a algo que é mais perfeito no gênero. A intenção da vontade não pode ser coagida, mas a parte sensitiva sim.
No quarto artigo tem-se que a vida contemplativa e a vida ativa distinguem-se pelo fim e pela matéria. A matéria da vida ativa são as realidades temporais sobre as quais versam os atos humanos; a matéria da vida contemplativa são as essências inteligíveis das coisas, sobre as quais se detém o contemplativo. Essa diversidade decorre da diversidade de fins. O fim da vida contemplativa é a consideração da verdade, da verdade incriada, de acordo com o modo possível a quem contempla. A visão do professor é o princípio, mas o próprio ensino consiste mais na transfusão do conhecimento. A vida contemplativa é o princípio do ensino.


CONCLUSÃO


Diante do que nesse artigo foi exposto, conclui-se que é impossível deixar a Idade Média de lado, principalmente no que toca à Educação, pois enquadra uma época de profundas transformações no saber para a posteridade.


Independente de crenças, ou opiniões sobre o Cristianismo, é impossível deixá-lo de lado, até mesmo no âmbito da Educação, porque ainda hoje, não se pode negar que ele é um fator decisivo, mas pelo contrário, dois mil anos de Cristianismo transformaram profundamente a sociedade ocidental, em especial a cultura e a educação. A sociedade ocidental é frutos da influência cristã. .



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Acessado: 24/08/10 às 12:22

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A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA: “DE MAGISTRO” DE TOMÁS DE AQUINO publicado 2/09/2010 por Andréa Cristina B. Dantas em http://www.webartigos.com

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