sábado, 31 de maio de 2014

Questões por DESCRITOR de PORTUGUÊS


Questões por DESCRITOR de PORTUGUÊS

Após as aplicações das avaliações diagnósticas, teremos os descritores deficientes em aprendizagem. Logo, chega o momento atacá-los individualmente.

Portanto, neste Post estarei socializando arquivos com questões do mesmo Descritor. Sendo assim, cada professor poderá elaborar seus simulados dependendo de suas necessidades.
Como nos demais simulados, as questões tem como fontes a internet, como por exemplo: MEC, CAED-JF, SEAPE - AC, SADEAM - AM, SAEPI - PI, SPAECE - CE, SAEPE - PE, PAEBE - ES, SABE - BA, PROEB - MG, SAERJ - RJ, SAEGO - GO, SAERO-RO, PROMOVER - MS, SAEMS - MS, SAERS - RS, Avalia BH, SAVEAL - AL, Simave, Prova Rio, Prova da cidade - SP, projeto con(seguir)-DC, Projeto salto-TO, Saresp - SP, Matriz de Referência de Língua Portuguesa (descritores), Guia de Elaboração de Itens - Matemática e concursos públicos, entre outros. 

Arquivo em brancoBaixar
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Português: 5º Ano – Ensino Fundamental
Descritor 01: Baixar                    Descritor 02: Baixar           
Descritor 03: Baixar                    Descritor 04: Baixar         
Descritor 05: Baixar                    Descritor 06: Baixar
Descritor 07: Baixar                    Descritor 08: Baixar           
Descritor 09: Baixar                    Descritor 10: Baixar         
Descritor 11: Baixar                    Descritor 12: Baixar
Descritor 13: Baixar                    Descritor 14: Baixar           
Descritor 15: Baixar

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Português: 9º ano – Ensino Fundamental
Descritor 01: Baixar                    Descritor 02: Baixar           
Descritor 03: Baixar                    Descritor 04: Baixar         
Descritor 05: Baixar                    Descritor 06: Baixar
Descritor 07: Baixar                    Descritor 08: Baixar           
Descritor 09: Baixar                    Descritor 10: Baixar         
Descritor 11: Baixar                    Descritor 12: Baixar
Descritor 13: Baixar                    Descritor 14: Baixar           
Descritor 15: Baixar                    Descritor 16: Baixar         
Descritor 17: Baixar                    Descritor 18: Baixar
Descritor 19: Baixar                    Descritor 20: Baixar           
Descritor 21: Baixar

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Português: 3ª Série – Ensino Médio
Descritor 01: Baixar                    Descritor 02: Baixar           
Descritor 03: Baixar                    Descritor 04: Baixar         
Descritor 05: Baixar                    Descritor 06: Baixar
Descritor 07: Baixar                    Descritor 08: Baixar           
Descritor 09: Baixar                    Descritor 10: Baixar         
Descritor 11: Baixar                    Descritor 12: Baixar
Descritor 13: Baixar                    Descritor 14: Baixar           
Descritor 15: Baixar                    Descritor 16: Baixar         
Descritor 17: Baixar                    Descritor 18: Baixar
Descritor 19: Baixar                    Descritor 20: Baixar           
Descritor 21: Baixar
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Espero que esta iniciativa ajude todos os professores/educadores e melhore a aprendizagem dos nossos alunos e, consequentemente, os resultados nas avaliações internas e/ou externas.

Prof. Warles

http://profwarles.blogspot.com.br/2013/06/questoes-por-descritor-de-portugues.html

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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Resenha: Adeus professor, Adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente/ José Carlos Libâneo




Resenha: Adeus professor, Adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente/ José Carlos Libâneo

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, Adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente/ José Carlos Libâneo-10. Ed - São Paulo, Cortez, 2007. (Coleção Questões da Nossa Época; v. 67



Carliane Mendes Dias
Cláudia Pinheiros
Fernanda Daysy. F. de Sousa
Francineide Alves de Sousa
Marciana Jacinta de Andrade
Tarcio Tomaz da Silva
Universidade Federal de Campina Grande-UFCG

José Carlos Libâneo publicou no ano de 2007 o livro Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente da Coleção Questões da Nossa Época, na qual o mesmo abre uma discussão sobre as novas exigências da contemporaneidade sobre o ser professor, isto é, as cobranças que a sociedade informacional faz na formação de um sujeito autônomo e critico. O autor destaca a importância da escola e dos professores diante das intensas transformações científicas e tecnológicas que vêm ocorrendo no mundo atual, segundo ele é nesse contexto que a figura do professor se torna ainda mais necessária, pois o mesmo deve contribuir para uma formação ampla do indivíduo, tornando-o sujeito pensante e capaz participar criticamente das decisões sociais.
José Carlos Libâneo nasceu em 1945 em Angatuba no Estado de São Paulo.Professor da Universidade Católica de Góis e professor aposentado da UFG*. Formação acadêmica em Filosofia, especialização em Educação Escolar Brasileira, mestrado em Filosofia da Educação e doutorado em Filosofia e História da Educação. Publicou seis livros: Aceleração Escolar- Estudo sobre educação de adolescentes e adultos (1976), Democratização da escola pública- A pedagogia crítico social dos conteúdos (Editora Loyola17° edição), Didática (20° edição), Adeus professor, adeus professora?- Novas exigências educacionais e profissão docente (4° edição) e pedagogia e pedagogos, para quê? (3° edição), os três últimos pela editora Cortez. O seu livro mais recente tem o titulo de Organização e Gestão da escola (editora Alternativa- Goiânia). Escreveu ainda 10 capítulos em livros em co-autoria e diversos artigos em revistas especializadas
Por efeito de tantas transformações tecnico-cientificas, a sociedade informacional passa a cobrar das instituições de ensino políticas pedagógicas condizentes com a realidade da sociedade, para tanto o ser professor não esta mais atrelada apenas ao ensino de ler e escrever, mas vinculada as influencias das mídias e multimídias para a vida do homem em sociedade. Sendo assim o autor dividi seu livro em três capítulos.
Na primeira unidade o escritor Libâneo, expõe diversas questões sobre o papel do professor diante das multimídias e a dificuldade da escola em melhorar a qualidade do ensino exigida por conta das transformações políticas, econômicas, sociais, culturais e tecnológicas. Por conta do mundo globalizado o novo paradigma produtivo exige pessoas preparadas para atuar no mercado de trabalho. É função de a escola atender as exigências do sistema produtivo, preparar o aluno no uso nas capacidades cognitivas e na formação ética em que possam exercer a cidadania critica.                                                                                                                                                  
       Ainda no primeiro capitulo Libâneo argumenta sobre a formação docente no domínio das tecnologias informação. Segundo o escritor os educadores precisam se alfabetizar em termos científicos e tecnológicos. O professor tem que ensinar o aluno a pensar, ensinar a aprender a aprender, isto é, dar autonomia aos alunos para produzir novos conhecimentos, além de atuar na integração das diversidades culturais.                                                                                                                                                                    
                 Portanto para finalizar a primeira seção o escritor José Carlos Libâneo, relata que é preciso o professor mudar a postura diante das maquinas de informações e incorporar os assuntos escolares com os assuntos reais do cotidiano para que o aluno possa discutir os problemas sociais. Logo para se ter um ensino de qualidade a escola deve atender as exigências do mundo contemporâneo.     
No segundo, capitulo ele vai continuar falando das tecnologias no meio educacional, só que de uma forma mais detalhada, colocando em questão a importância da relação entre escola, docente e tecnologia na aprendizagem.
No começo do texto ele fala da relação que sempre teve entre educação e a comunicação, ou seja, para Libâneo a educação e a comunicação sempre andaram juntas. Assim não pode negar a importância das mídias e multimídias para a sociedade, pois hoje são elas as maiores formadoras de opiniões, diante disso fica clara a necessidade do docente em conhecer e saber utilizar as novas tecnologias para ajudar os seus alunos a utilizar esses novos métodos no seu processo de formação.
Assim, Libâneo nesta unidade vai defender a necessidade dos educadores de si apropriarem-se da tecnologia da comunicação para intervir no processo comunicacional que ocorrer entre professores e alunos, provocando uma reflexão crítica, no qual os alunos possam elaborar e transformar as idéias, sentimentos, atitudes, valores. Diante disso não pode ignorar a tecnologia, mais considera como um conteúdo escolar necessário na aprendizagem.
No terceiro e último capítulo o autor destaca que por vivermos em uma sociedade em constante transformação, as mudanças ocorrem graças ao conhecimento humano no qual se constrói em diferentes aspectos: científicos, tecnológicos, globalizado, novas formas de produção e principalmente na educação onde cada vez mais é exigido uma formação docente inicial e continuada de qualidade capaz de preparar o educador em um ser ativo responsável pelas diferentes formas de construção de conhecimentos no processo de ensino-aprendizagem, pois apesar de todas as transformações ainda há professores desqualificados, principalmente na rede pública de ensino que se limita  em teorias prontas e acabadas. Tanto a escola como o docente deve buscar uma olhar reflexivo. Ao invés de transmissão o educador deve construir sempre sua identidade docente, buscando promover aulas inovadoras no intuito de possibilitar a ambos a construção de pensamento crítico. Sendo assim eles se tornam atualizados, ampliam seus conhecimentos e não são excluídos, independente de suas diferenças da era da modernidade.
Diante do exposto a obra de Libâneo traz uma reflexão acerca do papel do professor mediante as novas exigências educacionais decorrentes da sociedade contemporânea. No decorrer da obra, o autor apresenta argumentos e idéias que mostram a necessidade de uma formação docente de qualidade, que possa atender as demandas da nova realidade social, a qual exige um profissional com competência para saber lidar com as novas tecnologias, com isso, é preciso que o novo profissional da educação, ou seja, o professor possua habilidades para lidar com os meios tecnológicos de comunicação e informação, articulando as mídias e multimídias as suas aulas.
A obra fornece ainda informações importantes sobre o papel do professor, mostrando que este deve cumprir a função de formar o cidadão para a vida e não apenas transmitir conhecimentos, pois o mesmo não perdeu seu papel com o surgimento dos novos meios tecnológicos, ao contrário, é nesse momento que o educador precisa ainda mais continuar sendo o agente fundamental do processo de ensino-aprendizagem.
O autor destaca ainda a importância de se trabalhar os valores éticos na escola, pois o avanço dos meios de comunicação e informação interfere no comportamento das pessoas, nesse sentido é necessário que o professor procure discutir os valores humanos como: o respeito, a solidariedade, e honestidade e outros.
Com sólidos conhecimentos acerca do campo educacional, o autor apresenta detalhadamente a questão das novas exigências educacionais, o novo papel da escola e dos professores, a qualidade do ensino e a formação inicial e continuada de professores, diante da integração dos meios de comunicação no ambiente escolar.
O autor dispõe de uma linguagem de fácil compreensão, tornando a leitura mais agradável e compreensiva para os leitores. As citações feitas pelo autor nos auxiliam para uma melhor compreensão da problemática e nos possibilitam analisar suas posições no decorrer da obra.
Libâneo faz uma crítica a formação teórica isolada da prática e ressalta a importância de se trabalhar a prática relacionada com a teoria nos cursos de formação de professores e aponta ainda sugestões de formas institucionais de articulação entre formação inicial e continuada, enfim, é um livro que apresenta os fundamentos necessários à compreensão da profissão docente no contexto atual.






*UFG, Universidade Federal de Goiás 
           



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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Santa Maria Madalena de Pazzi hoje é dia dela . 29 de maio 2014


Santa Maria Madalena de Pazzi

Dia 29 de maio
História: Seu nome de batismo era Catarina de Pazzi. Ao se tornar carmelita, passou a se chamar Maria Madalena.
Santa Maria Madalena de Pazzi nasceu em uma época de rico florescimento de santos. Madalena escreveu muitas cartas ao Papa, aos cardeais, aos bispos, aos príncipes apontando sempre as causas dos males que afligiam a Igreja na deficiência de seus pastores e dos cristãos.
Essa sua paixão em apontar os erros para vencê-los estava aliada, sem dúvida, a sua grande paixão por Cristo: adquiriu estigmas, teve fenômenos místicos como visões, êxtases, raptos, durante os quais travava questões teológicas.
O livro intitulado “Contemplações” é redigido de uma forma excepcional e´considerado como um importante tratado da teologia mística, enquanto nos revela o itinerário espiritual da Santa Maria Madalena de Pazzi que, aos 18 anos de idade, havia entrado para o Carmelo.
Desde pequenina mostrava-se mais inclinada à devoção do que às brincadeiras infantis. Fez a primeira Comunhão aos dez anos de idade. Sua vida foi toda coroada por visões místicas até a escuridão abissal da aridez espiritual: durante cinco anos ela foi provada na fé, na esperança e na caridade.
Finalmente, em 1690, dia de Pentecostes recebeu novamente a luz do êxtase que a preparava para a prova sucessiva da dor física. Com úlceras dolorosíssimas ainda encontrava forças para repetir: “Padecer e não morrer”. Foi canonizada em 1669.
Oração da Santa Maria Madalena de Pazzi: Ó Deus, que destes grandes graças na vida mística de Santa Maria Madalena de Pazzi, fazei que eu também seja um dócil instrumento em suas mãos para a maior Glória de Vosso Nome. Santa Maria Madalena de Pazzi, rogai por nós.
Devoção: À paixão por Nosso Senhor Cristo
Padroeiro: Dos místicos
Outros Santos do dia: São Marcelino Champagnati (religioso e fund); Restituo e Sisísnio. Martírio e Alexandre, Conão, Teodósia, Gêncio, André, Amon e Sofia (mártires); Máximo, Maximino (bispos); Eleutério (conf) Voto e Felix (ers); Santa Úrsula Ledochowska (rel. fundadora)


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Link EMEIF JOSÉ RAMOS TORRES DE MELO PROVA BRASIL SEXTO SIMULADO DE PORTUGUÊS 4ª SÉRIE / 5º ANO FORTALEZA-CEARÁ dulcilenefigueiredo@gmail.com



http://www.anossaescola.com/cr/testes/DULCE_2013/provabrasilportuguessextosimuladoquintoano2012.htm


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Navegar Proinfo: Pasta de Atividades com o descritor Resolver situa...

Navegar Proinfo: Pasta de Atividades com o descritor Resolver situa...: Atividade 01 Download Atividade 02 Download Atividade 03 Download    

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Modelo de ficha de avaliação de comportamentos e atitudes, participação etc.

http://espacoeducar-liza.blogspot.com.br/2012/06/modelo-de-ficha-de-avaliacao-de.html

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Ficha Avaliativa para Educação Infantil



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FICHA INDIVIDUAL DE AVALIAÇÃO FORMATIVA MATERNAL 2012



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quarta-feira, 28 de maio de 2014

EJA e o professor de matemática




EJA e o professor de matemática

Partindo da ideia de que “Freire coloca o aluno como sujeito, e não como objeto do processo educativo, afirmando sua capacidade de organizar a própria aprendizagem em situações didáticas planejadas pelo professor, num processo interativo, partindo da realidade desse aluno” o professor pode imaginar como dever ser seu fazer em sala de aula. Das diversas contribuições que Paulo deixa para o professor do EJA, a mais significativa é Saber reconhecer nos alunos do EJA “os saberes construídos pelos fazeres”. Os alunos que compõem o EJA têm muito que ensinar e tendo o professor o seu oficio pautado pela mediação pode aproveitar seus “saberes” e construir num processo reflexivo novos conhecimentos e sistematizá-los. Com esse exercício o professor do EJA possibilita um tipo de ensino onde “O aluno irá compreender que os conhecimentos que vai construir na escola têm relação com os já construídos em sua vida cotidiana e como é útil e interessante relacioná-los e ampliá-los”.
O Professor de matemática pode e dever ter um mínimo de criatividade e com ela proporcionar um acolhimento maduro, mas sem perder o lúdico e o prazer da reflexão partindo dos “saberes dos alunos”. Exemplo: Uma dinâmica com caráter reflexivo onde esses alunos possam falar de forma resumida de suas vidas, socializando suas experiências.
Para permanecer no EJA o aluno necessita ser valorizado e cativado a cada dia, por tanto a escola deveria ter uma “educação com caráter emancipatório, libertador, problematizador da realidade”. O professor do EJA deve ser bem capacitado, e isso é outro tipo de trabalho que a escola pode desenvolver, possibilitando cursos de capacitação e diálogos permanentes para os professores que atuam no EJA.
Em suma, trabalhar no EJA é mais do que um oficio é acreditar que podemos aprender em qualquer etapa de nossas vidas. 

Jânio Elpídio de Medeiros, professor de matemática. 


http://janiomedeiros.blogspot.com.br/2011/08/eja-e-o-professor-de-matematica.html

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terça-feira, 27 de maio de 2014

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA REFLEXÃO SOBRE AS PRÁTICAS INFANTILIZADORAS UTILIZADAS NA EJA




Autor 

RESUMO
O texto aborda sobre as práticas infantilizadoras utilizadas na Educação de jovens e adultos, O autor inicia fazendo uma trajetória da EJA no Brasil prossegue falando sobre a andragogia, e busca fazer uma reflexão de com estas práticas estão inseridas na Educação de jovens. Procura também mostrar a influência das praticas infantilizadoras na evasão dos alunos desta modalidade de ensino, e a necessidade de uma nova concepção de ensino aprendizagem para estes alunos.

PALAVRAS CHAVES:
EJA. Práticas infantilizadoras. Andragogia

Introdução

A linguagem utilizada na EJA tem que estar contextualizada e adequada ao jovem e ao adulto. Baseado nesta afirmação e em uma abordagem teórica sobre o assunto que o artigo fundamenta a discussão sobre como esta infantilização ocorre e quais as suas conseqüências e reflexos no ensino aprendizagem do educando da EJA.
Porque utilizar os mesmos métodos e práticas utilizadas no ensino e aprendizagem das crianças com os jovens e adultos? Esta pergunta foi a mola propulsora do presente trabalho.
A educação de jovens e adultos é de grande importância para aqueles a quem faltaram oportunidades, estimulo, tempo, e não puderam estudar no ensino regular, porém devido à forma que muitas vezes é praticada, esta modalidade de educação, faz com que educandos acabem sendo desestimulados e terminem por abandonar os estudos. O fato de eu ter sido aluna da EJA e ter vivenciado o outro lado da questão me ensejou estar fazendo uma abordagem sobre o assunto, pois sempre me causou estranheza a forma com eram ministrados os conteúdos, e o total desprezo aos conhecimentos prévios dos alunos.
Este trabalho é uma revisão bibliográfica e foi elaborado através de pesquisas em artigos científicos, livros, revistas e na Internet. Foi feita também uma pesquisa documental na legislação que regulamenta a EJA no Brasil.
É de grande importância que os profissionais que trabalham nesta modalidade de ensino se apropriem da necessária mudança nas práticas educativas direcionadas aos jovens e adultos. Espero estar dando uma contribuição com este artigo para que este objetivo seja alcançado.
São poucos os trabalhos científicos que tratam da questão das praticas infantilizadoras na EJA. A pretensão deste artigo é estimular mais investigações a respeito do assunto, e também servir de fonte de referência para futuras pesquisas.
Uma mudança nas práticas educativas da EJA fará com que os alunos se sintam mais dispostos a concluir os estudos, o que lhes dará mais chances no mercado de trabalho e mais possibilidades crescimento pessoal.
Oliveira fala sobre a adequação do trabalho a especificidade dos alunos:

Quando Paulo Freire, em Pernambuco, e Moacir de Góes, no Rio Grande do Norte, começaram a desenvolver seus trabalhos de alfabetização, fundamentados em métodos e objetivos que buscavam adequar o trabalho à especificidade dos alunos, começou a emergir a consciência de que alfabetizar adultos requeria o desenvolvimento de um trabalho diferente daquele destinado às crianças nas escolas regulares.

Com base nas ponderações feitas por Oliveira e, Naiff e Naiff entendemos que o trato infantilizado é um dos motivos da evasão nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e parte da concepção de que se deve dar ao estudante, jovem ou adulto, o que ele não teve quando criança. Por causa disso, é preciso também mudar a abordagem e, muitas vezes, o conteúdo. Trabalhar com material didático infantil sem levar em conta as expectativas de aprendizagem e os conhecimentos prévios é uma prática não condizente com o adulto.
Inserida nesse contexto, a escola muitas vezes encontra dificuldades para compreender as particularidades desse público, no qual os motivos que os levam à evasão, ainda no início da juventude, e as motivações que envolvem sua volta à sala de aula são informações preciosas para quem lida com a questão. Deixá-las escapar leva à inadequação do serviço oferecido e a um processo de exclusão que, infelizmente, não será o primeiro na vida de muitos desses alunos, 
A EJA tem de ser encarada como um atendimento específico, que pede um currículo voltado para esta especificidade, contextualizado com a realidade do educando. Só assim os alunos aprendem o que estão fazendo de forma consciente.
Antes de falarmos sobre as práticas infantilizadoras na EJA é necessário falar sobre o que é a EJA e a quem ela se destina e fazermos um breve relato sobre sua historia no Brasil.
Entende-se por Educação de Jovens e Adultos a modalidade integrante da educação básica destinada ao atendimento de alunos que não tiveram, na idade própria, acesso ou continuidade de estudo no ensino fundamental e médio. A denominação "educação de jovens e adultos" substitui o termo ensino supletivo da Lei n.º 5.692/71 e atualmente, no Brasil, compreende o processo de alfabetização, cursos ou exames supletivos nas etapas fundamental e média. Nos documentos legais pertinentes, a EJA é considerada mais do que um direito: é a chave para o século XXI, por ser conseqüência do exercício da cidadania e condição para a participação plena na sociedade, incluindo aí a qualificação e a requalificação profissional.
A constituição Federal brasileira nos artigos 37 e 38 falam para quem se destina, qual são as responsabilidades dos sistemas de ensino, do poder público com relação à Educação de Jovens e Adultos :
Art. 37 - A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. 
Art. 38 - Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. 
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: 
I. no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II. no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. 
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.

No Plano Nacional de Educação, temos como um dos objetivos e prioridades da EJA : 
Garantia de ensino fundamental a todos os que não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram. A erradicação do analfabetismo faz parte dessa prioridade, considerando-se a alfabetização de jovens e adultos como ponto de partida e intrínseca desse nível de ensino. A alfabetização dessa população é entendida no sentido amplo de domínio dos instrumentos básico da cultura letrada, das operações matemáticas elementares, da evolução histórica da sociedade humana, da diversidade do espaço físico e político mundial da constituição brasileira. Envolve, ainda, a formação do cidadão responsável e consciente de seus direitos. 

A educação de adultos no Brasil teve início durante a colonização com a vinda dos jesuítas para o país, sendo praticada com fins religiosos, as praticas catequizadoras e instrucionais eram empregadas em adultos e jovens, tanto nos nativos como nos colonizadores, a diferença se constituía nos objetivos para cada grupo social, com a expulsão dos jesuítas houve a desorganização deste ensino.
Na época do império a educação básica e foi ofertada a todos teoricamente, pois na verdade apenas alguns podiam se beneficiar da educação.
Em 25 de agosto de 1945, a Educação de adultos se torna oficial com a aprovação do Decretonº 19.513. A partir desta data são lançados novos projetos e campanhas visando à alfabetização de jovens e adultos que no período regular não tiveram acesso a educação. Entre eles podemos citar: A Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos-CEAA (1947); o Movimento de Educação de Base ? MEB,
sistema radio educativo que teve a sua criação efetivada na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB) em 1961,sendo este movimento apoiado pelo governo Federal.Tiveram também os Centros Populares de Cultura CPC em 1963 entre outros. A maioria das campanhas e movimentos tinha como objetivo o atendimento aos moradores das regiões menos favorecidas econômica e socialmente e promover a conscientização e integração desta população por meio da alfabetização fazendo uso do sistema Paulo Freire.
Entre os anos de 1964 e 1985 com período do regime militar os movimentos de alfabetização foram reprimidos e foi movida uma perseguição aos seus integrantes pelos aparelhos govenamentais.
Em 1967 o governo autorizou a criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), sendo esta denominação mudada em 1985 para Fundação Educar. A Fundação Educar tem como objetivo principal a erradicação total do analfabetismo no Brasil.
A década de 80 foi marcada pela difusão das pesquisas sobre língua escrita com reflexos positivos na alfabetização de adultos. 
Em 1988, foi promulgada a Constituição, que ampliou o dever do Estado para com a EJA, garantindo o ensino fundamental obrigatório e gratuito para todos.
Na década de 80 os fóruns de EJA começaram a se formar em todo o país.
Em 1996, ocorreu uma intensa mobilização incentivada pelo MEC e pela UNESCO, como forma de preparação para a V CONFITEA. O MEC instituiu, então, uma Comissão Nacional de EJA, para incrementar essa mobilização.
Em 1999, ocorreu o 1º ENEJA, no Rio de Janeiro, onde participaram os Fóruns do Rio, de Minas, do Espírito Santo, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Este primeiro encontro de EJA incentivou outros encontros cada vez com uma participação de um maior numero de fóruns. Em 2006, o VIII ENEJA, em Recife, Pernambuco, com a participação de 26 Fóruns.

As práticas infantilizadoras na EJA

Durante a EJA eu pude observar o quanto era constrangedora a linguagem utilizada pelos professores à colocação de palavras no diminutivo, a maneira como se dirigiam aos alunos com se os mesmos fossem ainda crianças, os mesmos procedimentos utilizados na educação infantil eram utilizados com os adultos. Em Di Pierro o que eu observei na EJA este sintetizado na seguinte afirmação 
(...) o paradigma compensatório acabou por enclausurar a escola para jovens e adultos nas rígidas referências curriculares, metodológicas, de tempo e espaço da escola de crianças e adolescentes, interpondo obstáculos à flexibilização da organização escolar necessária ao atendimento das especificidades desse grupo sociocultural.
Na EJA apesar de haver uma quantidade considerável de bons materiais didáticos para um trabalho com perspectivas baseadas na andragogia ainda são utilizados materiais adequados à educação infantil, não apropriado a educação de 
Jovens e adultos.
Outra prática relacionada à educação infantil e desconsiderar a autonomia do aluno adulto dando ao mesmo um tratamento como se o aluno fosse incapaz de ter idéias próprias e não dando chances de questionar os conteúdos nem se pronunciar a respeito dos métodos adotados na sala de aula, com relação a esta prática Oliveira , fala que: 
Esse é, possivelmente, um dos principais problemas que se apresentam ao trabalho na EJA. Não importando a idade dos alunos, a organização dos conteúdos a serem trabalhados e os modos privilegiados de abordagem dos mesmos seguem as propostas desenvolvidas para as crianças do ensino regular. 
São muitos os problemas gerados pela linguagem utilizada pelos educadores e com a infantilização de pessoas que mesmo não tendo freqüentado a escola no tempo regular tiveram vivencias e experiências acumuladas ao longo da vida e uma grande riqueza de saberes que não podem e nem devem ser ignorados. O uso de palavras no diminutivo e uma das praticas inaceitáveis na EJA, que e bastante utilizada
O hábito do dever de casa que é utilizado no ensino com crianças como estratégia de fixação das matérias, na EJA não condiz com a realidade dos educandos desta modalidade, principalmente quando há uma cobrança excessiva de tais tarefas. Estas cobranças fazem com que os alunos deixem de ir à aula por não ter podido cumprir a tarefa e ficam constrangidos em ser chamada a atenção pelo professor. Com relação a esta prática concordamos com Oliveira quando ela diz:
(...) Porém, me pergunto qual é a possibilidade real que tem um adulto, sem hábitos de lidar com atividades organizadas do modo como o são as escolares e que, na maior parte das vezes, trabalha o dia inteiro, de fazer sozinho o dever de casa. Mais ainda, pergunto-me qual é a função do dever de casa nessas circunstâncias, considerando o fato de que a criação da disciplina no estudo, importante como formação geral das crianças, não se aplica a este público e que a própria idéia de fixação de conteúdos pressupõe uma concepção de aprendizagem inadequada aos objetivos da escolarização de jovens e adultos?

Para um melhor entendimento de com a EJA deve ser efetivada falaremos sobre a andragogia. A palavra andragogia vem do grego, andro=adulto e gogia =estudo.
A andragogia e um instrumento de grande importância na educação de jovens e adultos possibilitando um ensino aprendizagem contextualizado a faixa etária dos educandos desta modalidade.
A história da andragogia tem cerca de cinqüenta anos, durante este tempo foram desenvolvidos trabalhos e pesquisas com o intuito de se compreender sobre a aprendizagem dos adultos e as especificidades relacionadas a esta aprendizagem.
A partir de mil novecentos e cinqüenta algumas idéias começaram a se forma por parte de alguns educadores sobre quais eram as condições favoráveis a facilitar a aprendizagem dos adultos. 
A andragogia se contrapõe ao conceito de pedagogia no sentido que a pedagogia é a ciência que ensina a criança a aprender.
A andragogia tem como base os pressupostos seguintes: A necessidade do saber, onde os adultos têm necessidade de saber por que precisam aprender algo para disporem a aprender. Auto conceito, o aluno se sente autônomo e capaz de tomar suas próprias decisões e se ressente quando alguém o trata como se fosse incapaz. O Papel das Experiências dos Aprendizes, o acumulo de suas múltiplas experiências que têm várias influencias nos seus estudos. Orientação para Aprendizagem centrada na vida. Motivação, motivos mais internos que externos crescimento e desenvolvimento.
Porém muitos educadores a EJA ainda não se apropriaram da importância do modelo andragógico na educação de jovens e adultos e ainda seguem as praticas pedagógicas, práticas inadequadas ao educando adulto. Em relação a estas praticas de ensino 

CHOTGUIS diz que:

O modelo pedagógico, aplicado também ao aprendiz adulto, persistiu através dos tempos chegando até o século presente e foi a base da organização do nosso atual sistema educacional. Esse modelo confere ao professor responsabilidade total para tomar todas as decisões a respeito do que vai ser aprendido, como será aprendido, quando será aprendido e se foi aprendido. É um modelo centrado no professor, deixando ao aprendiz somente o papel submisso de seguir as instruções do professor. 
Com base nas considerações acima o que tem sido desenvolvido nas praticas da EJA tem sido o caminho inverso da andragogia, o professor insiste nas praticas infantilizadoras desrespeitando as vivencias e experiências dos alunos estas prática tais como, utilização de cartilhas, conteúdos descontextualizados da realidade do aluno, desconsideração a seus saberes e a sua maturidade.
Quando os livros didáticos são os mesmos utilizados com as crianças e quando os textos trabalhados em sala de aula não estão contextualizados ao aluno da EJA que já vem trazendo experiências e conhecimentos substanciais, o que acaba ocorrendo é que estes alunos que estão retornando a escola e já passaram por muitas decepções, ao terem os seus conhecimentos desvalorizados acabam se sentindo desestimulados. E nesta perspectiva que o material pedagógico precisa ter um conteúdo apropriado, as aulas precisam corresponder às expectativas do sujeito respeitando e valorizando as experiências que os alunos trazem para o contexto escolar. 
Com a efetivação de um trabalho diferenciado do trabalho realizado com a clientela infantil,um trabalho desenvolvido levando em consideração a bagagem dos estudantes,propondo discussões em sala de aula através de filmes,leituras de textos contextualizados a realidade dos alunos e as questões políticas,sociais e econômicas atuais ,utilizando outros recursos que colaborem para a construção do conhecimento formal,enfim fazendo uso de uma abordagem dinâmica e permitindo uma participação dos aluno e uma interação entre eles possibilitara uma maior eficiência da EJA. É com esta visão a respeito da EJA que Vichessi e Diniz afirmam que:
O processo de alfabetização das turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) está ancorado em práticas indispensáveis de leitura e escrita que também são desenvolvidas com as crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental. Isso não quer dizer que o professor vá trabalhar lançando mão dos mesmos materiais e estratégias com públicos tão distintos. Não faz sentido. Esse é, inclusive, um dos motivos que levam os mais velhos a fracassar e abandonar a escola 

CONCLUSÃO

Com base no material pesquisado cheguei às seguintes conclusões a respeito das práticas infantilizadoras utilizadas na EJA. Estas práticas estão associadas à linguagem utilizada com os adultos e que não condizem com a sua condição adulta, materiais didáticos inadequados, conteúdos contextualizados ao mundo infantil e a própria atitude do educador em relação ao educando.
A EJA esta perpassada por práticas infantilizadoras que ignoram os conhecimentos as experiências e as vivencias que estes alunos trazem consigo. Faz-se necessário que uma concepção andragógica esteja presente no ensino aprendizagem dos alunos da EJA.
É preciso também uma maior ênfase a EJA nos cursos de pedagogia.
Adultos e crianças tem necessidades e anseios diferentes e também diferentes devem ser as praticas de ensino dirigido a estes dois grupos distintos.
Os métodos de ensino aprendizagem, os procedimentos é os materiais didáticos tem que estar contextualizados com a realidade dos educandos desta modalidade de ensino.
As práticas infantilizadoras são motivas de evasão dos adultos.
È preciso considerar as vivencias e experiências que os alunos da EJA trazem para o contexto escolar.
Quando o material didático e o conteúdo da aula não atende as expectativas do educando ele acaba se desinteressando,
As abordagens na EJA são feitas dentro de uma visão compensatória e direcionadas por praticas pedagógicas que se contrapõem as práticas andragógicas 



REFERÊNCIAS:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 21. ed. São Paulo: Saraiva,
1999.


CHOTGUIS, José, Andragogia: arte e ciência na aprendizagem de adultos. Coordenação de Integração de Políticas de Educação a distância. UFPR. S/D. p.1



DI PIERRO, M. C. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas públicas de Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Educação e Sociedade, São Paulo, v. 26, n. 92, p. 1115-1139, especial out. 2005. 

Ministério da Educação e Cultura. Plano Nacional de Educação: proposta do
Executivo ao Congresso Nacional. Brasília: MEC/Inep, 1998.



NAIFF, Luciene Alves Miguez and NAIFF, Denis Giovani Monteiro. Educação de jovens e adultos em uma análise psicossocial: representações e práticas sociais. Psicol. Soc. [online]. 2008, vol.20, n.3, pp. 402-407

OLIVEIRA, Inês Barbosa de .Reflexões acerca da organização curricular e das práticas pedagógicas na EJA.Educ.rev.,2007.n°29,p.92


VICHESSI, Beatriz e DINIZ, Melissa. Prática adequada aos adultos. Revista escola. 2009 ed. Abril






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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Avaliação do Ensino Médio? Algumas reflexões sobre o Enem e as avaliações externas



Avaliação do Ensino Médio? Algumas reflexões sobre o Enem e as avaliações externas

Alguns pontos me chamaram a atenção em relação ao Enem e vou destacá-los a seguir. Os pontos abaixo talvez tenham um aspecto mais crítico, no entanto, não se deseja aqui apontar que A ou B não está fazendo um bom trabalho. O Enem e as análises que foram feitas sobre ele têm os seus aspectos positivos, assim como alguns avanços ocorreram na Educação brasileira nos últimos anos, mas apenas nos debruçando sobre os problemas que poderemos avançar.
  • Por que tantos veículos da mídia tentam mostrar uma diferença de qualidade entre escolas particulares e públicas maior do que ela realmente é? Como seria o resultado das escolas particulares se elas atendessem um alto percentual de alunos com pais com baixa escolaridade e que possuem poucos insumos educacionais em casa?
  • Por que não reconhecemos as limitações de determinadas avaliações e não procuramos verificar de fato o que elas podem apontar? Sabe-se, por exemplo, que a evolução dos alunos brasileiros em avaliações externas foi impactada positivamente pela cultura de avaliações. Isto é, com o aluno já estando acostumado a fazer provas extensas e a ser avaliado ele rende melhor em uma avaliação desse tipo. Muitas vezes esse aspecto é comemorado por especialistas. Claro que esse é um fenômeno positivo e importante, já que para o ingresso ao Ensino Superior será exigido do aluno saber lidar com avaliações com características semelhantes, no entanto, o que realmente importa saber é se o nível de aprendizado dos alunos melhorou, onde melhorou e porque melhorou. Dizer também, por exemplo, que a média do Enem pode cair caso um maior percentual de alunos faça a prova nos próximos anos é reconhecer que os resultados desse ano superestimam o nível de aprendizado dos alunos do Brasil. Por que não dizer isso claramente?
  • Por que não há uma divulgação maior em relação às certificações que o Enem fornece a maiores de 18 anos que obtêm mais que 400 pontos em cada uma das quatro áreas do conhecimento avaliadas? Vejo que tendo essa missão de certificar o Enem talvez devesse ter algumas modificações, mas dada a barreira que é apresentada a pessoas que não possuem o Ensino Médio completo não me parece razoável não fazer com que uma informação que poderia auxiliar tantas pessoas chegue a toda a sociedade.
  • Se grande parte dos estudiosos concordam que o Enem não é capaz de avaliar o Ensino Médio por que se buscam com base em dados tão simples inferências sobre a qualidade das escolas brasileiras que não são possíveis de se fazer de forma adequada? Detalhando mais algumas informações é possível fazer algumas análises, mas apenas apontando que a média subiu 10 pontos isso não me parece possível.
  • Por que algumas análises de algumas avaliações educacionais ficam na mesmice de dizer que “os resultados apontaram que o Brasil está evoluindo, mas em um ritmo lento”? Embora muitas pessoas que eu respeito e admiro façam essa leitura, peço que me desculpem, mas nenhuma avaliação pode nem deve apontar só isso. A pequena evolução nos níveis de aprendizado dos alunos brasileiros apontada, por exemplo, nos resultados da Prova Brasil, é um diagnóstico que poderia muito bem ser feito sem uma avaliação externa. Seria de se estranhar se os resultados mostrassem algo diferente dado o que vemos acontecendo na Educação brasileira. As avaliações ao meu ver servem para esmiuçar onde estão os problemas, poder identificar quais sistemas educacionais estão funcionando, que tipo de política pública provocou um efeito positivo, etc. Com uma academia que pouco influencia políticas públicas e com a não divulgação de dados importantes como, por exemplo, os microdados da Prova Brasil 2009, estamos longe de utilizarmos adequadamente as informações que uma avaliação em larga escala permite que sejam extraídas.
  • Se os resultados do Pisa 2009 mostram que os países que mais evoluíram no Pisa conseguiram isso graças à evolução de seus piores alunos e a promoção de uma maior equidade, como queremos estimar a nossa evolução nos próximos anos com base em uma avaliação em que a maioria dos alunos mais vulneráveis e com menor nível de aprendizado não fez a prova?
Nos próximos posts vou começar a apresentar algumas análises sobre o Enem desenvolvidas para matéria da Revista Época que chegou às bancas hoje. As análises mostram que as escolas que mais precisam ser diagnosticadas não são, e como o perfil dos alunos que fazem o Enem é muito distinto do perfil dos alunos que estão no Ensino Médio. As escolas que têm menor participação são as que têm mais alunos atrasados e vulneráveis socialmente, notas mais baixas, etc. Não podemos dizer que uma prova que de certa forma ignora essas escolas e alunos avalia o Ensino Médio.

fonte; http://estudandoeducacao.com/2011/09/17/avaliacao-do-ensino-medio-algumas-reflexoes-sobre-o-enem-e-as-avaliacoes-externas/

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