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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Iniciação Científica


Destaques - CM News

Por que Iniciação Científica?
Fonte: Universia

11/09/2006 - Mais do que tratar de pesquisa, programa amplia visão de mundo

Por Lilian Burgardt

Encontrar um novato no ambiente universitário que saiba dizer o que é Iniciação Científica, e mais, que queira, logo de cara, se envolver com um projeto como esse, embora não seja missão das mais simples, já não é uma tarefa impossível. É verdade que, durante muito tempo, o nome transmitia - ao menos aos mais descolados - a imagem de um mundo estranho e restrito apenas aos nerds do terceiro grau. Em alguns casos, até os filmes costumavam reforçar tal teoria. Hoje, porém, a Iniciação Científica aponta sinais de amplo crescimento no ambiente universitário, provando que está muito longe de ser um clubinho fechado para a formação de futuros cientistas malucos.

No último mês de agosto, especialistas do Brasil inteiro se reuniram para discutir a Política Nacional de Iniciação Científica e apresentaram estatísticas de um crescimento expressivo. Para se ter uma idéia, só o Pibic/CNPq (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) saltou de 12.984 alunos, em 2002, para 17.958, neste ano de 2006. O número de instituições participantes também teve evolução significativa no período, passando de 118 para 217, com uma melhor distribuição regional e crescimento mais acelerado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

A Iniciação Científica na visão de especialistas

- Garante mais visão de mundo ao estudante;

- Incentiva estudantes a participar de eventos e congresso sobre sua área de estudos;

- Melhora a concentração e a organização;

- Ensina, na prática, o estudante a lidar com imprevistos;

- Estimula o desenvolvimento do espírito crítico e da criatividade;

- Permite maior troca de informações entre aluno e professor.

Especialistas defendem que os resultados são muito positivos para o País, destacando que a Política Nacional de Iniciação Científica desponta como modelo de qualidade internacional. Além disso, revelam que há um incentivo para cada vez mais jovens se envolverem com Ciência, garantindo não só o desenvolvimento científico e, por consequência, o avanço do Brasil, mas seu próprio crescimento profissional e pessoal. "Quem faz iniciação científica, sem dúvida, está um passo à frente em relação à visão de mundo. Sem contar o que se ganha em termos de organização pessoal", reforça o chefe do departamento de pesquisa da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), Rogério Corrêa.

Mas será mesmo? Durante muito tempo, a idéia que se difundia sobre a Iniciação Científica era a de que seu único objetivo seria formar pesquisadores ou docentes universitários. O próprio presidente do CNPq, Erney Camargo, já declarou que apostar na Iniciação Científica ainda é o caminho mais curto para que o jovem ingresse na carreira de pesquisa acadêmica ou docência. Apesar disso ser uma constante, é fato que o horizonte está cada vez mais amplo. Ao contrário do passado, estudantes interessados em exercer sua profissão, sejam médicos, biblioteconomistas, psicólogos ou fisioterapeutas, já podem optar pela Iniciação para contar com uma experiência a mais na carreira, além do estágio. Tanto é que, hoje, até mesmo os pró-reitores de pesquisa de grandes instituições de Ensino Superior reconhecem que a aplicação do conhecimento adquirido durante o programa, ainda na graduação, não se limita apenas à carreira acadêmica.

Segundo o pró-reitor de pesquisa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Daniel Pereira, não há dúvida que a atividade seja de extrema relevância no sentido de uma melhor formação dos estudantes e de sua atualização dos conceitos associados à Ciência, mas ela se torna diferencial ao passo que confere ao jovem a oportunidade de ver como se aplica o método científico, além de incentivar com que ele participe de congressos e eventos que promovam discussões e reflexões sobre sua área de estudos e sua futura área de trabalho. "Dificilmente você encontra estudantes que participem de eventos e congressos sobre sua área de atuação. Isso é amplamente incentivado na Iniciação Científica e tem grande valia para a formação profissional", destaca o pró-reitor.

O presidente da Conaic (Comissão Nacional de Avaliação de Iniciação Científica), Isaac Roitman, acredita que é um erro dizer que o programa serve apenas para formar recursos humanos para o universo acadêmico. Em sua opinião, este tipo de programa amplia a visão de mundo do estudante, influenciando, inclusive, sua forma de atuação no mercado de trabalho. "A Iniciação não se propõe, apenas, a desenvolver o universitário a fim de formá-lo um futuro cientista ou professor. Ela melhora seu rendimento em sala de aula, ajuda o aluno a se organizar e se concentrar melhor, fatores que podem ser diferenciais competitivos no seu trabalho, além de desenvolver o espírito crítico e a criatividade, que também são benéficos para qualquer profissão", defende.

O chefe do departamento de pesquisa da Univali acrescenta que a pesquisa na Iniciação Científica - por se tratar de um instrumento de formação e de qualificação - confere ao estudante uma formação diferenciada, ensinando-o, entre outras questões, a ter mais destreza para enfrentar desafios, uma vez que se verá obrigado a lidar e driblar situações inesperadas. "Nem sempre tudo sai conforme o planejado. E aí? Este estudante terá mais facilidade para enfrentar dificuldades e eventuais desvios de percurso para finalizar seu projeto. Isto lhe dará mais maturidade e confiança emocional, características que também são determinantes para o sucesso profissional", revela Corrêa.

Fora isso, defendem especialistas, ainda na graduação, a Iniciação Científica pemite uma troca de experiências com o professor que não é tão estimulada em sala de aula. Assim, o aluno tem a oportunidade de "sugar" ainda mais o conhecimento do mestre aprendendo como aplicar isso em seu dia-a-dia. "Durante a aula, a gente sabe que nem todos os alunos conseguem tirar suas dúvidas com o professor, pedir conselhos, dicas de leitura, entre outras questões que são fundamentais para enriquecer seu aprendizado. A Iniciação Científica pode suprir esta deficiência", diz Roitman. O pró-reitor da Unicamp complementa que se trata de uma alternativa para entender o que é método científico, como aplicá-lo e obter bons resultados. "É uma oportunidade dos estudantes verem, na pática, como se aplica o método científico e participar de um ambiente de investigação logo nos primeiros anos da graduação."

Desde o segundo ano da graduação fazendo Iniciação Científica, o estudante de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Maurício Durigan, 21 anos, (foto à esquerda) não tem dúvida sobre as vantagens de ter investido no programa. Ele conta que se sente muito mais seguro para apresentar projetos, já que a todo momento é obrigado a mostrar o resultado de seu trabalho para professores e colegas, como também, se sente muito mais responsável. "Não posso simplesmente não entregar na data estipulada ou simplemesmente deixar de fazer, como acontece com muito estudante da graduação. Aqui, meu compromisso é sério, existe toda uma equipe que conta comigo", pondera.

Não é à toa que maturidade e responsabilidade são as principais características que Durigan acredita ter adquirido ao longo da Iniciação e que farão grande diferença em sua vida pessoal e profissional. Assim, embora ele diga que pretende seguir carreira acadêmica, também quer viver uma experiência na iniciativa privada, a fim de testar seu comprometimento com resultados, colocado à prova, a todo momento, durante a Iniciação. "Por enquanto, minha idéia é seguir carreira acadêmica, mas isso não quer dizer que não pretendo ter uma experiência na indústria. Hoje, com esta onda de preocupação com o meio-ambiente, há mais campo para os biólogos na iniciativa privada. Quero experimentar este desafio", conclui.

Ao contrário de Durigan, a estudante de Música (Canto Erudito), Beatriz Benesi Emboaba Moreira, 20 anos (foto à direita) - também da Unicamp - diz que não pretende seguir carreira acadêmica. Para ela, a Iniciação Científica não se resume a direcionar o estudante para esta atuação, trata-se mais de uma oportunidade de enriquecimento acadêmico e de aprofundamento. "Sem dúvida, eu recomendaria a Iniciação Científica para os estudantes de graduação. A metodologia e o cronograma do projeto ajudaram a tornar meu estudo mais objetivo", afirma.

TIRANDO O MELHOR DA INICIAÇÃO

Por Lilian Burgardt

Para aproveitar melhor a Iniciação Científica, o estudante deve ter em mente duas questões primordiais: a escolha do tema e, também, de seu orientador. Para especialistas, estes dois itens serão decisivos para o bom andamento de um projeto. Aí, tanto faz se o aluno tem uma idéia brilhante e seu orientador indica os caminhos para que ela saia do papel, ou se o aluno vai pegar um projeto já em andamento, contribuindo com seu aprendizando para a evolução do trabalho. "Nem todo o aluno tem uma idéia maravilhosa, isso é importante lembrar. Mas isso não significa que ele terá seu trabalho comprometido. Basta se engajar em uma causa em que se identifique e realmente acredite", afirma o presidente da Conaic (Comissão Nacional de Avaliação de Iniciação Científica), Isaac Roitman.

Foi assim que aconteceu com o estudante de Biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Mauricio Durigan, 21 anos. Interessado em uma determinada disciplina, o jovem começou a conversar mais com sua professora até ser convidado a participar de um projeto de Iniciação Científica. "O interesse pode vir por parte do professor, diante da motivação demonstrada pelo aluno", destaca. Quem entende do assunto reforça que na hora de fechar a linha temática vale qualquer tema, pode ser uma simples curiosidade, ou mesmo um tema do momento que desperte sua atenção.

Dicas para se dar bem na Iniciação

- Converse com professores para saber quais linhas de pesquisa são interessantes e têm vagas;

- Leve adiante sua idéia de pesquisa. Muitas vezes, ela pode se tornar um estudo;

- Escolha com cuidado seu orientador. Ele será o grande responsável pelo seu interesse no projeto;

- Aprenda a estabelecer metas e a cumprí-las;

- Priorize linhas temáticas que não sejam muito abrangentes ou ainda não tenha sido estudadas;

Quanto à escolha do orientador, o aluno precisa tomar alguns cuidados. Segundo Roitman, existem professores que acabam se valendo do interesse do estudante para enriquecer seu trabalho de pesquisa por meio da exploração da mão-de-obra barata. Aí, fazer parte de uma equipe não vale à pena. "O estudante precisa se sentir parte de um projeto e perceber quando ele está ali para somar e para crescer", alerta. "Tem muito orientador bom, mais até do que ruins, eu diria. Mas é preciso escolher muito bem o mestre", reforça.

Caso você seja um bolsista de programas como o Pibit (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) ou Pibit (Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação Tecnológica) do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o leque de opções para a escolha de seu orientador é ainda mais amplo, uma vez que você pode optar por professores de outras Instituições de Ensino Superior. "O estudante deve escolher o orientador de acordo com sua linha de pesquisa. Se ele for de outra universidade ou cidade, ok, desde que tenha disponibilidade para acompanhar o trabalho sem comprometê-lo", explica Roitman.

A estudante de Música (Canto Erudito), Beatriz Benesi Emboaba Moreira, 20 anos, também da Unicamp, se aproximou de sua linha de pesquisa graças ao auxílio de uma professora que, mais tarde, viria a ser orientadora de seu trabalho. "Quando entrei na Unicamp, não sabia o que era Iniciação Científica. Comecei a ouvir a respeito disso a partir de colegas e resolvi me informar com minha professora de canto, que é minha orientadora. Foi ela quem me sugeriu o tema, já que ela está envolvida com projetos de pesquisa sobre a música brasileira", lembra.

Desde 2005, a jovem trabalha com o projeto "Coleção de Modinhas de bom gosto compostas e arranjadas para piano-forte por J.F.Leal: uma análise poético musical para performance". Segundo Beatriz, o projeto está sendo determinante em sua carreira acadêmica. Para não perder o fio da meada, a estudante estipula metas e é categórica ao cumprir etapa por etapa. "Assim, é possível saber o quanto eu progredi em determinado tempo", explica. Como dica para os futuros pesquisadores de Iniciação Científica, a jovem destaca dois fatores que farão toda a diferença na hora de tocar o projeto adiante: escolher um tema não muito abrangente (a seu gosto) e que ainda não tenha sido muito estudado. "Dessa forma a pesquisa irá contribuir para o desenvolvimento do assunto, sendo instigante para o estudante", diz.

Descentralização da Iniciação

O estudante tem que entender, também, que as linhas de pesquisa variam de acordo com o potencial da instituição de ensino. Na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por exemplo, os programa de Iniciação Cientifica são bastante diversificados e, em geral, envolvem todas as áreas do conhecimento. Segundo o pró-reitor de pesquisa da instituição, Daniel Pereira, o estudante pode optar por programas tanto nas área de Humanidades, permeando também o grupo das Ciências Exatas e Biológicas, com Medicina, Biologia e Física, entre outras áreas do conhecimento. "É um leque bastante abrangente. Para se ter uma idéia, neste ano, tivemos 1.293 projetos para avaliar e conceder bolsas", conta.

Já nas instituições privadas, que geralmente não têm centros de pesquisa em diferentes área do conhecimento, o aluno poderá ficar um pouco mais limitado, embora isto não se configure em um revés, na opinião de especialistas. Na UniSant"Anna, por exemplo, instituição localizada na capital paulista, é recente o movimento em prol da Iniciação Científica e as áreas contempladas com maior força correspondem aos cursos da área de Saúde. "É interessante que as instituições privadas comecem a se movimentar em prol da Iniciação Científica. Mesmo sem grandes centros de excelência, podem desenvolver bons trabalhos se forem feitos investimentos em recursos humanos e em infra-estrutura", encerra Roitman.

http://www.faibi.com.br/noticias/2006/setembro/11.htm#23578
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