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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Obra da Barsa Planeta retoma a riqueza dos dicionários de sinônimos e antônimos para quem quer expressar-se com precisão


A luz dos sinônimos

Obra da Barsa Planeta retoma a riqueza dos dicionários de sinônimos e antônimos para quem quer expressar-se com precisão

Josué Machado


Dicionários que ofereçam tanto o sinônimo como o antônimo de uma palavra podem acrescentar a faísca que falta para dar precisão e qualidade a uma frase. Desde o ano passado, com o lançamento pela Barsa Planeta Editorial da mais recente das obras do gênero, o acervo aumentou. O livro se apresenta como diferente dos outros já na divisão em duas partes: dicionário de sinônimos, obviamente maior, nas primeiras 286 páginas, e de antônimos nas seguintes, até a final de número 369. Outras obras do gênero agrupam no mesmo verbete os sinônimos e, quando ocorrem, os antônimos.

Como a maioria dos dicionários desse tipo, o da Barsa Planeta não registra a categoria gramatical (substantivo, adjetivo, verbo, etc.); só Houaiss (Publifolha, 2ª. edição, 2008) eMichaelis (Melhoramentos, 3ª. edição, 2010) fazem isso. O Barsa Planeta também não é dos mais abundantes, isto é, tem menos entradas do que a maioria, apesar do formato maior, semelhante ao dos grandes dicionários Aurélio e Houaiss (aproximadamente 22,5 x 29 cm), como se vê no quadro.

A maioria tem formato mais comum de aproximadamente 16 ou 17 por 23 ou 24 centímetros. O formato maior do dicionário de sinônimos e antônimos da Barsa Planeta se deve ao fato de ele ser um dos quatro volumes do Grande Dicionário Barsa da Língua Portuguesa (dois do dicionário, um de sinônimos e antônimos e um manual de redação); integra o conjunto um DVD-ROM. O de sinônimos e antônimos tem menos entradas por estar de acordo com o projeto que "procurou reunir o repertório usual na fala brasileira contemporânea".

Os dicionários analisados nesta apresentação comparativa dão ideia da oferta de obras dessa espécie. Todos têm capa dura, com exceção do Michaelis e do Ediouro, que têm formato de bolso. E o papel usado no dicionário do padre Artur Schwab é muito ruim, como, aliás, o dos outros dicionários da Fundação Nacional de Material Escolar do então Ministério de Educação e Cultura durante o governo militar.

Em relação às entradas, isto é, palavras que encabeçam cada verbete, seis dos dicionários aqui analisados anunciam os números. Embora não seja comprovável, o mais amplo e abrangente é o de Agenor Costa, seguido pelo do padre Artur Schwab. O de Schwab e o Michaelis, além disso, registram muitos exemplos de uso, mais do que o Houaiss e o de Barbosa.

O vasto dicionário de Agenor Costa, com seus cinco volumes, está longe de ser seletivo. Na apresentação, Costa, que nasceu em 1896, conta que o começou em 1918 e nele se fixou por trinta anos, coligindo obsessivamente palavras nos dicionários disponíveis: Cândido Figueiredo, Caldas Aulete, Morais, Silva Bastos, Frei Domingos Vieira, Pequeno Dicionário Brasileiro, Jayme de Séguier, Dicionário de Expressões e Modismos (dele mesmo), Lelo Popular, Eduardo Pinheiro e Francisco Torrinha. Passou, então, a II Guerra Mundial (1939-1945) datilografando 2.183.760 fichas que resultaram em seu dicionário. (Quem as teria contado e por quanto tempo?)

Antigos e novos
Alguns dos antigos - o de Simões Fonseca e o de Mendes de Morais -, por exemplo, já se tornaram artigos raros de sebos, para colecionadores. A vantagem dos recentes é a organização científica -, feita por lexicólogos experientes, com recursos informáticos -, e a atualidade, já que se preocuparam em registrar palavras de uso atual mais frequente, até neologismos, entre os quais os científicos e os ligados à computação.

E os únicos aqui citados que estão de acordo com a renovação ortográfica em vigor desde 2009 são o da BarsaPlaneta, o Houaiss e o Michaelis. Os três, aliás, indicam a ortoépia (a melhor pronúncia). Mas todos são resultantes de trabalho paciente e cuidadoso, por isso são ótimos complementos dos dicionários gerais e essenciais para quem quer encontrar a palavra exata.

A especificidade de Antenor Nascentes
O Dicionário de Sinônimos de Antenor Nascentes vai muito além da sinonímia: em cada entrada registra os sinônimos e ainda os define, aponta diferenças às vezes sutis entre eles e dá exemplos de uso. Curioso foi o interesse do autor pelo nome de espécies botânicas e zoológicas, dos quais registrou centenas. Um verbete ao acaso:

"Anoso, antigo, idoso, velho - Anoso é o que conta muitos anos de existência; geralmente não se aplica a pessoas: anosas oliveirasAntigo é o que pela velhice saiu de uso: 'As modas antigas parecem ridículas;' Idoso é o que conta muita idade, muitos anos de existência como anoso, mas aplica-se a pessoas: 'Esta senhora idosa ainda se conserva lúcida'. Velho é o que se mostra gasto pelo tempo: 'Os velhos gostam de guardar coisas velhas'."

Pelo plano da obra, os sinônimos antigoidoso e velho não entram mais em verbetes e são registrados no imenso índice remissivo. Daí porque há apenas um verbete iniciado com x, mas 21 no índice remissivo; e quatro com z, mas 34 no índice remissivo. Esse índice tem 118 páginas, com duas colunas de sinônimos em cada uma.

A enumeração da Ediouro e do Houaiss
O curioso do trabalho de Barbosa, que a Ediouro batizou como Grande Dicionário de Sinônimos e Antônimos, apesar do pequeno formato (12 x 21 cm), é a enumeração, com mudança de linha, dos sinônimos quando têm acepção diferente. Por exemplo, o verbete "fatal":
  1. Irrevogável, decisivo: Desfecho fatal.
  2. Improrrogável, inadiável, final: Prazo fatal. Ant. Adiável.
  3. Funesto, desastroso, sinistro, nocivo, nefasto, ruinoso. Ambição fatalAnt.Venturoso, ditoso.
  4. Mortal: Tiro fatal.
Ótimo trabalho, do ponto de vista didático, aproveitando o espaço por causa da tipologia reduzida.

No excelente Houaiss, criado pela equipe de alto nível do Instituto Houaiss comandada pelo lexicólogo Mauro Villar, as diferentes acepções são numeradas, mas sem mudança de linha; no Francisco Fernandes e no Francisco Fernandes/Luft, a mudança de acepção é marcada por ponto final, como no do Padre Schwab e no Michaelis; no de Agenor Costa, por ponto e vírgula; e no Barsa/Planeta, por barras (/).

Comparação entre letras
O número de entradas dos dicionários em cada uma das letras x e z
Para dar ideia do número de entradas dos dicionários, pode-se fazer a contagem delas em relação a duas letras, só para comparar: X e Z. É óbvio, no entanto, que uma comparação numérica como essa não serve de avaliação qualitativa.
DICIONÁRIO
LETRA X
LETRA Z
Agenor Costa
217 entradas
448 entradas
Arthur Schwab
63 entradas
136 entradas
Osmar Barbosa
50 entradas
122 entradas
Michaelis
40 entradas
118 entradas
Francisco Fernandes/Celso Luft
32 entradas
108 entradas
Houaiss
31 entradas
66 entradas
Barsa/Planeta
24 entradas de sinônimos e 4 de antônimos; excluindo-se, no entanto, xaroposo, xingar e xucro, que já aparecem entre as entradas de sinônimos, são 25 as entradas de x (Curioso é que xingatório aparece só entre antônimos.)
62 entradas
Francisco Fernandes antigo
22 entradas
59 entradas
Antenor Nascentes (só sinônimos
1 entrada
4 entradas

Os complementos do Michaelis
O Michaelis (1ª. edição de 1990), com seu pequeno formato, surpreende pela riqueza de detalhes, como o Houaiss, ainda mais por ter sido trabalhado nos fundamentos aparentemente por uma só pessoa, o lexicólogo André Guilherme Polito, que o assina, ao contrário do Houaiss, feito por uma grande equipe. Além das didáticas explicações sobre a prática do dicionário, o Michaelis tem uma longa relação de homônimos e parônimos, com suas definições, nas últimas 30 páginas - o que é muito, tendo em vista a pequena tipologia. (Homônimos são vocábulos idênticos na grafia e diferentes no significado; os parônimos são quase homônimos, mas diferem na grafia, na pronúncia e no significado.) Por exemplo: "Acento sm maior intensidade de uma sílaba.Assento sm cadeira; flex v assentar (eu assento)." As abreviaturas são sm, substantivo masculino; flex, flexão; v, verbo. 




FONTE http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12331.

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