quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Entrevista com Cipriano Carlos Luckesi

Planejamento e Avaliação

AvaliaçãoSala de aula
Edição 191 | 04/2006

Entrevista com Cipriano Carlos Luckesi

Provas e exames, segundo o educador, são apenas instrumentos de classificação e seleção, que não contribuem para a qualidade do aprendizado nem para o acesso de todos ao sistema de ensino

Márcio Ferrari (Márcio Ferrari)
"Eu proponho que as escolas 
invistam em uma prática 
pedagógica construtiva e 
paralelamente treinem 
para o vestibular" 
Foto: Edson Ruiz
Cipriano Carlos Luckesi é um dos nomes de referência em avaliação da aprendizagem escolar, assunto no qual se especializou ao longo de quatro décadas. Nessa trajetória, que começou pelo conhecimento técnico dos instrumentos de medição de aproveitamento, o educador avançou para o aprofundamento das questões teóricas, chegando à seguinte definição de avaliação escolar: "Um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão". Portanto, segundo essa concepção, não há avaliação se ela não trouxer um diagnóstico que contribua para melhorar a aprendizagem. Atingido esse ponto, Luckesi passou a estudar as implicações políticas da avaliação, suas relações com o planejamento e a prática de ensino e, finalmente, seus aspectos psicológicos. As conclusões do professor paulista, que vive desde 1970 em Salvador, apontam para a superação de toda uma cultura escolar que ainda relaciona avaliação com exames e reprovação. "Estamos trilhando um novo caminho, que precisa de tempo para ser sedimentado", diz. Luckesi, que é professor aposentado, orientador de pós-graduandos e integrante do Grupo de Pesquisa em Educação e Ludicidade da Universidade Federal da Bahia, concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.

Como é feita, hoje, a avaliação de aprendizagem escolar? 
A maioria das escolas promove exames, que não são uma prática de avaliação. O ato de examinar é classificatório e seletivo. A avaliação, ao contrário, diagnóstica e inclusiva. Hoje aplicamos instrumentos de qualidade duvidosa: corrigimos provas e contamos os pontos para concluir se o aluno será aprovado ou reprovado. O processo foi concebido para que alguns estudantes sejam incluídos e outros, excluídos. Do ponto de vista político-pedagógico, é uma tradição antidemocrática e autoritária, porque centrada na pessoa do professor e no sistema de ensino, não em quem aprende. 

Que métodos devem ser usados? 
A avaliação é constituída de instrumentos de diagnóstico, que levam a uma intervenção visando à melhoria da aprendizagem. Se ela for obtida, o estudante será sempre aprovado, por ter adquirido os conhecimentos e habilidades necessários. A avaliação é inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo à frente. Essa concepção político-pedagógica é para todos os alunos e por outro lado é um ato dialógico, que implica necessariamente uma negociação entre o professor e o estudante. 

Por que se insiste na aplicação de provas e exames? 
Nós, educadores do início do século 21, somos herdeiros do século 17. O modelo atual foi sistematizado na época da emergência da burguesia e da sociedade moderna. Se analisarmos documentos daquele tempo, como o Ratio Studiorum, dos padres da ordem dos jesuítas, ou a Didactica Magna, do educador tcheco Comênio, veremos que o modelo classificatório que praticamos hoje foi concebido ali. Muitos outros educadores propuseram coisas diferentes desde então, mas nenhuma dessas pedagogias conseguiu ter a vigência da pedagogia tradicional, que responde a um modelo seletivo e excludente. Existem também razões psicológicas para a insistência nos velhos métodos de avaliação: o professor é muito examinado durante sua vida de estudante e, ao se tornar profissional, tende a repetir esse comportamento. 

Existe alguma justificativa pedagógica para o recurso da reprovação? 
Do ponto de vista pedagógico, de fato, não existe nenhuma razão cabível. A reprovação é um fenômeno que, historicamente, tem a ver com a ideologia de que, se o estudante não aprende, isso se dá exclusivamente por responsabilidade dele. As frases reveladoras são aquelas do gênero "eles não querem mais nada", "não estudam", "não têm interesse" etc. Muitas outras razões, além do próprio aluno, podem conduzir ao fracasso escolar, como as políticas públicas que investem pouco no professor e no ensino, com baixos salários e problemas de infra-estrutura. O recurso da reprovação não existe em sistemas escolares de países que efetivamente investem na qualidade da aprendizagem. 

O que revelam os altos índices de reprovação, sobretudo na 1ª série? 
Há aspectos internos e externos à escola. Os externos são a escassez de recursos e as más condições de ensino. Os fatores internos dizem respeito à relação professor-aluno. O professor ensina uma coisa, o estudante entende outra; ensina de uma forma e solicita que seja colocada em prática de outra; ou não usa atividades inseridas no contexto do aluno. Por exemplo: nas séries iniciais, o programa prevê o aprendizado de números múltiplos. Então pergunta-se no teste: "Quais os números menores de 200 múltiplos de 4 e de 6?" A parte que fala em "menores de 200" só está lá para confundir o aluno e complicar a questão. Muitas crianças são reprovadas porque o instrumento de avaliação é malfeito e as conduz ao erro. 

Por que tanta repetência na fase de alfabetização? 
Existem estudos estatísticos mostrando que o tempo médio de alfabetização no Brasil é de 22 meses. Em algumas regiões, alfabetiza-se em seis meses; em outras, demora-se três anos. Por isso se estabeleceram os ciclos de aprendizagem. Mas não se investiu na qualidade. Se houvesse esse investimento, um ano de alfabetização seria suficiente. Aqui na cidade de Salvador há um projeto em que são atendidos meninos que não conseguiram aprender a ler e escrever em até seis anos. Com uma abordagem correta, alfabetizaram-se em seis meses. Eu tenho certeza de que qualquer criança com 6 anos e meio ou 7 se alfabetiza em um ano. 

Até que ponto o sistema de vestibular determina as avaliações escolares hoje?Vestibular não tem a ver com educação, mas com a incapacidade do poder público de fornecer ensino universitário para quem quer estudar. Agora, todo o ensino, desde o Fundamental, está comprometido com o vestibular. É por isso que é tão comum a adoção de testes que não medem o aprendizado, mas treinam para responder perguntas capciosas. Eu proponho que as escolas invistam em uma prática pedagógica construtiva e paralelamente treinem para o vestibular, com simulados como os feitos pelos cursinhos. Já existem escolas no Brasil que investem na qualidade de ensino e ao mesmo tempo conseguem colocar mais de 90% dos seus estudantes na faculdade, sem necessidade de cursinho. 

O que é preciso para planejar a avaliação de um determinado período letivo? 
O currículo escolar estabelece conteúdos para cada nível. É um parâmetro que tem de ser conhecido. Depois é essencial o planejamento de ensino, que direciona a prática pedagógica. Vamos supor que eu vá ensinar adição. Vou trabalhar o raciocínio aditivo, fórmulas de adição, propriedades, solução de problemas simples e solução de problemas complexos. Esse é o panorama que irá assegurar a prática de avaliação. Se o estudante tem o raciocínio, mas dificuldade de operar, preciso treinar essa fase. Um planejamento didático consciente prevê a elaboração de instrumentos e a correção deles quando ela for necessária para a reorientação do curso do aprendizado. 

De que forma a preparação do currículo influi nesse processo? 
O currículo tem de distinguir e prever o que é essencial. O que for ampliação cultural deve ser abordado apenas se houver tempo. Muitas vezes o que ocorre é uma distorção: tomar o livro didático como roteiro de aulas e considerar essencial o que está ali como ilustração, curiosidade, entretenimento. 

O uso de notas e conceitos pode servir a um projeto de avaliação eficaz? 
Notas ou conceitos têm por objetivo registrar os resultados da aprendizagem do aluno por uma determinada escola. Eles expressam o testemunho do educador ou da educadora de que aquele estudante foi acompanhado por ele ou ela na disciplina sob sua responsabilidade. O registro é necessário. Afinal, nossa memória viva não é capaz de reter tantos dados relativos a um estudante, quanto mais de muitos, e por anos a fio. O que ocorreu historicamente é que notas ou conceitos passaram a ser a própria avaliação, o que é uma distorção. Se os registros tiverem por objetivo observar o processo de aprendizagem de cada aluno e sua conseqüente reorientação, eles subsidiam uma avaliação formativa. Mas não se esses registros representarem apenas classificações sucessivas do estudante. 

Como avaliar o modo particular como cada um aprende? É possível um atendimento tão individualizado? 
Existe uma fantasia de que, quando se fala de uma avaliação eficiente, estamos nos referindo ao atendimento de três ou quatro estudantes por vez. Mas os instrumentos de coleta de dados ampliam a capacidade de observar do professor. Se eu aplico uma avaliação para 40 alunos, não há mudança do ponto de vista da qualidade. Cada um vai manifestar sua aprendizagem por meio do instrumento escolhido. Avaliação não precisa ser por observação direta, mas por instrumentos como teste, questionário, redação, monografia, participação em uma tarefa, diálogo. Em uma classe numerosa, não posso usar entrevistas de meia hora para cada aluno. Vou produzir questionários de perguntas fechadas e trabalhar mais de perto com quem não tiver um desempenho satisfatório. 

Quais são as vantagens e desvantagens dos trabalhos em grupo? 
Se a intenção do professor é fazer um diagnóstico do desempenho de cada um, o trabalho em grupo não vai ajudar muito, porque só avalia o conjunto. Ele é mais útil como atividade de aprendizagem ou construção de tarefa. Por outro lado, o trabalho em grupo favorece o crescimento do indivíduo entre seus pares. 

Avaliação envolve um alto grau de subjetividade. Como evitar ou atenuar isso?
Há dois aspectos a considerar. Um é que o professor precisa estar honestamente comprometido com o que acredita, e isso é uma atitude subjetiva, não tem jeito. Outro aspecto é psicológico e exige autotrabalho para não deixar que questões pessoais interfiram nas profissionais. Evitar a subjetividade, nesse sentido, tem a ver com cuidar de si mesmo e do cumprimento de seus compromissos.


Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR, Cipriano Carlos Luckesi, 180 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0111, 24 reais 

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA: REELABORANDO CONCEITOS E RECRIANDO A PRÁTICA, Cipriano Carlos Luckesi, 115 págs., Ed. Malabares (aquisição somente pelo e-mail malabareseventos@terra.com.br ou pelo tel. 71-3356-3261), 20 reais 

INTERNET

No site www.luckesi.com.br, você encontra artigos e entrevistas de Cipriano Carlos Luckesi

nos links abaixo vídeos e artigos de  tudo sobre, avaliação e recuperação.

Avaliação e recuperação

Avaliação e recuperação. Foto Gilvan Barreto

Fazer um diagnóstico e avaliar os alunos ao longo do ano é um passo fundamental para não deixar ninguém para trás. Nas reportagens abaixo, saiba como oferecer o apoio pedagógico adequado e evitar a defasagem.



Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com
 

Sempre um papo - Jorge Forbes



Veja o psicólogo Jorge Forbes falando sobre seu livro.

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com 

Café Filosófico - Ser companheiro em tempos de crise - Paulo Gaudêncio 50:23


Neste programa , Paulo Gaudêncio leva a uma reflexão dos relacionamentos afetivos. Diz que crise é eterna, é sinal de que se esta vivo. O que causa o desamor é a falta de diálogo. O segredo é aprender a ouvir o que o outro diz como depoimento, e não acusação. Trata do conceito do Simbiose, para explicar que as escolhas efetivas são complementares, ou seja, o outro representa uma parte de mim que está repremida, e aborda a terapia de casal, focal e breve, explicando o seu método de trabalho. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.

fonte http://video.google.com/videoplay?docid=3481854857401771749#docid=7870040592740286191.

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com 

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Café Cultura - Ciclo Política: Maquiavel e o Terreno da Política. 04/09



































Resumo: Nicolau Maquiavel (1469-1527) é considerado o fundador da ciência política. Em sua obra, entre outras coisas, ele buscou definir o espaço próprio da política, separado de outras esferas, tal como a religião. Esta palestra abordará a sua obra mais famosa, O príncipe, escrita em 1513 e publicada postumamente em 1532.  A intenção é mostrar a permanência de seu pensamento e sua importância para a compreensão da realidade política contemporânea.

Convidado: Jorge Augusto Carreta
04 de Setembro de 2010 
14h30
Livraria Cultura
Shopping Center
Iguatemi Campinas
INSCRIÇÕES:
Atenção - em caso de não ser aluno do UNISAL, zerar o campo do RA, de preenchimento obrigatório.
 
125
Vagas
04/09/2010 às 14:30 até 16:00 - Local: Livraria Cultura Shopping Center Iguatemi Campinas
Inscrições




Como chegar,

Exibir mapa ampliado

Obrigado por sua visita, volte sempre. pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Revista Galileu - NOTÍCIAS - Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência

Revista Galileu - NOTÍCIAS - Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência

Obrigado por sua visita, volte sempre.pegue a sua no TemplatesdaLua.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A importância das relações Dr. Luiz Cuschinir




Será que a solidão é o mal do século? Estudos mostram que o convívio com outras pessoas pode evitar doenças. Para falar até que ponto a qualidade de vida é afetada pelo isolamento social, Patrícia Rizzo conversa com Dr. Luiz Cuschinir, psiquiatra, psicoterapeuta e coordenador de grupo de gêneros do Hospital das Clinicas. Acompanhe a entrevista. Para entrar em contato com o Gender Group: 3069-6576.



por Patrícia Rizzo




Obrigado por sua visita, volte sempre.

  pegue a sua no TemplatesdaLua.com

domingo, 29 de agosto de 2010

Café Filosófico - A criança em seu mundo - Mário Sérgio Cortella


De acordo com o educador Mário Sérgio Cortella, nós estamos sacando o futuro por antecipação. Significa que nós estamos gastando os meios que permitiriam a existência de próximas gerações. Segundo sua análise, nós anunciamos às crianças: ?Não haverá futuro, não haverá meio ambiente, não haverá segurança, não haverá trabalho. Vocês não têm presente!? A criança tem o mundo da imaginação, da poesia, da fábula, da infância, e muitas vezes, os adultos não conseguem entrar nesse mundo. Mas, segundo o próprio educador, é preciso criar relações mais próximas com as crianças e saber quais são as suas necessidades e desejos para que possamos formar cidadãos conscientes e atuantes. O programa traz ainda a participação da atriz Maria Luisa Mendonça que interpreta o poema "Verbo Ser", de Carlos Drummond de Andrade e texto de Carl Jung. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.
fonte, http://video.google.com/videoplay?docid=3481854857401771749#

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Re: Estou seguindo seu blog


 
Obrigado, vou postar agora,
 
 

--- Em ter, 24/8/10, Vizinhos de Utero <vizinhosdeutero@gmail.com> escreveu:

De: Vizinhos de Utero <vizinhosdeutero@gmail.com>
Assunto: Estou seguindo seu blog
Para: joaocarlosmaria@yahoo.com.br
Data: Terça-feira, 24 de Agosto de 2010, 15:30

Prezado João,

Estou colhendo relatos de gêmeos de todo o Brasil. Se puder postar a nota abaixo com a foto anexada, fico muito grata.

 

Abs, Jemima

 

Procura-se irmãos gêmeos!

 

Jemima Pompeu é uma paulistana de 41 anos com um relacionamento gemelar incomum. E foi pensando nele que criou um blog para reunir histórias de gêmeos contadas por eles próprios ou por seus familiares. Em Vizinhos de Útero você encontra relatos de gêmeos adultos, depoimentos de pais, artigos relacionados, curiosidades e fotos de gêmeos famosos. Se você é gêmeo ou tem filhos gêmeos, compartilhe sua história também!

 

http://www.vizinhosdeutero.blogspot.com

E-mail: vizinhosdeutero@gmail.com

twitter: @vizinhosdeutero

 


 

domingo, 22 de agosto de 2010

A importância do Plano de Aula


pegue a sua no TemplatesdaLua.com




A realização do planejamento é imprescindível
no processo de ensino-aprendizagem
O planejamento está presente em quase todas as nossas ações, pois ele norteia a realização das atividades. Portanto, o mesmo é essencial em diferentes setores da vida social, tornando-se imprescindível também na atividade docente.

O planejamento de aula é de fundamental importância para que se atinja êxito no processo de ensino-aprendizagem. A sua ausência pode ter como consequência, aulas monótonas e desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornando as aulas desestimulantes.

De acordo com Libâneo “o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”. Portanto, o planejamento de aula é um instrumento essencial para o professor elaborar sua metodologia conforme o objetivo a ser alcançado, tendo que ser criteriosamente adequado para as diferentes turmas, havendo flexibilidade caso necessite de alterações.

Porém, apesar da grande importância do planejamento de aula, muitos professores optam por aulas improvisadas, o que é extremamente prejudicial no ambiente de sala de aula, pois muitas vezes as atividades são desenvolvidas de forma desorganizada, não havendo assim, compatibilidade com o tempo disponível.

Entre os elementos que devem compor um plano de aula estão:

- clareza e objetividade;
- Atualização do plano periodicamente;
- Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
- Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado;
- Articulação entre a teoria e a prática;
- Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem;
- Sistematização das atividades com o tempo;
- Flexibilidade frente a situações imprevistas;
- Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filmes entre outros;
- Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes.

Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utilização de novas metodologias (filmes, mapas, poesias, músicas, computador, jogos, aulas práticas, atividades dinâmicas, etc.) contribui para a realização de aulas satisfatórias em que os estudantes e professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável com vistas a facilitar a compreensão.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola






Obrigado por sua visita, volte sempre.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O ESTRESSE E OS PROFESSORES



O ESTRESSE E OS PROFESSORES

*Polyana Andreza

A palavra estresse vem do inglês stress, que significa tensão. Simon L. Dolan, doutor em psicologia do trabalho, afirma que o estresse se manifesta através de sintomas psicológicos, somáticos e comportamentais. Dentre os sintomas psicológicos estão: ansiedade, irritabilidade, depressão, exaustão e esgotamento profissional; já os somáticos se expressam através de dores musculares, dermatites, disfunções gastrintestinais, tremores neurológicos, problemas cardíacos, pressão alta, pulsação acelerada, enxaquecas, sudoreses, problemas respiratórios e outros. Os sintomas comportamentais revelam-se por meio do tabagismo, alcoolismo, dependência de drogas, disfunções sexuais e do ganho ou perda de peso ( DOLAN, 2006: 45)

Atualmente tem crescido o número de pessoas que apresentam sintomas de estresse em razão do trabalho que realizam. Vários autores tentam explicar por que vem aumentando o desgaste físico e emocional dos profissionais das mais diversas áreas. O escritor Botsaris explica que a vida moderna e o estresse estão intimamente relacionados, é um mal que rouba a nossa energia, deteriora nossas relações e deixa-nos desprotegidos. Somos “sugados” pelo trabalho, “massacrados” pela rotina e “esmagados” por uma forte pressão ( 2004:18).

O mundo moderno nos apresenta inúmeros desafios, obriga-nos a assumirmos diversas responsabilidades e a representar diferentes papéis ao mesmo tempo. E isso muitas vezes, gera uma pressão difícil de suportar. Precisamos ser pais presentes, trabalhadores eficientes, cônjuges maravilhosos, bons filhos, amigos inesquecíveis e cidadãos exemplares. Maslach afirma que

As pessoas estão emocional, física e espiritualmente exaustas. As exigências do trabalho, da família e de tudo o que se encontra entre eles corroem a natureza e a energia. O desgaste físico e emocional está atingindo proporções epidêmicas ( 1999: 13).

O trabalho deveria ser fonte de realização e de prazer, porém muitas vezes tem se tornado o contrário. E infelizmente uma das classes trabalhistas que vêm apresentando um grande número de profissionais doentes e afastados do trabalho devido ao estresse prolongado que causa o desgaste físico e emocional, é a classe dos professores.

Os sintomas são inúmeros dentre os físicos: dores de cabeça constantes, dores musculares, cansaço, sudorese, problemas nas cordas vocais, problemas respiratórios, aperto no coração, insônia, tremedeira, sono constante, mal-estar. Já os sintomas emocionais e psicológicos são angústia, tristeza, vontade de chorar constante, agitação, agressividade, impaciência, desânimo, baixa auto-estima, pensamentos negativos, baixa produtividade e outros (DOLAN, p 45)

Mas o que será que tem causado tanto estresse nos professores? Sabemos que as condições de trabalho do professor podem ser um desses motivos, pois como Marlach afirma

O desgaste físico e emocional não é um problema das pessoas, mas do ambiente social em que elas trabalham. A estrutura e o funcionamento do local de trabalho, moldam a forma da interação das pessoas e a forma como elas realizam o seu trabalho. Quando o local de trabalho não reconhece o lado humano dessa atividade, o risco de desgaste cresce, trazendo com ele um preço bastante alto ( 1999:36).

O ambiente de trabalho do professor pode desencadear estresse porque nele o professor se depara com muitas situações conflitantes como, por exemplo: salas de aula com um número excessivo de alunos, falta de recursos e de uma estrutura física adequada para a realização do trabalho pedagógico, classes onde os alunos apresentam um alto nível de agressividade, violência e indisciplina, falta de apoio dos colegas e trabalho e da direção da escola.

Para o escritor Alex Botsaris, corpo e mente estão profundamente relacionados, por isso, todo o estresse físico causa algum estresse psíquico e vice-versa. Diante disto, quais seriam os motivos do aumento do estresse entre os profissionais? Ainda de acordo Botsaris um dos fatores que têm levado cada vez mais pessoas a se sentirem estressadas é a ampliação das responsabilidades que a sociedade atual nos impõe.

Os tempos atuais também se caracterizam, pelo aumento das exigências profissionais, além de um número maior de atividades e interações que encerram sérios compromissos. Somos levados a conhecer e administrar um maior número de itens na vida diária, como produtos de uso pessoal, utensílios domésticos, equipamentos de informática, Internet, contas bancárias e cartões de crédito. As telecomunicações trazem até nós, cada vez mais rápida e eficientemente, informações geradoras de tensão, originárias de todo o mundo. Solidão, competitividade e grandes responsabilidades resultam num mundo cada vez mais complexo para as pessoas, que lhes exige muito e, ao mesmo tempo, faz delas seres socialmente isolados ( BOTSARIS: 2003, p. 72)

Todas essas transformações que vêm ocorrendo na sociedade nos últimos anos exigem que os profissionais estejam a cada dia atualizando seus currículos, capacitando- se através de cursos, descobrindo o que há de mais novo em sua área específica; demonstrando novas habilidades como, por exemplo, a capacidade de resolver conflitos, de gerenciar situações inusitadas, de trabalhar em equipe, enfim de vencer as competições diárias que surgem no ambiente de trabalho moderno. De acordo com BOTSARIS “o cidadão do mundo atual encontra-se em situações em que a reação de estresse é desencadeada inúmeras vezes por dia. ( 2003:56)”

Outro motivo que gera estresse entre os profissionais é a competição presente hoje no ambiente de trabalho. Muitas vezes, o trabalhador não se sente um indivíduo, um ser humano com sentimentos, necessidades, fraquezas, mas sim uma máquina que precisa produzir cada vez mais, trazer lucros maiores para a empresa, caso contrário será substituído por outra melhor, mais capaz, mais eficiente, mais lucrativa. “Na lógica do mundo globalizado só existe espaço para os vencedores. A competição torna-se cada vez mais acirrada, desleal, predatória. Nesse ambiente, a mão que oferece ou pede uma ajuda pode ser uma armadilha ( BOTSARIS; 2003:71).

A competição é incentivada desde cedo nas escolas e nas famílias, ainda muito pequena a criança já aprende a ocupar o seu tempo para ser um adolescente bem preparado para o mercado de trabalho; desde cedo os estudantes são incentivados a ganhar nos jogos e brincadeiras, a vencer as competições escolares, a tirar as melhores notas. Hoje, algumas crianças freqüentam a escola num determinado período do dia e no outro elas freqüentam aulas de informáticas na segunda, aulas de inglês na terça, aulas de teatro ou pintura na quarta, aulas de balé ou natação na quinta e aulas de canto ou violão na sexta.

Por um lado isso é bom, mas por outro sabemos que a criança precisa brincar; aliás, não só as crianças, mas adolescentes, adultos, idosos, todos nós precisamos nos divertir, ter nossos momentos de lazer. Porém, o que percebemos é que desde cedo as crianças já são incentivadas a competir, a ganhar sempre; em conseqüência disso, elas já chegam à adolescência estressadas; e quando chega então o momento de decidirem o curso universitário para o qual irão prestar o vestibular muitos até adoecem devido à pressão, à cobrança que além dos pais, eles mesmo se submetem.

Hoje, os meios de comunicação possuem uma liberdade maior para disseminar suas idéias, para expor situações de conflitos vivenciadas em todas as partes do Brasil; a mídia possui um poder de convencimento imenso, principalmente através da televisão. A cada momento surge um ídolo para as novas gerações, surge uma nova atitude que deverá ser imitada por inúmeros jovens, surge em alguma novela um novo acessório que deverá ser usado por várias mulheres e assim surgem desde produtos que deverão ser consumidos até comportamentos que deverão ser imitados por pessoas que ainda não possuem um senso crítico suficiente para saber o que deve ou não servir de exemplo para suas vidas.

A sociedade mudou, a realidade social em que vivemos é totalmente diferente da realidade vivida por nossos avôs. O progresso científico trouxe transformações para todas as áreas do conhecimento, percebemos isto através das novas descobertas da medicina, da informatização das máquinas e dos serviços, do surgimento das inúmeras tecnologias, da globalização, da rapidez com a qual as informações chegam a todos os lugares do mundo devido à internet. E as modificações não se restringem a essa era digital, as representações sociais também foram afetadas.

Os pensamentos mudaram o modo de perceber a vida, a sociedade, a família, a escola, a saúde, o trabalho, a religião, a política; as concepções sobre casamento, divórcio, homossexualismo, machismo o papel da mulher na sociedade atual; a visão de mundo sobre cidadania, democracia, liberdade de expressão, direitos sociais sofreram alterações. BOTSARIS assevera que:

As mudanças profundas nos hábitos de vida e na interação com o meio ambiente, observadas na sociedade moderna, trouxeram para os homens o mau estresse. E o estresse acumulado, ou continuado, como prefiro denominar, é nocivo à saúde, porque exige muito do organismo sem permitir sua recuperação, gerando um enorme desgaste( 2003:61,62).

E como não poderia deixar de ser, se a sociedade mudou a educação também mudou; os professores mudaram, os alunos mais ainda, o ambiente escolar já não é mais o mesmo, novas concepções pedagógicas surgiram, novas metodologias de ensino foram adotadas, os objetivos da educação foram ampliados, novos parâmetros curriculares foram elaborados, a relação professor-aluno ganhou mais afetividade, o papel do professor sofreu alterações e a concepção de aluno que a escola deseja formar agora envolve não apenas aspectos cognitivos, mas também afetivos e emocionais.

Além de todas essas mudanças sociais que refletem dentro na sala de aula, podem existir outras causas que desencadeiam o estresse dos professores do ensino fundamental como, por exemplo: salas de aula superlotadas, falta de recursos pedagógicos, estruturas físicas das escolas inadequadas para a ministração das aulas, indisciplina dos alunos, violência na escola, excesso de trabalho, baixos salários, reclamações de pais, falta de apoio da direção, falta de reconhecimento e até mesmo conflitos com os próprios colegas de trabalho.

Todos esses problemas de uma forma ou de outra afetam o professor, provocando estresse, cansaço, raiva, frustração, desânimo, acomodação; causando desgastes físicos e emocionais, influenciando negativamente sua auto-estima, minando a sua satisfação profissional e o seu desejo de fazer um trabalho cada vez melhor. De acordo com MASLACH:

Quando não somos recompensados, tanto o trabalho que fazemos quanto nós mesmos, como trabalhadores, somos desvalorizados. Embora todos saibam que as recompensas são importantes, esse conhecimento, não se traduz necessariamente em ação. Recompensas monetárias são fáceis de receber e geralmente bem vindas, mas o dinheiro anda escasso atualmente. Ainda mais devastadora para os trabalhadores, é a perda do reconhecimento íntimo, que surge quando alguém se orgulha de fazer alguma coisa valiosa e importante para os outros, e de fazê-la bem feita (MASLACH, 1999:29).

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Revista Nova Escola em abril deste ano, realizada em 2007 com 500 professores das redes públicas das capitais revelou que mais da metade dos entrevistados sofrem de estresse. Entre as queixas mais freqüentes estão dores musculares e mal-estar, nos casos mais sérios os sintomas acabam afastando os profissionais da sala de aula. Ainda de acordo com a pesquisa, a maior queixa dos professores é a dificuldade de relacionamento com os alunos; a falta de disciplina foi citada como o principal problema em sala de aula por 46% dos entrevistados. Não é incomum visitarmos algumas escolas e ao passarmos pelas salas de aula encontramos alunos em cima das mesas, gritando, dirigindo palavras de baixo calão aos colegas e professores e até mesmo partindo para a agressão física.

E a indisciplina é apenas um dos problemas vivenciados pelos professores no seu ambiente de trabalho que pode desencadear um desgaste físico e emocional. Afirma MASLACH que se as pessoas se sentem humilhadas ou constrangidas no trabalho, se não são valorizadas; sua auto-estima e seu senso de competência ficam ameaçados. As pessoas começam a se sentir alienadas no local de trabalho e podem até mesmo tentar ações destrutivas. Medo e ansiedade são duas emoções que contribuem para o desgaste físico e emocional. Esses sentimentos são prováveis especialmente quando falta controle sobre o trabalho e quando o ambiente é incerto e motivador (1999: 49). Ainda nesse sentido o autor ressalta que

Frustração e raiva são os traços emocionais característicos do desgaste físico e emocional. Você se sente frustrado porque está impedido de alcançar seus objetivos. Você não consegue ultrapassar os obstáculos que estão em seu caminho – ou porque não tem recursos suficientes para fazer o seu trabalho, ou porque lhe falta controle sobre ele. Você não recebe o reconhecimento que espera. Não é de se surpreender que você se sinta ineficiente. Mas você também se sente exausto como resultado do tempo e do esforço despendidos ( 1999: 49).

A pesquisadora Iône Menezes em uma de suas pesquisas publicadas sobre a síndrome de Burnot - síndrome causada por circunstâncias relativas às atividades profissionais que ocasiona sintomas físicos, comportamentais, afetivos e cognitivos, caracterizando-se pela exaustão emocional, falta de envolvimento pessoal no trabalho e despersonalização do indivíduo - relata a o depoimento do professor Fernando Pachi, de São Paulo. Eis o que ele diz:

“Acredito que a situação de maior estresse para o professor continua sendo a indisciplina em sala de aula. Mediar a relação com os alunos fica dez vezes mais desgastante em situações onde você tem que chamar a atenção, interromper a aula, pensar sempre como motivar os alunos, erguer o tom de voz. Tudo isso contribui ao longo do tempo para uma situação de estresse e desmotivação. Isso porque o foco é sempre motivar os alunos! Aí a cobrança interna também fica maior, e vem uma sensação de fracasso quando os resultados não são atingidos, ou seja, quando o curso não corre bem, por conta de uma interação em sala de aula mal resolvida.”

O depoimento desse professor confirma o que Zanelli ressalta:

“tanto fatores externos (condições de trabalho) quanto exigências físicas e mentais, ou outros aspectos relacionados à organização e ao conteúdo do trabalho como sobrecarga, conflitos e ambigüidade de papel, também são apontados como estressores responsáveis pelo estresse decorrente do trabalho. Com relação às condições ambientais, ruído, temperatura, vibração, iluminação e poluição têm sido classicamente apontadas como estressores produzidos no ambiente de trabalho (2004: 284-285)

Situações consideradas apenas pequenos detalhes pelos que não vivem a realidade da sala de aula, podem ser vistas como fatores de estresse para o professor que está desenvolvendo o trabalho pedagógico. Por exemplo: escola que não dispõem de material algum para o professor trabalhar que não seja o giz e o quadro. Ora, se o professor realmente é um profissional sério, isso irá inquietá-lo, ele terá que dar um jeito, improvisar, pedir emprestado, pedir doações ou ele mesmo, comprar materiais pedagógicos, com o próprio salário, para poder ministrar boas aulas. Isso é ou não é desgastante para um profissional?

O que fazer? Quais seriam as soluções possíveis para minimizar o estresse dos educadores? Como os professores podem enfrentar este problema da melhor maneira possível? Como vencer o desgaste físico e emocional adquiridos no ambiente de trabalho? Quais as medidas para prevenir o aparecimento do estresse? Que atitudes contribuiriam para uma melhor qualidade de vida dos profissionais da educação?



9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BOTSARIS, Alex. O Complexo de Atlas e Outras síndromes do Estresse Contemporâneo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.

DOLAN,Silmon L. Estresse, auto-estima, saúde e trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

LIPP, Marilda. O Stress do Professor. São Paulo: Papirus, 2002

LIPP, Marilda. Redução do Estresse na Sala de Aula. Disponível em: http://www.universia.com.br/mat/mat/.jsp?mat=. Acesso em 23 Out 2008

MASLACH, Cristina e LEITER, Michael P. Trabalho: Fonte de Prazer ou Desgaste? Guia para Vencer o Estresse na Empresa. Campinas, São Paulo: Papirus, 1999.

MENEZES, Iône Vasquez. Estresse do Professor - Síndrome de Burnout é Uma das Causas do Esgotamento Profissional de Docentes. Disponível em: http://www.universia.com.br/mat/mat/.jsp?mat=. Acesso em, 23 Out 2008

POLATO, Amanda. Remédios para o Professor e a Educação. Revista NOVA ESCOLA. Ano XXIII, Nr 211: Abril, 2008.

SELYE, H. Stress, a Tensão da Vida. São Paulo: Ibrasa, 1965

ZANELLI, José Carlos et all ; BASTOS, Antônio Virgílio Bittencourt ( ORG). Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/44792/1/Estresse-e-professores/pagina1.html#ixzz0wu5hYqiN



*Polyana Andreza
Graduada em Pedagogia- UFPE, especialista em Psicologia da eucação- FAFIRE.
Ler outros artigos de Polyana Andreza


Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

domingo, 8 de agosto de 2010

Pesquisa revela quatro tipos de pais no Brasil

Pesquisa revela quatro tipos de pais no Brasil

07/08/2010 - 07h00 | do UOL Estilo

Gustavo e a filha Catarina
RENATA RODE
Colaboração para o UOL
Quem diria que eles seriam divididos em categorias de acordo com seu comportamento. Sim, estamos falando dos pais - alvo de uma pesquisa que já dura anos, já contou com mais de 10 mil entrevistados e ainda continua sob coordenação de Lidia Weber, psicóloga e pós-doutora em Desenvolvimento Familiar pela UnB e Universidade Federal do Paraná.
“Percebemos, hoje, uma falta de limites em crianças e em jovens. Muitas vezes, os pais, por medo de não serem amados, atendem a todas as vontades de consumo dos filhos - celulares, iPods, tênis e roupas de marca etc. - e acabam se tornando mais amigos do que pais e mães de fato. Assim, cria-se uma confusão de papéis. Por determinados conjuntos de atitudes, conseguimos detectar o perfil desses pais, localizar, analisar e ajudar a resolver problemas”, explica Lidia.
Segundo a pesquisa, existem quatro tipos de pais distintos no país: presentes, omissos, permissivos e comandantes. Acompanhe agora as características e peculiaridades de cada um:
PRESENTES - 35% da população
São pais absolutamente participativos e consistentes. Além de atuantes, estão por dentro de modernidades, como jogos de videogame e shows. Levam e buscam os filhos nas baladas, conversam e se interessam verdadeiramente pela vida e rotina deles.
Pontos fortes:
são bastante carinhosos e negociam como verdadeiros diplomatas o que pode ou não pode.
Pontos fracos:
a presença forte e constante (demais) deles na vida dos filhos pode tornar esses jovens muito dependentes desse apoio.
Conclusão:
no geral, essa mescla de características faz com que os filhos sejam pessoas de autoestima elevada, sociáveis e otimistas.
PERMISSIVOS – 15% da população
Geralmente esses pais não sabem bem o que é melhor para os filhos, então cedem à pressão do momento. Carregam a ideia errada de que o filho não pode ter uma educação rígida para não “traumatizar” os jovens e deixam tudo muito solto. “Eles simplesmente satisfazem as vontades dos filhos, comprando tudo o que desejam e deixando de lado os deveres deles ou fazendo por eles.
Por exemplo, levam a refeição ao quarto sempre com as comidinhas favoritas dos jovens. Enfim, cercam a prole de mimos e não colocam limites”, explica a pesquisadora.
  • Divulgação Robson e os netos
Pontos fortes: estão presentes na rotina dos filhos, mesmo que de maneira neutra.
Pontos fracos:
não colocam limites às crianças com medo de que não haverá amor por parte delas e criam os filhos sem o entendimento de hierarquia ou respeito.
Conclusão:
os filhos em geral autoestima elevada, baixa tolerância à frustração, péssimo desempenho escolar, alta probabilidade de comportamentos antissociais e de uso de álcool e drogas.

COMANDANTES – 35% da população
“Não se importam com o que os filhos precisam, mas do que eles precisam dos filhos: obediência! Seguem o papel de generais e não pais, com regras rígidas e absolutas para tudo e todos”, exemplifica Lidia. Orgulham-se de que os filhos têm medo deles e usam freqüentemente tapas, gritos e surtos de comando para estabelecer a ordem ou ganhar uma discussão.
Pontos fortes:
são presentes na vida dos filhos, mesmo que de maneira traumatizante.
Pontos fracos:
não apresentam respostas afetivas e acham que carinhos e elogios demasiados estragam as crianças que devem “ter o caráter firme”.
Conclusão:
geralmente, filhos de pais com esse perfil são obedientes, mas podem ter um desempenho profissional médio, já que sentem que tudo na vida é cobrança. Alguns podem ser submissos, pouco criativos e rebeldes devido a traumas passados na infância.

OMISSOS – 15% da população
São pais simplesmente porque geraram o filho, não se importam com o que eles precisam e, normalmente, são pessoas de rotina muito extenuante de trabalho e desconhecem o cotidiano de uma casa. Segundo a psicóloga, a frase favorita desse tipo de pai é: “agora não filho, estou ocupado”.
Pontos fortes:
preenchem a vida dos filhos com cuidados dados por terceiros como babás e professores, e, de alguma forma, mantém sua existência notada pelos filhos, mesmo que de maneira errada.
Pontos fracos:
não estão presentes, não se mostram emocionalmente envolvidos com os filhos, não educam, não participam, só vivem para o trabalho e/ou outras atividades.
Conclusão:
“Os filhos não se sentem amados nem aprendem regras sobre o mundo, isso acarreta baixa autoestima, baixo desempenho escolar, comportamento pessimista, problemas de ansiedade e depressão e altíssima probabilidade de comportamentos antissociais e de uso de álcool e drogas”, alerta a psicóloga.
Presentes
Para Lidia, pais presentes são aqueles que mais acompanham e aprendem com os filhos o verdadeiro significado do amor. Ela elenca abaixo os cinco acertos dos pais presentes:
  1. Usam carinho e participação ilimitados
  2. São coerentes e consistentes
  3. Definem regras e limites
  4. Treinam técnicas de autocontrole
  5. Amam os filhos pelo que eles são
Os pais, segundo eles mesmos
  • Divulgação Yasser, pai de Livia
O empresário Yasser Yusuf, pai de Livia, de 8 anos, diz que é um pai presente. “Eu sempre sonhei em ser pai e sempre quis ter uma filha, uma menina doce que eu pudesse pegar no colo e cuidar. Hoje, mesmo separado, sinto constante necessidade de estar próximo a Livia, por isso a vejo diariamente. Estar sem ela é como estar faltando parte de mim; ela me completa, me fortalece e faz de mim um homem melhor. Ser pai é melhor do que eu imaginava, eu amo a companhia da minha filha. Viajamos, passeamos e fazemos muitas coisas juntos!”, revela.
 O jovem papai - ganhou a Catarina há alguns dias apenas - é o maior exemplo de pai presente em situações de puro estresse. “Mesmo com ela chorando porque quer mamar ou trocar a fralda, ele não se abala. Aprendeu a fazer tudo, quer saber o porquê disso ou daquilo e se interessa. Percebo que ele será um pai presente, que realmente não se omite”, diz a mamãe Ayla Meireles, sobre o maridão Gustavo. “Fiz questão de dar o primeiro banho, troco fraldas e me gabo por já saber identificar os tipos de chorinhos”, diz ele. O empresário lê todo material que encontra sobre bebês e confessa que só não consegue ficar acordado de madrugada porque está ajudando a manter a empresa de comunicação que o casal divide. “Não consigo lutar muito contra o sono, mas já aconteceu de precisar atender a Catarina mesmo morrendo de cansado. Mas essa é a melhor sensação do mundo”, diz o paizão coruja.
  • Divulgação Silmar e o filho Felipe
Silmar Batista é assessor de imprensa e tem uma rotina muito atribulada, que foi mudada com a chegada do Felipe, hoje com um ano e quatro meses. “Me considero um pai muito presente, que tenta estar junto sempre que pode: pego na escolinha, dou banho, brinco (de pega-pega, de bola, de carrinho), faço dormir. Mas acredito que às vezes preciso ser comandante também. Impor limites, chamar a atenção e explicar por que não pode colocar a mão na lata de lixo ou brincar com faca, por exemplo. Ser pai é ter um amor diferente de tudo o que você já experimentou na vida. Depois que o Felipe nasceu, passei a entender por que as pessoas querem fazer o impossível por seus filhos”, diz.
O hairstylist Robson Trindade é um exemplo de pai de outra geração: pai e avô. “Eu tive filhos cedo e por isso a nossa relação é mais de amigos do que de pais e filhos, porque fazemos tudo juntos. Já com os meus netos eu gosto de conversar, dar risada, passear, ir à missa, fazer festinhas para eles. Eu acho que os pais têm a obrigação de educar os filhos e os avôs de se divertirem com os netos. Eu tenho quatro filhos, cinco netos e em setembro serei avô mais uma vez. Ser pai e ser avô é ótimo e me faz mais feliz”.



Obrigado por sua visita, volte sempre. 

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Experiência (filosofia)

Experiência (filosofia)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ir para: navegação, pesquisa
A experiência é parcialmente derivada de observação e da sociedade daqueles que já são sábios
Portal A Wikipédia possui o:
Portal de Filosofia
Em epistemologia, experiência é o contato epistêmico (geralmente perceptual) direto e característico com aquilo que se apresenta a uma fonte cognitiva de informações (faculdades mentais como a percepção, a memória, a imaginação e a introspecção). Para alguns filósofos (Descartes, por exemplo) aquilo que se dá a qualquer uma dessas faculdades é experiência (embora ele não utilize essa palavra, mas sim a palavra pensamento). A experiência não é produto do seu conteúdo ou insumo, o experimentado, nem se reduz à experimentação do experimentado. Ela é o contato direto com certo conteúdo no modo característico de se dar à experiência desse conteúdo. Ao olhar para a tela do computador, cada um tem a experiência característica de uma tela de computador. Ao olhar para a grama, experiência característica de grama. Ao tomar vinho, experiência característica de vinho.

O conteúdo da experiência

Experiências também têm, algumas vezes, um conteúdo. O conteúdo de uma experiência é aquilo que ela representa. O conteúdo da experiência visual de uma parede branca é a parede branca, de uma parede azul, a parede azul.
Todavia, há experiências que não têm conteúdo. Um orgasmo, por exemplo, não representa nada. A escuta de uma sinfonia também não parece ser uma experiência na qual alguma coisa seja representada.

 Epistemologia da experiência

Em sentido primário, a experiência está ligada às sensações e à percepção. No entanto, algumas vezes as ilusões e alucinação também são consideradas experiências. O critério para o tratamento de algo como experiência é, muitas vezes, a interpretação da noção de conteúdo. Um filósofo como Gareth Evans diz que ao alucinarmos nós não pensamos, pois pensamentos requerem objetos dados pela experiência. Um filósofo como Descartes, por sua vez, trata ilusões e alucinações como experiências, visto que as mesmas são estados mentais e fornecem um conteúdo à mente, conteúdo esse que ele chama de realidade objetiva. A realidade objetiva é a existência da coisa na mente, e difere-se da realidade formal, a existência da coisa fora da mente.
Em um sentido terciário, experiências místicas também são experiências. Mas essas não são estudadas pela filosofia, embora os exercícios espirituais, seus parentes próximos, sejam.
Veja também: Realidade

 Metafísica da experiência

Experiências representam um conteúdo, e possuem um caráter. Uma coisa não se confunde com a outra. A experiência de um quadrado vermelho representa algo que é quadrado e vermelho, mas não é, ela mesma, quadrada ou vermelha.
A experiência tem um modo de ser próprio. Ela é um estado mental do indivíduo. Sendo um estado (metafísica), ela é algo que se dá de maneira contingente mas causalmente determinada.
Sempre que está consciente o indivíduo experimenta algo. Em certo sentido, o experimentar é uma das notas definidoras da consciência. Todavia, embora estar consciente seja, entre outras coisas, experimentar, e ter consciência seja quase-necessariamente experimentar, aquilo que se experimenta, o conteúdo da experiência, é contingente. Estados são configurações de um indivíduo em determinado momento. Não é necessário que no momento atual eu esteja lendo. Eu poderia estar fazendo outra coisa. Nem foi necessário que eu tomasse vinho na noite anterior. Eu poderia ter feito outra coisa. Assim, ter consciência parece ser necessariamente experimentar, mas aquilo que se experimenta é contingente.
O fato do conteúdo da experiência ser contingente não significa que o mesmo seja aleatório. Na noite anterior tive experiência de vinho porque tomei vinho. Houve uma relação causal entre a ingestão de vinho e a experiência de vinho. Eu poderia ter tomado vinho e não ter tido experiência alguma - por estar bêbado ao ponto da insensibilidade, por exemplo. Mas daí não teria tido a experiência do vinho por causa da minha configuração corporal, assim como a teria caso tivesse bebido menos. Assim, o conteúdo da experiência é contingente, mas pode ser causalmente determinado.

 Receptividade cognitiva e involuntariedade

Uma experiência é algo que acontece a um indivíduo, não algo que ele faz. Ao experimentar o indivíduo é passivo. Experiência é, nesse sentido, uma paixão. Isso significa que, ao experimentar, o indivíduo não exerce sua vontade. A experiência se dá ao indivíduo quer ele queira, quer não. Isso é bastante claro nas experiências de dor.

 Experiência e identificação do conteúdo mental

Apesar do indivíduo ser receptivo e passivo no experimentar, isso não significa que ele seja capaz de identificar e discriminar cada elemento da sua experiência. O indivíduo pode ter recebido informações que é incapaz de descrever ou reconhecer. No jargão de Kant, o indivíduo pode ter intuições e carecer dos conceitos adequados para expressá-los.
Para ilustrar a situação de alguém que tem uma intuição mas carece do conceito apropriado Kant criou o experimento mental do selvagem da Nova Holanda. Kant pede que imaginemos um não-europeu sem informações sobre a Europa chegando na Europa e vendo uma casa. Onde esse não-europeu vive não há casas. O não-europeu a casa, e nesse sentido tem uma experiência de casa, mas não vê uma casa, pois não tem o conceito de casa. Diante desse quadro, podemos perguntar se esse não-europeu teve a experiência de casa. Não será preciso ter o conceito de casa para ter a experiência de casa?
A situação fictícia do experimento do selvagem da Nova Holanda é bastante comum, e nada tem a ver com o preconceito em relação a não-europeus. Em "A Ciência do Concreto", capítulo de O Pensamento Selvagem, Claude Lévi-Strauss relata a situação de cultos europeus formados em biologia e botânica que vão para campo com nativos locais catalogar novas plantas. Comumente tais estudiosos coram ante a riqueza do vocabulário dos nativos, mesmo crianças, e da capacidade dos mesmos de descrever os menores aspectos de uma ampla gama de plantas locais. Em tais situações os estudiosos são os "selvagens da Nova Holanda". São eles que vêem, tocam, cheiram e saboream o que não podem descrever. Tais estudiosos experimentam o que não podem descrever ou conceitual deficientemente?
A resposta mais plausível é: sem dúvida. Experimentar é uma coisa, ser capaz de descrever ou hábil para conceitualizar o experimentado é outra coisa. De acordo com essa resposta, a experiência é pré-conceitual. Tal seria a resposta kantiana segundo o filósofo João Carlos Brum Torres em seu artigo "Kant e o Selvagem da Nova Holanda".
Essa é a resposta mais plausível porque a resposta contrária nos levaria a ter que admitir, por exemplo, que uma pessoa que nunca ouviu falar em orgasmo não experimenta orgasmos. Isso é no mínimo implausível.

 Moralidade

Há questões morais ligadas à experiência. Como a experiência não é fruto da vontade, o indivíduo não pode ser responsabilizado pela mesma. Não há falta, erro ou pecado vinculado ao mero experimentar. Em conseqüência, não deveria haver culpa. Todavia, várias sociedades, inclusive a nossa, responsabilizam o indivíduo, em certas situações, caso ele voluntariamente degrade a qualidade da sua experiência e coloque-se em certas situações onde pode agir mal em decorrência disso. São fatores que degradam a qualidade da experiência a drogadição e a dor, por exemplo. Mas a responsabilização não se aplica quando a degradação da experiência é involuntária. Vejamos alguns casos envolvendo experiência e moralidade.
  • Um indivíduo que se alcooliza ou se droga entra, em caso de excesso no consumo, em um estado alterado da consciência. Nesse estado ele pode ter experiências que o levam a certas atitudes. Ele pode, por exemplo, alucinar que é uma laranja, e saltar da janela do segundo andar quando vê seu amigo entrar, pois o que vê, sua experiência, é uma faca para descascar laranjas. Esse indivíduo morre por causa da queda. Ele é responsável pela própria morte? Somente indiretamente. Ele é diretamente responsável apenas pelo abuso de substâncias que alteram drasticamente sua experiência. Mas, como aquilo que está sob sua responsabilidade direta possibilita aquilo que está sob sua responsabilidade indireta, parece plausível concluir que ele é responsável pela própria morte. A mesma seria o resultado de uma ação errada, não de uma fatalidade.
  • Um policial político tortura um preso político para obter informações. A dor e o medo da dor fazem o preso fornecer todas as informações extraídas. O preso é responsável pela traição dos seus camaradas? Não, pois a responsabilidade moral requer voluntariedade. Em uma situação de tortura o indivíduo tem experiências de extremo sofrimento que não deixam espaço para sua vontade.
Em resumo, se a qualidade da experiência é fruto de algum tipo de decisão ou ato da vontade, então o indivíduo é responsável pelo que segue da mesma. Mas, se a qualidade da experiência não é fruto de algum tipo de decisão ou ato da vontade do próprio indivíduo, então ele não é responsável pelo que segue da mesma. Assim, o alcoolista é responsabilizável pelo que faz embriagado, mas o torturado não é responsável pelo que faz sob tortura.

 Bibliografia

  • Pendlebury, Michael. "Experience, Theories Of." In A Companion to Epistemology, editado por Jonathan Dancy e Ernest Sosa. Malden (MA, EUA) e Oxford: Blackwell, 2005 [1992].
Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Experiência.


Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Hoje é dia do Sagrado jejum Sri Kamada Ekadasi dia 19/04/2024 sexta-feira

Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.