sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Idade Média existiu?

Publicado em 06/01/2013

 Conferência no evento "O mito da Idade Média", organizado pelo Instituto VERA FIDES e ocorrido na Igreja de Sant'Anna (Rio de Janeiro-Centro) no dia 22 de dezembro de 2012.





"Idade das trevas" ou "época de obscurantismo" são alguns dos slogans que mais ouvimos nas escolas quando o tema é sobre a Idade Média. A historiadora francesa Régine Pernoud, em seu livro Luz sobre a Idade Média, mostra um panorama muito diferente do que aprendemos desse período de coragem, Fé, aventuras, castelos, reis, nobres e camponeses que, embora a legenda negra, tanto fascinaram a imaginação em nossa infância. Quantas vezes peguei minha irmã caçula brincando de princesa no quarto com suas bonecas.
Este livro revela toda a riqueza do período medieval e aspectos menos conhecidos nossos como o interesse às ciências e à medicina que tiveram grande desenvolvimento nesse período.



Revolução Industrial da Idade Média (A) - Ampliar Imagem

Sinopse





 No espírito dos nossos contemporâneos, a revolução industrial anda invariavelmente associada aos séculos XVIII - XIX. É neles que situam a renovação das fontes de energia, o progresso tecnológico e os fenómenos sociais a que então se assistiu, desde a proletarização dos trab...






A Idade Média, uma impostura 


A Idade Média  - uma Impostura
Jacques Heers dá-nos no seu livro “A Idade Média, uma impostura” a chave para a compreensão de uma época, no seu contexto histórico, evidenciando e desmontando os estereótipos e lugares comuns que sobre a IM se criaram durante a segunda metade do séc. XVIII e a primeira metade do séc. XIX, que ainda hoje perduram na cultura – eventualmente pouco culta e utópica – e nos manuais escolares, enviesados pelas falsas convicções de que:

1. do séc. XVIII para cá os homens são bons por natureza e que antes disso eram quase todos burros e perversos

2. as estruturas sociais anteriores aos séc. XVIII e XIX eram perversas e pervertiam os homens, enquanto as estruturas modernas são imaculadas e se destinam a fabricar o “homem novo”, como se isso pudesse existir na actual condição humana.

Posto isto, eis alguns aspectos a reter deste livro, que respondem de forma cabal e fundamentada às questões formuladas e a outras mais que se levantem no espírito do leitor:

a) a IM nasceu na segunda metade do séc. XVIII. De facto, foram os escritores – digamos publicistas, do famoso “romance histórico” – maioritariamente franceses, da época, que mais se lançaram a escrever sobre a IM e assim estabeleceram chamar e assim a limitaram no tempo entre o fim dos Impérios Romanos do Ocidente e do Oriente, e que criaram a imagem negativa e estereotipada que ainda hoje circula nos media e manuais escolares.

b) o Renascimento nasceu no séc. XIX, na medida em que nesta época muito foi escrito sobre os séc. XIV, XV e XVI europeus, e particularmente italianos, seus artistas e escritores. No Renascimento não se falava de Renascimento. O sentir artístico, poético e intelectual de Dante, Petrarca e Bocaccio não era generalizado – não existia uma “consciência colectiva” de renascimento –, desenvolveu-se em escolas artísticas, literárias, de pensamento, de argumentação política, como havia outras em Itália e no resto da Europa, muitas vezes junto da Corte. De resto, a cultura na IM sempre esteve nutrida pela referência aos Gregos e aos Romanos.

c) as origens das ideias estereotipadas e dos lugares comuns de hoje sobre a IM ficam assim bem claras.

d) Feudalismo e senhorialismo não eram a mesma coisa. O feudalismo correspondia a uma organização política, muito mais descentralizada – diríamos hoje – que o Estado de direito democrático, enquanto o senhorialismo, da Inglaterra à Itália, nas suas variantes, consistia num sistema económico, distinto e independente do feudalismo, com regras próprias.

e) As cidades, ao contrário do que afirma o estereótipo, não eram mais lugares de liberdade que os campos, supostamente lugares de cativeiro. A liberdade de movimentos do campo para a cidade e vice-versa é documentada de forma irrefutável. As cidades eram, frequentemente, palco de violentas convulsões entre facções políticas rivais, a que não escaparam as comunas italianas, como atesta o tipo de construção urbana da época.

f) São abordados também os estereótipos em relação à Igreja: o obscurantismo do clero – e só do clero, repare-se –, a acção da Inquisição, a suposta proibição de discutir ideias – quando foi no seio da Igreja que surgiram as primeiras universidades –, a papisa Joana, a usura…

As leis anti-usura não eram, na prática, anti- lucro, antes procuravam estabelecer um limite razoável à cobrança de juros pelos prestamistas, e evitar, por um lado, extorsões, e por outro, revoltas entre devedores e credores em épocas de más colheitas e de recessão económica. Neste particular, há interessantes referências às relações entre judeus e cristãos que, mais uma vez, contrariam o estereótipo.

“A Idade Média, uma impostura”, Jacques Heers, Edições ASA (1994)

Manuel Brás
Quando começou a Idade Média (IM)? De um ano para o outro? Quando terminou?

Quando começou o chamado Renascimento? Os milhões de homens e mulheres que viveram nessa época sabiam que estavam na IM? Poder-se-á resumir a História de 1000 anos, numa dúzia de páginas dos manuais escolares, ao imobilismo, ao obscurantismo, à exploração e a outros estereótipos conhecidos?

Como eram as relações, de poder e não só, entre pessoas e entre grupos sociais na IM? Como variaram ao longo do tempo? Foram as estruturas sociais e políticas medievais imóveis e iguais em toda a Europa? Feudalismo e senhorialismo foram a mesma coisa?

De onde procede a visão que hoje domina os media e os manuais escolares sobre a IM?

Basta de perguntas. Comecemos pela última.

manuelbras@portugalmail.pt
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