sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A fonte da ordem ESCRITO POR NIVALDO CORDEIRO



 



ARTIGOS - CONSERVADORISMO

A fraqueza teórica dos liberais, mostrada pelo artigo do Olavo, é a causa do seu fracasso histórico na política. Devo dizer que lamento esse fracasso, porque há muito de verdade na filosofia política liberal, especialmente no que concerne à condução das questões econômicas e no cultivo da liberdade como valor em si.
O magnífico artigo de Olavo de Carvalho (Liberdade e ordem), publicado originalmente no jornal Diário do Comércio, de São Paulo, colocou questões substantivas para debate. Um olhar na história da filosofia política no Ocidente nos últimos cinco séculos vai mostrar que algo de muito errado na esfera política andou acontecendo. Não apenas pelas múltiplas rebeliões e morticínios, mas sobretudo pelo duelo de idéias que ocorreu e continua a ocorrer. Novas idéias erradas substituíram as antigas idéias certas. Desde a Revolução Francesa podemos dizer que as forças da ordem, o Estado, tornaram-se o inimigo de morte de seus próprios cidadãos, pois o Estado foi tomado por uma elite jacobina empenhada em modelar com seus preconceitos a alma humana. O Estado-predador, o grande Leviatã, o devorador de homens teve no século XX um apogeu, que poderá ser superado no século em curso se a humanidade não construir defesas contra sua capacidade de destruição.
O duelo entre liberais e conservadores está na agenda porque duas visões da história e da filosofia política aqui se enfrentam para representar a verdade da alma. Onde estará a verdade? Olavo bem apontou uma das fragilidades teóricas exponenciais dos liberais, que elegeram, desde Hobbes, a liberdade como princípio. Com Locke será eleita a propriedade. O que se viu é que as boas intenções dos liberais naufragaram no decurso histórico. O século XX foi o coveiro do liberalismo clássico não apenas no âmbito da CONDUÇÃO dos negócios do Estado, mas também no plano teórico. As idéias de Locke hoje não passam de reminiscências nas cabeças de uns pouco intelectuais que estão situados bem longe do poder, sem chance de voltar a exercê-lo. Mesmo a liberdade econômica é hoje bandeira de economistas influentes que têm em Bentham seu inspirador, e não em Locke, como é exemplo a Escola de Chicago e seu consequencialismo ético.
A fraqueza teórica dos liberais, mostrada pelo artigo do Olavo, é a causa do seu fracasso histórico na política. Devo dizer que lamento esse fracasso, porque há muito de verdade na filosofia política liberal, especialmente no que concerne à CONDUÇÃO das questões econômicas e no cultivo da liberdade como valor em si. São duas descobertas que engrandeceram o viver humano.
Mas o ponto central está em como é constituída a ordem, o fator cronológico e lógico que precede a criação do campo da liberdade política. Olavo escreveu que "...essa liberdade é apenas a margem de manobra deixada ao cidadão dentro da rede de relações determinada por uma ordem jurídica estabelecida. O princípio aí fundante é, pois, o de 'ordem', não o de "liberdade". Isso basta para demonstrar que a 'liberdade' não é jamais um princípio, mas apenas a decorrência mais ou menos acidental da aplicação de um princípio totalmente diverso".
Essa lição é a mesma que nos deu Michel Villey no seu grande livro FORMAÇÃO DO PENSAMENTO JURÍDICO MODERNO: "Mas o que é o direito, senão, sobretudo, o pensamento vivo de uma elite organizadora sobre o que deve constituir a ordem?"A questão nos remete diretamente ao problema do direito e do direito natural. Não sem razão Leo Strauss escreveu a obra-prima DIREITO NATURAL E HISTÓRIA exatamente para mostrar o erro teórico liberal desde o nascedouro, desde as primeiras linhas da obra de Hobbes. Para ele, o único antídoto contra os males do totalitarismo é o retorno ao direito natural clássico. A ordem fundante teria que vir de pessoas munidas dos princípios de Platão e de Aristóteles, precisamente por sua superioridade teórica e sua consonância com a verdade da alma.
E quais são esses princípios? Quais as fontes da ordem? A lei natural, acessível ao homem pela verdade revelada e pelo esforço filosófico. Voegelin, ele mesmo autor de uma obra que investigou precisamente esse ponto (ORDEM E HISTÓRIA), escreveu no livro A NOVA CIÊNCIA DA POLÍTICA:
"A abertura da alma foi um acontecimento crucial na história da humanidade porque, com a diferenciação da alma como o sensorium da transcendência, tornaram-se visíveis os padrões críticos e teóricos para a interpretação da existência humana na sociedade, bem como a fonte de sua autoridade. Quando a alma se abriu para a realidade transcendente, encontrou uma fonte de ordem superior à da ordem estabelecida da sociedade, assim como uma verdade em oposição crítica à verdade que a sociedade atingira através do simbolismo de sua própria auto-interpretação. Além do mais, a idéia de um Deus universal como medida da alma aberta teve, como corolário lógico, a idéia de uma comunidade universal da hu­manidade, além da sociedade civil, através da participação de todos os homens na medida comum, entendida quer como o nous aristotélico, quer como o logos estóico ou cristão. O impacto de tais descobertas pode muito bem toldar o fato de que a nova clareza com respeito à estrutura da realidade não alterava essa estrutura".
Os três autores citados tinham os olhos voltados para as devastadoras experiências totalitárias da primeira metade do século XX. Sabiam que elas podem se repetir, com virulência ainda mais espetacular, em face dos meios de morte à disposição dos Estados. Se uma elite capaz de construir uma ordem justa e segura não estiver no comando dos botões do apocalipse a coisa pode engrossar. Estamos vendo o desenrolar da crise econômica mundial, o esforço do Irã para ter artefatos atômicos, a emergência da China como potência global, ela mesma formada por uma pseudo elite jacobina, completamente hermética à verdade da alma. Se os melhores não estiverem no poder, certamente lá estarão os piores, fato do qual nosso país hoje pode dar um exemplo antológico ao mundo.
A discussão proposta por Olavo de Carvalho de forma nenhuma pode ser desconsiderada, assim como a lição nela contida. É desse duelo teórico que depende a continuidade da civilização.

fonte; http://www.midiasemmascara.org/artigos/conservadorismo/10807-a-fonte-da-ordem.html


Obrigado pela visita, volte sempre.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Dr. William Lane Craig refuta o "brilhante" argumento ateísta



Obrigado pela visita, volte sempre.

Métodos de Alfabetização-Quais são e como funcionam?




O melhor método para a alfabetização é um discussão antiga entre os especialistas no assunto e também entre os pais quando vão escolher um escola para seus filhos começaram a ler as primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino, especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo menos, melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança da forma de pensar a educação, que passou de ser vista da perspectiva de como o aluno aprende e não como o professor ensina.


São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado. Desde o método fônico, adotado na maioria dos países do mundo, que faz associação entre as letras e sons, passando pelo método da linguagem total, que não utiliza cartilhas, e o alfabético, que trabalha com o soletramento, todos contribuem, de uma forma ou de outra, para o processo de alfabetização.


Qual é o melhor método?

Neste artigo, você vai conhecer os métodos de alfabetização mais utilizados, como funcionam, quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles, além da orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa, adotados pelo governo federal.

A proposta deste artigo não é apontar o melhor método de alfabetização, até porque os educadores e especialistas não têm um consenso sobre o tema. Pretendemos apenas mostrar as características de cada método para que os pais conheçam mais profundamente o método que está sendo aplicado na educação de seus filhos.

• Método Sintético

O método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado por letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.

Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto.

No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.

Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com compreensão.

Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e professores no aprendizado, apresentando um fonema e seu grafema correspondente por vez, evitando confusões auditivas e visuais.

Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia.

• Método Analítico

O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.

Este método pode ser divido em palavração, setenciação ou global. Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra. Primeiro, existe o contato com os vocábulos em uma sequência que engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de um certo número de palavras, inicia-se a formação das frases.

Na setenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora.

• Método Alfabético

Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias.

Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas.

As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola.
O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores leigos, através da repetição das Cartas de ABC, e na alfabetização doméstica.


• Método Fônico

O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.

O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.

O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas.

Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopéia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.

Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.

A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?


A velha cartilha Caminho Suave

Centro de Referência em Educação Mário Covas
Uma das primeiras capas da cartilha


A grande maioria dos brasileiros alfabetizados até os anos de 1970 e início dos 80 teve na cartilha Caminho Suave o seu primeiro passo para o aprendizado das letras. Com mais de 40 milhões de exemplares vendidos desde a sua criação, a cartilha idealizada pela educadora Branca Alves de Lima, que morreu em 2001, aos 90 anos, teve um grande sucesso devido à simplicidade de sua técnica.

Na tentativa de facilitar a memorização das letras, vogais e consoantes, e depois das sílabas para aprender a formar as palavras, a então professora Branca, no final da década de 40, criou uma série de desenhos que continham a inicial das palavras: o “A” no corpo da abelha, o “F” no cabo da faca, o “G”, no corpo do gato.

Por causa da facilidade no aprendizado por meio desta técnica, rapidamente a cartilha tornou-se o principal aliado na alfabetização brasileira até o início dos anos 80, quando o construtivismo começou a tomar forma. Em 1995, o Ministério da Educação retirou a cartilha do seu catálogo de livros. Apesar disto, estima-se que ainda são vendidas 10 mil cartilhas por ano no Brasil.


Os parâmetros nacionais e o método construtivista

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecido como PCN´s, são uma espécie de manual para as escolas sobre como deveria ser a orientação para o ensino, de acordo com o Ministério da Educação. Criado em 1998, este documento tem como função orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, PESQUISAS e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.

Os PCNs propõem um currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja em consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. "Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado", diz o documento.

Os PCN´s foram estabelecidos a partir de uma série de encontros, reuniões e de discussão realizados por especialistas e educadores de todo o país, de acordo com as diretrizes gerais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases. Segundo o MEC, estes documentos foram feitos para ajudar o professor na execução de seu trabalho, servindo de estímulo e apoio à reflexão sobre a sua prática diária, ao planejamento das aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo da escola, formando jovens brasileiros para enfrentar a vida adulta com mais segurança.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana Teberowsky e Emília Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o conhecimento que a criança tem antes de ingressar no estabelecimento. A sua ênfase é na leitura e na língua escrita.

Os construtivistas são contra a elaboração de um material único para ser aplicado a todas as crianças, como as cartilhas, e rejeitam a prioridade do processo fônico. Por este método, as escolas, durante o processo de alfabetização, devem utilizar textos que estejam próximos do universo da criança. 

Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa, vindos de famílias menos letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito pequena, dificultando a sua adaptação a este método.


Por Christianne Visvanathan


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Gutierrez, Francisco. Linguagem Total - Uma pedagogia nos meios de comunicação. São Paulo: Summus Editorial, 1994.

KRAMER, S. Alfabetização, leitura e escrita : formação de professores em curso. Rio de Janeiro:Escola de Professores, 1995.

SMOLKA, A.L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo:Cortez, 1988.

SOARES, M.B. Linguagem e escola. São Paulo: Ática, 1988.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo:Martins Fontes, 1989.

RUSSO, M.F.VIAN, Maria I. Alfabetização: um processo em construção. São Paulo: Saraiva, 1996. 


FONTE: http://pessoas.hsw.uol.com.br/metodo-de-alfabetizacao.htm


Obrigado pela visita, volte sempre.