terça-feira, 30 de setembro de 2014

Como o PT faliu o Brasil - Olavo de Carvalho



Obrigado pela visita, e volte sempre.pegue a sua no TemplatesdaLua.com

POR QUE A ESQUERDA ODEIA ISRAEL



Obrigado pela visita, volte sempre.

O que significa Psicologia, como surgiu?

 


Significado da palavra:
A palavra psicologia vem do grego Ψυχολογία, transl. psykhologuía, termo derivado das palavras ψυχή, psykhé, "alma", e λόγος, lógos, "palavra", "razão" ou "estudo"), ou seja, estudo da alma.
Como surgiu:
o Estruturalismo
Considera-se como fundador da psicologia moderna Wilhelm Wundt, por ter criado, em 1879, o primeiro laboratório de psicologia na universidade de Leipzig, Alemanha. A psicologia só se tornou uma ciência independente da filosofia graças a Wundt, nos finais do século XIX. Foi a partir deste acontecimento que se desenvolveram de forma sistemática as investigações em psicologia, através de vários autores que a esta ciência se dedicaram, construindo múltiplas escolas e teorias. Wundt criou o que, mais tarde, seria chamado de Estruturalismo, por Edward Titchener; cujo objecto de estudo era a estrutura consciente da mente, as sensações.
Segundo esta perspectiva, o objectivo da psicologia seria o estudo científico da Experiência Consciente através da Introspecção. Titchener levou a idéia da Psicologia para os Estados Unidos da América, modificando-a em alguns pontos. As principais limitações do Estruturalismo residem no facto de a introspecção não ser um verdadeiro método científico incontestável e de esta corrente excluir a psicologia animal e infantil. Esta corrente foi extinta em meados do século XX.
Funcionalismo
O Funcionalismo é o modelo que substituí o Estruturalismo na evolução histórica da Psicologia, sendo o seu principal impulsionador William James. O principal interesse desta corrente teórica residia na utilidade dos processos mentais para o organismo, nas suas constantes tentativas de se adaptar ao meio. O ambiente é um dos factores mais importantes no desenvolvimento.Os Funcionalistas queriam saber como a mente funcionava, e não como era estruturada.
Behaviorismo, a primeira potência
A maior escola de pensamento americana surgiu no início do século XX, sendo influenciada por teorias sobre o comportamento e fisiologia animal. A tradução do inglês de Behavior é comportamento, portanto, o foco de estudo do comportamentismo ou comportamentalismo (título traduzido) é o comportamento observável, e o condicionamento é o método utilizado esta escola. Foi fundada por John B. Watson (Behaviorismo Metodológico) que acreditava que o controle do ambiente de um indivíduo permitia desencadear qualquer tipo de comportamento desejável.
Traz do funcionalismo a aplicação prática da Psicologia; o seu foco está na aprendizagem. Segundo esta perspectiva não se pode estudar cientificamente os pensamentos, desejos e sentimentos que acompanham os comportamentos em estudo. Foi influenciado, inicialmente, pelas teorias de Ivan Pavlov e Edward Thorndike. E, posteriormente, pelas teorias do operacionismo. Foi Burrhus Frederic Skinner o maior autor neocomportamentalista, levantando a tona seu condicionamento operante e a modificação do comportamento (Behaviorismo Radical). No meio do século XX, vários autores escreveram sobre o pensamento, a cognição.
Diziam fazer parte do comportamento este pensamento, estava sendo criada uma divisão no beheavorismo: a Psicologia Cognitiva. Alguns autores desta escola foram: Albert Bandura, Julian Rotter e Aaron Beck. Estes falavam que o comportamento pode ser entendido também a partir da cognição. O aprendizado pode existir sem a necessidade de condicionamento em laboratório, mas pela observação e elaboração do que foi visualizado. É chamada de a primeira grande força da psicologia.
Gestalt, a psicologia da forma
Fundada dentro da filosofia por Max Wertheimmer e Kurt Koffka a Gestalt traz novas perguntas e respostas para a Psicologia. Ela se detém nos campos da percepção e na visão holística do homem e do mundo. A palavra gestalt não tem uma tradução para o português, mas pode ser entendido como forma, configuração. Criticava principalmente a psicologia de Wundt, que era chamada de Psicologia do "tijolo e argamassa", pois via a mente humana dividida em estruturas. A gestalt preocupa-se com o homem visto como um todo, e não como a soma das suas partes (o lema da Gestalt é justamente este: O todo é mais que a soma das suas partes). No ano de 1951, Frederic S. Perls cria a teoria Gestalt-terapia, que contou com os colaboradores Laura Perls e Paul Goodman, com base na filosofia de Martin Buber, das terapias corporais de Reich, filosofias orientais, teoria Organísmica de K. Goldstem, teoria de campo de Kurt Lewin, holismo e outros.
Psicanálise
Muitos leigos imaginam o psicólogo utilizando-se de um divã, e fazendo análise. Na verdade, esta é uma característica da psicanálise, assim como inconsciente e associação livre são técnicas psicanalíticas. A psicanálise teve seus primórdios com Sigmund Freud (1856-1939) entre o fim do século XIX e início do século XX através dos estudos sobre a histeria, acompanhado primeiramente pelo seu mestre, Charcot. Este havia descoberto que a histeria era doença de caráter ideogênico, ou seja, baseado nas idéias e não originada de distúrbios orgânicos, e portanto não era uma doença tipicamente feminina, do útero (Hystero em grego significa útero).
Também pode ser-lhe creditado a hipótese de que a histria fosse efeito de uma dissimulação, uma vez que o sintoma poderia ser evocado e suprimido por força da sugestão ou da hipnose. Isso foi descoberto devido a sugestão hipnótica, pois pessoas que não apresentavam histeria, poderiam ser sugestionados a apresentar sintomas histéricos tais como a conversão.Freud, ficou impressionado com o método hipnótico e o estudo da histeria. Passou, então a praticar o método de Charcot, que mais tarde ganhou um diferencial, a catarse, estudado conjuntamente com seu colega Breuer. Com o livro dos dois, Estudos sobre a Histeria, foi fundado a psicanálise.
O método hipnótico foi abandonado por Freud, dentre outros motivos, por apenas suprimir os sintomas sem que promovesse a cura, e também, como modo de atender a uma paciente (Fraulin Elizabeth), que havia lhe pedido para apenas falar, sem a hipnose. Foi denominada por ela a psicanálise como a "Cura pela fala". Freud então foi modelando sua teoria, sendo caracterizada fundamentalmente por investigar o inconsciente, ganhando contornos da sexualidade, principalmente as pulsões da sexualidade infantil, tópico este polêmico para a sociedade da época.
Cabe dizer que o termo sexualidade confunde-se até hoje em dia, no senso comum, com sexo e no entanto para Freud a sexualidade dá conta da organização do prazer e a construção psíquica dos meios para satisfazê-la. Um personagem importante da psicanálise é seu filho simbólico, Carl G. Jung, primeiro presidente da sociedade psicanalítica. Com o avanço da teoria de Freud em cima da sexualidade infantil, Jung, que não concordava com o que Freud dizia acerca do assunto, rompe com o psicanalista e segue outro caminho, criando uma nova teoria, denominada psicologia analítica.
A sua proposta foi de "dessexualizar" o ego. Mas Freud retifica o ex-colega, dizendo que "o ego possui várias naturezas das pulsões, mas a pulsão sexual é a que ganha mais investimento". Duvidaram que Freud tivesse "criado" o termo inconsciente, mas tal conceito foi feito anos antes, e Freud utilizou-se dele com outro sentido, encarregando-se de criar uma teoria toda em cima do termo: antigamente, inconsciente significava não-consciência e, na psicanálise, inconsciente significa uma outra ordem, com outras regras, um dos elementos do aparelhos psíquico, constituído por pensamentos, memórias e desejos que não se encontram ao nível consciente mas que exercem grande peso no comportamento. Este é o mérito de Freud. Após a morte de Freud, a psicanálise teve muitos membros que a cisionaram, criando obras chamadas neopsicanalíticas (Anna Freud, Melanie Klein, Lacan, Bion,Winnicott etc.) ou outras teorias diferentes (Carl G. Jung, Alfred Adler, Erik Erikson, Carl Rogers etc.).
A psicanálise hoje se apresenta de várias formas, que são a psicanálise ortodoxa, a psicanálise nova (ou neopsicanálise) e a psicologia de orientação analítica (utilizada não só por psicanalistas formados, mas também por psicólogos não especializados), todas com algumas peculiaridades. É a segunda grande força de psicologia, e segundo o Conselho Federal de Psicologia Brasileiro e demais, a psicanálise é aceita no meio acadêmico, porém só pode ser utilizada de forma integral com uma especialização, caso contrário deve-se utilizar da técnica de psicoterapia de orientação psicanalítica.
História e sistemas da Psicologia
Esta parte da psicologia é importante para o estudo, pois é nela que aparecerão as principais críticas acerca de cada escola de pensamento. Recomenda-se o estudo da história e dos sistemas da psicologia a qualquer acadêmico, já que está provado que este estímulo inicial o ajudará, na atuação como profissional. Junto ao estudo da história, veremos também as inúmeras correntes teóricas. Cada escola com seu foco de estudo, o que as torna diferentes em alguns ou vários parâmetros. Uma escola surge normalmente contrapondo-se ou complementando uma escola anterior.
Início, o Estruturalismo

Considera-se como fundador da psicologia moderna Wilhelm Wundt, por ter criado, em 1879, o primeiro laboratório de psicologia na universidade de Leipzig, Alemanha. A psicologia só se tornou uma ciência independente da filosofia graças a Wundt, nos finais do século XIX. Foi a partir deste acontecimento que se desenvolveram de forma sistemática as investigações em psicologia, através de vários autores que a esta ciência se dedicaram, construindo múltiplas escolas e teorias. Wundt criou o que, mais tarde, seria chamado de Estruturalismo, por Edward Titchener; cujo objecto de estudo era a estrutura consciente da mente, as sensações. Segundo esta perspectiva, o objectivo da psicologia seria o estudo científico da Experiência Consciente através da Introspecção. Titchener levou a idéia da Psicologia para os Estados Unidos da América, modificando-a em alguns pontos.


Obrigado pela visita, volte sempre.

Sobre a polêmica do candidato Levy Fidelix



Obrigado pela visita, volte sempre.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Uma Visão Histórica Da Psicomotricidade: Da Reeducação A Clínica Psicomotora


Abordar a origem e a evolução da psicomotricidade é, antes de tudo, estudar a significação do corpo ao longo da civilização humana. Para Levin (2007), a história da psicomotricidade é solidária a história do corpo, ou seja, a psicomotricidade tem seu início desde que o homem é humano. Desde a antiguidade até os dias atuais o significado do corpo sofreu inúmeras transformações. Segundo Fonseca (1995), desde Aristóteles o corpo foi negligenciado em função do espírito. Apenas no século XIX o corpo foi estudado por neurologistas e, posteriormente, por psiquiatras com o intuito de compreender as estruturas cerebrais e esclarecer fatores patológicos.
Assim, o termo Psicomotricidade surgiu no início do século XIX, a partir do discurso médico neurológico. Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, começou a constatar-se que existiam diferentes disfunções graves sem que o cérebro fosse lesionado ou sem que a lesão fosse claramente localizada. Portanto, as primeiras pesquisas que deram origem ao campo psicomotor correspondem a um enfoque neurológico. Dessa forma, o esquema clínico que determinava para cada sintoma sua correspondente lesão focal, já não podia explicar alguns fenômenos patológicos. Assim, através da necessidade médica de encontrar tais correspondentes, que pela primeira vez se nomeou a palavra psicomotricidade, no ano de 1870.
Enerst Dupré, em 1909, deu partida à psicomotricidade.  Através de seus estudos clínicos na observação de pacientes definiu a síndrome da debilidade motora caracterizada pela presença de sincinesias, paratonias e inabilidades, rompendo a correlação entre a perturbação motora e a síndrome. Dessa forma, este neuropsiquiatra francês evidenciou o paralelismo psicomotor, ou seja, uma estreita relação entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade. Tal paralelismo psicomotor definiu-se como uma tentativa de superação ao dualismo cartesiano – corpo e mente (SOUZA, p. 18, 2004). 
Em 1925, Henri Wallon trouxe suas contribuições para a psicomotricidade, através da sua análise sobre os estágios e os transtornos do desenvolvimento mental e motor da criança. Segundo Wallon (1995), o movimento é a única forma de expressão e o primeiro instrumento do psiquismo (FONSECA, p. 10, 1995). Dessa maneira, Wallon criou o termo diálogo tônico que consiste na relação entre o tono postural e o tono emocional, tendo a emoção como elo entre o orgânico e o social. Seu estudo foi baseado no desenvolvimento neurológico do recém nascido e na evolução psicomotora da criança. Para Wallon, há uma relação entre motricidade e caráter, onde o movimento está relacionado ao afeto, a emoção, ao meio ambiente e aos hábitos da criança. De acordo com Fonseca (1995), Wallon foi o principal responsável pelo nascimento do movimento da reeducação psicomotora.
Dando continuidade as perspectivas de Wallon, o neurologista Eduard Guilmain, desenvolveu, em 1935, um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica psicomotora e de prognóstico.
No final da década de 40, a psicomotricidade começou a se diferenciar de outras ciências, adquirindo sua própria especificidade e autonomia (LEVIN, p. 26, 2004). Essa mudança aconteceu devido o surgimento de técnicas ligadas aos distúrbios psicomotores propostas por Julian de Ajuriaguerra. Este psiquiatra foi o único que conseguiu romper com a hegemonia neurológica e com o conceito do parelismo psicomotor mudando, dessa forma, a história da psicomotricidade. Ajuriaguerra estava centrado no corpo em sua relação com o meio.
É importante destacar também, as contribuições de Piaget por considerá-las pilares fundamentais na construção teórica no campo da motricidade. Para este autor, a motricidade está relacionada com a inteligência, antes da aquisição da linguagem (OLIVEIRA, p. 31, 2007). Para Piaget, a inteligência é uma adaptação ao meio ambiente e para que ela aconteça é necessário que o indivíduo explore o meio no qual está inserido. Assim, através de experimentações motoras ele percebeu as inter – relações entre a motricidade e a percepção.
Mais tarde, próximo a década de 70, autores como Le Bouch, Lapierre, Acouturrier, Defrontaine, entre outros defendiam a idéia de que a educação psicomotora era vista como uma forma de ajudar a criança com dificuldade de adaptação a participar do âmbito escolar, desenvolvendo suas potencialidades. A psicomotricidade, neste momento, era vista como motricidade de relação, passando a existir uma diferença entre postura reeducativa e terapêutica, dando-se, progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional (VALENTIM, p.29, 2004). Com isso, André Lapierre adicionou o termo relacional a palavra psicomotricidade com o intuito de diferenciar suas concepções e práticas de outras práticas psicomotoras.
Com isso, a partir de 1974, surge dentro da psicomotricidade conceitos psicanalíticos e autores como Sigmund Freud, Melanie Klein, Donald Winnicott, passam a ser citados pelos psicomotricistas. De acordo com Levin (2004), é através da contribuição da Psicanálise que são introduzidos na prática psicomotora conceitos como inconsciente, transferência, imagem corporal, entre outros.
Assim, Levin (p.29, 2007) afirma: a PASSAGEM da terapia à clínica psicomotora implica ocupar-se do sujeito e não mais da pessoa; ocupar-se da transferência e não mais da empatia; ocupar-se da vertente simbólica e não da expressiva (...) a clínica psicomotora é aquela no qual o eixo é a transferência e, nela, o corpo real, imaginário e simbólico é dado a ver o olhar do psicomotricista.
Dessa forma, pode-se perceber que com a introdução da Psicanálise, a clínica psicomotora enxerga o sujeito com seu corpo, sua motricidade e inserido num contexto social.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (1999), esta é a ciência que estuda o homem através de seu corpo em movimento, em relação com o mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Desde o seu surgimento até os dias atuais a história e a evolução da psicomotricidade estão relacionadas a três diferentes cortes que norteiam sua prática fazendo com que esta se torne cada vez mais peculiar e específica. O primeiro está relacionado às práticas reeducativas, seguida da terapia psicomotora e, por fim, o terceiro corte conhecido como a clínica psicomotora.
O primeiro corte epistemológico foi influenciado pela neuropsiquiatria, onde o foco era o aspecto motor tendo o corpo como instrumento. Há a tentativa de superação do dualismo cartesiano (mente e corpo). De acordo com Levin (p.30, 2007), o corpo era a ferramenta de trabalho para o reeducador que se propõe a concertá-lo. Assim, a reeducação psicomotora enxerga o homem como dono de um corpo e este corpo é visto como uma máquina de músculos que não funcionam e que, por isso, devem ser reparados.
Com a contribuição da psicologia, em especial a psicologia genética, o foco da psicomotricidade se modifica do ato simplesmente motor para o corpo em movimento e, com isso, acontece o segundo corte epistemológico voltado a educação psicomotora.
Já não se trata de uma reeducação, mas de uma terapia psicomotora que se ocupa, observa e opera num corpo em movimento que se desloca, que constrói a realidade, que conhece à medida que começa a movimentar-se, que sente que se emociona e cuja emoção manifesta-se tonicamente (LEVIN, p. 31, 2007).
Assim, a terapia psicomotora visa a emoção, a expressão e a afetividade, tendo o corpo, a motricidade e a emoção integrados em si mesmos. O homem é visto em sua totalidade, ou seja, não é fragmentado, mas sim um ser bio-psico-social.
Quando a psicanálise influencia a Psicomotricidade ocorre o terceiro corte epistemológico. O enfoque agora não é mais num corpo em movimento, mas num sujeito com seu corpo em movimento. A clínica psicomotora está norteada na transferência e no corpo real, imaginário e simbólico. O sujeito diz com seu corpo, com sua motricidade, com seus gestos, e, portanto, espera ser olhado e escutado na transferência desde um lugar simbólico (LEVIN, p. 42, 1995). Dessa forma, a clínica está centrada no corpo de um sujeito desejante e não mais num ser em sua globalidade.
Segundo Levin (2007), a atividade e o brincar surgem na clínica psicomotora para que a criança se manifeste de forma espontânea, externalizando livremente seu desejo e suas possibilidades de fazer. É na transferência, fundamento da análise do espontâneo, onde se coloca em jogo o desejo da criança, onde o brincar do corpo, o seu posicionamento corporal é dado ao ver ao olhar da psicomotricista.
Levin utiliza o conceito de Freud, sobre transferência: Reedições ou repetições dos impulsos e fantasias que hão de ser despertados e transformados em conscientes no desenvolvimento de uma análise e que entranham como particularidade e característica da sua espécie a substituição de uma pessoa anterior pela pessoa do médico, ou para dizê-lo de outro modo: toda uma série de processos psíquicos ganham vida novamente, porém, não mais como sendo pertencentes ao passado, e sim como relação atual na pessoa do médico (LEVIN, APUT, FREUD, p. 122, 2007).
O terapeuta na clínica psicomotora é percebido pelo paciente como sujeito suposto ao saber, que possui o saber, é o terapeuta que vai curar. Tal fundamento advém da relação transferencial introduzido por Jacques Lacan, aos conceitos da psicanálise.
Porém, tal transferência (paciente e/ou família para o terapeuta), ocorre a nível imaginário de forma positiva, devido as recomendações feita por terceiro, tecendo um prestígio ao terapeuta. Essa transferência inicial tem um caráter exploratório, e com tempo constitui-se a transferência simbólica, onde supõe-se que há um Outro no qual pode-se confiar.
Na clínica psicomotora, a transferência instala-se quando há um Outro nesse lugar simbólico (que o terapeuta encarna), ao qual o paciente confia sua capacidade de produzir, dizer, brincar e criar (LEVIN, P. 126, 2007).
Levin, afirma que dentro da generalidade, recorta-se a especificidade da clínica psicomotora devido ao seu enfoque particular que, articulado na transferência, se ocupa do corpo, dos gestos, do movimento, das posturas, do tônus, do espaço, do tempo, como parte do dizer corporal do sujeito.
Os cortes epistemológicos, de acordo com Levin (2007), são PASSAGENS lógicas e não cronológicas, trazendo diferentes respostas teóricas, clínicas e éticas, ou seja, respondem a uma lógica sustentada em diversas concepções acerca do sujeito e da prática psicomotora.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FONSECA, Vitor da. Manual de observação psicomotora – significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artmed, 1995.
LEVIN, Esteban. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. 7ª edição, Petrópolis: Vozes, 2007.
OLIVEIRA, Gislene de Campo. Psicomotricidade – Educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 12ª edição, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
SOUSA, Dayse campos de. “O corpo e o movimento psicomotor”, Revista Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales, páginas 17 a 24, maio 2004.
VALENTIM, Mônica Oliveira da Silva Vicente. Linguagem do corpo: o inconsciente na clinica. Viver, São Paulo: Segmento, v. 12, n. 132, p. 28-30, jan. 2004.
WALLON, H. A Evolução Psicológica da Criança. Lisboa: Edições 70, 1978.
Sandra Aurora Lôbo Oliveira
 - Perfil do Autor:
Terapeuta Ocupacional, graduada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Pós-graduada em Psicomotricidade.


fonte: 
Obrigado pela visita, volte sempre.

Racismo Estrutural. De Silvio Almeida critica ao livro. Indicação de leitura 65. Podcast conservador

Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.