terça-feira, 3 de junho de 2008

Filosofia e sociologia passam a ser obrigatórias no ensino médio


02/06/2008 - 17h14
Filosofia e sociologia passam a ser obrigatórias no ensino médio

O presidente da República, em exercício, José Alencar, sancionou nesta segunda-feira no Palácio do Planalto, a lei que torna obrigatório o ensino das disciplinas de sociologia e filosofia nas escolas de ensino médio, públicas e privadas. A lei foi aprovada primeiro na Câmara, onde o projeto começou a tramitar em 2003, e no dia 8 de maio deste ano, no Senado.Para tornar obrigatório o ensino de sociologia e filosofia no currículo do ensino médio, o Congresso Nacional alterou o artigo 36 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). A obrigatoriedade, segundo a lei, entra em vigor a partir da sua publicação no "Diário Oficial" da União.A inclusão de sociologia e filosofia no currículo do ensino médio não é novidade para os sistemas estaduais. Em 21 de agosto de 2006, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou uma resolução orientando as redes estaduais de educação, que são responsáveis pelo ensino médio, sobre a oferta das duas disciplinas.A Resolução nº 4 de 2006, da CNE, ofereceu aos sistemas duas alternativas de inclusão: nas escolas que adotam organização curricular flexível, não estruturada por disciplinas, os conteúdos devem ser tratados de forma interdisciplinar e contextualizada; já para as escolas que adotam currículo estruturado por disciplina, devem ser incluídas sociologia e filosofia. A resolução deu aos sistemas de ensino um ano de prazo para as providências necessárias.

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segunda-feira, 2 de junho de 2008

Queda do império romano -- Julio César Legendado .( dividido em 7 partes no menu).

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Caio Júlio César (em latim Gaius Julius Caesar ou IMP•C•IVLIVS•CAESAR•DIVVS[1]) (13 de Julho, 100 a.C.–15 de Março, 44 a.C.) foi um líder militar e político da República romana. As suas conquistas na Gália estenderam o domínio romano até o Oceano Atlântico: um feito de consequências dramáticas na história da Europa. No fim da vida, lutou numa guerra civil com a facção conservadora do senado romano, cujo líder era Pompeu. Depois da derrota dos optimates, tornou-se ditador (no conceito romano do termo) vitalício e iniciou uma série de reformas administrativas e económicas em Roma. O seu assassinato nos Idos de Março por um grupo de senadores travou o seu trabalho e abriu caminho a uma instabilidade política que viria a culminar no fim da República e início do Império Romano. Os feitos militares de César são conhecidos através do seu próprio punho e de relatos de autores como Suetónio e Plutarco.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Julio_cesar
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The History Channel. Construindo um Império - Grécia . Dublado Brasil

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EL PEQUEÑO BUDA


Ficha Técnica
Título Original: Little Buddha
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra / França / Liechtenstein):
1993
Estúdio: Recorded Picture Company / CiBy 2000 / Serprocor Anstalt
Distribuição: Miramax Films
Direção: Bernardo Bertolucci
Roteiro: Rudy Wurlitzer e Mark Peploe, baseado em estória de Bernardo Bertolucci
Produção: Jeremy Thomas
Música: Ryuichi Sakamoto
Fotografia: Vittorio Storaro
Desenho de Produção: James Acheson
Direção de Arte: Gianni Giovagnoni e Steve Simmonds
Figurino: James Acheson
Edição: Pietro Scalia
Efeitos Especiais: The Computer Film Company


Elenco
Keanu Reeves (Siddhartha)
Ruocheng Ying (Lama Norbu)
Chris Isaak (Dean Conrad)
Bridget Fonda (Lisa Conrad)
Alex Wiesendanger (Jesse Conrad)
Raju Lal (Raju)
Greishma Makar Singh (Gita)
Sogyal Rinpoche (Kenpo Tenzin)
Khyongla Rato Rinpoche (Abbot)
Geshe Tsultim Gyelsen (Lama Dorje)
Jo Champa (Maria)
Jigme Kunsang (Champa)
Thubtem Jampa (Punzo)
Surehka Sikri (Sonali)
T.K. Lama (Sanjay)
Doma Tshomo (Ani-La)
Kanika Pandey (Rainha Maya)

Sinopse

Seattle. Um dia, ao voltar para casa, o arquiteto Dean Conrad (Chris Isaak) encontra dois monges budistas tibetanos, Lama Norbu (Ruocheng Ying) e Kenpo Tensin (Sogyal Rinpoche), sentados na sua sala de estar, conversando com Lisa (Bridget Fonda), sua esposa. Guiados por vários sonhos perturbadores, os monges viajaram do Nepal até Seattle pois acreditam que um garoto de 10 anos, Jesse (Alex Wiesendanger), o filho de Dean, possa ser a reencarnação de Lama Dorje (Geshe Tsultim Gyelsen), um lendário e místico budista. Inicialmente Dean e Lisa ficam céticos, especialmente quando os monges manifestam interesse em levar Jesse para o Butão, na intenção de comprovar ou não se ele é a reencarnação de Lama Dorje. Porém após o suicídio de Even, um sócio de Dean, este muda de idéis. Após deixar Lisa nos Estados Unidos, Dean viaja com o filho para o Butão.

http://youtube.com/user/COOPER25M


Este filme está inteiro. Para ter acesso, as 8 partes deste filme, basta clicar no menu desta tela virtual. O filme está em espanhol.
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“Uma criança que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar” (CHATEAU, 1987, P. 14).



“Uma criança que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar” (CHATEAU, 1987, P. 14).
Maria Salete Corrêa Carvalho - Fevereiro de 2008

(Professora, graduada em Estudos Sociais e História, especialista e com mestrado em Psicopedagogia).

INTRODUÇÃO

A psicopedagogia, empenhada em solucionar os problemas da alfabetização, vem buscando criar formas de administrar a relação professor/aluno/aprendizado, por métodos adotados amplamente por ela. Entre esses métodos, encontra-se a ludopsicopedagogia, que consiste na análise da criança através dos seus brinquedos, uma vez que a criança desloca para o exterior seus medos e ansiedades. No brincar, a criança descobre seus limites, potencialidades e individualidade. A brincadeira desempenha uma função vital para a criança. É muito mais do que apenas a atividade frívola, leviana e prazenteira que os adultos julgam que é.
A ludopsicopedagogia associada à música abre outra vertente do tratamento psicopedagógico. Embora pouco explorada, a “Ludopsicopedagogia-musical” condensa dois pontos de apoio à intervenção: o lúdico, que fornece informações do indivíduo através dos elementos do brincar; e da música, que proporciona a realização de um trabalho direcionado e caracterizado para aplicação específica, permitindo ao psicopedagogo, encontrar na música o meio “impressionante” necessário ao tratamento da deficiência.
A “ludopsicopedagogia-musical” é o nome utilizado pela pesquisadora para definir o método aplicado na execução de um programa que inclui brinquedos/ instrumentos. Diz a psicóloga Camasmie (2006):
É uma técnica muito apropriada para a criança, realizada através do lúdico, do “brincar” tendo como objetivo, facilitar a expressão da criança, pois é através do brincar que a criança tem maior possibilidade de expressar seus sentimentos e conflitos e buscar melhores alternativas para lidar com suas emoções e conseqüentemente, saber resolver problemas e melhorar o processo de aprendizagem.
LUDOPSICOPEDAGOGIA
Para Oaklander (1980)
Brincar também serve como linguagem para a criança – um simbolismo que substitui as palavras. A criança experiência na vida muita coisa que ainda é incapaz de expressar verbalmente, e deste modo utiliza a brincadeira para formular e assimilar aquilo que experiencia. Eu me utilizo do brincar de situações em terapia da mesma maneira que poderia usar uma estória, um desenho, uma cena na mesa de areia, um teatro de bonecas, ou uma improvisação.
Quando a criança brinca, diz a autora, pode-se observar o processo de sua forma de brincar, de se aproximar do material, do que escolhe e o que evita, seu estilo geral, as dificuldades de ultrapassar etapas, a organização, o padrão adotado, o modo como brinca e o que fala sobre a sua vida.
Durante o tratamento com o psicopedagogo, as crianças são levadas ao consultório para brincarem livremente, de acordo com suas necessidades, permitindo que elas demonstrem seus conflitos e se desenvolvam através da interpretação do conteúdo dos seus jogos e brincadeiras - a ludopsicopedagogia. O brincar das crianças, em qualquer situação, é muito proveitoso para outros propósitos, além do processo direto de terapia.
Brincar é divertido para a criança e ajuda a promover a afinidade necessária entre o psicopedagogo e/ou professor e a criança. O medo e resistência iniciais por parte desta, muitas vezes, são drasticamente reduzidos, quando ela se defronta com uma sala cheia de brinquedos. Enquanto a criança utiliza o brinquedo como instrumento o profissional consegue compreender seus sentimentos e preocupações. Brincando as crianças comunicam e mostram melhor, os seus sentimentos. Enquanto isso, o psicopedagogo dirige a atenção para os motivos subjacentes do comportamento da criança, durante as atividades lúdicas.
A técnica do brinquedo é organizada de modo que a criança possa brincar num lugar que está equipado, habitualmente, com brinquedos padronizados. A comunicação verbal não é o meio mais adequado para as crianças de tenra idade e, nesse sentido, para se alcançar uma expressão espontânea e verificar as associações que elas fazem, nada melhor do que explorar as atividades lúdicas, jogos e representações infantis, mediante a passagem do ato de brincar.
Brincar pode ser um bom instrumento de diagnóstico. Brincando com a criança, podemos observar muita coisa a respeito da maturidade, Inteligência, imaginação e criatividade, organização cognitiva, orientação de realidade, estilo, campo de atenção, capacidade de resolução de problemas, habilidades de contato, entre outras nuanças (OAKLANDER, p.189).
A análise infantil explora o mundo dos sentimentos e impulsos inconscientes, os “fantasmas infantis” como origem de todas as ações e reações observadas nos pequenos aprendizes. A eficiência do tratamento está no fato de que no ato de brincar as crianças expressam sentimentos de ambição, desejo, amor, crueldade, ódio, necessidade de dominar e destruir. Esses sentimentos existem em cada pessoa, mas nas crianças são liberados no brincar de uma forma prazerosa.
O poder do lúdico na criança dá-lhe o prazer de adaptar à realidade ao seu gosto. Sob a orientação do professor e com o apoio de jogos, procura-se fazer desaparecer os “medos e os temores”, “obter uma maior assimilação do mundo, dos impulsos e das motivações e conseguir uma maior adaptação à realidade e uma estabilidade da emotividade” Enciclopédia online (2005). O brinquedo cria na criança uma nova forma de desejo.
Assim como já foi mencionado, a ludopsicopedagogia consiste na análise da criança através do ato de brincar. É durante esse comportamento prazeroso que ela desloca para o exterior seus medos, ansiedades e problemas internos, dominando-os ou não pela ação. Por meio da atividade lúdica, ela manifesta seus conflitos e, desse modo, pode-se reconstruir o passado assim como, no adulto, se consegue por meio da palavra. LUDOPSICOPEDAGOGIA-MUSICAL
A ludopsicopedagogia associada à música abre outra vertente do tratamento psicopedagógico. Embora pouco explorada, a “Ludopsicopedagogia-musical” condensa dois pontos de apoio à intervenção: o lúdico, que fornece informações do indivíduo através dos elementos do brincar; e da música, que proporciona a realização de um trabalho direcionado e caracterizado para aplicação específica, permitindo ao psicopedagogo, encontrar na música o meio “impressionante” necessário ao tratamento da deficiência.
Segundo Adorno:
(...) alguns gestos musicais são derivados da fala. A entonação, a pontuação, a exclamação, a interrogação, o tom da voz, são elementos da linguagem verbal que encontram equivalentes na música. Beethoven, em sua composição Opus 33, explicita essa característica da música pedindo para que essa seja tocada “parlando”. (APUD FREITAS, 1982, p.1-6).
Música e linguagem são organizações sonoras que servem ao homem como veículos de expressão. No entanto, não se pode conhecer precisamente o significado daquilo que foi expresso por meio da música. A organização do som na música é uma cadeia de significantes sonoros que não tem uma conotação intrínseca. Ou seja, não existe dicionário musical que possa definir o sentido de uma música. O que se diz, via música, é revelado e velado ao mesmo tempo.
A “ludopsicopedagogia-musical” é o nome utilizado pela pesquisadora para definir o método aplicado na execução de um programa que inclui brinquedos/ instrumentos musicais e com base na proposta da piscóloga Camasmie.
As atividades com música permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolva sua noção de esquema corporal e também permitem a comunicação com o outro. Weigel (1988), Pasini (2006) e Barreto (2000) afirmam que estas atividades podem contribuir de maneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio-afetivo da criança, da forma descrita a seguir:
a. Desenvolvimento Cognitivo: a fonte de conhecimento da criança é o conjunto de situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu dia-a-dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmico-musicais, que permitem uma participação ativa (vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade auditiva.
b. Desenvolvimento Psicomotor: as atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões. As atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, bater pés ,são experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores imprescindíveis também para o processo de aquisição da leitura e da escrita.
c. Desenvolvimento sócio-afetivo: A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se no contexto em que vive. Nesse processo a auto-estima e a auto-realização desempenham um papel relevante. As atividades musicais coletivas, por exemplo, favorecem o desenvolvimento da socialização, estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe dêem prazer, ela demonstra seus sentimentos, libera suas emoções, desenvolvendo um sentimento de segurança e auto-realização.
A “Ludopsicopedagogia-musical”-, por suas características, torna-se extremamente adequada ao meio escolar, ao aprendizado fundamental, pois permite a avaliação do aluno, seu tratamento, a recomposição ou a manutenção de conceitos. Sendo assim, a escola deveria considerar as diferentes formas de expressão em que a criança melhor se adapte, dando-lhe a oportunidade para que ela se destaque em outras habilidades, ao contrário do que acontece quando se privilegiam apenas as capacidades lógico-matemática e lingüística.
Sadie apud Chiareli & Barreto (2005) afirma que:
Crianças mentalmente deficientes e autistas geralmente reagem à música, quando tudo o mais falhou. A música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem. A música foi usada para melhorar a coordenação motora nos casos de paralisia cerebral e distrofia muscular. Também é usada para ensinar controle de respiração e da dicção nos casos em que existe distúrbio da fala.
As atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de músicos, e sim através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar à abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. A este respeito Katsch e Merie- Fishman apud Chiareli & Barreto (2005 p. 6) afirmam que “[...] a música pode melhorar o desempenho e a concentração, além de ter um impacto positivo na aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades lingüísticas nas crianças”.
Vários são os benefícios que a música nos proporciona. Burrows (2000, p. 82), cita alguns dos benefícios que a música nos proporciona, entre os quais: a música refresca o corpo e a mente; promove o relaxamento; acalma os nervos; estimula a criatividade; desenvolve a intuição e induz sentimentos de amor.
Pesquisar o universo musical em que a criança pertence, é o primeiro passo que o educador deverá seguir antes de iniciar um programa com atividades “ludopsicopedagógica-musical”, para depois, encorajar atividades relacionadas com a descoberta e com a criação de novas formas de expressão através da música. Caberá ao professor, descobrir a beleza, a simplicidade e a grandiosidade de se trabalhar a linguagem musical.
Para garantir o sucesso do trabalho, o educador deverá sempre se atualizar para buscar novas estratégias, criar e recriar subsídios, respeitando a linguagem expressiva do aluno O dinamismo da aula fará o tempo passar sem que se perceba e o interesse será mantido todo tempo, com entusiasmo e completa disponibilidade por parte dos educandos.
Criando um ambiente musical na sala de aula, o professor poderá perceber que as crianças improvisarão livremente, criarão sons que os adultos talvez, não obtivessem com menos facilidade, devido sua inibição e falta de espontaneidade. “Ambiente musica é aquele no qual a criança pode ouvir música, dançar, confeccionar e manipular instrumentos musicais [...]” (Jeandot, 1997, p. 30).
Burrows (2000, P. 116), lista alguns dos benefícios que as crianças podem adquirir através das atividades lúdicas:
-Valor de interesse e divertimento;
- Descontração;
- Cooperação;
- Auto-questionamento;
- Melhor memória;
- Concentração.
Deve-se notar que a lista é totalmente insuficiente e é oferecida apenas como exemplo. O mais importante é que os professores prossigam a partir deste ponto, aproveitando as idéias, expandindo e aperfeiçoando. Cada lição é diferente e cada professor ensina com seu estilo particular. Os professores devem experimentar e criar, para que cada aula se torne viva e excitante e, através da qual também crescerem com os alunos.
A infância é a aprendizagem necessária à idade adulta. Conforme assevera Chateau (1987, p. 14), “Estudar na infância somente o crescimento, o desenvolvimento das funções, sem considerar o brinquedo, seria negligenciar esse impulso irresistível pelo qual a criança modela sua própria estátua”.
Não se pode dizer de uma criança, “que ela cresce” apenas, seria preciso dizer ‘que ela se torna grande”pelo jogo. Pelo jogo ela desenvolve as possibilidades que emergem de sua estrutura particular, concretiza as potencialidades virtuais que afloram sucessivamente à superfície de seu ser, assimila-as e as desenvolve, une-as e as combina, coordena seu ser e dá vigor. (ibidem)
A história da pedagogia demonstra que vários educadores do passado já se preocupavam com o aspecto motivacional do ensino, preconizando uma educação de acordo com as necessidades e interesses infantis, e que também reconheciam o valor formativo do jogo e das atividades lúdicas...
Rizzi & Haydt (2004, p. 5), assevera:
Jogar é uma atividade natural do ser humano. Ao brincar e jogar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo, que coloca na ação seu sentimento e emoção. O jogo, assim como a atividade artística, é um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais.Parte-se do pressuposto de que é brincando e jogando que a criança ordena o mundo à sua volta, assimilando experiências e informações e, sobretudo, incorporando atividades e valores. Portanto, é através do jogo, do brinquedo e também da música (grifo meu), que ela reproduz e recria o meio circundante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Já que os jogos e brincadeiras envolvendo música, comprovadamente podem trazer tantos benefícios para a saúde física e mental, incluí-las no cotidiano escolar certamente trará benefícios tanto para os professores quanto para os alunos. Os educadores encontrarão mais um recurso, e os alunos se sentirão mais motivados, se desenvolvendo de forma lúdica e prazerosa.
Além de contribuir para deixar o ambiente escolar mais alegre, a música pode ser usada para proporcionar uma atmosfera mais receptiva à chegada dos alunos, oferecendo um efeito calmante após períodos de atividade física e reduzindo a tensão em momentos de avaliação, “a música também pode ser usada como um recurso no aprendizado de diversas disciplinas” (BURROWS, 2000).
Os professores precisam ter uma visão da importância da atividade lúdica no desenvolvimento e educação da criança, fornecendo subsídios e planejando a execução de atividades diárias na sala de aula. No que se refere aos recursos materiais a serem utilizados, não se torna necessário o uso de materiais sofisticados. O material de sucata, por exemplo, é de fácil obtenção e não exige gastos por parte dos alunos e professor. “Além disso, contribui para o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, pois a criança terá a oportunidade de explorar, perceber sob um novo enfoque e utilizar de forma criadora objetos que fazem parte de sua vida cotidiana” (op. cit.)
Como professores, temos que tornar nossas aulas tão interessantes e divertidas quanto possível. As crianças necessitam de movimentos não apenas porque têm períodos de concentração muito curtos, mas também porque aprendem com o uso do corpo inteiro. Cada aula deve incluir pelo menos uma ou duas atividades das quais deveria ser um jogo ou uma brincadeira incluindo a música.
É correto afirmar que, “o êxito do processo ensino-aprendizagem depende, em grande parte, da integração professor-aluno, sendo que neste relacionamento, a atividade do professor é fundamental” (IDEM), devendo criar condições para que a criança explore seus movimentos, manipule materiais de diferentes texturas e sonoridades, interaja com seus companheiros e resolva situações-problema. Ele deve ser antes de tudo, um facilitador da aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, S de J. (2000) Psicomotricidade: Educação e Reeducação. Blumenau Acadêmica.
CAMASMIE.A.T. (2000). Artigo: Ludoterapia na abordagem Existencial. Rio de Janeiro:Jornal On-line Existencial.
CHATEAU, J. (1987). O Jogo e a Criança. São Paulo: Summus.
FREITAS, D. P. de. A Música na relação Psicoterapêuta-Paciente, Disponível em: http://www.pucrs.br/ Acesso em 21/01/2006.
OAKLANDER, V. (1980). Descobrindo Crianças: A Abordagem Gestáltica com Crianças e Adolescentes. São Paulo: Summus.
PARISI, M. (2006). Música e Educação: Um Casamento que dá Certo. Disponível em: http://www.cerebromente.org.br/. Acesso em 27/11/2006.
RIZZI, L. & HAYDT, R. C. (2004). Atividades Lúdicas na Educação da Criança. São Paulo: Ática.
VYGOTYSKY, L. S. (1996) A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes.
WEIGEL, A. M. G. (1988). Brincando de Música.: Experiências com Sons, Ritmos, Música e Movimentos na Pré-Escola. Porto Alegre: Kuarup.

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Apressamento cognitivo infantil: possíveis conseqüências.


Apressamento cognitivo infantil: possíveis conseqüências
Márcia Maria Loss de Carvalho
Esta investigação tem como objetivo identificar as principais conseqüências do apressamento cognitivo de crianças para a fase escolar. Parte-se do pressuposto de que a aprendizagem requer alguns pré-requisitos desenvolvidos na infância, cada um em seu tempo próprio. O apressamento da escolarização indica a falta de desenvolvimento desses pré-requisitos, podendo interferir no processo de aprendizagem. Para comprovar esse fato, a pesquisa apresenta os problemas mais comuns que podem ser encontrados e que interferem na aprendizagem da criança. A conclusão mostra a importância em orientar pais e professores sobre as conseqüências do apressamento cognitivo e quando forem detectados problemas, a necessidade do encaminhamento ao profissional competente.
Palavras-chave: apressamento cognitivo, desenvolvimento infantil, problemas de aprendizagem.
Introdução
O desenvolvimento infantil tem sido motivo de grande preocupação por parte de profissionais de diferentes áreas, por depender de muitos fatores, entre os quais, os pertinentes ao desenvolvimento cognitivo, orgânico, físico e mental. O entendimento das particularidades inerentes a esse processo é importante para não deixar que os possíveis problemas de aprendizagem atrapalhem o desenvolvimento natural da criança.O apressamento cognitivo é um dos fatores que podem impedir a criança de se desenvolver naturalmente, com conseqüências para o prosseguimento da construção do conhecimento. A Psicopedagogia contribui para aclarar esse e outros fatores de problemas na aprendizagem.
Metodologia
O enfoque metodológico adotado para a realização do presente trabalho é do tipo exploratório-descritivo. Segundo TRIVIÑOS (1995), é possível aprofundar os estudos por meio de uma realidade e, em seguida, programar uma ação descritiva dessa realidade. O tipo exploratório-descritivo contribui para mostrar a realidade por meio dos dados bibliográficos coletados. A realização desse tipo de trabalho busca proporcionar uma visão geral identificando problemas e justificando condições para futuros planos e decisões.
Pré-requisitos para a aprendizagem
Para que haja aprendizagem é necessário que a criança desenvolva alguns pré-requisitos que lhe são naturais, como o desenvolvimento e a percepção do esquema corporal, a coordenação motora global, a coordenação motora fina, a lateralidade, a orientação espacial e a orientação temporal. São percepções que a criança apreende antes do período escolar.O esquema corporal refere-se à integração consciente e inconsciente de sensações, percepções, concepções, afetos, lembranças, imagens do corpo, de sua superfície aos limites de espaço e tempo e remete às experiências perceptivas, motoras afetivas e sexuais. O esquema corporal é, pois um esquema do mundo, em contínua mutação, cujos limites ampliados, têm que estar em relação com o que somente pode ser chamado de limites de espaço e tempo. (COSTE, In BUENO, 1998).A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória a às experiências vivenciadas pelo indivíduo. É importante no processo de adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo ser, animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento.
Está diretamente ligada à coordenação dinâmica global, pois as atividades humanas permitem a vivência do corpo no espaço. “Aquele que não é capaz de identificar o espaço dimensional que o cerca não conseguirá se localizar nem se fixar nesse mesmo espaço”(VELASCO, Apud BUENO, 1998, p.63).
A lateralidade faz parte dos esquemas operatórios do desenvolvimento da criança. Refere-se à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um desses lados, visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência.É uma questão neurológica. Se a orientação natural do organismo da criança for modificada, muito provavelmente, haverá uma desorganização de todas as outras funções, e a criança ficará prejudicada em ações como: percepção, orientação, ritmo e conseqüentemente, a sua linguagem e movimentação. Se alguma função estiver defasada, afetará outras funções (VAYER, 1982).A atividade motora é importante desde o início da vida, pois é a evolução motora e sensitiva que permite as demais conquistas do desenvolvimento (BAGATINI, 1987, p.144).De acordo com Picq e Vayer (1988) a criança que não tiver conseguido a coordenação motora geral poderá apresentar ansiedade e tensão, prejudicando sua aprendizagem.A coordenação motora fina refere-se à destreza da pessoa em realizar movimentos precisos e suaves, especialmente com as mãos e os dedos. Envolve o controle de músculos pequenos para exercícios finos como perfuração, pianotagem, recorte, amarrar e abotoar, ou seja, ela envolve aspectos visomotores. É a responsável pela coordenação motora na escrita (AJURIAGUERRA, 1985). Se a criança não conseguir segurar o lápis com firmeza terá problemas com a escrita. Quanto à orientação temporal, de acordo com Le Boulch (1992, p. 71), no estágio do corpo vivido, “... a experiência emocional do corpo e do espaço termina com a aquisição de numerosas praxias que permite a criança sentir seu corpo como um objeto total no mecanismo da relação. Esta primeira estabilização afeto-sensório-motora é o trampolim indispensável para que a estruturação espaço-temporal possa efetuar-se”.Com esses pré-requisitos, a criança estará pronta para o processo ensino-aprendizagem, desde que sejam respeitadas as suas fases naturais de desenvolvimento. No entanto, ocorre um processo comum promovido principalmente pelos pais que pode ser chamado de apressamento cognitivo.
O apressamento cognitivo
A criança tem o momento certo para iniciar sua aprendizagem formal, que depende de fatores fisiológicos, ambientais, emocionais e intelectuais. No aspecto intelectual Piaget (1978) a situa na fase sensório-concreta, que é quando ela apresenta certa maturidade em seu desenvolvimento motor e psíquico, conseguindo pensar e raciocinar abstratamente. No entanto, nem todas as crianças amadurecem de acordo com sua idade cronológica. Por isso, usar apenas o critério idade para introduzir a criança no processo de ensino é incorrer num sério problema, pois essa variável não garante o sucesso do aluno em relação às metas visadas pelos programas escolares. Poppovic (1972) indica que se deve adotar o critério “idade mental” ao se falar em idade de início de alfabetização, que engloba a potencialidade de cada criança, a motivação para aprender, o grau de estimulação das habilidades básicas necessárias à alfabetização e as experiências adquiridas pela criança na interação com o seu meio ambiente.Iniciar a alfabetização sem dados concretos sobre a maturidade, ou antes que a criança esteja pronta e preparada para tal, é incorrer num grande risco, pois poderá acarretar dificuldades intransponíveis logo no início do processo de aprendizagem.No entanto, certos pais e mesmo certos professores, ao perceberem a facilidade que a criança apresenta em aprender, tendem a apressar sua aprendizagem, sem atentar para a falta de maturidade em todos os conceitos antes mencionados. É fato que essa criança aprenderá, mas também é fato que ela poderá apresentar problemas em algumas áreas da aprendizagem e até mesmo na coordenação motora.Vários estudiosos trouxeram contribuições importantes para o estudo dos problemas de aprendizagem. Entretanto, sobre o apressamento da aprendizagem, ainda há pouca literatura. Sendo assim, tenta-se aqui, comprovar, por meio dos problemas de aprendizagem, alguns que podem estar enraizados no apressamento induzido pelos adultos à criança.São vários os fatores que podem interferir no processo ensino-aprendizagem, podendo manifestar-se nos aspectos orgânico, psicológico, cognitivo e social. No aspecto orgânico pode-se mencionar a verminose, a disfunção neurológica, o “nervosismo”, problemas de visão e audição (SCOZ, 2002). De acordo com a autora, quando a criança não apresentar integridade orgânica e corporal, ela pode ter problemas na aprendizagem. A perda sensorial, como a falta de audição, por exemplo, faz com que a criança se isole. (SCOZ, 2002).A leitura e a escrita dependem tanto do processo visual quanto do auditivo. Consoante Fonseca (1995, p. 209), “A linguagem escrita, que depende de processo visual, sobrepõe-se à linguagem falada, que (...) depende do processo auditivo”. No entanto, segundo Scoz (2002), as disfunções orgânicas e neurológicas são facilmente detectáveis, embora nem sempre corrigíveis. Quando detectadas, deve-se encaminhar a criança ao profissional competente. Os aspectos psicológicos têm maiores implicações para as crianças, porque além de problemas puramente psicológicos, como os de hiperatividade, atenção, afetividade, problemas familiares e o próprio contexto escolar, podem também envolver os processos de ordem neurológica, de origem cerebral, como a lateralidade (GERBER, 1996). Entre os problemas psicológicos pode-se citar o défict de atenção e a hiperatividade. De acordo com Garcia (1998, p. 74),
Trata-se de um padrão de conduta que as crianças e adolescentes apresentam em relação a dificuldade no desenvolvimento da manutenção da atenção, controle de impulsos, assim como a regulagem da conduta motriz em resposta às demandas da situação.
Quanto à lateralidade, refere-se a preferência sistematizada (direita/ esquerda) na utilização de certos pares (mãos, olhos, pés). O principal problema da criança na escola se dá quando a lateralização faz-se à esquerda, dificultando sua aprendizagem (GARCÍA, 1998). Combinada com outras funções a lateralidade pode definir alguns aspectos básicos da prontidão que dá condições para o domínio da leitura e da escrita. A família, segundo Lacasa (In: COLL, MARCHESI, PALACIOS et.al., 2004), junto com a escola, apresenta-se como um contexto educacional, sendo o ambiente mais importante para a criança nos seus primeiros anos de vida. É ali que ela aprende a brincar, a se relacionar, enfim, é ali que ela aprende os atos básicos da vida. De acordo com Scoz (2002), a indiferença dos pais quanto à aprendizagem dos filhos diminui a auto-estima da criança, tornando-a desmotivada. “Pais que convivem constantemente com a criança, acumulam uma grande quantidade de experiência sobre seu desenvolvimento e se encontram em uma posição privilegiada para detectar problemas, desde que tenham os olhos voltados para isso” (SISTO, In: SISTO et al., 2001, p. 20). A falta de “os olhos voltados para isso” é sinal de indiferença.Via de regra, o problema do apressamento ocorre em famílias de classe média ou alta, com altos aportes culturais, cuja ambição estende-se aos filhos. A reputação de que os filhos se saem bem na escola também concorre para com o apressamento. Famílias de baixa renda e pouca escolaridade desconhecem os níveis de desenvolvimento da criança e costumam obedecer ao que é determinado pela escola. Essa afirmação está assentada na teoria de Vygosty (1989, p. 66), para quem “o desenvolvimento da estrutura cognitiva do ser humano mantém uma relação muito estreita entre maturação e cultura”. A esse respeito, Parolin (2003, p. 28) afirma que os pais promovem uma corrida “para a qual a criança não está preparada — uma corrida contra ela própria, contra suas possibilidades maturacionais”. De acordo com essa autora, as conseqüências podem ser várias, entre as quais, o desestímulo para a aprendizagem.A falta de afetividade, um problema também ligado à família, compromete seriamente o desenvolvimento da criança, encontrando-se no aspecto psicológico da aprendizagem.De acordo com Piaget (1978), a afetividade é a energia da qual depende o funcionamento da inteligência, mas não modifica as suas estruturas, quer dizer, a afetividade é capaz de desencadear novas condutas mas não modifica as estruturas já existentes.A escola é tão ou mais responsável pelo apressamento da aprendizagem quanto os pais da criança. Compreende-se que a vida apressada e inquieta dos dias atuais torna a escola uma necessidade. Esta, por seu turno, deve estar preparada para receber todos os tipos de crianças, das mais desenvolvidas às menos desenvolvidas.Para ajudar a solucionar os problemas das famílias que não têm onde deixar os filhos e iniciar a aprendizagem existe a pré-escola. Ela deve auxiliar o desenvolvimento das diversas faculdades da criança, sem cansá-las, sem oprimi-las, sem excesso e, principalmente, sem apressar sua seriação. Nessa fase escolar, os professores deverão compreender que a produção da criança indica possibilidade e não produto (SAMPAIO, s/d). Quer dizer, a criança ainda não está pronta para obter resultados do tipo “oficial”, pois, como postula Vygotsty (apud OLIVEIRA, 2003,p. 56), “o aprendizado está relacionado ao desenvolvimento e é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas”. Ao seu tempo, a criança chegará ao “produto”, basta esperar sua necessária maturação.Quanto ao ambiente escolar, muitas vezes, ele se torna o próprio obstáculo à aprendizagem. A isso Leite (apud BORUCHOVITCH, In: SISTO et al., 2001, p 42) designa como fatores intra-escolares, descrevendo-os como aqueles mais relacionados, sobretudo à ineficácia das práticas escolares, à burocracia dessas mesmas práticas, à burocracia pedagógica e à inadequação dos cursos de formação de professores.Dessa forma, a escola passa a ser vista pela criança “como a causadora da sua infelicidade e a de seus pais e por isso ela começa a detestá-la” (BOSSA, 2000, p. 30). Os problemas de ordem cognitiva, chamados de transtornos de aprendizagem, apresentam-se relacionados principalmente com a aprendizagem da leitura/escrita e da matemática. De acordo com Teberosky (Apud SISTO, In: SISTO et al., 2001), o início do conhecimento da criança, sobre a linguagem, não coincide com o início da escolaridade obrigatória e não depende do manejo pessoal da escrita. Quando ela chega à escola, já possui conhecimento da estrutura da linguagem oral. De acordo com Capovilla e Capovilla (2003), a escrita tem representação de conceitos abstratos para os quais a criança só está preparada na fase descrita por Piaget (1978) como sensório-motora. Alem disso, ela exige que a criança compreenda “que há várias formas de se grafar a mesma letra: a de fôrma, a cursiva, a maiúscula, a minúscula e que, ainda existem as diferenças individuais na forma da escrita” (PAROLIN, 2003, p. 38). Morais (1997, p. 54), complementa dizendo que “cada palavra tem uma forma característica mediante a qual pode ser recordada”. Tudo isso exige um amadurecimento real da criança. De acordo com Morais (1997), além de o escritor fazer-se compreender, a escrita requer um domínio dos movimentos das mãos, o que implica no desenvolvimento da coordenação motora fina; o respeito a ordem de seqüência espaço-temporal, o que implica em estabilização da orientação espacial, tanto no esquema corporal, como no espaço papel. Jardini (2003), complementa dizendo que a escrita exige ainda domínio da lateralidade. Sem esses pré-requisitos a caligrafia será ruim, praticamente ininteligível, pois a criança não conseguirá realizar o traçado das letras de forma regular constante. Em comparação com outros transtornos de aprendizagem, sabe-se relativamente menos acerca do transtorno da expressão escrita e sobre seu tratamento, particularmente quando ocorre na ausência de transtorno de leitura. Existem algumas evidências de que déficits de linguagem e percepto-motores podem acompanhar esta dificuldade (GERBER, 1996). Os transtornos da expressão escrita, de acordo com os critérios diagnósticos do DSM-IV (Apud GARCÍA, 1998), referem-se a um comprometimento específico e significativo no desenvolvimento das habilidades de soletrar, comprometendo a capacidade de escrever corretamente as palavras por extenso. De maneira geral, é possível verificar dificuldades combinadas na capacidade de composição de textos escritos, que se manifestam em erros de gramática e pontuação, desorganização textual, séries de erros de ortografias e complicações na caligrafia. Mesmo que certas dificuldades de escrita, tais como caligrafia ruim ou fraca, capacidade de copiar, ou incapacidade de recordar seqüências de letras em palavras comuns, possam aparecer já na primeira série escolar, o transtorno da expressão escrita raramente é diagnosticado antes do final dessa série, uma vez que a instrução formal da escrita habitualmente ainda não ocorreu até esse ponto, na maioria dos contextos escolares (SCOZ, 2002). Daí a importância da maturidade da criança em iniciar esse aprendizado. O problema da leitura, também conhecido como dislexia, é caracterizado por uma dificuldade específica em compreender palavras escritas. Dessa forma, pode-se afirmar que se trata de um transtorno específico das habilidades de leitura, que sob nenhuma hipótese está relacionado à idade mental, problemas de acuidade visual ou baixo nível de escolaridade. O transtorno da leitura impacta de maneira não desprezível o rendimento escolar, e ainda, todas as atividades cotidianas em que as habilidades de leitura sejam exigidas. A leitura oral, naqueles indivíduos portadores de problemas da leitura, é marcada por distorções, substituições ou omissões, e a leitura em voz alta ou silenciosa é lenta e repleta de erros de compreensão. O transtorno da Matemática, também conhecido como discalculia, não é relacionado à ausência de habilidades matemáticas básicas, como contagem, e sim, na forma com que a criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca. A aquisição de conceitos matemáticos e outras atividades que exigem raciocínio é afetada nesse problema, cuja baixa capacidade para manejar números e conceitos matemáticos, não é originada por uma lesão ou outra causa orgânica. Em geral, o transtorno da Matemática é encontrado em combinação com o transtorno da leitura ou transtorno da expressão escrita (SCOZ, 2002). Para aprender Matemática a criança precisa apresentar maturidade, pois são conceitos muito abstratos. De acordo com Fini (In: SISTO et al., 2001), se as dificuldades de matemática não forem superadas nos primeiros anos escolares, as repercussões das experiências podem se refletir em anos escolares seguintes. Ainda conforme esse autor, o aparecimento de problemas na aprendizagem da matemática pode estar na própria escola, ao não contextualizar a matemática com a vida cotidiana, exigindo, da criança, apenas a memorização, ou no apressamento escolar.Ainda um problema que o apressamento traz para a criança é a falta de concentração, que implica numa dinâmica física, mental e emocional. Isso não quer dizer que a criança não seja absolutamente normal, apenas que ela não está ainda suficiente madura para enfrentar o cotidiano da sala de aula. De acordo com Vayer (1982), é aos sete anos de idade que a criança passa a possuir capacidade de atenção bastante importante para ficar muitas horas do dia em situação de aprendizagem. A individiduação perfaz outro problema do apressamento da aprendizagem. Deve-se lembrar, que o processo ensino-aprendizagem é mediado pelo professor, na escola, e pelos pais, em casa. A criança que não tem todos os pré-requisitos para a situação escolar será incapaz de assumir responsabilidades pela sua vida de estudante e até mesmo de sua auto-expressão. Fica parecendo com bolas de pingue-pongue, ora fazendo o que os pais mandam, ora o que o professor manda, sem saber exatamente o que deve ser feito. Essa situação poderá afetar a formação da sua personalidade, tornando-se uma pessoa dependente, tímida e sem vontade própria, prejudicando todo o seu futuro. Como diz Vayer (1982), a educação deve ter em conta a realidade individual do aluno. Assim, se ele não corresponder ao ensino, é porque sua maturidade ainda é insuficiente. Um último problema pode ser apontado pelo apressamento da aprendizagem — a interação social. De acordo com Piaget e Vysgosky, a interação social também é fator de desenvolvimento cognitivo, porque produz intercâmbio de idéias entre as pessoas. Crianças costumam inteirar-se com os seus iguais e um fator importante nessa igualdade é a idade. Se a criança de menos idade encontrar-se sozinha numa classe de alunos com idade acima da sua, ela poderá ser rejeitada. É comum assistir outras crianças dizer que “aquele ainda é um bebê” e se recusarem a deixá-la entrar no grupo. Há que se considerar que o cérebro da criança, “é um sistema que funciona globalmente, organizando toda a informação segundo as prioridades e lhe dando uma significação que a remaneja e a organiza num todo coerente” (VAYER, 1982, p. 40). A rejeição do grupo poderá levar a criança a afastar-se do convívio social, desorganizando o seu funcionamento e trazendo conseqüências para o seu desenvolvimento natural. Enfim, a aprendizagem é um processo natural do ser humano, mas o apressamento da aprendizagem formal não lhe traz benefícios porque, segundo Picq e Vayer (1988, p. 35-6), toda atividade exige três etapas funcionais ligadas entre si e dependentes umas das outras: “o PODER que corresponde à integridade dos órgãos motores, o SABER, que corresponde às coordenações das diversas sensibilidades permitindo a passagem ao plano psíquico, o QUERER que corresponde à consciência”. Quer dizer, não adianta pais e professores terem poder de decisão sobre o indivíduo se não houver integridade entre os seus próprios órgãos para o seu desenvolvimento integral; também de nada adiantará aos pais e professores decidirem que a criança está pronta para enfrentar o cotidiano da sala de aula se ela mesma, em sua globalidade, não estiver consciente disso. O seu próprio corpo dará um jeito de não querer esse desenvolvimento.
Conclusão
O desenvolvimento da criança constituiu-se num excepcional processo de assimilação do que vê, ouve e vive, mas é necessário que ela esteja madura para iniciar seu processo de aprendizagem escolar. Ao procurar os mecanismos que podem contribuir para que esse processo seja interrompido, pode-se deparar com o apressamento cognitivo, como foi visto no decorrer deste trabalho. Um dos pontos a serem aqui ressaltados, são as conseqüências que esse apressamento pode trazer para a criança. Ao interromper o seu processo natural de desenvolvimento, pode-se estar retardando a aquisição dos seus conhecimentos escolares, ocasionando um processo contrário aos objetivos do apressamento.A presença da psicopedagogo no acompanhamento de crianças que apresentam algum problema de aprendizagem torna-se importante, na medida em que ele pode fazer um diagnóstico precoce e reconduzi-las ao seu desenvolvimento natural. O psicopedagogo, além de ser um profissional diretamente envolvido nos problemas de aprendizagem, tem condições de encaminhar crianças que apresentam problemas na aprendizagem para outros profissionais, segundo a necessidade que cada uma apresenta.

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