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quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
::. Diagnóstico psicopedagógico na escola
::. Diagnóstico psicopedagógico na escola
Judite Filgueiras Rodrigues
Licenciada em Ciências Físicas e Biológicas, Matemática, Educação Física, psicopedagoga, Mestre em Educação nas Ciências, Doutora em Ciências do Movimento Humano, autora do livro Educação Física Escolar: Aprender com o Movimento.
Enquanto construção a partir de várias áreas do conhecimento. E-mail: ju.judite@hotmail.com
Licenciada em Ciências Físicas e Biológicas, Matemática, Educação Física, psicopedagoga, Mestre em Educação nas Ciências, Doutora em Ciências do Movimento Humano, autora do livro Educação Física Escolar: Aprender com o Movimento.
Enquanto construção a partir de várias áreas do conhecimento. E-mail: ju.judite@hotmail.com
RESUMO
Este texto considera a Psicopedagogia como um saber híbrido que possibilita perceber o sujeito que aprende como centro do seu contexto. Nesse sentido, aborda o diagnóstico psicopedagógico na realidade escolar, configurando os possíveis obstáculos que poderão constituir-se em problemas de aprendizagem do educando nos níveis sócio-político, pedagógico e psicopedagógico. Considera o contexto, os fundamentos e os aspectos gerais de um diagnóstico psicopedagógico na ótica do sujeito que constrói sua aprendizagem. Aponta para diferenciações na construção, desconstrução e análise dos estudos propostos no seu nível de intencionalidade e de individualidade.
Palavras Chave: Escola; Ação; Transformação; Sociedade.
DIAGNÓSTICO CONTEXTUALIZADO
Quando falamos em diagnóstico, pensamos logo em análise, porém só podemos analisar algo se pudermos encontrar o que estamos analisando. Por esta razão quando dizemos que estamos fazendo um diagnóstico temos que saber o que estamos diagnosticando, para que estamos diagnosticando e por que diagnosticar.
Isto nos leva apensar que iremos analisar o problema de aprendizagem durante o diagnóstico psicopedagógico.
Quando pensamos em problema de aprendizagem imaginamos as várias faces que podem compor este problema: Qual a ordem deste problema? familiar? da escola? Do sujeito? da sociedade? de todos estes fatores associados?
Para que se possa compreender qual o tipo de problema existente é necessário que o psicopedagogo esteja atento buscando todas as pistas possíveis.
O olhar psicopedagógico tem que buscar as respostas para as perguntas: Por que este sujeito não aprende? ou por que ele não está conseguindo utilizar suas potencialidades em toda a plenitude? ou o que está impedindo de se desenvolver?.
Não são respostas simples de serem encontradas, mas pode ser possível encontrá-las. Precisamos ver aquilo que não está visível, ver o que está dito na entrelinha, no silêncio, na intenção.
É olhar a queixa trazida, pelos responsáveis, pelo professor, pelo próprio sujeito, para o atendimento psicopedagógico com os olhos de Psicopedagogo: um olhar transdisciplinar, construído.
Esta construção precisa partir do que já se sabe; do conhecimento anterior. É construir o presente visualizando o passado com os olhos no futuro. É este o olhar psicopedagógico.
A partir do momento que nos dirigimos, com este olhar, a alguém que veio a nossa procura já não conseguimos mais ouvir somente porque buscamos sentido naquilo que ouvimos, isto é, a escuta Psicopedagógica. Buscamos o sentido da queixa e nos questionamos: por que estão buscando ajuda agora? O que está acontecendo com esta família? O que tem na sua fala que não está sendo dito? Será que ela sabe o que psicopedagogia?
Assim poderemos pensar em inúmeras questões que vem a nossa mente sempre que iniciamos uma nova história.
E temos que nos questionar a cada fala em cada história; temos que suportar não ter respostas para cada pergunta. Temos que aprender a suportar a dúvida apesar dela ser algo difícil de suportar.
Mas por que isso acontece?
Uma das possíveis explicações é que por vezes queremos ter respostas prontas para tudo o mais rápido possível e fazer com que o outro saiba que nós sabemos o que na verdade não sabemos e é neste momento que muitas vezes dizemos aquilo que acreditamos que tem sentido sem nos perguntarmos: sentido para quem?
Se não estivermos atentos deixamos que nossos sentimentos, angustias e medos sejam transferidos para o outro.
Para que conteúdos nossos possam continuar sendo nossos e de nossos educandos, precisamos através da escuta Psicopedagógica formular perguntas aos nossos educandos e tentar encontrar respostas para estas perguntas.
Assim, ao responder as questões que formulamos, eles estarão reflexionando e, a partir daí poderão ressignificar o fato que estão nos relatando ao mesmo tempo em que nós poderemos contextualizar as suas falas, compreender como é seu mundo, quais são suas fantasias, seus medos e, consequentemente compreender o que significa aprender para este educando.
Existe uma relação dialética: ao mesmo tempo em que vai se compreendendo como o sujeito aprende, vai se modificando o jeito deste sujeito aprender.
Mas, estamos falando de diagnóstico ou de intervenção? Estamos falando de diagnóstico interventivo. Não é possível fazer um diagnóstico ficando neutro, acreditando que nada daquilo está tendo significado para o educando.
Fernandez (1990) diz que o diagnóstico serve para o psicopedagogo como a rede para o equilibrista, isto é, é apenas uma segurança, mas que estaremos no trapézio enquanto fazemos o diagnóstico.
Quando iniciamos um atendimento psicopedagógico, precisamos que o educando consiga reconhecer que algo está faltando, principalmente quando estamos atendendo criança, adolescente ou pais encaminhados pela escola.
Pensemos o seguinte: O que faz com que as crianças sejam enviadas à escola? Por que é importante que elas aprendam? que elas convivam com outras crianças? por os pais precisam trabalhar? por acreditar que na escola ela será cuidada? se ela não for na escola, não poderá ter um bom emprego mais tarde?
Sempre que pensamos em diagnóstico psicopedagógico temos que saber ouvir o que o outro tem a dizer, não podemos ter respostas prontas, não existe um caso igual ao outro, existem situações, que com a experiência conseguimos fazer a pergunta mais apropriada para aquele momento.
Outro fato importante é que a questão do diagnóstico psicopedagógico não seja apenas um rótulo, mas que possa visar os aspectos positivos.
Sempre que vamos fazer um diagnóstico temos que nos propor a conhecer a pessoa por inteiro, temos que entender como ela aprende.
O olhar e a escuta Psicopedagógica deverá ter como objetivo verificar como o educando está aprendendo e o que está dificultando o desenvolvimento de suas potencialidades. Só assim poderemos intervir de maneira adequada.
Portanto durante o atendimento psicopedagógico temos que pensar o educando como alguém capaz que vive em um contexto familiar, escolar e social específico e de que maneira vivencia estes espaços para podermos ajudá-lo a ser autor e ator de sua própria história.
Quando falamos em diagnóstico, pensamos logo em análise, porém só podemos analisar algo se pudermos encontrar o que estamos analisando. Por esta razão quando dizemos que estamos fazendo um diagnóstico temos que saber o que estamos diagnosticando, para que estamos diagnosticando e por que diagnosticar.
Isto nos leva apensar que iremos analisar o problema de aprendizagem durante o diagnóstico psicopedagógico.
Quando pensamos em problema de aprendizagem imaginamos as várias faces que podem compor este problema: Qual a ordem deste problema? familiar? da escola? Do sujeito? da sociedade? de todos estes fatores associados?
Para que se possa compreender qual o tipo de problema existente é necessário que o psicopedagogo esteja atento buscando todas as pistas possíveis.
O olhar psicopedagógico tem que buscar as respostas para as perguntas: Por que este sujeito não aprende? ou por que ele não está conseguindo utilizar suas potencialidades em toda a plenitude? ou o que está impedindo de se desenvolver?.
Não são respostas simples de serem encontradas, mas pode ser possível encontrá-las. Precisamos ver aquilo que não está visível, ver o que está dito na entrelinha, no silêncio, na intenção.
É olhar a queixa trazida, pelos responsáveis, pelo professor, pelo próprio sujeito, para o atendimento psicopedagógico com os olhos de Psicopedagogo: um olhar transdisciplinar, construído.
Esta construção precisa partir do que já se sabe; do conhecimento anterior. É construir o presente visualizando o passado com os olhos no futuro. É este o olhar psicopedagógico.
A partir do momento que nos dirigimos, com este olhar, a alguém que veio a nossa procura já não conseguimos mais ouvir somente porque buscamos sentido naquilo que ouvimos, isto é, a escuta Psicopedagógica. Buscamos o sentido da queixa e nos questionamos: por que estão buscando ajuda agora? O que está acontecendo com esta família? O que tem na sua fala que não está sendo dito? Será que ela sabe o que psicopedagogia?
Assim poderemos pensar em inúmeras questões que vem a nossa mente sempre que iniciamos uma nova história.
E temos que nos questionar a cada fala em cada história; temos que suportar não ter respostas para cada pergunta. Temos que aprender a suportar a dúvida apesar dela ser algo difícil de suportar.
Mas por que isso acontece?
Uma das possíveis explicações é que por vezes queremos ter respostas prontas para tudo o mais rápido possível e fazer com que o outro saiba que nós sabemos o que na verdade não sabemos e é neste momento que muitas vezes dizemos aquilo que acreditamos que tem sentido sem nos perguntarmos: sentido para quem?
Se não estivermos atentos deixamos que nossos sentimentos, angustias e medos sejam transferidos para o outro.
Para que conteúdos nossos possam continuar sendo nossos e de nossos educandos, precisamos através da escuta Psicopedagógica formular perguntas aos nossos educandos e tentar encontrar respostas para estas perguntas.
Assim, ao responder as questões que formulamos, eles estarão reflexionando e, a partir daí poderão ressignificar o fato que estão nos relatando ao mesmo tempo em que nós poderemos contextualizar as suas falas, compreender como é seu mundo, quais são suas fantasias, seus medos e, consequentemente compreender o que significa aprender para este educando.
Existe uma relação dialética: ao mesmo tempo em que vai se compreendendo como o sujeito aprende, vai se modificando o jeito deste sujeito aprender.
Mas, estamos falando de diagnóstico ou de intervenção? Estamos falando de diagnóstico interventivo. Não é possível fazer um diagnóstico ficando neutro, acreditando que nada daquilo está tendo significado para o educando.
Fernandez (1990) diz que o diagnóstico serve para o psicopedagogo como a rede para o equilibrista, isto é, é apenas uma segurança, mas que estaremos no trapézio enquanto fazemos o diagnóstico.
Quando iniciamos um atendimento psicopedagógico, precisamos que o educando consiga reconhecer que algo está faltando, principalmente quando estamos atendendo criança, adolescente ou pais encaminhados pela escola.
Pensemos o seguinte: O que faz com que as crianças sejam enviadas à escola? Por que é importante que elas aprendam? que elas convivam com outras crianças? por os pais precisam trabalhar? por acreditar que na escola ela será cuidada? se ela não for na escola, não poderá ter um bom emprego mais tarde?
Sempre que pensamos em diagnóstico psicopedagógico temos que saber ouvir o que o outro tem a dizer, não podemos ter respostas prontas, não existe um caso igual ao outro, existem situações, que com a experiência conseguimos fazer a pergunta mais apropriada para aquele momento.
Outro fato importante é que a questão do diagnóstico psicopedagógico não seja apenas um rótulo, mas que possa visar os aspectos positivos.
Sempre que vamos fazer um diagnóstico temos que nos propor a conhecer a pessoa por inteiro, temos que entender como ela aprende.
O olhar e a escuta Psicopedagógica deverá ter como objetivo verificar como o educando está aprendendo e o que está dificultando o desenvolvimento de suas potencialidades. Só assim poderemos intervir de maneira adequada.
Portanto durante o atendimento psicopedagógico temos que pensar o educando como alguém capaz que vive em um contexto familiar, escolar e social específico e de que maneira vivencia estes espaços para podermos ajudá-lo a ser autor e ator de sua própria história.
ORIGEM DO TERMO DIAGNÓSTICO
O termo diagnóstico origina-se do grego diagnósticos e significa discernimento, faculdade de conhecer.
Para conhecer são analisados os aspectos, as características e as relações que compõe um todo que seria o conhecimento do fenômeno, utilizando para isso processos de observações, de avaliações e interpretações que se baseiam em nossas percepções, experiências, informações adquiridas e formas de pensamento. É um processo no qual se analisa a situação do aluno com dificuldades dentro do contexto da escola, da sala de aula e da família.
Numa perspectiva Psicopedagógica, o trabalho com as famílias pode ser considerado fundamental e indispensável para modificar as atitudes de alguns alunos, mas, mesmo assim, esse trabalho somente se constituirá em uma das partes do diagnóstico, já que ele estará centralizado, principalmente, no conhecimento e na modificação da situação escolar. Bassedas e Col (1996).
Para estes autores, os sujeitos e os sistemas estão envolvidos no diagnóstico psicopedagógico, podendo a escola como instituição social ser considerada de forma ampla, como um sistema aberto que compartilha funções e que se inter-relaciona com outros sistemas que integram o contexto social cujos protagonistas são todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
Enquanto psicopedagoga e docente, em nossa prática observamos que o diagnóstico da aprendizagem escolar se situa num espaço e num tempo pré-determinados para que se possa viabilizar a criação de um ambiente psicopedagógico; lugar espacial onde transcorre a ação educativa no tempo previamente estabelecido pela conforme a complexidade dos fatores que envolvem a instituição.
O termo diagnóstico origina-se do grego diagnósticos e significa discernimento, faculdade de conhecer.
Para conhecer são analisados os aspectos, as características e as relações que compõe um todo que seria o conhecimento do fenômeno, utilizando para isso processos de observações, de avaliações e interpretações que se baseiam em nossas percepções, experiências, informações adquiridas e formas de pensamento. É um processo no qual se analisa a situação do aluno com dificuldades dentro do contexto da escola, da sala de aula e da família.
Numa perspectiva Psicopedagógica, o trabalho com as famílias pode ser considerado fundamental e indispensável para modificar as atitudes de alguns alunos, mas, mesmo assim, esse trabalho somente se constituirá em uma das partes do diagnóstico, já que ele estará centralizado, principalmente, no conhecimento e na modificação da situação escolar. Bassedas e Col (1996).
Para estes autores, os sujeitos e os sistemas estão envolvidos no diagnóstico psicopedagógico, podendo a escola como instituição social ser considerada de forma ampla, como um sistema aberto que compartilha funções e que se inter-relaciona com outros sistemas que integram o contexto social cujos protagonistas são todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
Enquanto psicopedagoga e docente, em nossa prática observamos que o diagnóstico da aprendizagem escolar se situa num espaço e num tempo pré-determinados para que se possa viabilizar a criação de um ambiente psicopedagógico; lugar espacial onde transcorre a ação educativa no tempo previamente estabelecido pela conforme a complexidade dos fatores que envolvem a instituição.
FUNDAMENTOS DE UM DIAGNÓSTICO ESCOLAR
Um diagnóstico psicopedagógico engloba o professor, o aluno e o conhecimento contextualizado na escola, especificamente na sala de aula, lugar onde se constatam e se priorizam as aprendizagens sistemáticas tendo como pano de fundo a instituição escolar.
Os fundamentos de um diagnóstico também revelam um tempo, um lugar e um espaço que é dado para aquele que aprende e para aquele que ensina.
Historicamente a prática educativa e a prática Psicopedagógica são derivadas das distintas teorias de aprendizagens que sustentam as concepções diferentes em relação à tríade: professor, aluno e conhecimento.
Consideramos o aluno como um sujeito que elabora o seu conhecimento e sua evolução pessoal a partir da atribuição de um sentido próprio e genuíno às situações que vivem e com as quais aprende. Já o lugar do professor é o lugar daquele que gerencia o processo da aprendizagem. Sua principal ação é mediar o objeto do conhecimento.
É necessário também compreender os processos educativos, curriculares, os aspectos organizacional, estrutural e funcional, bem como todos os elementos envolvidos no processo ensino aprendizagem.
Nesse sentido o diagnóstico é sempre uma hipótese diagnóstica.
Um diagnóstico psicopedagógico engloba o professor, o aluno e o conhecimento contextualizado na escola, especificamente na sala de aula, lugar onde se constatam e se priorizam as aprendizagens sistemáticas tendo como pano de fundo a instituição escolar.
Os fundamentos de um diagnóstico também revelam um tempo, um lugar e um espaço que é dado para aquele que aprende e para aquele que ensina.
Historicamente a prática educativa e a prática Psicopedagógica são derivadas das distintas teorias de aprendizagens que sustentam as concepções diferentes em relação à tríade: professor, aluno e conhecimento.
Consideramos o aluno como um sujeito que elabora o seu conhecimento e sua evolução pessoal a partir da atribuição de um sentido próprio e genuíno às situações que vivem e com as quais aprende. Já o lugar do professor é o lugar daquele que gerencia o processo da aprendizagem. Sua principal ação é mediar o objeto do conhecimento.
É necessário também compreender os processos educativos, curriculares, os aspectos organizacional, estrutural e funcional, bem como todos os elementos envolvidos no processo ensino aprendizagem.
Nesse sentido o diagnóstico é sempre uma hipótese diagnóstica.
ASPECTOS GERAIS DE UM DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Aprender é incorporar os conhecimentos
Em um saber pessoal. Judite Rodrigues
Em um saber pessoal. Judite Rodrigues
A idéia de diagnóstico nos remete ao que significa ensinar e aprender, pois deriva da concepção que temos de sujeito da aprendizagem e a aprendizagem do sujeito.
Desta significação os lugares distintos ocupados pelo professor e pelo aluno em relação ao conhecimento contextualizado pela escola é o lugar de aprender e de ensinar e que dinamizam a prática educativa.
Um ponto importante para se perceber este processo de constituição do sujeito se dá através da questão dos limites. Muitas vezes a queixa escolar e a produção da criança gira em torno da dificuldade em aceitar as normas e o formalismo necessário para construir determinados conteúdos acadêmicos. Outras vezes é a dificuldade em aceitar os erros e o esforço que a aprendizagem demanda, ou seja, é o jogo da aceitação dos próprios limites.
Nesta dialética do ensinar e do aprender, qual o lugar do psicopedagogo? Qual sua intervenção?
O eixo principal da questão do diagnóstico sobre o aprender repousa nas dimensões do aluno, do professor, e dos níveis inter-relacionados na ação educativa, ou seja, Sócio-político, Pedagógico e Psicopedagógico.
O sócio-político inclui a própria organização da escola como instituição destinada a ensinar ou a produzir fracassos dos alunos conforme sua classe social.
O pedagógico refere-se ao processo de ensino: a relação dos conteúdos e a didática.
Pensamos que uma didática eficiente possa representar uma ação preventiva de problemas de aprendizagem, pois a didática preventiva é aquela que lança desafios aos alunos para que estes avancem a partir do ponto que se encontram, isto é, do conhecimento já construído.
O psicopedagogo prioriza o sujeito que aprende ou que fracassa ajudando-o a situar-se em um lugar que o possibilite a aprender, pois pode recorrer a critérios de diagnóstico no sentido de compreender os problemas na aprendizagem.
Nesse sentido, Scoz (1994, p. 22) diz que:
Desta significação os lugares distintos ocupados pelo professor e pelo aluno em relação ao conhecimento contextualizado pela escola é o lugar de aprender e de ensinar e que dinamizam a prática educativa.
Um ponto importante para se perceber este processo de constituição do sujeito se dá através da questão dos limites. Muitas vezes a queixa escolar e a produção da criança gira em torno da dificuldade em aceitar as normas e o formalismo necessário para construir determinados conteúdos acadêmicos. Outras vezes é a dificuldade em aceitar os erros e o esforço que a aprendizagem demanda, ou seja, é o jogo da aceitação dos próprios limites.
Nesta dialética do ensinar e do aprender, qual o lugar do psicopedagogo? Qual sua intervenção?
O eixo principal da questão do diagnóstico sobre o aprender repousa nas dimensões do aluno, do professor, e dos níveis inter-relacionados na ação educativa, ou seja, Sócio-político, Pedagógico e Psicopedagógico.
O sócio-político inclui a própria organização da escola como instituição destinada a ensinar ou a produzir fracassos dos alunos conforme sua classe social.
O pedagógico refere-se ao processo de ensino: a relação dos conteúdos e a didática.
Pensamos que uma didática eficiente possa representar uma ação preventiva de problemas de aprendizagem, pois a didática preventiva é aquela que lança desafios aos alunos para que estes avancem a partir do ponto que se encontram, isto é, do conhecimento já construído.
O psicopedagogo prioriza o sujeito que aprende ou que fracassa ajudando-o a situar-se em um lugar que o possibilite a aprender, pois pode recorrer a critérios de diagnóstico no sentido de compreender os problemas na aprendizagem.
Nesse sentido, Scoz (1994, p. 22) diz que:
(...) os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multidimensal, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. Tanto quanto a análise, as ações sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se num movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade.
Aprender significa incorporar os conhecimentos em um saber pessoal, único, diferente em cada sujeito na sua totalidade.
É isto que o psicopedagogo precisa diagnosticar. Diagnosticar também a escola como um lugar onde acontece a aprendizagem. Este diagnóstico consiste na busca de um saber para saber-fazer por meio das informações obtidas nesse processo de investigação.
O diagnóstico Psicopedagógico pode ser entendido como uma avaliação clínica, um exame realizado a partir de uma queixa explícita em relação a alguma dificuldade de aprendizagem.
A avaliação liga-se ao não aprender, ou só conseguí-lo lentamente com falhas e distorções. Encontra-se envolvido neste processo de diagnóstico a leitura de um sistema complexo, onde se faz presente manifestações conscientes e inconscientes.
Interage aí o pessoal, o familiar anterior e atual, o sociocultural, o educacional, e a aprendizagem.
Ao se instrumentalizar um diagnóstico, é necessário que o profissional atente para o significado do sintoma a nível familiar e escolar e não o veja apenas em um recorte, como uma deficiência do sujeito a ser por ele tratado. É essencial procurarmos o não dito, implícito existente no não aprender.
Acreditamos numa aprendizagem que possibilita transformar, sair do lugar estagnado e construir.
É sob este olhar que podemos encaminhar o diagnóstico escolar. Voltamo-nos para a Escola porque é para ela que diariamente dirigem-se muitas crianças.
Olhar para a escola implica em uma visão íntegra de aprendizagem e de mundo.
Um diagnóstico á luz da instituição escolar se concretiza através de uma ampla observação das dimensões que envolvem a aprendizagem e que possibilita uma reflexão e conhecimento dos problemas educacionais que estão vinculados a variáveis como as correntes filosóficas, políticas e educacionais que influenciam a prática pedagógica.
Portanto, o diagnóstico deve ser encarado como busca constante de saber sobre aprender sendo o fio condutor que norteará a intervenção psicopedagogia.
É isto que o psicopedagogo precisa diagnosticar. Diagnosticar também a escola como um lugar onde acontece a aprendizagem. Este diagnóstico consiste na busca de um saber para saber-fazer por meio das informações obtidas nesse processo de investigação.
O diagnóstico Psicopedagógico pode ser entendido como uma avaliação clínica, um exame realizado a partir de uma queixa explícita em relação a alguma dificuldade de aprendizagem.
A avaliação liga-se ao não aprender, ou só conseguí-lo lentamente com falhas e distorções. Encontra-se envolvido neste processo de diagnóstico a leitura de um sistema complexo, onde se faz presente manifestações conscientes e inconscientes.
Interage aí o pessoal, o familiar anterior e atual, o sociocultural, o educacional, e a aprendizagem.
Ao se instrumentalizar um diagnóstico, é necessário que o profissional atente para o significado do sintoma a nível familiar e escolar e não o veja apenas em um recorte, como uma deficiência do sujeito a ser por ele tratado. É essencial procurarmos o não dito, implícito existente no não aprender.
Acreditamos numa aprendizagem que possibilita transformar, sair do lugar estagnado e construir.
É sob este olhar que podemos encaminhar o diagnóstico escolar. Voltamo-nos para a Escola porque é para ela que diariamente dirigem-se muitas crianças.
Olhar para a escola implica em uma visão íntegra de aprendizagem e de mundo.
Um diagnóstico á luz da instituição escolar se concretiza através de uma ampla observação das dimensões que envolvem a aprendizagem e que possibilita uma reflexão e conhecimento dos problemas educacionais que estão vinculados a variáveis como as correntes filosóficas, políticas e educacionais que influenciam a prática pedagógica.
Portanto, o diagnóstico deve ser encarado como busca constante de saber sobre aprender sendo o fio condutor que norteará a intervenção psicopedagogia.
A FUNÇÃO DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
De acordo com o DSM-IV, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA, 1994) os Transtornos da Aprendizagem estão incluídos nos Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou Adolescência. Estes transtornos incluem: Transtorno da Leitura, da Matemática, da Expressão Escrita e da Aprendizagem sem outra especificação.
Os Transtornos de Aprendizagem podem incluir problemas em todas as três áreas que interferem no rendimento escolar, embora o desempenho nos testes que medem cada habilidade isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo" ( APA, 1994). Serão esses os transtornos que aqui iremos tratar.
O transtorno de aprendizagem é uma perturbação no processo de aprendizagem, não permitindo ao indivíduo aproveitar as suas possibilidades para perceber, compreender, reter na memória e utilizar posteriormente as informações obtidas.
Num enfoque psicopedagógico, encaramos os transtornos de aprendizagem como um sintoma, um sinal de descompensação, no sentido de que não são permanentes, sendo passíveis de transformação.
Para Pain (1986) a hipótese fundamental para avaliar o sintoma é entendê-lo como um estado particular de um sistema que para equilibrar-se precisa adotar esse tipo de comportamento que poderia merecer um nome positivo, mas que caracterizamos como não - aprender.
Esse é o papel inicial do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem: fazer uma análise da situação para poder diagnosticar os problemas e suas causas. Ele levanta hipóteses a partir de uma anamenese para conhecer o sujeito em seus aspectos neurofisiológicos, afetivos, cognitivos e sociais, bem como entender a modalidade de aprendizagem e o vínculo que o indivíduo estabelece com o objeto de aprendizagem, consigo mesmo e com o outro.
O psicopedagogo procura, portanto, compreender o indivíduo em suas várias dimensões para ajudá-lo a reencontrar seu caminho, superando dificuldades que impeçam um desenvolvimento harmônico e que estejam se constituindo num bloqueio da comunicação dele com seu entorno.
São diversos os fatores envolvidos nos transtornos de aprendizagem: orgânicos, cognitivos, emocionais e ambientais, relacionados a três pólos de procedência: o indivíduo, a família e a escola.
Estando a origem de toda a aprendizagem nos esquemas de ação através do corpo, precisamos verificar, primeiramente, como estão sendo processadas as principais funções e a integridade dos órgãos ligados a elas, para podermos, posteriormente, considerar os aspectos cognitivos.
Estes dizem respeito ao desenvolvimento e funcionamento das estruturas que proporcionam a possibilidade de conhecimento por parte do sujeito, em sua interação com o meio. Nessa área podemos incluir as funções de percepção, discriminação, atenção, memória e processamento da informação. Não podemos nos esquecer de que os fatores motivacionais são muito importantes na construção do significado daquilo que se aprende, formando uma rede de inter-relações entre esses conteúdos e aquilo que já se conhece.
Assim, os aspectos emocionais interferem na construção do conhecimento. Abrangem um amplo campo, desde dificuldades para lidar com as frustrações até sérios transtornos emocionais como psicose e depressão.
Para além das causas individuais, estão as de ordem ambiental, oriundas da família, da escola e da sociedade, como um todo. São fatores intervenientes do próprio modelo de funcionamento da família, da escola e as relações aí estabelecidas..
Torna-se necessário lembrarmos que esses fatores não são estanques, nem aparecem isoladamente. Eles têm uma circularidade causal, como diz Fernández (1990):
De acordo com o DSM-IV, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA, 1994) os Transtornos da Aprendizagem estão incluídos nos Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou Adolescência. Estes transtornos incluem: Transtorno da Leitura, da Matemática, da Expressão Escrita e da Aprendizagem sem outra especificação.
Os Transtornos de Aprendizagem podem incluir problemas em todas as três áreas que interferem no rendimento escolar, embora o desempenho nos testes que medem cada habilidade isoladamente não esteja acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica, a inteligência medida e a escolaridade apropriada à idade do indivíduo" ( APA, 1994). Serão esses os transtornos que aqui iremos tratar.
O transtorno de aprendizagem é uma perturbação no processo de aprendizagem, não permitindo ao indivíduo aproveitar as suas possibilidades para perceber, compreender, reter na memória e utilizar posteriormente as informações obtidas.
Num enfoque psicopedagógico, encaramos os transtornos de aprendizagem como um sintoma, um sinal de descompensação, no sentido de que não são permanentes, sendo passíveis de transformação.
Para Pain (1986) a hipótese fundamental para avaliar o sintoma é entendê-lo como um estado particular de um sistema que para equilibrar-se precisa adotar esse tipo de comportamento que poderia merecer um nome positivo, mas que caracterizamos como não - aprender.
Esse é o papel inicial do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem: fazer uma análise da situação para poder diagnosticar os problemas e suas causas. Ele levanta hipóteses a partir de uma anamenese para conhecer o sujeito em seus aspectos neurofisiológicos, afetivos, cognitivos e sociais, bem como entender a modalidade de aprendizagem e o vínculo que o indivíduo estabelece com o objeto de aprendizagem, consigo mesmo e com o outro.
O psicopedagogo procura, portanto, compreender o indivíduo em suas várias dimensões para ajudá-lo a reencontrar seu caminho, superando dificuldades que impeçam um desenvolvimento harmônico e que estejam se constituindo num bloqueio da comunicação dele com seu entorno.
São diversos os fatores envolvidos nos transtornos de aprendizagem: orgânicos, cognitivos, emocionais e ambientais, relacionados a três pólos de procedência: o indivíduo, a família e a escola.
Estando a origem de toda a aprendizagem nos esquemas de ação através do corpo, precisamos verificar, primeiramente, como estão sendo processadas as principais funções e a integridade dos órgãos ligados a elas, para podermos, posteriormente, considerar os aspectos cognitivos.
Estes dizem respeito ao desenvolvimento e funcionamento das estruturas que proporcionam a possibilidade de conhecimento por parte do sujeito, em sua interação com o meio. Nessa área podemos incluir as funções de percepção, discriminação, atenção, memória e processamento da informação. Não podemos nos esquecer de que os fatores motivacionais são muito importantes na construção do significado daquilo que se aprende, formando uma rede de inter-relações entre esses conteúdos e aquilo que já se conhece.
Assim, os aspectos emocionais interferem na construção do conhecimento. Abrangem um amplo campo, desde dificuldades para lidar com as frustrações até sérios transtornos emocionais como psicose e depressão.
Para além das causas individuais, estão as de ordem ambiental, oriundas da família, da escola e da sociedade, como um todo. São fatores intervenientes do próprio modelo de funcionamento da família, da escola e as relações aí estabelecidas..
Torna-se necessário lembrarmos que esses fatores não são estanques, nem aparecem isoladamente. Eles têm uma circularidade causal, como diz Fernández (1990):
A origem do problema de aprendizagem não se encontra na estrutura individual. O sintoma se ancora em uma rede particular de vínculos familiares que se entrecruzam com uma também particular estrutura individua.
Se ao papel da família acrescentássemos o papel da escola teríamos a formação de uma rede, como já foi dito acima, pois ambas são responsáveis tanto pela aprendizagem como pela não-aprendizagem do sujeito.
Modificações na estrutura e funcionamento da rede de relações poderiam trazer melhorias para o educando, desmistificando a sua culpa nos transtornos de aprendizagem permitindo assim ao Psicopedagogo avaliar os envolvidos nos transtornos e consequentemente abrir possibilidades de intervenção para, a partir daí iniciar o processo de superação das dificuldades.
Modificações na estrutura e funcionamento da rede de relações poderiam trazer melhorias para o educando, desmistificando a sua culpa nos transtornos de aprendizagem permitindo assim ao Psicopedagogo avaliar os envolvidos nos transtornos e consequentemente abrir possibilidades de intervenção para, a partir daí iniciar o processo de superação das dificuldades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, S. & VELOSO, A.F. - Distúrbios de Aprendizagem: Diagnóstico e Orientação. Revista Temas sobre Desenvolvimento, V.3, N.14, 1993.
APA (Associação Americana de Psiquiatria). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). Porto Alegre. Artes Médicas, 1994.
BASSEDAS,E. e col, Intervenção Educativa e Diagnostico Psicopedagogico. 3º ed. Porto Alegre, RS: Artes Medicas,1996.
BOSSA,N. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da pratica. Porto Alegre,RS: Artes Medicas,1994.
CELIDONIO, M.R.F.- Família, Aprendizagem, Escola - Monografia do curso Família: Dinâmicas e Processos de Mudança. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1996.
FERNÁNDEZ, A. - A Inteligência Aprisionada: Abordagem Psicopedagógica Clínica da Criança e sua Família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
PAIN, S. - Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre, Artes Médicas, 1986.
RUBISTEIN, E. A especificidade do diagnóstico psicopedagógico. In: SISTO, F. et al. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
SCOZ,B;RUBINSTEIN,E;ROSSA,E.;BARONE,L(org).Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre,RS: Artes Medicas,1987.
SCOZ, B. Psicopedagogia e realidade escolar, o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994.
SOUZA, M. P. - Introdução aos Distúrbios de |Aprendizagem: um Desafio para o Nosso Tempo, in Tecnologia em (Re) Habilitação Cognitiva- Uma Perspectiva Multidisciplinar. São Paulo: Edunisc, 1998.
TOPCZEWSKI, A. - Aprendizagem e suas Desabilidades. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
VISCA, J. Clínica psicopedagógica: a Epistemologia Convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
_______. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
WEISS, Maria Lúcia. Psicopedagogia Clínica - Uma Visão Diagnóstica. Porto Alegre,RS:Artes Medicas,1992.
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A arte de ser flexível promovendo a resiliência
Estimados internautas, Sou Pedagoga, especialista em Psicopedagogia, e no momento estou me especializando em Didática do Ensino Superior. Atuo na docência do Ensino Fundamental e na docência do Ensino Superior em Cuiabá - MT. Sou agradecida ao Pedago Brasil, por proporcionar aos profissionais da Educação a oportunidade de estarem expondo as suas contribuições científicas, na área da Educação, que muito vem contribuir com a nossa práxis pedagógica, pois nos oportuniza entrar em contato com artigos |
das mais diversas temáticas, bem como cedendo espaço para que possamos expor nossos ideários, referente ao fomento de uma educação pós-moderna crítica. F@le comigo.
::. A arte de ser flexível promovendo a resiliência |
O conceito de Resiliência não tem sido muito difundido no Brasil em estudos ou produções acadêmicas, embora que na Europa e em certa medida, também na América do Norte exista um número bastante considerável de estudos que o incluem.
Considerando que, dado o seu potencial, é um conceito que pode ser muito significativo para a área da Educação e da Psicologia da Educação, no Brasil.
Com freqüência os meios de comunicação nos informam sobre os altos níveis de ansiedade, estresse tensão que sofrem os seres humanos na atualidade. Ultimamente as depressões os sofrimentos similares, afetam cada dia mais as pessoas.
Os problemas econômicos, de saúde, familiar ou profissional, estão na lista de fatores que incidem diretamente nas condutas negativas de ruína dos indivíduos. As decepções geradas pela incapacidade de resolver as contradições, conduzem o indivíduo ao sentimento de impotência diante as adversidades que lhe são impostas.
Estes desafios e dificuldades que cotidianamente apresentam para os seres humanos, onde a concorrência e a procura por espaços profissionais e pessoais se tornam ainda mais acirradas, onde as perspectiva externas se chocam com as probabilidades reais de realização do sujeito. Este precisa ser formado e se autoformar, para se preservar psicologicamente, para reagir e organizar o seu mundo, suas indigências, suas prioridades, seus anseio e suas ações, de modo a não deixar sobrepujar por contingências e conjuntura a que não possa, em dado momento e em determinadas situações, controlar e dar respostas exigidas. Esta formação neste contexto exprimiria a sua resiliência, isto é, sua capacidade de responder de forma mais consciente aos desafios e dificuldade, de reagir com flexibilidade e capacidade de recuperação diante destes desafios e circunstancias desfavoráveis, tendo uma atitude otimista, positiva e perseverante e mantendo um equilíbrio eficaz durante e após os embates. Um atributo de personalidade que, ativada e desenvolvida, possibilita ao sujeito superar-se e às pressões de seu mundo, desenvolver um autoconceito realista, autoconfiança e um senso de autoproteção que não desconsidera a abertura ao novo, à mudança, ao outro e à realidade subjacente.
Devemos tomar em conta que a resiliência é uma capacidade inata para fazer as coisas corretamente, para transformar comportamentos e impetrar trocas. Portanto, poderíamos dizer que todos somos resilientes, pois há condições e fatores que transformam circunstâncias de pressão, hostilidade e se tornam em um aspecto que nos faça seguir adiante.
Pode-se refletir que a resiliência tem a ver com o vínculo afetivo de cada dinâmica familiar ou social. Necessita-se que sejamos queridos e que possamos contar com pessoas que nos satisfaçam quanto às necessidades básicas e que nos façam sentir únicos, úteis e importantes.
Afrontar com situações muito difíceis provoca crises na pessoa e em seu grupo familiar: doenças graves de familiares próximos, separação ou morte dos pais, desemprego, miséria, a vida numa comunidade violenta (crianças que presenciam assassinatos, que foram assaltadas ou seqüestradas), perdas significativas (perder pessoas queridas, perder a casa em conseqüência de incêndio, inundação ou deslizamento, ter que sair do país como refugiado). Situações de vida como essas são potencialmente traumáticas. No entanto, as pessoas resilientes conseguem "atravessar" esses períodos complexos sem se desestruturar, como uma árvore flexível cujos galhos se dobram num vendaval, mas não se quebram. As crises representam um enorme desafio: é essencial ter flexibilidade para instituir novas soluções para as dificuldades que surgem, ter determinação e força para enfrentar os problemas, saber buscar e solicitar auxílio hábil.
Os profissionais que pesquisam os "ingredientes básicos" da resiliência articulam que esta força interior é, em parte, inata: há pessoas que, por herança genética e por temperamento são mais resilientes que outras. No entanto, a resiliência também pode ser desenvolvida no transcorrer da vida, especialmente durante a infância e a adolescência: para isto, é basilar que os adultos importantes para a criança e para o jovem tenham sabedoria para escutá-los e compreender o que sentem ante as circunstâncias que enfrentam; encorajem a expressão dos sentimentos de tristeza, raiva e medo; ofereçam o apoio indispensável para que eles se sintam seguros, conquanto incentivem sua independência e iniciativa para criar saídas e soluções para os problemas. Desta maneira, a auto-estima sai fortalecida e a resiliência aumenta: em vez de se sentir traumatizada e derrotada pela vida, o indivíduo se sente mais competente para afrontar os desafios inerentes às crises. Assim sendo, a qualidade do auxílio proporcionado e do relacionamento que se desenvolve são "ingredientes" indispensáveis para o desenvolvimento da resiliência.
Recusar que a resiliência é um fenômeno que pode ser promovido é ignorar todos os estudos alusivos ao comportamento humano que oferecem extrema acuidade ao meio em que os indivíduos vivem e privilegiar o senso comum fundamentado na premunição e no destino. É acreditar que cada um ao nascer já trás consigo toda a sua trajetória histórica definida. Partindo desta pressuposição, nenhuma tática poderia influenciar o indivíduo a transformar a sua realidade.
Costa (2000) é um dos estudiosos que acredita que a resiliência não é privilégio de alguns exclusivamente. Não é o episódio de uns nascerem resilientes e outros não.
O estudo sistemático da resiliência nas pessoas e nas organizações revelou que ela não é uma qualidade única e extraordinária, característica intransferível de um grupo especial de pessoas. Não. A resiliência é antes de tudo a resultante de qualidades comuns que a maioria das pessoas já possui, mas que precisam estar corretamente articuladas e suficientemente desenvolvidas. (p.12).
Promover, deste modo, a resiliência em um grupo, incidi em conhecer a sua história, procurar analisá-lo no contexto, para então interferir de maneira apropriada, indagado as razões capazes de motivá-lo e fortificá-lo.
Considerando que, dado o seu potencial, é um conceito que pode ser muito significativo para a área da Educação e da Psicologia da Educação, no Brasil.
Com freqüência os meios de comunicação nos informam sobre os altos níveis de ansiedade, estresse tensão que sofrem os seres humanos na atualidade. Ultimamente as depressões os sofrimentos similares, afetam cada dia mais as pessoas.
Os problemas econômicos, de saúde, familiar ou profissional, estão na lista de fatores que incidem diretamente nas condutas negativas de ruína dos indivíduos. As decepções geradas pela incapacidade de resolver as contradições, conduzem o indivíduo ao sentimento de impotência diante as adversidades que lhe são impostas.
Estes desafios e dificuldades que cotidianamente apresentam para os seres humanos, onde a concorrência e a procura por espaços profissionais e pessoais se tornam ainda mais acirradas, onde as perspectiva externas se chocam com as probabilidades reais de realização do sujeito. Este precisa ser formado e se autoformar, para se preservar psicologicamente, para reagir e organizar o seu mundo, suas indigências, suas prioridades, seus anseio e suas ações, de modo a não deixar sobrepujar por contingências e conjuntura a que não possa, em dado momento e em determinadas situações, controlar e dar respostas exigidas. Esta formação neste contexto exprimiria a sua resiliência, isto é, sua capacidade de responder de forma mais consciente aos desafios e dificuldade, de reagir com flexibilidade e capacidade de recuperação diante destes desafios e circunstancias desfavoráveis, tendo uma atitude otimista, positiva e perseverante e mantendo um equilíbrio eficaz durante e após os embates. Um atributo de personalidade que, ativada e desenvolvida, possibilita ao sujeito superar-se e às pressões de seu mundo, desenvolver um autoconceito realista, autoconfiança e um senso de autoproteção que não desconsidera a abertura ao novo, à mudança, ao outro e à realidade subjacente.
Devemos tomar em conta que a resiliência é uma capacidade inata para fazer as coisas corretamente, para transformar comportamentos e impetrar trocas. Portanto, poderíamos dizer que todos somos resilientes, pois há condições e fatores que transformam circunstâncias de pressão, hostilidade e se tornam em um aspecto que nos faça seguir adiante.
Pode-se refletir que a resiliência tem a ver com o vínculo afetivo de cada dinâmica familiar ou social. Necessita-se que sejamos queridos e que possamos contar com pessoas que nos satisfaçam quanto às necessidades básicas e que nos façam sentir únicos, úteis e importantes.
Afrontar com situações muito difíceis provoca crises na pessoa e em seu grupo familiar: doenças graves de familiares próximos, separação ou morte dos pais, desemprego, miséria, a vida numa comunidade violenta (crianças que presenciam assassinatos, que foram assaltadas ou seqüestradas), perdas significativas (perder pessoas queridas, perder a casa em conseqüência de incêndio, inundação ou deslizamento, ter que sair do país como refugiado). Situações de vida como essas são potencialmente traumáticas. No entanto, as pessoas resilientes conseguem "atravessar" esses períodos complexos sem se desestruturar, como uma árvore flexível cujos galhos se dobram num vendaval, mas não se quebram. As crises representam um enorme desafio: é essencial ter flexibilidade para instituir novas soluções para as dificuldades que surgem, ter determinação e força para enfrentar os problemas, saber buscar e solicitar auxílio hábil.
Os profissionais que pesquisam os "ingredientes básicos" da resiliência articulam que esta força interior é, em parte, inata: há pessoas que, por herança genética e por temperamento são mais resilientes que outras. No entanto, a resiliência também pode ser desenvolvida no transcorrer da vida, especialmente durante a infância e a adolescência: para isto, é basilar que os adultos importantes para a criança e para o jovem tenham sabedoria para escutá-los e compreender o que sentem ante as circunstâncias que enfrentam; encorajem a expressão dos sentimentos de tristeza, raiva e medo; ofereçam o apoio indispensável para que eles se sintam seguros, conquanto incentivem sua independência e iniciativa para criar saídas e soluções para os problemas. Desta maneira, a auto-estima sai fortalecida e a resiliência aumenta: em vez de se sentir traumatizada e derrotada pela vida, o indivíduo se sente mais competente para afrontar os desafios inerentes às crises. Assim sendo, a qualidade do auxílio proporcionado e do relacionamento que se desenvolve são "ingredientes" indispensáveis para o desenvolvimento da resiliência.
Recusar que a resiliência é um fenômeno que pode ser promovido é ignorar todos os estudos alusivos ao comportamento humano que oferecem extrema acuidade ao meio em que os indivíduos vivem e privilegiar o senso comum fundamentado na premunição e no destino. É acreditar que cada um ao nascer já trás consigo toda a sua trajetória histórica definida. Partindo desta pressuposição, nenhuma tática poderia influenciar o indivíduo a transformar a sua realidade.
Costa (2000) é um dos estudiosos que acredita que a resiliência não é privilégio de alguns exclusivamente. Não é o episódio de uns nascerem resilientes e outros não.
O estudo sistemático da resiliência nas pessoas e nas organizações revelou que ela não é uma qualidade única e extraordinária, característica intransferível de um grupo especial de pessoas. Não. A resiliência é antes de tudo a resultante de qualidades comuns que a maioria das pessoas já possui, mas que precisam estar corretamente articuladas e suficientemente desenvolvidas. (p.12).
Promover, deste modo, a resiliência em um grupo, incidi em conhecer a sua história, procurar analisá-lo no contexto, para então interferir de maneira apropriada, indagado as razões capazes de motivá-lo e fortificá-lo.
Bibliografia
COSTA, Adalvo da Paixão Antonio. O conteúdo afetivo no currículo escolar. Revista de Educação da FAESA. V.1, nº 1. ago. 2000/ fev. 2001, p. 81-93
COSTA, Antonio Carlos Gomes. Resiliência. Pedagogia da presença. São Paulo: Modus Faciend,1995.
FLACH, Frederic. A arte de ser flexível - Resiliência. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
COSTA, Antonio Carlos Gomes. Resiliência. Pedagogia da presença. São Paulo: Modus Faciend,1995.
FLACH, Frederic. A arte de ser flexível - Resiliência. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
MONTEIRO. Denise Schulthais dos Anjos et al. Resilência e Pedagogia da Presença: intervenção sócio-pedagógica no contexto escolar. In.: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco, Vitória, 2001. www.pedagogiaemfoco.pro.br/fundam01.htm Acesso em 05 de set. 2003.
TAVARES, José (org). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2001.
Yunes, M. A. M. (2001) A questão triplamente controvertida da resiliência em
famílias de baixa renda. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP.
TAVARES, José (org). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2001.
Yunes, M. A. M. (2001) A questão triplamente controvertida da resiliência em
famílias de baixa renda. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP.
Rosley Sulek Buche Barros
Pedagoga, especialista em Psicopedagogia
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domingo, 12 de setembro de 2010
O Método de Alfabetização de Adultos de Paulo Freire = Alfabetizar para além das cartilhas é alfabetizar para o mundo.
O renomado educador brasileiro Paulo Reglus Neves Freire jamais concordou com práticas educacionais que transmitissem aos sujeitos um saber já construído. Ele acreditava que o ato de educar deve contemplar o pensar e o concluir, contrapondo a simples reprodução de idéias impostas - alfabetização deveria ser sinônimo de reflexão, argumentação, criticidade e politilização.
Se em práticas educacionais envolvendo alfabetização em níveis de escolaridades "adequados", metodologias tradicionais de ensino não despertam interesse do educando, no EJA estas ações são um convite a evasão escolar.
Ao pensar em alfabetização de adultos, Freire considerou a ausência de sentido presente nas lições das cartilhas, com frases desvinculadas da realidade do alfabetizando - que após trabalhar o dia todo, sentava em uma cadeira, preocupado com o gás, a água, a energia elétrica, o alimento e o salário do mês - e ouvia frases como "O boi baba e bebe" ou "Vovô viu a uva". Em que frases como estas contribuiriam para seu cotidiano? Aprender a ler e escrever para quê?
Uma mudança seria eminentemente necessária.
As atividades apresentadas a eles também eram desmotivantes ao processo, pois traziam suas respostas prontas, sem a necessidade de uma reflexão sobre o assunto. Apesar de que não havia o que um adulto, trabalhador, assalariado pudesse analisar em frases - desprovidas de informação - como as acima citadas. Então, realmente as práticas envolvendo a alfabetização de adultos estavam desvinculadas da realidade de seus educandos.
Paulo Freire iniciou suas pesquisas de campo, e através delas pode confirmar que as metodologias e os materiais didáticos utilizados,
estavam desmotivando os alunos, que demoravam muito a apresentar resultados e acabavam abandonando os estudos. Após esta conclusão, Freire elaborou seu método, montou sua equipe e partiu para o desafio de alfabetizar para além das cartilhas.
Para realização de seu trabalho, o educador deveria saber ouvir o educando em suas experiências e através delas elaborar seu roteiro de ação, apresentando materiais que apresentassem sentido para a vida dos alfabetizandos, proporcionando a eles ricos momentos de reflexão, durante os "circulos de cultura" - nomenclatura utilizada por Freire para apresentar essa fase do método.
Os resultados foram surpreendentes, os alunos foram alfabetizados em pouco tempo e apenas um se evadiu, evidenciando o sucesso do método. Então, várias novas cartilhas que estimulavam o pensar crítico e consciente foram elaboradas - todavia foram presas ainda na gráfica.
E Freire foi exilado por vários anos, fato que não o impediu de continuar sua luta por uma nova proposta educacional em território brasileiro - uma educação transformadora.
Ao retornar ao Brasil, Paulo deu continuidade aos seus trabalhos e transformando por onde passasse, a forma de pensar de muitos oprimidos.
Faleceu vítima de um enfarto, deixando várias obras literárias que tanto contribuíram e contribuem para a educação em nível mundial.
Em seu legado Freire enfatiza a educação como prática de libertar o ser humano das amarras impostas por interesses pessoais e políticos, proporcionando a educadores reflexões a respeito de suas responsabilidades enquanto mediadores de conhecimento, livre de alienações que descaracterizam uma educação significativa e contrapõem a "formação de um cidadão crítico e consciente" - objetivo maior do processo educacional vigente.
*ANGELA ADRIANA DE ALMEIDA LIMA
Formada em Magistério -Graduada em Pedagogia com Habilitação em Supervisão Escolar pelo CESUBE - Pós graduada nas áreas de Psicopedagogia Institucional pela UCB; Docência Universitária pela UNIUBE e Inspeção Escolar pela FINOM. Atuo como professora na rede Estadual de Ensino, como Supervisora em uma Creche Comunitária, desenvolvo uma pesquisa sobre "Bullying" e ministro mini cursos e sobre os temas Bullying e "Respeitando e Convivendo com as Diferenças.http://www.angelaadriana.com.br
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terça-feira, 7 de setembro de 2010
A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA: “DE MAGISTRO” DE TOMÁS DE AQUINO
INTRODUÇÃO
No presente artigo tratar-se-á acerca da Educação na Idade Média, haja visto que a Idade Média representa um ‘divisor de águas’ para todo o pensamento e épocas posteriores: época marcada por significativas transformações e principalmente, no tocante à Educação, porque foi a época em que se saiu do Cristianismo exacerbado, e propiciou-se um ambiente favorável para que se chegasse à Modernidade.
O presente artigo apresenta dividido em três pontos centrais, o primeiro se apresenta denominado por “Igreja e Idade Média”, onde é realizada uma explanação sobre o poder da Igreja e de como ela era instituição dominante na Idade Média. No segundo ponto, denominado por “Escolástica símbolo da universidade medieval”, onde tratar-se-á da explicação de como são as “quaestio disputatas” que constituem na forma como os alunos eram ensinados nas Universidades, e por fim, o terceiro ponto, chama-se “Tomás de Aquino e o ‘De Magistro’”, onde trata-se da importância de Tomás de Aquino que consiste num teólogo, filosofo, além de mestre e doutor da fé, que posteriormente foi canonizado santo devido a sua significativa importância, desde que não se pode fazer Filosofia sem tratar desse autor de exponencial.
DESENVOLVIMENTO
1.Igreja e Idade Média
A Idade Média foi um período situado aproximadamente entre os séculos V e XV (476-1453), e foi marcado principalmente pelo domínio da Igreja Católica sobre toda a Cultura e Educação da época.
A Europa estava enfraquecida devido a uma série de fatores dentre eles principalmente as crises econômicas sucessivas derivadas da decadência do Império Romano e aos constantes ataques bárbaros. Desde o Concílio de Nicéia (325), a Igreja passou a representar uma das mais importantes e poderosas instituições desse período, visando o intuito de manter uma ordem e isso possibilitou que ela abarcasse todo poder sobre toda a Sociedade. O que fez com que apenas monges e sacerdotes detivessem o conhecimento das letras. A Igreja Católica era uma representação terrena da própria Trindade, ou seja, o que aumentava cada vez mais o seu monopólio sobre a cultura (artes) e mentalidade da época.
Foi um período marcado por grande reviravolta, mas a principal mudança foi o surgimento das Universidades (séc. XIII) – Bolonha, Paris, Salermo e Oxford e isso, devido as Cidades terem se transformado em centros culturais. Com as Universidades, passou a haver o ensino do Direito e das Artes Liberais – ensino da Gramática, Física, Lógica, Metafísica, Matemática e Ética, ou seja, as disciplinas científico-filosóficas e a Faculdade de Teologia – estudo da Bíblia e da doutrina cristã. O que representou uma significativa diminuição do poder da Igreja no tocante à Educação, vale ressaltar que até então a Igreja detinha domínio sobre a literatura, pois proibia o que denominava-se “literatura pagã”.
Assim, com as Universidades, o ensino, passou a acontecer entre sacerdotes e leigos, ou seja, as pessoas começaram a ser ensinadas, embora os professores continuassem sendo padres, e quanto aos alunos, estes, podiam ser de qualquer camada social. Por isso, o nome do período ser denominado Escolástica .
Em especial o século XIII foi marcado por características únicas, dentre elas: com o final do Império Romano, houve o desaparecimento dos grandes centros culturais devido as freqüentes invasões bárbaras. As bibliotecas eram raras e possuíam pequenos acervos, ou seja, não havia o conhecimento de várias obras dos clássicos gregos. O surgimento de novas seitas, embora os monastérios continuassem sendo os centros culturais, o que fazia com que a preocupação filosófica estivesse voltada apenas para a temática cristã da salvação . Mesmo com todo o poderio da Igreja e com todas as transformações, é inegável o fato de que a Idade Média foi um período de significativo avanço por ter sido, principalmente, cenário de importante florescência científica com grandes e significativas mudanças de caráter social, político e religioso. Foi nesse ambiente de intensa reviravolta que viveu Tomás de Aquino (1224-1275), na Cidade de Rocasseca, na Itália.
2.A Escolástica e o símbolo da universalidade medieval
Com o Iluminismo , o século XIII passou a ser considerado como “século das trevas”, porque como já foi exposto anteriormente, foi um período marcado pela autoridade e predomínio da Igreja Católica sobre toda a Sociedade, vale ressaltar que com o predomínio e autoridade da Igreja, a vida terrena era até então totalmente desprezada e importava apenas a vida futura. Porém, houve uma significativa expansão do saber neste período, principalmente devido a criação dos mosteiros, em especial, o dos Franciscanos e Dominicanos, bem como o surgimento das Universidades.
No século XIII textos da filosofia árabe, como por exemplo, os de Averróis passaram a ser estudados, o que deu início ao duelo entre Razão e Fé, duelo principalmente promovido pela redescoberta dos textos aristotélicos, vale ressaltar que até a época, os textos mais utilizados eram os de Santo Agostinho que eram baseados nas obras de Platão, e serviam para fundamentar as atitudes da Igreja.
Inicia-se, portanto, a Escolástica que era um método de ensino próprio da Idade Média e sua definição está vinculada à idéia de escola. A Escolástica estimula a dialética, principalmente na relação entre Filosofia e Teologia. Sua importância se deve ao fato de que tanto sugeria respostas, quanto suscitava questionamentos, promovendo principalmente, debates. A Escolástica representa, portanto, o último período do pensamento cristão
A Educação na Idade Média se apresentava de um modo peculiar, representado pela “quaestio disputata” (questões disputadas), que consistiam na forma de ensino que dava voz ao interlocutor. Segundo LAUAND,
"A quaestio disputata, integra a própria essência da educação escolástica. ‘Não era suficiente escutar a exposição dos grandes livros do pensamento ocidental por um mestre; era essencial que as grandes idéias se examinassem criticamente na disputa’. E a disputatio, na concepção de Pieper, transcende o âmbito organizacional do studium medieval e chega até a constituir a própria essência da universidade em geral".
Assim, vemos que o fundamental na Idade Média não era provar ou reprovar o pensamento de cada aluno ou autor, mas o objetivo era dar voz a estes para que então o pensamento estivesse mais seguro, mais fundamentado, porque diante da maneira como as questões eram expostas, havia uma certeza do que era considerado certo ou errado por cada mestre que se propunha a ensinar seus alunos.
Toda “quaestio disputata” segue o mesmo padrão, conforme LAUAND afirma,
"Uma quaestio disputata está dedicada a um tema e divide-se em artigos, que correspondem a capítulos ou aspectos desse tema. Por detrás da ‘técnica pedagógica’ está um espírito: a quaestio disputata, [...], traduz a própria idéia de inteligibilidade, ao mesmo tempo que a de incompreensibilidade, a de pensamento ‘negativo’, também fundada no Verbum.
Procurando veicular em método a vocação de diálogo polifônico, primeiro enuncia-se a tese de cada artigo (sob a forma de polêmica) e a quaestio começa por dar voz ao adversário pelas obiectiones, objeções à tese que o mestre pretende sustentar".
E ainda segundo LAUAND, “após as objeções, levantam-se contra-objeções (rápidas e pontuais sentenças colhidas em favor da tese do artigo). Após ouvir estas vozes, o mestre expõe tematicamente sua tese no corpo do artigo, a responsio (solução). Em seguida, a responsio ad obiecta, a resposta a cada uma das objeções do início”.
Portanto, para os mestres escolásticos, o ensino não consiste apenas em se ater a determinado pensador (filósofo ou teólogo), mas cabe principalmente empregar todo o pensamento disponível, mesmo que seja a favor ou contra o que está sendo exposto, e diante disto, busca-se consolidar o pensamento ou provar que este pensamento está errado. Haja visa que o homem, sempre procura “a verdade”, mas esta única verdade não existe, o que existe são as verdades, conceitos de verdades, que nunca poderá ser limitada.
Dessa forma, na Escolástica o que acarretou na renovação dos dogmas católicos, principalmente no tocante a salvação do homem, passou-se a criticar a idéia da predestinação, idéia proposta por Santo Agostinho. O homem passou a ser agora, o único responsável por sua salvação e conseqüentemente, era um ser mais ativo diante dos fatos e da vida.
3.Tomás de Aquino e o “De Magistro”
Diante do foi exposto, observa-se uma mudança de fundamentação, é onde se posiciona o pensamento tomista, que embora tenha sido membro da ordem dos Dominicanos, quebra com todas as regras e pensamentos até então estabelecidos. Tomás de Aquino, como considerava o homem um ser privilegiado, propunha a conciliação entre Fé e Razão, dessa forma, o aluno não necessitaria buscar a verdade seguindo o caminho da Fé ou da Razão, mas poderia se valer das duas para fundamentar seu pensamento.
Tomás de Aquino foi senão a principal, uma das mais importantes figuras da Idade Média, pois representou a conciliação da tensão entre a tradição cristã medieval e a cultura que estava se formando na nova sociedade. A Teologia até então considerava a alma espiritual como estando separada da alma sensitiva e da vegetativa. Tomás defendia a tese de que a alma do homem é una, e principalmente, é a única responsável por todos seus atos, o homem é o único dono de suas próprias escolhas, e possui uma iluminação natural, que consiste na “luz natural da razão”, luz esta que nos foi dado de uma única vez por Deus.
Em Tomás de Aquino, observa-se em toda a sua obra a presença das “quaestio disputatas”, principalmente, a sua preocupação em apresentar o pensamento adversário “ipis litteris”, sem nenhuma alteração no sentido, sem devagações, vê-se a exposição de um pensamento tal qual ele é. Tomás está sempre posicionando seu pensamento em oposição às doutrinas dominantes da época, e quanto a obra “De Magistro”, isso não poderia ser diferente, haja visto que essa obra não trás apenas concepções filosóficas sobre a Filosofia da Educação, mas traz principalmente idéias novas ao que era defendido até então. Diante disto, é de extrema importância o uso das “quaestio disputatas”, não para que o “aluno” se canse, mas para que este realmente compreenda o que se quer dizer.
A principal idéia proposta por Tomás é que o homem possui uma “alma” que é a representante do princípio da vida, pois faz parte da composição substancial dos viventes, ou seja, são as potências que a alma possui que fazem com que o homem possa ou não desempenhar determinada função, cujos requisitos são inerentes à sua alma. É através dela que desempenha-se as funções, com características peculiares intimamente relacionadas à faculdade da vida vegetativa.
Portanto, a alma é dotada de inteligência e vontade que são potências espirituais. A inteligência é o que transcende o âmbito do particular, material e concreto, ou seja, seu campo de relacionamento é a totalidade do ser. Para Tomás, todas as coisas são inteligíveis, ou seja, é próprio da inteligência humana apreender a idéia abstrata.
O conhecimento não está limitado à realidade concreta, que o circunda, mas este é adquirido apenas mediante a realização de comparações com as coisas sensíveis naturais, todo conhecimento começa pelos sentidos, pois são estes que apreendem uma imagem, que é interiorizada e oferecida ao intelecto.
Portanto, o homem não é apenas alma, mas é também corpo, a alma necessita do corpo para conseguir o seu fim, na medida em que é por meio dele que ela adquire a perfeição no conhecimento e na virtude. O conhecimento intelectual requer o conhecimento sensível, é sobre os dados desse último que atua o intelecto, em suas duas funções: intelecto agente e paciente.
No “De Magistro”, a palavra Educação não apresenta o mesmo sentido que utilizamos hoje, conforme afirma LAUAND,
A própria palavra ‘educação’ não aparece em Tomás, é como que sugerida diversas vezes em suas análises: trata-se de um eduzir o conhecimento em ato a partir da potência: a mente extrai o ato dos particulares dos conhecimentos universais; leva ao ato.
Ensinar é, uma educaão do ato; uma condução da potência ao ato que só o próprio aluno pode fazer. Tomás está distante de qualquer concepção do ensino como transmissão mecânica; o professor, tudo o que faz é en-signar (insignire), apresentar sinais para que o aluno possa por si fazer a educação do ato de conhecimento, no sentido da sugestiva acumulação semântica que se preservou no castelhano: enseñar (ensinar/mostrar): o mestre mostra!
Portanto, o mestre conduz da potência ao ato, extrai do ato dos particulares o conhecimentos dos universais. A educação é algo que somente pode ser feito pelo próprio aluno, ou seja, embora Tomás esteja longe de uma transmissão mecânica do conhecimento, o professor apenas apresenta os sinais para que o aluno possa por si, fazer a educação, e conseqüentemente, chegar ao conhecimento.
O tratado “De Magistro” se desenvolve ao longo de quatro artigos, onde Tomás trata da investigação se o homem ou se somente Deus pode ensinar e ser chamado mestre (artigo 1), se se pode dizer que alguém é mestre de si mesmo (artigo 2), se o homem pode ser ensinado por um anjo (artigo 3) e por fim, se ensinar é um ato da vida ativa ou da vida contemplativa (artigo 4). Ao longo deste tratado, Tomás propõe uma mudança de visão que até a época era aceita como única verdade.
No primeiro artigo tem-se que todas as formas naturais estão em ato. Há no homem hábitos inerentes por natureza, mas para que operem, devem ser removidos os obstáculos que são certas inclinações naturais que são a base e o princípio das virtudes e essas são tornadas reais apenas mediante o exercício das obras. O homem possui sementes do saber. A mente apenas adquiriu o conhecimento quando ela é conduzida a conhecer em ato as conseqüências particulares que estavam contidas já nos universais. O conhecimento persiste como potência ativa no educando, pois este pode conhecer por si mesmo. O professor ensina quando mostra sinais ao aluno. A luz da razão para o conhecimento nos foi posta por Deus.
No segundo artigo tem-se que o conhecimento já existia no aluno, embora não como ato perfeito. O professor estimula o intelecto a conhecer faz surgir o ato da potência. O ensino pressupõe um perfeito ato de conhecimento no professor, daí que seja necessário que o mestre ou quem ensina possua de modo explícito e perfeito o conhecimento para que desperte o intelecto do aluno. Alguém pode ser lei para si mesmo, mas não necessariamente será mestre de si mesmo. Deus conhece todas as coisas pelas quais o homem é ensinado.
No terceiro artigo tem-se que Deus é a causa do conhecimento do homem do modo mais excelente, porque dotou a alma da luz intelectual e, por outro lado, imprimiu nela o conhecimento dos primeiros princípios, que são como que sementes do conhecimento; do mesmo modo que imprimiu também nas outras realidades naturais as razões seminais de todos os efeitos que produzem. O anjo possui naturalmente uma luz intelectual mais perfeita do que a do homem, ou seja, o anjo pode ser causa do conhecimento, embora de modo inferior ao de Deus, mas superior ao do homem. Deus pode fortalecer a luz infusa para que o homem veja mais perfeitamente. Tudo o que é menos perfeito recebe um fortalecimento quando se une a algo que é mais perfeito no gênero. A intenção da vontade não pode ser coagida, mas a parte sensitiva sim.
No quarto artigo tem-se que a vida contemplativa e a vida ativa distinguem-se pelo fim e pela matéria. A matéria da vida ativa são as realidades temporais sobre as quais versam os atos humanos; a matéria da vida contemplativa são as essências inteligíveis das coisas, sobre as quais se detém o contemplativo. Essa diversidade decorre da diversidade de fins. O fim da vida contemplativa é a consideração da verdade, da verdade incriada, de acordo com o modo possível a quem contempla. A visão do professor é o princípio, mas o próprio ensino consiste mais na transfusão do conhecimento. A vida contemplativa é o princípio do ensino.
CONCLUSÃO
Diante do que nesse artigo foi exposto, conclui-se que é impossível deixar a Idade Média de lado, principalmente no que toca à Educação, pois enquadra uma época de profundas transformações no saber para a posteridade.
Independente de crenças, ou opiniões sobre o Cristianismo, é impossível deixá-lo de lado, até mesmo no âmbito da Educação, porque ainda hoje, não se pode negar que ele é um fator decisivo, mas pelo contrário, dois mil anos de Cristianismo transformaram profundamente a sociedade ocidental, em especial a cultura e a educação. A sociedade ocidental é frutos da influência cristã. .
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. Volume 1. Edições Loyola. São Paulo - SP. 2001.
AQUINO, Tomás. Sobre o ensino (De magistro). Os sete pecados capitais. Tradução de Luiz Jean Lauand. Editora Martins Fontes. São Paulo – SP. 2004.
AQUINO, Tomás. A Prudência. A virtude da Decisão Certa. Editora Martins Fontes. São Paulo – SP. 2005
SECUNDÁRIA
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ESTRADA, Juan A. Deus nas tradições filosóficas. Volume 1 – Aporia e problemas da teologia natural. Editora Paulus. São Paulo - SP.2003.
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______________. O Espírito da Filosofia Medieval. Editora Martins Fontes. São Paulo - SP. 2006
HUGON, Édouard. Os princípios da Filosofia de São Tomás de Aquino. Porto Alegre - SC. 1988
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TORREL, Jean-Pierre. Santo Tomás de Aquino – Mestre Espiritual. Edições Loyola. São Paulo - SP. 2003.
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VICENTINO,Claudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. Editora Scipione. São Paulo - SP. 2002.
VIRTUAL
http://revistaescola.abril.com/historia/pratica-pedagogica/tomas-aquino-428112.shtml
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http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/igreja-na-idade-media.htm
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http:www.mundodosfilosofos.com.br/escolástica.htm
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A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA: “DE MAGISTRO” DE TOMÁS DE AQUINO publicado 2/09/2010 por Andréa Cristina B. Dantas em http://www.webartigos.com
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No presente artigo tratar-se-á acerca da Educação na Idade Média, haja visto que a Idade Média representa um ‘divisor de águas’ para todo o pensamento e épocas posteriores: época marcada por significativas transformações e principalmente, no tocante à Educação, porque foi a época em que se saiu do Cristianismo exacerbado, e propiciou-se um ambiente favorável para que se chegasse à Modernidade.
O presente artigo apresenta dividido em três pontos centrais, o primeiro se apresenta denominado por “Igreja e Idade Média”, onde é realizada uma explanação sobre o poder da Igreja e de como ela era instituição dominante na Idade Média. No segundo ponto, denominado por “Escolástica símbolo da universidade medieval”, onde tratar-se-á da explicação de como são as “quaestio disputatas” que constituem na forma como os alunos eram ensinados nas Universidades, e por fim, o terceiro ponto, chama-se “Tomás de Aquino e o ‘De Magistro’”, onde trata-se da importância de Tomás de Aquino que consiste num teólogo, filosofo, além de mestre e doutor da fé, que posteriormente foi canonizado santo devido a sua significativa importância, desde que não se pode fazer Filosofia sem tratar desse autor de exponencial.
DESENVOLVIMENTO
1.Igreja e Idade Média
A Idade Média foi um período situado aproximadamente entre os séculos V e XV (476-1453), e foi marcado principalmente pelo domínio da Igreja Católica sobre toda a Cultura e Educação da época.
A Europa estava enfraquecida devido a uma série de fatores dentre eles principalmente as crises econômicas sucessivas derivadas da decadência do Império Romano e aos constantes ataques bárbaros. Desde o Concílio de Nicéia (325), a Igreja passou a representar uma das mais importantes e poderosas instituições desse período, visando o intuito de manter uma ordem e isso possibilitou que ela abarcasse todo poder sobre toda a Sociedade. O que fez com que apenas monges e sacerdotes detivessem o conhecimento das letras. A Igreja Católica era uma representação terrena da própria Trindade, ou seja, o que aumentava cada vez mais o seu monopólio sobre a cultura (artes) e mentalidade da época.
Foi um período marcado por grande reviravolta, mas a principal mudança foi o surgimento das Universidades (séc. XIII) – Bolonha, Paris, Salermo e Oxford e isso, devido as Cidades terem se transformado em centros culturais. Com as Universidades, passou a haver o ensino do Direito e das Artes Liberais – ensino da Gramática, Física, Lógica, Metafísica, Matemática e Ética, ou seja, as disciplinas científico-filosóficas e a Faculdade de Teologia – estudo da Bíblia e da doutrina cristã. O que representou uma significativa diminuição do poder da Igreja no tocante à Educação, vale ressaltar que até então a Igreja detinha domínio sobre a literatura, pois proibia o que denominava-se “literatura pagã”.
Assim, com as Universidades, o ensino, passou a acontecer entre sacerdotes e leigos, ou seja, as pessoas começaram a ser ensinadas, embora os professores continuassem sendo padres, e quanto aos alunos, estes, podiam ser de qualquer camada social. Por isso, o nome do período ser denominado Escolástica .
Em especial o século XIII foi marcado por características únicas, dentre elas: com o final do Império Romano, houve o desaparecimento dos grandes centros culturais devido as freqüentes invasões bárbaras. As bibliotecas eram raras e possuíam pequenos acervos, ou seja, não havia o conhecimento de várias obras dos clássicos gregos. O surgimento de novas seitas, embora os monastérios continuassem sendo os centros culturais, o que fazia com que a preocupação filosófica estivesse voltada apenas para a temática cristã da salvação . Mesmo com todo o poderio da Igreja e com todas as transformações, é inegável o fato de que a Idade Média foi um período de significativo avanço por ter sido, principalmente, cenário de importante florescência científica com grandes e significativas mudanças de caráter social, político e religioso. Foi nesse ambiente de intensa reviravolta que viveu Tomás de Aquino (1224-1275), na Cidade de Rocasseca, na Itália.
2.A Escolástica e o símbolo da universalidade medieval
Com o Iluminismo , o século XIII passou a ser considerado como “século das trevas”, porque como já foi exposto anteriormente, foi um período marcado pela autoridade e predomínio da Igreja Católica sobre toda a Sociedade, vale ressaltar que com o predomínio e autoridade da Igreja, a vida terrena era até então totalmente desprezada e importava apenas a vida futura. Porém, houve uma significativa expansão do saber neste período, principalmente devido a criação dos mosteiros, em especial, o dos Franciscanos e Dominicanos, bem como o surgimento das Universidades.
No século XIII textos da filosofia árabe, como por exemplo, os de Averróis passaram a ser estudados, o que deu início ao duelo entre Razão e Fé, duelo principalmente promovido pela redescoberta dos textos aristotélicos, vale ressaltar que até a época, os textos mais utilizados eram os de Santo Agostinho que eram baseados nas obras de Platão, e serviam para fundamentar as atitudes da Igreja.
Inicia-se, portanto, a Escolástica que era um método de ensino próprio da Idade Média e sua definição está vinculada à idéia de escola. A Escolástica estimula a dialética, principalmente na relação entre Filosofia e Teologia. Sua importância se deve ao fato de que tanto sugeria respostas, quanto suscitava questionamentos, promovendo principalmente, debates. A Escolástica representa, portanto, o último período do pensamento cristão
A Educação na Idade Média se apresentava de um modo peculiar, representado pela “quaestio disputata” (questões disputadas), que consistiam na forma de ensino que dava voz ao interlocutor. Segundo LAUAND,
"A quaestio disputata, integra a própria essência da educação escolástica. ‘Não era suficiente escutar a exposição dos grandes livros do pensamento ocidental por um mestre; era essencial que as grandes idéias se examinassem criticamente na disputa’. E a disputatio, na concepção de Pieper, transcende o âmbito organizacional do studium medieval e chega até a constituir a própria essência da universidade em geral".
Assim, vemos que o fundamental na Idade Média não era provar ou reprovar o pensamento de cada aluno ou autor, mas o objetivo era dar voz a estes para que então o pensamento estivesse mais seguro, mais fundamentado, porque diante da maneira como as questões eram expostas, havia uma certeza do que era considerado certo ou errado por cada mestre que se propunha a ensinar seus alunos.
Toda “quaestio disputata” segue o mesmo padrão, conforme LAUAND afirma,
"Uma quaestio disputata está dedicada a um tema e divide-se em artigos, que correspondem a capítulos ou aspectos desse tema. Por detrás da ‘técnica pedagógica’ está um espírito: a quaestio disputata, [...], traduz a própria idéia de inteligibilidade, ao mesmo tempo que a de incompreensibilidade, a de pensamento ‘negativo’, também fundada no Verbum.
Procurando veicular em método a vocação de diálogo polifônico, primeiro enuncia-se a tese de cada artigo (sob a forma de polêmica) e a quaestio começa por dar voz ao adversário pelas obiectiones, objeções à tese que o mestre pretende sustentar".
E ainda segundo LAUAND, “após as objeções, levantam-se contra-objeções (rápidas e pontuais sentenças colhidas em favor da tese do artigo). Após ouvir estas vozes, o mestre expõe tematicamente sua tese no corpo do artigo, a responsio (solução). Em seguida, a responsio ad obiecta, a resposta a cada uma das objeções do início”.
Portanto, para os mestres escolásticos, o ensino não consiste apenas em se ater a determinado pensador (filósofo ou teólogo), mas cabe principalmente empregar todo o pensamento disponível, mesmo que seja a favor ou contra o que está sendo exposto, e diante disto, busca-se consolidar o pensamento ou provar que este pensamento está errado. Haja visa que o homem, sempre procura “a verdade”, mas esta única verdade não existe, o que existe são as verdades, conceitos de verdades, que nunca poderá ser limitada.
Dessa forma, na Escolástica o que acarretou na renovação dos dogmas católicos, principalmente no tocante a salvação do homem, passou-se a criticar a idéia da predestinação, idéia proposta por Santo Agostinho. O homem passou a ser agora, o único responsável por sua salvação e conseqüentemente, era um ser mais ativo diante dos fatos e da vida.
3.Tomás de Aquino e o “De Magistro”
Diante do foi exposto, observa-se uma mudança de fundamentação, é onde se posiciona o pensamento tomista, que embora tenha sido membro da ordem dos Dominicanos, quebra com todas as regras e pensamentos até então estabelecidos. Tomás de Aquino, como considerava o homem um ser privilegiado, propunha a conciliação entre Fé e Razão, dessa forma, o aluno não necessitaria buscar a verdade seguindo o caminho da Fé ou da Razão, mas poderia se valer das duas para fundamentar seu pensamento.
Tomás de Aquino foi senão a principal, uma das mais importantes figuras da Idade Média, pois representou a conciliação da tensão entre a tradição cristã medieval e a cultura que estava se formando na nova sociedade. A Teologia até então considerava a alma espiritual como estando separada da alma sensitiva e da vegetativa. Tomás defendia a tese de que a alma do homem é una, e principalmente, é a única responsável por todos seus atos, o homem é o único dono de suas próprias escolhas, e possui uma iluminação natural, que consiste na “luz natural da razão”, luz esta que nos foi dado de uma única vez por Deus.
Em Tomás de Aquino, observa-se em toda a sua obra a presença das “quaestio disputatas”, principalmente, a sua preocupação em apresentar o pensamento adversário “ipis litteris”, sem nenhuma alteração no sentido, sem devagações, vê-se a exposição de um pensamento tal qual ele é. Tomás está sempre posicionando seu pensamento em oposição às doutrinas dominantes da época, e quanto a obra “De Magistro”, isso não poderia ser diferente, haja visto que essa obra não trás apenas concepções filosóficas sobre a Filosofia da Educação, mas traz principalmente idéias novas ao que era defendido até então. Diante disto, é de extrema importância o uso das “quaestio disputatas”, não para que o “aluno” se canse, mas para que este realmente compreenda o que se quer dizer.
A principal idéia proposta por Tomás é que o homem possui uma “alma” que é a representante do princípio da vida, pois faz parte da composição substancial dos viventes, ou seja, são as potências que a alma possui que fazem com que o homem possa ou não desempenhar determinada função, cujos requisitos são inerentes à sua alma. É através dela que desempenha-se as funções, com características peculiares intimamente relacionadas à faculdade da vida vegetativa.
Portanto, a alma é dotada de inteligência e vontade que são potências espirituais. A inteligência é o que transcende o âmbito do particular, material e concreto, ou seja, seu campo de relacionamento é a totalidade do ser. Para Tomás, todas as coisas são inteligíveis, ou seja, é próprio da inteligência humana apreender a idéia abstrata.
O conhecimento não está limitado à realidade concreta, que o circunda, mas este é adquirido apenas mediante a realização de comparações com as coisas sensíveis naturais, todo conhecimento começa pelos sentidos, pois são estes que apreendem uma imagem, que é interiorizada e oferecida ao intelecto.
Portanto, o homem não é apenas alma, mas é também corpo, a alma necessita do corpo para conseguir o seu fim, na medida em que é por meio dele que ela adquire a perfeição no conhecimento e na virtude. O conhecimento intelectual requer o conhecimento sensível, é sobre os dados desse último que atua o intelecto, em suas duas funções: intelecto agente e paciente.
No “De Magistro”, a palavra Educação não apresenta o mesmo sentido que utilizamos hoje, conforme afirma LAUAND,
A própria palavra ‘educação’ não aparece em Tomás, é como que sugerida diversas vezes em suas análises: trata-se de um eduzir o conhecimento em ato a partir da potência: a mente extrai o ato dos particulares dos conhecimentos universais; leva ao ato.
Ensinar é, uma educaão do ato; uma condução da potência ao ato que só o próprio aluno pode fazer. Tomás está distante de qualquer concepção do ensino como transmissão mecânica; o professor, tudo o que faz é en-signar (insignire), apresentar sinais para que o aluno possa por si fazer a educação do ato de conhecimento, no sentido da sugestiva acumulação semântica que se preservou no castelhano: enseñar (ensinar/mostrar): o mestre mostra!
Portanto, o mestre conduz da potência ao ato, extrai do ato dos particulares o conhecimentos dos universais. A educação é algo que somente pode ser feito pelo próprio aluno, ou seja, embora Tomás esteja longe de uma transmissão mecânica do conhecimento, o professor apenas apresenta os sinais para que o aluno possa por si, fazer a educação, e conseqüentemente, chegar ao conhecimento.
O tratado “De Magistro” se desenvolve ao longo de quatro artigos, onde Tomás trata da investigação se o homem ou se somente Deus pode ensinar e ser chamado mestre (artigo 1), se se pode dizer que alguém é mestre de si mesmo (artigo 2), se o homem pode ser ensinado por um anjo (artigo 3) e por fim, se ensinar é um ato da vida ativa ou da vida contemplativa (artigo 4). Ao longo deste tratado, Tomás propõe uma mudança de visão que até a época era aceita como única verdade.
No primeiro artigo tem-se que todas as formas naturais estão em ato. Há no homem hábitos inerentes por natureza, mas para que operem, devem ser removidos os obstáculos que são certas inclinações naturais que são a base e o princípio das virtudes e essas são tornadas reais apenas mediante o exercício das obras. O homem possui sementes do saber. A mente apenas adquiriu o conhecimento quando ela é conduzida a conhecer em ato as conseqüências particulares que estavam contidas já nos universais. O conhecimento persiste como potência ativa no educando, pois este pode conhecer por si mesmo. O professor ensina quando mostra sinais ao aluno. A luz da razão para o conhecimento nos foi posta por Deus.
No segundo artigo tem-se que o conhecimento já existia no aluno, embora não como ato perfeito. O professor estimula o intelecto a conhecer faz surgir o ato da potência. O ensino pressupõe um perfeito ato de conhecimento no professor, daí que seja necessário que o mestre ou quem ensina possua de modo explícito e perfeito o conhecimento para que desperte o intelecto do aluno. Alguém pode ser lei para si mesmo, mas não necessariamente será mestre de si mesmo. Deus conhece todas as coisas pelas quais o homem é ensinado.
No terceiro artigo tem-se que Deus é a causa do conhecimento do homem do modo mais excelente, porque dotou a alma da luz intelectual e, por outro lado, imprimiu nela o conhecimento dos primeiros princípios, que são como que sementes do conhecimento; do mesmo modo que imprimiu também nas outras realidades naturais as razões seminais de todos os efeitos que produzem. O anjo possui naturalmente uma luz intelectual mais perfeita do que a do homem, ou seja, o anjo pode ser causa do conhecimento, embora de modo inferior ao de Deus, mas superior ao do homem. Deus pode fortalecer a luz infusa para que o homem veja mais perfeitamente. Tudo o que é menos perfeito recebe um fortalecimento quando se une a algo que é mais perfeito no gênero. A intenção da vontade não pode ser coagida, mas a parte sensitiva sim.
No quarto artigo tem-se que a vida contemplativa e a vida ativa distinguem-se pelo fim e pela matéria. A matéria da vida ativa são as realidades temporais sobre as quais versam os atos humanos; a matéria da vida contemplativa são as essências inteligíveis das coisas, sobre as quais se detém o contemplativo. Essa diversidade decorre da diversidade de fins. O fim da vida contemplativa é a consideração da verdade, da verdade incriada, de acordo com o modo possível a quem contempla. A visão do professor é o princípio, mas o próprio ensino consiste mais na transfusão do conhecimento. A vida contemplativa é o princípio do ensino.
CONCLUSÃO
Diante do que nesse artigo foi exposto, conclui-se que é impossível deixar a Idade Média de lado, principalmente no que toca à Educação, pois enquadra uma época de profundas transformações no saber para a posteridade.
Independente de crenças, ou opiniões sobre o Cristianismo, é impossível deixá-lo de lado, até mesmo no âmbito da Educação, porque ainda hoje, não se pode negar que ele é um fator decisivo, mas pelo contrário, dois mil anos de Cristianismo transformaram profundamente a sociedade ocidental, em especial a cultura e a educação. A sociedade ocidental é frutos da influência cristã. .
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. Volume 1. Edições Loyola. São Paulo - SP. 2001.
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VIRTUAL
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http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/igreja-na-idade-media.htm
Acessado em: 23/08/10 às 21:55
http:www.mundodosfilosofos.com.br/escolástica.htm
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Acessado: 24/08/10 às 12:22
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A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA: “DE MAGISTRO” DE TOMÁS DE AQUINO publicado 2/09/2010 por Andréa Cristina B. Dantas em http://www.webartigos.com
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Andréa Cristina B. Dantas
Atualmente é bacharel em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará(UECE) e graduada em Tecnologia em Marketing pela Estácio(FIC)Ler outros artigos de Andréa Cristina B. Dantas
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/46318/1/A-EDUCACAO-NA-IDADE-MEDIA-DE-MAGISTRO-DE-TOMAS-DE-AQUINO-/pagina1.html#ixzz0yry6Kg5O
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