quarta-feira, 8 de julho de 2009

Em busca do tempo perdido


REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 147

Em busca do tempo perdido

MEC anuncia Plano para fazer com que 600 mil professores consigam formação adequada; estratégia de recorrer à educação a distância é questionada


Dois anos depois da criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que já falava em priorizar a valorização profissional, o Ministério da Educação lançou, no final de maio, o Plano Nacional de Formação de Professores (PNFP). Com investimento previsto de R$ 1 bilhão, a ação tem como meta combater as distorções que minam o magistério no que tange à formação docente.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do total de 1,8 milhão de professores que atuam nos ensinos fundamental e médio em escolas públicas brasileiras, 600?mil não possuem formação universitária ou lecionam em áreas diferentes daquelas para as quais foram licenciados. Essa distorção entre formação e atividade é apontada como um dos principais motivos dos índices sofríveis de avaliação escolar, principalmente do ensino médio.

Na primeira etapa do PNFP, prevê-se a criação de 331 mil vagas, em 90 instituições públicas de ensino superior. Segundo o diretor de Educação Básica Presencial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), João Carlos Teatini, a maior parte da oferta é para os cursos de pedagogia, devido à "enorme carência de formação dos professores da educação infantil e das séries iniciais do ensino fundamental". Nos demais cursos, foram priorizadas as disciplinas para as quais faltam docentes, como física, química, matemática e biologia.

O plano será executado em regime de colaboração entre União, estados e municípios, por meio de 90 instituições públicas de ensino superior. Os cursos de primeira licenciatura têm carga horária de 2.800 horas mais 400 horas de estágio supervisionado. Os de segunda licenciatura têm 800 horas para cursos na mesma área de atuação ou 1.200 horas para cursos fora da área de atuação.

Os professores interessados devem procurar as secretarias estaduais ou municipais de Educação. Caso a demanda, nessa primeira fase, seja maior que a oferta, o processo seletivo ficará a critério das instituições de ensino superior responsáveis. Professores que não obtiverem vaga para o próximo semestre serão contemplados nas?de 2010 e 2011. Para 2009, estava previsto o ingresso de 62,9 mil docentes. Em 2010, 144 mil professores serão contemplados. Para 2011, a previsão é de 124 mil vagas.

Presencial versus a distância
Apesar de a Política Nacional de Formação de Professores para a Educação Básica estabelecer que a oferta deve ser majoritariamente presencial e de as entidades ligadas à área de formação docente apoiarem essa modalidade, 48% das vagas são para a educação a distância (EAD), de acordo com o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras (ForGrad). Defensor da EAD, o professor Romualdo Portela de Oliveira, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), considera que a utilização da modalidade, no âmbito do plano, é precipitada. "A EAD é um instrumento poderoso, mas a experiência só deveria ser colocada em prática para a formação inicial depois de consolidada na continuada", avalia Portela.

Já o secretário de Educação a Distância do MEC e coordenador da Dimensão de Capacitação do Plano de Ações Articuladas (PAR), Carlos Bielschowsky, garante que "são cursos com credibilidade, desenvolvidos por instituições sérias, que têm seus instrumentos de avaliação, que comprovam a qualidade da EAD". O diretor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Johannes Doll, encara a modalidade como solução para as regiões mais distantes. A UFRGS desenvolve um projeto de EAD, ?em parceria com o MEC, para formar 400 professores do ensino fundamental que só possuem o curso normal. "Basta que a relação professor/aluno, a estrutura e a avaliação sejam adequadas", completa.

O presidente-executivo do Movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, questiona a demora para implementação do plano. Para ele, a medida chega com 15 anos de atraso. "Na década de 90, quando a meta era colocar toda criança na escola, o problema maior era a falta de salas. Houve falta de visão de futuro. Era óbvio que essas crianças, que estavam ingressando, continuariam avançando e chegariam ao ensino médio, hoje em situação precária, e precisariam de bons professores em todos os níveis", analisa. Ramos destaca outros momentos perdidos, como o começo da primeira gestão do atual governo, quando foi criada uma comissão para estudar o assunto, no âmbito do MEC, que acabou caindo no esquecimento, e o próprio lançamento do PDE, em 2007.

Bielschowsky rebate e afirma que, no âmbito do PDE, "a lógica é a de onde se quer chegar e não uma lógica sequencial, porque variam o período e a capacidade de executar cada ação prevista". No quesito formação, a próxima etapa, ainda em processo de organização e que deve ser concluída até o fim do ano, será a educação continuada dos docentes já graduados.

O secretário concorda que a qualificação dos professores deveria ter sido ?paralela ao atendimento da demanda por vagas, mas responde que "falar é fácil, o difícil é colocar em prática". Das 27 unidades da federação, 21 firmaram acordo. Apenas São Paulo optou por não participar. Rio Grande do Sul e Minas Gerais estão elaborando os projetos.?Acre, Rondônia e Distrito Federal, devem aderir a programas de educação continuada. "É muito complexo chegar a um consenso entre estados, municípios e universidades, em um país continental", destaca Bielschowsky, que foi o articulador do Plano Nacional de Formação dos Professores.

Mesmo com toda a engenharia mencionada pelo secretário, Romualdo Portela considera que poderia ter havido mais diálogo com as sociedades científicas da área, para conhecer suas experiências. Ele adverte que os problemas existem em três níveis - atratividade, formação e retenção. "Não conseguimos atrair os melhores alunos do ensino médio para a carreira docente; a formação é muito ruim, porque a maior parte dos professores é formada em instituições privadas, em geral, bastante precárias, além de não retermos bons profissionais por questões como salário e condições de trabalho", diz. "Se não for promovida uma política abordando todas essas dimensões, é muito provável que o plano não funcione", completa. Os aspectos mencionados por Portela foram contemplados em medidas anunciadas na esteira do plano, mas de forma incipiente.

O secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, também cobra mais diálogo. "Houve inversão do processo. O Enem, por exemplo, foi discutido com as universidades, de cima para baixo, deixando municípios e estados em papel secundário", protesta. "Por outro lado, para evitar novas contratações, os governadores contestam no Supremo Tribunal Federal (STF) o dispositivo da Lei do Piso, que permite que o professor realize sua formação no horário de aula". Araújo lembra um levantamento feito pela CNTE, em 2002, apontando que, além da carga horária normal, o professor gasta, em média, 14 horas semanais em casa, com a correção de trabalhos e o planejamento das aulas. "Não há condições de acumular tudo", reclama.

A professora Stella Bortoni, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), responsabiliza a descontinuidade das políticas públicas pelo quadro. "O plano é positivo, antes tarde do que nunca, mas não sabemos o que virá depois. A cada eleição, em todos os níveis do Poder Executivo, quem chega altera ou engaveta projetos, troca membros da equipe. A educação precisa ser uma política de Estado e não de governo, não pode ficar atrelada ao calendário eleitoral", ressalta Bortoni, lembrando que formar o professor é bem diferente de asfaltar uma estrada. Enquanto obras desse tipo podem ser feitas em quatro anos, a formação é um processo para a vida toda. Bortoni alerta que também é necessário ter clareza acerca do perfil do professor que o país deseja, que habilidades ele precisa dominar para ser um agente da cultura.

Como as instituições de ensino superior não têm condições de atender à demanda de professores em exercício, que não possuem formação adequada, foram criados cursos emergenciais. De acordo com a Capes, 14% das vagas são para os cursos regulares existentes e os outros 86% para os emergenciais. Os termos de adesão das IES têm previsão de duração de sete anos, com a oferta observando as necessidades regionais.

O pacote para o magistério

Fies
Quem fizer a licenciatura em instituição privada, por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), poderá reduzir a dívida. Caso ingresse em escola pública, após a formatura, cada mês de serviço dará direito a um abatimento de 1%. A medida também beneficia os professores que já se formaram, com financiamento do Fies, e atuam em escola pública.

Verba para piso salarial
Os estados que não tiverem condição de pagar o piso nacional dos professores, de R$ 950, terão verba complementar do Fundo da Educação Básica (Fundeb).

Obrigatoriedade de curso superior
Será apresentado um projeto de lei ao Congresso Nacional, que pretende alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), tornando obrigatória a formação superior para os professores que lecionam até a 4ª série/5º ano do ensino fundamental. Os de nível médio, na modalidade normal, somente poderão atuar na educação infantil.

Nota mínima no Enem
O mesmo projeto prevê que o Ministério da Educação poderá definir uma nota de corte no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação de professores. - Cursos de pedagogia A autorização dos cursos de pedagogia só será concedida às instituições que destinarem 70% da carga horária total para a formação de professores.

Ingresso na carreira
No primeiro semestre de 2010, será realizada uma prova nacional de concurso para o magistério. A ideia é oferecer um banco de professores para contratação nos estados e municípios.

Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12733

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

JOGOS E BRINCADEIRAS: O que é brincar para a criança?


JOGOS E BRINCADEIRAS


O que é brincar para a criança?


Os jogos da criança pequena são fundamentais para o seu desenvolvimento e para a aprendizagem, pois envolvem diversão e ao mesmo tempo uma postura de seriedade. A brincadeira é para a criança um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. Brincar é uma forma de a criança exercitar sua imaginação. A imaginação é uma forma que permite às crianças relacionarem seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem. A brincadeira expressa a forma como uma criança reflete, organiza, desorganiza, constrói,destrói e reconstrói o seu mundo.

Bruno Bettelheim, fala que a brincadeira é uma ponte para a realidade e que nós, adultos, através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo: quais são as suas preocupações, que problemas ela sente, como ela gostaria que fosse a sua vida. Ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Ou seja, brincar é a sua linguagem secreta que devemos respeitar mesmo que não a entendamos.

JOGO LIQUIDAÇÃO -> quando a criança busca superar situações desagradáveis. É como se ela zombasse de suas próprias limitações e as enfraquecesse. Em cada momento do seu processo de desenvolvimento, a criança utiliza-se de instrumentos diferentes e sempre adequados às suas condições de pensamento. À medida que ela cresce, as brincadeiras modificam-se, evoluem.

JOGOS DE EXERCÍCIO -> ou jogos funcionais, têm início aproximadamente aos quatro meses de idade, quando a criança começa a ter uma melhor coordenação da visão e da apreensão. Os jogos de exercício que envolve ações mentais, isto é, o pensamento, como acontece nos jogos de combinações de palavras. EX: “Hoje é domingo pede cachimbo...”, ou “Um, dois, feijão com arroz...”

Essas atividades lúdicas não necessitam de qualquer técnica particular, são simples exercícios.

JOGOS DE MANIPULAÇÃO -> são praticados a partir do contato da criança com diferentes materiais, movidos pelo prazer que a sensação tátil proporciona.

JOGOS DE CONSTRUÇÂO -> acontecem quando a criança faz ordenações sobre os objetos. São responsáveis por aquisições para o desenvolvimento motor e intelectual da criança, tais como classificação, a seriação, o equilíbrio, as noções de quantidade, tamanho e peso, bem como a discriminação de formas e cores.

JOGOS SIMBÓLICOS -> também chamados de “faz-de-conta”. Por meio deles, a criança expressa a sua capacidade de representar dramaticamente.

Entre 1 ano e meio e 3 anos de idade, acriança começa a imitar suas ações cotidianas e passa a atribuir vida aos objetos.

COMPENSAÇÃO -> vai se imaginar realizando coisas que os adultos podem e ela não. EX: a criança brinca que está dirigindo automóvel, ou apagando um incêndio. A criança aprende agindo “como se fosse” alguma coisa ou alguém específico.

TRANSPOSIÇÂO: a criança age com um determinado objeto (real), mas utiliza-o com uma função (imaginária) diferente da habitual. EX: a criança deseja montar em um cavalo, então ela toma uma vassoura e a coloca no lugar do cavalo.

N o jogo de “faz-de-conta”, a criança experimenta diferentes papéis sociais, funções sociais generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos.

Dos 4 aos 7 anos, a busca pela aproximação ao real vai caracterizar os jogos simbólicos. A criança desejará imitar de forma mais coerente.

Segundo a professora Vera Lúcia dos Santos, no decorrer da fase do jogo simbólico, existem três características fundamentais que evoluem simultaneamente:

1) Forte tendência à ordenação. As crianças preocupam-se em ordenar seus jogos, escolhendo objetos de composição.

2) Evidencia-se a intenção de realismo que conduz o jogo para a imitação exata do real. As crianças buscam objetos mais próximos dos objetos reais que funcionem como suporte para suas cenas;

3) A capacidade de organização e o desenvolvimento da imitação acarretarão maior diferenciação de papéis, propiciando o surgimento do verdadeiro grupo de jogo.

JOGOS DE REGRAS -> é necessário que haja cooperação entre os jogadores e isso exige, certamente, um nível de relações sociais mais elevados. As brincadeiras e os jogos são espaços privilegiados para o desenvolvimento infantil e para a sua aprendizagem.

O papel do professor

Cientes da importância dos jogos e das brincadeiras na Educação Infantil, o professor deve elaborar propostas de trabalho que incorporem as atividades lúdicas. Deve também, propor jogos e brincadeiras. Não há necessidade de o jogo ser espontâneo, idealizado pela criança. “O que faz do jogo um jogo é a liberdade de ação física e mental da criança nessa atividade”. (BRASIL, 1995b, p.103).

Para que um professor introduza jogos no dia-a-dia de sua classe ou planeje atividades lúdicas, é preciso, que ele acredite que brincar é essencial na aquisição de conhecimentos, no desenvolvimento da sociabilidade e na construção da identidade.

A professora Vera Lúcia dos Santos diz que a atitude do professor é, sem dúvida, decisiva no que se refere ao desenvolvimento do faz-de-conta. Ela destaca três funções diferenciadas que podem ser assumidas pelo professor, conforme o desenrolar da brincadeira:

1) Função de observador, na qual o professor procura intervir o mínimo possível, de maneira a garantir a segurança e o direito à livre manifestação de todos;

2) Função de catalisador (perceber), procurando, através da observação, descobrir as necessidades e os desejos implícitos na brincadeira, para poder enriquecer o desenrolar de tal atividade;

3) Função de participante ativo nas brincadeiras, quando como um mediador das relações que se estabelecem e das situações surgidas.

Por Renata Gonçalves

Fonte: http://www.monografias.brasilescola.com/pedagogia/jogos-brincadeiras.htm

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sábado, 27 de junho de 2009

Especial: Michael Jackson • Globo Reporter [26/06/2009]













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Videos do Dr. Lair Ribeiro.











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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Estímulos cerebrais na dose certa

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A ELABORAÇÃO DE ROTEIRO PARA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA



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Atividades de de Historia, Geografia e Artes

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sugestões de atividades - geografia 1º série

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Campinas - Os Desafios da Metrópole - Tuberculose: Uma Ameaça à Saúde Pública - 6 vídeos.














Fonte:tvpuccampinas


Sinopse:
O programa Campinas Os Desafios da Metrópole reúne profissionais em torno de um problema de saúde pública, a tuberculose, uma doença infectocontagiosa que carrega ainda, nos dias atuais, um grande estigma. O Brasil ocupa o 18º lugar dentre os 22 países que têm o maior número de casos de tuberculose. Considerado, ainda, um número pouco expressivo perto de outros países em desenvolvimento, a doença preocupa as autoridades sanitárias pela desinformação e abandono dos tratamentos.

Participantes:
Maria Patelli Juliani Souza Lima
Infectologista e Professora da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas
Mônica Corso Pereira
Pneumologista e Professora da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas
Maria do Carmo Ferreira
Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde
Márcia Rosa da Costa Araujo
Assistente Social do Hospital da PUC-Campinas

Imagens:
Francisco Silva
Rodrigo Nunes

Direção de Imagens:
Joaquim David Neto

Direção:
Leila Mattiaso

Realização:
TV PUC-Campinas

Apoio:
LabIS - CLC

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Resenha. História Social da Criança e da família


História Social da Criança e da família


Philippe Ariès

Por Daniel Chiozzini

A leitura da obra de Philippe Ariès nos permite ter contato com uma produção historiográfica notadamente datada. A primeira edição brasileira é a tradução de uma versão francesa de 1973, um resumo do estudo original publicado em 1960. Esta versão de 1973 ganhou também o acréscimo de um prefácio do autor, no qual ele traz um balanço das repercussões e críticas que seu trabalho despertou.

A década de 1960 foi um período de consolidação do chamado movimento da "História Nova", corrente que é apontada por alguns como responsável por uma "revolução francesa da historiografia", devido ao fato de propor novos objetos, novos métodos e novas linguagens na escrita da história. Entre essas inovações, está a abertura para o estudo do cotidiano dos "homens comuns" e de temas até então reservados à antropologia, como a alimentação, corpo, o mito, a morte etc. A historiografia ganha obras que trabalham com uma multiplicidade de documentos (fotos, diários, músicas etc.) e usam a linguagem narrativa. Composta essencialmente por historiadores franceses, seus princípios estão enraizados no trabalho de historiadores como Marc Bloch, Lucien Febvre e Fernand Braudel, responsáveis pela desconstrução da história positivista no século XIX. Trata-se de um percurso paralelo ao trilhado pelas inovações na tradição historiográfica marxista, cujo maior nome talvez seja o do historiador inglês Edward Thompson.

Aproximadamente no final da década de 60, a "história nova" ganha uma pluralidade de tendências, entre as quais está aquela que se denomina história das mentalidades, voltada para as sensibilidades e para elucidar diferentes visões de mundo e conceituações presentes em diferentes períodos históricos, na qual Philippe Ariès situa sua obra. No prefácio da edição de 1973, ele aponta alguns dos princípios que norteiam sua interpretação: "A história das mentalidades é sempre, quer o admita ou não, uma história comparativa e regressiva. Partimos necessariamente do que sabemos sobre o comportamento do homem de hoje, como de um modelo ao qual comparamos os dados do passado - com a condição de, a seguir, considerar o modelo novo, construído com o auxílio de dados do passado, como uma segunda origem, e descer novamente até o presente, modificando a imagem ingênua que tínhamos no início" (p.26)

A partir desses pressupostos, o estudo de Ariès possui dois fios condutores: o primeiro é a constatação de que a ausência do sentido de “infância”, tal como um estágio específico do desenvolvimento do ser humano, até o fim da Idade Média, abre as portas para uma interpretação das chamadas “sociedades tradicionais” ocidentais. O segundo é que este mesmo processo de definição da infância como um período distinto da vida adulta também abre as portas para uma análise do novo lugar assumido pela criança e pela família nas sociedades modernas. Sua obra foi precursora, portanto, de um novo campo que ficou conhecido como “história da infância” e gerou diversos trabalhos subseqüentes.

A constituição desse novo conceito de infância está na transição dos séculos XVII para o XVIII, quando ela passa ser definida como um período de ingenuidade e fragilidade do ser humano, que deve receber todos os incentivos possíveis para sua felicidade. O início do processo de mudança, por sua vez, nos fins da Idade Média, tem como marca o ato de mimar e paparicar as crianças, vistas como meio de entretenimento dos adultos (especialmente da elite), hábito criticado por Montaigne (1533-1592) e outros escritores da época. A morte também passa a ser recebida com dor e abatimento. Já no século XVII, as perspectivas transitam para o campo da moral, sob forte influência de um movimento promovido por Igrejas, leis e pelo Estado, onde a educação ganha terreno: trata-se de uma instrumento que surge para colocar a criança "em seu devido lugar”, assim como se fez com os loucos, as prostitutas e os pobres. Embora com uma função disciplinadora, a escola não nasce com uma definição de idade específica para a criança ingressá-la. Isto porque os referenciais não eram o envelhecimento (ou amadurecimento) do corpo. A ciência moderna ainda não havia triunfado e educação nascia, portanto, com uma função prática, ora de disciplinar, ora de proporcionar conhecimentos técnicos, que posteriormente configuram uma escola para a elite e outra para o povo.

A análise feita por Áries, portanto, destaca-se por fornecer elementos para problematizarmos a infância em uma sociedade que, desde a conclusão da obra, apresenta um individualismo acentuado. Muitas vezes nos deparamos com crianças (e, mais recentemente, adolescentes) que são vistos como projeções de expectativas dos pais ou que são protegidos ou mimados, reinventando o hábito de fins da Idade Média. Os perigos e conseqüências desta situação podem, sem dúvida, serem melhor compreendidos a partir das reflexões presentes em História Social da Criança e da Família.

Fonte:
http://www.comciencia.br
contato@comciencia.br

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

ASPECTOS BÁSICOS DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO NA ESCOLA.


ASPECTOS BÁSICOS DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO NA ESCOLA.

Doroteia Murcia Souza*
Maria Cristina Schweiter Veit**
Salete Santos Anderle***
RESUMO

Toda ação educativa produz no sujeito uma transformação para ele e para a sociedade. O ensino, portanto, é uma atividade eminentemente prospectiva que tende provocar mudanças. Mudanças da realidade de cada um em seu meio no qual está inserido. Esta mudança se objetiva através da aprendizagem. Entretanto, se a aprendizagem deixar de acontecer ou se ela for de baixa qualidade, as mudanças não ocorrerem. Logo , a escola deixa de ser um lugar de aprender e de ensinar. Diagnosticar este real da escola configurando quais os obstáculos que vão constituir-se em problemas para a aprendizagem é nosso objetivo. Objetivo este que podemos enuncia-lo em três níveis:
PRIMEIRO: É o sócio-político, porque a ação educativa é subsidiária da realização das políticas educacionais mais amplas.
SEGUNDO: O pedagógico. São os objetivos relacionados diretamente, com a ação pedagógica imediata: a didática e os conteúdos de ensino.
TERCEIRO: O psicopedagógico. Visa especialmente as mudanças em relação ao sujeito que aprende e a maior participação deste sujeito no mundo da cultura.

PALAVRAS CHAVES: Aprendizagem , escola, diagnóstico,ação, transformação e sociedade

ABSTRACT

All educative action produces in the citizen a transformation for it and the society. Education, therefore, is an eminently prospective activity that tends to provoke changes. Changes of the reality of each one in its half one in which are inserted. This objective changes if through the learning. However, if the learning to leave to happen or if it will be of low quality, the changes not to occur. Soon, the school leaves of being a place to learn and to teach. To diagnosis this Real of the school configuring which the obstacles that go to consist in problems for the learning are our objective. Objective this that we can enunciates it in three levels:
FIRST: He is the social political one, because the educative action is subsidiary of the accomplishment of ampler the educational politics.
SECOND: The pedagogical one. They are the related objectives directly, with the immediate pedagogical action: the didactics and the contents of education.
THIRD: The psicopedagy it especially aims at the changes in relation to the citizen that learns and the biggest participation of this citizen in the world of the culture.

KEYS WORDS : Learning, school, diagnosis, action, transformation and society
1 O CONTEXTO DO DIAGNÓSTICO

Segundo TRINCA (1984, p1) o termo diagnóstico origina-se do grego diagnósticos e significa discernimento, faculdade de conhecer, de ver através de. Aspectos, características e as relações que compõem um todo que seria o conhecimento do fenômeno, utilizando para isso processos de observações, de avaliações e após procede-se às interpretações que se baseiam em nossas percepções, experiências, informações adquiridas e formas de pensamento.
Portanto pode-se afirmar que é um processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldades dentro do contexto da escola, da sala de aula, da família; ou seja é uma exploração problemática do aluno frente à produção acadêmica.

... Dentro de uma perspectiva psicopedagógica, o trabalho com as famílias pode ser considerado fundamental e indispensável para modificar as atitudes de alguns alunos, mas, mesmo assim, esse trabalho somente se constituirá em uma das partes do diagnóstico, já que ele estará centralizado, principalmente, no conhecimento e na modificação da situação escolar. (BASSEDAS E COL 1996 ,p25)

Segundo BASSEDAS e col (1996) existem sujeitos e sistemas envolvidos no diagnóstico psicopedagógico. Lançar-se-á um olhar à escola como instituição social, podendo ser considerada de forma ampla, como um sistema aberto que compartilha funções e que se inter-relaciona com outros sistemas que integram todo contexto social.
Os protagonistas da aprendizagem na escola são: o professor, o aluno , a direção da escola, a equipe técnica e a de apoio.
Em nível interno, a escola pode-se tornar uma instituição potenciadora ou, então, pelo contrário, pode ser fonte de conflitos, dependendo de como estejam estruturados e se relacionem os diferentes níveis hierárquicos ou subsistemas, como a equipe dirigente, a administração entre outros.
Observamos enquanto psicopedagogas em nossa prática que o diagnóstico da aprendizagem escolar se situa num espaço e num tempo.
ESPAÇO:
a) Para que o psicopedagogo possa viabilizar sua ação que se constitui na criação de um ambiente psicopedagógico, do qual falaremos mais adiante.
b) Lugar espacial onde transcorre a ação educativa que leve o psicopedagogo a aliar a teoria com a prática, diagnosticando o “não aprender”.

TEMPO:
Refere-se a duração das atividades que envolvem a ação psicopedagógica diagnóstica considerando os vários fatores intervenientes: o ano letivo, a situação dos alunos, de como é feito o aproveitamento de suas potencialidades, a complexidade de fatores que envolvem a instituição.

2 OS FUNDAMENTOS DE UM DIAGNÓSTICO ESCOLAR

Um diagnóstico psicopedagógico pode diferenciar-se de outros diagnósticos escolares de maneira pela qual fundamentamos nossa prática.
Esta prática engloba o professor, o aluno e o conhecimento contextualizado na escola, especificamente na sala de aula, lugar onde se constatam e se priorizam as aprendizagens sistemáticas tendo como pano de fundo a instituição escolar.
Os fundamentos de um diagnóstico também revelam um tempo, um lugar e um espaço que é dado para aquele que aprende e para aquele que ensina. Historicamente a prática educativa e a prática psicopedagógica são derivadas das distintas teorias de aprendizagens que sustentam as concepções diferentes em relação à tríade: professor, aluno e conhecimento.
É inegável a influência das teorias de aprendizagem e das teorias do conhecimento em relação aos três níveis que vamos enfocar, ou seja, o sócio-político , o pedagógico e o psicopedagógico.
Delimitemos, para fins didáticos , especificamente o empirismo e o inatismo, mais as teorias de aprendizagem que decorrem destes campos filosófico , citando algumas como o condutismo e as teorias cognitivas positivistas da aprendizagem.
O empirismo fundamenta-se na idéia de que o conhecimento está unicamente fundado na experiência. Nesta concepção o sujeito cognitivo é comparável a uma folha de papel em branco, aonde vão se escrevendo as impressões procedentes do mundo externo.
Esta concepção admite um sujeito epistêmico considerado como receptáculo, que a principio está vazio e que progressivamente vai sendo “enchido” pelos dados fornecidos da realidade. Logo o processo de diagnostico institucional é de grande valia pois nos indicará parâmetros de como intervir com eficiência nas escolas,sendo salutar observar quais correntes filosóficas influenciam nas instituições escolares, bem como embasam as teorias de aprendizagem que ora fundamentam a pratica pedagógica da escola,portanto se faz necessário lançar um olhar a instituição escolar e seus elementos.
Sendo assim trabalhar numa escola faz pressupor que o professor esteja ensinando numa comunidade determinada com as suas características sócio culturais e econômico particulares.
A ação educativa da escola não pode ser desvinculada das funções educativas dos pais dos alunos, e, conseqüentemente, o professor também deve manter contato com eles.
(BASSEDAS E COL 1996 ,p25)

O ponto de partida centraliza-se através do movimento: objeto do conhecimento para o sujeito que aprende e para o sujeito que ensina. O aluno aprende a resposta em cada situação. Este está inserido em dois sistemas diferenciado: a escola e a família, sendo de fundamental importância a relação que estabelece com cada sistema e como interrelaciona os dois.
Consideramos o aluno como um sujeito que elabora o seu conhecimento e sua evolução pessoal a partir da atribuição de um sentido próprio e genuíno às situações que vivem e com as quais aprende. Neste processo de crescimento, exerce papel primordial a capacidade de autonomia de reflexão e de interação constante com os outros sujeitos da comunidade. (BASSEDAS E COL 1996 ,p32)


O lugar do professor é o lugar daquele que gerencia o processo da aprendizagem. Sua principal ação é mediar o objeto do conhecimento.
O professor tem a responsabilidade de estimular o desenvolvimento de todos os alunos pela aprendizagem de uma série de diversos conteúdos, valores e hábitos...
...O papel solicitado ao professor na situação de ensino-aprendizagem é o de uma atuação constante, com intervenções para todo o grupo de aula e para cada um dos alunos em particular, visando a observação sistemática do processo de cada aluno durante a aprendizagem, para poder intervir no mesmo com uma ajuda educativa adequada. (BASSEDAS E COL 1996 ,p29)

Mas se faz necessário também entender por níveis os processos educativos e curriculares, os aspectos organizacionais, estruturais e funcional,assim como todos os elementos envolvidos no processo ensino aprendizagem claro que os elementos fundamentais são os pares educativos que se constituem dos alunos, professores,familiares e profissionais que contribuem e de alguma forma estão ligado com a educação e consequentemente com a instituição de ensino.

Desta forma Piaget, através de sua obra, revoluciona as diversas áreas do conhecimento humano.
Segundo Piaget (1970 p.20), “o estudo do sujeito epistêmico se refere à coordenação geral das ações (reunir, ordenar, etc) constitutivas da lógica, e não ao sujeito individual, que se refere às ações próprias e diferenciadas de cada indivíduo considerado à parte”.
Por um lado critica as idéias dos empiristas pela pobreza de suas propostas associacionistas, conexistas e por outro valoriza a importância do externo na construção do conhecimento coincidindo com isto com os próprios empiristas.
Para Piaget o conhecimento é construído na interação do sujeito com o objeto em uma relação de interdependência.
Tal conjectura leva Piaget a apresentar o sujeito cognoscente como aquele que constrói o conhecimento através de sua ação sobre os objetos, sendo que nesta ação estão contidos os conhecimentos que organizam e nutrem o mundo interno e externo do sujeito que age.
Piaget, apesar de delimitar suas investigações ao campo só do conhecimento, não chegando às aquisições escolares, revoluciona também a aprendizagem. Porque o que ele descobre em relação à construção do conhecimento se pode generalizar para a aprendizagem através do processo mental. Pois são as operações mentais que levam o sujeito a interagir como meio.
Ao mesmo tempo em que sujeito constrói seus instrumentos de pensamentos, constrói também seus objetos de conhecimento, isto é suas representações.
Justificamos aqui , buscarmos a fundamentação do diagnóstico escolar à luz do construtivismo. Acreditamos que o conhecimento se dá num processo de objetivação no qual o sujeito continuamente elabora seus conflitos sobre a realidade que o cerca.
Por isso a questão do diagnóstico escolar visto sob este prisma vai diferenciar do diagnóstico tradicional. A diferença vai residir especialmente no processo do aluno, porque à medida que entendemos quais os esquemas mentais que o aluno utiliza para resolver conflitos no aprender vamos também poder explicar as fraturas neste processo.
O diagnóstico que pensamos construir é a partir de um sujeito que aprende em interação com o objeto do conhecimento, e que possui uma dramática própria , original , sua.
Aqui está o nosso desafio. O diagnóstico escolar tradicional ao contrario oferece segurança, porque praticamente tem receitas corretivas para o que “não aprende”. Colocamo-nos, entretanto, no lugar de quem se pergunta buscando as articulações que justifiquem o não aprender. Nesse sentido, um diagnóstico é sempre uma hipótese diagnóstica.

3 ASPECTOS GERAIS DE UM DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO À LUZ DE UM SUJEITO QUE CONSTRÓI SUA APRENDIZAGEM

A teoria psicogenética é portanto um dos referentes teóricos no qual vamos nos aprofundar para o nosso estudo, de técnicas de diagnóstico .
A idéia de diagnóstico remetemo-nos ao que significa ensinar e aprender. O diagnóstico deriva da concepção de sujeito que temos: sujeito da aprendizagem e a aprendizagem do sujeito.
Desta significação os lugares distintos ocupados pelo professor, pelo aluno, em relação ao conhecimento contextualizado pela escola e sala de aula. O lugar de aprender e o lugar de ensinar dinamizam a prática educativa.
Um ponto importante para se perceber este processo de constituição do sujeito se dá através da questão dos limites. Muitas vezes a queixa escolar e a produção da criança gira em torno da dificuldade em aceitar as normas e o formalismo necessário para construir determinados conteúdos acadêmicos. Outras vezes é a dificuldade em aceitar os erros e o esforço que a aprendizagem demanda, ou seja, a aceitação dos próprios limites é que esta em jogo.
Nesta dialética do ensinar e do aprender, qual o lugar do psicopedagogo? Qual sua intervenção?
Abordar o problema da circulação do conhecimento? O papel do professor enquanto transmissor do conhecimento? O aluno enquanto sujeito que está em processo de aprendizagem?
O professor é autorizado a ensinar e está no lugar daquele que tem o conhecimento, porém diferenciamos “estar no lugar de” com “ser o conhecimento”. Portanto, o lugar que o professor ocupa em relação ao conhecimento é de mostrar. Mostra um recorte do conhecimento aos alunos, através de uma situação-problema que ele mesmo a construiu para este fim. O professor medializa a ação de aprender, porque ensina. Ensina e aprende.

No momento de ensinar estrutura o que aprende sob a forma de construção de uma situação da qual viabiliza representar o conhecimento que quer transmitir.
O eixo principal da questão do diagnóstico sobre o aprender repousa nas dimensões: do aluno, do professor, e dos três níveis inter-relacionados na ação educativa, ou seja ,
1 Sócio-político,
2 Pedagógico,
3 Psicopedagógico.
O sócio-político inclui não apenas as políticas educacionais, mas a própria organização da escola como instituição destinada a ensinar ou a produzir fracassos dos alunos conforme sua classe social.
O pedagógico refere-se ao processo de ensino: a relação dos conteúdos e a didática. Pensamos que uma didática eficiente possa representar uma ação preventiva de problemas de aprendizagem. Porque a didática preventiva é aquela que lança desafios aos alunos para que avancem a partir do ponto que se encontram, isto é, do conhecimento já construído.
O psicopedagogo prioriza o sujeito que aprende ou que fracassa ajudando-o a situar-se em um lugar que possibilite a aprender.
A intervenção psicopedagógica funciona mais como “ser o outro”, ser mais um, ser, enfim, o terceiro dos alunos e esses entre si.
O psicopedagogo com o trabalho de ensinar a aprender recorre a critérios de diagnóstico no sentido de compreender a falha( problemas) na aprendizagem.
Nesse sentido, Scoz (1994,p. 22) coloca que:

[...] os problemas de aprendizagem não são restringíveis nem a causas físicas ou psicológicas, nem a análises das conjunturas sociais. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque multidimensal, que amalgame fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos, percebidos dentro das articulações sociais. Tanto quanto a análise, as ações sobre os problemas de aprendizagem devem inserir-se num movimento mais amplo de luta pela transformação da sociedade.

Aprender significa incorporar os conhecimentos em um saber pessoal. É isto que o psicopedagogo precisa diagnosticar. Diagnosticar a escola como um lugar onde acontece a aprendizagem, e o nível desta. Se ela é ou só transmissão de conhecimento sistematizados , sem o significado, ou se vincula os conhecimentos com o saber dos alunos, possibilitando assim transformá-los.
Este diagnóstico consiste na busca de um saber para saber –fazer. Através das informações obtidas nesse processo de investigação, o psicopedagogo inicia a construção de seu plano de trabalho. O diagnóstico Psicopedagógico pode ser entendido como uma avaliação clínica, um exame realizado a partir de uma queixa explícita em relação a alguma dificuldade de aprendizagem. A avaliação liga-se ao não aprender, ou só conseguí-lo lentamente com falhas e distorções. Encontra-se envolvido neste processo de diagnóstico a leitura de um sistema complexo, onde se faz presente manifestações conscientes e inconscientes. Interagem aí o pessoal, o familiar atual e o passado, o sociocultural, o educacional, a aprendizagem.

... muitas vezes existem dificuldades no ler, escrever, calcular que não interferem na vida do sujeito, só transformando em sintoma face a uma exigência ambiental.
... ao se instrumentalizar um diagnóstico, é necessário que o profissional atente para o significado do sintoma a nível familiar e escolar, e não o veja apenas em um recorte artificial, como uma deficiência do sujeito a ser por ele tratado. É essencial procurarmos o não dito, implícito existente no não aprender. Buscaremos o sentido do sintoma de aprendizagem, para o próprio sujeito.
( Weiss,M.L. citado por SCOZ e col 1990, p.76)

Acreditamos numa aprendizagem que possibilita transformar, sair do lugar rígido, construir.
É sob este olhar que pretendemos encaminhar o diagnóstico escolar.
Voltamo-nos para a Escola porque é para ela que diariamente dirigem-se milhares de crianças.
O olhar para a escola implica em termos uma visão integra da: visão de aprendizagem e visão de mundo.
Portanto o psicopedagogo institucional á luz da instituição escolar se concretiza através de uma profunda e clara observação das dimensões que envolvem o diagnostico de aprendizagem e que possibilite uma reflexão e conhecimento dos problemas educacionais que estão vinculados a uma série de variáveis tais como: correntes filosóficas,as politicas educacionais governamentais,aspectos morais,culturais e étnicos que influenciam fortemente a pratica da docência,o modelo didático, a relação dos pares educativos.
Enquanto psicopedagogo envolvido em um processo diagnóstico estamos nos colocando em jogo. Neste jogo há presença e ausência de saber. Suportar o desconhecido que em cada um de nós habita, é a alavanca, o motor que vai impulsionar a construção de novos conhecimentos e permear a pratica de intervenção do psicopedagogo na escola. O diagnóstico sob nosso ponto de vista deve ser encarado como busca constante de saber sobre aprender sendo a bússola que norteará a intervenção psicopedagogica.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BASSEDAS,E. e col, Intervenção Educativa e Diagnostico Psicopedagogico. 3º ed. Porto Alegre, RS: Artes Medicas,1996.
BOSSA,N. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da pratica. Porto Alegre,RS: Artes Medicas,1994.
RUBISTEIN, E. A especificidade do diagnóstico psicopedagógico. In: SISTO, F. et al. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
SCOZ,B;RUBINSTEIN,E;ROSSA,E.;BARONE,L(org).Psicopedagogia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre,RS: Artes Medicas,1987.
SCOZ, B. Psicopedagogia e realidade escolar, o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994.
VISCA, J. Clínica psicopedagógica: a Epistemologia Convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
_______. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
WEISS, Maria Lúcia. Psicopedagogia Clínica – Uma Visão Diagnóstica. Porto Alegre,RS:Artes Medicas,1992. Sobre o Autor
Salete Santos Anderle é docente de ensino fundamental, médio e universitário, psicopedagoga clínica e institucional, orientadora e alfabetizadora. Tem interesse em todas áreas relacionadas a saúde, educação e gestão de pessoas.

Fonte:http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/aspectos-basicos-do-diagnostico-psicopedagogico-na-escola.-365/artigo/

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sábado, 20 de junho de 2009

Em Destaque - Educação Leitores videos

Em Destaque - Educação

www.uninove.br/digital Acompanhe este bate papo sobre dilemas vividos por educadores em salas de aula. Você também pode conferir outras interessantes entrevistas na UNINOVE DIGITAL. Venha fazer parte da Geração 10 da Internet! Acesse, agora mesmo, a UNINOVE DIGITAL!l www.uninove.br/digital



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Laboratório de Ciências


Os vídeos abaixo são de um programa Salto para o Futuro da TV Escola e podem ser baixados do portal Domínio Público.

O programa com o título Laboratório de Ciências faz parte de uma série chamada Iniciação Científica: Salto para a Ciência e discute o conceito de laboratório de Ciências. Apresenta projetos interdisciplinares que utilizam os laboratórios de Ciências para resolver problemas, transformando-os em locais de busca de conhecimento e não só de execução de experimentos.

O programa fala também sobre os experimentos com materiais alternativos e sobre a importância da iniciação científica nas séries iniciais do Ensino Fundamental.


Laboratório de Ciências (Parte 1)


Laboratório de Ciências (Parte 2)


Laboratório de Ciências (Parte 3)


Fonte: http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=59242208

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Tema Sociedade Humana como objeto de estudo. (slides)




Para ver estes slides em tela cheia, clique no segundo ícone inferior, da direita para esquerda.

Fonte: http://www.slideshare.net/joaomaria/diferenas-individuais-e-a-sociedade-onde-vivemos

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Vídeos sobre Educação e Ciência.

O Brasil ocupa o 15º lugar na produção do conhecimento científico mundial. Pelo resultado, superamos países de primeiro mundo, como Suíça e Suécia.

espacopublico




A série "Fácil De Entender" explica as evidencias de nossas origens, do Big Bang a migração de humanos para fora da Africa. Esse vídeo explica como nós adquirimos essa sabedoria e como idéias vão de uma intuição no laboratório para teorias aceitas que são ensinadas nas escolas.

(Musica: "The Harry Lyme Theme" written and performed by Anton Karas.)

Esse vídeo foi extraído do canal( http://www.youtube.com/user/potholer54 ), visite-o para mais vídeos ou se vc não entender inglês fique esperando até que eu traduza o resto, e não se esqueça de conferir os meus outros vídeos e traduções

http://www.youtube.com/user/potholer54
Categoria: Educação


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