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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Hoje é Sat-tila jejum de Ekadasi 5
Sat-tila jejum de Ekadasi 5
Dalbhya rsi disse a Pulastya muni:
-Quando a alma espiritual entra em contato com a energia material ela começa de imediato a executar atividades pecaminosas, tais como: furtar, matar e sexo ilícito. Ela pode até mesmo executar outros atos terríveis, tais como matar um brahmana. Ó mais pura dentre as personalidades, diga-me por favor como estas almas desafortunadas podem escapar da punição de serem enviadas as regiões infernais da criação. Bondosamente me informe como alguém pode livrar-se facilmente de seus pecados, fazendo até mesmo um pouco de caridade.
Pulastya muni respondeu:
-Ó afortunado, você me fez uma boa pergunta e muito confidencial, a qual nem mesmo Brahma, Vishnu, Siva ou Indra nunca perguntaram. Ouça por favor muito cuidadosamente a minha resposta.
Com a chegada do mês Magha(janeiro/fevereiro), a pessoa deve se banhar, controlando cuidadosamente seus sentidos e abandonando a luxúria, ira, orgulho, ciúmes, crítica aos outros e a cobiça, e então deve meditar na Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Sri Krishna. A pessoa deve então coletar um pouco de esterco de vaca antes que este caia tocando o chão e após isto, misturá-lo com sementes de gergelim e algodão, fazendo 108 bolas. Isto deve ser feito no dia em que a constelação Purvasadha-naksatra aparecer. A pessoa deve então seguir as regras e regulações do Ekadasi, as quais eu explicarei agora para você.
Após banhar-se, a pessoa deve adorar o Senhor Supremo pretendendo observar o Ekadasi. Enquanto ora ao Senhor Krishna, através do canto de Seu nome, a pessoa deve prometer respeitar o jejum de Ekadasi. Ela deverá permanecer desperta durante toda noite e executar Homa. O devoto deve então fazer a cerimônia de arati para o Senhor - o qual carrega um búzio, disco, maça e assim por diante em suas mãos - oferecendo a Ele pasta de sândalo, incensos aromáticos, cânfora, uma lamparina de ghee acesa e preparações de deliciosos alimentos. Depois o devoto deve oferecer as 108 bolas preparadas com esterco de vaca, gergelim e algodão, e secas ao sol, no fogo do sacrifício, enquanto canta os santos nomes do Senhor Supremo, Krishna. Durante todo dia e noite ele deve observar o jejum padrão do Ekadasi, o qual neste caso é um jejum de cereais e feijões. Nesta ocasião ele deve oferecer ao Senhor, abóbora, coco e goiaba. Caso estes itens não sejam disponíveis, pode-se substitui-los por noz de betel.
O devoto deve orar ao Senhor Janardana, o benfeitor de todos os seres, desta maneira: "Ó Senhor Sri Krishna, Você é a toda misericórdiosa Personalidade de Deus e aquele que libera todas almas caidas. Ó Senhor, caimos no oceano da existência material. Por favorseja bondoso conosco. Ó divindade dos olhos de lótus, por favor aceite nossas mais humildes e amorosas reverências. Ó protetor do mundo, nós lhe oferecemos respeitos repetidamente. Ó espírito Supremo, ó Pessoa Suprema, ó fonte de todos os antepassados, que Você e Sua consorte, Srimati Lakshmi-devi, aceitem por favor estas humildes oferendas."
O devoto deve então tentar agradar um brahmana qualificado por meio de uma calorosa recepção; um pote com água; um guarda chuva; um par de sapatos ou roupas adequadas. Implorar a ele que lhe conceda suas bençãos, através das quais pode-se desenvolver amor puro por Krishna. De acordo com a possibilidade pessoal, deve-se doar também uma vaca preta a este brahmana, especialmente se ele for bem versado em todas as injunções das escrituras védicas. Também deve-se oferecer a ele um pote cheio de gergelim.
Ó exaltado Dalbhya muni, sementes de gergelim negras são adequadas especialmente para adoração formal e sacrifícios de fogo, enquanto que as sementes de gergelim claras e marrons destinam-se a serem comidas por um brahmana qualificado. Aquele que pode providenciar a doação destes tipos de gergelim neste sagrado Sat-tila Ekadasi, será promovido aos planetas celestiais por tantos milhares de anos quanto o número de sementes que seriam produzidas, se as sementes doadas fossem plantadas e crescessem dando espigas repletas de sementes.
Neste Ekadasi a pessoa fiel deve banhar-se em água misturada com gergelim; esfregar no corpo pasta de gergelim(tahini); oferecer gergelim em sacrifício; comer gergelim; doar gergelim em caridade e aceitar como presente caridoso, gergelim. Estas são as seis(sat) maneiras que as sementes de gergelim(tila) devem ser utilizadas para a purificação espiritual neste Ekadasi. Portanto, ele se chama Sat-tila Ekadasi.
O grande deva-rsi Narada-ji certa vez perguntou à Suprema personalidade de Deus, Sri Krishna:
-Ó Senhor de braços poderosos, ó você que é muito bondoso para com seus amados devotos, por favor aceite minhas mais humildes reverências. Ó Yadava, bondosamente diga-me os resultados que obtem a pessoa que observa o Sat-tila Ekadasi.
O Senhor Sri Krishna respondeu:
-Ó melhor dentre os duas vezes nascidos, vou narrar-te um incidente que testemunhei pessoalmente. Muito tempo atrás vivia na terra uma velha mulher brahmini a qual adorava-Me todos os dias com os sentidos controlados. Ela observou muito fielmente muitos jejuns, especialmente em dias auspiciosos honrrando-Me e servindo-Me com toda devoção, desprovida de qualquer motivação pessoal. Seu jejum rigoroso tornou-a muito magra e fraca. Ela dava caridade aos brahmanas e às jovens donzelas e até mesmo planejou dar sua casa em caridade. Ó melhor dentre os brahmanas, embora esta mulher espiritualmente inclinada ofertasse presentes caridosos para as pessoas merecedoras, o aspecto extraordinário de sua austeridade era que ela nunca dava alimentos para os brahmanas e semideuses.
Eu comecei a refletir sobre a sua curiosa omissão: "Esta mulher purificou-se jejuando em todas as ocasiões auspiciosas oferecendo-Me adoração devocional estrita. Desta maneira ela tornou-se certamente elegível para entrar em Minha morada pessoal, a qual não é alcançada por pessoas ordinárias." Assim, Eu desci a este planeta para examina-la, disfarçando-Me como um seguidor do senhor Shiva, completo, com uma guirlanda de caveiras pendurada no pescoço e um pote de mendigar em minha mão.
Quando Me aproximei dela, ela Me disse:
-Ó pessoa respeitável diga-me sinceramente por que você veio aqui?
Eu respondi:
-Ó bela, Eu vim aqui para obter de você alguma esmola sagrada.
Ela então iradamente jogou um grande pedaço de lama em Meu pote de mendicante! Ó Narada, Eu simplesmente virei-Me e voltei para Minha morada pessoal, atônito com a mistura peculiar de grande magnanimidade e mesquinharia desta boa brahmani.
Por fim esta dama austera chegou ao mundo espiritual em seu próprio corpo, tão grande foram seus esforços no jejum e caridade. E porque ela tinha realmente Me oferecido um pedaço de lama, Eu transformei esta lama numa bela casa. Entretanto, ó Narada-ji, esta casa em particular estava completamente desprovida de qualquer grão comestível e também de toda mobília e ornamentação. Quando ela entrou, encontrou somente uma estrutura vazia. Ela portanto se aproximou de Mim e disse muito irada:
-Eu jejuei repetidamente em tantas ocasiões auspiciosas, tornando meu corpo magro e fraco. Adorei Você e orei a Você de tantas formas diferentes, pois Você é realmente o mestre e protetor de todos os universos. Mesmo assim, apesar de tudo isto, não há alimento ou riqueza para ser vista em minha casa nova, ó Janardana, por que isso? (nota 1)
Eu respondi:
-Volte para sua casa por favor. Depois de algum tempo as esposas dos semideuses irão lhe visitar por curiosidade pra ver quem chegou de novo, porém não abra a sua porta até elas terem lhe descrito as glórias e importancia do Sat-tila Ekadasi.
Ouvindo isto, ela voltou para casa. Eventualmente as esposas dos semideuses chegaram lá e disseram em uníssono:
-Ó bela, nós viemos para obter seu darsana. Ó auspiciosa, por favor abra sua porta e deixe-nos vê-la.
A dama respondeu:
-Ó queridas, se vocês desejam que eu abra minha porta, vocês terão que me descrever o mérito que a pessoa alcança pela observação de jejum no Sat-tila Ekadasi.
No entanto, nenhuma das esposas respondeu. Depois, contudo, elas voltaram na casa e uma das esposas explicou muito bem a natureza sublime deste Ekadasi sagrado. E quando a dama finalmente abriu sua porta, elas viram que não era nem semideusa, nem gandharvi, nem demônia, nem sequer uma naga-patni. Era simplesmente uma dama comum.
A partir dai a dama observou o Sat-tila Ekadasi, o qual concede gozo material e liberação ao mesmo tempo, conforme foi descrito para ela. Então ela finalmente recebeu as bela mobílias e cereais que esperava para sua casa. Além disso, aquele corpo material comum, transformou-se numa bela forma espiritual com uma compleição delicada. Assim, pela misericórdia e graça do Sat-tila Ekadasi, tanto a dama quanto sua casa nova no mundo espiritual, tornaram-se finalmente esplêndidas e brilhantes com ouro, prata, jóias e diamantes.
Ó Narada-ji, a pessoa não deve ostentosamente observar o Ekadasi devido a ganância, com desejo de obter riquezas desonestamente. Sem egoísmo, deve-se simplesmente dar gergelim, roupas, e alimentos de acordo com sua capacidade financeira, pois fazendo isto obtem-se boa saúde e consciência espiritual exaltada, nascimento após nascimento (nota 2). Por fim, liberação e admissão na morada suprema do Senhor serão concedidas para o desfrute. Esta é Minha opinião. Ó melhor dentre os semideuses.
Pulastya rsi concluiu:
-Ó Dalbhya muni, aquele que observa corretamente o maravilhoso Sat-tila Ekadasi com grande fé, livra-se de todo tipo de pobreza (espiritual, mental, física, social e intelectual) bem como de todo tipo de má-sorte e maus presságios. Realmente, seguindo este jejum de Ekadasi, dando doações, fazendo sacrifícios ou comendo gergelim a pessoa se livra de todos pecados passados, sem dúvidas. A pessoa não precisa ficar admirada de como isto acontece. A alma rara que executa corretamente estes atos de caridade de maneira devocional, seguindo as injunções védicas, torna-se-á totalmente livre de todas as reações pecaminosas e voltará a Deus, de volta a casa no mundo espiritual.
Acaba assim a narração das glórias do Magha-krishna Ekadasi ou Sat-tila Ekadasi, do Bhavisya-uttara Purana.
-NOTAS-
1) Embora no mundo espiritual a ira e o desejo material estejam totalmente ausentes, Sri Krishna providenciou que a dama
manifestasse essas qualidades de forma que as glórias do Sat-tila Ekadasi pudessem ser reveladas.
2) Para os vaishnavas, dar cariadade significa dar a consciência de Krishna, especialmente o cantar do mantra Hare Krishna.
Como disse Sri Caitanya Mahaprabhu: "Ó irmão, por favor cante Hare Krishna pelo menos uma vez...esta é a única
caridade que Eu lhe peço." Se um devoto tem algum poder aquisitivo, poderá dar gergelim, roupas e alimentos em caridade para uma pessoa merecedora, mas isto não é obrigatório.
-FIM-
Para saber tudo sobre Jejum ou ekadasi clique nos links abaixo:
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Dia 28 de janeiro de 2014 Campinas.
Quebrar entre 05:44 - 05:49
(Hora real, nao de verão
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domingo, 26 de janeiro de 2014
Os ensaios de Thomas Mann
Acabei de ler o conjunto de ensaios de Thomas Mann (Schopenhauer, Nietzsche,Freud) Alianza Editorial, Madrid, 1990), no qual o romancista alemão discorre sobre os fundamentos teóricos do esteticismo, mostrando a conexão da obra de Freud com a metafísica de Schopenhauer. Leitura recomendada para aqueles que querem compreender esse mundo que nos cerca.
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sábado, 25 de janeiro de 2014
O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: O Pensamento Conservador na Cultura Védica, vulgar...
O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: O Pensamento Conservador na Cultura Védica, vulgar...: Obrigado pela visita, volte sempre.
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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO PELA MÍDIA - CHOMSKY
AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO PELA MÍDIA - CHOMSKY
AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA
O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?
“Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.
6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada as classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
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http://conspiratio.blogs.sapo.pt/tag/noam+chomsky
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A guerra dos métodos de alfabetização
Vicente Martins
A guerra dos métodos de alfabetização
O presente artigo responde a quatro perguntas sobre método de alfabetização em leitura: (1) O método fônico é o mais eficaz para alfabetização?(2) Quais as principais diferenças entre o modelo fônico e o construtivista? (3) Segundo uma pesquisa feita pela revista Veja 60% das escolas adotam o modelo construtivista para alfabetização dos alunos. Por que a grande maioria opta por esse método? (4) Quais as vantagens que o aluno tem ao ser alfabetizado pelo método fônico?
Comecemos pela primeira questão. Há uma guerra dos métodos de alfabetização em leitura, no Brasil e fora do Brasil, especialmente a Europa, que, na verdade, dissimula uma outra guerra, de ordem ideológica e financista, entre especialistas no mundo da lectoescrita. Não é de hoje.
Diríamos que há, pelo menos, um século, discutimos a prevalência de um método sobre o outro. Ontem, hoje e amanhã, certamente, quem ganha, claro, terá seus dividendos editoriais e mais prestígio nacional ou internacional sobre o campo fértil das mídias, que é o da leitura e da escrita.
No Brasil, nos anos 60, século passo, o educador Paulo Freire, por exemplo, com seu método de alfabetização, ganhou notoriedade internacional por defender a aquisição da leitura além do acesso ao código lingüístico e de levar o alfabetizado a uma visão crítica, política e politizada de um mundo do trabalho, do cotidiano, da vida em sociedade, povoado de inquietações, aspirações sociais, violências simbólicas, conflitos de classes sociais e dominado por forças de dominação econômica e cultural. É um modelo inspirador para os alfabetizadores do século XXI.
A peleja dos métodos de alfabetização está bem polarizada: métodos fônicos de um lado, do outro, os construtivistas. Os métodos fônicos também são conhecidos por métodos sintéticos ou fonéticos. Partem das letras (grafemas) e dos sons (fonemas) para formar, com elas, sílabas, palavras e depois frases.
São vários modelos de métodos fônicos. Entre eles, o mais antigo e mais consistente, em termos de pedagogia da alfabetização em leitura, é o alfabético ou soletração, que consiste em primeiro ensinar as letras que representam as consoantes e, em seguida, unir as letras-consoantes às letras-vogais.
Os modelos alfabéticos de alfabetização em leitura, por seu turno, partem das sílabas para chegar às letras e aos seus sons nos contextos fonológicos em que aparecem. As cartilhas de ABC, durante muito tempo encontradas em mercearias ou bodegas ou mesmo mercados, eram o principal material didático e contavam com a presença forte do alfabetizador que acreditava que, pelo caminho da repetição das letras e dos seus sons, o aluno logo chegaria ao mundo da leitura.
Os métodos construtivistas de alfabetização em leitura, também chamados analíticos ou globais partem das frases que se examinam e se comparam para, no processo de dedução, o alfabetizando encontrar palavras idênticas, sílabas parecidas e discriminar os signos gráficos do sistema alfabético.
A aplicação do método construtivista, na prática, quando aplicado, tende a ser mais praxiologia do que mesmo método. Por que praxiologia? Induz à alfabetização, centra-se no alfabetizando e não no alfabetizador, quando, a rigor, nesse momento, a intervenção do educador se faz importante uma vez que há necessidade, na alfabetização, de um ensino sistemático e diretivo para levar o aluno à compreensão do sistema de escrita da língua.
Comecemos pela primeira questão. Há uma guerra dos métodos de alfabetização em leitura, no Brasil e fora do Brasil, especialmente a Europa, que, na verdade, dissimula uma outra guerra, de ordem ideológica e financista, entre especialistas no mundo da lectoescrita. Não é de hoje.
Diríamos que há, pelo menos, um século, discutimos a prevalência de um método sobre o outro. Ontem, hoje e amanhã, certamente, quem ganha, claro, terá seus dividendos editoriais e mais prestígio nacional ou internacional sobre o campo fértil das mídias, que é o da leitura e da escrita.
No Brasil, nos anos 60, século passo, o educador Paulo Freire, por exemplo, com seu método de alfabetização, ganhou notoriedade internacional por defender a aquisição da leitura além do acesso ao código lingüístico e de levar o alfabetizado a uma visão crítica, política e politizada de um mundo do trabalho, do cotidiano, da vida em sociedade, povoado de inquietações, aspirações sociais, violências simbólicas, conflitos de classes sociais e dominado por forças de dominação econômica e cultural. É um modelo inspirador para os alfabetizadores do século XXI.
A peleja dos métodos de alfabetização está bem polarizada: métodos fônicos de um lado, do outro, os construtivistas. Os métodos fônicos também são conhecidos por métodos sintéticos ou fonéticos. Partem das letras (grafemas) e dos sons (fonemas) para formar, com elas, sílabas, palavras e depois frases.
São vários modelos de métodos fônicos. Entre eles, o mais antigo e mais consistente, em termos de pedagogia da alfabetização em leitura, é o alfabético ou soletração, que consiste em primeiro ensinar as letras que representam as consoantes e, em seguida, unir as letras-consoantes às letras-vogais.
Os modelos alfabéticos de alfabetização em leitura, por seu turno, partem das sílabas para chegar às letras e aos seus sons nos contextos fonológicos em que aparecem. As cartilhas de ABC, durante muito tempo encontradas em mercearias ou bodegas ou mesmo mercados, eram o principal material didático e contavam com a presença forte do alfabetizador que acreditava que, pelo caminho da repetição das letras e dos seus sons, o aluno logo chegaria ao mundo da leitura.
Os métodos construtivistas de alfabetização em leitura, também chamados analíticos ou globais partem das frases que se examinam e se comparam para, no processo de dedução, o alfabetizando encontrar palavras idênticas, sílabas parecidas e discriminar os signos gráficos do sistema alfabético.
A aplicação do método construtivista, na prática, quando aplicado, tende a ser mais praxiologia do que mesmo método. Por que praxiologia? Induz à alfabetização, centra-se no alfabetizando e não no alfabetizador, quando, a rigor, nesse momento, a intervenção do educador se faz importante uma vez que há necessidade, na alfabetização, de um ensino sistemático e diretivo para levar o aluno à compreensão do sistema de escrita da língua.
É na alfabetização que o aluno deve construir a consciência lingüística da leitura.
A tradição de helênica de alfabetização nos leva a considerá-la uma importante etapa da educação escolar (embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação(LDB), promulgada, em 1986, não faça referência a uma sala específica de alfabetização na educação infantil ou no ensino fundamental) como uma iniciação no uso do sistema ortográfico.
Há uma espécie de consenso entre os alfabetizadores de considerar que a alfabetização é um processo de aquisição dos códigos alfabético e numérico cujo finalidade última é a de levar o alfabetizado ao letramento e ao enumeramento, isto é, a adquirir habilidades cognitivas para desenvolver práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito.
Mas como garantir a alfabetização em leitura? Através de métodos ou estratégias de aprendizagem. Por isso, quando nos reportamos, historicamnente, aos métodos de alfabetização em leitura, estamos nos referindo, dentro da longa tradição da alfabetização, a um conjunto de regras e princípios normativos que regulam o ensino da leitura. Nos anos 60, a maioria da população brasileira aprendeu a ler pelo método da silabação, que consiste em ensinar a ler por meio do aprendizado de sílabas e a partir delas a formar palavras e frases. A segmentação das sílabas em fonemas e letras é uma etapa posterior.
Todavia, só o método, em si, não garante a aprendizagem. É importante a formação do alfabetizador. Sem formação lingüística, o método pode perder sua eficácia. A alfabetização em leitura é diretamente relacionada com o sistema de escrita da língua.
No caso das chamadas línguas neolatinas, particularmente o Português e o Espanhol, o método fônico se torna um imperativo educacional por conta do próprio sistema lingüístico, isto é, o chamado princípio alfabético, manifesto na correspondência entre grafemas e fonemas e na ortografia sônica, mais regular e digamos, assim, mais biunívoca: uma letra representa um fonema, na maioria dos casos.
Como a língua não é perfeita unívoca – exatamente por é social, construída historicamente pala comunidade lingüística - sons como /sê/ ou /gê/ poderão terão várias representações gráficas, transformando esses casos isolados em contextos equívocos e que, no fundo, podemos contar nos dedos e que não perturba o processo de alfabetização.
Com as afirmações acima, já podemos estabelecer algumas diferenças básicas entre os dois métodos. O fônico, como o próprio nome nos sugere, favorece o princípio alfabético, a relação grafema-fonema e seu inverso, isto é, a relação fonema-grafema. Se a escola partir do texto escrito, no método fônico, estará, assim, enfatizando a relação grafema-fonema. Se a escola parte da falta do alfabetizando, focalizará, desde logo, a relação fonema-grafema.
O grande desafio dos docentes ou dos pedagogos da leitura é, tendo conhecimento de Lingüística e Alfabetização, levar os alunos a entenderem, ao longo do processo de alfabetização, as noções de fonema e grafema. Entender, por exemplo, que fonema, som da fala, faz parte do chamado módulo fonológico, uma herança genética do ser humano.
Na fase de balbucio, ainda não os sons da fala ainda não manipulados pela criança, mas, a partir dos três anos de idade, já considerada nativa, a escola pode ensinar ao educando, sistematicamente, o sistema sonoro da língua, levando-o à consciência fonológica ou fonêmica, de modo que entendam que o fonema é uma unidade mínima das línguas naturais no nível fonêmico, com valor distintivo.
Os investigadores de leitura mostram que o método fônico também é mais eficiente para as comunidades lingüísticas pobres, ou seja, as camadas populares com acesso precário aos bens culturais da civilização letrada. Por que isso ocorre? Graças ao fonema podemos distinguir morfemas ou palavras com significados diferentes, todavia próprio fonema não possui significado. Em português, as palavras faca e vaca distinguem-se apenas pelos primeiros fonemas/f/ e/v/.
Os fonemas não devem ser confundidos, todavia, com as letras dos alfabetos, porque estas frequentemente apresentam imperfeições e não são uma representação exata do inventário de fonemas de uma língua. As letras do alfabeto são signos ou sinais gráficos que representam, na transcrição de uma língua, um fonema ou grupo de fonemas. Como as letras não dão conta de todo o sistema de escrita, os lingüistas falam em grafemas no campo da escrita.
Os grafemas, bastante variados, estão presentes no sistema da escrita da língua portuguesa. Para a compreensão da escrita alfabética ou ortografia da língua portuguesa, a noção de grafema se faz necessária uma vez ser uma unidade de um sistema de escrita que, na escrita alfabética, corresponde às letras e também a outros sinais distintivos, como o hífen, o til, sinais de pontuação e os números.
O método global além de não ter funcionado ou vir tendo uma resposta eficaz no sistema educacional da América Latina, uma vez que não se presta ao nosso sistema lingüístico, ao contrário do método fônico, que requer conhecimentos metalingüísticos da fonologia da língua portuguesa, o global requer dos alunos uma maior carga de memorização lexical.
O método global de alfabetização em leitura peca porque sobrecarrega a memória dos alfabetizandos quando ainda não estão em processo de construção do seu léxico, que depende, como nos ensina o sociointeracionismo, das relações intersubjetivas ou interpessoais e de engajamento pragmático das crianças no uso social da língua. Numa palavra, diríamos que o método global depende muito das formas de letramento da sociedade, dos registros de atos de fala, nos diferentes contextos sociais e culturais da sociedade, em que a palavra é, assim, o grande paradigma em ponto de partida da pedagogia da leitura. Para os países desenvolvidos e com equipamentos sociais à disposição dos alunos, cai como uma luva.
Para os países subdesenvolvimentos, tem se constituído uma lástima e é deplorável a situação por que passa o Brasil, nos exames nacionais e internacionais, anunciando o nosso pais como o pior país do mundo em leitura.Ao contrário do método fônico, o método global não tem um caráter emancipatório, retarda o ingresso da criança no mundo da leitura.
A partir dos anos 80, no século passado, o Brasil, através de seus governos, influenciado com os achados da psicogênese da escrita, realmente uma teoria (e não pedagogia) bastante sedutora em se tratando de postulações pedagógicas, adotou o método construtivista para o sistema educacional, em particular, o público, a adotar o método construtivista ou global.
Uma década depois, os resultados pífios do Sistema de Avaliação da Educação Escolar (convertido,agora, em Prova Brasil) revelaram que as crianças, depois de oito anos de escolaridade, estavam ainda com nível crítico de alfabetização, mal sabiam decodificação, isto é, transformar os signos gráficos(letras) em leitura. Sem leitura, como sabemos, o aluno não tem estratégia de desenvolvimento de capacidade de aprender ou de aprendizagem.
Os primeiros seis anos do século XXI já assinalam o principal desafio dos governos, estabelecimentos de ensino e docentes, no meio escolar, é o de levar o aluno ao aprendizado da lectoescrita. O que deveria ser básico se tornou um desafio aparentemente complexo para os docentes da educação básica: assegurar, através da leitura, escrita e cálculo, a aprendizagem escolar.
Por que o domínio básico de lectoescrita se tornou tão desafiador para o sistema de ensino escolar? Por que ensinar a ler não é tão simples? Como desvelar o enigma do acesso ao código escrito? Em geral, quando nos deparamos com as dificuldades de leitura ou de acesso ao código escrito, esperamos dos especialistas métodos compensatórios para sanar a dificuldade.
Nenhuma dificuldade se vence com método mirabolante. O melhor caminho, no caso da leitura, é o entendimento lingüístico, do fenômeno lingüístico que subjaz ao ato de ler. Ler é ato de soletrar, de decodificar fonemas representados nas letras, reconhecer as palavras, atribuir-lhes significados ou sentidos, enfim, ler, realmente, não é tão simples como julgam alguns leigos.
O primeiro passo, nessa direção, o de ensinar o aluno a aprender a ler antes para praticar estratégias de leitura depois, em outras palavras, de atuar eficientemente com as dificuldades do acesso ao código escrito, as chamadas dificuldades leitoras ou dislexias pedagógicas, é ensinar o aluno a aprender mais sobre os sons da língua, ou melhor, como a língua se organiza no âmbito da fala ou da escrita.Quando me refiro à fala, estou me referindo, sobretudo, aos sons da fala, aos fonemas da língua: consoantes, vogais e semivogais.
A leitura, em particular, tem sua problemática agravada por conta de dificuldades de sistematização dos sons da fala por parte da pedagogia ou metodologia de plantão: afinal, qual o melhor método de leitura? O fônico ou o global? Como transformar a leitura em uma habilidade estratégica para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de aprendizagem do aluno?
Assim, um ponto inicial a considerar é a perspectiva que temos de leitura no âmbito escolar. Como lingüística, acredito que a perspectiva psicolingüística responde a série de questionamentos sobre o fracasso da leitura na educação básica. Em geral, os docentes não partem, desde o primeiro instante de processo de alfabetização escolar, da fala. A fala recebe um desprezo tremendo da escola e é fácil compreender o porquê: a escrita é marcador de ascensão social ou de emergência de classe social.
A escrita é ideologicamente apontada como sendo superior a fala. A tal ponto podemos considerar essa visão reducionista da linguagem, que quem sabe falar, mas não sabe escrever, na variação culta ou padrão de sua língua, não tem lugar ao sol, não tem reconhecimento de suas potencialidades lingüísticas. Claro, a escrita não é superior a fala nem a fala superior a escrita. Ambas, interdependentes. A alma e o papel, o pensamento e a linguagem, a fala e a memória, todos esses componentes têm um papel extraordinário na formação para o leitor proficiente.
1. ABUD, Maria José Millarezi. O ensino da leitura e da escrita na fase inicial de escolarização. São Paulo: EPU, 1987. (Coleção temas básicos de educação e ensino)
2. ALLIEND, G. Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
3. BETTELHEIM, Bruno, ZELAN, Karen. Psicanálise da alfabetização. Tradução de José Luiz Caon. Porto Alegre: Artmed, 1984.
4. BOUJON, Christophe, QUAIREAU, Christophe. Atenção e aproveitamento escolar. Tradução de Ana Paula Castellani. São Paulo: Loyola, 2000.
5. CARDOSO-MARTINS, Cláudia (org.). Consciência fonológica e alfabetização.Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
6. CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1999.
7. CASTELLO-PEREIRA, Leda Tessari. Leitura de estudo: ler para aprender a estudar e estudar para aprender a ler. Campinas, SP: Alinea, 2003.
8. CATACH, Nina (org.). Para uma teoria da língua escrita. Tradução de Fulvia M. L Moretto e Guacira Marcondes Machado. São Paulo: Ática, 1996.
9. CATANIA, A. Charles. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. 4ª ed. Tradução de Deisy das Graças de Souza. Porto Alegre: Artmed, 1999.
10. CHAPMAN, Robin S. Processos e distúrbios na aquisição da linguagem. Tradução de Emilia de Oliveira Diehl e Sandra Costa. Porto Alegre: Artmed, 1996.
11. COHEN, Rachel, GILABERT, Hélène. Descoberta e aprendizagem da linguagem escrita antes dos 6 anos. Tradução de Clemence Marie Chantal Jouët-Pastre et ali. São Paulo: Martins Fontes, 1992. (Coleção Psicologia e Pedagogia)
12. COLL, César, MARCHESI, Álvaro e PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação: volune 3, transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2 ed. Tradução Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2004.
13. COLOMER, Teresa, CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
14. CONDEMARÍN, Mabel e MEDINA, Alejandra. A avaliação autêntica: um meio para melhorar as competências em linguagem e comunicação. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2005
15. CONDEMARÍN, Mabel, GALDAMES, Viviana, MEDINA, Alejandra. Oficina da linguagem: módulos para desenvolver a linguagem oral e escrita. 1ª ed. Tradução de Marylene Pinto Michael. São Paulo: Moderna, 1999.
A tradição de helênica de alfabetização nos leva a considerá-la uma importante etapa da educação escolar (embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação(LDB), promulgada, em 1986, não faça referência a uma sala específica de alfabetização na educação infantil ou no ensino fundamental) como uma iniciação no uso do sistema ortográfico.
Há uma espécie de consenso entre os alfabetizadores de considerar que a alfabetização é um processo de aquisição dos códigos alfabético e numérico cujo finalidade última é a de levar o alfabetizado ao letramento e ao enumeramento, isto é, a adquirir habilidades cognitivas para desenvolver práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito.
Mas como garantir a alfabetização em leitura? Através de métodos ou estratégias de aprendizagem. Por isso, quando nos reportamos, historicamnente, aos métodos de alfabetização em leitura, estamos nos referindo, dentro da longa tradição da alfabetização, a um conjunto de regras e princípios normativos que regulam o ensino da leitura. Nos anos 60, a maioria da população brasileira aprendeu a ler pelo método da silabação, que consiste em ensinar a ler por meio do aprendizado de sílabas e a partir delas a formar palavras e frases. A segmentação das sílabas em fonemas e letras é uma etapa posterior.
Todavia, só o método, em si, não garante a aprendizagem. É importante a formação do alfabetizador. Sem formação lingüística, o método pode perder sua eficácia. A alfabetização em leitura é diretamente relacionada com o sistema de escrita da língua.
No caso das chamadas línguas neolatinas, particularmente o Português e o Espanhol, o método fônico se torna um imperativo educacional por conta do próprio sistema lingüístico, isto é, o chamado princípio alfabético, manifesto na correspondência entre grafemas e fonemas e na ortografia sônica, mais regular e digamos, assim, mais biunívoca: uma letra representa um fonema, na maioria dos casos.
Como a língua não é perfeita unívoca – exatamente por é social, construída historicamente pala comunidade lingüística - sons como /sê/ ou /gê/ poderão terão várias representações gráficas, transformando esses casos isolados em contextos equívocos e que, no fundo, podemos contar nos dedos e que não perturba o processo de alfabetização.
Com as afirmações acima, já podemos estabelecer algumas diferenças básicas entre os dois métodos. O fônico, como o próprio nome nos sugere, favorece o princípio alfabético, a relação grafema-fonema e seu inverso, isto é, a relação fonema-grafema. Se a escola partir do texto escrito, no método fônico, estará, assim, enfatizando a relação grafema-fonema. Se a escola parte da falta do alfabetizando, focalizará, desde logo, a relação fonema-grafema.
O grande desafio dos docentes ou dos pedagogos da leitura é, tendo conhecimento de Lingüística e Alfabetização, levar os alunos a entenderem, ao longo do processo de alfabetização, as noções de fonema e grafema. Entender, por exemplo, que fonema, som da fala, faz parte do chamado módulo fonológico, uma herança genética do ser humano.
Na fase de balbucio, ainda não os sons da fala ainda não manipulados pela criança, mas, a partir dos três anos de idade, já considerada nativa, a escola pode ensinar ao educando, sistematicamente, o sistema sonoro da língua, levando-o à consciência fonológica ou fonêmica, de modo que entendam que o fonema é uma unidade mínima das línguas naturais no nível fonêmico, com valor distintivo.
Os investigadores de leitura mostram que o método fônico também é mais eficiente para as comunidades lingüísticas pobres, ou seja, as camadas populares com acesso precário aos bens culturais da civilização letrada. Por que isso ocorre? Graças ao fonema podemos distinguir morfemas ou palavras com significados diferentes, todavia próprio fonema não possui significado. Em português, as palavras faca e vaca distinguem-se apenas pelos primeiros fonemas/f/ e/v/.
Os fonemas não devem ser confundidos, todavia, com as letras dos alfabetos, porque estas frequentemente apresentam imperfeições e não são uma representação exata do inventário de fonemas de uma língua. As letras do alfabeto são signos ou sinais gráficos que representam, na transcrição de uma língua, um fonema ou grupo de fonemas. Como as letras não dão conta de todo o sistema de escrita, os lingüistas falam em grafemas no campo da escrita.
Os grafemas, bastante variados, estão presentes no sistema da escrita da língua portuguesa. Para a compreensão da escrita alfabética ou ortografia da língua portuguesa, a noção de grafema se faz necessária uma vez ser uma unidade de um sistema de escrita que, na escrita alfabética, corresponde às letras e também a outros sinais distintivos, como o hífen, o til, sinais de pontuação e os números.
O método global além de não ter funcionado ou vir tendo uma resposta eficaz no sistema educacional da América Latina, uma vez que não se presta ao nosso sistema lingüístico, ao contrário do método fônico, que requer conhecimentos metalingüísticos da fonologia da língua portuguesa, o global requer dos alunos uma maior carga de memorização lexical.
O método global de alfabetização em leitura peca porque sobrecarrega a memória dos alfabetizandos quando ainda não estão em processo de construção do seu léxico, que depende, como nos ensina o sociointeracionismo, das relações intersubjetivas ou interpessoais e de engajamento pragmático das crianças no uso social da língua. Numa palavra, diríamos que o método global depende muito das formas de letramento da sociedade, dos registros de atos de fala, nos diferentes contextos sociais e culturais da sociedade, em que a palavra é, assim, o grande paradigma em ponto de partida da pedagogia da leitura. Para os países desenvolvidos e com equipamentos sociais à disposição dos alunos, cai como uma luva.
Para os países subdesenvolvimentos, tem se constituído uma lástima e é deplorável a situação por que passa o Brasil, nos exames nacionais e internacionais, anunciando o nosso pais como o pior país do mundo em leitura.Ao contrário do método fônico, o método global não tem um caráter emancipatório, retarda o ingresso da criança no mundo da leitura.
A partir dos anos 80, no século passado, o Brasil, através de seus governos, influenciado com os achados da psicogênese da escrita, realmente uma teoria (e não pedagogia) bastante sedutora em se tratando de postulações pedagógicas, adotou o método construtivista para o sistema educacional, em particular, o público, a adotar o método construtivista ou global.
Uma década depois, os resultados pífios do Sistema de Avaliação da Educação Escolar (convertido,agora, em Prova Brasil) revelaram que as crianças, depois de oito anos de escolaridade, estavam ainda com nível crítico de alfabetização, mal sabiam decodificação, isto é, transformar os signos gráficos(letras) em leitura. Sem leitura, como sabemos, o aluno não tem estratégia de desenvolvimento de capacidade de aprender ou de aprendizagem.
Os primeiros seis anos do século XXI já assinalam o principal desafio dos governos, estabelecimentos de ensino e docentes, no meio escolar, é o de levar o aluno ao aprendizado da lectoescrita. O que deveria ser básico se tornou um desafio aparentemente complexo para os docentes da educação básica: assegurar, através da leitura, escrita e cálculo, a aprendizagem escolar.
Por que o domínio básico de lectoescrita se tornou tão desafiador para o sistema de ensino escolar? Por que ensinar a ler não é tão simples? Como desvelar o enigma do acesso ao código escrito? Em geral, quando nos deparamos com as dificuldades de leitura ou de acesso ao código escrito, esperamos dos especialistas métodos compensatórios para sanar a dificuldade.
Nenhuma dificuldade se vence com método mirabolante. O melhor caminho, no caso da leitura, é o entendimento lingüístico, do fenômeno lingüístico que subjaz ao ato de ler. Ler é ato de soletrar, de decodificar fonemas representados nas letras, reconhecer as palavras, atribuir-lhes significados ou sentidos, enfim, ler, realmente, não é tão simples como julgam alguns leigos.
O primeiro passo, nessa direção, o de ensinar o aluno a aprender a ler antes para praticar estratégias de leitura depois, em outras palavras, de atuar eficientemente com as dificuldades do acesso ao código escrito, as chamadas dificuldades leitoras ou dislexias pedagógicas, é ensinar o aluno a aprender mais sobre os sons da língua, ou melhor, como a língua se organiza no âmbito da fala ou da escrita.Quando me refiro à fala, estou me referindo, sobretudo, aos sons da fala, aos fonemas da língua: consoantes, vogais e semivogais.
A leitura, em particular, tem sua problemática agravada por conta de dificuldades de sistematização dos sons da fala por parte da pedagogia ou metodologia de plantão: afinal, qual o melhor método de leitura? O fônico ou o global? Como transformar a leitura em uma habilidade estratégica para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de aprendizagem do aluno?
Assim, um ponto inicial a considerar é a perspectiva que temos de leitura no âmbito escolar. Como lingüística, acredito que a perspectiva psicolingüística responde a série de questionamentos sobre o fracasso da leitura na educação básica. Em geral, os docentes não partem, desde o primeiro instante de processo de alfabetização escolar, da fala. A fala recebe um desprezo tremendo da escola e é fácil compreender o porquê: a escrita é marcador de ascensão social ou de emergência de classe social.
A escrita é ideologicamente apontada como sendo superior a fala. A tal ponto podemos considerar essa visão reducionista da linguagem, que quem sabe falar, mas não sabe escrever, na variação culta ou padrão de sua língua, não tem lugar ao sol, não tem reconhecimento de suas potencialidades lingüísticas. Claro, a escrita não é superior a fala nem a fala superior a escrita. Ambas, interdependentes. A alma e o papel, o pensamento e a linguagem, a fala e a memória, todos esses componentes têm um papel extraordinário na formação para o leitor proficiente.
1. ABUD, Maria José Millarezi. O ensino da leitura e da escrita na fase inicial de escolarização. São Paulo: EPU, 1987. (Coleção temas básicos de educação e ensino)
2. ALLIEND, G. Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
3. BETTELHEIM, Bruno, ZELAN, Karen. Psicanálise da alfabetização. Tradução de José Luiz Caon. Porto Alegre: Artmed, 1984.
4. BOUJON, Christophe, QUAIREAU, Christophe. Atenção e aproveitamento escolar. Tradução de Ana Paula Castellani. São Paulo: Loyola, 2000.
5. CARDOSO-MARTINS, Cláudia (org.). Consciência fonológica e alfabetização.Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
6. CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1999.
7. CASTELLO-PEREIRA, Leda Tessari. Leitura de estudo: ler para aprender a estudar e estudar para aprender a ler. Campinas, SP: Alinea, 2003.
8. CATACH, Nina (org.). Para uma teoria da língua escrita. Tradução de Fulvia M. L Moretto e Guacira Marcondes Machado. São Paulo: Ática, 1996.
9. CATANIA, A. Charles. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. 4ª ed. Tradução de Deisy das Graças de Souza. Porto Alegre: Artmed, 1999.
10. CHAPMAN, Robin S. Processos e distúrbios na aquisição da linguagem. Tradução de Emilia de Oliveira Diehl e Sandra Costa. Porto Alegre: Artmed, 1996.
11. COHEN, Rachel, GILABERT, Hélène. Descoberta e aprendizagem da linguagem escrita antes dos 6 anos. Tradução de Clemence Marie Chantal Jouët-Pastre et ali. São Paulo: Martins Fontes, 1992. (Coleção Psicologia e Pedagogia)
12. COLL, César, MARCHESI, Álvaro e PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação: volune 3, transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2 ed. Tradução Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2004.
13. COLOMER, Teresa, CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
14. CONDEMARÍN, Mabel e MEDINA, Alejandra. A avaliação autêntica: um meio para melhorar as competências em linguagem e comunicação. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2005
15. CONDEMARÍN, Mabel, GALDAMES, Viviana, MEDINA, Alejandra. Oficina da linguagem: módulos para desenvolver a linguagem oral e escrita. 1ª ed. Tradução de Marylene Pinto Michael. São Paulo: Moderna, 1999.
Vicente Martins - vicente.martins@uol.com.br
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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Srila Locana Dasa Thakura desaparecimento.
Um discípulo de Narahari Sharakara Thakura, escreveu muitas canções bengalis que glorificam o Senhor Caitanya. Seu trabalho poético mais famoso é o Chaitanya-mangala, uma representação da vida do Senhor Caitanya. (Veja Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila 10.78-79).
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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Srila Jayadeva Gosvami desaparecimento.
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terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Srila Ramacandra Kaviraja desaparecimento, e Srila Gopala Bhatta Gosvami aparecimento.
Srila Ramacandra Kaviraja
Foi um discípulo de Srila Srinivasa Acharya e um amigo íntimo de Srila Narottama dasa Thakura. Ele pregou amplamente as glórias do santo nome do Senhor Krishna e iniciou muitos discípulos no serviço do Senhor Caitanya. (Veja Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila 11.51).
Srila Gopala Bhatta Gosvami
Um dos seis Goswamis de Vrndavana, quando ainda menino, recebeu a misericórdia do Senhor Caitanya. Enquanto viajava pelo Sul da índia, o Senhor Caitanya ficou quatro meses na casa de Gopala Bhatta. Posteriormente, Gopala Bhatta Goswami ingressou no movimento de sankirtana do Senhor Caitanya. Ele provou ser um perito nas regulações das escrituras vaisnavas, escreveu livros vaisnavas e estabeleceu o templo de Sri Sri Radha-Ramana em Vrndavana. (Veja o Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila 10.105).
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Foi um discípulo de Srila Srinivasa Acharya e um amigo íntimo de Srila Narottama dasa Thakura. Ele pregou amplamente as glórias do santo nome do Senhor Krishna e iniciou muitos discípulos no serviço do Senhor Caitanya. (Veja Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila 11.51).
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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
Rolezinhos e o efeito Borboleta, por João Maria Andarilho Utópico.
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sábado, 18 de janeiro de 2014
Rolezinhos no Shoping, minha opinião João Maria Andarilho Utopico
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Psicanálise: A mente segundo a teoria de Sigmund Freud
- DivulgaçãoO difícil relacionamento entre Sigmund Freud (personificado por Viggo Mortensen) e Carl Jung (Michel Fassbender) é o tema de "Um método perigoso", filme de David Cronenberg.
Sigmund Freud e a psicanálise se popularizaram de tal forma que suas idéias são, muitas vezes, veiculadas de modo errôneo e distorcido, como tudo que passa por um processo de grande divulgação, em especial numa sociedade de massas como a nossa.
Assim, é preciso, antes de mais nada, esclarecer o significado dessa expressão. O que é psicanálise? Em primeiro lugar, uma teoria que pretende explicar o funcionamento da mente humana. Além disso, a partir dessa explicação, ela se transforma num método de tratamento de diversos transtornos mentais.
Assim, é preciso, antes de mais nada, esclarecer o significado dessa expressão. O que é psicanálise? Em primeiro lugar, uma teoria que pretende explicar o funcionamento da mente humana. Além disso, a partir dessa explicação, ela se transforma num método de tratamento de diversos transtornos mentais.
São dois os fundamentos da teoria psicanalítica: 1) Os processos psíquicos são em sua imensa maioria inconscientes, a consciência não é mais do que uma fração de nossa vida psíquica total; 2) os processos psíquicos inconscientes são dominados por nossas tendências sexuais.
Sexo e libido
Nesse sentido, Freud buscou explicar a vida humana (pessoal e individual, mas também pública e social) recorrendo a essas tendências sexuais a que chamou delibido. Com esse termo, o pai da psicanálise designou a energia sexual de maneira mais geral e indeterminada. Assim, por exemplo, em suas primeiras manifestações, a libido liga-se a outras funções vitais: no bebê que mama, o ato de sugar o seio materno provoca outro prazer além do de obter alimento e esse prazer passa a ser buscado por si mesmo.
Por isso, Freud afirma que a boca é uma "zona erógerna" e considera que o prazer provocado pelo aro de sugar é sexual. Portanto, repare bem, a libido pode nada ter em comum com as áreas genitais.
Posto isso, a psicanálise compreende as grandes manifestações da psique como um conflito entre as tendências sexuais ou libido e as fórmulas morais e limitações sociais impostas ao indivíduo. Esses conflitos geram os sonhos, que seriam, segundo a interpretação freudiana, as expressões deformadas ou simbólicas de desejos reprimidos. Geram também os atos falhos ou lapsos, distrações falsamente atribuídas ao acaso, mas que remetem ou revelam aqueles mesmos desejos.
Transferência e sublimação
A psicanálise, que se faz através da conversação, trata as doenças mentais a partir da interpretação desses fenômenos, levando o paciente a identificar as origens de seu problema, o que pode ser o primeiro passo para a cura. Um dos fenômenos que ocorrem durante a terapia psicanalítica é a transferência dos sentimentos (amor ou ódio) do paciente para o seu analista.
Outro conceito agregando à teoria por seu próprio criador foi o de sublimação, que compreende a transferência da libido para outros objetos de natureza não sexual, gerando fenômenos como a arte ou a religião. Além dele, há também o conceito decomplexos, mecanismos associativos aos quais devem ser atribuídos as principais perturbações mentais.
Vale lembrar que o conceito "complexo" não é de Freud, mas de seu discípulo Carl G. Jung, que depois rompeu com o mestre e criou teoria própria (a psicologia analítica). De qualquer modo, na obra "A Interpretação dos Sonhos", de 1900, Freu já esboçara os fundamentos do Complexo de Édipo, segundo o qual o amor do filho pela mãe implica ciúme ou aversão ao pai.
Id, ego e superego
Em 1923, no livro "O Ego e o Id", Freud expôs uma divisão da mente humana em três partes: 1) o ego que se identifica à nossa consciência; 2) o superego, que seria a nossa consciência moral, ou seja, os princípios sociais e as proibições que nos são inculcadas nos primeiros anos de vida e que nos acompanham de forma inconsciente a vida inteira; 3) o id, isto é, os impulsos múltiplos da libido, dirigidos sempre para o prazer. (Os três termos alemães empregados por Freud, em sua língua materna, eram "Ich", "Es" e "Überich", que se traduzem também por eu, isso e supereu.)
A influência que Freud exerceu em várias correntes da ciência, da arte e da filosofia foi enorme. Mas não se deve deixar de dizer que muitos filósofos, psicólogos e psiquiatras fazem sérias objeções ao modo como o pai da psicanálise e seus discípulos apresentam seus conceitos: como realidades absolutas e não como hipóteses ou instrumentos de explicação que podem ser ultrapassados pela evolução científica e, em alguns casos, foram mesmo.
A depressão, por exemplo, é um transtorno mental para cujo tratamento a psicanálise pode funcionar somente como co-adjuvante, devido ao caráter bioquímico que está em sua origem. Além disso, em uma de suas últimas obras "O Mal-Estar na Civilização", publicado em 1930, Freud tenta explicar a história da humanidade como a luta entre os instintos de vida (Eros) e os da morte (Tanatos), teoria cujo caráter maniqueísta foi apontado por vários críticos.
A contribuição freudiana
Independentemente disso, a importância de Sigmund Freud para a ciência é inquestionável e reside principalmente em três pontos. Antes de mais nada, o destaque pioneiro que o médico vienense deu ao fator sexual que era - até Freud - uma área de completa ignorância para a ciência e a filosofia.
Além disso, vários conceitos desenvolvidos por Freud serviram a diversos ramos da psicologia e possibilitaram o avanço dessa ciência que é muito mais do que um simples complemento da psiquiatria, enquanto uma especialidade médica. Isto é, a psicologia não se limita a tratar de distúrbios, mas a tentar explicar os processos psíquicos do ser humano.
Finalmente, o tratamento psicanalítico de diversos transtornos mentais continuam a se revelar eficazes e a ajudar uma grande quantidade de indivíduos a ficarem em paz consigo mesmo e com a vida. Como já se disse, a psicanálise pode ser um co-adjuvante no tratamento de algumas doenças.
Em outros casos, ela pode se tornar a protagonista, evitando o recurso aos produtos farmacêuticos e seus inevitáveis efeitos colaterais. Pode também levar as pessoas a entenderem que os conflitos internos são inerentes ao ser humano normal, auxiliando-os a conviver com eles.
Bibliografia
- Noções básicas de Psicanálise - Charles Brenner - Editora Imago 5a. Edição
Psicodrama Pedagógico e Jogos Dramáticos
Texto de Gleidemar Diniz, autora dos livros “Psicodrama pedagógico e teatro/educação” (Editora Ícone) e “Psicodrama, amplitudes e novas aplicações” (Robe Editorial), doutorado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Gleide oferece cursos, oficinas, workshops, treinamento para profissionais de Educação e de outras áreas. Contato:luaucultura@hotmail.com.
O QUE É PSICODRAMA PEDAGÓGICO?
O criador do Psicodrama, Jacob L. Moreno, estudou medicina, entrando para a Universidade de Viena em 1909 e graduando-se em 1917.
Desenvolveu um método diferente do de Freud. De acordo com o preceito freudiano, o paciente deveria estar disposto em divã falando ao analista. Moreno, ao contrário, colocou o paciente juntamente com outros, por meio do teatro improvisado, denominado Psicodrama.
O método psicodramático tem como princípios básicos a improvisação teatral, a espontaneidade, a criatividade e o trabalho em grupo.
Além do teatro terapêutico, Moreno desenvolveu possibilidades de aplicação do método psicodramático também na educação.
Enquanto o Psicodrama terapêutico visa ao tratamento e é um trabalho especificamente técnico realizado por profissionais específicos da área da psicoterapia, o Psicodrama Pedagógico não tem esta finalidade específica.
O Psicodrama Pedagógico consiste numa proposta que utiliza os fundamentos do método psicodramático com o objetivo de: melhorar a aprendizagem e a qualidade do ensino; obter maior compreensão de um tema já adquirido mediante métodos tradicionais, melhor compreensão de um conteúdo escolar curricular; avaliar os conhecimentos obtidos e a fixação destes; transmitir conhecimentos novos; ao treinamento da espontaneidade; a uma melhoria da sociabilização; desenvolver a capacidade criativa.
JOGOS DRAMÁTICOS E PSICODRAMA
Tanto o Jogo Dramático quanto o Psicodrama tem por princípio e base a improvisação.
O Jogo Dramático se diferencia dos outros jogos porque envolve representação dramática, apresentando diferentes personagens. Pertence ao campo das representações teatrais.
Existe uma ampla variedade de Jogos dramáticos que podem ser aplicados desde a pré-escola até os cursos superiores.
Assim como no Psicodrama, as etapas do Jogo Dramático são o aquecimento, a dramatização e os comentários.
Os jogos dramáticos prestam grande contribuição ao trabalho psicodramático. O campo oferecido pelos Jogos Dramáticos e Técnicas psicodramáticas é vasto, podendo se utilizar também o teatro de bonecos, máscaras, música.
O criador do Psicodrama, Jacob L. Moreno, estudou medicina, entrando para a Universidade de Viena em 1909 e graduando-se em 1917.
Desenvolveu um método diferente do de Freud. De acordo com o preceito freudiano, o paciente deveria estar disposto em divã falando ao analista. Moreno, ao contrário, colocou o paciente juntamente com outros, por meio do teatro improvisado, denominado Psicodrama.
O método psicodramático tem como princípios básicos a improvisação teatral, a espontaneidade, a criatividade e o trabalho em grupo.
Além do teatro terapêutico, Moreno desenvolveu possibilidades de aplicação do método psicodramático também na educação.
Enquanto o Psicodrama terapêutico visa ao tratamento e é um trabalho especificamente técnico realizado por profissionais específicos da área da psicoterapia, o Psicodrama Pedagógico não tem esta finalidade específica.
O Psicodrama Pedagógico consiste numa proposta que utiliza os fundamentos do método psicodramático com o objetivo de: melhorar a aprendizagem e a qualidade do ensino; obter maior compreensão de um tema já adquirido mediante métodos tradicionais, melhor compreensão de um conteúdo escolar curricular; avaliar os conhecimentos obtidos e a fixação destes; transmitir conhecimentos novos; ao treinamento da espontaneidade; a uma melhoria da sociabilização; desenvolver a capacidade criativa.
JOGOS DRAMÁTICOS E PSICODRAMA
Tanto o Jogo Dramático quanto o Psicodrama tem por princípio e base a improvisação.
O Jogo Dramático se diferencia dos outros jogos porque envolve representação dramática, apresentando diferentes personagens. Pertence ao campo das representações teatrais.
Existe uma ampla variedade de Jogos dramáticos que podem ser aplicados desde a pré-escola até os cursos superiores.
Assim como no Psicodrama, as etapas do Jogo Dramático são o aquecimento, a dramatização e os comentários.
Os jogos dramáticos prestam grande contribuição ao trabalho psicodramático. O campo oferecido pelos Jogos Dramáticos e Técnicas psicodramáticas é vasto, podendo se utilizar também o teatro de bonecos, máscaras, música.
ÁREAS DE APLICAÇÃO DO PSICODRAMA PEDAGÓGICO E DOS JOGOS DRAMÁTICOS
Nos cursos de Psicodrama Pedagógico e Jogos dramáticos que realizamos com professores, foram vivenciadas técnicas dramáticas abrangendo várias matérias curriculares, entre elas: ciências, geografia, português, história e matemática.
Fizeram parte de nossos cursos de ¨Psicodrama Pedagógico¨ e ¨Jogos Para o Desenvolvimento Humano¨, profissionais de outras áreas, além da Psicologia e Pedagogia. Entre elas, Artes, Serviço Social, Filosofia, Educação Física, Área Empresarial.
Verificamos que, para todas, o Psicodrama Pedagógico e os Jogos Dramáticos contém técnicas apropriadas e recursos de auxílio às suas profissões.
Através da representação, os profissionais podem visualizar novos ângulos para seus trabalhos.
A metodologia psicodramática presta relevante contribuição à ciência por possibilitar maior compreensão de temas e aprofundamento de conhecimentos através de suas eficientes técnicas e por propiciar o desenvolvimento da capacidade criativa, espontaneidade e sociabilização.
Nos cursos de Psicodrama Pedagógico e Jogos dramáticos que realizamos com professores, foram vivenciadas técnicas dramáticas abrangendo várias matérias curriculares, entre elas: ciências, geografia, português, história e matemática.
Fizeram parte de nossos cursos de ¨Psicodrama Pedagógico¨ e ¨Jogos Para o Desenvolvimento Humano¨, profissionais de outras áreas, além da Psicologia e Pedagogia. Entre elas, Artes, Serviço Social, Filosofia, Educação Física, Área Empresarial.
Verificamos que, para todas, o Psicodrama Pedagógico e os Jogos Dramáticos contém técnicas apropriadas e recursos de auxílio às suas profissões.
Através da representação, os profissionais podem visualizar novos ângulos para seus trabalhos.
A metodologia psicodramática presta relevante contribuição à ciência por possibilitar maior compreensão de temas e aprofundamento de conhecimentos através de suas eficientes técnicas e por propiciar o desenvolvimento da capacidade criativa, espontaneidade e sociabilização.
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Quem corrige o zombador atrai ignomínia, quem repreende o ímpio, a desonra...
"Quem corrige o zombador atrai ignomínia, quem repreende o ímpio, a desonra. Não repreendas o zombador porque te odiará, repreende o ...
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Bhagavad-gītā 2.23 nainaṁ chindanti śastrāṇi nainaṁ dahati pāvakaḥ na cainaṁ kledayanty āpo na śoṣayati mārutaḥ Sinônimos na — nunca; e...
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Pedagogia empresarial Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação , pesquisa Pedagogia empresarial designa as atividades de ...
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O Kali-Santarana Upanishad (sânscrito: कलिसन्तरणोपनिषद्, IAST: Kali-Saṇṭāraṇa Upaniṣad), também chamado de Kalisantaraṇopaniṣad , é u...
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Staal observa que embora o nome Yajnavalkya seja derivado de yajna , que conota ritual, Yajnavalkya é referido como "um pensador, não...
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Guilherme Ribeiro Diálogos do Sul Global Bauru (SP) 14 de março de 2023 às 20:29 No último dia 6 de fevereiro, terremotos atingiram ...
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Visão psíquica de Ramatís Segundo informações que nos foram trazidas, RAMATÍS é entidade de princípios universalistas, filiado ao grupo ...