GRATIDÃO! UMA VIRTUDE DE POUCOS!
Por Fabio Campos
Texto base: “Certa ocasião Davi perguntou: “Resta ainda alguém da família de Saul, a quem eu possa mostrar lealdade por causa de minha amizade com Jônatas”?". – 2 Samuel 9.1 (NVI).
Por que “gratidão” é para poucos? Podemos definir “gratidão” sendo um sentimento ou emoção em consequência do reconhecimento de uma boa ação praticada em auxilio ou favor de alguém. Trata do senso de “dívida” e assim querer agradecer alguém de alguma forma por ter feito algo muito benéfico. Uma breve reflexão: o número de pessoas é maioria ou minoria a qual você se lembra de que foram gratos por terem recebido o seu favor? Vide o tema de nossa reflexão: “Gratidão! Uma virtude de poucos”!
Lembro-me agora de várias pessoas que foram instrumentos de Deus para abençoar minha vida. Muitas mesmo! Cada uma tem o seu valor e a sua importância no seu devido contexto. Sem desmerecer a ninguém e devido ao tempo, não vou poder citar todas. Por isso quero inserir neste artigo apenas uma para trazer luz a nossa reflexão. Um irmão que foi fundamental nos meus primeiros passos na caminhada e vida cristã, Roberto Figueredo, o qual chamo afetuosamente por Betão. Sua esposa Sabrina também incluo neste reconhecimento.
Hoje não congregamos mais no mesmo ministério, mas nosso vinculo é fruto da oração de Nosso Senhor Jesus [em João 17] “... guarda-os para que sejam um”. Está além da placa denominacional! Vez e outra afirmo sua importância na minha vida. O rei Davi é uma das personagens bíblicas que me inspiram a ter este gesto. Não a menos ele foi chamado pelo próprio Deus de um “homem segundo o Seu coração”.
Uma das passagens bíblicas que me emocionam é a narrativa da amizade entre “Jônatas e Davi”. Jônatas foi filho do rei Saul; o rei tinha muita inveja de Davi por ter Deus o escolhido para ser rei de Israel ainda reinando no trono Saul. Por isso Saul planejou sua morte e Davi desconfiado disso pediu ao filho de Saul, Jônatas, para ajuda-lo a escapar de suas mãos. Isto aconteceu e Davi fugiu de Saul dentro de um pacto feito entre ele e seu amigo mais chegado que um irmão, Jônatas. Ambos amavam um ao outro como a si mesmo. E Jônatas pediu a Davi: “... trate sempre a minha família com bondade” (1 Sm 20). Passado alguns anos Davi se lembrou de seu juramento feito a Jônatas e do seu amor para com o seu amigo, e assim perguntou: "Resta ainda alguém da família de Saul, a quem eu possa mostrar lealdade por causa de minha amizade com Jônatas?" (2 Sm 9.1).
Nisto lembraram o rei Davi de que existia um sobrevivente. Seu nome era Mefibosete, filho de Jônatas, aleijado dos dois pés. Davi então mandou busca-lo e a ele disse: “Eu serei bondoso com você por causa de Jônatas, o seu pai”. E sucedeu que Davi deu de volta todas as terras que pertenciam ao seu avô Saul, dizendo que ele, Mefibosete, sempre seria bem-vindo à sua mesa. Dali em diante Mefibosete passou a ser tratado como filho do rei Davi, não por direito jurídico, simples e unicamente pela gratidão de Davi ao seu amigo Jônatas (2 Sm 9).
Temos muitos homens entre nós inteligentes, intrépidos na pregação e na evangelização, diligentes no ministério – mas poucos com gratidão no coração para com aqueles que fizeram parte da construção a qual hoje está construída. Partindo deste pressuposto podemos entender um pouquinho da ira de Deus para com aqueles que não “honram a seus pais”. A quem mais poderíamos ser gratos nesta terra? O ápice desta abominação a Deus Pai é dita pelo próprio Senhor Jesus, quando os religiosos dedicavam algo a Deus em detrimento das necessidades de seus pais (Mc 7.1-13). Isso é ingratidão e Deus não se agrada de tal coisa e nem a recebe como “boa-obra”.
É necessário trazermos constantemente a nossa memória de onde saímos e aqueles que nos ajudaram. Quando fazemos tal coisa ratificamos a “lealdade do próprio Deus” na vida destes, conforme disse Davi. Qual foi a última vez que você mandou uma mensagem a alguém reconhecendo aquilo que tal pessoa fez por você? Isso é importante para você e talvez o que a outra pessoa está esperando há tanto tempo com o coração triste. Não deixe de afirmar sua gratidão para com aqueles que te ajudaram. Isso é agradável a Deus e O glorifica.
Caro amigo, termino esta breve reflexão dizendo que a gratidão é para poucos. Ela não anda visando o futuro e nem observando o presente naquilo que outrem possa ainda lhe trazer por beneficio. Ela é grata pelo que já recebeu no passado, e por isso, não cobra e nem acusa falta, do que o outro, ainda possa lhe dar. Antes, só agradece sem a motivação de “ganhar mais ajuda”. Com a minha mente transformada pela Palavra de Deus e discernindo pela mente de Cristo (1 Co 2.15-16), posso dizer, ainda que em nosso meio, poucos têm esta virtude, a saber, “gratidão”!
Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,
Soli Deo Gloria!
Fabio Campos
Obrigado pela visita, e volte sempre.
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