A iniciação musical na Educação Infantil e nas séries iniciais do Fundamental estimula áreas do cérebro da criança que vão beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. Além, é claro, de ser um grande barato!
POR: Giovana Girardi
A professora Katia Cassia dos Santos, de Diadema, busca a afinação com sua turma de 1ª série: flauta doce na iniciação musical. (Crédito: Gustavo Lourenção)
"Quem já viu um prato?"
- Eeeeeeeeuuuuuu!!!
- Mas não é o de comer.
- Aahhh...
- É aquele que quando bate faz... Querem ver? - (Toca no aparelho de CD o som do prato de bateria)
- Eu já ouvi, eu já ouvi!
- Eu também!
O diálogo acima, comandado pelo professor de Educação Infantil Fausto José de Gouveia, deu início a uma das atividades de música da Escola Municipal Serraria, em Diadema (SP). Fausto conduzia a turminha de 5 anos com a leitura do livro Conheça a Orquestra (Ann Hayes, Ed. Ática, 18,50 reais). O objetivo era apresentar, além dos instrumentos musicais, noções de agudo e grave por meio da comparação com o som dos bichos. A criançada se divertia enquanto imaginava o rugido do leão e o "pom, pom, pom" do baixo. Com isso aprendia: "Cada animal, um som diferente, assim como os instrumentos". Na seqüência, as crianças ouviram mais histórias, sapatearam, cantaram e brincaram de Escravos de Jó, reunindo canto, ritmo e coordenação motora. Entre versos e rimas, noções de intensidade e pulsação.
- Eeeeeeeeuuuuuu!!!
- Mas não é o de comer.
- Aahhh...
- É aquele que quando bate faz... Querem ver? - (Toca no aparelho de CD o som do prato de bateria)
- Eu já ouvi, eu já ouvi!
- Eu também!
O diálogo acima, comandado pelo professor de Educação Infantil Fausto José de Gouveia, deu início a uma das atividades de música da Escola Municipal Serraria, em Diadema (SP). Fausto conduzia a turminha de 5 anos com a leitura do livro Conheça a Orquestra (Ann Hayes, Ed. Ática, 18,50 reais). O objetivo era apresentar, além dos instrumentos musicais, noções de agudo e grave por meio da comparação com o som dos bichos. A criançada se divertia enquanto imaginava o rugido do leão e o "pom, pom, pom" do baixo. Com isso aprendia: "Cada animal, um som diferente, assim como os instrumentos". Na seqüência, as crianças ouviram mais histórias, sapatearam, cantaram e brincaram de Escravos de Jó, reunindo canto, ritmo e coordenação motora. Entre versos e rimas, noções de intensidade e pulsação.
Em uma classe perto dali, um pouco mais velhos, os alunos da 1ª série da professora Katia Cassia Santos, da Escola Municipal Anita Malfati, começavam uma nova etapa do aprendizado musical: tocar flauta doce. Dedinho indicador e polegar fechando os primeiros buraquinhos do instrumento, um em cima, outro na parte inferior, todos faziam, de início, a maior algazarra. Aos poucos afinavam a nota.
Música para quê?
Realizar esse tipo de trabalho ajuda a melhorar a sensibilidade das crianças, a capacidade de concentração e a memória, trazendo benefícios ao processo de alfabetização e ao raciocínio matemático. "A música estimula áreas do cérebro não desenvolvidas por outras linguagens, como a escrita e a oral. É como se tornássemos o nosso 'hardware' mais poderoso", explica a pedagoga Maria Lúcia Cruz Suzigan, especialista no ensino de música para crianças. Essas áreas se interligam e se influenciam. Sem música, a chance é desperdiçada. Segundo Maria Lúcia, quanto mais cedo a escola começar o trabalho, melhor. "Essa linguagem, embora antes fosse mais comum, faz parte de cultura das crianças por causa das canções de ninar e das brincadeiras. O pouco que ainda resta abre um oportuno espaço para o trabalho na escola."
Se você já sabe que a linguagem musical é importante para as crianças, mas tem medo, se acha desafinado, não toca um instrumento e não sabe por onde começar, os pesquisadores da área procuram desfazer o mito de que é difícil ensinar música para crianças sem ser músico. "Não é complicado, só trabalhoso. Não se espera que o professor de música seja um músico, assim como não se imagina que o alfabetizador é um grande escritor", enfatiza Maria Lúcia. Ela criou nas prefeituras de Diadema e Itu, em São Paulo, um programa de capacitação dos professores da rede que inclui formação e planejamento de atividades.
Para aprender coisas novas é necessário enfrentar a barreira do medo e quebrar o paradigma do dom. "Se você não é muito afinado, não faz mal, pode usar uma gravação e cantar com a criançada. Quando na escola há alguém que toca violão, essa pessoa pode fazer um acompanhamento", afirma Rozelis Aronchi Cruz, que coordena o projeto em Diadema.
Se não há o amparo da rede de ensino, não desanime. "Aventure-se um pouco", defende José Henrique Nogueira, que há 18 anos dá atividades de música na Educação Infantil e recentemente começou ensinar como se faz isso no curso de pedagogia da Universidade Católica de Petrópolis, no Rio de Janeiro. De início ele sugere a leitura do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. O volume 3 traz orientações para crianças de 0 a 6 anos e uma discografia.
"Ajuda muito um planejamento das atividades que inclua a preocupação constante com a linguagem musical. A música não pode ficar restrita a eventos como festas e datas marcantes, mas deve ser uma prática diária", completa Elvira de Souza Lima, pesquisadora em desenvolvimento humano e orientadora dos programas de ensino musical das prefeituras de Blumenau (SC), Coronel Fabriciano (MG) e Guarulhos (SP).
Se você já sabe que a linguagem musical é importante para as crianças, mas tem medo, se acha desafinado, não toca um instrumento e não sabe por onde começar, os pesquisadores da área procuram desfazer o mito de que é difícil ensinar música para crianças sem ser músico. "Não é complicado, só trabalhoso. Não se espera que o professor de música seja um músico, assim como não se imagina que o alfabetizador é um grande escritor", enfatiza Maria Lúcia. Ela criou nas prefeituras de Diadema e Itu, em São Paulo, um programa de capacitação dos professores da rede que inclui formação e planejamento de atividades.
Para aprender coisas novas é necessário enfrentar a barreira do medo e quebrar o paradigma do dom. "Se você não é muito afinado, não faz mal, pode usar uma gravação e cantar com a criançada. Quando na escola há alguém que toca violão, essa pessoa pode fazer um acompanhamento", afirma Rozelis Aronchi Cruz, que coordena o projeto em Diadema.
Se não há o amparo da rede de ensino, não desanime. "Aventure-se um pouco", defende José Henrique Nogueira, que há 18 anos dá atividades de música na Educação Infantil e recentemente começou ensinar como se faz isso no curso de pedagogia da Universidade Católica de Petrópolis, no Rio de Janeiro. De início ele sugere a leitura do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. O volume 3 traz orientações para crianças de 0 a 6 anos e uma discografia.
"Ajuda muito um planejamento das atividades que inclua a preocupação constante com a linguagem musical. A música não pode ficar restrita a eventos como festas e datas marcantes, mas deve ser uma prática diária", completa Elvira de Souza Lima, pesquisadora em desenvolvimento humano e orientadora dos programas de ensino musical das prefeituras de Blumenau (SC), Coronel Fabriciano (MG) e Guarulhos (SP).
Fausto inicia uma atividade de educação Infantil com o livro Conhecendo a Orquestra
Repertório não falta
Mas o que tocar, como montar a atividade?, você perguntaria. Comece pela ampliação do repertório. "Além dos infantis, a criança pode ouvir de tudo: do erudito ao jazz, do folclore à MPB", afirma Maria Lúcia. Mas cuidado ao pedir que a meninada cante. "Nessa hora, não dá para usar uma Tetê Espíndola, porque a criança não vai conseguir alcançar o tom", explica Katia. Existem títulos em CD preparados para cada fim (veja quadro).
Contar historinhas musicadas é também um caminho interessante. Tanto Fausto como Katia usam esse recurso para dar início à atividade e "esquentar" a criançada. Como o professor trabalha com crianças mais novas, improvisa sobre uma cantiga infantil e pede que seja acompanhada por gestos: "Fui ao mercado comprar café, veio a formiguinha e picou o meu pé. Eu sacudi, sacudi, sacudi, mas a formiguinha não parava de subir". Trocando o café por outros ingredientes e o pé por outras partes do corpo, ele mantém a rima e faz todos pularem e cantarem (no ritmo). Com a turma descontraída, fica mais fácil iniciar uma atividade que pede mais concentração, como a dos Escravos de Jó.
Katia, com sua turma de 7 anos, está um pouco mais à frente. Munida de um avental com fantoches de dedo nos bolsos, ela conta A Bela Adormecida. Depois, coloca para a classe ouvir A Linda Rosa Juvenil (versão musicada da história) e pede à garotada que cante: ora as meninas, ora os meninos e em seguida todos juntos. O trabalho com instrumentos já é desenvolvido na turma, mas só deve começar a partir dos 6 anos, recomenda Maria Lúcia. José Henrique sugere ainda que se utilize a música em um contexto maior para a criança vivenciar toda a história que a envolve. E cita como exemplo o aniversário de 90 anos de Dorival Caymmi. "Ótima ocasião para explorar suas músicas, estudar a Bahia, o cacau, o mar", propõe.
Os exemplos não são isolados. Fausto não ficará apenas na cantiga e José Henrique não se resumirá ao contexto cultural. As atividades se complementam em um conteúdo integral, cujo objetivo é ensinar uma linguagem que a criança poderá compreender e com a qual poderá se expressar, a da música.
Contar historinhas musicadas é também um caminho interessante. Tanto Fausto como Katia usam esse recurso para dar início à atividade e "esquentar" a criançada. Como o professor trabalha com crianças mais novas, improvisa sobre uma cantiga infantil e pede que seja acompanhada por gestos: "Fui ao mercado comprar café, veio a formiguinha e picou o meu pé. Eu sacudi, sacudi, sacudi, mas a formiguinha não parava de subir". Trocando o café por outros ingredientes e o pé por outras partes do corpo, ele mantém a rima e faz todos pularem e cantarem (no ritmo). Com a turma descontraída, fica mais fácil iniciar uma atividade que pede mais concentração, como a dos Escravos de Jó.
Katia, com sua turma de 7 anos, está um pouco mais à frente. Munida de um avental com fantoches de dedo nos bolsos, ela conta A Bela Adormecida. Depois, coloca para a classe ouvir A Linda Rosa Juvenil (versão musicada da história) e pede à garotada que cante: ora as meninas, ora os meninos e em seguida todos juntos. O trabalho com instrumentos já é desenvolvido na turma, mas só deve começar a partir dos 6 anos, recomenda Maria Lúcia. José Henrique sugere ainda que se utilize a música em um contexto maior para a criança vivenciar toda a história que a envolve. E cita como exemplo o aniversário de 90 anos de Dorival Caymmi. "Ótima ocasião para explorar suas músicas, estudar a Bahia, o cacau, o mar", propõe.
Os exemplos não são isolados. Fausto não ficará apenas na cantiga e José Henrique não se resumirá ao contexto cultural. As atividades se complementam em um conteúdo integral, cujo objetivo é ensinar uma linguagem que a criança poderá compreender e com a qual poderá se expressar, a da música.
O certo e o errado na iniciação musical
Orquestra afinada
Cantar muito Varie o repertório. Se você se sentir muito desafinado, recorra aos CDs. Alguns foram feitos para esse fim, como Músicas Folclóricas Brasileiras e Festas na Escola (Ed. G4, 15 reais cada). Outras opções são os livros acompanhados de CD O Tesouro das Cantigas para Crianças (Vol. 1 e 2, Ana Maria Machado, Ed. Nova Fronteira, 35 reais cada) e Cadernos de Atividades (Roseli Lepique e Mônica Lima, Ed. G4, 30 reais).
Brincar de roda É uma forma divertida de fazer a criança cantar, apurar a afinação, a percepção rítmica e melódica. O livro Brincando de Roda (Íris Costa Novaes, Ed. Agir, esgotado) traz uma série de sugestões.
Assistir a filmes Uma sugestão é o vídeo Pedro e o Lobo, da coleção Meus Contos Favoritos (Disney, 26,50 reais). As crianças poderão conhecer o som de diferentes instrumentos da orquestra.
Contar histórias As crianças gostam de ouvir, de contar e de cantar histórias. Use fantoches e proponha dramatizações. Ajuda nessa atividade o CD Mil Pássaros (Palavra Cantada, 22 reais).
Bater bola Bater a bola no chão (como no basquete) desenvolve o senso rítmico e a manutenção do andamento. É um desafio para crianças mais novas. Outra brincadeira tradicional, de bater bola na parede, pegá-la de volta realizando malabarismos enquanto se recita uma parlenda, também estimula muito a construção do controle rítmico.
Adivinhar Guarde em uma caixa objetos com sons diferentes: sininhos, chocalhos, apitos de pássaros, reco-reco, latas, flauta. No primeiro momento, deixe a turma olhar e experimentar. Depois, cubra os olhos das crianças e faça você o som, para que elas tentem descobrir o objeto. É um exercício preparatório para a percepção do timbre.
Pular corda Parece simples: duas crianças giram a corda e outra pula. Mas na atividade as crianças desenvolvem a nada trivial capacidade de prever o tempo rítmico. As crianças que giram a corda, por mais "ensaiadas", variam a velocidade. É como a dinâmica, nada constante, de um quinteto de jazz que interpreta uma canção. Há uma variação normal do movimento. A criança que pula tem de prever o movimento e pular no instante certo, se adaptando ao que vai acontecer e não ao que já aconteceu.
Construir objetos sonoros Encha potinhos de plástico ou latinhas de refrigerante (tenha o cuidado de pintá-los da mesma cor) com diferentes materiais (pedrinhas, botões, milho, arroz) e mostre às crianças as diferenças de sons (graves, médios e agudos). Depois peça a elas para organizá-los do mais grave para o mais agudo e vice-versa. O exercício pode evoluir para o toque do xilofone. O ideal é usar os que podem ser desmontados, para que a criança remonte seguindo as ordens acima.
Escutar o ambiente Convide todos a fechar os olhos e escutar. Depois converse sobre o que ouviram. Sons naturais (canto dos pássaros, latido de cães, vozes, vento, chuva) ou produzidos por máquinas e instrumentos musicais. Vale a pena também passear com as crianças pela escola para que elas observem os sons do cotidiano nos diferentes ambientes, como pátio, cozinha, corredores. Depois as crianças podem fazer mapas registrando suas observações, o que vai estimular a audição.
Tocar flauta doce Muitas secretarias de educação e escolas particulares têm adotado o uso da flauta na educação musical. É um instrumento fácil de ser dominado a partir de 5 anos. Você também pode aprender rapidamente. Um livro bastante usado é o Método de Flauta Doce, com CDs (Editora G4, 30 reais), que traz 22 músicas (com a melodia e apenas com o acompanhamento).
Ih, desafinou!
Cantar muito Varie o repertório. Se você se sentir muito desafinado, recorra aos CDs. Alguns foram feitos para esse fim, como Músicas Folclóricas Brasileiras e Festas na Escola (Ed. G4, 15 reais cada). Outras opções são os livros acompanhados de CD O Tesouro das Cantigas para Crianças (Vol. 1 e 2, Ana Maria Machado, Ed. Nova Fronteira, 35 reais cada) e Cadernos de Atividades (Roseli Lepique e Mônica Lima, Ed. G4, 30 reais).
Brincar de roda É uma forma divertida de fazer a criança cantar, apurar a afinação, a percepção rítmica e melódica. O livro Brincando de Roda (Íris Costa Novaes, Ed. Agir, esgotado) traz uma série de sugestões.
Assistir a filmes Uma sugestão é o vídeo Pedro e o Lobo, da coleção Meus Contos Favoritos (Disney, 26,50 reais). As crianças poderão conhecer o som de diferentes instrumentos da orquestra.
Contar histórias As crianças gostam de ouvir, de contar e de cantar histórias. Use fantoches e proponha dramatizações. Ajuda nessa atividade o CD Mil Pássaros (Palavra Cantada, 22 reais).
Bater bola Bater a bola no chão (como no basquete) desenvolve o senso rítmico e a manutenção do andamento. É um desafio para crianças mais novas. Outra brincadeira tradicional, de bater bola na parede, pegá-la de volta realizando malabarismos enquanto se recita uma parlenda, também estimula muito a construção do controle rítmico.
Adivinhar Guarde em uma caixa objetos com sons diferentes: sininhos, chocalhos, apitos de pássaros, reco-reco, latas, flauta. No primeiro momento, deixe a turma olhar e experimentar. Depois, cubra os olhos das crianças e faça você o som, para que elas tentem descobrir o objeto. É um exercício preparatório para a percepção do timbre.
Pular corda Parece simples: duas crianças giram a corda e outra pula. Mas na atividade as crianças desenvolvem a nada trivial capacidade de prever o tempo rítmico. As crianças que giram a corda, por mais "ensaiadas", variam a velocidade. É como a dinâmica, nada constante, de um quinteto de jazz que interpreta uma canção. Há uma variação normal do movimento. A criança que pula tem de prever o movimento e pular no instante certo, se adaptando ao que vai acontecer e não ao que já aconteceu.
Construir objetos sonoros Encha potinhos de plástico ou latinhas de refrigerante (tenha o cuidado de pintá-los da mesma cor) com diferentes materiais (pedrinhas, botões, milho, arroz) e mostre às crianças as diferenças de sons (graves, médios e agudos). Depois peça a elas para organizá-los do mais grave para o mais agudo e vice-versa. O exercício pode evoluir para o toque do xilofone. O ideal é usar os que podem ser desmontados, para que a criança remonte seguindo as ordens acima.
Escutar o ambiente Convide todos a fechar os olhos e escutar. Depois converse sobre o que ouviram. Sons naturais (canto dos pássaros, latido de cães, vozes, vento, chuva) ou produzidos por máquinas e instrumentos musicais. Vale a pena também passear com as crianças pela escola para que elas observem os sons do cotidiano nos diferentes ambientes, como pátio, cozinha, corredores. Depois as crianças podem fazer mapas registrando suas observações, o que vai estimular a audição.
Tocar flauta doce Muitas secretarias de educação e escolas particulares têm adotado o uso da flauta na educação musical. É um instrumento fácil de ser dominado a partir de 5 anos. Você também pode aprender rapidamente. Um livro bastante usado é o Método de Flauta Doce, com CDs (Editora G4, 30 reais), que traz 22 músicas (com a melodia e apenas com o acompanhamento).
Ih, desafinou!
- É um erro pensar que trabalhando somente a letra da música você está fazendo educação musical. Nesse caso, você apenas está trabalhando poesia.
- É um equívoco trabalhar a música apenas em ocasiões especiais, sem que se faça um planejamento a longo prazo
- Evite usar a música somente para formar hábitos e atitudes - como lavar as mãos, escovar os dentes - ou para ajudar a memorizar números ou letras do alfabeto. Essas canções costumam ser acompanhadas por gestos corporais que são imitados pelas crianças de forma mecânica, sem criatividade.
- Focar as atividades em bandinhas rítmicas ou na confecção de instrumentos de sucata também não é recomendável. Esse material geralmente fica com uma qualidade sonora deficiente e reforça a imitação, deixando pouco espaço para as atividades de criação e percepção.
Obrigado pela visita, volte sempre.
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