Por Alexandre Borges
Em tempos de grandes tragédias, é comum que as demonstrações de solidariedade, tristeza e afeto se multipliquem, o que é ótimo e merece todos os aplausos. Sem amor fraternal e altruísta, não se constrói nada que preste.
Em tempos de grandes tragédias, é comum que as demonstrações de solidariedade, tristeza e afeto se multipliquem, o que é ótimo e merece todos os aplausos. Sem amor fraternal e altruísta, não se constrói nada que preste.
As homenagens realizadas pelo povo colombiano às vítimas do acidente aéreo do vôo da LaMia ficarão para sempre em nossas memórias como prova de que nem tudo está perdido, que no peito da humanidade ainda bate um coração solidário e bom. Nunca conseguiremos ser gratos o suficiente a eles por isso.
É nestes momentos também que aparece a turma da “virtude ostentação” (“virtue signalling”, numa tradução livre do termo criado por James Bartholomew num artigo da The Spectator), uma cafonice típica da era das redes sociais e suas hashtags.
O “virtuoso ostentação” é aquele tipo de exibicionista que tenta fazer com que o assunto deixe de ser as vítimas e passe a ser ele próprio, seus sentimentos e como ele é bom por se sentir triste. A “virtude ostentação” de virtude não tem nada, é apenas soberba, um dos sete pecados capitais.
Não por acaso, o “virtuoso ostentação” não costuma ser muito solidário com quem mora ao lado, incluindo amigos e família, não demonstra gentileza fora do mundo virtual e, pior dos males modernos, não se importa com as consequências práticas das idéias que defende. Basta que ele se sinta bem com o que diz e que todos cliquem e vejam como ele é bom.
Se você perceber que um conhecido está, propositadamente ou não, caindo na armadilha de praticar “virtude ostentação”, faça um convite para que ele doe tempo ou dinheiro de verdade para a causa, que ele dê mais que um textão para as vítimas da tragédia que ele tenta sinalizar ao mundo que se preocupa.
Ajude o “virtuoso ostentação” a que ele descubra que a verdadeira virtude está em atitudes opostas, despidas de vaidade e exibicionismo, mas repletas de bondade e solidariedade que fazem a diferença, mesmo que ninguém esteja olhando ou clicando.
Obrigado pela visita, e volte sempre.
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