26/04/2018
Vivemos em época de grandes mudanças e consciência alimentar. O Veganismo e vegetarianismo viraram assunto em destaque tanto nas mídias sociais, quanto nos meios de comunicação. O mercado para produtos isentos de ingredientes de origem animal cresce 40% a cada ano no Brasil.
Em meio a tantas novas informações sobre o problema da causa animal, muitos têm se voltado à Índia, país de tradição vegetariana, em busca de receitas e novos sabores.
O uso de especiarias como Açafrão-da-terra, curry, gengibre, cominho, entre muitas outras transformam, a culinária caseira em um verdadeiro hospital para mente e corpo. O uso de temperos sátvicos é responsável pela imunidade, saúde, força, estabilidade e clareza mental.
No entanto, é preciso admitir que muitas receitas que encontramos em websites vegetarianos, vegans e indianos, a quantidade de temperos picantes, rajásicos e tamásicos*, como a cebola e o alho, é muito alta. (*Veja mais sobre Gunas ao final do texto).
Muitas dessas receitas, apesar de vegetarianas, podem desestabilizar principalmente o elemento Pitta Dosha podendo ser responsável por instabilidade na mente e sentimentos negativos.
Não é possível nos imaginar comendo uma cebola inteira e dois dentes de alho puros de uma só vez. A natureza fez estes alimentos de uma forma que eles não sejam consumidos rotineiramente como no caso de uma fruta, tomates, batatas, por exemplo.
No entanto, é isto o que muitas receitas adicionam ao refogado de seus pratos diários.
O que diz o Ayurveda sobre cebola e alho
Existe uma lenda hindu sobre a origem da cebola e alho. De acordo com escrituras, Vishnu servia o Néctar da imortalidade aos semideuses, e um demônio disfarçou-se e sentou-se na fila também para receber. O Sol e a Lua alertaram Vishnu sobre o demônio e assim que Vishnu o viu lhe cortou a cabeça, dando origem aos nodos lunares Rahu (cabeça) e Ketu (corpo). A mistura do néctar que estava prestes a ser dado ao demônio com seu sangue caiu no chão e desta combinação surgiu a cebola e alho.
No ayurveda, cebola e alho são tidos como remédios para gripes, resfriados, imunidade, purificação sanguínea e infecções. O uso em demasia não é recomendado uma vez que, assim como na lenda de Rahu e Ketu, esses ingredientes também oferecem uma curiosa combinação de propriedade medicinais e efeitos que desestabilizam a mente e consciência humana.
Os 4 erros que cometemos ao consumir cebola e alho em excesso
Todos os alimentos que ingerimos tem um efeito em nossa composição sutil. Há alimentos sátvicos, rajásicos e tamásicos. Cebola e alho fazem parte da segunda e terceira categoria e em excesso, podem trazer os seguintes problemas:
1
Estímulo exagerado de paixões, agressividade, desequilibra as emoções e a consciência e cria baixa de energia (depressão)
Estímulo exagerado de paixões, agressividade, desequilibra as emoções e a consciência e cria baixa de energia (depressão)
2
Desequilíbrio do fígado, baço, pulmões, rins e coração
Desequilíbrio do fígado, baço, pulmões, rins e coração
3
Vegetais picantes produzem respiração ofegante e dificultosa e produzem odores corporais desagradáveis
4
Estimula o sistema nervoso central desestabilizando brahmacharya em iogues e estudantes espirituais, causando danos físicos, emocionais, mentais e espirituais.
O que são os Gunas?
De acordo com o dr. David Frawley, renomado autor no campo da ciência e espiritualidade, a natureza possui uma energia qualitativa por meio da qual podemos nos expandir na sabedoria ou nos contrair na ignorância. Essas forças fundamentais que determinam nosso desenvolvimento espiritual são chamadas de Gunas, em sânscrito, significando "o que ata", pois são energias que podem nos prender ou liberar do mundo exterior.
S a t w a - a inteligência, partilha o equilíbrio, virtude bondade, cria estabilidade. Leve e luminosa em sua natureza.
R a j a s - a energia, causa mudança, atividade, agitação. Acrescenta um desequilíbrio que perturba o equilíbrio já existente.
T a m a s - a substância, cria a inércia, embotamento, funciona como força de gravidade que retarda as coisas, prendendo-as em formas específicas e limitadas.
Os três Gunas são as qualidades mais sutis da natureza, e fundamentam a matéria, a vida, a mente. São as energias por meio das quais não apenas a mente superficial, mas também nossa consciência mais profunda funcionam.. São as forças da alma que detêm o karma e os desejos que nos impelem de um nascimento a outro. Os Gunas pertencem à própria Natureza na forma de seu potencial de diversificação.
REFERÊNCIA
FRAWLEY, David. Uma Visão Ayurvédica da mente. 1. ed. São Paulo: Pensamento, 1999. 252p.
- Credito Imagem: Fonte
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