sábado, 27 de fevereiro de 2021

Baladeva Vidyabhusana, o Vedantista Gaudiya

Baladeva Vidyabhusana, o Vedantista Gaudiya

5 R (artigo - Sucess¦o Discipular e Mestre Espiritual) Baladeva Vidyabhusana, o Vedantista Gaudiya - dia 8 (5303) (bg)

Dayananda Dasa e Nandarani Devi Dasi

A história do surgimento do Govinda-bhasya, o comentário ao Vedanta-sutra dos seguidores de Sri Chaitanya.

Suas vozes nasceram juntamente com o Sol. Era cedo pela manhã em uma escola de uma vila indiana. Os garotos encontravam-se sentados em impecáveis fileiras atrás de manuscritos de folha de palmeira. Enquanto cantavam suas regras gramaticais, lições de retórica e aforismos lógicos a fim de memorizá-los, cada garoto cantava alto o suficiente para ouvir sua voz sobre a voz do garoto ao lado, o que resultava em um confuso misturar de vozes estridentes.

Esta escola, na qual estudou Baladeva no começo do século XVIII, muito se assemelhava a escolas rurais que existiram na Índia por milhares de anos. O sistema perdurou porque era efetivo, produzindo eruditos brilhantes e disciplinados, e Baladeva estava entre os melhores deles.

Antes de ir para a escola, Baladeva, o filho de um mercador, viveu por muitos anos próximo à cidade Remuna, Orissa. De lá, foi estudar com o grupo de panditas na escola mencionada, que se situa idilicamente às margens do rio Chilkahrada. Os viçosos campos e florestas oriás providenciavam fartamente frutas, legumes e grãos para uma dieta completa e variada. Os garotos estudavam muito, brincavam muito e cresciam confiantes, saudáveis e com boa discriminação.

Quando os estudos de Baladeva na escola chegaram ao fim, ele não quis retornar para casa e trabalhar no mercado de seu pai. Ele queria ser um estudioso – não um estudioso ordinário, mas um verdadeiro acharya, alguém que pode ensinar sabedoria divina. Um pandita precisa dominar lógica, filosofia, medicina ou cosmologia, mas um acharya precisa saber as escrituras que transmitem a sabedoria mais profunda. Baladeva decidiu estudar filosofia e teologia. Ele se tornaria um vedantista, uma autoridade nos milenares livros védicos de conhecimento. Ele não conseguia pensar em nenhuma outra maneira mais grandiosa pela qual poderia beneficiar a si mesmo ou os demais.

Em busca de um preceptor, Baladeva saiu em peregrinação pelos tirthas, locais sagrados, onde se encontrou com monges e eruditos. Em Mysore (atual Karnataka), sudoeste da Índia, chegou a um eremitério de homens santos que também se chamavam tirthas, seguidores do santo e estudioso Ananda Tirtha (1197-1273 d.C.),  conhecido no passado como Madhvacharya. No monastério, ou matha, Baladeva estudou o Vedanta e dominou as artes do debate e da retórica. Esses talentos ser-lhe-iam de grande utilidade em um desafio que ele teria de enfrentar no futuro, quando ainda muito jovem.

O desafio com que Baladeva se depararia é de suma importância na história do vaishnavismo gaudiya, a escola espiritual à qual a ISKCON, o moderno movimento Hare Krishna, pertence.

Os Gaudiyas em Vrindavana

À época de Baladeva, os vaishnavas gaudiyas, ou seguidores do Senhor Chaitanya Mahaprabhu, estavam bem estabelecidos em Vrindavana, a cidade da Índia setentrional onde o Senhor Krishna atuara Seus passatempos infantis cerca de cinco mil anos atrás. A vida naquela região, entretanto, era frequentemente insegura. Por milhares de anos, o distrito de Vrindavana-Mathura foi periodicamente invadido e saqueado. Contudo, a despeito dessas calamidades, Mathura sempre floresceu como um centro de comércio e cultura. Toda religião antiga do norte da Índia considerava Mathura uma cidade importante.

Em 1512, o Senhor Chaitanya chegou a Mathura. Ele viu que os locais onde Krishna havia desfrutado de Seus passatempos estavam então obscurecidos, em virtude do que passou dois meses localizando e identificando-os. Desejoso de reconstruir Vrindavana e rededicá-la a Krishna, enviou Rupa Gosvami e Sanatana Gosvami, dois de Seus principais discípulos, para a cidade sagrada.

Rupa Gosvami e Sanatana Gosvami desempenharam com sucesso a missão do Senhor Chaitanya em Vrindavana. Eles não apenas reconstruíram os locais sagrados da vida de Krishna, mas também escreveram livros que apresentavam a doutrina do Senhor Chaitanya de uma maneira apropriada tanto para estudiosos quanto para leigos. Srila Jiva Gosvami, sobrinho e discípulo deles, continuou a obra. Ele supervisionou a construção de templos magníficos para a adoração a Krishna, escreveu exaustivos tratados filosóficos sobre a filosofia da consciência de Krishna e distribuiu os manuscritos religiosos dos Gosvamis de Vrindavana ao longo do mundo vaishnava. Em grande parte devido aos esforços de Jiva Gosvami, os vaishnavas gaudiyas foram exitosos no estabelecimento de Vrindavana como o principal local do vaishnavismo no norte da Índia.

Vrindavana sempre foi uma terra sagrada de peregrinação, mas, sob o patronato gaudiya, vicejou como um poderoso centro religioso por 150 anos. Templos e gurus gaudiyas eram dominantes em Vrindavana, mesmo na época da chegada de Baladeva no começo do século XVIII.

Govinda Deixa Vrindavana

Infelizmente, a pacífica liderança dos gaudiyas não pôde prosseguir. Em 1669, o soberano mongol Aurangzeb decretou que os templos e esculturas, ou Deidades, hindus deveriam ser destruídos. As Deidades, sacerdotes e peregrinos estavam em perigo, e os fiéis devotos de Krishna pararam de visitar Vrindavana. Muitos daqueles que tiveram coragem de expressar sua fé foram açoitados ou mortos.

Subsequentemente, os sacerdotes vaishnavas apelaram às dinastias hindus do Rajastão por proteção para si mesmos e para as suas Deidades. A proteção foi concedida, e gradualmente as Deidades migraram para o leste, de modo a estabelecerem-Se em Mewar e em Amber, a antiga capital Jaipur. Todavia, sem Deidades, brahmanas e peregrinos, Vrindavana-Mathura perdeu muito de sua glória.

Uma das principais Deidades de Vrindavana era Govinda, uma imagem de mármore negro de sessenta centímetros de Krishna em Seu aspecto original como um vaqueirinho. Srila Rupa Gosvami O encontrou enquanto escavava os locais sagrados de Vrindavana. Posteriormente, informados de que o exército de Aurangzeb buscaria destruir o esplêndido templo de sete andares de Govinda, os sacerdotes secretamente mudaram a Deidade para o Radha-kunda, um lago sagrado amplamente conhecido como um dos locais mais sagrados no distrito de Mathura.

Transcorrido um ano no Radha-kunda, os sacerdotes transferiram seu refúgio divino para Kaman, uma cidade fortificada no distrito de Mathura, onde um complexo apropriado poderia ser construído para Govinda. Por mais de trinta anos, Ele e duas outras Deidades, Gopinatha e Madana-mohana, permaneceram em Kaman. A maior parte dos peregrinos, no entanto, evitava os regentes mongóis e um clã de pessoas locais chamadas jats, as quais se ergueram contra os mongóis.

Os reis rajputs de Amber viram-se no pivô do conflito entre os mongóis e as guerrilhas jats. Os reis aliaram-se aos mongóis contra os jats, mas patrocinavam as Deidades de Vrindavana, as quais os mongóis queriam destruir.

Ram Singh, o rei de Amber, ordenara em 1671 que Govinda fosse transferido para Kaman, que estava então sob a jurisdição de Amber e Jaipur, embora se situasse no distrito de Mathura. É dito que a transferência fora intencionada como temporária: as Deidades retornariam a Vrindavana quando a agitação política se amainasse. Govinda, todavia, não retornou a Vrindavana. Após trinta e três anos em Kaman, Ele fez outra viagem, desta vez para Amber.

Pouco tempo após o falecimento de Ram Singh, seu filho, Visnu Singh, acompanhou-o para a vida pós morte. Agora, sentou-se no trono de Amber um rei infante, um precoce rei de onze anos de nome Jai Singh, que havia sido condecorado na corte mongol em Agra com a idade de sete anos. Sob o reinado de Jai Singh, Govinda foi transferido em 1707 para a vila chamada Govinda-pura, imediatamente fora de Amber.

O Desafio dos Ramanandis

O novo lar de Govinda tinha pouco em comum com a floresta de Vrindavana, onde vivera formidavelmente. Em Vrindavana, um local sagrado vaishnava, Govinda era irrivalizavelmente o Senhor Supremo. Seu sacerdote, que vinha na linha direta de Rupa Gosvami, o reconhecido líder dos vaishnavas em Vrindavana, desfrutava de irrivalizada autoridade no concernente a questões sobre a filosofia e a prática de bhakti, o serviço devocional a Krishna.

Em Amber, contudo, nem todos os vaishnavas adoravam Krishna. Durante o reino de Prithviraj Singh (1503-1527), um devoto do Senhor Ramachandra chamado Payahari Krishnadasa havia se instalado em Galta, um vale próximo à atual cidade de Jaipur. Payahari foi um discípulo-neto de Ramananda, o reformador do século XIV da sampradaya (linhagem) vaishnava do sul da Índia de Ramanuja. Payahari adorava Sita-Rama, não Radha-Krishna.

Payahari havia se instalado em uma caverna no vale Galta. Ele converteu a rainha Balan Balai ao vaishnavismo ramanandi, e ela, por sua vez, convenceu seu esposo santo, o rei Prithviraj, a patrocinar o estabelecimento de um monastério ramanandi em Galta. Depois disso, Galta tornou-se a sede setentrional da seita Ramanuja.

Por seis gerações, os mahantas (líderes dos templos) ramanandis gozaram de uma privilegiada posição no reino Amber. Porém, com a chegada de Govinda em Amber e Sua popularidade com a família real, a hegemonia ramanandi viu-se ameaçada.

Para Jai Singh, a chegada de Govinda foi especialmente significativa. Apesar da presença de muitas seitas hindus em seu reino, apesar de suas próprias obrigações reais de manter sacrifícios ritualísticos védicos e purânicos e apesar da inquestionável autoridade dos sacerdotes ramanandis, Jai Singh era, acima de tudo, devoto de Govinda. A chegada de Govinda ao seu reino foi um ponto alto em sua busca espiritual pessoal.

Os sacerdotes ramanandis logo se deram conta de que, caso Govinda Se tornasse a Deidade favorita do rei, os sacerdotes gaudiyas assumiriam a autoridade religiosa em Amber. O que seria da ascendência dos ramanandis?

Os ramanandis aproximaram-se então de Jai Singh com uma queixa contra os gaudiyas. Eles questionaram a linhagem gaudiya. Na Índia, muito se preza o parentesco. Caso um indivíduo não possa provar sua legitimidade natal, ele talvez seja rejeitado como um bastardo. O mesmo padrão social se aplica a organizações religiosas. Se um grupo religioso não pode provar sua descendência a partir de uma das tradições reconhecidas, tal grupo corre o risco de ser rejeitado como ilegítimo.

Jai Singh escreveu ao mahanta do templo de Gopinatha, Shyamcharan Sharma, solicitando-lhe que esclarecesse a questão explicando a linhagem dos devotos gaudiyas. Shyamcharan respondeu com uma carta em sânscrito, citando várias escrituras e outras autoridades. Ele explicou que a linhagem gaudiya tivera início com o Senhor Chaitanya, que era o Senhor Supremo. Uma linhagem espiritual originária de Deus é, afinal, irrefutável.

Previsivelmente, os ramanandis não ficaram satisfeitos. Eles disseram: “Há apenas quatro sampradayas, não cinco. Os estudiosos estabeleceram isso com base no Padma Purana”.

É neste ponto que a nossa história nos leva de volta a Baladeva.

A Formação de Baladeva

Antes de os ramanandis queixarem-se em Amber, o jovem Baladeva, vivendo em Mysore, recebera instrução no Vedanta-sutra com os seguidores do grande vedantista Madhvacharya.

A palavra vedanta consiste em duas palavras: veda, “conhecimento”; e anta, “fim”. Desta maneira, vedanta é a culminação do conhecimento védico. Os Vedas são os mais antigos dos escritos sânscritos tradicionais compilados por Srila Vyasadeva. Vyasadeva posteriormente compôs o Vedanta-sutra, que contém em formato conciso a essência das Upanisads (os hinos filosóficos dos Vedas). Porque o Vedanta-sutra é escrito em aforismos, é necessário um comentário para compreendê-lo. O mais antigo e mais famoso comentário ainda existente é o comentário de Shankaracharya (788-820 d.C.).

Shankara foi monista; ele acreditava na unidade última entre o jiva (o ser vivo) e Deus, e ele interpretou o Vedanta-sutra de acordo. Após Shankara, quatro vaishnavas instruídos apresentaram-se no curso de muitas centenas de anos para escreverem comentários ao Vedanta-sutra. Esses vaishnavas escreveram de forma a estabelecer a dualidade entre o jiva e Deus e, deste modo, refutar o ensinamento monista de Shankara.

Esses quatro preceptores vaishnavas – Sri Ramanujacharya, Sri Nimbarka, Sri Madhvacharya e Sri Vishnusvami – estabeleceram as quatro sampradayas vaishnavas reconhecidas. Subsequentes líderes religiosos vaishnavas pertenciam a uma dessas sampradayas e eram, destarte, considerados legítimos. Ramananda alegou que sua linhagem era oriunda de Ramanuja.

Relembramos mais uma vez que Baladeva, em Mysore, havia permanecido no matha da sampradaya de Madhva e estudado o comentário Vedanta-sutra de Madhva.

Ele havia desfrutado de sua educação, mas ele desfrutava ainda mais da aplicação de seu aprendizado. Ele divertia-se em debates; nenhum desafiador era bom demais para ele. E ele estava sempre ávido pela oportunidade de esclarecer outros. Agora, após se tornar um palestrante e debatedor perito, Baladeva deixou Mysore e partiu com destino a Puri, na Orissa, onde novamente passou a residir em um matha Madhva.

Em Puri, Baladeva encontrou-se com Radhadamodara Dasa, um brahmana de Kanyakubja (atual Kanpur), no centro da Índia setentrional. Radhadamodara era discípulo-neto de Rasikananda, um pregador do século XVII que estabeleceu o movimento gaudiya ao longo da Orissa. Radhadamodara, um erudito na filosofia gaudiya, explicou a Baladeva a posição do Senhor Chaitanya, apoiando seus pontos com citações do Mahabharata e do Srimad-Bhagavatam.

Radhadamodara disse: “Sri Krishna Chaitanya é o próprio Senhor Supremo. Ele veio a fim de inundar o mundo com krishna-prema, amor por Krishna. Sri Chaitanya não estava interessado no estudo de muitos comentários ao Vedanta-sutra, pois Ele considerava o Srimad-Bhagavatam, escrito pelo mesmo autor – Vyasa – como sendo o comentário natural. Assim, a partir do Bhagavata e por meio de Seu próprio exemplo, Ele ensinou que devemos servir o Senhor Supremo, Krishna, e absorvermo-nos na audição sobre Ele e na glorificação a Ele. O próprio Sri Chaitanya estava sempre absorto em krishna-prema. Ele, desta forma, não viu necessidade alguma de escrever algum livro”.

Radhadamodara aconselhou Baladeva a estudar o Bhagavata-sandarbha, de Srila Jiva Gosvami. Por dias, Radhadamodara e Baladeva se reuniram e discutiram a obra de Jiva. Baladeva notou que Jiva não era significativamente diferente de Madhva. Com efeito, as filosofias de Jiva e Madhva concordavam nos pontos mais essenciais. Ainda assim, o tratado de Jiva desenvolvia a filosofia vaishnava de uma maneira elegante e lógica que impressionou Baladeva profundamente.

Agora convencido de que a perspectiva gaudiya era verdadeira, Baladeva pediu a Radhadamodara que o iniciasse no sampradaya gaudiya. Baladeva, no entanto, já era um vaishnava iniciado, devido a que Radhadamodara não realizou uma iniciação formal, mas uma cerimônia na qual Baladeva concordou em aceitar e servir Sri Chaitanya Mahaprabhu como o Senhor Supremo. Assim, Baladeva tornou-se membro do sampradaya gaudiya.

Dominando a Filosofia Gaudiya

Baladeva então decidiu viajar para Vrindavana, o centro espiritual da seita gaudiya. Primeiramente, entretanto, ele foi a Navadvipa, onde se encontrou com os vaishnavas de lá e com eles discutiu filosofia. Todos eles disseram-lhe que estudasse com Visvanatha Chakravarti Thakura em Vrindavana. Porque Baladeva ficou muito ávido por encontrar-se com Visvanatha, ele permaneceu apenas um curto período de tempo em Navadvipa antes de dar início à viagem de quase mil e trezentos quilômetros que faria a pé até Vrindavana.

Ao chegar em Vrindavana, Baladeva logo encontrou-se com Visvanatha Cakravarti, apresentou-se e explicou sua trajetória e a história de seu encontro com Radhadamodara em Puri. Visvanatha ficou agradado com o fato de Baladeva ter-lhe buscado para estudar o Srimad-Bhagavatam e sugeriu um dia apropriado para começarem seus estudos. Ele também decidiu que Baladeva deveria estudar os rasa-shastras, obras de devoção avançada, com outro estudioso: Pitambara Dasa.

O apetite de Baladeva foi aguçado lendo o Bhagavata-sandarbha de Jiva Gosvami em Puri. Com Pitambara, Baladeva aprendeu o significado esotérico da filosofia bhagavata, como apresentado nos rasa-shastras. Ele então estudou o Chaitanya-charitamrita, a biografia do Senhor Chaitanya composta por Krishnadasa Kaviraja Gosvami. O Chaitanya-charitamrita é uma obra avançada, destinada àqueles que estudaram completamente as outras escrituras vaishnavas. Completando seu estudo dessa obra culminante, Baladeva qualificou-se para um futuro brilhante como um estudioso gaudiya.

Enquanto isso, em Ambes, os ramanandis continuavam promovendo sua guerra ideológica contra os gaudiyas. Os ramanandis não aceitaram a resposta que os mahantas gaudiyas haviam dado ao rei Jai Singh – de que Sri Chaitanya Mahaprabhu era o próprio Senhor Supremo e que Seu sampradaya situava-se, por conseguinte, acima de qualquer dúvida. Os ramanandis insistiram no princípio de sampradaya chatvarah, “existem apenas quatro sampradayas”, indicando, naturalmente, que os gaudiyas se constituíam de uma quinta e desautorizada linhagem.

Jai Singh preparou-se para o confronto religioso que ele sabia ser inevitável. Ele reuniu e estudou os escritos da seita gaudiya e os comparou aos escritos de outras sampradayas vaishnavas. Ele estudou o Bhagavata Purana e seus comentários de Sridhara Svami, Sanatana Gosvami e Jiva Gosvami. Ele entregou-se ao estudo do Vedanta-sutra e de seus comentários compostos por Shankara, Ramanuja, Madhva, Vallabha e Nimbarka. Ele também examinou as obras de Sanatana Gosvami, Rupa Gosvami, Gopala Bhatta Gosvami, Jiva Gosvami e Krishnadasa Kaviraja Gosvami, os principais teólogos da escola gaudiya. E ele leu o Gita-govinda, de Jayadeva, a poesia que frequentemente evocou expressões de amor extático em Chaitanya Mahaprabhu.

Jai Singh queria conciliar as diferenças entre as principais seitas do vaishnavismo. Ele acreditava que essas diferenças não tinham base filosófica, logo porfiar continuamente não seria de nenhuma utilidade real. Tendo completado sua pesquisa, ele compôs uma tese intitulada Brahma-bodhiniadvogando a unidade dos vaishnavas.

A atração do rei por Krishna havia sido despertada durante sua primeira visita a Vrindavana, como uma criança de sete anos de idade. Ele fora convidado a ir para lá por seu pai, o comandante militar do distrito, o qual havia sido encarregado de proteger as caravanas entre Agra e Mathura. A partir dessa pouca idade, Jai Singh passou a considerar-se devoto de Krishna. Agora, seu estudo dos escritos dos Gosvamis de Vrindavana cristalizou seus sentimentos. Sua devoção a Radha e Krishna, porém, seria testada pelos ramanandis.

“Os gaudiyas não devem adorar Radha e Krishna juntos”, os ramanandis disseram-lhe. “Radha e Krishna não são casados. Não há precedentes dEles sendo adorados juntos! Sita e Rama ficam juntos, e Lakshmi e Narayana, porque são casados. Radha e Krishna, contudo, não são casados”.

Agora os ramanandis estavam incrementando a contenda. Eles não apenas criticaram a linhagem gaudiya, mas também apontaram uma falha no método gaudiya de adoração. Os ramanandis exigiram que Radha fosse removida do altar principal e colocada em outra sala, para ser adorada separadamente.

Jai Singh enviou sua palavra aos mahantas (autoridades religiosas) dos templos gaudiyas. “Vocês têm de preparar uma resposta às críticas verbalizadas pelos ramanandis do vale Galta. Sou simpático à filosofia e à prática de vocês, mas sua resposta deve ser adequada para silenciar os panditas ramanandis, ou então serei forçado a separar Radha de Krishna”.

Os mahantas dos quatro principais templos gaudiyas de Amber enviaram sua resposta por escrito. Eles explicaram que Rupa, Sanatana e Jiva Gosvamis compartilhavam da mesma opinião acerca de Radha e Krishna: Eles podiam ser adorados ou como casados (svakiya-rasa) ou como solteiros (parakiya-rasa), dado que ambos esses passatempos (lila) são eternos. A adoração de Krishna em qualquer lila é adequada para o estabelecimento da relação eterna de um devoto com o Supremo.

Os ramanandis rejeitaram esses argumentos. Lutando por seu poder religioso e político, eles novamente buscaram por Jai Singh.

Como Radha e Krishna não eram casados, os ramanandis queixaram-se, adorá-lOs juntos era mostrar condescendência com a relação questionável dEles. Os ramanandis também criticaram os gaudiyas por adorarem Krishna sem antes adorarem Narayana.

A fim de apaziguar os ramanandis, Jai Singh disse-lhes que solicitaria aos gaudiyas que deixassem a Deidade de Radharani em uma sala separada. Ele também lhes pediria que explicassem sua transgressão da etiqueta vaishnava ao negligenciarem a adoração a Narayana, e solicitaria que provassem sua conexão com a sampradaya de Madhva.

Visvanatha Encarrega Baladeva

Visvanatha Cakravarti, um estudioso de grande renome, viveu em Vrindavana nessa época. Visvanatha nasceu em 1646, em uma vila bengali chamada Saidabad, onde passou os primeiros anos de sua vida. Assim como outros jovens aspirantes à vida renunciada, Visvanatha teve problemas com sua família, a qual lhe prometeu em casamento ainda jovem de modo a prendê-lo na vida doméstica. Como um jovem casado, Visvanatha estudou extensivamente e, enquanto vivia com sua família em Saidabad, escreveu brilhantes comentários a escrituras vaishnavas.

Durante sua vida em Saidabad, Visvanatha recebeu iniciação de Radharamana Cakravarti e estudou o Srimad-Bhagavatam e outras escrituras vaishnavas com o pai de Radharamana, Krishnacharan Chakravarti. Radharamana era distanciado por três gerações do principal preceptor de sua linha, Narottama Dasa Thakura.

Por fim, Visvanatha deixou sua família e partiu para Vrindavana, onde viveu no Radha-kunda. Ele aceitou formalmente as vestes de um renunciante e passou então a ser conhecido como Harivallabha. Ele continuou a escrever e a pregar e, por fim, tornou-se o líder da comunidade gaudiya em Vrindavana.

Quando ocorreu o evento de Govinda mudar-Se para o Rajastão em 1707, Visvanatha tinha mais de sessenta anos. O idoso erudito acompanhou interessado os desenvolvimentos em Amber. O que se daria com Govinda e Seus sacerdotes naquele ambiente pluralístico, no vórtice das forças opostas da devoção do jovem rei, do antagonismo dos ramanandis e da presença ameaçadora de muitíssimas seitas?

Visvanatha regularmente comunicava-se com os mahantas dos templos vaishnavas em Amber. Conquanto ele houvesse esperado por problemas com os ramanandis, o litígio demorou alguns anos antes de intimidar os sacerdotes gaudiyas ou afetar a adoração à Deidade. Agora, ele sabia, eles já se desesperavam diante do crescente antagonismo dos ramanandis.

Visvanatha buscou por Baladeva. “Precisamos refutar os pontos dos ramanandis”, Visvanatha disse ao seu favorito. “Não será fácil, mas podemos derrotá-los”.

Baladeva enfureceu-se com a presunção das críticas dos ramanandis. “Por que devemos estabelecer a legitimidade de nossa linhagem?”, ele exigiu. “O Senhor Supremo, Sri Krishna, apareceu como o Senhor Chaitanya a fim de estabelecer a verdadeira religião para esta era de desavenças. Quando o próprio Deus origina uma tradição religiosa, quem ousaria questionar a legitimidade da mesma?”.

“Os ramanandis questionam”, Visvanatha respondeu, “e eles fundamentam sua crítica na declaração do Padma Purana de que, nesta era, há quatro sampradayas, ou linhas de sucessão discipular. O Purana diz o seguinte: sri-brahma-rudra-sanaka vaishnava-ksiti-pavanah, chatvaras te kalau bhavya hy utkale purushottama. O significado é que os quatro sampradayas vaishnavas – Sri, Brahma, Rudra e Kumara – purificam a Terra”.

“Sim”, respondeu Baladeva, “eu conheço o verso. E os ramanandis dizem que as palavras utkale purushottama significam que esses quatro sampradayas têm seus monastérios na Orissa, em Purushottama-kshetra, a cidade de Jagannatha Puri”.

“Porém, o verdadeiro significado”, prosseguiu Baladeva, “é que o Senhor Supremo, Purushottama, é a quintessência dessas quatro sampradayas. E, quando Ele aparece em Kali-yuga, Ele vive em Jagannatha Puri, como Sri Chaitanya Mahaprabhu. Desta maneira, a linhagem gaudiya não é uma quinta sampradaya, mas a essência das quatro”.

Visvanatha e Baladeva passaram a noite discutindo os outros pontos de contenda dos ramanandis em relação ao movimento do Senhor Chaitanya. Eles desenvolveram a estratégia por meio da qual derrotariam os ramanandis.

Visvanatha enviou Baladeva com Krishnadeva Sarvabhauma a Amber. A chegada de Baladeva lá foi inesperada. Ele era novo na comunidade gaudiya, desconhecido mesmo entre os mahantas gaudiyas de Amber. E ele era jovem. Ninguém, nem mesmo de sua própria tradição, suspeitava que um gigante filosófico vivia dentro da despretensiosa forma daquele santo gaudiya de Vrindavana. Baladeva encontrou dificuldades para obter uma audiência com o rei. E, quando finalmente o conseguiu, os ramanandis na corte estavam prontos para ele.

“Majestade”, Baladeva disse ao rei. “Estou aqui de modo a dar cabo das dúvidas atinentes ao sampradaya gaudiya e seus métodos de adoração”.

“Vossa alteza”, um pandita ramanandi tomou rapidamente a palavra, “solicitamos autorização para nos dirigirmos diretamente a ele!”.

Jai Singh voltou-se a Baladeva. “Vocês podem falar”, o rei disse, confiante de que, se Krishna era de fato o Senhor Supremo, Krishna providenciaria Sua própria defesa.

Os ramanandis deram início com um ataque o qual eles acreditavam que certamente garantiria sua autoridade.

“O problema”, eles disseram a Baladeva, “é que você não pertence a um sampradaya apropriado. Nós, portanto, não podemos aceitar a literatura escrita pelos seus panditas”.

“Eu sou da sampradaya de Madhva”, Baladeva declarou confiante.

“Fui iniciado em Mysore por um tirtha da ordem Madhva. Todavia, Radhadamodara Gosvami e Visvanatha Cakravarti do sampradaya gaudiya também são meus gurus. Eles me ensinaram a filosofia bhagavata”.

Os ramanandis ficaram surpresos. A iniciação Madhva de Baladeva significava que eles teriam de aceitá-lo como um sannyasi e um pandita qualificado de uma linhagem autorizada. Eles tinham a esperança, contudo, de que sua pouca idade poderia indicar alguma carência de perícia. Eles se recompuseram. “Você talvez seja do sampradaya de Madhva, mas os outros gaudiyas não o são!”.

Baladeva reteve sua dignidade e apresentou uma evidência-chave. “Este é o Gaura-ganoddesa-dipika, escrito por Kavi Karnapura há mais de cem anos. Este manuscrito detalha a nossa linhagem oriunda de Madhva”. Baladeva apresentou o manuscrito para inspeção.

Os ramanandis novamente redarguiram: “Se os gaudiyas clamam descenderem de Madhva, então vocês devem basear seus argumentos no comentário de Madhva ao Brahma-sutra. Sabemos que os gaudiyas não têm nenhum comentário próprio”.

Baladeva pensou por um momento. Os gaudiyas jamais haviam escrito um comentário ao Vedanta-sutra porque aceitavam o Srimad-Bhagavatam como o comentário natural. Vyasa é o autor de ambas as obras, e o Senhor Chaitanya ensinou que, quando o autor comenta sua própria obra, sua opinião é a melhor.

Baladeva sabia que os ramanandis rejeitariam esse argumento. Ele também sabia, entretanto, que, caso utilizasse o comentário de Madhva, ele teria dificuldades, dado que o comentário de Madhva não justificaria o estilo de adoração praticado pelos gaudiyas. Baladeva, por conseguinte, decidiu que precisaria escrever pessoalmente um comentário gaudiya. Esse comentário deveria ser baseado no comentário de Madhva, mas poderia ter algumas diferenças admissíveis. “Mostrarei a vocês o nosso comentário”, Baladeva disse. “Por favor, permitam que eu o traga”.

“Perfeitamente, solicite então o envio do mesmo”, consentiu o porta-voz ramanandi.

“Isso não será possível”, respondeu Baladeva. “Precisarei de alguns dias para escrevê-lo”.

Os ramanandis ficaram atônitos. Seria Baladeva capaz de produzir um comentário dentro de poucos dias? Que audácia! Contudo, caso Baladeva pudesse realmente produzi-lo, a posição dos ramanandis poderia ser ameaçada. Será que deveriam conceder-lhe o tempo por ele solicitado?

Antes que pudessem dizer algo, o rei Jai Singh se interpôs. “Sim, o tempo está concedido. Prepare o seu comentário e notifique-nos quando ele estiver pronto. Você precisa saber que, a não ser que apresente um comentário apropriado, aceitaremos as críticas dos ramanandis como válidas. Eu, porém, não atenderei nenhuma exigência deles até que você tenha tido a oportunidade de apresentar seu comentário e seus argumentos”.

Govindaji Inspira Baladeva

Baladeva deixou a assembleia, seguido por Krishnadeva Sarvabhauma. Baladeva viu-se um títere nas mãos do Senhor. Ele havia falado destemidamente na assembleia, mas iria o Divino Titereiro guiar sua escrita?

Baladeva partiu para Govindapura. Colocando-se diante de Govinda, ele ajoelhou-se e orou. “Ó Govinda, Vosso devoto Visvanatha enviou-me aqui a fim de defender tanto Vós como Vossos devotos, mas não sou capaz de fazê-lo! Sou simplesmente uma alma caída em ignorância. Caso queirais, podeis dotar-me de poder para escrever um comentário ao Vedanta-sutra que Vos glorifique. Caso queirais, escreverei as verdades que aprendi com Vossos devotos e com Vossa escritura. E tenho fé de que, mediante a misericórdia que Vós podeis conceder, essas verdades se mostrarão absolutamente lógicas”.

Baladeva então começou a escrever. Fazendo raras pausas para descansar, ele escrevia e orava e então escrevia novamente. Dias se passaram, e noites, mas ele não parou. Alguns historiadores dizem que ele escreveu ao longo de um mês. Outros dizem que ele precisou de apenas sete dias.

Em todo caso, Baladeva logo retornou de Govindapura. Com o evento de sua chegada, intensa expectativa se fez presente em todos. Jai Singh, esperando ver os gaudiyas vindicados, estava especialmente ansioso por ler o comentário. Os ramanandis, por outro lado, aguardavam o comentário com certo temor, esperando que pudessem derrotá-lo prontamente.

Baladeva entrou na corte do debate convocado em Galta. Ele ficou de um lado com os mahantas gaudiyas. Diante deles, estavam os panditas ramanandis. O rei Jai Singh presidia o evento, e uma audiência de nobres e estudiosos formava a plateia.

Com a permissão do rei, Baladeva colocou-se de pé.

“Este comentário”, ele disse mostrando sua obra, “baseia-se no comentário de Madhva, mas há importantes referências. Caso seja examinado, constatar-se-á que ele defende a filosofia gaudiya, ensinada pelo Senhor Chaitanya”.

Um pandita ramanandi caminhou até Baladeva e pegou o comentário.

“Quem é o autor desta obra?”, ele perguntou.

Baladeva respondeu: “O nome do comentário é Govinda-bhasya. Govinda inspirou essa obra. Eu forneci os significados diretos dos sutras de acordo com o desejo de Sri Chaitanya Mahaprabhu. E meus comentários são baseados nos ensinamentos dos meus gurus”.

Os eruditos membros do contingente ramanandi examinaram a primeira porção do bhasya de sorte a determinar se o mesmo era como declarado por Baladeva.

Um porta-voz admitiu: “A influência de Madhva é certamente demonstrável neste comentário, mas devemos examinar algumas das diferenças”.

Baladeva então abordou cada uma das objeções dos ramanandis à adoração gaudiya.

“Eu esclareço cada aspecto da prática gaudiya no capítulo terceiro”, ele disse. “Uma vez que suas críticas referem-se ao nosso estilo de adoração, vocês deveriam consultar o capítulo terceiro a fim de verem como Vyasa, o autor do Vedanta-sutra, permite a nossa adoração. Vocês objetam a nossa adoração de Radha com Govinda por meio do argumento artificial de que Eles não são casados. Nos versos de número quarenta a quarenta e dois, apresento a verdadeira posição de Radha em relação a Krishna. Radha é a energia interna de Krishna e jamais é separada dEle. Sua relação pode ser parakiya ou svakiya, mas isso não afeta a eternidade de Sua união. A separação de Radha e Govinda efetuada por vocês é artificial e, portanto, ofensiva ao Senhor, o qual nutre profunda afeição por Sua energia feminina”.

“Vocês criticaram a nossa predileção por adorar apenas Krishna, negligenciando a adoração a Narayana, Visnu”, continuou, “o que, vocês dizem, é compulsório a todos os vaishnavas. Abordo esse ponto em meus comentários ao verso quarenta e três. Segundo o Vedanta-sutra, Narayana pode ser adorado em qualquer uma de Suas formas, inclusive Krishna. Nenhuma injunção escritural proíbe a adoração de Govinda em exclusão a Narayana”.

Baladeva prosseguiu discursando enquanto os ramanandis permaneciam parados e indefesos. Ele falou eloquente e exaustivamente. Uma refutação dos ramanandis em momento algum se desenvolveu.

Ao fim da apresentação de Baladeva, o rei Jai Singh aguardou, ponderando acerca das evidências. O silêncio dos ramanandis confirmou sua opinião pessoal.

Ele apresentou sua decisão em uma afirmativa breve, mas conclusiva: “A evidência advogando a favor da legitimidade gaudiya é incontestável. De agora em diante, os gaudiyas serão reconhecidos e respeitados como uma seita religiosa autorizada. Ordeno a reunião de Radha com Govinda”.

Os mahantas gaudiyas em Ambes, finalmente livres das condenações dos ramanandis, celebraram o evento construindo um templo da vitória sobre a colina a contemplar do alto o vale Galta. A Deidade do templo foi apropriadamente chamada de Vijaya Gopala, “o vitorioso Gopala”.

Aos Pés de Govinda

Baladeva retornou para Vrindavana, onde assumiu a liderança da comunidade gaudiya. Ele continuou a escrever. Fiel a Jiva Gosvami e devotado ao Senhor Chaitanya, ele produziu comentários às dez principais Upanisads e a nove obras dos Gosvamis de Vrindavana. Ele também escreveu obras originais sobre gramática, drama, prosódia e poesia. Ele permaneceu a inquestionável autoridade em teologia vaishnava até sua morte.

Com a vitória de Baladeva sobre os ramanandis, Jai Singh ficou satisfeito. Ele havia encontrado a síntese das religiões vaishnavas. E Radha havia sido reunida a Govinda no altar, como é na eternidade. Jai Singh dedicou-se a Govinda e viveu uma vida longa e produtiva como rei e estudioso.

Em 1714, Jai Singh mudou Govinda para os jardins Jai Nivasa e O instalou em um jardim doméstico, onde foi adorado por vinte e um anos. Em 1735, o rei construiu um templo para Govinda dentro do complexo do palácio em Jaipur. Jai Singh posteriormente instalou Govinda como o rei de Jaipur e aceitou para si a posição de ministro. Desde então, seu brasão real lê: sri govinda-deva charana savai jai singh sharana: “O Senhor Govinda, em cujos pés Jai Singh se refugia”.

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Referências

Jiva Gosvami Tattvasandarbha, Stuart Mark Elkman (O comentário de Elkman inclui os comentários de Bhaktivinoda Thakura sobre Baladeva Vidyabhusana), Motilal Benarsidass, 1986.

Sri Sri gaudiya Vaishnava Abhidana, Sri Haridas Das, Haribol Kutir, Sri Dhama Navadvipa, 1955.

History and Culture of the Indian People, Vol. VII, R. C. Majumdar e outros, Bharatiya Vidya Bhavan, Bombaim, 1974.

Mathura, A District Memoir, Frederick S. Growse, Oudh Government Press, Allahabad, 1883.

Literary Heritage of the Rulers of Amber and Jaipura, Gopal Narayana Bahura, City Palace Museum, Jaipura, 1976.

Jaipur City, A. K. Roy (editora e data desconhecidos).

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