Escrito por Ana Paula Felicio Neres
"A escola deveria ser produtiva,
racional e organizada e formar indivíduos capazes de se engajar rápida e
eficientemente no mercado de trabalho. (...) Para tanto, à imagem da
empresa, a escola deveria apresentar uma produtividade eficiente e
eficaz."
"É claro que os treinamentos de
educadores nos anos 70 refletiram, e muito, esta tendência que
valorizava fundamentalmente os meios, as tecnologias e os procedimentos
de ensino - apresentados sempre como "neutros", "eficientes" e
"eficazes". E isto teve conseqüências negativas na educação escolar
brasileira que perduram até o presente momento."
A Tendência Liberal Tecnicista é
modeladora do comportamento humano através de técnicas específicas. Os
procedimentos e técnicas preparam para a transmissão e recepção de
informações. A aprendizagem é baseada no desempenho (aprender-fazendo). O
Professor é o técnico e responsável pela eficiência do ensino. A
Tendência Progressista Libertadora dá ênfase ao não-formal. É crítica,
questiona as relações do homem no seu meio, visa levar professores e
alunos a atingirem um nível de consciência da realidade em que vivem na
busca da transformação social. O homem cria a cultura na medida em que,
integrando-se nas condições de seu contexto de vida, pensa sobre ela e
dá respostas aos desafios que encontra.
A tendência tecnicista é de origem
norte-americana, nela o ensino não se centrava no professor e nem no
aluno, mas nos objetivos e nas técnicas de ensino que garantem o alcance
dos mesmos. Os conteúdos tendem a serem vistos como regras, macetes
(SEED, 2005).
A educação escolar, nessa época, tinha a
função de preparar o indivíduo à sociedade, tornando-o capaz e útil.
Ela enfatizava o fazer e não o compreender. O ensino se resumiu ao
emprego de técnicas e fórmulas, não havendo nenhuma justificativa e nem
explicações sobre
as teorias que fundamentavam os
conteúdos. O professor e o aluno tornaram-se meros executores de um
processo de concepção, planejamento, coordenação e controle que ficava a
cargo de especialistas. As possibilidades de melhorias no ensino se
limitavam ao emprego de técnicas especiais de ensino e ao
controle/organização do trabalho escolar (FIORENTINI, 1995)
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