Mostrando postagens com marcador CONFORTO AOS QUE SÃO ALVO DE TENTAÇÃO – C. H. SPURGEON. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CONFORTO AOS QUE SÃO ALVO DE TENTAÇÃO – C. H. SPURGEON. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 13 de junho de 2014

CONFORTO AOS QUE SÃO ALVO DE TENTAÇÃO – C. H. SPURGEON Sermão proferido por Charles H. Spurgeon no Metropolin Tabernacle, em Newington, numa quinta-feira à noite, dia 27 de setembro de 1883 com base em 1 Co 10.13




CONFORTO AOS QUE SÃO ALVO DE TENTAÇÃO – C. H. SPURGEON

Sermão proferido por Charles H. Spurgeon no Metropolin Tabernacle, em Newington, numa quinta-feira à noite, dia 27 de setembro de 1883 com base em 1 Co 10.13

“Não veio sobre vós nenhuma tentação que não fosse humana. Mas Deus é fiel e não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir. Pelo contrário, juntamente com a tentação providenciará uma saída, para que a possais suportar”. (1 Co 10.13).

TODOS OS FILHOS DE DEUS são sujeitos à tentação. Alguns são tentados mais que outros, mas, tirando os que, de tão jovens, não têm consciência do mal, estou convencido de que não há nenhum que entrará no céu sem ter sofrido tentação. Se há alguém que escapou, certamente foi “o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). Mas você deve se lembrar de como ele foi levado pelo Espírito para o deserto, diretamente das águas do batismo, para ser tentado pelo Diabo. O apóstolo Paulo informa também que, “à nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado” (Hb 4.15). O Senhor Jesus pode verdadeiramente dizer a nós, que somos seus seguidores: “Se eu, seu mestre, fui tentado, você não pode pensar que escapará da tentação, porque o discípulo não está acima de seu mestre, nem o servo acima de seu Senhor”.

O fato de sermos tentados deveria nos quebrantar, pois é uma triste evidência de que o pecado ainda permanece em nós. Tenho idade suficiente para lembrar-se do tempo em que esfregávamos uma pederneira contra um pedaço de aço para obter fogo pela manhã. E recordo que sempre parava de tentar produzir faísca quando descobria que não havia mecha na minha caixa de apetrechos. Acredito que o Diabo não é tolo, e, se o homem estivesse sem mecha em sua caixinha de fogo -  ou seja, sem corrupção em sua natureza -, Satanás não continuaria a tentá-lo por muito tempo. Não desperdiçaria tempo num exercício inútil desses. O homem que acredita ser perfeito nunca poderá fazer a Oração do Senhor. Terá de criar a própria oração, pois nunca desejará dizer: “... não nos deixes entrar em tentação” (Mt 6.13). No entanto, amados, como o Diabo acredita valer a pena gastar tempo em nos tentar, podemos concluir que há algo em nós que é propenso à tentação – que o pecado ainda habita em nós, apesar de a graça de Deus nos ter renovado o coração.

O fato de sermos tentados também deve nos lembrar de nossa fraqueza. Acabei de fazer referência ao modelo de oração de nosso Senhor Jesus Cristo, em que temos a frase “não nos deixes entrar em tentação” (Mt 6.13). A razão para apresentar uma petição dessas é certamente o fato de sermos tão fracos e frágeis. Pedimos que não sejamos sobrecarregados porque temos costas fracas. Suplicamos que o pecado não seja colocado diante de nós em nenhuma se suas formas atraentes, pois muitas vezes a carne toma emprestada a força do mundo e até mesmo do Diabo, e essas potências aliadas passam a ser demasiadamente grandes para nós, a menos que a onipotência de Deus seja exercida a nosso favor, sustentando-nos para nos impedir de cair.

Alguns filhos de Deus que conheço ficam muito atribulados pelo fato de serem tentados. Acreditam que poderiam suportar a provação caso ela viesse desacompanhada do pecado. Mas não vejo como, via de regra, podemos separar provação de tentação, uma vez que cada prova que vem sobre nós tem em si um tipo ou outro de tentação, tanto no que se refere à descrença ou à murmuração quanto no que diz respeito ao uso de meios errados para escapar de provação.   Somos tentados, no sentido de sermos testados, tanto pelas misericórdias recebidas quanto pelos infortúnios sofridos. Mas, para o filho de Deus, o mais grave é que, às vezes, ele é tentado a fazer ou a dizer coisas que absolutamente odeia. O filho de Deus vê diante de si, com aspecto agradável, pecados completamente abomináveis para ele, pecados cujo próprio nome nem sequer pode suportar. No entanto, Satanás vem e coloca diante dele as carnes impuras em que ele se recusa a tocar. E sei que o Diabo tenta o povo de Deus injetando na mente pensamentos blasfemo, arremessando-os em seus ouvidos como um furacão. Ah, mesmo quando você está em oração, pode acontecer que pensamentos exatamente contrários àquele momento devocional invadam sua mente. Um pequeno barulho na rua o afastará da comunhão com Deus; e, antes mesmo que tome consciência disso, seus pensamentos, como cavalos selvagens, terão galopado por montes e vales, e você mal saberá como reuni-los novamente. Ora, tentações como essas terrivelmente dolorosas para o filho de Deus. Ele não pode suportar o hálito envenenado do pecado e, quando descobre que o pecado está batendo à porta, gritando debaixo de sua janela, perturbando-o dia e noite, como tem acontecido a alguns – espero que não a muitos -, sente-se extremamente perseguido e gravemente atribulado.  Talvez ajude se eu lembrar essa pessoa que não há pecado em ser tentada. O pecado é do tentador, não do tentado. Se você resistir a tentação, terá uma atitude louvável. Mas não há nada louvável na tentação. Ela é má, e nada mais que isso. No entanto, você não tentou a si mesmo, e aquele que o tentou é que deve ser culpado de tentação. Evidentemente, você não é culpado por pensamentos que o afligem. Eles podem comprovar que o pecado ainda permanece em você, mas não há pecado em ser tentado. O pecado está em ceder à tentação, e você será abençoado se conseguir se afastar dela. Se conseguir vencê-la, se seu espírito não se render a ela, você deve até mesmo ser abençoado por meio dela. “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação” (Tg 1.12, RC). Há uma bem-aventurança mesmo na tentação, e, apesar de no presente ela não parecer agradável, mas opressiva, produzirá depois um fruto abençoado para os que por ela são exercitados.

Além disso, há coisas piores neste mundo que sermos atacados com tentações dolorosas. É muito pior ser alvo de uma tentação agradável – ser delicadamente sugado para a boca do destruidor -, ser arrastado pela corrente suave para depois ser arremessada catarata abaixo. Isso é terrível! Mas lutar contra a tentação, isso é bom. Digo mais uma vez que existem coisas muito piores que ser provado com uma tentação que desperta toda indignação de seu próprio espírito. Um antigo teólogo costumava dizer que tinha mais medo de um demônio do sono que de um rugidor. E há grande verdade nessa observação; pois, quando você é deixado completamente em paz e nenhuma tentação o assalta, você tende a ficar carnalmente seguro e a dizer, com orgulho: “Eu nunca serei abalado”. Acho que nenhum homem está em perigo tão iminente como aquele que pensa que nenhum perigo lhe possa suceder. Assim, o que nos mantém na torre de vigia, mesmo sendo algo mau em si mesmo, é suplantado pelo bem. A parte mais perigosa da estrada para o céu não é o vale da sombra da morte. Não achamos que Cristão, o protagonista do peregrino, dormiria com todos aqueles duendes, nem no momento em que achou difícil sentir o caminho e se manter nele, mas, sim, quando ele e Esperançoso chegaram ao Solo Enfeitiçado, “onde o ar naturalmente deixa os homens sonolentos”. Era nesse ponto que os peregrinos entravam em grande perigo, até que Cristão lembrou a seus companheiros de viagem que haviam sido avisados pelos pastores para não dormir quando chegassem a essa parte enganosa do caminho. Creio, portanto, que ser assaltado com tentações dolorosas – as que incitam o espírito quase à loucura -, por pior que seja a prova ou por mais difícil que seja de suportá-la, talvez não seja o pior que nos possa acontecer espiritualmente. De todos os males que o cercam, sempre escolha o menor. E, como essas não são as tentações mais prejudiciais, não entre em total desespero caso lhe caiba ser tentado como foram muitos antes de você.

Isso é o suficiente como introdução a uma pequena conversa sobre tentação, com o propósito de confortar qualquer pessoa extremamente tentada por Satanás. Sei que estou falando a muitos nessa condição e por isso gostaria de repetir as palavras da nossa passagem: “Não veio sobre vós nenhuma tentação que não fosse humana. Mas Deus é fiel e não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir. Pelo contrário, juntamente com a tentação providenciará uma saída, para que possais suportar” (1 Co 10.13). Querido amigo sob tentação, lembre-se de que você não deve se sentar em desespero e dizer: “Estou sendo profundamente tentado agora e temo ser tentado de forma cada vez pior, até que meus pés deslizem, e eu caia, e pereça completamente”. Não fale como Davi quando foi caçado como uma perdiz nos montes – “Algum dia ainda morrerei pela mão de Saul” (1 Sm 27.1) -, mas creia que o Senhor, que lhe permite ser tentado, lhe dará livramento em seu próprio e bom tempo.  

I. Aqui está seu primeiro conforto:

HOUVE UM LIMITE EM TODAS AS SUAS PROVAÇÕES ANTERIORES.
“Não veio sobre vós nenhuma tentação que não fosse humana...”.

Por vezes, a tentação tem se apoderado de você, como um estrangular pega um homem pela garganta, de repente. Tem se apoderado de você – talvez esse seja o verbo mais precioso que eu possa usar. Ela tem se apoderado de você de surpresa, amarrando-o e imobilizando-o com rapidez. E, ainda assim, as tentações que você suportou até agora não vão além das que acometem a todos os homens.

Em primeiro lugar, são como aquelas enfrentadas por seus companheiros cristãos. Sei que você é tentado a pensar que é um viajante solitário em uma estrada que ninguém jamais atravessou; mas, se examinar cuidadosamente a trilha, descobrirá as pegadas de alguns dos melhores servos de Deus que passaram ao longo desse caminho enfadonho. É uma vida muito escura, você diz, que pode realmente ser chamada “Viela Mortal”. Ah! Mas você vai descobrir que os apóstolos percorreram esse caminho, os que confessaram sua fé passaram por esse caminho, mártires andaram por esse caminho e o melhor dos santos de Deus foi tentado assim como você está sendo agora. “Ah!”, dirá alguém, “mas estou sendo tentando =, como você disse há pouco, como pensamentos blasfemos e horríveis”. Assim foi com o mestre John Bunyan. Leia Grace abounding to the chief of sinners [Graça abundante ao principal dos pecadores] e veja as coisas pelas quais ele teve de passar. Muitos outros tiveram experiência similar, e entre eles estão alguns de nós que estamos vivos para lhe dizer que sabemos tudo sobre essa forma especial de tentação, embora o Senhor tenha nos livrado dela. “Ah!”, diria outra alma tentada, “mas tenho sido tentado até mesmo no que se refere a me autodestruir”. Essa também não tem sido uma tentação incomum até mesmo aos santos mais queridos de Deus, e, embora ele os tenha preservado e mantido vivos, ainda assim muitas vezes eles se sentiram como Jó, quando disse:“Prefiro ser estrangulado, e sofrer a morte, a este meu sofrimento” (7.15). “Ah!”, exclama outro, “sou tentado ao pior dos pecados, ao mais vis pecados, e não deveria me atrever nem sequer a mencionar as abominações que Satanás me tenta a cometer”. Você não precisa me dizer, e confio que você será preservado contra elas pelo poder onipotente do Espírito Santo de Deus. Mas posso garantir que mesmo os santos no céu, se lhe pudessem falar neste momento, diriam que alguns deles foram grandemente afligidos – mesmo alguns dos mais valorosos dentre eles, que andaram mais próximos a Deus, foram duramente atormentados por tentações que não teriam mencionado a seus companheiros, tamanha perturbação sofrida por eles. Talvez ainda outro amigo diga: “Na verdade, tenho sido tentado à autojustiça, que é a maior tentação que pode acontecer a um homem cuja confiança está totalmente em Cristo”. Bem, foi o que aconteceu ao mestre John Knox, o grande pregador da justificação pela fé. Quando estava morrendo, foi tentando a gloriar-se em sua própria coragem por Cristo, mas lutou contra esse mau pensamento e o superou, assim como você pode superá-lo.

Você acha que, quando um homem é muito paciente, ele não é tentado à impaciência. Irmão, o Espírito de Deus diz, pela pena do apóstolo Tiago: “Ouvires sobre a paciência de Jó” (5.11). Sugiro a você esta pergunta: “Você não ouviu falar da impaciência de Jó?”. Você já ouviu falar, sem dúvida, da grande fé de Pedro. Nunca ouviu falar da incredulidade de Pedro? Os membros do povo de Deus costumam falar precisamente naquilo em que são mais famosos, e, no que diz respeito às biografias bíblicas, o homem que tem maior notoriedade por toda a obra do Espírito de Deus em sua vida geralmente é o que falhou exatamente onde pensava ser mais forte. “Já li sobre a vida de homens bons”, você diz, “eu não sou como eles”. Devo dizer por quê? Porque a vida deles não foi inteiramente escrita; mas, quando o Espírito Santo escreve sobre a vida de um homem, ele diz tudo. Quando biógrafos escrevem sobre a vida de homens bons, é claro que não expressam suas lutas internas e medos, amenos que seja o caso de um homem como Martinho Lutero, cuja vida se caracterizou por uma continua luta interior e que, embora parecesse corajoso por fora, não raro tremia por dentro. Quando escreverem sobre minha vida, vão contar que tive uma fé forte, mas não vão contar tudo sobre o outro lado dela. E então você vai talvez ficar pensando: “Ah, não consigo chegar à altura que Spurgeon atingiu!”. Isso é porque lhe falta o conhecimento do interior do ser humano, pois, se você conhecesse o interior e o exterior do homem que caminha mais próximo a Deus – se for sincero e honesto, há de contar -, saberia que as tentações pelas quais você tem de passar são as mesmas tentações pelas quais ele teve de passar. E ele sabe que as terá muitas outras vezes e sabe que, como diz o apóstolo: “Não veio sobre vós nenhuma tentação que não fosse humana...”.

Então repito: nenhuma tentação o assaltou que seja diferente daquelas com que os homens em geral são testados em determinado processo de provação. Esse momento não é o da vitória final, irmão. É a hora da batalha, e as armas usadas contra nós são as mesmas empregadas contra os exércitos dos fieis em todas as épocas. Você e eu nunca fomos tentados como os anjos que mantiveram seu primeiro estado e venceram a tentação. Não posso dizer como príncipe das trevas foi tentado ou como tentou sues companheiros, servos da lealdade ao grande Rei; mas de uma coisa tenho certeza: você nunca foi assaltado com a tentação própria de um anjo. Sua tentação só foi àquela adequada a um homem e aquele que outros homens como você superaram. Outros lutaram bravamente contra tentações semelhantes à sua, e você deve fazer o mesmo. Sim, você deve fazer o mesmo pelo poder do Espírito de Deus que repousa sobre você. Costuma-se dizer, nos assuntos da vida comum, que o que o homem fez o homem pode fazer, e isso vale também em relação à vida espiritual. As tentações vencidas por outros homens podem ser vencidas por você, se você procurar a mesma fonte de força e se a buscar no mesmo nome em que eles buscaram. A força para vencer a tentação vem de Deus somente, e o nome da vitória é o nome de Jesus Cristo; portanto, avance nessa força e nesse nome contra todas as suas tentações. Mãos à obra, pois já foram derrotados muito tempo atrás, e você deve derrota-las novamente. Não estremeça por seguir de luta em luta e de vitória em vitória, como aconteceu a outros que vieram antes de você e agora entraram em seu descanso.

Outros já estiveram de luto aqui na terra
e molharam de lágrimas seus leitos;
lutaram arduamente, como nós, agora,
com pecados, e dúvidas, e medos.

Se você pudesse perguntar a eles de onde veio à vitória, eles a atribuiriam aos recursos que estão disponíveis a você quanto estiveram a eles – precisamente radiosa obra e Deus, ao Espírito Santo e ao sangue e à justiça do Senhor Jesus Cristo. Nenhuma tentação aconteceu a você diferente daquelas com as quais os seres humanos podem lidar e conseguem superar com a ajuda de Deus.

Repito: até agora nenhuma tentação lhe sucedeu além das que são comuns ao homem, e a todas Cristo enfrentou. O grande de cabeça da humanidade, o representante dos homens, sofreu a mesma tentação que agora está afligindo você. “Em toda a angústia deles” – ou seja, a aflição de seu povo no deserto, que é exatamente igual à sua, se você está no deserto -, “em toda a angústia deles, ele também ficou angustiado, e o anjo da sua presença os salvou” (Is 63.9). Ele estava rodeado por enfermidades, “homem de dores e experimentado nos sofrimentos” (Is 63.9). Repetindo o texto que já citei e que é tão adequado aqui, ele, “à nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas” (Hb 4.15). “Por essa razão era necessário que em tudo se tornasse semelhante a seus irmãos, para que viesse a ser um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas que dizem respeito a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque, naquilo que ele mesmo sofreu, ao ser tentado, pode socorrer os que estão sendo tentados”. Ele sabe tudo sobre o problema de cada um de nós e sabe como lidar com ele e como sustentar-nos em meio à luta.
Portanto, queridos amigos, nenhuma tentação lhes sucedeu exceto a que é comum aos homens, no sentido de ter sido enfrentada por homens como vocês, tendo sido superada por homens como vocês e tendo sido enfrentada e vencida por seu Representante bendito, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Venha então, amado, e deixe que dissipe todo o mistério em relação a suas tentações. O mistério dá margem à espada da provação. Talvez a mão que escreveu na parede não teria amedrontado Belsazaer, se ele pudesse ter visto o corpo ao qual pertencia aquela mão. Afinal, não há mistério sobre seu problema. Embora você o tenha qualificado como sem dúvida o maior que já sucedeu a qualquer ser humano antes, isso não é a verdade; você não é um imperador no reino da desventura. Não pode verdadeiramente dizer: “Eu sou o homem que viu a aflição mais que todos os outros”, pois seu Senhor suportou muito mais que você já suportou, e muitos de seus santos, que passaram da fogueira à coroa, devem ter sofrido muito mais do que você tem sido chamado a sofrer até o momento.

II. Voltemo-nos ao segundo conforto revelado em nossa passagem:

A FIDELIDADE DE DEUS.
“Não veio sobre vós nenhuma tentação que não fosse humana. Mas Deus é fiel...”.

Ah, que palavra abençoada esta: Deus é fiel! Portanto, ele é fiel à sua promessa. Mesmo Balaão disse: “Deus é homem para que minta, nem filho do homem, para que se arrependa. Por acaso, tendo ele dito, não o fará? Ou, havendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23.19). Uma das promessas de Deus é:“Nunca te deixarei, jamais te desampararei” (Hb 13.5). “Deus é fiel”; então vai cumprir essa promessa. Aqui está uma das promessas de Cristo, e Cristo é Deus: “... minhas ovelhas. Estas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. Dou-lhes a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrancará da minha mão” (Jo 10. 26-28). “Deus é fiel”, então essa promessa será cumprida. Você certamente já ouviu esta promessa muitas vezes: “... a tua força seja como os teus dias” (Dt 32.25). Você acredita nisso ou vai fazer de Deus um mentiroso? Se acredita, então varra de sua mente todos os pressentimentos sombrios como esta pequena frase abençoada: “Deus é fiel”.

Observe, em seguida, que não apenas Deus é fiel, mas também é o Senhor da situação, para que possa cumprir sua promessa. Note que o texto diz: “e não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir” (1 Co 10.13). Assim, você não poderia ter sido tentado se Deus não tivesse permitido que isso acontecesse. Deus é muito mais poderoso que Satanás. O diabo não pôde tocar Jó, exceto por permissão divina, nem ele pode tentar e provar você a menos que Deus permita. Ele precisa de autorização do Rei dos reis antes que possa tentar um único santo. Por quê? Satanás não tem permissão para manter a chave da própria casa, pois as chaves da morte e do inferno estão presas ao cinto de Cristo, e, sem a permissão de Deus, o cão do inferno não pode sequer abrir a boca para latir a um filho de Deus, muito menos para vir e preocupar qualquer uma das ovelhas a quem o Senhor, por sua graça, chamou a seu aprisco. Por isso, amado, você tem grande razão de consolo pelo fato de a tentação que o prova ainda estar sob o controle do Criador fiel que “não deixará que sejais tentados além do que podereis resistir”.

Essa é uma segunda razão para o conforto; saboreie-a debaixo da língua como um pedaço de doce.  

III. O terceiro conforto está na:

RESTRIÇÃO QUE DEUS IMPÕE À TENTAÇÃO.
“... não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir”.

A maré da provação deverá subir ao mais alto nível da água, e então Deus dirá: “Até aqui virás, mas não avançarás; e aqui se quebrará o orgulho das tuas ondas” (Jó 38.11).

Ele “não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir”. Isso pode aplicar-se, às vezes, ao período em que a tentação sobrevém. Tenho observado cuidadosamente como Deus controla o tempo da prova de seu povo. Se tal e tal provação tivesse vindo a um de seus filhos quando jovem, acredito que ele não teria suportado; ou, se a pessoa tivesse perdido algum amigo querido enquanto ela mesma estivesse doente, o problema em dobro a teria esmagado. Mas Deus envia nossas provações na hora certa e, se coloca um peso extra de uma forma, tirar algum peso de outra forma. “Tu [...] os expulsaste com o vento forte, na época do vento oriental” (Is 27.). Trata-se de algo muito simples, mas verdadeiro: se o vento sopra do Norte, não sopra ao mesmo tempo do Sul; e, se uma série de problemas vem a um homem cristão, outra série de problemas geralmente se afasta dele. John Bradford, o famoso mártir, sofria muitas vezes de reumatismo e depressão de espírito, algo com que posso muito me identificar. Mas, quando foi aprisionado em um calabouço sujo e úmido e soube que nunca sairia dali a não ser para morrer, escreveu: “É singular o fato de que, desde que estou nesta prisão, já tendo outras provas para suportar, meu reumatismo e minha depressão de espírito não tenham nem sequer tocado em mim”. Isso nem se quer é uma grande bênção? E você vai descobrir que normalmente é assim; você não será tentado além do que é capaz de suportar, porque Deus vai permitir que a prova venha em um momento em que você seja mais capaz de suportá-la.

Há também grande bondade da parte de Deu quanto à duração da provação. Se algumas das nossas provas durassem muito mais tempo, se tornariam muito pesados para suportar. Com respeito à destruição de Jerusalém, nosso Senhor disse: “E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém seria salvo; mas por causa dos escolhidos eles serão abreviados” (Mt 24.22). Não tenho dúvida de que muitas vezes Deus opera de imediato nas provações de seus filhos, porque, se continuassem por mais tempo, elas não teriam um efeito bom, mas ruim sobre nós. Se uma criança precisa ser corrigida, não deixe a punição durar como se ela fosse um criminoso que deve ser condenado por longo período; dê-lhe o castigo merecido e encerre a questão. Assim acontece muitas vezes na disciplina da casa de Deus. Entretanto, existem provas que são prolongadas ano após ano, porque a provação é um ingrediente eficiente e, se fosse encurtada, talvez não nos abençoasse. Em todos os casos, há uma sabedoria infinita que torna nossos problemas tão longos quanto necessário, e não mais que isso.

O mesmo se aplica ao número de provações. Bendito seja Deus,

Se ele ordena o número dez,
Nunca pode ser onze.

Se ele planeja que seus servos passem pelo fogo e não pela água, o próprio Satanás não pode fazê-los passar pela água. Deus conta as gotas do tônico amargo que dá a seus santos enfermos, e eles não poderão receber nenhuma gota a mais do que ele determinou. Então, queridos filhos de Deus que hoje experimentam a tentação, as tentações que enfrentarão, bem como o número delas, não serão maiores do que podem suportar.

O mesmo também acontece quanto à força em que a tentação sobrevém. Você nunca viu uma grande árvore sob impacto de uma tremenda tempestade? Ela balança para lá e para cá e parece pouco capas de recuperar-se dos golpes poderosos da tempestade; no entanto, as raízes a sustentam. De repente, vem outro tornado, e parece que a árvore será lançada para fora da terra, mas a tensão cessa justamente a tempo de o velho carvalho balançar com fúria de volta a seu lugar. Entretanto, se quase um quilo de força a mais fosse exercido naquela tremenda explosão, a árvore cairia prostrada sobre a grama. Assim Deus, no caso de seu povo, em todas as circunstâncias, só para no ponto certo. Você pode ser tentado até não ter nem um pingo a mais de forças. Às vezes, o Senhor prova seu povo até parecer que mais um sopro dele certamente faria com que todos naufragassem. É nesse momento então que ele estende sob eles seus braços eternos, e nenhuma outra prova lhes é infligida. Isso é uma bênção para todos vocês que têm problemas de qualquer tipo, e vocês, que pertencem ao povo de Deus, podem ver texto e descansar completamente nele: “Deus é fiel e não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir”. Quando aos que não são seu povo, sinto muito por vocês. Estou expondo essas verdades preciosas, mas elas não são para vocês. A Palavra de Deus declara: “O ímpio tem muitas aflições” (Sl 32.10). Se você não tem um Deus em quem buscar refúgio, o que fará quando as tempestades açoitarem seu barco? Para quem ou para onde você pode fugir? O cristão pode cantar:

Ó bondoso Salvador,
Sê tu meu amparador;
Negras ondas de aflição,
Fortes ventos perto estão.
Deste espanto e do terror
Vem salvar-me, ó bom Senhor;
e no porto faze entrar
minha barca sem quebrar.
(Charles Wesley, Salmos e hinos, 169)

Mas, pobre alma querida que não ama a Cristo, onde você pode encontrar conforto nos momentos de tristeza e provação? Você, que perdeu a esposa e os filhos, você, que é oprimido pela pobreza, você, que está atormentado pela doença, você, que ainda não tem o Salvador, o que pode fazer? Pobres sem teto em uma tempestade de neve, o que podem fazer sem ter nem sequer um arbusto para abriga-los? Esse é exatamente o seu estado, e lamento por vocês, e imploro que não permaneçam nessa condição tão deplorável nem por um momento mais.

Venham, almas culpadas, e voem
como pombas às chagas de Jesus;
este é o dia das boas-vindas do evangelho,
em que à graça livre ele conduz.

IV. O próximo conforto que extraímos da nossa passagem relaciona-se com:

A PROVISÃO QUE O SENHOR DÁ ÀQUELE QUE É TENTADO.
“Mas Deus é fiel e [...] justamente com a tentação providenciará uma saída...”.

No original grego, o versículo diz: “juntamente com a tentação providenciará uma saída”, pois há uma maneira correta de escapar da tentação. Há vinte maneiras improprias, e ai do homem que faça uso de qualquer uma delas. Mas há apenas uma maneira adequada de escapar à prova, e esse é o caminho reto, o caminho que Deus providenciou para seu povo trilhar. Deus abriu em meio a todas as provas o caminho por onde seus servos poderiam sair corretamente. Quando os corajosos jovens judeus foram provados por Nabucodonosor, havia um caminho pelo qual poderiam ser preservados da fornalha de fogo ardente. Tinham apenas de dobrar os joelhos diante da grande imagem quando a flauta, a harpa, a cítara e o saltério soassem. Aquela forma de escape nunca teria funcionado, pois não era o caminho certo. O caminho para eles eram serem jogados dentro da fornalha e lá terem a presença do Filho de Deus passeando com eles no meio do fogo, o qual não podia atingir. Da mesma forma, sempre que você for exposto a qualquer provação, tenha em mente não tentar da maneira errada.

Observe especialmente que o caminho certo é sempre o que Deus planeja; portanto, quem estiver exposto agora à tentação ou à provação não crie sua própria forma de escape. Deus, e somente Deus, tem de fazer isso por você. Por isso, não tente escapar por si mesmo. Conheci um homem que estava com problemas de falta de dinheiro, e a solução que buscou foi usar o dinheiro de alguém de quem ele era o depositário fiel. Esse não era o caminho de escape de Deus para ele; por isso, só mergulhou em provação pior que a de antes. Conheço um homem de negócios que estava em grande dificuldade. Tudo estava dando errado para ele; então ele especulou, apostou e arruinou seu negócio e seu caráter pessoal. Aquele não era o caminho de Deus para ele escapar de seus problemas. Às vezes, a melhor coisa que um homem com problemas pode fazer é não fazer simplesmente nada, mas deixar tudo nas mãos de Deus. “Acalmai-vos e vede o livramento que o Senhor vos trará” (Êx 14.13). Quando os israelitas saíram do Egito, Deus os guiou de uma forma que poderia muito bem ter provocado murmurações. Não havia nada diante deles a não ser o mar, e trás deles vinha o faraó com toda a sua fúria, gritando:“perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; o meu desejo se fartará deles; arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá” (Êx 15.9). Qual seria agora o caminho de Deus para o escape deles? Exatamente através do mar vermelho. E do outro lado eles cantaram, quando os egípcios morreram afogados: “Cantarei ao Senhor, pois trinfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro” (Êx. 15.1). Teria sido lamentável se tivessem tentado escapar usando métodos próprios ou se tivessem tentado voltar para lutar contra o faraó. Tais alternativas não teriam tido êxito, mas o Senhor preparara para seu povo o melhor caminho de escape que pode haver.

Observe também que o Senhor provê o caminho de escape “juntamente com a tentação”. Ele permitiu a prova e, ao mesmo tempo, preparou o caminho para escapar dela. Deus planejou tudo, meu irmão. Não só que você, o campeão dele, sairá e lutará bravamente na força do Senhor, mas também que ele será seu escudo e sua grande recompensa. Ele o guiará ao fogo perigoso; no entanto, providenciará o escape da mesma forma que proveu os meios para você entrar nessa situação. Por isso, vai leva-lo em segurança. Não foi o salmista quem cantou: “àquele que conduziu o seu povo pelo deserto, pois seu amor dura para sempre” (Sl 136.16)? Não só os guiou para o deserto, mas os guiou através dele. Bendito seja seu santo nome! E, se o Senhor o levou para o deserto da angústia e da aflição, preparou o caminho para a saída ao mesmo tempo em que criou a aflição. “Confia no Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra e te alimentarás em segurança. Agrada-te também do Senhor, ele satisfará o desejo do teu coração. Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. Fará tua justiça sobressair como a luz, e teu direito, como o meio-dia. Descansa no Senhor e espera nele; não te aborreças por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do que trama o mal” (Sl 37. 3-7). Busque “primeiro o seu reino e a sua justiça” (Mt 6.33), e tudo o mais precisar lhe será dado. Mantenha-se afastado do pecado da tentação e não precisará temer o sofrimento da tentação. Se as provas não o levam a seus próprios expedientes de escape, mas o levam aos joelhos, elas serão, afinal, bênção para você.

Esse é o quarto conforto, que Deus preparou o caminho para seu povo escapar das provações. “Bem”, dirá alguém, “então vou escapar dessa provação”.Espere um momento, meu amigo, e ouça as palavras de encerramento da passagem bíblica com as quais vou concluir meu discurso.

V. Este é o último conforto:

O SUSTENTO QUE DEUS DÁ NA PROVA.
“para que a possais suporta”.

O caminho traçado por Deus para o livramento da provação não deve ser evitado pelo povo de Deus, de modo que ela não tenha de trilhá-lo. Antes, constitui um escape que faz o povo de Deus atravessar o problema até a saída na outra extremidade. Não foi uma fuga do mar vermelho, mas uma fuga através do mar vermelho que evitou uma provação ainda maior. Se você, amado, está exposto à prova ou à tentação, ele o capacitará a suportá-la. Todavia, ore antes de sair deste prédio, para que essa última palavra, sobre a qual não tenho tempo de me alongar, possa ser cumprida em sua experiência: “para que possais suportar”.

Suponhamos que você tenha de ser pobre. Bem, se Deus assim designou, você será pobre; por isso, ore para que seja capaz de suportar tal situação. Como diligência honesta e com integridade inflexível, lute para chegar a uma posição melhor, mas, se todos seus esforços falharem, então diga ao Senhor:“todavia, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Talvez seu querido filho esteja morrendo ou sua esposa esteja enferma; você se apavora com o pensamento de perdê-los e estaria disposto a dar a vida por eles, se pudesse. Bem, faça todo o possível para a recuperação deles, pois a vida é preciosa, e todo o dinheiro gasto para salvá-los será bem gasto; mas, se a saúde não lhes for concedida, ore para que possa ser capaz de suportar até mesmo essa prova tão pesada. É maravilhoso como Deus verdadeiramente ajuda seu povo a passar por problemas que seriam para eles absolutamente esmagadores. Tenho visto mulheres pobres e frágeis que pensei fossem morrer em seu luto, mas se tornaram corajosas e fortes, e vi homens antes covardes diante dos problemas bendizerem ao Senhor pela provação quando o golpe realmente lhes sobreveio. E você pode fazer o mesmo.

Suponhamos que você tenha de ficar doente. Bem, essa uma dura provação, e eu, pessoalmente, faria qualquer coisa que pudesse para escapar da aflição que muitas vezes me atinge; mas, se não tem de se assim, então preciso mudar minha lista de oração e pedir que eu seja capaz de suportar o sofrimento. Recebi uma carta de um homem de Deus esta manhã que me sustentou muito. Ele diz: “Meu querido irmão, senti muito por ouvir que você estava de novo com dores e com o espírito deprimido, entre outras coisas; mas, quando me lembrei de como Deus o tem abençoado de muitas formas, pensei comigo mesmo: “Talvez o sr. Spurgeon não continuasse a pregar as doutrinas da graça e não fosse tão capaz de confortar os fracos filhos de Deus, se não sofresse essas dores agudas de vez em quando”. Por isso quero parabeniza-lo por tais provações”. Aceitei as congratulações. Você não vai fazer o mesmo, meu irmão ou irmã em aflição? Ore: “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice” (Mt 26.39), mas se ele não afastar, então aqui está aquela outra forma de conforto: “para que possais suportar”.

E lembrem-se, queridos amigos, embora eu os incentive a fazer dessa passagem uma oração, ela é, de fato, uma promessa, e não há oração melhor que uma promessa que se transforma, por assim dizer, em oração. Deus mesmo disse, por seu inspirado apóstolo, que ele “não deixará que sejais tentados além do que podeis resistir. Pelo contrário, juntamente com a tentação providenciará uma saída, para que possais suportar”. Hasteiem as bandeiras, então! Em frente, seja o que for que obstrua o caminho! Catemos, com o bom e velho John Ryland:

Em meio a inundações e chamas, se Jesus guiar,
eu o seguirei por onde quer que for.
“Não me impeça” deve ser meu exclamar,
Embora a terra e o inferno venham a se opor.

A vida imortal dentro de nós nunca pode ser destruída; a natureza divina que Deus Espírito Santo implantou nunca será pisoteada. “Não te alegres a meu respeito, inimiga minha; quando eu cair, me levantarei; quando eu estiver em trevas, o Senhor será a minha luz” (Mq 7.8).

Mas, ah, sinto muito, muito, muito, muito, do fundo da minha alma, por você que não conhece o Senhor, pois esse conforto não é para você! Busque-o, rogo-lhe, busque-o como seu Salvador. Olhe para ele e confie nele; então, todas as bênçãos da aliança eterna serão suas, pois o Pai concedeu a ele ser o Líder e o Comandante sobre seu povo, e os que olham para ele e o seguem viverão para sempre e sempre. Deus o abençoe, por amor de Cristo! Amém.

___________________________

Trecho extraído do livro “Desintoxicação Sexual”; CHALLIES, Tim ; Ed. Vida Nova. P. 90-112



Obrigado pela visita, e volte sempre.
  pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Hoje é dia do aparecimento transcendental da Suprema Personalidade de Deus Sri Ranacandra. Rana Navami. dia 16/04/2024 terça-feira. Jejum até o por do sol

O SENHOR SRI RAMACHANDRA é uma poderosa encarnação da Suprema Personalidade de Deus como um rei ideal. Ele apareceu na Treta-yug...