CONFLITOS CONJUGAIS E SEUS EFEITOS
Helena de Jesus Rocha
Sumário
Conflitos conjugais e seus efeitos no desenvolvimento cognitivo da criança
RESUMO:
O objetivo deste trabalho foi pesquisar sobre as possíveis consequências no desenvolvimento cognitivo em crianças que presenciam conflitos conjugais. Utilizou-se o método de revisão de literatura científica. Os conflitos conjugais são uma realidade presente nas famílias, que afeta e muda toda a estrutura de um lar, podendo ou não causar danos no desenvolvimento cognitivo da criança.
RESUMO:
O objetivo deste trabalho foi pesquisar sobre as possíveis consequências no desenvolvimento cognitivo em crianças que presenciam conflitos conjugais. Utilizou-se o método de revisão de literatura científica. Os conflitos conjugais são uma realidade presente nas famílias, que afeta e muda toda a estrutura de um lar, podendo ou não causar danos no desenvolvimento cognitivo da criança.
Palavras-chave: Divórcio, desenvolvimento cognitivo, Criança.
INTRODUÇÃO
Ao estudar as relações familiares e o desempenho escolar nota-se que este é um assunto um tanto polêmico nas pesquisas educacionais. A partir da década de 70, no Brasil, temos a ideia de que as crianças que possuem privações, deficiência ou carência são crianças provenientes de famílias de baixo nível socioeconômico sendo este o fator apontado como a principal causa do fracasso escolar segundo a psicologia (PATTO, 1997).
Entretanto á partir da década de 80, estas idéias que utilizavam como parâmetro a condição de carência desses alunos, os padrões de cultura dominante e as exigências da escola tem sofrido várias críticas por parte de estudos antropológicos, linguísticos e também por influência da psicologia escolar (PATTO, 1997). Essas críticas denunciam o caráter ideológico e mistificador dessas concepções, que culpam o aluno de baixo nível socioeconômico e sua família pelo seu insucesso escolar, retirando então da escola e do sistema público de ensino a responsabilidade que também lhes cabe no processo de aprendizagem do aluno.
Mas ao estudar as relações entre o ambiente familiar e desempenho escolar, é necessário não adotar posições extremas, para ambas as partes, seja isentando as famílias de qualquer influência, ou atribuindo a escola toda a carga de responsabilidade pelo desempenho escolar do aluno (MATURANO, 1998).
Zago (2000) em seu estudo desenvolvido sobre a trajetória de escolarização nos meios populares, afirma que a família quer por suas ações materiais ou simbólicas desenvolver papel importante na vida escolar dos filhos, e isso não pode ser desconsiderada de suas responsabilidades. Na verdade, muitos são os fatores que podem influenciar a aprendizagem de uma criança, dentre eles destacam-se variáveis da escola, da própria criança e do ambiente familiar.
Os ambientes familiares que oferecem jogos e materiais educacionais que estimulem as habilidades de conhecimento e a aprendizagem, que possuam espaços próprios para a criança estudar e fazer a lição, são considerados facilitadores da aprendizagem escolar, entretanto ter apenas a estrutura necessária não é o suficiente se não houver os pais ou um adulto que sirva de mediador para orientar e incentivar a criança a utilizar estes meios. (CARVALHO, 2004)
Nas situações de conflitos o sentimento dos filhos depende do comportamento dos pais diante dos problemas. Cummings ET AL (2002) avaliam o relato de 51 casais sobre como agiam em situações de conflitos e quais as reações de suas crianças com idade de quatro a onze anos de idade. Para a coleta de dados, os pesquisadores utilizaram diários nos quais pais e mães registraram, em casa, situações de conflitos entre o casal e como percebiam as reações das crianças.Os autores relataram que os filhos se sentiam mais inseguros quando os pais demonstravam medo, raiva e tristeza durante os conflitos.
Algumas pesquisas apontam que meninos e meninas parecem responder de forma diferente diante dos conflitos entre seus pais ainda que haja contradição (MCDONALD & GRYCH, 2006). Embora tanto os meninos quanto as meninas sintam-se ameaçados pelas brigas, dados indicam que os meninos tendem a agir no sentido de controlar a situação, no entanto, os resultados de Shelton et al. (2006) sugerem que as meninas tendem mais naturalmente a intervir no conflito.
Mesmo a literatura não sendo conclusiva a respeito dos efeitos ou danos do conflito conjugal, há consenso entre os pesquisadores de que os conflitos conjugais podem causar diversos prejuízos para o desenvolvimento infantil em função de algumas de suas características e do modo como são enfrentados, os quais provoca diferentes reações nas crianças (NORGEN et al ,2004).
TÓPICOS
Consequências dos conflitos conjugais para o aluno
Em pesquisas realizadas nos Estados Unidos por Grych e Fincham (1993), em alunos com idade entre 11 e 12 anos, observou-se que crianças que presenciavam conflitos entre os pais apresentavam percepção de ameaça em maiores nível, relatavam sentimento de culpa, medo, depressão, baixa autoestima, entre outros fatores negativos.
Sabe-se que estes fatores podem desencadear outros e prejudicar a atuação na vida escolar, pois o aluno pode encontrar na escola o lugar pra expressar o que não anda bem em casa e tirar o foco do aprendizado (GOULART, 2012).
Atuação dos pais e educadores para minimizar os efeitos negativos dos conflitos conjugais
O profissional que atua diariamente com a criança, não pode deixar que o conflito vivenciado em casa se torne mais importante do que a própria formação do aluno. Ao perceber que as desavenças são constantes e estão prejudicando a qualidade do aprendizado, é importante que haja uma conversa franca com os pais, explicando a importância do respeito entre eles para que o desenvolvimento do filho não seja danificado (LAVELBERG, 2013).
Outro fator importante é o acompanhamento com um profissional melhor capacitado como o psicopedagogo ou psicólogo que pode atuar com os pais e os alunos mostrando-os a importância do bom relacionamento para o desenvolvimento acadêmico, social e mental, pois a família é a base para essa integralidade (LAVELBERG, 2013).
DISCUSSÃO
O envolvimento ideal dos pais está relacionado com a dedicação aos filhos e ao investimento do tempo e dos recursos na criação e educação, fornecendo os recursos emocionais necessários para garantir o bom desenvolvimento escolar, auxiliando na lição de casa, lendo para a criança, ouvindo sua leitura, perguntando sobre a escola, cuidando das saídas e monitorando as amizades. Um clima emocional positivo também pode influenciar no desempenho escolar das crianças, elas melhoram seu desempenho quando os adultos em casa são mais unidos, cooperativos e cordiais uns com os outros (SANTOS; GRAMINHA, 2005)
As famílias consistem em um sistema hierarquicamente organizado, composto por diversos subsistemas que afetam e podem ser afetados pelos eventos que ocorrem e por relações que dependem entre si ou não (PATTO, 1997). As pesquisas sobre relações familiares começaram a enfatizar a importância de se estudar as inter-relações entre as relações conjugais e parentais já na década de 80.
Os conflitos nas relações conjugais vêm sendo tratado com frequência na literatura, principalmente em estudos internacionais que procuram suas implicações para o desenvolvimento infantil (CUMMINGS, 1994).
São grandes as evidências de que os conflitos nas relações conjugais têm causado uma série de danos para o desenvolvimento da criança, e isso tem levado os pesquisadores a investigarem quais são os processos responsáveis pela associação entre essas variáveis (STOCKER et al., 2003).
Nos relacionamentos íntimos os conflitos constituem um aspecto central, uma vez que um nível elevado de interdependência entre seus membros favorece o surgimento e a manutenção das situações conflituosas. Os conflitos são comuns dentro de um casamento em que o contexto é permeado por constantes confrontos entre a individualidade dos cônjuges e seu compromisso conjugal (FERES-CARNEIRO, 1998).
Quando os cônjuges definem os conflitos como qualquer disputa, discordância ou problemas da dia a dia como característica da vida conjugal eles se tornam frequentes dentro do casamento. Os problemas de comportamento dos filhos estão associados aos conflitos conjugais, pois eles tendem a afetar negativamente todo o funcionamento familiar, demais subsistemas e relações parentais (CUMMINGS; DAVIS, 2002).
Crianças expostas a altos níveis de conflito estão mais propensas a desenvolverem vários problemas emocionais e comportamentais durante sua infância, baixa autoestima, pobre interação com pares, depressa, problemas de saúde, distúrbios de sono e problemas de comportamento manifestado ou apenas interno (EL-SHEIK et al, 2006).
Para os pais o divórcio representa mudança de casa, distanciamento nas relações entre os cônjuges e até mesmo separação quase que total dos filhos, pois muitos deixam de visitar e de conviver com a criança.Mas para a criança além de deixar de morar com o pai e a mãe na mesma casa, significa medo, abandono e em alguns casos rejeição (EYMANN,et al, 2009).
Junto com a nova vida de longe de um dos cônjuges as crianças aprendem a lidar com as intermináveis esperas e promessas que muitas vezes são quebradas causando na criança frustração e desconfiança. Segundo Pernetta (1982) promover harmonia e felicidade é gerar maior garantia para o desenvolvimento normal da criança.
Para algumas crianças a escola é como tábua de salvação, rota de fuga, muitas se dedicam ao máximo nos estudos, atividades esportivas ou nas amizades como forma de escape. Na obtenção de um bom desempenho infantil, é necessário que a criança receba de seus pais carinho, proteção e o mais importante amor (CHEVIA et al, 2005).
As crianças podem apresentar situações de medo, muita ansiedade, períodos de irritação, insegurança, em alguns casos sentimentos de culpa, queda no rendimento escolar, tristeza profunda até afastamento dos amigos (GRYCH & FINCHAN, 1993).
No caso do divórcio os pais devem explicar aos filhos a situação de forma clara a fim de que a criança entenda, deve ouvir o que a criança tem a dizer sobre o que lhe foi apresentado, deve compreender, aceitar o que a criança expõe e principalmente não deve fazer promessas que não possa cumprir, deve esforçar-se para o desenvolvimento da autoestima da criança e demonstrar muito amor (EYMANN et al, 2009).
Levando em consideração que as reações das crianças podem variar em função do comportamento apresentado pelos pais, é de grande importância a identificação das estratégias empregadas pelos casais para lidar com os conflitos e dos mecanismos responsáveis pelos efeitos provocados nos filhos, isto é, como podem afetar as crianças (NORGEN et al ,2004).
Outro fator essencial é que a criança que esteja tendo dificuldades cognitivas seja acompanhada por um profissional melhor capacitado para atendê-la, como um psicopedagogo. Este profissional terá a preparação para lidar com as irregularidades que estão afetando o estudo do aluno, pois ao escutá-lo poderá intervir em seus problemas e também ajudará o professor a trabalhar com tal aluno (BALDEZ; SILVA, 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão literária feita neste trabalho comprovou que as crianças que são provenientes de pais separados podem ter dificuldades não só em aceitar a separação, mas também podem ter o rendimento escolar comprometido pela ausência dos progenitores e por não terem suporte familiar e profissional adequados.
O educador atua se colocando no lugar da criança a fim de junto aos pais desenvolverem condições adequadas para que a mesma consiga os parâmetros básicos de um aprendizado satisfatório.
Podemos concluir então que o aluno deve estar amparado não só pelos pais, mas também por professores e profissionais, os mesmos devem auxiliar a criança na aceitação da separação e nas dificuldades que possam aparecer ao longo do processo considerando que a criança sente-se mais segura quando tem a atenção adequada dos responsáveis.
INTRODUÇÃO
Ao estudar as relações familiares e o desempenho escolar nota-se que este é um assunto um tanto polêmico nas pesquisas educacionais. A partir da década de 70, no Brasil, temos a ideia de que as crianças que possuem privações, deficiência ou carência são crianças provenientes de famílias de baixo nível socioeconômico sendo este o fator apontado como a principal causa do fracasso escolar segundo a psicologia (PATTO, 1997).
Entretanto á partir da década de 80, estas idéias que utilizavam como parâmetro a condição de carência desses alunos, os padrões de cultura dominante e as exigências da escola tem sofrido várias críticas por parte de estudos antropológicos, linguísticos e também por influência da psicologia escolar (PATTO, 1997). Essas críticas denunciam o caráter ideológico e mistificador dessas concepções, que culpam o aluno de baixo nível socioeconômico e sua família pelo seu insucesso escolar, retirando então da escola e do sistema público de ensino a responsabilidade que também lhes cabe no processo de aprendizagem do aluno.
Mas ao estudar as relações entre o ambiente familiar e desempenho escolar, é necessário não adotar posições extremas, para ambas as partes, seja isentando as famílias de qualquer influência, ou atribuindo a escola toda a carga de responsabilidade pelo desempenho escolar do aluno (MATURANO, 1998).
Zago (2000) em seu estudo desenvolvido sobre a trajetória de escolarização nos meios populares, afirma que a família quer por suas ações materiais ou simbólicas desenvolver papel importante na vida escolar dos filhos, e isso não pode ser desconsiderada de suas responsabilidades. Na verdade, muitos são os fatores que podem influenciar a aprendizagem de uma criança, dentre eles destacam-se variáveis da escola, da própria criança e do ambiente familiar.
Os ambientes familiares que oferecem jogos e materiais educacionais que estimulem as habilidades de conhecimento e a aprendizagem, que possuam espaços próprios para a criança estudar e fazer a lição, são considerados facilitadores da aprendizagem escolar, entretanto ter apenas a estrutura necessária não é o suficiente se não houver os pais ou um adulto que sirva de mediador para orientar e incentivar a criança a utilizar estes meios. (CARVALHO, 2004)
Nas situações de conflitos o sentimento dos filhos depende do comportamento dos pais diante dos problemas. Cummings ET AL (2002) avaliam o relato de 51 casais sobre como agiam em situações de conflitos e quais as reações de suas crianças com idade de quatro a onze anos de idade. Para a coleta de dados, os pesquisadores utilizaram diários nos quais pais e mães registraram, em casa, situações de conflitos entre o casal e como percebiam as reações das crianças.Os autores relataram que os filhos se sentiam mais inseguros quando os pais demonstravam medo, raiva e tristeza durante os conflitos.
Algumas pesquisas apontam que meninos e meninas parecem responder de forma diferente diante dos conflitos entre seus pais ainda que haja contradição (MCDONALD & GRYCH, 2006). Embora tanto os meninos quanto as meninas sintam-se ameaçados pelas brigas, dados indicam que os meninos tendem a agir no sentido de controlar a situação, no entanto, os resultados de Shelton et al. (2006) sugerem que as meninas tendem mais naturalmente a intervir no conflito.
Mesmo a literatura não sendo conclusiva a respeito dos efeitos ou danos do conflito conjugal, há consenso entre os pesquisadores de que os conflitos conjugais podem causar diversos prejuízos para o desenvolvimento infantil em função de algumas de suas características e do modo como são enfrentados, os quais provoca diferentes reações nas crianças (NORGEN et al ,2004).
TÓPICOS
Consequências dos conflitos conjugais para o aluno
Em pesquisas realizadas nos Estados Unidos por Grych e Fincham (1993), em alunos com idade entre 11 e 12 anos, observou-se que crianças que presenciavam conflitos entre os pais apresentavam percepção de ameaça em maiores nível, relatavam sentimento de culpa, medo, depressão, baixa autoestima, entre outros fatores negativos.
Sabe-se que estes fatores podem desencadear outros e prejudicar a atuação na vida escolar, pois o aluno pode encontrar na escola o lugar pra expressar o que não anda bem em casa e tirar o foco do aprendizado (GOULART, 2012).
Atuação dos pais e educadores para minimizar os efeitos negativos dos conflitos conjugais
O profissional que atua diariamente com a criança, não pode deixar que o conflito vivenciado em casa se torne mais importante do que a própria formação do aluno. Ao perceber que as desavenças são constantes e estão prejudicando a qualidade do aprendizado, é importante que haja uma conversa franca com os pais, explicando a importância do respeito entre eles para que o desenvolvimento do filho não seja danificado (LAVELBERG, 2013).
Outro fator importante é o acompanhamento com um profissional melhor capacitado como o psicopedagogo ou psicólogo que pode atuar com os pais e os alunos mostrando-os a importância do bom relacionamento para o desenvolvimento acadêmico, social e mental, pois a família é a base para essa integralidade (LAVELBERG, 2013).
DISCUSSÃO
O envolvimento ideal dos pais está relacionado com a dedicação aos filhos e ao investimento do tempo e dos recursos na criação e educação, fornecendo os recursos emocionais necessários para garantir o bom desenvolvimento escolar, auxiliando na lição de casa, lendo para a criança, ouvindo sua leitura, perguntando sobre a escola, cuidando das saídas e monitorando as amizades. Um clima emocional positivo também pode influenciar no desempenho escolar das crianças, elas melhoram seu desempenho quando os adultos em casa são mais unidos, cooperativos e cordiais uns com os outros (SANTOS; GRAMINHA, 2005)
As famílias consistem em um sistema hierarquicamente organizado, composto por diversos subsistemas que afetam e podem ser afetados pelos eventos que ocorrem e por relações que dependem entre si ou não (PATTO, 1997). As pesquisas sobre relações familiares começaram a enfatizar a importância de se estudar as inter-relações entre as relações conjugais e parentais já na década de 80.
Os conflitos nas relações conjugais vêm sendo tratado com frequência na literatura, principalmente em estudos internacionais que procuram suas implicações para o desenvolvimento infantil (CUMMINGS, 1994).
São grandes as evidências de que os conflitos nas relações conjugais têm causado uma série de danos para o desenvolvimento da criança, e isso tem levado os pesquisadores a investigarem quais são os processos responsáveis pela associação entre essas variáveis (STOCKER et al., 2003).
Nos relacionamentos íntimos os conflitos constituem um aspecto central, uma vez que um nível elevado de interdependência entre seus membros favorece o surgimento e a manutenção das situações conflituosas. Os conflitos são comuns dentro de um casamento em que o contexto é permeado por constantes confrontos entre a individualidade dos cônjuges e seu compromisso conjugal (FERES-CARNEIRO, 1998).
Quando os cônjuges definem os conflitos como qualquer disputa, discordância ou problemas da dia a dia como característica da vida conjugal eles se tornam frequentes dentro do casamento. Os problemas de comportamento dos filhos estão associados aos conflitos conjugais, pois eles tendem a afetar negativamente todo o funcionamento familiar, demais subsistemas e relações parentais (CUMMINGS; DAVIS, 2002).
Crianças expostas a altos níveis de conflito estão mais propensas a desenvolverem vários problemas emocionais e comportamentais durante sua infância, baixa autoestima, pobre interação com pares, depressa, problemas de saúde, distúrbios de sono e problemas de comportamento manifestado ou apenas interno (EL-SHEIK et al, 2006).
Para os pais o divórcio representa mudança de casa, distanciamento nas relações entre os cônjuges e até mesmo separação quase que total dos filhos, pois muitos deixam de visitar e de conviver com a criança.Mas para a criança além de deixar de morar com o pai e a mãe na mesma casa, significa medo, abandono e em alguns casos rejeição (EYMANN,et al, 2009).
Junto com a nova vida de longe de um dos cônjuges as crianças aprendem a lidar com as intermináveis esperas e promessas que muitas vezes são quebradas causando na criança frustração e desconfiança. Segundo Pernetta (1982) promover harmonia e felicidade é gerar maior garantia para o desenvolvimento normal da criança.
Para algumas crianças a escola é como tábua de salvação, rota de fuga, muitas se dedicam ao máximo nos estudos, atividades esportivas ou nas amizades como forma de escape. Na obtenção de um bom desempenho infantil, é necessário que a criança receba de seus pais carinho, proteção e o mais importante amor (CHEVIA et al, 2005).
As crianças podem apresentar situações de medo, muita ansiedade, períodos de irritação, insegurança, em alguns casos sentimentos de culpa, queda no rendimento escolar, tristeza profunda até afastamento dos amigos (GRYCH & FINCHAN, 1993).
No caso do divórcio os pais devem explicar aos filhos a situação de forma clara a fim de que a criança entenda, deve ouvir o que a criança tem a dizer sobre o que lhe foi apresentado, deve compreender, aceitar o que a criança expõe e principalmente não deve fazer promessas que não possa cumprir, deve esforçar-se para o desenvolvimento da autoestima da criança e demonstrar muito amor (EYMANN et al, 2009).
Levando em consideração que as reações das crianças podem variar em função do comportamento apresentado pelos pais, é de grande importância a identificação das estratégias empregadas pelos casais para lidar com os conflitos e dos mecanismos responsáveis pelos efeitos provocados nos filhos, isto é, como podem afetar as crianças (NORGEN et al ,2004).
Outro fator essencial é que a criança que esteja tendo dificuldades cognitivas seja acompanhada por um profissional melhor capacitado para atendê-la, como um psicopedagogo. Este profissional terá a preparação para lidar com as irregularidades que estão afetando o estudo do aluno, pois ao escutá-lo poderá intervir em seus problemas e também ajudará o professor a trabalhar com tal aluno (BALDEZ; SILVA, 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão literária feita neste trabalho comprovou que as crianças que são provenientes de pais separados podem ter dificuldades não só em aceitar a separação, mas também podem ter o rendimento escolar comprometido pela ausência dos progenitores e por não terem suporte familiar e profissional adequados.
O educador atua se colocando no lugar da criança a fim de junto aos pais desenvolverem condições adequadas para que a mesma consiga os parâmetros básicos de um aprendizado satisfatório.
Podemos concluir então que o aluno deve estar amparado não só pelos pais, mas também por professores e profissionais, os mesmos devem auxiliar a criança na aceitação da separação e nas dificuldades que possam aparecer ao longo do processo considerando que a criança sente-se mais segura quando tem a atenção adequada dos responsáveis.
Bibliografia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Publicado em 24/02/2015 12:51:00
Currículo(s) do(s) autor(es)
Helena de Jesus Rocha - (clique no nome para enviar um e-mail ao autor) - Helena de Jesus Rocha - Especialista em Psicopedagogia orientação: Profa. Dra. Helena Brandão Viana, Profa. Ms. Evodite Gonçalves Amorim de Carvalho, Profa. Ms. Magda Jaciara de Andrade Barros
fonte: http://www.psicopedagogia.com.br/new1_artigo.asp?entrID=1807#.VPrwJvnF9u4
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