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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Consumo de Drogas na Adolescência Autor: Roseane Rodrigues Nascimento


Resumo: O presente artigo trata de um tema em bastante evidencia: o uso de drogas por adolescentes. Essa questão traz bastante preocupação não somente para os pais e familiares, mas também para toda a sociedade, pois o envolvimento de jovens cada vez mais cedo com drogas produz um efeito cascata que acaba por afetar diretamente a todos. Afinal o jovem deixa a escola, comprometendo o seu futuro, passa a ser agressivo com os familiares, começa a roubar em casa para sustentar o vício, passa a praticar assaltos que podem resultar em latrocínio e, algumas vezes, são presos ou mortos pelos próprios traficantes, ou morrem de overdose. O álcool, uma droga lícita, também é responsável por grandes tragédias envolvendo adolescentes. As drogas lícitas ou ilícitas não trazem qualquer beneficio aos jovens, portanto, faz-se necessário que a sociedade em geral, incluindo familiares e amigos se unam com o objetivo de conscientizar esses jovens das consequências que as drogas trazem para suas vidas.
Palavras-chave: Adolescentes. Drogas. Tragédias. Sociedade.

1. Introdução

Questões envolvendo crianças e adolescentes sempre tiveram destaques entre profissionais de diversas áreas, assim, como também de familiares. Contudo a preocupação com esses jovens vem aumentando nos últimos tempos, pois nota-se que cada vez mais, crianças e adolescentes estão envolvidos em crimes e atos de violência, dos quais, grande parte envolve o uso de drogas, tanto licitas como ilícitas.
Os prejuízos no âmbito da saúde do indivíduo são irreparáveis e muitas vezes incontroláveis, há um prejuízo imensurável no que diz respeito à vida social, familiar, emocional e psicológica da pessoa. Por esse motivo é preciso uma campanha de conscientização constante, além de ser extremamente necessário o atendimento de famílias carentes para que elas possam ter condições de manterem-se e não caírem em doenças como a depressão que levam naturalmente ao uso das drogas. A condição social do indivíduo é influente e contribui para o uso ou não das drogas, pois na maioria das vezes estas são consideradas uma fuga da realidade que essas pessoas enfrentam, e por isso se torna tão freqüente o seu uso.

2. Drogas – Aspectos Conceituais

Em uma definição mais simples pode-se dizer que as drogas são substâncias consumidas em sua forma natural ou não, cujo efeito consiste na mudança do funcionamento do organismo e, na maioria dos casos, aptamente prejudiciais.
Porém, nem todas as drogas são ilícitas, existem aquelas cujo uso é liberado, como é o caso do álcool e do cigarro, e que nem por isso deixam de ser prejudiciais.
Vale lembrar que as drogas lícitas têm a venda proibida para menores de idade, contudo, tal proibição não inibe o seu uso por um número cada vez maior de jovens e adolescentes.

2.1 Drogas Lícitas

As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e que são aceitas pela sociedade. Os dois principais exemplos de drogas lícitas na nossa sociedade são o cigarro e o álcool.
É importante mencionar que o fato de algumas drogas serem liberadas para venda e consumo, não quer dizer que estas não sejam prejudiciais, principalmente para jovens e adolescentes, pois embora sua venda seja proibida para menores de idade, não existe uma medida de controle rigorosa que os impeçam de consumi-las.
Conforme comenta Scivoletto:
Observa-se aqui que o fato de serem liberadas não significa que não tenham algum tipo de controle governamental bem como não provoquem algum prejuízo à saúde mental, física e social. Isto dependerá de múltiplos fatores tais como quantidade, qualidade e freqüência de uso (1997, p. 14).
Mas não é somente o álcool e o cigarro que são drogas prejudiciais, existem aquelas de origem farmacológica que também são muito utilizadas. Os remédios indicados para reduzir a ansiedade ou induzir o sono, os descongestionantes nasais, os anorexígenos (medicamentos utilizados para reduzir o apetite e controlar o peso), e os anabolizantes (hormônios usados para aumentar a massa muscular), são exemplos de drogas desse tipo.
Todas essas substancias mencionadas são drogas lícitas que tem causado grandes prejuízos aos adolescentes, resultando em sérios danos físicos, psicológicos e, até mesmo em morte.

2.2 Drogas Ilícitas, Formas e Conseqüências

Ao contrário das drogas lícitas, as ilícitas são aquelas que não são legalizadas, ou seja, sua produção e consumo são proibidos no Brasil. Em alguns países, determinadas drogas são permitidas sendo que seu uso é considerado normal e integrante da cultura. Tais substâncias podem ser estimulantes, depressivas ou perturbadoras do sistema nervoso central, o que perceptivelmente altera em grande escala o organismo.
Dentre as drogas ilícitas mais comuns podemos citar a Cocaína, o Ecstasy, a Heroína, Inalantes e a maconha, aos quais veremos a seguir:

2.2.1 Cocaína

A cocaína é uma droga que causa dependência imediata de modo que a pessoa que a consome, para deixar de consumi-la, deve ter bastante força de vontade e submeter-se a tratamentos.
Os riscos que a pessoa ao consumir cocaína se submete, independem da forma como ela é usada, seja por inalação, injeção ou fumo. Sendo que se esta substância for fumada, o indivíduo se torna dependente com maior facilidade.  
Conforme Scivoletto:
Os efeitos físicos do uso da cocaína incluem uma constrição nos vasos periféricos, dilatação das pupilas, e aumento da temperatura, freqüência cardíaca e pressão arterial. A duração dos efeitos eufóricos imediatos da cocaína, que incluem hiperestimulação, redução do cansaço e clareza mental, depende da via de administração. Quanto maior a absorção, maior a intensidade dos efeitos (2011, p. 02).
Mas o maior problema reside no fato de que o organismo possui tolerância, e, portanto, ele adquire maior necessidade de consumir mais e mais drogas.
Existe um grande risco do usuário morrer mesmo que seja a primeira vez que administre a droga. Além do risco de morte, o usuário dessa droga tem sérias conseqüências de cunho social e de relacionamento, sobretudo com a família que geralmente desaprova o seu uso. A sociedade acaba também por se prejudicar, uma vez que os dependentes perdem o emprego, ou no caso dos adolescentes, afastam-se dos estudos e tendem a se tornarem marginais, pois precisam roubar para sustentar o vício e, em casos mais graves, o indivíduo é capaz até mesmo de matar.
Scivoletto diz ainda que:
Evidências científicas sugerem que as propriedades do poderoso envolvimento neuropsicológico da cocaína é responsável pelo seu uso contínuo, mesmo com as conseqüências físicas e sociais danosas. Existe o risco de morte súbita mesmo no primeiro uso da cocaína ou de forma inesperada após o seu uso. Entretanto, não há como determinar quem tem propensão para morte súbita (2011, p. 06).
Sendo ainda que altas doses de cocaína e o uso prolongado pode desencadear paranóia. E as pessoas dependentes ao interromper o uso da droga, freqüentemente apresentam depressão.

2.2.2 Ecstasy

O ecstasy é uma droga poderosíssima que pode ser utilizada tanto na forma de pílula, como também por inalação e injeção. É uma droga sintética e psicoativa com propriedades estimulantes e alucinógenas, é também conhecida como ecstasy e droga do amor.
Primariamente usada em boates e raves, está sendo cada vez mais usada em vários outros círculos sociais. Seu uso exagerado pode causar hipotermia, provocando ainda, insuficiência dos rins e cardiovascular, além de lesão cerebral, afetando também os neurônios.
Além de todas estas conseqüências, o ecstasy causa distúrbios psicológicos, tais como: confusão, depressão, distúrbios do sono, ansiedade grave, paranóia, tensão muscular, desmaios, dentre outros.
Conforme Malbergier:
Estudos recentes têm ligado o uso do ecstasy a lesões a longo prazo de partes específicas do cérebro, relacionadas com a memória e prazer. O ecstasy também está relacionado com a degeneração de neurônios que contém um neurotransmissor chamado dopamina, a lesão desses neurônios é a causa de distúrbios motores vistos na doença de Parkinson. Os sintomas dessa doença começam com uma falha de coordenação e tremores e pode eventualmente resultar em uma forma de paralisia (2001, p. 18).
Ou seja, o ecstasy traz uma infinidade de conseqüências ao organismo, sobretudo dos adolescentes por estarem em processo de formação e, por isso, podem ter todo o seu futuro comprometido, pois em alguns casos, os danos podem ser irreversíveis.

2.2.3 Heroína

A Heroína também é um tipo de droga que leva o usuário facilmente a dependência.  É feita de morfina em forma de pó branco ou marrom.
O uso continuado de heroína causa graves problemas físicos, morte, aborto em mulheres grávidas em qualquer período da gestação, doenças tais como AIDS e hepatite. Malbergier diz que:
Além dos próprios efeitos da heroína, a droga pode conter aditivos que não se dissolvem bem e resulta em obstrução dos vasos sanguíneos dos pulmões, fígado, rins ou cérebro. Isso causa infecção ou mesmo a morte de parte desses órgãos vitais (2001, p. 22).

2.2.4 Maconha

A maconha, principalmente por ser legalizada em muito países, é uma droga que os jovens costumam acreditar não causar grandes prejuízos à saúde, contudo, normalmente aqueles que usam drogas ditas “pesadas” começaram com o consumo da maconha.
Ela tem como principal composto químico o THC sendo ele o responsável pelos efeitos da maconha no sistema nervoso.  Quando fumada, a substância passa diretamente dos pulmões para a corrente sanguínea que o leva diretamente para todo o organismo e cérebro.
É importante mencionar que a maconha traz grandes riscos à saúde dos usuários, pois causam deficiência na memória e no aprendizado, perda da coordenação, e aumento da freqüência cardíaca. Segundo Gomid:
Alguns efeitos adversos na saúde causados pela maconha podem ocorrer devido o THC prejudicar a habilidade do sistema imune de lutar contra infecções e câncer. Depressão, ansiedade, e distúrbios da personalidade também estão associados com o uso da maconha. Devido ao efeito prejudicial na habilidade de aprendizado e memória, quanto mais a pessoa abusa da maconha, mais propensa ela será de ter um declínio de suas atividades intelectuais, de trabalho e sociais. Dentre as conseqüências que as drogas ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada por elas em todas as fases de produção até o consumidor final. As demais conseqüências são: arritmia cardíaca, trombose, AVC, necrose cerebral, insuficiência renal e cardíaca, depressão, disforia, alterações nas funções motoras, perda de memória, disfunções no sistema reprodutor e respiratório, câncer, espinhas, convulsões, desidratação, náuseas e exaustão (2004, p. 21).
É importante esclarecer que a dependência das drogas é tratável, ou seja, através do auxílio médico e familiar uma pessoa pode deixar o vício e voltar a ter uma vida normal sem que necessite ingerir substâncias que criam falsas necessidades no organismo.

3. Drogas - Classificação

As drogas podem ser classificadas de acordo com a ação que exercem sobre o sistema nervoso central. Elas podem ser depressoras, estimulantes, perturbadoras ou, ainda, combinar mais de um efeito.

3.1 Depressoras

As drogas depressoras são substâncias que diminuem a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais lentos. Fazem parte desse grupo o álcool, os tranqüilizantes, o ópio (extraído da planta Papoula somniferum) e seus derivados, como a morfina e a heroína.

3.2 Estimulantes

As drogas com efeito estimulante aumentam a atividade cerebral, deixando os estímulos nervosos mais rápidos. Excitam especialmente a área sensorial e motora.
A anfetamina, a cocaína (produzida das folhas da planta da coca, Erytroxylum coca) e seus derivados, como o crack, fazem parte desse grupo.
3.3 Perturbadoras
As drogas perturbadoras são substâncias que fazem o cérebro funcionar de uma maneira diferente, muitas vezes com efeito alucinógeno. Não alteram a velocidade dos estímulos cerebrais, mas causam perturbações na mente do usuário. Incluem a maconha, o haxixe (produzidos da planta Cannabis sativa), os solventes orgânicos (como a cola de sapateiro) e o LSD (ácido lisérgico).

3.4 Drogas com Efeito Misto

Esse tipo de droga combinam dois ou mais efeitos. A mais conhecida desse grupo é o ecstasy, metileno dioxi-metanfetamina (MDMA), que produz uma sensação ao mesmo tempo estimulante e alucinógena.

4. Uso de Drogas na Adolescência e as Relações Familiares

Levando em consideração que não se deve generalizar as situações, é percebido que muitos jovens e adolescentes que se envolvem com o mundo das drogas, geralmente não tem uma relação aberta e de amizade com seus familiares.
Isso não tem nada a ver com maus tratos e nem com falta de amor, mas sim, pela falta de tempo dos pais para se dedicarem a conversar e estreitar os laços com os filhos e esse fato faz com que os mesmos procurem amizades que os levam a usar drogas ou ter comportamentos que não condizem com a vontade dos pais.
Ao ler obras escritas por Piaget, temos a certeza de que o convívio, o amor e a atenção dos familiares, é indispensável para que os adolescentes se mantenham afastados das drogas.
É comum se ouvir, que a educação vem de berço, portanto é necessário compreender que a educação não começa somente após a criança aprender falar, e sim desde o momento em que nasce, pois mesmo que estas não saibam manifestar ou expressar de forma clara os seus sentimentos, já é possível perceber os sinais de inteligência, desde os primeiros meses de vida.
Ao sugerir uma meditação sobre a família como agente fundamental na formação do ser humano, constata-se que é trabalho primordial tanto dos pais, como também dos educadores o trabalho de transformar uma criança imatura em cidadão maduro, participativo, atuante e consciente de seus deveres e direitos. Pois para que este ser em desenvolvimento seja futuramente um cidadão com essas qualidades ele deve espelhar-se em indivíduos que também retenham esses predicados.
Conforme Oliveira:
Tudo que os pais fazem desperta certa curiosidade na criança. Se o pai está fazendo ginástica a criança quer tentar também, quando a mãe está passando creme a criança quer passar também, se a mãe está cozinhando ela quer cozinhar também (2004, p. 17).
Ou seja, os filhos espelham-se nos pais, de modo que os pais devem ter condutas e atitudes que os filhos possam seguir sem ter o seu futuro comprometido.
O autor segue dizendo que:
Em relação ao álcool tanto quanto nos demais aspectos, o principal é que os pais observem os filhos, saibam o que estão fazendo e onde estão indo. O controle absoluto é impossível e também, creio, não recomendado. O que não pode é os pais ficarem alheios ao cotidiano dos filhos, de modo a sequer perceberem quando, reiteradamente, chegam em casa embriagados. Acredito que a orientação quanto aos riscos, o diálogo, o exemplo e uma intervenção enérgica quando necessária  sejam a melhor estratégia para os pais inibirem a compra e o consumo de bebidas alcoólicas pelos filhos. Creio também equivocadas campanhas que superestimem os danos, e operem na base do amedrontamento, já que o discurso do ‘terror’ parece ineficaz para adolescentes (2004, p 18).
Nessa expectativa, a família deve aproveitar ao máximo as possibilidades de estreitamento de relações, porque o ajuste entre ambas e a união de esforços para a educação das crianças e adolescentes deve ser considerado como elemento facilitador de aprendizagens e de formação pessoal.
Dessa forma, sugere-se que a sociedade sinta-se desafiada a repensar sobre a situação dos adolescentes hoje, considerando que eles apresentam características únicas e individuais e por isso se faz necessário manter um trabalho em parceria com as famílias.
As crianças e os adolescentes vão começar a agir de acordo com o que lhes for imposto pelos pais, desde se alimentar nas horas certas, ter hora para dormir, entre outras coisas do cotidiano. Ao longo do tempo, as atitudes e os ensinamentos dos pais os ajudaram na sua formação moral e ética. Piaget compara o desenvolvimento psíquico ao orgânico em busca do equilíbrio:
A mesma maneira que um corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável – caracterizado pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos órgãos, também a vida mental pode ser concebida como evoluindo na direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto (1999, p.13).
Para o autor, esta forma de desenvolvimento é explicada pelo amadurecimento dos indivíduos, afirmando que o desenvolvimento humano é variável devido às transformações que cada pessoa sofre, tanto externa como interna, e na fase adolescente essas mudanças são mais intensas fazendo com que os jovens estejam em constante busca pelo reajustamento e o equilíbrio, podendo, nestas circunstancias, buscar sua identidade junto aos amigos que nem sempre são boas influências para eles. Para Caldeira:
A droga aparece como um atrativo para o adolescente que pode estar vivenciando uma relação conflituosa com a família, ou estar sofrendo influência da própria família ou do grupo de amigos. Quando a droga surge, os conflitos sofridos na adolescência se atenuam e são sentidos na família, causando um abalo na estrutura familiar. Isso ficou claro em nossa pesquisa na qual os familiares declararam que ao tomarem conhecimento de que o filho fazia uso de drogas psicoativas, o primeiro sentimento foi de revolta. E da revolta vieram às agressões físicas e verbais (1999, p. 6).
São nesses momentos que o grupo de amigos passa a ter bastante importância na vida do jovem, o qual se constitui um espaço de semelhantes, onde se discute o mesmo assunto, enfim, um espaço em que eles se encontram e se entendem. De acordo com os autores utilizados no decorrer deste estudo, a adolescência é uma fase de constantes curiosidades, onde o jovem sente vontade de experimentar coisas novas, de conhecer o mundo. E é nesse desejo por experimentar que ele vai ao encontro das drogas.

4.1 O Uso de Álcool na Adolescência

É bastante freqüente se presenciar jovens ingerindo bebidas alcoólicas como se estivessem tomando um refrigerante, ou seja, o fato de ser proibido, não inibe nem a venda e nem o consumo.
Esse fato se deve a diversos fatores, dentre eles, os mais comuns é a impunidade daqueles que vendem a bebida, a permissividade e a falta de autoridade dos pais, a influência de amigos e, muitas vezes a influência dos próprios familiares que bebem, ou são dependentes do álcool. Nas palavras de Cavalcante:
Fatores sociais, psicológicos e religiosos, bem como problemas temporários podem influenciar a decisão de beber tanto no adolescente quanto no adulto jovem. Dada a alta taxa de prevalência de indivíduos que, por qualquer motivo, num momento ou outro da vida fizeram uso de álcool, torna o beber um fenômeno praticamente universal. Entretanto, fatores que podem influenciar a decisão de beber ou fatores que contribuem para problemas temporários, podem ser diferentes daqueles que contribuem para os problemas recorrentes e graves da dependência de álcool (1997, p. 22).
Embora não se deva desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida, para algumas pessoas, o álcool reduz o nível de ansiedade e normalmente estas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo, assim, como através da pressão do grupo de amigos, do sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool e a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo.
É inclusive bastante comum esse problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão ao beberem na presença dos filhos.
Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. É válido lembrar também que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários.
Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa.

5. Conclusão

Atualmente, os adolescentes estão entre os principais usuários de drogas. Grande parte dos jovens brasileiros entre 16 e 18 anos consomem maconha. Em 2001, cresce o uso de crack e drogas sintéticas, como o ecstasy. Mas são os consumidores de cocaína que mais procuram tratamento para se livrar da dependência , o qual é feito por meio de psicoterapias que promovem a abstinência às drogas e do uso de antidepressivos.
Um fator importante é a formação que cada um deve receber enquanto ser humano. Esse é um dos principais motivos de jovens do mundo inteiro recorrerem as drogas, o fato de se sentirem sozinhos ou perdidos, sem muitas experiências de vida e sem boas referencias para descobrirem que caminho querem seguir, mais principalmente pela desassistência dos pais, que somente após o filho se envolverem com drogas é que eles se mostram preocupados.

Sobre o Autor:

Roseane Rodrigues Nascimento - Estudante de Psicologia pela Fiesc/ Uniesp Colinas do Tocantins.

Referências:

CALDEIRA, Zélia Freire. Drogas, indivíduo e família: um estudo de relações singulares. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; 1999.
CAVALCANTE, Antônio Mourão. Drogas, esse barato sai caro: os caminhos da prevenção. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997.
GOMIDE, Paula Inez Cunha e PINSKY, Ilana. A influência da mídia e o uso de drogas na adolescência. IN: PINSKY, Ilana e BESSA, Marco Antônio (orgs). São Paulo: Contexto, 2004.
MALBERGIER, André. O modelo de redução de danos no tratamento das dependências. IN: FOCCHI, G. R. de Azevedo et al. Dependência Química: novos modelos de tratamento. São Paulo: Rocca, 2001.
OLIVEIRA, Claudete J. de. O enfrentamento da dependência do álcool e outras drogas pelo estado brasileiro. IN: BRAVO, Maria Inêz Souza [et al] (orgs). Saúde e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2004.
PIAGET, Jean. O juízo Moral da Criança. São Paulo: Summus, 1999.
SCIVOLETTO S, Henriques Jr. SG, Andrade AG. Uso de drogas por adolescentes que buscam atendimento ambulatorial: comparação entre "crack" e outras drogas ilícitas: um estudo piloto. Rev ABP-APAL 1997).


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