Mostrando postagens com marcador Freud e o Desenvolvimento: A teoria psicanalítica é como uma formulação desenvolvimentista da personalidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Freud e o Desenvolvimento: A teoria psicanalítica é como uma formulação desenvolvimentista da personalidade. Mostrar todas as postagens

domingo, 18 de maio de 2008

Freud e o Desenvolvimento: A teoria psicanalítica é como uma formulação desenvolvimentista da personalidade


Freud e o Desenvolvimento

A teoria psicanalítica é como uma formulação desenvolvimentista da personalidade

O desenvolvimento humano e a constituição do aparelho psíquico são explicados pela evolução da psicossexualidade.
A sexualidade está integrada no nosso desenvolvimento desde o nascimento, evoluindo através de estádios, com predomínio de uma zona erógena, que, quando estimulada, dá prazer.
Um dos conceitos mais importantes da teoria psicanalítica é a existência da sexualidade infantil.
Esta psicossexualidade envolve todo o corpo, é pré-genital e não centrada no aparelho genital, e nos primeiros anos é auto-erotica.

Organização das instancias do aparelho psíquico.

Id.

· É o primeiro elemento. Nasce com a criança. O seu conteúdo é constituído por toda a herança biológica do indivíduo, enquanto fonte da motivação e do prazer.
· É a fonte de toda a energia psíquica. É inconsciente e visa a satisfação imediata na busca exclusiva do prazer tendo assim a função de descarregar as tensões biológicas.
· A vida em sociedade seria impossível: é amoral.
· A busca narcísica e egocêntrica do prazer levaria a constantes frustrações e conflitos no mundo real.

Ego

· Orienta as pulsões de acordo com as exigências da realidade.
· Controla as exigências instintivas do Id, decidindo onde, quando e como são feitas. Tem o papel de árbitro na luta entre as pulsões inatas e o meio. É a parte racional da alma.
· É pressionado pelos desejos insaciáveis do Id, a severidade repressiva do Superego e os perigos do mundo exterior. Se se submete ao Id, torna-se amoral e destrutivo; se se submete ao Superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa

insatisfação insuportável; se não se submeter à realidade do mundo, será destruído por ele. Por esse motivo, tem a dupla função de, recalcar o Id, satisfazendo o Superego, e satisfazer o Id, limitando o poderio do Superego.

Superego

· Autoridade do grupo social. Consciência moral que se liga a culpabilidade e a autocrítica.
· Representa um conjunto de valores nucleares como: honestidade, sentido de dever, obrigações, sentido de responsabilidade e outros.
· Também inconsciente faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos.
· Repreende. Manifesta-se à consciência de forma indirecta.
· Produção da imagem “Eu ideal”, isto é, da pessoa hipermoral, boa e virtuosa.

Estádios Psicossexuais

Estádio Oral (0 – 12/18 meses)

O ser humano nasce com id, ou seja, um conjunto de pulsões inatas.
O ego forma-se no primeiro ano de vida, de uma parte do id, que começa a ter características próprias.
Neste período são particularmente importantes as percepções visuais e auditivas.

A zona erógena do bebé, nos primeiros meses é constituída pelos lábios e cavidade bucal.
A alimentação é uma grande fonte de satisfação.
O chupar o seio materno é para os freudianos a primeira actividade sexual.
Nesta altura a relação entre o bebe e a mãe, vai ter reflexos na vida futura.

Estádio Anal (12/18 meses – 2/3 anos)

A maturação e o desenvolvimento psicomotor vão permitir à criança reter ou expulsar as fezes e a urina.
Neste estádio a zona erógena é o ânus.
Este período etário corresponde a uma fase em que a criança é mais autónoma, procurando afirmar-se e realizar as suas vontades.

Estádio Fálico (3 – 5/6 anos)

Neste estádio a zona erógena é a região genital. O órgão sexual é a fonte de prazer, sendo comum a sua manipulação.
A criança estão interessadas nas diferenças anatómicas entre os sexos, às interacções homem e mulher, tem brincadeiras que exploram essa interação (aos pais e as mães). Tem comportamentos exibicionistas e gostam de espreitar.




Estádio de Latência (5/6 anos – puberdade)

Após a vivência dos complexos e com um superego já formado a criança entra numa fase da latência, ou seja, vai esquecer alguns acontecimentos e sensações, através de um processo que se chama amnésia infantil.
O estádio de latência caracteriza-se por uma diminuição da actividade sexual.
A criança pode nesta fase, de uma forma mais calma e disponibilizada, desenvolver competências a nível escolar, social, cultural… Via aprender a ser mulher ou homem na sociedade.

Estádio Genital (depois da puberdade)

A adolescência vai reactivar uma sexualidade que esteve como que adormecida durante o período de latência.
A puberdade traz novas pulsões sexuais genitais e o mundo relacional do adolescente é alargado a pessoas exteriores à família.
O adolescente vai reactivar o seu complexo de Édipo e poderá assim, fazer escolhas sexuais fora do mundo familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências socioculturais.

Conflitos inerentes aos diferentes estádios psicossexuais do desenvolvimento

Cada estádio é marcado pelo confronto entre as pulsões sexuais (libido) e as forças que se lhe opõem (ódio, raiva, desespero, ausência de desejo).

Estádio oral

Neste período a criança é muito passiva e dependente; e por outro em que a criança é mais activa e na época do desmame pode mesmo morder o seio da mãe.
O desmame corresponde a uma frustração que vai situar a criança em relação à realidade do mundo.

A mãe é então muito investida enquanto pessoa que pela sua presença dá prazer e pela sua ausência frustra. A partir deste acontecimento dá-se um primeiro passo no processo de separação.

Estádio anal

A estimulação do ânus neste estádio dá prazer à criança, todavia, as contracções musculares podem provocar dor.
A ambivalência está também presente na forma como a criança hesita entre ceder ou opor-se ás regras de higiene que a mãe exige.

Estádio Fálico

Complexo de Édipo

É vulgar ouvir os meninos dizer que a sua namorada é a mãe e quando forem crescidos querem casar com ela.
Segundo Freud, os desejos libidinosos do filho para com a mãe, são totalmente inconscientes, embora eles influenciem o seu comportamento, não é ciente deles.
À medida que o seu desejo se sente mais forte, a criança entra inconscientemente em competição com o pai. É a conjugação destes dois sentimentos (amor/rivalidade) que fazem com que surja no rapaz o desejo de imitar o pai, de ser como ele, para conquistar a mãe.
Isto origina outro complexo – o complexo da castração – em que o rapaz teme que o pai se vingue, mutilando-o, particularmente amputando-lhe os órgãos genitais. O que aqui nos parece negativo e de certo modo chocante é, pelo contrário, positivo e basilar para a estruturação da personalidade.

Complexo de Electra

O desenvolvimento da personalidade da rapariga segue as mesmas directrizes. A rapariga sente-se atraída pelo pai. Uma importante diferença é que a rapariga esteve desde sempre muito ligada à mãe e, nesta idade, vai investir e seduzir o pai.
É mais difícil rivalizar com a mãe porque receia perder o seu amor. As meninas sentem aquilo a que Freud chamou inveja do pénis, ou pura e simplesmente dão-se conta de que o não têm, culpam a mãe por as terem posto no mundo incompletas. Porém, a resolução deste complexo não chega a um desfecho abrupto e quando o desfecho é feliz, a rapariga identifica-se com a mãe e torna socialmente aceitáveis os seus sentimentos pelo pai.

Estádio de Latência

A vergonha, o pudor, o nojo, a repugnância são sentimentos que contribuem para reter e controlar a libido. A existência do superego vai manifestar-se em preocupações morais.
O ego tem mecanismos inconscientes, que permitem estruturar uma nova organização face as pulsões do id.

Estádio Genital

Alguns adolescente, face as dificuldades deste período, regridem, recorrendo a mecanismos como o ascetismo ou a intelectualização.

Ascetismo: o adolescente nega prazer, procura ter controlo das pulsões através de uma rigorosa disciplina e de isolamento.

Intelectualização: o jovem procura esconder os aspectos emocionais do processo adolescente, interessa-se por actividades como pensamento, colocando ai toda a sua energia.

Obrigado por sua visita, volte sempre.

Conversas sobre Didática,