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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

NECESSIDADE OU PRIVAÇÃO? Por Fabio Campos




NECESSIDADE OU PRIVAÇÃO?
Por Fabio Campos


Pedimos a Deus por diversas vezes o que não precisamos. De fato, pedimos mal, pedimos para nosso próprio deleite. A cobiça fomentada pelo “marketing e a propaganda” gera em nós o murmúrio que nos torna insatisfeitos com aquilo que possuímos. As privações viram necessidades. Quando digo “necessidade”, trato do essencial, daquilo que fisiologicamente não há como viver com a falta. Ninguém consegue viver sem comida, bebida e roupa. Já “privação” é o ato de privar-se de algo que não necessita meramente ser essencial. A comida é essencial, mas aquilo que quero comer não é o essencial - seja pelo valor ou por uma questão de saúde – logo me privo de algo em busca de outro. Em tempos de recesso financeiro posso trocar restaurantes por lanchonetes. Essa é a diferença. O marketing não cria a necessidade! A necessidade é inerente à natureza do homem. Porém, nesta falta, o marketing trabalha para “despertar o desejo”. “Você precisa se vestir, então compre na Louis Vuitton e sinta-se mais importante do que os que compram na Renner” -, este é o papel do marketing diante de uma necessidade.

Quando entendemos esta diferença, entre “necessidade x privação”-, pela mente renovada, o Espírito Santo nos torna grato por aquilo que já possuímos. Passamos a viver contente em qualquer circunstância. Israel quem o digo no deserto. Quanta murmuração contra Moisés e Arão. A loucura chegou ao nível de eles desejarem morrer na podridão e servidão do Egito por lá haver carne e pão com fartura. O Senhor providenciou-lhes o Maná - o pão que desceu dos céus. A necessidade era suprida pelo pão, mas agora o povo queria carne. Este é o espírito desconte que peca contra Deus. Fazer do pão que perece a necessidade, enquanto nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.

O Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos. Nosso Pai que está nos céus sabe de nossas necessidades antes mesmo de as pedirmos. Muitos acumulam coisas para sua própria destruição. Quanto mais se tem, mas difícil fica em desprender-se quando necessário. Creio ser este o motivo porque muitos irmãos [talvez a maioria] passam por “privações”. Não que não existam cristãos ricos ou que todo rico não é salvo em Cristo; de forma nenhuma! Porém, muitos têm o livramento de desejar encher o seu celeiro para que possa descansar sua alma na incerteza das riquezas. Nossas necessidades são supridas por Deus; seja ela física ou espiritual; tudo vem pela mão do Senhor. O cristão entende e se alegra na multiplicação; mas para que haja multiplicação se faz necessário multiplicar também as necessidades. Os cinco mil pães não veio pela providencia divina somente por causa dos doze discípulos, mas pela multidão faminta de homens e mulheres que tiveram a demanda do essencial [a fome].



A providência de Deus é diária. A paz em meio às aflições é para quando há aflições. Afligimos-nos tanto pela ansiedade, e nos falta à paz por muitos momentos, simplesmente, porque colocamos nosso coração na possibilidade do amanhã - em algo que não aconteceu, e por muitas vezes não irá acontecer [ex. ser manado dispensado pela empresa que se é colaborador]. Se acontecer, naquele momento, não vai faltar à paz. Mas em nosso imediatismo queremos a paz especificamente para isso quando ainda não aconteceu? O que precisamos fazer é lançar a ansiedade sobre Ele, pois tem cuidado de nós. O Maná era para ser colhido diariamente e comido no mesmo dia, não podendo juntar para o dia seguinte. Basta a cada dia seu próprio mal.

Israel na sua cobiça juntou a porção do maná não somente a do dia, mas pensou no amanhã [não por prudência, mas pela falta de fé na providencia diária de Deus]. Aquele que precisava colher um pouco mais, não lhe sobrava e nem faltava; o que colhia pouco, da mesma forma ocorria - não faltava e nem sobrava. A ordem era... “Ninguém deixe dele [maná] para manhã”. Eles, porém, não deram ouvidos. Deixaram do maná para comer no dia seguinte. O que aconteceu? Estragou, deu bichos e cheirava mal. Muitas vezes retemos o que Deus disse para gastar e gastamos o que Deus disse para reter. Em ambos os casos vamos colher consequências prejudiciais - ou vai estragar ou vai faltar.
Quando Deus nos pede algo ele respalda. O descanso ao povo foi estabelecido para ser cumprido no sábado. Neste dia nem o maná podia-se colher. Contudo, na sexta, a porção enviada pelo Senhor era dobrada, o que mostra que o Senhor tem o controle até mesmo das necessidades mais básicas da vida do cotidiano. Deus cuida de nós nos mínimos detalhes, fato é que todos os fios de nossa cabeça estão na contabilidade divina. Não é errado orar pelas necessidades básicas da vida ou algo que possa trazer um bem-estar e conforto à família. Contudo, usar Jesus como chave do sucesso para suas conquistas terrenas é muita mediocridade.

Não vivemos contentes em toda e qualquer situação porque fazemos da privação a necessidade. Se você está alimentado e vestido, isto é um sinal que Deus cumpriu com sua a Palavra. Ter paz com Deus é viver contente tanto na abundancia como na escassez. É fazer da motivação do realizar a glória de Deus; é saber que os tesouros verdadeiros são juntados nos céus; é vender tudo e segui-lo; é deixar de viver para que Ele viva em mim; é ser achado nEle, ciência e sabedoria de Deus.

Que Deus derrame da sua paz para que possamos dar “glórias” em toda e qualquer situação, sabendo que Ele nos proporciona ricamente aquilo que precisamos [necessidade] para o nosso aprazimento. O resto é lucro!

Soli Deo Gloria!

Fabio Campos
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NOTA: O texto base para esta reflexão foi o de Êxodo capítulo 16. 





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