ORIENTADOR EDUCACIONAL: NECESSIDADE E RELEVÂNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR
AUTORES: DERLÂNDIA DE OLIVEIRA¹
ELISÂNGELA FERNANDES DA SILVA¹
MARIA DE LURDES MACHADO NOGUEIRA NETA¹
MARIA SILVANA GOMES PARENTE¹
ROGERMO TERTULIANO DE MELO¹
WESLIANY VIEIRA MARTINS FERNANDES¹
CO-AUTORA: MARLUCE TORQUATO LIMA GONÇALVES²
RESUMO
O presente artigo que trata do Orientador Educacional: NECESSIDADE E RELEVÂNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR, tem como objetivo apresentar à sociedade a importância do trabalho de Orientação Educacional no espaço escolar, como um mediador no processo de ensino-aprendizagem. O serviço de Orientação Educacional faz parte das atividades pedagógicas no Brasil, desde o ano de 1920 e no decorrer de seu desenvolvimento se caracterizou por diversas fases e se institucionaliza com a Lei nº 5.692/71, que aborda a obrigatoriedade da O.E. A atual LDB estabelece que os profissionais de administração, supervisão e orientação devem ser formados nos cursos de pedagogia, tendo a docência como base para o exercício dessas funções. A partir das Diretrizes do Curso de Pedagogia em vigor coloca-se em questionamento a orientação educacional. Isso tem ocasionado a extinção do serviço de O.E. em grande parte das escolas públicas brasileiras. A metodologia utilizada é de cunho bibliográfico. Constatamos que é necessária a existência do Orientador Educacional no espaço escolar, em virtude da importância do seu trabalho para a formação de sujeitos conscientes e atuantes no meio em que vive.
Palavras-chave: Orientação Educacional, aluno, espaço escolar.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo mostrar a importância do trabalho do Orientador Educacional na ambiência escolar.
______
Estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará – UECE; Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns – CECITEC; VII Semestre
² Professora Mestra da Universidade Estadual do Ceará – UECE; do Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns - CECITEC 2
O fato de termos cursado a disciplina de Orientação Educacional ofertada no curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará, no Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns (UECE, CECITEC) nos faz perceber a importância e a necessidade: pedagógica, técnica, política e social do orientador educacional na escola. A forma como vêm se dando as relações escolares nos últimos anos, em virtude das modificações econômicas, sociais e culturais que resultam em novas demandas e desafios na educação e, conseqüentemente, em novas necessidade de um novo perfil de aluno. Destacamos a relevância da existência do profissional de orientação educacional na escola. Em decorrência desse contexto social, surgem problemas como: dificuldades de aprendizagem, relação professor-aluno e da integração escola e comunidade dentre outros. Neste sentido, destaca-se a relevância das dimensões pedagógicas e técnicas do O. E. que se revela pela capacidade de relacionar conteúdos e técnicas da área de trabalho, pela capacidade de planejamento e previsão, pela atitude avaliativa, pela preocupação em relacionar conteúdo e metodologia à realidade de vida do aluno, relacionando conteúdos e metodologias que sejam pertinentes ao contexto escolar. Dessa forma o O.E. está comprometido com a aprendizagem do aluno, com a formação do cidadão para uma participação mais consciente no mundo em que vive. Na dimensão política do O.E. com a realidade social mais ampla, estão presentes os aspectos éticos do educador, que se caracterizam pela busca de um relacionamento entre o que faz, a realidade do aluno e a percepção do seu papel social. A função do O.E. no decorrer da história se caracteriza desde um processo considerado terapêutico, devido às influências da psicologia, em que o aspecto principal era o ajustamento do aluno à sociedade e à família, até a função preventiva. Atualmente, a O.E. vive uma fase considerada crítica e se configura como processo social necessário dentro da escola, para mobilizar os que nela atuam para a formação do homem coletivo. Nesta ótica, a concepção teórica que fundamenta esta proposta tem como base os princípios da teoria do construtivismo social que tem como principal defensor Vigotsky. Um dos pressupostos dessa teoria diz que na construção do conhecimento, três fatores são importantes: a historicidade, conhecer, interpretar, analisar a totalidade, identificar as partes para a formação do todo; e a criticidade – realizar critica, entre a leitura de sua formação, de sua prática.
Em síntese, nesta visão somos considerados sujeitos históricos, ou seja, a nossa formação individual e social é influenciada pelos fatores econômicos, políticos, culturais etc., 3
e que o conhecimento se dá através de estruturas de mediação como por exemplo, a linguagem, uma vez que segundo o autor citado anteriormente, o conhecimento se encontra em dois níveis: primeiro no plano interpessoal e depois passa para o plano intrapessoal, por meio das mediações e do processo de interiorização são construídos os conhecimentos. Portanto, a escola e o O.E. nessa perspectiva constituem-se importantes elementos de mediação da aprendizagem do aluno e da sua formação como um todo. Assim, temos como objetivo geral apresentar à sociedade a importância do trabalho de Orientação Educacional no espaço escolar, como ,mediador no processo de ensino-aprendizagem. E como objetivos específicos: contribuir para a conscientização da necessidade do serviço de Orientação Educacional nas escolas; mostrar a importância do profissional de Orientação Educacional quanto a integração escola/ família e comunidade. Promover discussões acerca do trabalho de Orientação Educacional entre os profissionais da educação.
2.CONCEPÇÃO TEÓRICA QUE DEVE NORTEAR A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL A Orientação Educacional manteve sempre estreita relação com as tendências pedagógicas, sendo seu trabalho desenvolvido de acordo com o que se esperava nas diversas concepções. Assim como a educação, a orientação está inserida num contexto sociocultural, político e econômico que a caracteriza de uma forma única e específica no momento histórico de sua análise. No contexto educacional brasileiro, a Orientação educacional surge entre os anos de 1920 a 1941, ficando nesse período conhecido como implementador, caracterizado por ênfase nos trabalhos de seleção e escolha profissional. Posteriormente, a orientação vive o período denominado funcional e institucional, sendo nessa fase caracterizada pela sua exigência nas escolas.
Uma outra fase da orientação educacional ficou conhecida como período transformador, sendo caracterizada como educativa na Lei nº 4024/61, até a profissionalização dos que atuam nessa área, através da Lei nº 5540/68. De 1971 a 1980 vive-se o período disciplinador. Nesse período surge a obrigatoriedade da O.E nas escolas de 1° e 2° graus, através da Lei nº 5692/71. Na década de 80, teve início o período questionador. É, nesse período que mais se questiona a Orientação Educacional, tanto em termos de formação de seus profissionais, quanto da prática realizada. A partir de 1990, o período denominado 4
orientador, vive-se a "orientação" da Orientação Educacional pretendida. Nesse período, surgem muitas dúvidas quanto à orientação educacional, havendo questionamentos como: Acaba a orientação? E se na nova lei não aparecer a Orientação Educacional? Qual o futuro do orientador, em termos de mercado de trabalho, se muitas escolas, inclusive da rede oficial não têm, nos seus quadros, esse profissional? Qual será a nova prática que teremos? Dessa forma, é evidente que a O.E apresentou funções e características de acordo com seu contexto histórico caracterizado pelos fundamentos da psicologia. Hoje, vivemos a fase crítica, em que se procura ajudar o aluno, como um todo, com os seus problemas e o significado dos mesmos junto ao momento histórico em que vivemos. Nesse sentido, o Orientador educacional é considerado um educador e seu trabalho está voltado para o que é fundamental na escola, o currículo, o ensinar e o aprender e todas as relações decorrentes. Assim, a orientação educacional consiste em um processo social desencadeado dentro da escola, mobilizando todos os educadores que nela atuam, especialmente os professores para que, na formação desse homem coletivo, auxiliem cada aluno a se construir, a identificar o processo de escolha por quem passam, os fatores socioeconômicos, políticos, ideológicos e éticos que o permeiam e os mecanismos por meio dos quais ele possa superar a alienação proveniente de nossa organização social, tornando-se, assim, um elemento consciente e atuante dentro da organização social, contribuindo para sua transformação. Todavia, a educação estará sendo pensada como um processo social de formação do homem coletivo responsável pela construção não do seu futuro, mas no futuro de toda sociedade. Assim sendo, o papel da escola é promover o desenvolvimento do indivíduo, tornando-o capaz de enfrentar múltiplas situações porque conta com uma bagagem valiosa de experiências e apresenta um raciocínio sempre aberto ao estabelecimento de novas relações com o mundo que o cerca.
Para tanto, a função do professor é, juntamente com o O.E, refletir sobre a relação de ensino e aprendizagem que ocorre em sala de aula, identificando aspectos que necessitem de ampliação, aprofundamento ou modificação de modo a garantir a construção de conhecimento do aluno em direções cada vez mais conscientes com os objetivos propostos. Em decorrência, suas funções não se restringem ao aspecto aprendizagem intelectual, mas como tarefa essencialmente ética e política sem dúvida alguma, abrangem as crenças, valores e formas de agir de seus alunos que extrapolam a sala de aula, interferindo na formação do cidadão que, por meio desses aspectos, estará contribuindo para a transformação do sistema social em que vive. 5
Neste processo, o aluno é considerado sujeito de sua história e consciente do mundo em que vive. Portanto, um cidadão consciente de seus direitos e deveres. Com base nas concepções de Orientação Educacional, educação, escola, professor e aluno mencionados anteriormente, defendemos que a concepção teórica que norteará o trabalho do O.E. tem como base os princípios do construtivismo social, defendido por Vigotsky. Segundo Grinspum (2001), citando Becker, o construtivismo significa. (...) a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela intenção do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais. (p.153) Nesta perspectiva, o orientador propicia em primeiro momento, condições mobilizadoras do meio externo, possibilitando o contato mais próximo do aluno com a realidade. Dessa forma, o indivíduo constrói o conhecimento através da elaboração de relações, as mais abrangentes possíveis. O orientador pode ajudar o aluno na interpretação das ações do meio, na construção da representação mental dessas ações. Discutindo, refletindo, interpretando o contexto, o orientador pode colaborar com a passagem do significado do meio externo para as reflexões pertinentes ao próprio indivíduo. Para a construção do conhecimento três fatores são importantes: a historicidade - conhecer, interpretar, analisar, e "viver" a história de seu tempo; a totalidade - identificar as partes para a formação do todo; e a criticidade - realizar criticamente a leitura de sua formação, de sua prática. Na proposta defendida é de suma importância enfatizar a linguagem, a comunicação e o diálogo. E para isso, o orientador promoverá condições, meios, para que a voz dos alunos seja ouvida e respeitada no espaço pedagógico. Se o aluno é promotor da sua história, ouvi-lo não é nenhuma atitude de atendimento específico, mas sim, uma obrigação que se insere em uma medida educacional. A orientação, assim entendida, deverá ser vista como uma atividade, disciplinar (sentido de ação), dentro da escola, que ajudará, facilitará os meios e as condições necessárias para o aluno buscar, discutir, pensar, refletir, problematizar, agir sobre dados e fatos necessários à construção do seu conhecimento, à formação do seu entendimento como cidadão.
Contudo, destacamos a importância da sincronicidade na realização do trabalho 6
do orientador educacional. Está sendo entendida como a ocorrência simultânea e crítica de componentes políticos humano-interacionais e técnicos, que se traduz em sua ação, ocorrência essa que gera movimentos que é ação de e entre professor-aluno-realidade. Esse movimento engendra novas compreensões da totalidade do fenômeno educativo, no qual há reestruturação contínua e consistente em todos, em cada um e na relação entre esses componentes, na medida em que se define e redefine um projeto pedagógico coletivo. Com isso, o orientador é um educador consciente, não é alguém alheio e alienado ao mundo e ao que acontece nele, mas, a ele pertence e nele participa. Essa consciência permite que ele perceba o que acontece em sua sincronicidade para então operar, interferir, buscar alternativas e transformar. Nesse processo se destaca mais uma importância do trabalho do orientador educacional que é a de promover a integração de todos os profissionais da escola, conscientizando-os da necessidade da sincronicidade no fazer pedagógico, isto é, despertarem que em suas ações, está presente a dimensão política que se revela pela relação ética do educador com a realidade social mais ampla: pela busca de um relacionamento entre o que faz e a realidade do aluno; a dimensão humano-interacional que se caracteriza pela relação sócio-afetiva e cognitiva que o educador busca construir entre ele e o aluno e entre aluno-aluno e pela preocupação em construir o grupo de educadores e educandos, garantindo um trabalho integrado e cooperativo na escola; e a dimensão técnica manifestada pelo conhecimento do educador em relação aos conteúdos e técnicas de sua área de trabalho; pela sua capacidade de planejamento e previsão, pela sua atitude; pela preocupação em relacionar conteúdo e metodologia à realidade de vida do aluno, selecionando conteúdos e metodologias que sejam pertinentes aos interesses da comunidade escolar.
3. ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL QUANTO À: 3.1. Escola: - Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-a no processo educativo global. - Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando. - Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias no conhecimento global do educando.
- Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros 7
especialistas aqueles que exigem assistência especial. - Desenvolver a compreensão dos valores, das implicações e das responsabilidades em relação à dimensão e sexual da personalidade do aluno. - Colaborar na análise dos indicadores de aproveitamento escolar, evasão, repetência. - Desenvolver no aluno atitudes de cooperação sociabilidade, respeito, consideração, responsabilidade, tolerância e respeito às diferenças individuais. 3.2. Aluno: - Realizar sessões de orientação com cada série propondo temas (textos, trabalhos em grupo, vídeo, informática, debates, atividades extra-classe, entre outras) indo ao encontro dos objetivos propostos e das necessidades e interesses da faixa etária a ser trabalhada. - Realizar reuniões com representantes de classe e/ou comissões. - Participar dos eventos da escola (atividades extra-classe, jogos, festa junina, encontros, viagens etc.). - Realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos. - Atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e reflexão dos problemas encontrados em situações de classe, recreios, cuidado com material de uso comum, respeito aos professores e funcionários. - Atendimentos grupais sempre que for necessário para situações de grupo. - Esclarecer quanto a regras e sanes no que diz respeito ao cumprimento ao cumprimento das normas do colégio. 3.3. Professores: - Divulgar perfil das classes; - Organizar arquivos e fichas acumulativas; - Propor estratégias comuns entre os professores, coordenação e orientação; - Realizar atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de curso para receber ou fornecer informações necessárias dos alunos; - Analisar e avaliar dos resultados quantitativos dos alunos, das classes junto à coordenação para posterior encaminhamentos; - Participar das reuniões de curso; - Participar na preparação e realização dos conselhos de classe;
- Organizar e participar junto à coordenação das atividades extra- curriculares. 8
- Treinamento de professores em observação e registro do comportamento do aluno; - Descobrir através da auto-avaliação e da execução de atividades, suas dificuldades e facilidades; - Descobrir sua forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da escola; - Pesquisar sobre as causas de desajustamento e aproveitamento deficiente do aluno. 3.4. Família: - Desenvolver atitudes favoráveis à efetiva participação dos pais na tarefa educativa. - Orientar os pais para que tenham atitudes corretas e relação ao estudo dos filhos. - Identificar possíveis influências do ambiente familiar que possam estar prejudicando o desempenho do aluno na escola e atuar sobre elas. - Contribuir para o processo de integração escola-família-comunidade, atuando como elemento de ligação e comunicação entre todos. - Identificar possibilidades e disponibilidades de colaboração por parte dos pais, em relação à escola.
4. PERFIL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL Levando em consideração a proposta-definida de· como deve ser o trabalho do O.E no âmbito escolar, é importante destacar a formação desse profissional. Deve ser formado em pedagogia, tendo como referenciais as teóricas críticas da educação, sendo um educador consciente, responsável pela construção de seu conhecimento, preocupado com a análise crítica das realidades sociais, buscando alternativas de ação para transformação dessa realidade. Outro aspecto importante a ser destacado no perfil desse profissional é o seu compromisso ético com a educação, que se revela na visão clara da realidade social sendo que o mesmo mostre facilidade em se relacionar com todos os segmentos da escola. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos estudos e das reflexões sobre o profissional de orientação educacional, descobrimos que a lei 9394/96 da Educação nacional extinguiu dos cursos de pedagogia as especializações de orientação educacional, essa função, que antes era exercida pelo 9
profissional formado nessa área. No entanto, propõe que os profissionais de administração, supervisão e orientação educacional devem ser oriundos dos cursos de pedagogia tendo a docência como base para o exercício dessas funções. Portanto, isso ocasionou a extinção da figura do O.E. na maioria das escolas brasileiras, mas, atualmente, tendo em vista as novas transformações nos contextos sociais, econômicos e políticos, que resultam em novas demandas e desafios na educação e conseqüentemente em novas necessidades e um novo perfil de aluno, percebe-se a exigência e a relevância do profissional de O.E. no espaço escolar. Tendo o aluno como seu principal objeto de trabalho, o orientador educacional possa ser um profissional de grande relevância para o resultado final do ensino que é a aprendizagem, conseqüentemente ser comprometido com a formação do cidadão consciente no mundo em que vive, disso portanto, resulta a sua importância na escola.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRINSPUM, Miriam P. S. Zippin (org). A prática dos Orientadores. 4 ed. São Paulo: Cortz, 2001. PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. Formação e prática do educador e do Orientador: confrontos e questionamentos. 2 ed. Campinas – SP: Papirus, 1998.
www.procampus.com.br/ensino_orientação_atribuições.asp_54k.
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AUTORES: DERLÂNDIA DE OLIVEIRA¹
ELISÂNGELA FERNANDES DA SILVA¹
MARIA DE LURDES MACHADO NOGUEIRA NETA¹
MARIA SILVANA GOMES PARENTE¹
ROGERMO TERTULIANO DE MELO¹
WESLIANY VIEIRA MARTINS FERNANDES¹
CO-AUTORA: MARLUCE TORQUATO LIMA GONÇALVES²
RESUMO
O presente artigo que trata do Orientador Educacional: NECESSIDADE E RELEVÂNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR, tem como objetivo apresentar à sociedade a importância do trabalho de Orientação Educacional no espaço escolar, como um mediador no processo de ensino-aprendizagem. O serviço de Orientação Educacional faz parte das atividades pedagógicas no Brasil, desde o ano de 1920 e no decorrer de seu desenvolvimento se caracterizou por diversas fases e se institucionaliza com a Lei nº 5.692/71, que aborda a obrigatoriedade da O.E. A atual LDB estabelece que os profissionais de administração, supervisão e orientação devem ser formados nos cursos de pedagogia, tendo a docência como base para o exercício dessas funções. A partir das Diretrizes do Curso de Pedagogia em vigor coloca-se em questionamento a orientação educacional. Isso tem ocasionado a extinção do serviço de O.E. em grande parte das escolas públicas brasileiras. A metodologia utilizada é de cunho bibliográfico. Constatamos que é necessária a existência do Orientador Educacional no espaço escolar, em virtude da importância do seu trabalho para a formação de sujeitos conscientes e atuantes no meio em que vive.
Palavras-chave: Orientação Educacional, aluno, espaço escolar.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo mostrar a importância do trabalho do Orientador Educacional na ambiência escolar.
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Estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará – UECE; Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns – CECITEC; VII Semestre
² Professora Mestra da Universidade Estadual do Ceará – UECE; do Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns - CECITEC 2
O fato de termos cursado a disciplina de Orientação Educacional ofertada no curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará, no Centro de Educação Ciências e Tecnologia da Região dos Inhamuns (UECE, CECITEC) nos faz perceber a importância e a necessidade: pedagógica, técnica, política e social do orientador educacional na escola. A forma como vêm se dando as relações escolares nos últimos anos, em virtude das modificações econômicas, sociais e culturais que resultam em novas demandas e desafios na educação e, conseqüentemente, em novas necessidade de um novo perfil de aluno. Destacamos a relevância da existência do profissional de orientação educacional na escola. Em decorrência desse contexto social, surgem problemas como: dificuldades de aprendizagem, relação professor-aluno e da integração escola e comunidade dentre outros. Neste sentido, destaca-se a relevância das dimensões pedagógicas e técnicas do O. E. que se revela pela capacidade de relacionar conteúdos e técnicas da área de trabalho, pela capacidade de planejamento e previsão, pela atitude avaliativa, pela preocupação em relacionar conteúdo e metodologia à realidade de vida do aluno, relacionando conteúdos e metodologias que sejam pertinentes ao contexto escolar. Dessa forma o O.E. está comprometido com a aprendizagem do aluno, com a formação do cidadão para uma participação mais consciente no mundo em que vive. Na dimensão política do O.E. com a realidade social mais ampla, estão presentes os aspectos éticos do educador, que se caracterizam pela busca de um relacionamento entre o que faz, a realidade do aluno e a percepção do seu papel social. A função do O.E. no decorrer da história se caracteriza desde um processo considerado terapêutico, devido às influências da psicologia, em que o aspecto principal era o ajustamento do aluno à sociedade e à família, até a função preventiva. Atualmente, a O.E. vive uma fase considerada crítica e se configura como processo social necessário dentro da escola, para mobilizar os que nela atuam para a formação do homem coletivo. Nesta ótica, a concepção teórica que fundamenta esta proposta tem como base os princípios da teoria do construtivismo social que tem como principal defensor Vigotsky. Um dos pressupostos dessa teoria diz que na construção do conhecimento, três fatores são importantes: a historicidade, conhecer, interpretar, analisar a totalidade, identificar as partes para a formação do todo; e a criticidade – realizar critica, entre a leitura de sua formação, de sua prática.
Em síntese, nesta visão somos considerados sujeitos históricos, ou seja, a nossa formação individual e social é influenciada pelos fatores econômicos, políticos, culturais etc., 3
e que o conhecimento se dá através de estruturas de mediação como por exemplo, a linguagem, uma vez que segundo o autor citado anteriormente, o conhecimento se encontra em dois níveis: primeiro no plano interpessoal e depois passa para o plano intrapessoal, por meio das mediações e do processo de interiorização são construídos os conhecimentos. Portanto, a escola e o O.E. nessa perspectiva constituem-se importantes elementos de mediação da aprendizagem do aluno e da sua formação como um todo. Assim, temos como objetivo geral apresentar à sociedade a importância do trabalho de Orientação Educacional no espaço escolar, como ,mediador no processo de ensino-aprendizagem. E como objetivos específicos: contribuir para a conscientização da necessidade do serviço de Orientação Educacional nas escolas; mostrar a importância do profissional de Orientação Educacional quanto a integração escola/ família e comunidade. Promover discussões acerca do trabalho de Orientação Educacional entre os profissionais da educação.
2.CONCEPÇÃO TEÓRICA QUE DEVE NORTEAR A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL A Orientação Educacional manteve sempre estreita relação com as tendências pedagógicas, sendo seu trabalho desenvolvido de acordo com o que se esperava nas diversas concepções. Assim como a educação, a orientação está inserida num contexto sociocultural, político e econômico que a caracteriza de uma forma única e específica no momento histórico de sua análise. No contexto educacional brasileiro, a Orientação educacional surge entre os anos de 1920 a 1941, ficando nesse período conhecido como implementador, caracterizado por ênfase nos trabalhos de seleção e escolha profissional. Posteriormente, a orientação vive o período denominado funcional e institucional, sendo nessa fase caracterizada pela sua exigência nas escolas.
Uma outra fase da orientação educacional ficou conhecida como período transformador, sendo caracterizada como educativa na Lei nº 4024/61, até a profissionalização dos que atuam nessa área, através da Lei nº 5540/68. De 1971 a 1980 vive-se o período disciplinador. Nesse período surge a obrigatoriedade da O.E nas escolas de 1° e 2° graus, através da Lei nº 5692/71. Na década de 80, teve início o período questionador. É, nesse período que mais se questiona a Orientação Educacional, tanto em termos de formação de seus profissionais, quanto da prática realizada. A partir de 1990, o período denominado 4
orientador, vive-se a "orientação" da Orientação Educacional pretendida. Nesse período, surgem muitas dúvidas quanto à orientação educacional, havendo questionamentos como: Acaba a orientação? E se na nova lei não aparecer a Orientação Educacional? Qual o futuro do orientador, em termos de mercado de trabalho, se muitas escolas, inclusive da rede oficial não têm, nos seus quadros, esse profissional? Qual será a nova prática que teremos? Dessa forma, é evidente que a O.E apresentou funções e características de acordo com seu contexto histórico caracterizado pelos fundamentos da psicologia. Hoje, vivemos a fase crítica, em que se procura ajudar o aluno, como um todo, com os seus problemas e o significado dos mesmos junto ao momento histórico em que vivemos. Nesse sentido, o Orientador educacional é considerado um educador e seu trabalho está voltado para o que é fundamental na escola, o currículo, o ensinar e o aprender e todas as relações decorrentes. Assim, a orientação educacional consiste em um processo social desencadeado dentro da escola, mobilizando todos os educadores que nela atuam, especialmente os professores para que, na formação desse homem coletivo, auxiliem cada aluno a se construir, a identificar o processo de escolha por quem passam, os fatores socioeconômicos, políticos, ideológicos e éticos que o permeiam e os mecanismos por meio dos quais ele possa superar a alienação proveniente de nossa organização social, tornando-se, assim, um elemento consciente e atuante dentro da organização social, contribuindo para sua transformação. Todavia, a educação estará sendo pensada como um processo social de formação do homem coletivo responsável pela construção não do seu futuro, mas no futuro de toda sociedade. Assim sendo, o papel da escola é promover o desenvolvimento do indivíduo, tornando-o capaz de enfrentar múltiplas situações porque conta com uma bagagem valiosa de experiências e apresenta um raciocínio sempre aberto ao estabelecimento de novas relações com o mundo que o cerca.
Para tanto, a função do professor é, juntamente com o O.E, refletir sobre a relação de ensino e aprendizagem que ocorre em sala de aula, identificando aspectos que necessitem de ampliação, aprofundamento ou modificação de modo a garantir a construção de conhecimento do aluno em direções cada vez mais conscientes com os objetivos propostos. Em decorrência, suas funções não se restringem ao aspecto aprendizagem intelectual, mas como tarefa essencialmente ética e política sem dúvida alguma, abrangem as crenças, valores e formas de agir de seus alunos que extrapolam a sala de aula, interferindo na formação do cidadão que, por meio desses aspectos, estará contribuindo para a transformação do sistema social em que vive. 5
Neste processo, o aluno é considerado sujeito de sua história e consciente do mundo em que vive. Portanto, um cidadão consciente de seus direitos e deveres. Com base nas concepções de Orientação Educacional, educação, escola, professor e aluno mencionados anteriormente, defendemos que a concepção teórica que norteará o trabalho do O.E. tem como base os princípios do construtivismo social, defendido por Vigotsky. Segundo Grinspum (2001), citando Becker, o construtivismo significa. (...) a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela intenção do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais. (p.153) Nesta perspectiva, o orientador propicia em primeiro momento, condições mobilizadoras do meio externo, possibilitando o contato mais próximo do aluno com a realidade. Dessa forma, o indivíduo constrói o conhecimento através da elaboração de relações, as mais abrangentes possíveis. O orientador pode ajudar o aluno na interpretação das ações do meio, na construção da representação mental dessas ações. Discutindo, refletindo, interpretando o contexto, o orientador pode colaborar com a passagem do significado do meio externo para as reflexões pertinentes ao próprio indivíduo. Para a construção do conhecimento três fatores são importantes: a historicidade - conhecer, interpretar, analisar, e "viver" a história de seu tempo; a totalidade - identificar as partes para a formação do todo; e a criticidade - realizar criticamente a leitura de sua formação, de sua prática. Na proposta defendida é de suma importância enfatizar a linguagem, a comunicação e o diálogo. E para isso, o orientador promoverá condições, meios, para que a voz dos alunos seja ouvida e respeitada no espaço pedagógico. Se o aluno é promotor da sua história, ouvi-lo não é nenhuma atitude de atendimento específico, mas sim, uma obrigação que se insere em uma medida educacional. A orientação, assim entendida, deverá ser vista como uma atividade, disciplinar (sentido de ação), dentro da escola, que ajudará, facilitará os meios e as condições necessárias para o aluno buscar, discutir, pensar, refletir, problematizar, agir sobre dados e fatos necessários à construção do seu conhecimento, à formação do seu entendimento como cidadão.
Contudo, destacamos a importância da sincronicidade na realização do trabalho 6
do orientador educacional. Está sendo entendida como a ocorrência simultânea e crítica de componentes políticos humano-interacionais e técnicos, que se traduz em sua ação, ocorrência essa que gera movimentos que é ação de e entre professor-aluno-realidade. Esse movimento engendra novas compreensões da totalidade do fenômeno educativo, no qual há reestruturação contínua e consistente em todos, em cada um e na relação entre esses componentes, na medida em que se define e redefine um projeto pedagógico coletivo. Com isso, o orientador é um educador consciente, não é alguém alheio e alienado ao mundo e ao que acontece nele, mas, a ele pertence e nele participa. Essa consciência permite que ele perceba o que acontece em sua sincronicidade para então operar, interferir, buscar alternativas e transformar. Nesse processo se destaca mais uma importância do trabalho do orientador educacional que é a de promover a integração de todos os profissionais da escola, conscientizando-os da necessidade da sincronicidade no fazer pedagógico, isto é, despertarem que em suas ações, está presente a dimensão política que se revela pela relação ética do educador com a realidade social mais ampla: pela busca de um relacionamento entre o que faz e a realidade do aluno; a dimensão humano-interacional que se caracteriza pela relação sócio-afetiva e cognitiva que o educador busca construir entre ele e o aluno e entre aluno-aluno e pela preocupação em construir o grupo de educadores e educandos, garantindo um trabalho integrado e cooperativo na escola; e a dimensão técnica manifestada pelo conhecimento do educador em relação aos conteúdos e técnicas de sua área de trabalho; pela sua capacidade de planejamento e previsão, pela sua atitude; pela preocupação em relacionar conteúdo e metodologia à realidade de vida do aluno, selecionando conteúdos e metodologias que sejam pertinentes aos interesses da comunidade escolar.
3. ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL QUANTO À: 3.1. Escola: - Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-a no processo educativo global. - Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando. - Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias no conhecimento global do educando.
- Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros 7
especialistas aqueles que exigem assistência especial. - Desenvolver a compreensão dos valores, das implicações e das responsabilidades em relação à dimensão e sexual da personalidade do aluno. - Colaborar na análise dos indicadores de aproveitamento escolar, evasão, repetência. - Desenvolver no aluno atitudes de cooperação sociabilidade, respeito, consideração, responsabilidade, tolerância e respeito às diferenças individuais. 3.2. Aluno: - Realizar sessões de orientação com cada série propondo temas (textos, trabalhos em grupo, vídeo, informática, debates, atividades extra-classe, entre outras) indo ao encontro dos objetivos propostos e das necessidades e interesses da faixa etária a ser trabalhada. - Realizar reuniões com representantes de classe e/ou comissões. - Participar dos eventos da escola (atividades extra-classe, jogos, festa junina, encontros, viagens etc.). - Realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos. - Atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e reflexão dos problemas encontrados em situações de classe, recreios, cuidado com material de uso comum, respeito aos professores e funcionários. - Atendimentos grupais sempre que for necessário para situações de grupo. - Esclarecer quanto a regras e sanes no que diz respeito ao cumprimento ao cumprimento das normas do colégio. 3.3. Professores: - Divulgar perfil das classes; - Organizar arquivos e fichas acumulativas; - Propor estratégias comuns entre os professores, coordenação e orientação; - Realizar atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de curso para receber ou fornecer informações necessárias dos alunos; - Analisar e avaliar dos resultados quantitativos dos alunos, das classes junto à coordenação para posterior encaminhamentos; - Participar das reuniões de curso; - Participar na preparação e realização dos conselhos de classe;
- Organizar e participar junto à coordenação das atividades extra- curriculares. 8
- Treinamento de professores em observação e registro do comportamento do aluno; - Descobrir através da auto-avaliação e da execução de atividades, suas dificuldades e facilidades; - Descobrir sua forma de relacionar-se com os colegas e profissionais da escola; - Pesquisar sobre as causas de desajustamento e aproveitamento deficiente do aluno. 3.4. Família: - Desenvolver atitudes favoráveis à efetiva participação dos pais na tarefa educativa. - Orientar os pais para que tenham atitudes corretas e relação ao estudo dos filhos. - Identificar possíveis influências do ambiente familiar que possam estar prejudicando o desempenho do aluno na escola e atuar sobre elas. - Contribuir para o processo de integração escola-família-comunidade, atuando como elemento de ligação e comunicação entre todos. - Identificar possibilidades e disponibilidades de colaboração por parte dos pais, em relação à escola.
4. PERFIL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL Levando em consideração a proposta-definida de· como deve ser o trabalho do O.E no âmbito escolar, é importante destacar a formação desse profissional. Deve ser formado em pedagogia, tendo como referenciais as teóricas críticas da educação, sendo um educador consciente, responsável pela construção de seu conhecimento, preocupado com a análise crítica das realidades sociais, buscando alternativas de ação para transformação dessa realidade. Outro aspecto importante a ser destacado no perfil desse profissional é o seu compromisso ético com a educação, que se revela na visão clara da realidade social sendo que o mesmo mostre facilidade em se relacionar com todos os segmentos da escola. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos estudos e das reflexões sobre o profissional de orientação educacional, descobrimos que a lei 9394/96 da Educação nacional extinguiu dos cursos de pedagogia as especializações de orientação educacional, essa função, que antes era exercida pelo 9
profissional formado nessa área. No entanto, propõe que os profissionais de administração, supervisão e orientação educacional devem ser oriundos dos cursos de pedagogia tendo a docência como base para o exercício dessas funções. Portanto, isso ocasionou a extinção da figura do O.E. na maioria das escolas brasileiras, mas, atualmente, tendo em vista as novas transformações nos contextos sociais, econômicos e políticos, que resultam em novas demandas e desafios na educação e conseqüentemente em novas necessidades e um novo perfil de aluno, percebe-se a exigência e a relevância do profissional de O.E. no espaço escolar. Tendo o aluno como seu principal objeto de trabalho, o orientador educacional possa ser um profissional de grande relevância para o resultado final do ensino que é a aprendizagem, conseqüentemente ser comprometido com a formação do cidadão consciente no mundo em que vive, disso portanto, resulta a sua importância na escola.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRINSPUM, Miriam P. S. Zippin (org). A prática dos Orientadores. 4 ed. São Paulo: Cortz, 2001. PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. Formação e prática do educador e do Orientador: confrontos e questionamentos. 2 ed. Campinas – SP: Papirus, 1998.
www.procampus.com.br/ensino_orientação_atribuições.asp_54k.
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