Mostrando postagens com marcador Pedadogia e seus ramos. Pedagogia hospitalar.. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pedadogia e seus ramos. Pedagogia hospitalar.. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 12 de março de 2008

Pedagogia Hospitalar


Pedagogia hospitalar: uma possibilidade a mais *Prof.ª Dr.ª Elizete Lúcia Moreira Matos (Organizadora)* e co-autoria
RESUMO
O artigo abaixo foi realizado com as turmas de formandos do curso de Pedagogia da FACINTER, quando assumi em outubro de 2004 a disciplina de Estudos Independentes para trabalhar a proposta da Pedagogia Hospitalar em contexto teórico e prático. Este tema vem crescendo no cenário nacional com uma representatividade em 19 estados do Brasil, desenvolvendo propostas acadêmicas e práticas em contextos hospitalares e correlatos à área de saúde com o envolvimento de universidades, hospitais, Secretarias da Educação e da Saúde das realidades municipais, estaduais e privadas, ampliando o foco de atuação do pedagogo no espaço da saúde e garantindo por meio de propostas pedagógicas uma possibilidade a mais com a integração de multiprofissionais em prol da recuperação da saúde de uma forma mais ampla e humanizada. Atuo nesta área como pesquisadora e docente tanto na parte teórica como prática há mais de 12 anos. O desafio deste artigo foi envolver as turmas manhã e noite, inicialmente com exposição oral teórica, leitura de artigos e vivências práticas em contexto hospitalar. Após esta etapa as alunas individualmente produziram um short paper sobre a temática e o próximo passo foi elaborar a reescrita em sala de aula e depois uma organização final minha para fechar o artigo. Creio que o discente, quando, após a tomada de conhecimento teórico e envolvimento prático, é desafiado a desenvolver uma produção sobre o assunto, torna o mesmo mais amplo para ele no aspecto de compreensão. Foi uma experiência muito boa e gratificante que agregou valor a todos os envolvidos.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o direito à educação é dever não só da escola, mas da sociedade, na qual se devem buscar alternativas que amenizem as dificuldades encontradas em muitas situações. Neste contexto, surge uma nova área de atuação para os profissionais da educação: o hospital. O enfermo hospitalizado, principalmente em se tratando da criança e do adolescente, passa por uma experiência dolorosa de privação de saúde e de liberdade, vivida pela dor física e pelo desequilíbrio emocional, este acarretado devido à sensação de abandono no ambiente hospitalar, o que dificulta a cura e prolonga o tratamento. Este quadro reflete-se também na vida escolar da criança, que muitas vezes acaba perdendo o ano letivo. A finalidade da Pedagogia Hospitalar é integrar educadores, equipe médica e família, num trabalho em conjunto que permite ao enfermo, mesmo em ambiente diferenciado, integrar por meio de ações lúdicas, recreativas e pedagógicas novas possibilidades e maneiras de dar continuidade a sua vida escolar e, com isso, beneficiar sua saúde física, mental e emocional. Este trabalho gera mudanças no ambiente físico hospitalar, tornando-o mais alegre e aconchegante com projetos pedagógicos adequados. Para isso, é importante buscar educadores especializados e comprometidos profissionalmente e socialmente, pois a qualidade do trabalho é fundamental para alcançar os objetivos almejados.
O campo da Pedagogia Hospitalar surgiu da necessidade expressa de pessoas, que por motivos ligados a enfermidades, afastam-se do momento de escolarização e, com isso, tornam-se excluídos das instituições de ensino e da própria comunidade a que pertencem. De certa forma, as escolas não possuem nenhum tipo de tratamento especial para alunos que se enquadram nestas modalidades, desestimulando-os a continuarem sua escolarização e confrontando-se com o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente, que garante uma educação gratuita, para todos e com qualidade. Contudo, este trabalho busca preservar o vínculo entre o processo educativo e a criança/adolescente, executando seu papel transformador da realidade presente. O profissional que tem a intenção de atender a essa educação hospitalizada necessita de uma formação diferenciada que desenvolva suas habilidades e competências, bem como um trabalho emocional qualificado que o beneficie diante de determinadas situações. Nesta perspectiva, propor a inserção, permanência e continuidade do processo educativo, aliviar possíveis irritabilidades e promover ocasiões que oportunizem a exteriorização de situações conflituosas do escolar doente, nela encontram-se alguns objetivos da Pedagogia Hospitalar. A estrutura física do hospital também deve favorecer condições de se efetuar com êxito este trabalho humanizador. Tanto ambiente como equipe hospitalar, a família e a escola devem trabalhar juntos, carregados de humanismo e com propostas pedagógicas, além das demais intervenções de fundamental importância que já estão envolvidas no contexto hospitalar, e, neste caso, a Pedagogia Hospitalar, mediada e coordenada por um educador da área, poderá vir a beneficiar de forma surpreendente determinados aspectos ali situados. A Pedagogia Hospitalar tem como objetivo possibilitar à(ao) criança/jovem hospitalizada(o) a continuação de suas atividades educativas, envolvendo o lúdico e o pedagógico no seu contexto geral. O elo entre a escola e o hospital visa proporcionar ao educando enfermo a continuidade de seus estudos mesmo estando hospitalizado, pois algumas enfermidades requerem a permanência dos mesmos durante longo período em ambiente hospitalar. O afastamento do internado de sua família, da escola e dos amigos acaba alterando sua auto-estima, criando ansiedade, medo, desânimo, depressão e tornando lenta sua recuperação. As ações da pedagogia no hospital trouxeram novas perspectivas e desafios para o enfermo no que diz respeito a sua condição emocional, psicológica e criativa para instalar no hospital ambientes adequados a um procedimento próprio ao educando, respeitando contudo as condições ambientais e adequadas às restrições do tratamento médico do enfermo, buscando reduzir os impactos causados pela internação, tanto na vida escolar quanto no desenvolvimento da(do) criança/adolescente doente.

A EDUCAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR
Com a expansão da pedagogia no mercado de trabalho, surgiram novos caminhos na área empresarial, hospitalar, de recursos humanos, no ambiente escolar e em outros ainda a se desvendar. Com o surgimento destas novas vertentes da pedagogia, podemos considerar que a área hospitalar está em grande desenvolvimento por estar trabalhando e caminhando lado a lado com a escola. Surge assim um grande campo de atuação para o pedagogo junto com as equipes de saúde, criando um desafio para os cursos de Pedagogia, de preparar um profissional capaz de suprir as necessidades da formação continuada e do desenvolvimento de novas habilidades para corresponder à demanda do mercado de trabalho. Com isso fica claro que para a(o) criança/jovem que necessita de uma internação hospitalar também seria ideal uma especial atenção as suas necessidades psíquicas e cognitivas e, neste tempo, a mesma receba a referência de socialização. Desta maneira, a pedagogia hospitalar representa uma nova vertente para a educação que visa dar subsídios educacionais pedagógicos ao enfermo para assegurá-lo de uma boa recuperação, pois uma(um) criança/jovem que recebe carinho, calor humano, atenção e afeto pode vir a se recuperar mais rápido.
A Pedagogia Hospitalar, essa nova modalidade de atuação do pedagogo, nos põe à prova de um trabalho que aos poucos está criando raízes e muito ainda se tem a fazer. O importante é buscar alternativas para se desenvolver propostas nas instituições em que os discentes do curso de Pedagogia fiquem sensibilizados e desenvolvam projetos e pesquisas que venham a beneficiar e aliviar o sofrimento dessas(es) crianças/jovens, dando-lhes oportunidade para que não percam esse seguimento tão importante da educação em suas vidas. Assim, as(os) crianças/jovens hospitalizadas(os) continuarão com perspectivas, sem perder o contato com os livros, os cadernos, as brincadeiras, a afetividade e, o mais importante, mantendo o contato familiar e escolar e sentindo-se integrada à sociedade. Deixando de pensar na doença, eles podem se envolver de tal forma que até se sintam felizes e produtivos. Assim deixam de ser excluídos e despertam para a realidade, buscando forças no seu interior para reagir diante da doença e do lugar em que estão vivendo de forma mais positiva, criando expectativas para um futuro promissor, com muitas esperanças de cura e da volta ao convívio familiar e social. O papel da educação é o de proporcionar essas transformações sociais, levando uma nova alternativa para transformar o ambiente hospitalar de um lugar triste e muitas vezes desconfortante para um local mais descontraído, por meio de projetos lúdicos, pedagógicos e criativos, desenvolvendo habilidades de acordo com as especificidades pertinentes a este contexto, dentro de suas necessidades no tempo em que os mesmos estiverem internados, envolvendo-os também em seu processo escolar. O pedagogo pode contribuir e agir por meio do trabalho pedagógico e se inter-relacionar no ambiente hospitalar num cenário inter/multi/transdisciplinar, procurando conciliar o fato de que lá está a(o) criança/jovem, com necessidades específicas. Assim deve agir de forma que o atendimento seja direcionado a cada um, de acordo com seus momentos e com a função que sua doença exige, estando atento a todo o cenário em que nele interagem multiprofissionais em prol da recuperação de cada enfermo, respeitando estes limites de espaço e, ao mesmo tempo, integrando-se aos mesmos. Não se pode generalizar o dia-a-dia em um hospital, portanto contar histórias, dramatizar, usar fantoches e outras tantas linguagens são comunicações que chamam a(o) criança/jovem para fora da realidade hospitalar, o que pode contribuir para melhorar a qualidade de vida dessas(es) crianças/jovens, pois esse diferencial, com certeza, contribuirá para que a hospitalização possa vir a ser mais amena em sua vida. Segundo Cardoso (1995, p. 48),
Educar significa utilizar práticas pedagógicas que desenvolvam simultaneamente a razão, a sensação, o sentimento, a intuição, que estimulam a integração intercultural e a visão planetária das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. Assim, a educação, além de transmitir e construir o saber sistematizado, assume um sentido terapêutico ao despertar no educando uma nova consciência que transcenda do eu individual para o eu transpessoal.
A(o) criança/jovem, em sua maioria, tem a mãe e a família como refúgio no seu dia-a-dia, e no ambiente hospitalar perde esse elo. Sem esse apoio ao qual estava habituada, cria grande ansiedade e insegurança, o que agrava o seu estado de saúde. Por isso a presença da família é muito importante, em especial a da mãe. A atuação do pedagogo é uma necessidade de contribuição especializada no contexto lúdico-pedagógico. O público-alvo é formado por crianças/jovens enfermas(os). O objetivo do pedagogo é promover inserção, permanência e continuidade do processo educativo, aliviar as possíveis irritabilidades, a desmotivação e o estresse. A comunicação e o diálogo são essenciais, pois desenvolvem a relação de integração. O pedagogo e a equipe inter/multi/transdisciplinar devem promover ocasiões que oportunizem a exteriorização de situações conflituosas do enfermo, integrando saberes em ações integradas. O papel do pedagogo é fazer da práxis sua filosofia de trabalho e seu projeto deve estar carregado de humanismo e fundamentado teoricamente, pautado em pesquisas e planejamentos, porém sem esquecer que cada caso é um caso específico, e este é o desafio, como integrar sua prática em realidades tão iguais, que é cada contexto hospitalar, e tão diferentes quando voltadas a cada enfermo. O papel da educação torna-se importante em face da multiplicidade das demandas e necessidades sociais emergentes.
Ninguém faz nada sozinho, precisamos da ajuda de outras pessoas. Por isso, necessitamos trabalhar em equipe, unindo força e conhecimento. A obtenção do bem-estar pela evolução do processo de cura da(do) criança/jovem de maneira integral torna-se o principal objetivo de todos que ali estão a oferecer seus préstimos. Pensando nisso, foram criados alguns projetos levados à execução com sucesso, como por exemplo: Hospitalização Escolarizada, Sala de Espera, Enquanto o Sono não Vem, Mural Interativo, Inclusão Digital, entre outros. O hospital é um ambiente muito triste e deprimente e estas práticas, como a contação de histórias, em que pessoas tornam-se personagens da história, trazem mais alegria, encanto, brilho, sonhos e fantasia ao olhar, ouvir, pensar e sentir dos enfermos. O ambiente se transforma, ficando mais animador, mais colorido, mais descontraído. A energia desses momentos lúdicos devolve à(ao) criança/jovem a alegria e deixa mais ameno o clima frio e triste do ambiente hospitalar.
Acredita-se que a Pedagogia Hospitalar está avançando e ganhando reconhecimento notório perante a sociedade em geral. O objetivo da Pedagogia Hospitalar, que é orientar, acompanhar e administrar a educação de crianças e jovens que estejam incapacitados de freqüentar a escola por motivo de saúde, é um grande incentivo e tem dado resultados positivos nos hospitais em que esses projetos existem, além de abrir espaço para mais uma possibilidade profissional. Os enfermos que muitas vezes ficam longos períodos internados acabam perdendo o ano escolar porque não podem comparecer às aulas, e aí entra a questão: saúde ou educação? As duas coisas são extremamente importantes na vida de cada individuo e a Pedagogia Hospitalar visa fazer o máximo para que os dois fatores, tanto saúde como educação, possam estar caminhando juntos, lado a lado, quando há internação prolongada. Os pedagogos, dentro dos hospitais, só trazem benefícios para as(os) crianças/jovens, diminuindo a ansiedade dos mesmos e dos familiares e interagindo sempre com eles. Por fim, é necessário que a sociedade, os governantes e as escolas criem projetos diversificados, para atender qualquer tipo de problemas escolares que o indivíduo possa vir a ter, assim a educação abrangeria uma percentagem muito maior de brasileiros.
As intervenções pedagógicas em ambiente hospitalar são fatores importantes na recuperação de crianças/jovens enfermas(os), pois conseguem fazê-los se desligar um pouco de seu problema e passarem a ter uma visão diferente do hospital. Essa nova possibilidade da pedagogia pode promover uma maior aceitação do enfermo ao hospital e com isso pode minimizar a ansiedade que gera a internação. Com este projeto da Pedagogia Hospitalar a recuperação pode vir a ser mais rápida, pois o enfermo se sente inserido em um novo fazer e agir, mesmo que em contexto hospitalar. O profissional que atua na área da Pedagogia Hospitalar vem realizando grandes projetos e tem implantado várias formas que envolvem o processo ensino/aprendizagem, com atuações pedagógicas lúdicas, que são muito importantes para essas crianças/jovens hospitalizados. Esta proposta da Pedagogia Hospitalar levanta parâmetros para um constante estudo e até mesmo bases para desenvolver um bom trabalho em conjunto com o corpo clínico hospitalar e demais envolvidos para, cada vez mais, conhecermos e integrarmos as necessidades e a importância desse trabalho. Um fato importante, também, é o desafio aos cursos de Pedagogia, nos quais mudanças sociais são exigidas constantemente.

UMA NOVA PEDAGOGIA
A Pedagogia Hospitalar é hoje um novo desafio para os cursos de Pedagogia, que poderão adaptar-se a estas mudanças para incluir o aluno/enfermo em uma nova realidade para que não perca o ano letivo que vinha cursando. Apesar da grande evolução da medicina, com todas as descobertas, equipamentos avançados, da mesma maneira que se desenvolve rapidamente com a globalização, as doenças também se desenvolvem rapidamente. Com isso, o profissional em Pedagogia Hospitalar, o educador, o contador de histórias e outras dimensões pedagógicas que se leva para o contexto hospitalar (como a fantasia, o encantamento, a imaginação) podem resgatar novas possibilidade de conviver neste ambiente de forma mais harmoniosa entre aspectos relevantes a condição inata do organismo de saúde e bem-estar. A Pedagogia Hospitalar colocará o profissional da educação diante deste novo cenário, sendo o seu maior desafio levar esperança de vida às crianças e jovens para que possam enfrentar de maneira positiva as dificuldades, com isso diminuindo suas ansiedades e sofrimento. Para que isso aconteça, é preciso flexibilizar e agilizar os conteúdos do currículo escolar para que se adaptem ao estado da criança ou jovem que se encontra internado no hospital ou que esteja em tratamento. Desta maneira, a escola estará exercendo seu real papel social em contexto diferenciado, levando o conhecimento a quem está debilitado e aumentando suas esperanças e expectativas em se tornar o cidadão do amanhã. Esta nova Pedagogia é uma maneira de humanizar o papel da escola sem renunciar a seus conteúdos, adaptando-os àquelas crianças ou jovens que estão passando por momentos difíceis, para que tenham novas perspectivas e esperança de vida e de um futuro melhor e que, ao retornarem à escola, possam estar acompanhando o processo de aprendizagem sem bloqueios ou atrasos.

REFLEXÕES SOBRE PEDAGOGIA HOSPITALAR
A Pedagogia Hospitalar apresenta-se como uma nova possibilidade de trabalho para o pedagogo, promissora dentro do ambiente hospitalar. Trata-se de uma Pedagogia do presente, centrando-se no emergencial e transitório do educando hospitalizado e fazendo com que interajam enfermo, equipe hospitalar, família e escola. É uma nova realidade interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar, pois envolve saberes em prol da vida. A formação dessas pessoas requer uma formação continuada, com o desenvolvimento de novas habilidades para fazerem frente a essas demandas, integrando os profissionais da saúde e educadores no mesmo espaço, visando o bem-estar geral da criança e do jovem no tratamento e recuperação ampla de sua saúde.
Como sabemos, todo cidadão tem direito à saúde e à educação, como consta no Estatuto da Criança e do Adolescente. Para que isso aconteça, o pedagogo está procurando como alternativa trabalhar dentro dos hospitais e, com isso, apontando mais um campo de trabalho para aplicação da ação pedagógica. Apesar do hospital ter condições contraditórias para que ocorra a educação dessa(e) criança/jovem, se faz necessária sua presença, pois quando a(o) criança/jovem não tem esse acompanhamento pedagógico, poderá perder conteúdos e até mesmo perder o ano letivo, tudo isso dependendo do tempo em que o aluno ficará no hospital. Além dos conteúdos programáticos que as crianças fazem em seus quartos ou nos diferentes locais que alguns hospitais oferecem como sala de aula, laboratório com computadores, brinquedoteca e sala de jogos, é um novo cenário marcando presença, uma presença de fundamental importância também para a recuperação da saúde e do bem-estar. Para a(o) criança/jovem que está em procedimento de consulta, porém ainda não hospitalizada(o), existem propostas como a Sala de Espera, que oferece desenhos, histórias infantis, fantoches e outras modalidades lúdicas pedagógicas. Enfim, é importante a presença de um profissional da educação integrado aos profissionais da saúde e ao contexto hospitalar em seus aspectos diferenciados conforme a realidade, para que promovam ações que possam envolver esta criança ou jovem que está hospitalizada(o) ou em processo de consultas de uma forma mais harmoniosa e humana, pois a vida com saúde é o maior patrimônio que cada um de nós tem, e quando isso está em jogo toda ação em prol de sua recuperação é bem-vinda. Para que esse atendimento seja realizado desde o momento em que o paciente entra no hospital até sua saída, é necessário que tenhamos profissionais preparados e, para que isso aconteça, torna-se importante que as instituições de ensino superior com os cursos de Pedagogia e Formação de Professores revejam suas propostas e incluam esta temática de atendimento a educandos em contexto hospitalar, pois muitas crianças e jovens adoecem todo dia e às vezes necessitam ficar um bom tempo hospitalizados. Todas as realidades escolares deveriam começar a incluir essa forma de atendimento por meio da qual a educação e a saúde trilham juntas em seus diferentes contextos, especialmente quando for necessário coabitarem um mesmo espaço para a promoção humana nas suas diferentes facetas.
A Pedagogia Hospitalar construiu, ao longo do seu tempo de existência, uma relação bem-sucedida entre os educadores e os profissionais de saúde e constitui um desafio aos cursos de Pedagogia ao relacionar teoria e prática para o alcance dos resultados pretendidos num contexto que é escolar, mas que se estabelece em realidade hospitalar.
A Pedagogia Hospitalar é uma grande conquista, porque enfoca um trabalho de parceria entre educadores e profissionais da saúde que, juntos, podem vir a proporcionar ao doente educando uma recuperação mais aliviada e uma proposta com um olhar voltado para o lúdico, que facilita a adaptação de suas necessidades em ambiente hospitalar. Enfim, um sistema eficiente de comunicação voltado a valores e crenças sobre a realidade hospitalar. Todo esse trabalho está voltado àqueles que, por estarem hospitalizados, permanecem prejudicados em sua escolarização e alguns até em estado de analfabetismo. Um trabalho que tem a oportunidade de mostrar novos cenários e cenas em ambiente hospitalar e inserir um novo educador, o hospital em um novo hospital ainda mais humanizador, por meio de equipes multi/inter/transdisciplinares, onde o contador de histórias seja aventureiro, alegre e dinâmico, por meio de projetos que possibilitam sonhos, fantasias, e até mesmo um auxílio à cura, transformando a medicina em uma nova medicina, onde equipes de multiprofissionais são também os atores neste cenário. O educador, com seu conhecimento didático, metodológico, lúdico e recreativo, pode integrar seus saberes aos demais saberes que já estão neste contexto e com isso promovermos novos olhares em ambiente hospitalar.
Essa Pedagogia veio com o papel de trabalhar a transformação da doença em interação e vencer obstáculos que dificultam a autonomia das pessoas de expressão e compreensão de estímulos abstraídos do cotidiano.
Cabe destacar, neste fechamento, MATOS e MUGGIATI (2001, p. 83):
Muito há pela frente, considerando suas novas vertentes que aí estão para se associarem aos primeiros esforços que, certamente, servirão de base angular para uma edificação sólida, com a consistente participação de todos, em prol daquelas crianças e adolescentes que têm direito à saúde, mas também têm direito de se educar. Essa polêmica realidade, de ordem política, social, psicológica e educacional, com imensuráveis dimensões, veio, assim, se constituir em incontestes argumentos à necessidade de se buscarem alternativas de complementação e aprimoramento científico. A Pedagogia Hospitalar representa a segura resposta ao desafio que se instalou.
Finalmente, pretende-se que este presente artigo, por mim organizado e produzido de forma espetacularmente integrada entre alunas formandas dos turnos manhã e noite, da disciplina Estudos Independentes do curso de Pedagogia da FACINTER, possa apontar para o leitor um novo olhar sobre esta nova área que está surgindo no campo da educação. Já temos várias instâncias legais do MEC, CNE e CEE de educação que nos garantem este trabalho. A inclusão e a humanização se fazem presentes em vários contextos, e este é um deles.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CARDOSO, Clodoaldo Meneguello. Uma visão holística da educação. São Paulo: Summus, 1995.
MATOS, E. L. M.; MUGIATTI, M. M. T. F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Ed. Champagnat, 2001.
MATOS, E. L. M. Pedagogia Hospitalar. Revista Educação em Movimento, Curitiba, v. 2, n. 5, p. 39-42, maio/ago. 2003.
______ . Aproximação conceitual da Pedagogia Hospitalar. Revista Anual da Faculdade de Pedagogia da Serra – Pedagogia em Ação, v. 4, n. 4, p. 89-92, jun. 2003.

* Graduada em pedagogia, especialista em RH e Psicopedagogia, mestre em Educação e doutora em Gestão de Negócios e Inovações Tecnológicas – Pesquisadora. Professora titular da PUC-PR, atua no Mestrado em Educação, linha de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias, docente do curso de Pedagogia com programas de aprendizagem voltados a Princípios Éticos e Psicopedagógicos da Inclusão e em campos de estágio com a Pedagogia Hospitalar. Professora da FACINTER na disciplina Estudos Independentes. Consultora e avaliadora ad hoc.

Grupo Uninter investe em super polos para expandir ensino prático

Por PRSA 31/05/2024 às 17:42 3 concordam Ouça este conteúdo O  Grupo Uninter  tem se destacado como referência em qualidade na Educação a Di...