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quinta-feira, 22 de maio de 2008

REFACÇÃO DE TEXTOS



LÍNGUA PORTUGUESA
REFACÇÃO DE TEXTOS

“Por onde passa um homem verdadeiro, ficam-lhe as pegadas vivas, assinalando o percurso, no areal da vida, onde sopram os ventos do esquecimento...
Quanto mais personalidade, quanto mais enriquecimento espiritual, mais profundo o rastro que deixa em sua passagem. Mede-se o valor do homem não pelo que ele faz agora, mas pelo que ele deixa atrás de si, pelas marcas de sua passagem.
Na educação, também, mede-se o valor de um mestre, a quantidade de aprendizagem, a profundidade atingida pelo processo educativo, pelas marcas que vão ficando no educando. Não são as provas parciais, não são os testes e as argüições que medem, realmente, o valor da atividade didática. São pequenas coisas imponderáveis que marcam, definitivamente, a vida dos alunos, podendo até ser uma ou outra aula de salivação, num dia de inspiração, em que o mestre consegue, através de alto grau de comunhão espiritual, atingir a própria alma dos jovens...”
Lauro de Oliveira Lima

Ortografia: ensinar e aprender


Vivemos um momento de revisão da educação escolar, de seu papel e seu alcance. Juntamente com isso, vem o desafio da construção de um perfil profissional para o professor com base no seu trabalho em sala de aula, mas que se amplia para o desenvolvimento do projeto educativo da escola, para a produção, sistematização e socialização de conhecimentos pedagógicos e para a participação em discussões da comunidade educacional.
Diante desta complexidade, fica evidente que não há regras para organizar e descrever a atuação deste profissional que precisa, ao mesmo tempo ter clareza de objetivos e de sua intervenção pedagógica, mas também flexibilidade e sensibilidade. Por isso, a formação docente é hoje compreendida como um processo permanente de desenvolvimento profissional: estudos, atualizações, discussões e trocas de experiências.
Vários mestres vivem atualmente um estado de “confusão” quando o tema é ortografia. Têm dúvidas como: “É importante ensinar ortografia?”, “Devo corrigir os textos espontâneos de meus alunos?”, “Como ensinar sem recorrer aos exercícios tradicionais?”
Vivemos um momento histórico de renovação: pouco a pouco, vamos conseguindo que a língua ensinada na escola tenha propósitos e características semelhantes aos que adotamos quando lemos e escrevemos fora do ambiente escolar. Assim, sem abrir mão da leitura e produção de textos como eixos orientadores do trabalho com a língua, é preciso ensinar ortografia de uma maneira sistemática. A ortografia é uma convenção social cuja finalidade é ajudar a comunicação escrita.
É possível que o aluno:
a) não tenha consciência de que errou;
b) já tenha uma dúvida, já se coloque uma dúvida ortográfica;
c) já tenha avançado em seus conhecimentos
Incorporar a norma ortográfica é conseqüentemente um longo processo para quem
se apropriou da escrita alfabética.
A ortografia é uma norma, uma convenção social.
Uma primeira constatação é, portanto, que a avaliação da competência ortográfica continua sendo uma importante fonte de fracasso escolar.
Deixar de ensinar ortografia também parece uma opção ingênua, com sérias implicações sociais e políticas. Ao negligenciar sua tarefa de ensinar ortografia, a escola contribui para a manutenção das diferenças sociais.
A curiosidade em apropriar-se da ortografia precisa ao mesmo tempo, ter um sentido para o aprendiz: uma preocupação em sermos eficientes na comunicação das mensagens que produzimos para serem lidas, uma atitude de respeito para com o leitor de nossos textos.
O aluno necessita conviver com modelos nos quais apareça a norma ortográfica; precisa ter um grande convívio com materiais impressos.
O professor precisa promover situações de ensino-aprendizagem que levem à explicitação dos conhecimentos individuais sobre a ortografia.
O professor precisa definir metas ou expectativas para o rendimento ortográfico de seus alunos ao longo da escolaridade.
Artur Gomes de Morais
Princípios relativos ao encaminhamento das situações de ensino-apredizagem

I – A reflexão sobre a ortografia deve estar presente em todos os momentos da escrita.

II – É preciso não controlar a escrita espontânea dos alunos.

III– É preciso não fazer da nomenclatura gramatical um requisito para a aprendizagem de regras (contextuais e morfológico-gramaticais).
IV –É preciso promover sempre a discussão coletiva dos conhecimentos que as crianças expressam.
V – É preciso fazer o registro escrito das descobertas das crianças – regras , listas de palavras, etc.
VI – As atividades podem ser desenvolvidas coletivamente em pequenos grupos ou duplas.
VII - Ao definir metas, não podemos deixar de levar em conta a heterogeneidade de rendimento dos alunos.
Efetuar:
- Atividades de reflexão sobre palavras a partir de textos;
- Atividades de reflexão sobre palavras fora dos textos;
- Atividades de revisão das produções .


Observação
Não falamos por sílabas ou frases isoladas. Há toda uma organização textual na nossa fala. TEXTO É QUALQUER PASSAGEM FALADA OU ESCRITA QUE FORMA UM TODO SIGNIFICATIVO, INDEPENDENTE DE SUA EXTENSÃO. Um texto se organiza por relações lógicas e relações de redundância (antecipações). São fatores de textualidade: contextualização, coesão, coerência, aceitabilidade, situacionalidade, intertextualidade. A coerência se mantém pela relação entre os enunciados; ela detecta as marcas que levam à intencionalidade do texto. São fatores de coerência (conexão conceitual cognitiva): a conexão causal, a conexão de motivos e a tematização de objetos novos. A coesão se mantém pela gramática e pelo léxico.
(PCN – LP 5ª a 8ª):





GÊNEROS SUGERIDOS PARA A PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS

LINGUAGEM ORAL
LINGUAGEM ESCRITA

LITERÁRIOS



DE IMPRENSA






DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA







· Canções
· Textos dramáticos


· Notícia
· Entrevista
· Debate
· Depoimento



· Exposição
· Seminário
· Debate




LITERÁRIOS




DE IMPRENSA






DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA






· Crônica
· Conto
· Poema

· Notícia
· Artigo
· Carta do leitor
· Entrevista



· Relatório de experiências
· Esquema e resumo de artigos ou verbetes de enciclopédia




PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS
· Redação de textos, considerando suas condições de produção:
· Finalidade.
· Especificidade do gênero.
· Lugares preferenciais de circulação.
· Interlocutor eleito.
· Utilização de procedimentos diferenciados para a elaboração de texto:
· Estabelecimento de tema.
· Levantamento de idéias e dados.
· Planejamento.
· Rascunho.
· Revisão (com intervenção do professor).
· Versão final.
· Utilização de mecanismos discursivos e lingüísticos de coerência e coesão textuais, conforme o gênero e ps propósitos do texto, desenvolvendo diferentes critérios:
· De manutenção da continuidade do tema e da ordenação de suas partes.
· De seleção apropriada do léxico em função do eixo temático.
· De manutenção do paralelismo sintático e/ou semântico.
· De suficiência (economia) e relevância dos tópicos e informações em relação ao tema e ao ponto de vista assumido.
· De avaliação da orientação e força dos argumentos.
· De propriedade dos recursos lingüísticos (repetição, retomadas, anáforas e conectivos) na expressão da relação entre constituintes do texto.
· Utilização de marcas de segmentação em função do projeto textual:
· Título e subtítulo.
· Paragrafação.
· Periodização.
· Pontuação (ponto, vírgula, ponto– e-vírgula, dois-pontos, ponto-de- exclamação, ponto- de- interrogação, reticências).
· Outros sinais gráficos ( aspas, travessão, parênteses).
· Utilização de recursos gráficos orientadores da interpretação do interlocutor, possíveis aos instrumentos empregados no registro do texto (lápis, caneta, máquina de escrever, computador):
· Fonte (tipo de letra, estilo – negrito, itálico - , tamanho da letra, sublinhado, caixa alta, cor).
· Divisão em colunas.
· Caixa de texto.
· Marcadores de enumeração.
· Utilização dos padrões de escrita em função do projeto textual e das condições de produção.



PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS

Ao produzir um texto, o autor precisa coordenar uma série de aspectos : o que dizer, a quem dizer, como dizer. Ao escrever profissionalmente, o autor não realiza essas tarefas sozinho. Ainda em versão preliminar, seu texto é submetido a uma série de leitores críticos, como preparadores de originais, revisores e coordenadores editoriais, que revisarão seu texto.
Bem diferente é a tarefa do aluno que, sozinho, tem que coordenar vários aspectos do seu texto. Pensar em atividades para ensinar a escrever é inicialmente, identificar os múltiplos aspectos envolvidos na produção de textos, para propor atividades seqüenciadas que reduzam a complexidade da tarefa tanto na produção como na refacção de textos.
Atividades de transcrição exigem atenção do aluno para garantir a fidelidade ao registro e o domínio das convençòes gráficas de escrita. O que dizer e o como dizer já estão determinados no texto original.
Atividades que envolvem reproduções, paráfrases, resumo permitem que o aluno fique, em parte, liberado da tarefa de pensar sobre o que escrever, pois o plano do conteúdo já está definido pelo texto modelo. A atividade oferece possibilidades de tratar de aspectos coesivos da língua, de aspectos do plano da expressão - como dizer.
As práticas de decalque funcionam quase como modelos lacunados: as questões formais já estão em parte definidas pelo caráter altamente convencionalizado dos gêneros, como nos requerimentos ou cartas comerciais. Em suas aplicações mais criativas – paródias – preservam boa parte da estrutura formal do texto modelo, permitindo que o aluno se concentre no que tem a dizer.
Nas atividades de produção que envolvem autoria ou criação , a tarefa é mais complexa, porque precisa articular ambos os planos: o do conteúdo - o que dizer - e o da expressão - como dizer. Começa- se sempre pela tarefa mais complexa, o texto de autoria do aluno, para poder mapear o que sabe sobre o gênero que está sendo estudado e o que precisa aprender, projetando as ações didáticas necessárias ou avaliando os efeitos do trabalho realizado.

Categorias didáticas de produção de texto
Plano do conteúdo ( o que dizer)
Plano da forma/ expressão (como dizer)
Transcrição


Reprodução


Decalque


Autoria



PCN de Língua Portuguesa - 5ª a 8ª séries

Poemas

Pomar
Henriqueta Lisboa

Menino – madruga
o pomar não foge!
(Pitangas maduras
dão água na boca)

Menino descalço
não olha onde pisa.
Trepa pelas árvores
agarrando pêssegos
( Pêssegos macios
como paina e flor.
Dentadas de gosto!)

Menino, cuidado,
Jabuticabeiras
novinhas em folha
não agüentam peso.

Rebrilham cem olhos
agrupados, negros.
E as frutas estalam
- espuma de vidro -
nos lábios da rosa.

Menino guloso
ontem vi um figo
mesmo que um veludo,
redondo, polpudo,
e disse: este é meu!
Meu figo onde está?

- Passarinho comeu,
passarinho comeu...

Palavra de poeta (Ática)


A viagem


As férias
Os preparativos
O roteiro

As malas
O ônibus
A rodoviária

A estrada
A estrada
A estrada

O hotel
Os passeios
A alegria
Os amigos
As brincadeiras
O susto

Os dias
As noites
O tempo
O final
As despedidas
A tristeza

As malas
O ônibus
A rodoviária
A estrada
A estrada
A estrada

A viagem
A lembrança
A saudade


MENEZES, Cândida Zuiani , MATOS PAULO, Marlene Karabolad de & EL LAHAM, Elza Bahdur . Vamos escrever ? Atividades de redação. São Paulo, FTD.


RECEITAS CULINÁRIAS
QUINDIM
10 gemas
2 claras
250 gramas de açúcar cristal
1 colher de sopa de margarina
½ coco fresco ralado (ou 1 pacote de coco ralado)
Misture todos os ingredientes, deixe descansar alguns minutos e coloque numa fôrma pequena de pudim, já untada de margarina e polvilhada com açúcar cristal. Em seguida, cozinhe em banho-maria por uns 40 minutos, até o doce desgrudar das laterais da fôrma. Pode ser feito tanto no forno quanto no fogão.

MARIA – MOLE
2 pacotes de gelatina sem sabor
2 copos de água morna
2 copos de açúcar
coco ralado
gotas de baunilha
Desmanche a gelatina na água morna sem levar ao fogo. Junte o açúcar e a baunilha, bata por 20 minutos na batedeira. Despeje num pirex, cubra com o coco ralado e ponha para gelar. Depois é só cortar em quadradinhos e está pronto.

PÉ – DE – MOLEQUE
1 lata de leite condensado
1 xícara (de chá) de açúcar
1 xícara (de chá) de leite
1 xícara ( de chá) de amendoim torrado e sem pele
Leve ao fogo o leite condensado, o açúcar, o leite e mexa sempre, até dar o ponto de doce de leite macio (mais ou menos 20 minutos em fogo médio). Experimente o ponto colocando um pouco num pires: remexendo com um garfo, a massa do doce ficará opaca. Misture o amendoim, retire do fogo e bata o pé-de-moleque até ficar opaco. Despeje em pia de mármore ou inox bem untada, iguale com a faca ou rolo e corte em losangos.

AZEVEDO, Ricardo. Armazém do Folclore.

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