A Origem das Nossas Ideias e do Nosso Conhecimento, segundo São Tomás de Aquino
A filosofia Tomista defende às teses que afirmam que nosso conhecimento vem do sensível; que nossos sentidos não são suficientes para explicar a origem das ideias, portanto será necessário admitir um intelecto agente, e que o processo pelo qual são formadas as espécies inteligíveis é a abstração.
O conhecimento do mundo sensível
Temos que admitir a união da alma com o corpo, e aqueles filósofos que negam a transcendência da alma só reconhecem o valor do conhecimento que vem pelos sentidos. É o caso do empirismo inglês, especialmente John Locke. Já existem outros que defendem que possuímos ideias independente do corpo, como também àqueles que sustentam a tese de que vemos às coisas na essência divina, como Berkeley. Na filosofia aristotélico-Tomista, o conhecimento do mundo sensível vem do corpo e do espírito unidos. O corpo é necessário para a aquisição das ideias, dessa forma, se as ideias estão em nós independentemente dos sentidos, diz Édouard Hugon, logo não há razão para o corpo existir.
A filosofia tomista demonstra a existência de dois intelectos:o intelecto possível e o intelecto agente. Por que isso? sabemos que a inteligência humana é passiva e depende dos objetos. Então deve haver uma parte de nossa alma que se adapta ao objeto, e outra ativa que transforma o objeto da imaginação. O intelecto possível pode se tornar todas as coisas pela recepção imaterial de todos os objetos, e o intelecto agente, que é aquele que extrai o universal das condições materiais em que está envolvido.
Quanto à questão dos universais, São Tomás de Aquino observa que o nosso conhecimento parte do universal para o particular, como, por exemplo, ao olharmos para uma fruta, olhamos para sua cor, e não para outros pormenores, e que o intelecto se volta para a essência, negligenciando condições particulares do indivíduo. Então, na filosofia tomista, existe uma refutação da filosofia de Kant, pois nós podemos, sim, ter acesso ao conhecimento do objeto pelo intelecto agente. Esse intelecto esclarece o mundo sensível, e também as coisas espirituais e a eternidade.
Bibliografia: Édouard Hugon, Os princípios da Filosofia de São Tomás de Aquino, Edipucrs, 1998.
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