quinta-feira, 3 de abril de 2008

Vídeos sobre, Auto-Estima, Aprendizagem e Pnl. (Lair Ribeiro).



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Alfabetização & Letramento.



Magda Becker Soares
O que é letramento e alfabetização

Neste texto, vamos discutir conceitos e, portanto, palavras, ou, se quiserem, vamos discutir palavras e, portanto, conceitos: os conceitos alfabetização e letramento, as palavras alfabetização e letramento.


Em um primeiro momento, gostaria de fazer um "passeio" pelo campo semântico em que se inserem essas palavras, esses conceitos. São palavras de uso comum, conhecidas, exceto talvez letramento, palavra ainda desconhecida ou mal entendida, ou ainda não plenamente compreendida pela maioria das pessoas, porque é palavra que entrou na nossa língua há muito pouco tempo.



ALFABETIZAÇÃO



ALFABETIZAR ALFABETIZADO



ANALFABETISMO ANALFABETO



LETRAMENTO



LETRADO ILETRADO




ALFABETISMO



Não precisamos definir essas palavras, porque estamos familiarizados com elas, talvez com exceção apenas da palavra letramento. Mas vou me deter nelas para conduzir nossa reflexão em direção ao sentido de letramento.



Vejamos as definições que aparecem no dicionário Aurélio:


analfabetismo: estado ou condição de analfabeto


a(n) + alfabet + ismo

-izar:

sufixo,

indica: tornar, fazer com que.

Exemplos:

suavizar: tornar suave;

industrializar: tornar industrial


Alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever.

Alfabetização: ação de alfabetizar

Alfabet + iza(r) + ção



-ção: sufixo que forma substantivos

indica: ação

Exemplos:

traição: ação de trair

nomeação: ação de nomear




Alfabetização é a ação de alfabetizar, de tornar "alfabeto".


Causa estranheza o uso desa palavra "alfabeto", na expressão "tornar alfabeto". É que dispomos da palavra analfabeto, mas não temos o contrário dela: temos a palavra negativa, mas não temos a palavra positiva.


É no campo semântico dessas palavras que conhecemos bem - analfabetismo, analfabeto, alfabetização, alfabetizar - que surge a palavra letramento. Como surgiu essa palavra e o que quer ela dizer?


LETRAMENTO?


Conhecemos as palavras letrado e iletrado:


Letrado: versado em letras, erudito
iletrado: que não tem conhecimentos literários


uma pessoa letrada = uma pessoa erudita, versada em letras (letras significando literatura, línguas)

uma pessoa iletrada = uma pessoa que não tem conhecimentos literários, que não é erudita; analfabeta, ou quase analfabeta.


O sentido que temos atribuído aos adjetivos letrado e iletrado não está relacionado com o sentido da palavra letramento.


A palavra letramento ainda não está dicionarizada, porque foi introduzida muito recentemente na língua portuguesa, tanto que quase podemos datar com precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa palavra foi usada pela primeira vez.


Parece que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística, de 1986.


A palavra letramento não é, como se vê, definida pela autora e, depois dessa referência, é usada várias vezes no livro; foi, provavelmente, essa a primeira vez que a palavra letramento apareceu na língua portuguesa - 1986.


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Depois da referência de Mary Kato, em 1986, a palavra letramento aparece em 1988, no livro que, pode-se dizer, lançou a palavra no mundo da educação, dedica páginas à definição de letramento e busca distinguir letramento de alfabetização: é o livro Adultos não alfabetizados - o avesso do avesso, de Leda Verdiani Tfouni (São Paulo, Pontes, 1988, Coleção Linguagem/Perspectivas) um estudo sobre o modo de falar e de pensar de adultos analfabetos.


Mais recentemente, a palavra tornou-se bastante corrente, aparecendo até mesmo em título de livros, por exemplo: Os significados do letramento, coletânea de textos organizada por Ângela Kleiman, (Campinas, Mercado das Letras, 1995) e Alfabetização e letramento, da mesma Leda Verdiani Tfouni, anteriormente mencionada (São Paulo, Cortez, 1995, Coleção Questões de nossa época).


Na busca de esclarecer o que seja letramento, talvez seja interessante refletirmos sobre o seguinte: vivemos séculos sem precisar da palavra letramento; a partir dos anos 80, começamos a precisar dessa palavra, inventamos essa palavra - por quê, para quê?


Por que aparecem palavras novas na língua?


Resposta:

Na língua sempre aparecem palavras novas quando fenômenos novos ocorrem, quando uma nova idéia, um novo fato, um novo objeto surgem, são inventados, e então é necessário ter um nome para aquilo, porque o ser humano não sabe viver sem nomear as coisas: enquanto nós não as nomeamos, as coisas parecem não existir. Um exemplo:

hoje em dia se usa com muita freqüência a palavra globalização, abrimos o jornal e lá está a palavra globalização; poucos anos atrás, ninguém usava essa palavra, não no sentido com que a estamos usando atualmente. Por que surgiu a palavra globalização( Porque surgiu um fenômeno novo na economia mundial, e foi preciso dar um nome a esse fenômeno novo -surge assim a palavra nova.



Outros exemplos


Portanto: o termo letramento surgiu porque apareceu um fato novo para o qual precisávamos de um nome, um fenômeno que não existia antes, ou, se existia, não nos dávamos conta dele e, como não nos dávamos conta dele, não tínhamos um nome para ele.


Três perguntas precisam agora ser respondidas:


Qual é o significado dessa palavra letramento?

Por que surgiu essa nova palavra, letramento?

Onde fomos buscar essa nova palavra, letramento?

Comecemos por responder à última pergunta.

Onde fomos buscar a palavra letramento?


Na verdade, a palavra letramento é uma tradução para o Português da palavra inglesa literacy; os dicionários definem assim essa palavra:


literacy = the condition of being literate

littera + cy





palavra latina = letra -cy: sufixo, indica qualidade, condição, estado. Exemplo: innocency: condição de inocente.


Traduzindo a definição acima, literacy é "a condição de ser letrado" - dando à palavra letrado" sentido diferente daquele que vem tendo em português. Em inglês, o sentido de literate é:


literate: educated; especially able to read and write (educado; especificamente, que tem a habilidade de ler e escrever)


Literate é, pois, o adjetivo que caracteriza a pessoa que domina a leitura e a escrita, e literacy designa o estado ou condição daquele que é literate, daquele que não só sabe ler e escrever, mas também faz uso competente e freqüente da leitura e da escrita.


Há, assim, uma diferença entre saber ler e escrever, ser alfabetizado, e viver na condição ou estado de quem sabe ler e escrever, ser letrado (atribuindo a essa palavra o sentido que tem literate em inglês). Ou seja: a pessoa que aprende a ler e a escrever - que se torna alfabetizada - e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita - que se torna letrada - é diferente de uma pessoa que ou não sabe ler e escrever - é analfabeta - ou, sabendo ler e escrever, não faz uso da leitura e da escrita - é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita.


O adjetivo letrado, e seu feminino letrada serão usados no restante deste texto com um significado que não é o que têm (por enquanto) nos dicionários: serão usados para caracterizar a pessoa que, além de saber ler e escrever, faz uso freqüente e competente da leitura e da escrita. Serão usados também os adjetivos iletrado/iletrada como seus antônimos.

Estado ou condição: essas palavras são importantes para que se compreendam as diferenças entre analfabeto, alfabetizado e letrado; o pressuposto é que quem aprende a ler e a escrever e passa a usar a leitura e a escrita, a envolver-se em práticas de leitura e de escrita, torna-se uma pessoa diferente, adquire um outro estado, uma outra condição.


Socialmente e culturalmente, a pessoa letrada já não é a mesma que era quando analfabeta ou iletrada, ela passa a ter uma outra condição social e cultural - não se trata propriamente de mudar de nível ou de classe social, cultural, mas de mudar seu lugar social, seu modo de viver na sociedade, sua inserção na cultura - sua relação com os outros, com o contexto, com os bens culturais torna-se diferente.


Há a hipótese de que tornar-se letrado é também tornar-se cognitivamente diferente: a pessoa passa a ter uma forma de pensar diferente da forma de pensar de uma pessoa analfabeta ou iletrada.


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Tornar-se letrado traz, também, conseqüências lingüísticas: alguns estudos têm mostrado que o letrado fala de forma diferente do iletrado e do analfabeto; por exemplo: pesquisas que caracterizaram a língua oral de adultos antes de serem alfabetizados, e a compararam com a língua oral que usavam depois de alfabetizados, concluíram que, após aprender a ler e a escrever, esses adultos passaram a falar de forma diferente, evidenciando que o convívio com a língua escrita teve como conseqüências mudanças no uso da língua oral, nas estruturas lingüísticas e no vocabulário.


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Enfim: a hipótese é que aprender a ler e a escrever e, além disso, fazer uso da leitura e da escrita transformam o indivíduo, levam o indivíduo a um outro estado ou condição sob vários aspectos: social, cultural, cognitivo, lingüístico, entre outros.


Tentamos responder, até aqui, a uma das três perguntas anterior. Busquemos, agora, a resposta à primeira pergunta.


Finalmente, uma definição de letramento

Chegamos finalmente à palavra e ao conceito letramento:


letra + mento


forma portuguesa da palavra latina littera -mento: sufixo, indica resultado de uma ação. Exemplo: ferimento = resultado da ação de ferir.


Portanto: letramento é o resultado da ação de "letrar-se", se dermos ao verbo "letrar-se" o sentido de "tornar-se letrado".

LETRAMENTO


Resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita

O estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo

como conseqüência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais


Observação importante: ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler e a escrever: aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e de decodificar a língua escrita; apropriar-se da escrita é tornar a escrita "própria", ou seja, é assumi-la como sua "propriedade" .


Outros exemplos


Retomemos a grande diferença entre alfabetização e letramento, entre alfabetizado e letrado: um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita.


Letramento definido num poema


Uma estudante norte-americana, de origem asiática, Kate M. Chong, ao escrever sua história pessoal de letramento, define-o em um poema:


O QUE É LETRAMENTO?


Letramento não é um gancho
em que se pendura cada som enunciado,
não é treinamento repetitivo
de uma habilidade,
nem um martelo
quebrando blocos de gramática.

Letramento é diversão
é leitura à luz de vela
ou lá fora, à luz do sol.

São notícias sobre o presidente
O tempo, os artistas da TV
e mesmo Mônica e Cebolinha
nos jornais de domingo.

É uma receita de biscoito,
uma lista de compras, recados colados na geladeira,
um bilhete de amor,
telegramas de parabéns e cartas
de velhos amigos.

É viajar para países desconhecidos,
sem deixar sua cama,
é rir e chorar
com personagens, heróis e grandes amigos.

É um atlas do mundo,
sinais de trânsito, caças ao tesouro,
manuais, instruções, guias,
e orientações em bulas de remédios,
para que você não fique perdido.

Letramento é, sobretudo,
um mapa do coração do homem,
um mapa de quem você é,
e de tudo que você pode ser.

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O poema mostra que letramento é muito mais que alfabetização. Ele expressa muito bem como o letramento é um estado, uma condição: o estado ou condição de quem interage com diferentes portadores de leitura e de escrita, com diferentes gêneros e tipos de leitura e de escrita, com as diferentes funções que a leitura e a escrita desempenham na nossa vida. Enfim: letramento é o estado ou condição de quem se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita.


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Por que surgiu a palavra letramento?


A palavra analfabetismo nos é familiar, usamos essa palavra há séculos, ela já está presente em textos do tempo em que éramos Colônia de Portugal. É um fenômeno interessante: usamos, há séculos, o substantivo que nega (recorde a análise da palavra analfabetismo na página 2: a(n) + alfabetismo = privação de alfabetismo), e não sentíamos necessidade do substantivo que afirmasse: alfabetismo ou letramento. Por que só agora, no fim do século XX, a palavra letramento se tornou necessária?


Palavras novas aparecem quando novas idéias ou novos fenômenos surgem. Convivemos com o fato de existirem pessoas que não sabem ler e escrever, pessoas analfabetas, desde o Brasil Colônia, e ao longo dos séculos temos enfrentado o problema de alfabetizar, de ensinar as pessoas a ler e escrever; portanto: o fenômeno do estado ou condição de analfabeto nós o tínhamos (e ainda temos...), e por isso sempre tivemos um nome para ele: analfabetismo.

À medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um número cada vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida que, concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita (cada vez mais grafocêntrica), um novo fenômeno se evidencia: não basta apenas aprender a ler e a escrever. As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não ncessariamente incorporam a prática da leitura e da escrita, não necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a escrita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita: não lêem livros, jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, um requerimento, uma declaração, não sabem preencher um formulário, sentem dificuldade para escrever um simples telegrama, uma carta, não conseguem encontrar informações num catálogo telefônico, num contrato de trabalho, numa conta de luz, numa bula de remédio... Esse novo fenômeno só ganha visibilidade depois que é minimamente resolvido o problema do analfabetismo e que o desenvolvimento social, cultural, econômico e político traz novas, intensas e variadas práticas de leitura e e de escrita, fazendo emergirem novas necessidades, além de novas alternativas de lazer. Aflorando o novo fenômeno, foi preciso dar um nome a ele: quando uma nova palavra surge na língua, é que um novo fenômeno surgiu e teve de ser nomeado. Por isso, e para nomear esse novo fenômeno, surgiu a palavra letramento.


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Compreendido o que é letramento, por que surgiu a palavra letramento, qual a origem da palavra letramento, pode-se voltar à diferença entre letramento e alfabetização:


Alfabetização = ação de ensinar/aprender a ler e a escrever


Letramento = estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita


cultiva = dedica-se a atividades de leitura e escrita

exerce = responde às demandas sociais de leitura e escrita


Precisaríamos de um verbo "letrar" para nomear a ação de levar os indivíduos ao letramento... Assim, teríamos alfabetizar e letrar como duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.


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Alfabetizado e/ou letrado - uma nova pergunta se impõe.


Como diferenciar o apenas alfabetizado do letrado?


Eacute; difícil a resposta a essa pergunta, porque letramento envolve dois fenômenos bastante diferentes, a leitura e a escrita, cada um deles muito complexo, pois constituído de uma multiplicidade de habilidades, comportamentos, conhecimentos:


Ler

É um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem desde simplesmente decodificar sílabas ou palavras até ler Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa... uma pessoa pode ser capaz de ler um bilhete, ou uma história em quadrinhos, e não ser capaz de ler um romance, um editorial de jornal... Assim: ler é um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuum: em que ponto desse continuum uma pessoa deve estar, para ser considerada alfabetizada, no que se refere à leitura? A partir de que ponto desse continuum uma pessoa pode ser considerada letrada, no que se refere à leitura?

Escrever

É também um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem desde simplesmente escrever o próprio nome até escrever uma tese de doutorado... uma pessoa pode ser capaz de escrever um bilhete, uma carta, mas não ser capaz de escrever uma argumentação defendendo um ponto de vista, escrever um ensaio sobre determinado assunto... Assim: escrever é também um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuum: em que ponto desse continuum uma pessoa deve estar, para ser considerada alfabetizada, no que se refere à escrita? A partir de que ponto desse continuum uma pessoa pode ser considerada letrada, no que se refere à escrita?


Conclui-se que há diferentes tipos e níveis de letramento, dependendo das necessidades, das demandas do indivíduo e de seu meio, do contexto social e cultural.


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analfabeto e alfabetizado, alfabetizado e letrado:

conceitos imprecisos


Eleições de 1996. O jornal Folha de S.Paulo em 19 de julho de 1996 publica a seguinte notícia:


Candidaturas são impugnadas após teste de alfabetização
O juiz eleitoral de Itapetininga, Jairo Sampaio Incane Filho, 38, impugnou 20 dos 80 candidatos a prefeito e vereador das cidades de Itapetininga, Sarapuí e Alambari, na região de Sorocaba (87 km a oeste de São Paulo).

A impugnação foi motivada pelo fato de os candidatos terem sido reprovados em um teste de alfabetização realizado pelo juiz, no Fórum de Itapetininga.

Incane Filho disse que fez o texto com base na exigência contida na Lei Complementar nº 64/90, de 1992, do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), que proíbe analfabetos de serem candidatos a cargos eletivos.

O juiz afirmou que convocou os 80 candidatos que disseram ter o 1º grau completo e nistraram dificuldades no preenchimento dos documentos para o registro de suas candidaturas.

Os testes com os candidatos foram feitos individualmente. Seus nomes são mantidos em sigilo. "Pedi a todos que lessem e interpretassem um texto de um jornal infantil. Em seguida, pedi que cada um redigisse um texto expondo sua lógica", disse.

Segundo incane Filho, erros gramaticais não foram levados em conta. "Apenas observei se o candidato tem condições de entender um texto, pois uma vez eleito, ele vai ter de trabalhar com leis e documentos."

A assessoria de imprensa do TRE informou que o tribunal transmitiu uma recomendação aos juízes para que "em caso de dúvida", façam "um teste de alfabetização" nos candidatos.



Baseado numa lei que "proíbe analfabetos de serem candidatos a cargos eletivos", o juiz submeteu candidatos a prefeito e a vereador a "um teste de alfabetização".


Que razões levaram o juiz a supor que 80 candidatos eram analfabetos?


Duas razões:


1ª) tinham 1° grau incompleto

2ª) mostraram dificuldades no preenchimento dos documentos para o registro de suas candidaturas

Portanto: para o juiz, um alfabetizado seria alguém que tivesse o 1° grau completo e preenchesse formulários sem dificuldades.


No entanto, o juiz admitiu que, embora não tendo o 1° grau completo e revelando dificuldades para preencher documentos de registro de candidatura, o candidato a prefeito ou vereador poderia ser considerado alfabetizado:

Segundo o juiz, que comportamentos o candidato deveria demonstrar, para não ser considerado analfabeto?


O candidato deveria:


* Ler e interpretar um texto;

* Redigir um texto sobre o texto lido.

O juiz definiu ainda o nível do texto que o candidato deveria ser capaz de interpretar e o critério de correção das respostas do candidato:




Segundo o juiz, o candidato deveria ser capaz de ler e interpretar que tipo de texto?


texto de um jornal infantil




Segundo o juiz, com que critérios os resultados do candidato deveriam ser avaliados?


* não levar em conta erros gramaticais

* verificar se o candidato tinha entendido o texto


O juiz admitiu, pois, que um candidato a prefeito ou a vereador poderia não ter o 1° grau completo, poderia enfrentar dificuldades para preencher documentos, mas deveria ser capaz de ler e interpretar um texto de jornal infantil, e de redigir um texto sobre o que lera, mesmo cometendo erros gramaticais; e justificou esses critérios:




Por que o juiz considerou que ser capaz de entender um texto era o critério adequado para avaliar se o candidato a prefeito ou vereador poderia ser considerado alfabetizado?


Porque, se eleito, ele teria de trabalhar com leis e documentos (que deveria saber ler e interpretar).




O juiz mostrou ter dois conceitos de alfabetização:


um conceito genérico, aplicável a qualquer pessoa - ter o 1° grau completo e ser capaz de preencher documentos, sem dificuldades;

um conceito específico, aplicável a pessoas que exercem a função de prefeito ou vereador - ser capaz de ler e interpretar textos legais e documentos oficiais.


Talvez você queira refletir um pouco mais sobre esse episódio:


* A alfabetização que o juiz considera necessária a prefeitos e vereadores estará sendo avaliada num teste que mede a capacidade de ler e interpretar um texto de jornal infantil ?


* Fica claro que, para o juiz, as práticas sociais que envolvem a língua escrita necessárias a prefeitos e vereadores são as de leitura de textos legais e documentos oficiais - é esta uma concepção adequada?


* Será que se pode concordar que o nível de alfabetização de um indivíduo deve ser definido pelas exigências das práticas sociais específicas que ele precisa ter com a escrita, segundo sua inserção no mundo do trabalho?


* Pense: o juiz procura avaliar o nível de alfabetização ou o nível de letramento dos candidatos?


Mas continuemos, porque o episódio não termina aí. Cerca de vinte dias depois, em 7 de agosto, o mesmo jornal Folha de S.Paulo publica a seguinte notícia:


TRE aprova candidatura de reprovados em teste

O plenário do Tribunal Regional Eleitoral aprovou ontem a candidatura de 30 políticos que foram reprovados em um teste de alfabetização aplicado pelo juiz eleitoral de Itapetininga, Jairo Sampaio Incane Filho, 38.

O juiz havia impugnado as candidaturas de políticos das cidades de Itapetininga, Sarapuí e Alambari, todas na região de Sorocaba (87 km a oeste de São Paulo). Eles tiveram de ler o texto de um suplemento infantil de um jornal e escrever algo sobre o que leram.

Incane Filho convocou para esse teste 80 candidatos que afirmaram não ter o primeiro grau completo. Os testes se basearam na lei complementar nº 64/90, de 1992, que proíbe analfabetos de serem candidatos a cargos eletivos.

O TRE reformou a sentença do juiz, considerando que os candidatos tinham "rudimentos" da alfabetização e que, portanto, não poderiam ser considerados analfabetos. para chegar a essa conclusão, os juízes utilizaram a definição do dicionário Aurélio para a palavra "analfabeto.

O TRE deverá julgar hoje outros onze recursos apresentados pelos candidatos impugnados daquelas cidades. A plicação de testes de alfabetização é uma orientação do próprio TRE a todos os juízes eleitorais do Estado.

Entre os candidatos impugnados pelo juiz Incane Fillho, havia um ex-prefito e seis vereadores. José Luiz Holtz (PSDB), ex-prefeito de Sarapuí, considerou a decisão do juiz de Itapetininga "um absurdo". Seu candidato a vice também foi impugnado.

Segundo o juiz Incane Filho, o teste que aplicou não levou em consideração os erros gramaticais, mas apenas a capacidade dos candidatos de entender um texto.

"Depois de eleitos, eles terão de trabalhar com leis e documentos", afirmou o juiz.



O Tribunal Regional Eleitoral - TRE - foi contrário ao conceito de alfabetização do juiz, considerando que os candidatos reprovados não eram analfabetos porque tinham "rudimentos da alfabetização":




Qual o critério do TRE para considerar que os candidatos não eram analfabetos?


A definição do dicionário Aurélio para a palavra "analfabeto".


Recorde a definição de analfabeto do dicionário Aurélio:


analfabeto: que não conhece o alfabeto; que não sabe ler e escrever


Portanto: o TRE considerou que os candidatos sabiam ler e escrever (já que tinham alguma ou algumas séries do 1° grau e, embora com dificuldades, enfrentaram os documentos de registro da candidatura), e assim, não eram analfabetos.


O juiz eleitoral e o TRE mostraram ter conceitos diferentes de alfabetização: o juiz eleitoral avaliava antes o letramento que a alfabetização dos candidatos - embora desconhecesse o conceito de letramento, preocupava-se com as práticas sociais de leitura e escrita que eles deveriam ter; o TRE avaliou apenas a alfabetização dos candidatos, porque se satisfez com os "rudimentos" de leitura e escrita que tinham, desconhecendo seu nível de letramento, pois não considerou suas habilidades de usar a leitura e a escrita.


Esse episódio evidencia:

* a imprecisão do conceito de alfabetização - pessoas ou grupos têm conceitos diferentes, o conceito varia de acordo com a situação, com o contexto;

* o fenômeno do letramento ainda é pouco percebido em nossa sociedade.


Analfabeto-alfabetizado, letrado-iletrado:

variações segundo as condições sociais e históricas


Um bom exemplo da variação do conceito de alfabetização ao longo do tempo e da dependência entre o fenômeno do letramento e as condições culturais e sociais é a comparação entre os critérios que foram no passado utilizados e os que hoje são utilizados para definir quem é analfabeto ou quem é alfabetizado nos recenseamentos da população brasileira.


Até a década de 40, o formulário do Censo definia o indivíduo como analfabeto ou alfabetizado perguntando-lhe se sabia assinar o nome: as condições culturais, sociais e políticas do país, até então, não exigiam muito mais que isso de grande parte da população. As pessoas aprendiam a desenhar o nome, apenas para poder votar ou assinar um contrato de trabalho.


A partir dos anos 40, o formulário do Censo passou a usar uma outra pergunta: sabe ler e escrever um bilhete simples( Apesar da impropriedade da pergunta [se quiser saber por quê, leia o quadro abaixo], ela já expressa um critério para definir quem é alfabetizado ou analfabeto que avança em relação ao critério de apenas saber escrever o nome: definir como analfabeto aquele que não sabe ler e escrever um bilhete simples indica já uma preocupação com os usos sociais da escrita, aproxima-se, pois, do conceito de letramento, e revela uma outra expectativa com relação ao alfabetizado - uma expectativa de que seja também letrado.


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A mudança de critério para avaliação dos índices de analfabetismo no Brasil revela mudanças históricas, sociais, culturais. A comparação dos critérios utilizados aqui com os utilizados em países do Primeiro Mundo pode ser esclarecedora.


Analfabetismo no Primeiro Mundo?


É surpreendente quando os jornais noticiam a preocupação com altos níveis de "analfabetismo" em países como os Estados Unidos, a França, a Inglaterra; surpreendente porque: como podem ter altos níveis de analfabetismo países em que a escolaridade básica é realmente obrigatória e, portanto, praticamente toda a população conclui o ensino fundamental (que, nos países citados, tem duração maior que a do nosso ensino fundamental - 10 anos nos Estados Unidos e na França, 11 anos na Inglaterra). É que, quando a nossa mídia traduz para o português a preocupação desses países, traduz illiteracy (inglês) e illetrisme (francês) por analfabetismo. Na verdade, não existe analfabetismo nesses países, isto é, o número de pessoas que não sabem ler ou escrever aproxima-se de zero; a preocupação, pois, não é com os níveis de analfabetismo, mas com os níveis de letramento, com a dificuldade que adultos e jovens revelam para fazer uso adequado da leitura e da escrita: sabem ler e escrever, mas enfrentam dificuldades para escrever um ofício, preencher um formulário, registrar a candidatura a um emprego - os níveis de letramento é que são baixos.


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No Brasil, há já algumas poucas pesquisas que procuram avaliar o nível de letramento de jovens e adultos; a tendência tem sido considerar como alfabetizado (o termo mais adequado seria letrado) o indivíduo que tenha pelo menos completado a 4ª série do ensino fundamental, com base no pressuposto de que são necessários no mínimo quatro anos de escolaridade para a apropriação da leitura e da escrita e de seus usos sociais. Quando se calcula o analfabetismo no Brasil com base nesse critério, o índice cresce assustadoramente...


Condições para o letramento


Termos despertado para o fenômeno do letramento - estarmos incorporando essa palavra ao nosso vocabulário educacional - significa que já compreendemos que nosso problema não é apenas ensinar a ler e a escrever, mas é, também, e sobretudo, levar os indivíduos - crianças e adultos - a fazer uso da leitura e da escrita, envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita.


No entanto, infere-se, de tudo que foi dito, que o nível de letramento de grupos sociais relaciona-se fundamentalmente com as suas condições sociais, culturais e econômicas. É preciso que haja, pois, condições para o letramento.




Uma primeira condição é que haja escolarização real e efetiva da população - só nos demos conta da necessidade de letramento quando o acesso à escolaridade se ampliou e tivemos mais pessoas sabendo ler e escrever, passando a aspirar a um pouco mais do que simplesmente aprender a ler e a escrever.




Uma segunda condição é que haja disponibilidade de material de leitura. O que ocorre nos países do Terceiro Mundo é que se alfabetizam crianças e adultos, mas não lhes são dadas as condições para ler e escrever: não há material impresso posto à disposição, não há livrarias, o preço dos livros e até dos jornais e revistas é inacessível, há um número muito pequeno de bibliotecas. Como é possível tornar-se letrado em tais condições( Isso explica o fracasso das campanhas de alfabetização em nosso país: contentam-se em ensinar a ler e escrever; deveriam, em seguida, criar condições para que os alfabetizados passassem a ficar imersos em um ambiente de letramento, para que pudessem entrar no mundo letrado, ou seja, num mundo em que as pessoas têm acesso à leitura e à escrita, têm acesso aos livros, revistas e jornais, têm acesso às livrarias e bibliotecas, vivem em tais condições sociais que a leitura e a escrita têm uma função para elas e tornam-se uma necessidade e uma forma de lazer.


Outro exemplo



Letramento e escola, letramento e educação de jovens e adultos



Quais as conseqüências de tudo isso para a escola? Para a educação de jovens e adultos?


O que significa alfabetizar?


O que significa "letrar"?


Quais as diferenças entre alfabetizar e "letrar"?


Como alfabetizar "letrando"?


Quando se pode dizer que uma criança ou um adulto estão alfabetizados? Quando se pode dizer que estão letrados?


Quais são as condições para que o aprender a ler e a escrever seja algo que realmente tenha sentido, uso e função para as pessoas(




É sempre bom terminar com perguntas e não com soluções; diz o grande escritor português Saramago:



Tudo no mundo está dando respostas,

o que demora é o tempo das perguntas.


Aí estão as perguntas; busquemos as respostas.

Este texto foi originalmente publicado no livro Letramento, um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Editora Autêntica, 1998. http://www.autenticaeditora.com.br/

PAUL POTTS. (Não julgue pela aparência).



Este vídeo mostra que não podemos julgar pelas aparências, elas nos enganam. Os jurados não acreditaram que aquele vendedor de celulares não muito bonito, pudesse cantar tão bem. Estamos sempre julgando e avaliando e tomando decisões, quer seja na escola trabalho , supermercado, nas relações familiares e muitas vezes cometemos equívocos. Originados do preconceito e da arogancia. Nos professores não podemos deixar que estes sentimentos limitem nossos alunos. Quando fazemos uma prova o que queremos, avaliar?
O homem pode transcender seus limites. (Paul Tillich). Jesus era carpinteiro. E nem por isso deixou de ser um ex.: bom de ser seguido.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

(HD) - Quem Somos Nós ? parte 01 a 12.



Este filme foi dividido em, 12 partes. Para ter acesso basta ir no menu do próprio vídeo e escolher a parte que quer assistir. Obrigado por sua visita, se seu computador estiver lento esperimente o navegador Opera ou o Firefox. Muito melhor do que o internet explorer.

Will Smith - Men In Black - Music Video



Sou fã do Will Smith. Para quem acompanha, nos anos 80,90 ele fez dupla com seu dj Jazzy Jeff & Fresh Prince. Fresh Prince é como Will Smith era conhecido no meio do Rap. Desde entâo acompanho seu trabalho. Boa noite a você, que está conectado. Obrigado por sua visita.

Glossário Acadêmico. Trabalhos Científicos.



Os Trabalhos Científicos resultantes de pesquisa são definidos pela ABNT, da seguinte forma:

a) MONOGRAFIA – trata-se de um estudo que versa sobre um assunto/tema, seguindo uma metodologia, apresentado mediante uma revisão bibliográfica ou revisão de literatura. É mais um trabalho de assimilação de conteúdos e de prática de iniciação na reflexão científica. Esta Comissão sugere que a Monografia não exceda oitenta páginas (NBR).

b) DISSERTAÇÃO – é o resultado de um estudo no qual não há a preocupação em apresentar novas descobertas, como em uma tese de doutorado, mas expor novas formas de ver uma realidade já conhecida com rigor metodológico. A NBR 14724 define esse tipo de trabalho científico como:

Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico respectivo de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando à obtenção do título de mestre.

A Comissão sugere que esse tipo de trabalho não ultrapasse o número de cento e cinqüenta páginas.


c) TESE – a definição de tese, segundo a NBR 14724, é:
Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção de título de doutor ou similar.

A Comissão aconselha que o número máximo de páginas não ultrapasse trezentas.

d) ARTIGO CIENTÍFICO – "é um texto com autoria declarada que apresenta e discute idéias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas áreas de conhecimento" (NBR 6022).

e) TRABALHOS ACADÊMICOS ou similares – documento que representa o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador (NBR 14724).

f) RESENHA – pode ser Crítica ou Científica e Informativa. A chamada Resenha Crítica ou Científica requer um conhecimento aprofundado da obra/autor e da temática por ela abordada por parte do resenhista. A Resenha poderá ser apresentada por meio de um texto único ou subdividido em partes, devendo constar (LAKATOS; MARCONI, 1999, p...): Nome e biografia acadêmica do(s) autor(es); Título e resumo da obra; Fundamentação teórica do(s) autor(es); Fundamentação teórica do resenhista; Metodologia adotada; Conclusão do(s) autor(es); Crítica do resenhista; Indicação do resenhista (para que área tal obra é sugerida). A Resenha Informativa é um breve comentário geral da obra, sobre o autor e para quem ela é indicada. Geralmente, tal resenha é usada pelas editoras ou periódicos de divulgação.

g) RESUMO CRÍTICO – é a síntese e análise das idéias do autor do texto (livro, capítulo, artigo, tese, etc.) feita pelo leitor.

Monografria



Não deixe a sua para última hora, faça agora.


MONOGRAFIA

A primeira monografia foi publicada em 1855 (embora já viesse empregando o método desde 1830), por Le Play (1806-1882), Les Ouvriers eurpéens. O autor descreve com minúcias o gênero de vida dos operários e o orçamento de uma família-padrão daquela classe.

A origem histórica da palavra MONOGRAFIA vem da especificação, ou seja a redução da abordagem a um só assunto, a um só problema. Seu sentido etimológico significa: mónos (um só) e graphein (escrever): disserção a respeito de um assunto único.

Ela tem dois sentidos: O estrito, que se identifica com a tese: tratamento escrito de um tema específico que resulte de pesquisa científica com o escopo de apresentar uma contribuição relevante ou original e pessoal à ciência. E o Lato, que identifica com todo trabalho científico de primeira mão, que resulte de pesquisa: dissertações científicas, de mestrado, memórias científicas, as antigas exercitações e tesinas, os college papers das universidades americanas, os informes científicos ou técnicos e obviamente a própria monografia no sentido acadêmico, ou seja o tratamento escrito aprofundado de um só assunto, de maneira descritiva e analítica, onde a reflexão é a tônica (está entre o ensaio e a tese e nem sempre se origina de outro tipo de pesquisa que não seja a bibliografia e a de documentação).

Antes da elaboração da monografia de conclusão do curso de graduação, pós-graduação, etc..., o aluno deve desenvolver um "projeto de monografia", e para tal deve ter em mente um "assunto" que deseja dissertar assim como um acompanhante, um professor/orientador, que aceitará as responsabilidades e atribuições descritas nas normas para elaboração de monografias da Escola.

O Aluno na busca da elaboração de sua monografia passará por algumas fases: escolha do assunto, pesquisa bibliográfica, documentação, crítica, construção, redação.

A escolha do "assunto" é o ponto de partida da investigação e conseqüentemente da própria monografia, é o objeto de pesquisa. É preciso escolhê-lo com acerto. Deve ser um tema selecionado dentro das matérias que mais lhe interessam durante o curso e que atendam às suas inclinações e possibilidades. É um início de uma realização profissional. De qualquer maneira, só se pode esperar êxito quando o assunto é escolhido ou marcado de acordo com as tendências e aptidões do aluno.

A escolha do assunto segue naturalmente, dentro do processo de elaboração da monografia, a fase de pesquisa bibliográfica. O aluno deverá, junto ao seu orientador buscar a bibliografia que possa ser consultada (livros, revistas, artigos, trabalhos científicos, etc..) para a elaboração de seu projeto de Monografia e conseqüentemente a Monografia.

A documentação é a parte mais importante da dissertação, consiste em coligir o material que nos vai fornecer a solução do problema estudado. Unir toda a bibliografia encontrada e elaborar a informação ao trabalho da pesquisa (poderá ser feito através de fichas).

A crítica é um juízo de valor sobre determinado material científico. Pode ser externa e interna. Externa é a que se faz sobre o significado, a importância e o valor histórico de um documento, considerado em si mesmo e em função do trabalho que está sendo elaborado. Abrange a crítica do texto (saber se o texto não sofreu alterações com o tempo, por exemplo), a da autenticidade (autor, data, e circunstâncias de composição de um escrito) e a da proveniência do documento (origem da obra);

Após o longo trabalho de documentação e crítica, o pesquisador terá diante de si, no mínimo, tríplice fichário de documentação (fontes, bibliográfica e críticas pessoais). Ele irá construir à partir desses dados, a Introdução, o Desenvolvimento e a Conclusão de sua monografia.

A monografia é um trabalho escrito. Desde a fase de sua construção, o trabalho monográfico vem sendo redigido. É uma das operações mais delicadas e difíceis para o pesquisador por ter que atentar para normas de documentação, requisitos de comunicação, de lógica e até de estilo. Existem, devido a ansiedade, uma resistência do pesquisador em redigir, talvez por medo de que seu trabalho não seja compreendido ou aceito pelo público. O auto Décio V. Salomão sugere recursos pra facilitar a tarefa de redigir:

1.

Redação Provisória: fazer primeiramente um esboço, rascunho, planejamento, a maquete;
2.

Redação Definitiva: Consta das 3 partes da construção da monografia- Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
3.

Estrutura Material da Monografia: a monografia deve agradar ao público e também o serviço de documentação (obedecer as normas técnicas elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas) * ver abaixo
4.

Linguagem Científica: existe a tendência em se descuidar da linguagem quando se redige um trabalho científico.

São necessários:

1.

Correção gramatical;
2.

Exposição clara, concisa, objetiva, condizente com a redação científica;
3.

Cuidado em se evitar períodos extensos;
4.

Preocupação em se redigir com simplicidade, evitando o colóquio excessivamente familiar e vulgar, a ironia causticante, os recursos retóricos;
5.

Linguagem direta;
6.

Precisão e rigor com o vocabulário técnico, sem cair no hermetismo.

Projeto de Monografia

1.

Folha de rosto com dados gerais de identificação;
2.

Tempo de Compromisso do orientador;
3.

Capítulo introdutório com a caracterização clara do problema a ser investigado, objetivos claramente definidos, delimitação do estudo e definição de termos, além de uma revisão preliminar da literatura;
4.

Detalhamento da metodologia a ser utilizada;
5.

Cronograma;
6.

Lista de referências

Estrutura Material da Monografia

1.

Capa: na parte superior o nome da instituição (Universidade e Escola), no meio vem o título em letra maiúscula, o nome do autor, embaixo vem a cidade e ano (o ideal é que seja sóbria sem desenhos);
2.

Dorso: o mesmo de cima embora no lugar do nome do autor vem uma orientação ex: monografia apresentada ao curso X da Universidade Y como requisito parcial a obtenção do título Z (ex: Licenciado em E.F.) - deve ser colocado no canto direito e no meio do papel, e logo abaixo vem o orientador, embaixo a cidade e data;
3.

Capa 2: na parte superior o nome da escola, nome do aluno, número de inscrição, o curso e modalidade (ex: E. F. / Licenciatura), Título da obra, Orientador, e vem abaixo um pequeno rol que deverá se preenchido pelo professor ao final (resultado, nota, conceito, data),abaixo vem a assinatura do orientador, e no final um pequeno dizer: À tal departamento para registro e arquivo - data, em seguida vem o nome do Coordenador do Colegiado, que irá receber a monografia e a assinatura dele, seguido do nome da escola;
4.

Página de Dedicatória: se houver, ou página destinada a um pensamento, frase, se o autor achar conveniente;
5.

Índice Completo (de todos os capítulos e suas seções) ou Sumário (enumeração das partes principais) com a indicação das páginas iniciais dos capítulos ou partes destacadas (anexos);
6.

Agradecimentos;
7.

Prefácio, caso haja;
8.

Introdução: Justificativa e Definição do problema;
9.

Objetivo;
10.

Revisão de Literatura: todo o conteúdo apresentado de bibliografia sobre o assunto;
11.

Metodologia: discussão e análise dos resultados, como o aluno vai provar o problema e também o procedimento;
12.

Conclusão e Sugestões;
13.

Apêndices ou anexos, tabelas e gráficos (podem ser colocadas em meio aos assuntos), etc..., ordenados de acordo com o desenvolvimento e ditados pela conveniência e clareza da exposição do corpo do trabalho;
14.

Referências Bibliográficas em ordem alfabética;
15.

Índice de autores citados em ordem alfabética;
16.

Índice de assuntos em ordem alfabética;
17.

Glossário, caso se julgue importante.

terça-feira, 1 de abril de 2008

O abuso de confiança. A abelha e a formiga.



O Abuso de Confiança

A abelha e a formiga sentiam um grande carinho uma pela outra. Além disso, que coincidência: a primeira gostava dos alimentos que sua amiga armazenava durante o verão; e a formiga era louca pelo mel produzido pela abelha. Isso dava lugar a uma intensa troca de presentes entre as duas.

Numa ocasião, a abelha saiu de viagem e deixou as chaves de sua casa com a formiga. Passados alguns dias esta sentiu a tentação de entrar na casa da amiga e servir-se de um pouco de mel. Mas conteve-se na última hora.

- Oh, não! Fazer isso seria um abuso de confiança, uma coisa indigna de nossa amizade, pensou ela.

Meses depois, foi a vez da formiga ver-se obrigada a deixar seu lar por algum tempo. Naturalmente deixou as chaves com sua amiga íntima. No dia seguinte, a abelha entrou na casa da formiga, enquanto dizia:

- Bah! Tenho a certeza de que quando lhe deixei as chaves de minha casa, ela deve ter assaltado a minha despensa. E fez isso com muita arte, pois desde que cheguei, por mais que procure, não consigo achar as marcas do roubo. Agora é a minha vez e farei um grande banquete à sua custa!

Qual das duas é verdadeiramente digna de amizade, amigo?

http://www.metaforas.com.br/

O Gato e o Galo. (Fábulas de Esopo).


O gato e o galo

Um dia um gato caçou um galo e resolveu transformá-lo em almoço. Só que antes queria achar uma boa desculpa para matar o outro. Primeiro, explicou ao galo que ele era um verdadeiro transtorno para os homens com aquela história de cantar no meio da noite e não deixar as pessoas dormirem.

– Nada disso – disse o galo. – Eu canto para ajudar os homens!

E disse que na verdade fazia um favor aos homens porque servia de despertador e avisava a hora de começar o trabalho do dia.

– Que enorme besteira! – disse o gato. – Você acha que vou desistir do meu almoço só por causa de uma conversa dessas?

E devorou o galo.


Moral: O disfarce da justiça não impede uma natureza cruel de praticar suas maldades.

Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas

Se você gosta de metáforas, fábulas de uma olhada neste link,http://www.metaforas.com.br/

Amit Goswami no Roda Viva - Parte 01 de 09 (física quântica).



Vamos tentar enteder este tema. No menu deste vídeo têm às nove partes.
Se quiser se aprofundar neste tema, entre neste site, http://cinema.uol.com.br/dvd/2006/05/23/quem_somos_nos.jhtm

Ineligência Emocional. O que É ?



Inteligência Emocional, temos que mudar o jeito de avaliar, no dia a dia de nossas vidas. João C. Maria.

Um Grande Garoto. Killing me Softly (About a Boy)



Este é um trecho do filme, "Um grande garoto". Mesmo estando sem tradução podemos perceber a violência psicológica. De seu comentário, ele é muito importante. Vamos acabar com está prática. Bom dia, Boa tarde ou Boa noite a você.(João C. Maria).
Veja a sinopse deste filme.

Sinopse: UM GRANDE GAROTO descreve a história de um homem irresistível, bonito, rico… mas vazio e egocêntrico, e a inesperada relação que ele desenvolve com um garoto que acaba conhecendo enquanto tenta "faturar" mais uma mamãe. Will é um londrino de 38 anos solteiro e sem filhos. Ele não faz nada o dia todo além de se manter "na moda", evitar responsabilidades e sair com mulheres. Depois de um rápido relacionamento com uma mãe solteira, ele descobre um ótimo lugar para encontrar mulheres disponíveis: grupos de ajuda a pais solteiros.

Will inventa um filho de nome Ned, entra para um desses grupos locais e está prestes a seduzir Susie quando encontra Marcus, o filho da amiga dela. Marcus é um menino de 12 anos com problemas na escola - por ser meio diferente, é rejeitado pelos garotos que estão sempre na moda - e em casa - sua mãe hippie, Fiona, sofre de depressão. No dia em que Will e Marcus se conhecem, Fiona tenta se matar e, enquanto Will é apenas um espectador, Marcus vê nele a solução para os seus problemas.

Apesar de Will não poder se aproximar ao mínimo necessário de uma figura ideal de pai, Marcus decide transformá-lo numa. O que eles não sabem é que, na verdade, Will é o amigo perfeito para Marcus, que precisa aprender a ser um menino de 12 anos como todos os outros, e que Marcus é o amigo perfeito para Will, que precisa encontrar algum sentido para sua a vida. A história se concentra na amizade dos dois e de como eles acabam mudando um ao outro - e para melhor. Origem/Ano: UKA-EUA/2002. (www.webcine.com.br/filmessi/aboutboy.htm)

Conversas sobre Didática,