quarta-feira, 8 de julho de 2009

Em busca do tempo perdido


REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 147

Em busca do tempo perdido

MEC anuncia Plano para fazer com que 600 mil professores consigam formação adequada; estratégia de recorrer à educação a distância é questionada


Dois anos depois da criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que já falava em priorizar a valorização profissional, o Ministério da Educação lançou, no final de maio, o Plano Nacional de Formação de Professores (PNFP). Com investimento previsto de R$ 1 bilhão, a ação tem como meta combater as distorções que minam o magistério no que tange à formação docente.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do total de 1,8 milhão de professores que atuam nos ensinos fundamental e médio em escolas públicas brasileiras, 600?mil não possuem formação universitária ou lecionam em áreas diferentes daquelas para as quais foram licenciados. Essa distorção entre formação e atividade é apontada como um dos principais motivos dos índices sofríveis de avaliação escolar, principalmente do ensino médio.

Na primeira etapa do PNFP, prevê-se a criação de 331 mil vagas, em 90 instituições públicas de ensino superior. Segundo o diretor de Educação Básica Presencial da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), João Carlos Teatini, a maior parte da oferta é para os cursos de pedagogia, devido à "enorme carência de formação dos professores da educação infantil e das séries iniciais do ensino fundamental". Nos demais cursos, foram priorizadas as disciplinas para as quais faltam docentes, como física, química, matemática e biologia.

O plano será executado em regime de colaboração entre União, estados e municípios, por meio de 90 instituições públicas de ensino superior. Os cursos de primeira licenciatura têm carga horária de 2.800 horas mais 400 horas de estágio supervisionado. Os de segunda licenciatura têm 800 horas para cursos na mesma área de atuação ou 1.200 horas para cursos fora da área de atuação.

Os professores interessados devem procurar as secretarias estaduais ou municipais de Educação. Caso a demanda, nessa primeira fase, seja maior que a oferta, o processo seletivo ficará a critério das instituições de ensino superior responsáveis. Professores que não obtiverem vaga para o próximo semestre serão contemplados nas?de 2010 e 2011. Para 2009, estava previsto o ingresso de 62,9 mil docentes. Em 2010, 144 mil professores serão contemplados. Para 2011, a previsão é de 124 mil vagas.

Presencial versus a distância
Apesar de a Política Nacional de Formação de Professores para a Educação Básica estabelecer que a oferta deve ser majoritariamente presencial e de as entidades ligadas à área de formação docente apoiarem essa modalidade, 48% das vagas são para a educação a distância (EAD), de acordo com o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras (ForGrad). Defensor da EAD, o professor Romualdo Portela de Oliveira, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), considera que a utilização da modalidade, no âmbito do plano, é precipitada. "A EAD é um instrumento poderoso, mas a experiência só deveria ser colocada em prática para a formação inicial depois de consolidada na continuada", avalia Portela.

Já o secretário de Educação a Distância do MEC e coordenador da Dimensão de Capacitação do Plano de Ações Articuladas (PAR), Carlos Bielschowsky, garante que "são cursos com credibilidade, desenvolvidos por instituições sérias, que têm seus instrumentos de avaliação, que comprovam a qualidade da EAD". O diretor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Johannes Doll, encara a modalidade como solução para as regiões mais distantes. A UFRGS desenvolve um projeto de EAD, ?em parceria com o MEC, para formar 400 professores do ensino fundamental que só possuem o curso normal. "Basta que a relação professor/aluno, a estrutura e a avaliação sejam adequadas", completa.

O presidente-executivo do Movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, questiona a demora para implementação do plano. Para ele, a medida chega com 15 anos de atraso. "Na década de 90, quando a meta era colocar toda criança na escola, o problema maior era a falta de salas. Houve falta de visão de futuro. Era óbvio que essas crianças, que estavam ingressando, continuariam avançando e chegariam ao ensino médio, hoje em situação precária, e precisariam de bons professores em todos os níveis", analisa. Ramos destaca outros momentos perdidos, como o começo da primeira gestão do atual governo, quando foi criada uma comissão para estudar o assunto, no âmbito do MEC, que acabou caindo no esquecimento, e o próprio lançamento do PDE, em 2007.

Bielschowsky rebate e afirma que, no âmbito do PDE, "a lógica é a de onde se quer chegar e não uma lógica sequencial, porque variam o período e a capacidade de executar cada ação prevista". No quesito formação, a próxima etapa, ainda em processo de organização e que deve ser concluída até o fim do ano, será a educação continuada dos docentes já graduados.

O secretário concorda que a qualificação dos professores deveria ter sido ?paralela ao atendimento da demanda por vagas, mas responde que "falar é fácil, o difícil é colocar em prática". Das 27 unidades da federação, 21 firmaram acordo. Apenas São Paulo optou por não participar. Rio Grande do Sul e Minas Gerais estão elaborando os projetos.?Acre, Rondônia e Distrito Federal, devem aderir a programas de educação continuada. "É muito complexo chegar a um consenso entre estados, municípios e universidades, em um país continental", destaca Bielschowsky, que foi o articulador do Plano Nacional de Formação dos Professores.

Mesmo com toda a engenharia mencionada pelo secretário, Romualdo Portela considera que poderia ter havido mais diálogo com as sociedades científicas da área, para conhecer suas experiências. Ele adverte que os problemas existem em três níveis - atratividade, formação e retenção. "Não conseguimos atrair os melhores alunos do ensino médio para a carreira docente; a formação é muito ruim, porque a maior parte dos professores é formada em instituições privadas, em geral, bastante precárias, além de não retermos bons profissionais por questões como salário e condições de trabalho", diz. "Se não for promovida uma política abordando todas essas dimensões, é muito provável que o plano não funcione", completa. Os aspectos mencionados por Portela foram contemplados em medidas anunciadas na esteira do plano, mas de forma incipiente.

O secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, também cobra mais diálogo. "Houve inversão do processo. O Enem, por exemplo, foi discutido com as universidades, de cima para baixo, deixando municípios e estados em papel secundário", protesta. "Por outro lado, para evitar novas contratações, os governadores contestam no Supremo Tribunal Federal (STF) o dispositivo da Lei do Piso, que permite que o professor realize sua formação no horário de aula". Araújo lembra um levantamento feito pela CNTE, em 2002, apontando que, além da carga horária normal, o professor gasta, em média, 14 horas semanais em casa, com a correção de trabalhos e o planejamento das aulas. "Não há condições de acumular tudo", reclama.

A professora Stella Bortoni, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), responsabiliza a descontinuidade das políticas públicas pelo quadro. "O plano é positivo, antes tarde do que nunca, mas não sabemos o que virá depois. A cada eleição, em todos os níveis do Poder Executivo, quem chega altera ou engaveta projetos, troca membros da equipe. A educação precisa ser uma política de Estado e não de governo, não pode ficar atrelada ao calendário eleitoral", ressalta Bortoni, lembrando que formar o professor é bem diferente de asfaltar uma estrada. Enquanto obras desse tipo podem ser feitas em quatro anos, a formação é um processo para a vida toda. Bortoni alerta que também é necessário ter clareza acerca do perfil do professor que o país deseja, que habilidades ele precisa dominar para ser um agente da cultura.

Como as instituições de ensino superior não têm condições de atender à demanda de professores em exercício, que não possuem formação adequada, foram criados cursos emergenciais. De acordo com a Capes, 14% das vagas são para os cursos regulares existentes e os outros 86% para os emergenciais. Os termos de adesão das IES têm previsão de duração de sete anos, com a oferta observando as necessidades regionais.

O pacote para o magistério

Fies
Quem fizer a licenciatura em instituição privada, por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), poderá reduzir a dívida. Caso ingresse em escola pública, após a formatura, cada mês de serviço dará direito a um abatimento de 1%. A medida também beneficia os professores que já se formaram, com financiamento do Fies, e atuam em escola pública.

Verba para piso salarial
Os estados que não tiverem condição de pagar o piso nacional dos professores, de R$ 950, terão verba complementar do Fundo da Educação Básica (Fundeb).

Obrigatoriedade de curso superior
Será apresentado um projeto de lei ao Congresso Nacional, que pretende alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), tornando obrigatória a formação superior para os professores que lecionam até a 4ª série/5º ano do ensino fundamental. Os de nível médio, na modalidade normal, somente poderão atuar na educação infantil.

Nota mínima no Enem
O mesmo projeto prevê que o Ministério da Educação poderá definir uma nota de corte no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como pré-requisito para o ingresso em cursos de graduação de professores. - Cursos de pedagogia A autorização dos cursos de pedagogia só será concedida às instituições que destinarem 70% da carga horária total para a formação de professores.

Ingresso na carreira
No primeiro semestre de 2010, será realizada uma prova nacional de concurso para o magistério. A ideia é oferecer um banco de professores para contratação nos estados e municípios.

Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12733

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

JOGOS E BRINCADEIRAS: O que é brincar para a criança?


JOGOS E BRINCADEIRAS


O que é brincar para a criança?


Os jogos da criança pequena são fundamentais para o seu desenvolvimento e para a aprendizagem, pois envolvem diversão e ao mesmo tempo uma postura de seriedade. A brincadeira é para a criança um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. Brincar é uma forma de a criança exercitar sua imaginação. A imaginação é uma forma que permite às crianças relacionarem seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem. A brincadeira expressa a forma como uma criança reflete, organiza, desorganiza, constrói,destrói e reconstrói o seu mundo.

Bruno Bettelheim, fala que a brincadeira é uma ponte para a realidade e que nós, adultos, através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo: quais são as suas preocupações, que problemas ela sente, como ela gostaria que fosse a sua vida. Ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Ou seja, brincar é a sua linguagem secreta que devemos respeitar mesmo que não a entendamos.

JOGO LIQUIDAÇÃO -> quando a criança busca superar situações desagradáveis. É como se ela zombasse de suas próprias limitações e as enfraquecesse. Em cada momento do seu processo de desenvolvimento, a criança utiliza-se de instrumentos diferentes e sempre adequados às suas condições de pensamento. À medida que ela cresce, as brincadeiras modificam-se, evoluem.

JOGOS DE EXERCÍCIO -> ou jogos funcionais, têm início aproximadamente aos quatro meses de idade, quando a criança começa a ter uma melhor coordenação da visão e da apreensão. Os jogos de exercício que envolve ações mentais, isto é, o pensamento, como acontece nos jogos de combinações de palavras. EX: “Hoje é domingo pede cachimbo...”, ou “Um, dois, feijão com arroz...”

Essas atividades lúdicas não necessitam de qualquer técnica particular, são simples exercícios.

JOGOS DE MANIPULAÇÃO -> são praticados a partir do contato da criança com diferentes materiais, movidos pelo prazer que a sensação tátil proporciona.

JOGOS DE CONSTRUÇÂO -> acontecem quando a criança faz ordenações sobre os objetos. São responsáveis por aquisições para o desenvolvimento motor e intelectual da criança, tais como classificação, a seriação, o equilíbrio, as noções de quantidade, tamanho e peso, bem como a discriminação de formas e cores.

JOGOS SIMBÓLICOS -> também chamados de “faz-de-conta”. Por meio deles, a criança expressa a sua capacidade de representar dramaticamente.

Entre 1 ano e meio e 3 anos de idade, acriança começa a imitar suas ações cotidianas e passa a atribuir vida aos objetos.

COMPENSAÇÃO -> vai se imaginar realizando coisas que os adultos podem e ela não. EX: a criança brinca que está dirigindo automóvel, ou apagando um incêndio. A criança aprende agindo “como se fosse” alguma coisa ou alguém específico.

TRANSPOSIÇÂO: a criança age com um determinado objeto (real), mas utiliza-o com uma função (imaginária) diferente da habitual. EX: a criança deseja montar em um cavalo, então ela toma uma vassoura e a coloca no lugar do cavalo.

N o jogo de “faz-de-conta”, a criança experimenta diferentes papéis sociais, funções sociais generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos.

Dos 4 aos 7 anos, a busca pela aproximação ao real vai caracterizar os jogos simbólicos. A criança desejará imitar de forma mais coerente.

Segundo a professora Vera Lúcia dos Santos, no decorrer da fase do jogo simbólico, existem três características fundamentais que evoluem simultaneamente:

1) Forte tendência à ordenação. As crianças preocupam-se em ordenar seus jogos, escolhendo objetos de composição.

2) Evidencia-se a intenção de realismo que conduz o jogo para a imitação exata do real. As crianças buscam objetos mais próximos dos objetos reais que funcionem como suporte para suas cenas;

3) A capacidade de organização e o desenvolvimento da imitação acarretarão maior diferenciação de papéis, propiciando o surgimento do verdadeiro grupo de jogo.

JOGOS DE REGRAS -> é necessário que haja cooperação entre os jogadores e isso exige, certamente, um nível de relações sociais mais elevados. As brincadeiras e os jogos são espaços privilegiados para o desenvolvimento infantil e para a sua aprendizagem.

O papel do professor

Cientes da importância dos jogos e das brincadeiras na Educação Infantil, o professor deve elaborar propostas de trabalho que incorporem as atividades lúdicas. Deve também, propor jogos e brincadeiras. Não há necessidade de o jogo ser espontâneo, idealizado pela criança. “O que faz do jogo um jogo é a liberdade de ação física e mental da criança nessa atividade”. (BRASIL, 1995b, p.103).

Para que um professor introduza jogos no dia-a-dia de sua classe ou planeje atividades lúdicas, é preciso, que ele acredite que brincar é essencial na aquisição de conhecimentos, no desenvolvimento da sociabilidade e na construção da identidade.

A professora Vera Lúcia dos Santos diz que a atitude do professor é, sem dúvida, decisiva no que se refere ao desenvolvimento do faz-de-conta. Ela destaca três funções diferenciadas que podem ser assumidas pelo professor, conforme o desenrolar da brincadeira:

1) Função de observador, na qual o professor procura intervir o mínimo possível, de maneira a garantir a segurança e o direito à livre manifestação de todos;

2) Função de catalisador (perceber), procurando, através da observação, descobrir as necessidades e os desejos implícitos na brincadeira, para poder enriquecer o desenrolar de tal atividade;

3) Função de participante ativo nas brincadeiras, quando como um mediador das relações que se estabelecem e das situações surgidas.

Por Renata Gonçalves

Fonte: http://www.monografias.brasilescola.com/pedagogia/jogos-brincadeiras.htm

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sábado, 27 de junho de 2009

Especial: Michael Jackson • Globo Reporter [26/06/2009]













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Videos do Dr. Lair Ribeiro.











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