A segunda parte da tese de doutorado em medicina, “Ensaio sobre alguns problemas relativos ao normal e o patológico”, de Georges Canguilhem (1904-1995) possui um título indagador: “Existem ciências do normal e do patológico?”. Sanar esta dúvida, ou melhor, problematizar e apontar algumas possíveis respostas é o objetivo deste capítulo inserido na tese, publicada em 1943, cujo objetivo básico é criticar as influências da tradição positivista [1] , fundamentada conceitualmente por Auguste Comte nas idéias de Broussais, na medicina de seu tempo. Dentro desta técnica sua influência foi dar base científica à idéia de que fenômenos patológicos são apenas variações de intensidade de seus “correlatos” fisiológicos ou normais. Para atingir seu intento, nesta parte do trabalho o autor tenta entender melhor como a medicina estabelece seu conceito de normal, e por conseqüência o de patológico; ele busca explicar se é somente dentro da própria medicina que se dá este processo, endógeno, ou se ele é exógeno e normativo, recebendo as noções de fatos e coeficientes funcionais da fisiologia. Expor como o autor entende e resolve esta questão, e, sempre que necessário, estabelecer paralelos dentro do campo da Afasiologia, é o objetivo do texto que segue.
É necessário antes de adentrar a questão de como a medicina estabelece seu conceito de normalidade, entender de forma apropriada o conceito de normalidade defendido pelo autor, que, criticando as idéias de Comte, não acreditava que a relação entre o normal e o patológico se dê através de variação quantitativa, da semântica do hipo/hiper, mas acredita que essa variação seja de ordem qualitativa, propondo o conceito de alteração que é necessariamente vinculado à noção de homogeneidade e de continuidade. É de suma importância entender que este segundo conceito não propõe uma coincidência, ou mesmo uma oposição, entre o normal e o patológico: “ posso apenas intercalar entre extremos, sem reduzi-los um ao outro, todos os intermediários cuja disposição obtenho pela dicotomia de intervalos progressivamente reduzidos...” Canguilhem (1943,1995: 53), mas, indo de acordo com os trabalhos de Bernard, que, de fato, faz uma proposta de análise quantitativa [2] , o autor vai contra o conceito de média que regulava as leis da fisiologia [3] .É só a partir dessas considerações que podemos entender melhor o que o autor define por normal, que só pode ser entendido no plano individual da normatividade biológica que aceita as leis naturais em estado patológico dentro do funcionamento do próprio organismo e é obrigatoriamente relacionada com o meio: “...um ser vivo é normal num determinado meio na medida que ele é a solução morfológica e funcional encontrada pela vida para responder às exigências do meio...” (Ibid:113). É dessa relação essencial da vida com o meio, relação natural, que ele explica a necessidade do normal na consciência humana, necessidade anterior à própria consciência por ser fruto da relação do ser com meio; “em germe, na vida”. A patologia então pode ser uma variação normativa da vida, mas não é regida pela mesma norma que a fisiologia, ou seja, ela deve ser relacionada à vida e não à saúde.
Estabelecido o conceito de normal defendido pelo autor, podemos adentrar à questão inicial: como a medicina estabelece o que é normal? Para responder essa questão devemos pensar no papel da observação clínica, que é, ou deveria ser, o lugar de intermédio entre o sujeito doente e o médico; momento crucial onde o papel do indivíduo no sujeito aparece, abrindo a possibilidade de se entender o normal para aquele indivíduo, ou, citando Canguilhem (Ibid: 144) “...determinado indivíduo pode se encontrar à “altura dos deveres resultantes do meio que lhe é próprio””. Dessa noção temos que pensar a terapêutica, lugar onde esse “normal” se deseja restabelecer, onde o indivíduo pode voltar a ser normativo, para que então possamos enxergar de onde parte a noção empírica, por conseguinte axiológica, da doença em medicina. Mas, como mostra a tese, a influência também vem da fisiologia “...ciência das situações e condições biológicas consideradas normais.” (Ibid: 188), cuja função é atribuir valores de “normal” às constantes; a quebra metodológica se deveria dar aqui a partir do instante em que Canguilhem, apoiado em Bernard, critica o conceito de média, parâmetro do normal na fisiologia tradicional. É assim que a medicina “atividade que tem raízes no esforço espontâneo do ser vivo para dominar o meio e organizá-lo” (Ibid: 188), busca seu conceito de normal e de patológico, os processos são endógenos e exógenos e de preferência os mais prescritivos possíveis, pois o que interessa aos médicos “..é diagnosticar e curar.” (Ibid: 94)
Para corroborar essas idéias o autor inclusive se utiliza de fatos descritos na Afasiologia, citando problemas de linguagem na construção da critica que estabelece sobre a identificação destes; como saber de que o paciente sofre? Qual o problema do método na determinação estanque do quadro clínico? Aponta para problemas que nem sempre são de ordem médica, mas lingüísticos, como o da variedade das estruturas lingüísticas, por exemplo. Argumenta, trazendo a questão da alteração enquanto fenômeno para a Afasiologia, Novaes (1999: 34): “ permite que possamos nos referir às afasias sem o peso dos termos patológicos que impregnam as descrições.” Demonstrando que o papel de uma nosologia “precisa”, normativa e prescritiva, é de fato impossível, cada sujeito apresenta quadro único. O método patológico é deficiente, como é o caso da maioria das “baterias de teste” para diagnosticar afasia, que não levam em conta o antes do paciente, qual a sua relação com as palavras e o mundo que ele está enfrentando após o acidente; qual sua relação com o laboratório? Sendo este um outro meio, um lugar institucional? É de estresse? É de calma? Será que essas variantes não podem fazer diferença significativa na hora do diagnóstico? Testes que estão mais apoiados em teorias lingüísticas evitam os métodos tradicionais de análise, com propostas inovadoras de (re)integração social, responsável, dos sujeitos afásicos. Mas então sobra a pergunta: como ainda hoje sobrevive essa tradição? A resposta é uma conseqüência da normatividade biológica inerente, necessária ao homem, criando a necessidade de acabar com ansiedade gerada pela ignorância ao dar um nome ao problema que apresenta, e assim, uma possível cura. Pode-se aproveitar muito desta tese no campo da Afasiologia, pois sua contribuição a atinge os diversos aspectos, seja na profilaxia, na terapêutica, na clínica, na patologia, mas não é este o objetivo desta resenha.
É importante também colocar esta tese no ponto de vista epistemológico, pois é uma obra que tem objetivos ambiciosos e gera dúvidas neste campo; afinal o autor está propondo uma verdadeira ruptura com as idéias(ideais) de ciência de sua época, o positivismo, ou está só refletindo o fim dessa tendência? Sua crítica aos métodos e conceitos das ciências naturais aplicadas no campo médico, como se pôde perceber, são fundamentadas numa releitura de diversos coetâneos. Creio que possa haver influências diretas de um movimento de crítica surgido dentro do próprio positivismo comteano, uma vez que Canguilhem cita e nem sempre combate diretamente as considerações do pai dessa filosofia, mas sempre questiona seus métodos, sua semiologia, sua teoria, fato nada incomum na História das Ciências. Podem-se estabelecer diversas comparações a fatos semelhantes em outras ciências, como no caso da própria Lingüística, cujas tendências anti-estruturalistas surgiram do seio do Estruturalismo (basta remetermos a Jakobson e o Círculo de Moscou), ocorrência semelhante ao surgimento da semântica gerativa, que não deixa de ser uma ruptura, que partiu de dentro dessa corrente, o Gerativismo, “criada” por Noam Chomski. Adotar a postura de Canguilhem como uma ruptura, adotar o conceito de ruptura é adotar o PIC (programa de investigação científica) e toda a teoria de Imre Lakatos, é entender que o “progresso” da ciência, indo contra a maioria das posturas epistemológicas mecanicistas e dialéticas de continuidade, se dá pelo “devir da Razão científica” nas palavras de Althusser (Apud Canguilhem, 1943,1995: 275). A presença de rupturas e paradoxos, recuos e saltos dentro do sua própria história, é, portanto, comprometer-se com idéia que Canguilhem estava criticando internamente o positivismo, que, sendo ele homem de seu tempo, viveu as idéias de precisão e idealidade que foram marcas maiores desta corrente filosófica, adotou-as e questionou-as, tornando-se, digamos, um “positivista fraco”.
BIBLIOGRAFIA
(1943,1995) CANGUILHEM,G. O normal e o patológico, trad. Maria Thereza Redig de Carvalho Barrocas e Luiz Octavio Ferreira Barreto Leite. – 4a. Ed.- Rio de Janeiro, Forense Universitária. (2002) MORATO, E. M. “As afasias entre o normal e o patológico: da questão (neuro)lingüística à questão social” in O direito à fala: a questão do preconceito lingüístico, Orgs. Fábio Lopes Silva e Heronides Maurílio de Melo Moura, 2a.ed. rev. Florianópolis: Insular. (1999) PINTO.R,C.N. A contribuição do estudo discursivo para uma análise crítica das categorias clínicas, Tese de Doutorado (UNICAMP-IEL), Campinas.
[1] Deve-se ampliar essa interpretação toda vez que temos contato com essa obra, pois devemos entender que, como aponta Morato (2002: 63) “a questão que envolve o problema normal X patológico tem a ver com o que Foucault chamou de “vontade de verdade” de uma época...”, é necessário portanto inseri-la dentro da tradição filosófica de seu tempo, e entendê-la como um dos clássicos da literatura da História das Ciências e da Epistemologia como um todo ao apontar os problemas da tradição realista( os problemas do ideal, do generalista, do perfeito) e dada a sua contribuição no aprofundamento sempre insuficiente das questões ontológicas da ciência ao tentar mostrar os problemas que uma classificação taxonômica, estanque e inevitavelmente superficial, acarreta no diagnóstico, na maior parte das vezes impreciso, das patologias.
[2] Ao contrário de Comte e Broussais, Bernard questiona o conceito de média, tanto no plano individual quanto no plano social. A ressalva do autor com relação a este consiste na idéia que ele trabalha sem pensar na polaridade da vida, uma vez que esta não é indiferente às condições que lhe são impostas.
[3] Uma ressalva importante; o autor, em dado momento aponta que não crê que o homem médio seja um “homem impossível”, mas explica que a fisiologia não se pode extrair a norma a partir dessa teorização.
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela está desinteressada dessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo, é porque simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.
Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe nenhuma). A dificuldade de comunicação, em alguns casos, está realmente presente, mas como dito acima nem todos são assim: é difícil definir se uma pessoa tem retardo mental se nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente.
Histórico
Foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríacoLeo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of affective contact, na revista Nervous Child, vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à Segunda Guerra Mundial não se conheciam .
A palavra "autismo" foi criada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade". Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que observavam em seus pacientes.
O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a médica inglesaLorna Wing traduziu seu trabalho para o inglês. Foi a partir daí que um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado síndrome de Asperger.
Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira'". Nos anos 1970 essa teoria foi rejeitada e passou-se a pesquisar as causas do autismo. Hoje, sabe-se que o autismo está ligado a causas genéticas associadas a causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a contaminação por mercúrio presente em vacinas tem sido apontada como forte candidata, assim como problemas na gestação. Outros problemas como infecção por cândida, contaminação por alumínio e chumbo também devem ser considerados.
Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas que apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida (normalmente até os 3 anos) como relevantes para definir o transtorno, mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja um transtorno orgânico.
Entretanto, não se desconsidera o fato de que há de se cuidar dessas crianças o quanto antes, inserindo-as num tratamento que leve em consideração sua subjetividade, seus afetos e sentimentos, e não apenas o aspecto comportamental. Donald Winnicott , importante pediatra e psicanalista inglês, contribui com suas formulações, a partir da prática clínica, para interrogar se o autismo de fato existe enquanto quadro nosográfico.
Além dos conceitos psicanalíticos é muito importante que se avalie o individuo como um todo, e se trate diretamente das causas, que são os desequilíbrios metabólcos do organismo.
Definição
Autismo é uma disfunção comportamental causada por mudanças súbitas em certas áreas do cérebro. Atualmente (2008), 1 em cada 150 crianças é diagnosticada com autismo nos Estados Unidos e o número é crescente. As causas biológicas exatas do autismo e das desordens do espectro autista são desconhecidas e são um grande desafio para a sociedade. Embora não haja uma malformação cerebral, estudos recentes têm observado mudanças bruscas em algumas áreas do cérebro de pacientes autistas, incluindo um aumento moderado, que parece acontecer durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou na 1.ª infância. Fatores genéticos, ou a exposição do cérebro em desenvolvimento a alguma toxina ambiental ou infecção, pode ser a causa dessas anormalidades. O impacto cerebral pode piorar durante a vida, enquanto o indivíduo é continuamente exposto a tais fatores ambientais, ou dentre aqueles com incapacidade de quebrar e se livrar dessas toxinas.
No cérebro normal, essas áreas coletivamente conhecidas como o sistema límbico, estão envolvidas em atividades complexas como encontrar significado nas experiências sensoriais e perceptivas, no comportamento social, na emoção e na memória. O sistema límbico também está envolvido no controle de complexos movimentos habituais como, aprender a se vestir e se lavar, ou participar de atividades coletivas. A estrutura límbica, está envolvida em diversos processos desde a criatividade artística, ao aprendizado de uma habilidade, reconhecimento de estruturas faciais, a ligação emocional, a agressão e ao vício. Então, anormalidades nessa área cerebral, cortam ou proporcionam impressões destorcidas da realidade, levando a inabilidade de efetivamente se relacionar com o mundo a sua volta, provocando um isolamento social.
Pessoas com autismo podem ficar presas a um mundo de comportamentos ritualísticos, com variável incapacidade de interagir com as pessoas a sua volta. Uma pequena parcela mostra uma notável habilidade para executar algumas tarefas como tocar piano, executar cálculos matemáticos complexos, enquanto ao mesmo tempo não conseguem se alimentar sozinhos ou se vestir.
Os aspectos biológicos e comportamentais do autismo remetem a doenças como a esquizofrenia, epilepsia e outras tantas raras condições neurológicas pediátricas.
Disfunções da química cerebral, particularmente as que envolvem os neurotransmissores dopamina e serotonina, que protagonizam um papel importante no movimento e funcionamento do sistema límbico, têm sido apontadas. Ligações entre anomalias genéticas responsáveis pelo desenvolvimento do cérebro estão sob investigação. Descobertas recentes sugerem anomalias no sistema digestivo, e estudos mostraram que os sintomas de alguns pacientes são agravados por determinados fatores dietéticos que resultam possivelmente das alterações de populações bacterianas no sistema digestivo.
Há ligações entre vários distúrbios inflamatórios, tais como artrite reumatóide e recentes evidências de processos inflamatórios em curso no cérebro. Isto sugere que as alterações no sistema imunitário ou em alguns fatores ambientais possam contribuir para o autismo também. Parece que estes compostos biológicos alteram direta ou indiretamente a função do cérebro em níveis variados. Entretanto, ainda não foi encontrada uma hipótese unificadora para essa disfunção que considere todas essas observações. O autismo é claramente uma disfunção relacionada ao comportamento. Conseqüentemente, uma análise detalhada desse distúrbio comportamental complexo, na condição humana e em modelos de experimentos animais, é absolutamente essencial.
Um número de compostos metabólicos resultados da digestão alimentar e também os compostos inflamatórios liberados pelo organismo, as citocinas, são conhecidos por ter efeitos profundos no desenvolvimento do cérebro, na função de sistema límbico e finalmente no comportamento.
Características do autismo
Nem todo autista é igual, existem autistas mais sociais que outros, outros são mais intelectuais, e assim por diante. Por isso dá-se o nome de Espectro Autista a estas diferentes manifestações do autismo: o autismo tem vários graus de intensidade, desde os mais graves (o autismo típico em que as pessoas geralmente pensam) até os casos mais sutis. Muitos autistas não são muito diferentes de pessoas tidas como normais: possuem hábitos consolidados, reagem com dificuldade a situações que os desagradam, possuem manias e preferências.
As características mais comuns do autismo são:
Dificuldade na interação social (como todo e qualquer indivíduo, por exemplo);
Dificuldade acentuada no uso de comportamentos não-verbais (contato visual, expressão facial, gestos);
Sociabilidade seletiva;
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades:
Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados (movimento circular, por exemplo);
Assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter "manias" ou focalizar-se em um único assunto de interesse, por exemplo);
Maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, por exemplo);
Preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho ou na boca de alguém que fala, por exemplo);
Seguir uma vida rotineira e resistir mais do que uma pessoa comum resistiria quando ela é mudada;
Tendência a uma leitura concreta e imediatista do contexto, seja ele linguístico ou ambiental ("levar tudo ao pé da letra").
Diagnóstico
Para que se tenha um bom prognóstico com relação ao tratamento é preciso que seja realizado um diagnóstico precoce. Um diagnóstico seguro pode ser realizado antes da criança completar dois anos de idade, desde que alguns aspectos clinicos não sejam desprezados. As crianças autistas normalmente tem historico de infecções e alto consumo de antibióticos nos primeiros anos de vida. As fezes podem ter aparencia mucosa, e de coloração variante, entre amarelo, esverdeado e avermelhado, e podem ter odor de mofo. Intensa flatulência. Apresentam sinais característicos de alergias, como olheras, olhos inchados, cílios compridos. Embora se alimentem bem podem apresentar aspecto de subnutrição. Frequentemente apresentam abdome distendido, e inchado, com intensa movimentação visceral. Apresentam mau hálito. Podem apresentar regressões no desenvolvimento, após uso de vacinas. Mais de 60% das crianças autistas tem pais com histórico de atopia, incluindo asma e alergias de pele. Crianças normotípicas tendem a responder com o olhar quando chamadas pelo nome por volta de 2 anos de idade.
Exames
O diagnóstico do autismo é feito clinicamente, mas pode ser necessário a realização de exames auditivos com a finalidade de um diagnóstico diferencial.
Outros exames devem ser considerados não para diagnóstico, mas com a finalidade de se realizar um bom tratamento. São eles: ácidos orgânicos, alergias alimentares, metais no cabelo, perfil ION, imunodeficiências entre outros.
Relato
O médico José Salomão Schwartzman, referência no Brasil em Neurologia da Infância e Adolescência, relata um caso interessante de autismo: "Na década de 1970, recebi um paciente, R., com cinco anos de idade, encaminhado por uma amiga pscicóloga. Era uma criança estranha, que tinha sido considerada, até pouco tempo antes, como portadora de deficiência mental. Muito embora tivesse apresentado desenvolvimento motor normal, a sua fala e seu comportamento se mostravam muito alterados. Sua mãe relatava que ele havia ficado totalmente mudo até os 3, 4 anos de idade, quando, de um dia para outro, havia começado a ler manchetes dos jornais. Embora pudesse falar a partir de então, somente o fazia quando queria e quase nunca com a finalidade de se comunicar com os outros. Era isolado e parecia bastar-se, ignorando as pessoas que viviam à sua volta. Por outro lado, era muito inquieto e agitado, estando continuamente em movimento.Uma das poucas atividades que o deixavam mais tranquilo era ficar parado em uma das esquinas mais movimentadas de São Paulo observando os ônibus que passavam. Após uma hora de observação, demonstrava estar satisfeito. Chegando em casa, desenhava todos os ônibus que havia observado, com as cores e as placas corretas. Reencontrei R. recentemente. É um adulto estranho; não gosta de fixar o olhar no interlocutor; fala de um modo bastante formal. Ao entrar no meu consultório, após todos esses anos, perguntou-me sobre o meu primeiro consultório e demonstrou lembrar-se de inúmeros detalhes de consultas ocorridas há cerca de 30 anos. Contou-me que, quando criança, haviam dito que ele era autista, imagine! Estava muito bem e ganhava o seu dinheiro fazendo ilustrações para cadernos pedagógicos de algumas escolas. Na ocasição, o caso me pareceu singular na medida em que aquela criança, tida como deficiente mental, era seguramente diferente em vários aspectos de outras crianças com deficiência mental. A equipe que atendia R. achou que a melhor hipótese diagnóstica era a de Autismo, condição muito pouco conhecida e de diagnóstico muito difícil àquela época. O quadro, assim diagnosticado, passou a ser da alçada de psiquiatras e psicólogos. Para mim, então, tratava-se de uma patologia que não envolvia problemas relacionados a funções do sistema nervoso.Os tempos mudaram, e hoje sabemos que o Autismo é uma condição de bases biológicas e bem mais freqüente do que se acreditava. Há, na verdade, quem cite números muito maiores, o que decorre não somente de um maior conhecimento a respeito do assunto e, portanto, de uma identificação mais freqüente, mas também de um conceito que tem se expandido nos últimos anos, permitindo que quadros que anteriormente não receberiam este diagnóstico possam ser assim rotulados."[1]
Tratamentos do Autismo
Até o momento, os pesquisadores ainda não identificaram claramente os fatores causais do autismo. No entanto, terapeutas e pais de pessoas com autismo têm experimentado diversas formas de ajudar as pessoas com esta condição. Muitas abordagens de tratamento têm sido desenvolvidas – cada uma com diferentes filosofias e metodologias. Hoje o que sabemos é que o autismo é tratável. Curas e grandes melhoras já são relatadas por todos.
Devido ao fato de o autismo não ser uma condição exclusivamente mental, e sim um problema orgânico que afeta vários sistemas, o tratamento deve ser muito criterioso além de abrangente.
Destacando o tratamento biológico e a abordagem Son-Rise: a metodologia TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped Children) objetiva aumentar o funcionamento independente.
A terapia ABA que consiste na análise do comportamento do indivíduo, também tem apresentado muitas respostas positivas.
O tratamento biológico é baseado na normalização das funções bioquímicas do organismo, além do aumento da imunidade e eliminação de possíveis metais pesados presentes no organismo (destacando-se o alumínio, o chumbo e o mercúrio).
Son-Rise é uma forma de abordagem cognitiva, que leva a criança a um estado de intensa conexão com o terapeuta, o que possibilita o desenvolvimento de habilidades sociais.
Podemos destacar também as dietas sem glúten e caseína, suplementação de vitamina B6 e uso de câmara hiperbárica.
Outras possibilidades de tratamento estão sendo estudadas por pesquisadores na área bioquímica e nutricional.
Estudos
Alguns estudos tem sido conduzidos a fim de tentar estabelecer algumas predisposições para o autismo. Nesse sentido pesquisadores já haviam percebido que as crianças que foram expostas a concentrações elevadas de testosterona fetal exibiam algumas características de adultos com distúrbios autísticos, tais como evitar olhares diretos, desenvolver menos áreas de interesse e dificuldades de estabelecer relacionamentos. Verifica-se também uma predisposição para o sexo masculino com uma prevalência relativa (masculino:feminino) de 3,7:1 a 4:1.[2][3] Essas constatações levaram o psicólogo Simon Baron-Cohen a investigar essas correlações a partir de amostras do fluido amniótico colhidas durante a fase pré-natal com o desenvolvimento das crianças, obtendo algumas evidências para a predisposição do autismo.[4] Outros estudos recentes tentam correlacionar o autismo com a predisposição genética. Estudos mostram que crianças autistas submetidas a 40 horas em camara hiperbárica com saturação de oxigênio de 20% tiveram melhora significativa em seu desempenho social e fala. Crianças que tomaram doses elevadas (250 mg) de carnosina têm maior desenvolvimento da fala. Estudos apontam que a vitamina B6 tem se mostrado mais eficiente que todos os medicamentos para se melhorar sintomas de falta de sono, comportamentos atípicos e convulsões. Em 2009, James Watson, um biólogo que participou da descoberta da estrutura do DNA, lançou uma nova teoria para explicar a suposta genética da inteligência. Nessa teoria, que também é estudada por grupo de pesquisadores da Universidade do Colorado, os genes que predisporiam algumas pessoas a habilidades intelectuais elevadas seriam os mesmos que disparam coisas como autismo e esquizofrenia. Apesar de polêmica, a teoria de correlacionar dados sobre algumas formas de autismo e esquizofrenia a uma herança genética também associada a algumas formas de inteligência vêm apresentado resultados positivos dentro da ciência genética da biologia associando também questões ligadas à teoria da evolução de Darvin.[5]
o livro de GRANDIN, Temple. Uma menina estranha: autobiografia de uma autista. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Primeiro livro sobre o autismo através da percepção de um autista.
O desenvolvimento de cada um através de sua trajetória e sua relação com o mundo e consigo mesmo faz com que cada indivíduo seja único. Cada ser é um complexo diversificado onde aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais estão sintonia, formando um ser com suas próprias individualidades. Entender o processo psíquico dentro desta visão propicia um maior entendimento do outro, trazendo uma melhor relação interpessoal, seja pessoal ou profissional.
Portanto, podemos dizer que a psicopatologia pode ser definida como um estudo descritivo dos fenômenos psíquicos de cunho anormal, exatamente como se apresentam à experiência imediata, de forma independente dos problemas clínicos. Estudando os gestos, o comportamento e as expressões dos enfermos além dos relatos e auto-descrições feita pelos enfermos.
O termo Psicopatologia é de origem grega; psykhé significando alma e, patologia, implicando em morbidade. Portanto, podemos considerar que a Psicopatologia é um termo que se refere tanto ao estudo dos estados mentais patológicos, quanto à manifestação de comportamentos e experiências que podem indicar um estado mental ou psicológico anormal.
Segundo Baumgart (2006 apud Fernandes) o termo foi empregado pela primeira vez Ermming Naus, predecessor de de Kraeplim, adquiindo seu atual significado pela obra de Karl Jasper publicada em 1913, para Jaspers, a psicopatologia tem por objetivo estudar descritivamente os fenômenos psíquicos anormais, exatamente como se apresentam à experiência imediata, buscando aquilo que constitui a experiência vivida pelo enfermo.
A psicopatologia enquanto estudo das anormalidades da vida mental é às vezes referida como psicopatologia geral, psicologia anormal, psicologia da anormalidade e psicopatologia do patologico. É uma visão das patologias mentais fundamentadas na fenomenologia, em oposição a uma abordagem estritamente médica de tais patologias, buscando nao reduzir o sujeito a conceito patologicos, enquandrando-o em padrões baseados em pressupostos e perconceitos.
Ballone (2003) expõeque a psicopatologia se institui através da observação e sistematização de fenômenos do psiquismo humano e presta a sua indispensável colaboração aos médicos em geral, aos psiquiatras em particular, aos psicólogos, sociólogos e a todo o grupo das ciências humanas. Andersen revela que o diagnóstico não tem o mesmo valor que o diagnóstico médico normal. A razão para isso prende-se ao fato de que sua característica é predominantemente dinâmica, sofrendo modificações no decorrer do acompanhamento do paciente.
Essas modificações são necessárias porque as observações que levaram ao primeiro diagnóstico certamente estarão incompletas, já que são realmente simples observações e, sendo assim, dependem exclusivamente das manifestações dos pacientes que, nem sempre, apresentam todos os sinais e sintomas de uma só vez. Embora sem valor como elemento definidor da patologia, o diagnóstico continua sendo necessário, principalmente como referência para a sua própria dinâmica evolutiva no acompanhamento do caso.
Segundo Minkowski (Apud Ballone, 2005), o termo Psicopatologia corresponde mais a uma psicologia do patológico do que a uma patologia do psicológico. Em sua opinião, a psicologia do patológico se refere à descrição global da experiência vivida pelo enfermo e, global, nesse caso, implica em visão holística e integrada do todo psíquico com o todo vivido pela pessoa.
Paim (1993, p. 27) coloca que a psicopatologia como ciência autônoma colabora a inúmeras outras ciências como:
- à Psiquiatria, emprestando a sua colaboração no conhecimento dos fenômenos psíquicos anormais, conhecimento indispensável ao exame psíquico dos enfermos; - à Psicopatologia Forense, prestando esclarecimentos e orientações na descrição dos sintomas subjetivos apresentados pelos enfermos mentais isentos de responsabilidade penal;
- à Psicologia do normal, indicando as diferenças essenciais entre os fenômenos psíquicos normais e patológicos;
- à Psiquiatria cranscultural, mostrando as semelhanças e as diferenças nas manifestações da doença mental em culturas distintas e, sobretudo, indicando as manifestações patológicas de coletividades anormais;
- à Antropologia cultural, indicando o que há de patológico nas crenças, regras de conduta e comportamento de determinado grupo social;
- à Sociologia, oferecendo uma explicação científica para os desvios anormais de padrões de comportamento coletivo.
Ainda acrescenta o autor que o campo da Psicopatologia vai se ampliando em função de suas relações com outros ramos do conhecimento humano, enquanto o âmbito da Psiquiatria vai se estreitando cada vez mais, sendo atualmente compreendida como um ramo da medicina que tem como objetivo o estudo, o tratamento dos enfermos da mente e a assistência e profilaxia das doenças mentais.
As manifestações psicopatológicas podem ser classificadas de diversas maneiras, por etiologia a exemplo das orgânicas e psicológicas por tipo de alteração a exemplo da neurose e psicose (as alucinações e delírios são importantíssimos sintomas de muitas doenças mentais, mas principalmente das psicoses, como a esquizofrenia) que considera a relação com a consciência perda de contato com a realidade na concepção psicanalítica
- Neurose: ou reações neuróticas, descritas pela primeira vez por Sigmund Freud, centraram-se na ansiedade. Em alguns casos, a ansiedade é obvia; em outros, as pessoa usam manobras defensivas para controlar a tensão, e ela não é facilmente evidente. A esquiva é outra característica-chave de neuroses. As pessoas neuróticas tendem a se afastar de situações que estejam ligadas a ansiedade. Essa esquiva limita-se a liberdade da pessoa, enquanto o sofrimento emocional absorve sua atenção. Com o sofrimento talvez também haja considerável consciência
- Psicose: são pessoas cujo pensamento e comportamento são tão perturbados que não conseguem atender as demandas da vida diária. As pessoas psicóticas geralmente são isoladas do mundo e não podem distinguir o que é real e o que não é. O temperamento de alguns psicóticos é geralmente deteriorado. Por exemplo, alguns são desconfiados ou exaltados que não podem ter vida normal. Em alguns casos, as percepções, memória, raciocínio e/ou habilidades de comunicação são profundamente desordenadas. Dentro das psicoses esquizofrênicas podemos destacar ainda:
a) esquizofrenia simples: As perturbações mais acentuadas neste tipo de esquizofrenia afetam, principalmente, a emoção, o interesse e a afetividade. O indivíduo apresenta uma séria e gradual alteração em sua personalidade, com notável perda do interesse pelas coisas anteriormente merecedoras de mais atenção como, por exemplo, seu emprego, seus hobbies, seus hábitos favoritos, suas amizades, etc. Esta significativa mudança na maneira de ser da pessoa, quando não for devida ao uso e abuso de fortes drogas, deve ser um sinal de alarme aos familiares mais próximos.
Às vezes, devido algum erro cultural, os pais dos pacientes com Esquizofrenia Simples acreditam que esses sintomas iniciais de mudança de hábitos possa significar uma simples originalidade de adolescente ou alguma excentricidade própria da idade. É bom ter em mente que o comportamento sugestivo de um certo desleixo e negligência, uma indisposição passageira ou um momento de apatia pode representar, na realidade, sinais prodrômicos desta psicose.
Nas mulheres casadas podemos perceber apatia nas atividades domésticas e na atenção aos filhos e ao marido, porém, este desinteresse não é seguido por um juízo crítico adequado, como acontece na apatia das crises depressivas. O que se nota na Esquizofrenia Simples é mesmo um marcante embotamento afetivo. Dá-nos a impressão de uma mudança, algo súbito nas vocações e paixões dos pacientes, falta-lhes o entusiasmo necessário e o afeto desejável.
Diante dos acontecimentos do cotidiano e das pessoas de seus relacionamentos os esquizofrênicos com este tipo da doença podem demonstrar grande indiferença, insensibilidade e ausência de motivação. A esquizofrenia simples se caracteriza pelo desenvolvimento insidioso de condutas extravagantes, falta de habilidade para atender as solicitações sociais e declínio do rendimento global. As idéias delirantes e alucinações não são tão evidentes quanto em outros tipos de esquizofrenia, mas, o crescente empobrecimento social pode conduzir à vadiagem e o paciente torna-se absorto em si mesmo, inativo e sem objetivos.
b) esquizofrenia catatônico: a orientação no tempo, no espaço e em suas relações com as pessoas do ambiente está muito prejudicada, havendo inclusive, severa alteração da memória, da atenção e completa falta de interesse pelas ocorrências do mundo exterior. Foi nos catatônicos que Kraepelin observou a chamada desorientação apática, descrevendo-a como um estado especial em que o paciente está impossibilitado de perceber a significação do que vê e ouve, permanecendo durante semanas inteiras sem manifestar nenhuma preocupação sobre o lugar onde se encontra e quais são as pessoas que o cercam, ou há quanto tempo se acha internado no hospital.
c) esquizofrenia heberfrênica: costumam demonstrar certa desorientação em relação ao pessoal à sua volta e ao meio hospitalar, porém, podem estar mais bem orientados no tempo e no espaço.
d) esquizofrenia paranóide: costumam ter boa orientação no tempo e no espaço, mas estão desorientados em relação à própria situação. Em alguns casos, observa-se a chamada dupla orientação, comentada acima, percebendo uma orientação de caráter delirante ao lado da orientação correta. De qualquer forma, todos os tipos de esquizofrenia são acompanhados de prejuízo na consciência da própria situação de morbidade.
e) esquizofrenia esquizo-afectiva: quando ao sintoma esquizofrênicose associam a manifestações depressivas ou maníacas ou características das psicoses maniáco-depressivas. É menos gravee têm tendência a evoluir para surtos relativos curtos, o que possibilita à pessoa a manter-se ajustada a realidade fora dos surtos.
f) episódio esquizofrênico: quando há intensas manifestações de despersonalização e angústia;
g) esquizofrenia latente: Bleuler (Apud Bedani ) descreve a esquizofrenia latente, como um distúrbio mental que conteria, em germe, todos os sintomas e combinações de sintomas que estão presentes nos tipos manifestos de esquizofrenia. Os indivíduos desse grupo, apresentavam um comportamento social convencional e nunca manifestam-se seja um episódio psicótico bem definido, seja um rompimento substancial com a realidade. Porém, em camadas subjacentes de sua personalidade, seriam portadores de elementos de esquizofrenia.
h) esquizofrenia residual: predominam o isolamento social, comportamento egocêntricos, pensamento ilógico e ou afrouxamento das associações, embora possa haver idéias delirantes e alucinações.
JASPER, Jarl. Psicopatologia Geral: psicologia compreensiva, explicativa e fenomemológica. 8. Ed. São Paulo: Atheneu. 2003.
PAIM, Isaías. Curso de psicopatologia. 11. ed. rev. e amp. Sao Paulo: EPU, 1993.
Rosana Cezar Boechat professora de Língua Portuguesa das rede pública estadual e municipal. É especialista nas áreas de Estudos da Linguagem: Pressupostos Linguísticos, Cognitivos, Tecnológicos e Sócio-Culturais, Psicopedagogia e Psicomotricidade.