Uma perspectiva histórico cultural da educação


I OBRA
  1. RESENHISTA: PAULA MONIQUE PEREIRA
  2. AUTOR (A): TERESA CRISTINA REGO
  3. TÍTULO: VYGOTSKY, UMA PERSPECTIVA HISTÓRICO – CULTURAL DA EDUCAÇÃO.
  4. EDITORA: VOZES
  5. LOCAL DE PUBLICAÇÃO: PETRÓPOLIS
  6. ANO: 1999
  7. NUMERO DE PÁGINAS: 138
  8. FORMATO DO LIVRO: É UM LIVRO NÃO MUITO GANDE COM QUATRO CAPÍTULOS, HAVENDO MUITO MAIS SUBTÍTULOS NO SEGUNDO CAPÍTULO DO QUE NOS DEMAIS QUE MANTÊM A MÉDIA DE CINCO SUBTÍTULOS POR CAPÍTULO. CONTENDO ORELHAS NAS CAPAS ONDE EM UMA SE FALA SOBRE VYGOTSKY E NA OUTRA SE FALA SOBRE A AUTORA TERESA CRISTINA REGO.

II CREDENCIAIS DA AUTORA

Teresa Cristina R.. Rego é natural de São Paulo (SP). Formou – se em Pedagogia com habilitação em Supervisão Escolar e Magistério na Pontifícia Universidade Católica PUC – SP. Realizou seu Mestrado em Filosofia e História da Educação da Universidade de Educação de são Paulo, com a dissertação: Origem da constituição da singularidade do ser humano. Análise das hipóteses de educadores à luz da perspectiva de Lev Semenovich Vygotsky. Atuou como professora e coordenadora pedagógica em diversas instituições públicas e privadas.
Trabalhou como docente e coordenadora de programas na Função para o Desenvolvimento da Educação na Fundação Samuel e na Prefeitura de São Paulo. Nos últimos anos, além de se dedicar à formação de professores da pré-escola e do 1º grau das redes municipal e estadual, da acessória pedagógica a diferentes projetos ligados à educação.


III Exposição do conteúdo da obra

Neste primeiro capítulo a autora fala um pouco sobre a breve vida de Vygotsky, que até aos 15 anos estudou em casa com tutores particulares, mas teve grande dificuldade para ingressar na Universidade, pois naquela época na Rússia os judeus sofriam as mais diversas formas de discriminação, e apenas 3% das vagas podiam ser ocupadas por estudantes judeus.
Seu percurso acadêmico foi marcado pela interdisciplinaridade, pois enquanto estudava na Universidade de Moscou Direito e Literatura (onde começou sua pesquisa literária mais sistemática), também participava na Universidade Popular de Shanyavskü cursos de História e Filosofia (no qual não recebeu nenhum título acadêmico).
Segundo a autora, Vygotsky se dedicou muito ao estudo das crianças portadoras de deficiências, sendo que no ano de 1924 escreveu o trabalho “ Problema da Educação da Crianças Cegas, Surdo – Mudas e Retardadas”. Estudou também o desenvolvimento infantil o comportamento humano em geral.
Ressalta Alexander Romanovich Luria (1902 – 1977) e Alexei Nikolaievich Leontiev (1904 – 1979), como os principais colaboradores de VygotsKy e que o acompanharam até a sua morte uma década mais tarde. “Nosso propósito superambicioso como tudo na época era criar um novo modo, mais abrangente de estudar os processos psicológicos humanos. (Luria, 1988, p.22)”.
Segundo a autora Vygotsky acreditava que o contexto social influencia no comportamento humano. Com base nisso Vygotsky fez várias pesquisas escrevendo várias obras como “O Instrumento e o Símbolo no Desenvolvimento das Crianças” (1930).
A partir de 1932 no governo de Stalin as obras de Vygotsky sofreram severas criticas, tendo sua publicação proibida após sua morte no período de 1936 à 1956. A partir de 1956 suas obras voltaram a ser publicadas, mas no Brasil só começamos a conhecer sua obra a partir de 1984 data da publicação do livro “ A Formação Social da Mente”, mas o ocidente ainda não conhece uma grande parte de sua obra, apesar disso Vygotsky é considerado hoje um dos grandes psicólogos do nosso século.
Neste segundo capítulo a autora explica que Vygotsky em seus escritos tentava compreender o processo de interação entre o indivíduo e o meio físico e social em que vive. Dedicou-se ao estudo das funções psicológicas superiores e para comprovar suas idéias fez estudos com crianças para compreender o desenvolvimento humano.
Para Vygotsky o que diferencia o homem do animal é a capacidade do homem de aprendizado e poder repassa – la para as próximas gerações através da linguagem, modificando assim o meio em que vive. Já os animais aprendem apenas o que já está associado as suas capacidades inatas, não sendo capaz de transmitir seu conhecimento. Sendo assim, para Vygotsky, o cérebro humano é visto como um sistema aberto que está sendo moldado ao longo da história humana.
Segundo a autora, Vygotsky ressaltava que foi quando o homem criou os instrumentos é que se deu início a sociedade havendo assim o desenvolvimento da linguagem que foi um passo muito grande para a humanidade, pois ela é o instrumento de mediação entre o indivíduo e a sociedade. Aponta que não é apenas através da fala que o indivíduo se comunica com a sociedade, mas também através da linguagem escrita que é um processo muito mais complexo, chamando assim a atenção dos professores que apenas ensinam as crianças a desenhar letras e construir palavras. Sendo assim o contexto em que a criança está inserida é de vital importância para seu desenvolvimento.
Neste capítulo a autora demonstra que Vygotsky se refere a dois tipos de conceito: o conceito cotidiano que é as coisas que ela aprende fora da escola, e o conceito científico que são adquiridos nas interações escolarizadas. Para aprender um conceito além de informações recebidas do exterior é necessário de uma intensa atividade mental, por parte da criança como capacidade de comparar. Vygotsky ressalta também os níveis de desenvolvimento que são: o real e o potencial, o real significa aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha e o desenvolvimento potencial é aquilo que a criança só é capaz de fazer com a ajuda de outro indivíduo.
Nesta última parte deste capítulo a autora fala sobre o brincar, dedicando – se mais a brincadeiras de faz de conta, que não são realizadas por crianças menores, pois elas ainda não têm a imaginação desenvolvida, mas estimula a imaginação de crianças maiores. A criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo mais amplo dos adultos e não apenas ao universo dos objetos que ela conhece.
Neste terceiro capítulo a autora comenta que Vygotsky, fazia várias críticas as concepções inatista e ambientalista do desenvolvimento humano, pois a inatista diz que quando uma criança nasce ela já está pronta só esperando o amadurecimento se manifestar, e a ambientalista vê o indivíduo como uma folha em branco que só reage frente a pressões do meio, já Vygotsky vê o indivíduo como um ser ativo capaz de modificar a si próprio e o meio em que vive.
Segundo a autora Vygotsky faz algumas abordagens sobre a educação, envolvendo o papel da escola e a importância do conhecimento sistematizado. Demonstra como ocorre o aprendizado ressaltando que a criança primeiro aprende para depois se desenvolver. Ela constrói seu desenvolvimento sendo um sujeito ativo em sua construção, Apresenta a importância da imitação nas brincadeiras para o desenvolvimento de valores e como o professor deve agir perante tudo isso.
Neste quarto e último capítulo a autora nos fala sobre os estudos que Vygotsky fez sobre a afetividade, pois para ele o afeto e a razão deveriam andar juntos, estudando assim o homem como um todo.
A autora comentou também sobre os estudos da teoria de Vygotsky e de outros teóricos, e o uso delas na prática pedagógica. Aponta que não se deve apegar a só uma teoria, pois há várias outras dimensões que devem ser trabalhadas na escola, como política, ética, histórica, sendo que o próprio Vygotsky nos deu um exemplo sendo um pesquisador inquieto e interdisciplinar.
A autora Teresa Cristina Rego finaliza este livro com um texto original de Vygotsky que fala sobre o nível de desenvolvimento efetivo e a área de desenvolvimento potencial explica que uma boa aprendizagem não trabalha a área onde a criança já efetuou seu desenvolvimento e sim está sempre a frente ao desenvolvimento.