sábado, 3 de agosto de 2013

Srimad-Bhagavatam Canto 5, Cap. 14 verso 37




*Todas as glórias a Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada!

*Srimad-Bhagavatam [Canto 5, Cap. 14 verso 37]

A floresta do desfrute

Tradução

  Mesmo que sejam inimigas, as pessoas eventualmente casam-se só para satisfazer os seus desejos repetidas vezes. Infelizmente, esses casamentos não duram muito, e referidas pessoas voltam a separar-se através do divórcio ou de outra maneira.

Significado

  Como se afirmou antes, toda alma condicionada tem a propensão a enganar, mesmo no casamento. Em toda parte deste mundo material, almas condicionadas invejam umas as outras. Temporariamente, as pessoas podem permanecer amigas, mas, passado algum tempo, elas voltam a tornar-se inimigas e brigam por causa do dinheiro. Às vezes, casam-se mas logo separam-se através do divórcio ou recorrendo a algum outro expediente. Em suma, a união nunca é permanente. Devido a propensão a enganar, ambos os cônjuges permanecem sempre invejosos. Mesmo na consciência de Krsna, ocorrem separações e inimizades devido à proeminência das propensões materiais.
 

 ISKCON_Nova Gokula

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O Vaticano II: Uma história jamais escrita

O Vaticano II: Uma história jamais escrita

IPCO
7, março, 2011


Transcrevemos abaixo interessante entrevista publicada pela Revista Catolicismo, sobre um tema que ajuda a explicar a crise moral da sociedade. Como pode interessar a muitos de nossos leitores, reproduzimos abaixo, com as devidas autorizações
“O Vaticano II: Uma história jamais escrita”

A respeito do livro com o título em epígrafe, o autor, Prof. Roberto de Mattei, vice-presidente do Centro Nacional de Pesquisas da Itália e catedrático da Universidade Européia de Roma, concedeu substanciosa entrevista exclusiva a Catolicismo. Na obra, ele descreve com cores vivas e minúcias densas de significado o confronto entre a ala progressista e a ala conservadora — com a vitória da primeira — bem como as profundas e graves conseqüências do Concílio Vaticano II para a vida da Igreja e da sociedade, que se projetam até os dias de hoje.

"Foram de muita utilidade as cartas de D. Helder e os relatórios do Dr. Murillo, que descrevem os contatos do Prof. Plinio e sua equipe no Concílio"
Catolicismo — Obrigado professor por conceder esta entrevista. Sabemos que o Sr. está muito ocupado devido à polêmica que surgiu com a publicação de seu último livro O Vaticano II: Uma história jamais escrita.
Prof. de Mattei — De fato, esse livro tem suscitado amplo debate, no qual intervieram apologetas de renome aqui na Itália, provavelmente pouco conhecidos no Brasil, como Francesco Agnoli, Mario Palmaro, Alessandro Gnocchi, Corrado Gnerre, os quais se têm expresso em favor das teses que sustento. Enquanto Alberto Melloni, o atual líder da progressista e muito conhecida Escola de Bolonha, assim como outros intelectuais moderados como Andrea Tornielli, o vaticanista do quotidiano “Il Giornale”, assumiram uma posição contrária. Aliás, antes mesmo da tradução de meu livro para outras línguas, ele já está alcançando repercussão em muitos outros países, devido à reprodução em sites e blogs católicos de artigos que se ocupam dele, como um recente post do conhecido vaticanista Sandro Magister.
Catolicismo — E o público brasileiro vai poder beneficiar-se de sua leitura?
Prof. de Mattei — Creio que sim. Mas vai depender das negociações de minha editora, a Lindau, de Torino, com casas editoras de língua portuguesa. Uma das vantagens para o editor em português consistirá em que parte da documentação já está no idioma português.
Catolicismo — Justamente, o Sr. Andrea Tornielli, em sua recensão, admirou-se pelo fato de que há toda uma história “brasileira” do Vaticano II.
Prof. de Mattei — A bibliografia sobre o Concílio Vaticano II é super-abundante. Mas uma das principais fontes, para entender tudo o que sucedeu a latere da assembléia conciliar, influindo sobre ela, são os testemunhos dos participantes e dos espectadores, em particular os diários, as correspondências, as memórias. Nesse sentido, foram para mim de muita utilidade as cartas de D. Helder Câmara, recentemente publicadas, assim como os relatórios do Dr. Murillo Maranhão Galliez, que descrevem os contatos que mantiveram o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira e sua equipe de 14 colaboradores, na primeira fase do Concílio.
Tais contatos contribuíram possantemente para a constituição do Piccolo Comitato de Padres conciliares de orientação antiprogressista, que depois ampliou-se no Coetus Internationalis Patrum e teve grande importância nos debates. E, inegavelmente, as almas do Coetus foram D. Geraldo de Proença Sigaud e D. Antonio de Castro Mayer, enquanto D. Marcel Lefebvre assumiu apenas o papel de figura de proa.
“D. Helder exercia a função de “eminência parda” do que ele chamava o “sagrado complô”. Além disso, organizava reuniões com teólogos progressistas”
Catolicismo — Pode-se falar, então, de um embate entre D. Helder, de um lado, e de D. Sigaud e D. Mayer do outro?
Prof. de Mattei — Todos os historiadores concordam em que D. Helder — o qual, por sinal, nunca tomou a palavra na aula conciliar — foi um dos principais orquestadores da ala progressista. Porque foi ele que, graças a sua posição de vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano, conseguiu arrastar os bispos latino-americanos, em geral bastante conservadores, para uma aliança com as conferências episcopais progressistas da Europa central (França, Alemanha, Bélgica e Holanda).
D. Helder era muito chegado ao Cardeal Suenens, ao qual se referia em suas cartas com o nome-código de “padre Miguel”, e que ele considerava “o chefe mundial do progressismo”. Os dois encontravam-se todos os dias e dividiam o trabalho entre si: Suenens na aula conciliar (ele era um dos quatro Moderadores, além de membro da Comissão de coordenação) e D. Helder atuava nos corredores, onde exercia a função de “eminência parda” do que ele chamava o “sagrado complô”. Além disso, organizava conferências e reuniões na Domus Mariae, a casa religiosa onde residiam os bispos brasileiros, convidando teólogos progressistas como Hans Küng. O sacerdote belga altermundialista François Houtard (que, aliás, confessou recentemente ter abusado sexualmente de um sobrinho…) diz numa carta ao Pe. Oscar Beozzo (cujo livro sobre a Igreja do Brasil no Concílio traz informações preciosas) que a Domus Mariae acabou funcionando “como lugar de reunião e quartel geral” do Ecumênico, a articulação progressista de conferências episcopais dos cinco continentes para influenciar a marcha do Concílio.

Todos os historiadores concordam em que D. Helder foi um dos principais orquestadores da ala progressista durante o Concílio
Catolicismo — Então, o embate em que se empenharam bispos brasileiros, acabou envolvendo o conjunto dos Padres conciliares?
Prof. de Mattei — O Concílio não durou três meses, como havia calculado ingenuamente João XXIII, nem se desenvolveu na atmosfera de feliz consenso que ele imaginara, mas foi ocasião de entrechoques dramáticos. Se nos limitássemos a fazer uma história “oficial” dele, baseada no resultado das votações, dever-se-ia negar a existência de uma luta interna entre posições opostas, visto que os documentos conciliares foram aprovados por maiorias esmagadoras. Mas, na realidade, nenhum Concílio registrou mais tensões e conflitos entre grupos opostos do que o Vaticano II.
Sem negar essa evidência, os historiadores apresentam o Vaticano II como o choque entre uma “maioria” progressista e uma “minoria” conservadora, derrotada. Na realidade, o confronto foi entre duas minorias que, já em 1963, Mons. Gérard Philips — (professor de dogmática na Faculdade de Teologia da Universidade de Lovaina e secretário adjunto da Comissão teológica do Concílio — descrevia como duas “tendências” opostas da filosofia e teologia do século XX. Na opinião de Philips, uma estava mais preocupada em permanecer fiel aos enunciados tradicionais, e a outra mais atenta à difusão da mensagem evangélica junto ao homem contemporâneo. Para essa segunda tendência (cujos máximos expoentes — Chenu, Congar, de Lubac, etc. — tinham sido repetidamente censurados e condenados por Pio XII), o Concílio representava uma oportunidade extraordinária, porque a natureza dos debates permitia que ambas as posições se apresentassem num plano de paridade ideológica, cujo resultado ficava confiado às regras do jogo parlamentar.
Catolicismo — Mas, se o resultado das votações foi esmagadoramente favorável a essa tendência progressista, por que o Sr. afirma que o embate se deu entre duas minorias?
Prof. de Mattei — No Concílio, criaram-se grupos, definidos pela mídia como uma direita, uma esquerda e um centro. O uso dessa terminologia, ainda que imprópria, não deve surpreender e pode ser aceito por comodidade. Um dos maiores historiadores dos Concílios, o teólogo alemão Karl Joseph von Hefele, relata que, no ano 325, no Concílio de Nicéia, os bispos de doutrina ortodoxa formavam, com Santo Atanásio e seus seguidores, a direita. Ario e seus partidários, que negavam a divindade de Cristo, representavam a esquerda; enquanto o centro-esquerda era ocupado por Eusébio de Nicomédia e o centro-direita por Eusébio de Cesaréia. A posição verdadeira e autenticamente católica não era o tal centro dos dois Eusébios, que formavam uma “terceira posição” entre a ortodoxia e a heresia; mas era a encarnada pela direita de Santo Atanásio, acusado por seus adversários de extremismo e fanatismo. Foi, então, Santo Atanásio — autor do Símbolo da Fé que ainda hoje professamos — quem traçou a História da Igreja nos séculos futuros.
Catolicismo — E o Sr. afirma que sucedeu algo similar no Vaticano II?
Prof. de Mattei — No interior da aula conciliar, entre as duas minorias, a conservadora e a progressista, oscilava, como acontece sempre, a massa daqueles que resistiam em tomar partido. Qual era a posição desse centro majoritário? Não é possível saber pelos discursos na aula conciliar, nem pelas apresentações nas comissões, porque apenas uma minoria usou da palavra. Mas pode-se conhecer pelas sugestões e propostas de tema de discussão que, na preparação do Concílio, o episcopado mundial, os superiores religiosos e as universidades católicas enviaram ao Vaticano, em resposta a uma consulta proposta por João XXIII.
A maioria das respostas não pede uma mudança radical, mas sim novas definições doutrinárias — a definição do dogma de Mediação Universal de Maria ou da Realeza de Cristo, por exemplo — e a condenação dos erros doutrinários que grassavam entre os fiéis (notadamente do comunismo).
Pode-se fazer uma analogia entre os vota (nome latino dessas sugestões) dos Padres conciliares e os famosos cahiers de doléances redigidos na França, com vistas aos Estados Gerais de 1789. Antes da Revolução Francesa, nenhum cahier de doléances propunha subverter as bases do Antigo Regime, mas apenas uma moderada reforma das instituições, a supressão de alguns impostos, etc. Mas, de modo inesperado, os Estados Gerais desfecharam na queda da monarquia.
Analogamente, o Concílio não atendeu aos pedidos que emergiam dos vota, mas secundou as reivindicações da minoria progressista que, desde o começo, conseguiu colocar-se à testa da assembléia e orientar suas decisões.
“Os historiadores apresentam o CV II como o choque entre “maioria” progressista e “minoria” conservadora. Mas foi o confronto foi entre duas minorias”

Alguns momentos do Concílio apresentaram analogias com lances ocorridos nos Estados Gerais, e suas consequências durante a Revolução Francesa
Catolicismo — E como conseguiram essa liderança?
Prof. de Mattei — Também aqui repete-se o que aconteceu na Revolução Francesa: os dias decisivos foram os primeiros, nos quais a legalidade foi quebrada. Em Versalhes, isso aconteceu no dia 17 de junho de 1789, quando os Estados Gerais transformaram-se em Assembléia Constituinte. Em Roma, o dia decisivo foi o 13 de outubro de 1962, apenas dois dias após a inauguração, quando, a pedido do Cardeal Liénart, a eleição dos membros das comissões conciliares foi suspensa, para que as conferências episcopais apresentassem os candidatos. A partir desse momento, elas entraram como grupos organizados na dinâmica conciliar.
Mas, detrás das conferências episcopais havia outros grupos organizados de bispos e teólogos, como o tal Ecumênico já mencionado, que formaram um partido abertamente anti-romano, porque via na Cúria pontifícia e na teologia ensinada nas universidades romanas os inimigos a serem abatidos.
A rede de relações desse setor progressista, que pré-existia ao Concílio, era forte, ramificada, e incluia, além das cúpulas das conferências episcopais, algumas ordens religiosas de “vanguarda” e grupos linguísticos. Incluía sobretudo laboratórios ideológicos, como os de Cuernavaca, no México, de Bolonha, na Itália, e de Lovaina, na Bélgica.
Catolicismo — Mas, do lado conservador, não havia algo parecido?
Prof. de Mattei — Nem um pouco! Os bispos e teólogos fiéis a Roma reagiram muito tardiamente e sem a habilidade estratégica de seus adversários. Segundo uma pesquisadora americana, Melissa Wilde, a minoria progressista prevaleceu graças a sua melhor estratégia e organização.
Catolicismo — Mas o que estava em jogo era atrair para seu lado a maioria centrista…
Prof. de Mattei — Segundo essa mesma pesquisadora, o clima que caracterizou as primeiras fases do debate conciliar foi uma “efervescência coletiva”. Trata-se de uma expressão cunhada pelo sociólogo Durkheim para caraterizar o estado das pessoas quando crêem ter sido transportadas para um mundo completamente diverso daquele que elas têm diante dos olhos. É um estado eufórico de “entusiasmo religioso” bem conhecido dos historiadores. As cartas de Dom Helder oferecem um exemplo típico desse clima de auto-exaltação que é atribuído, de modo simplista, à ação do “Espírito Santo”. Foi já na primeira sessão que o “espírito do Concílio” passou a ser uma das principais motivações dos Padres conciliares e a base de grande número de propostas.
Catolicismo — Houve algum episódio particular que tivesse sido marcado por esse ambiente de euforia revolucionária?
Prof. de Mattei — Sim. Por exemplo, na sessão de 30 de outubro de 1962, durante o debate sobre a Liturgia, tomou a palavra o Cardeal Ottaviani, que era detestado pelos progressistas por ser o prefeito do Santo Ofício e, como tal, o responsável pela condenação dos escritos de alguns corifeus da Nova Teologia. No calor de seu discurso, ele passou dos dez minutos regulamentares e o cardeal Alfrink, que presidia a sessão, tocou a campainha; Ottaviani, que era idoso e um pouco surdo, continuou a falar. Alfrink deu, então, ordem para cortar abruptamente o microfone. Parte da assembléia aplaudiu calorosamente a humilhação infligida a um dos principais colaboradores do Papa João XXIII! Dom Helder viu aflorar, nesse aplauso, o “espírito do Concílio”…

Capa da obra do Prof. de Mattei
Outro caso ocorreu durante a fase que os progressistas denominaram “a semana preta”, na terceira sessão, em 1964. O ambiente estava acalorado, porque Paulo VI havia imposto uma “Nota Explicativa Prévia” ao texto sobre a colegialidade, que limitava o alcance do mesmo, e tinha irritado profundamente os progressistas, que desejavam transformar a Igreja numa espécie de república parlamentar. Dois dias depois da leitura dessa “Nota Prévia”, foi anunciado que, a pedido dos conservadores e para respeitar o regulamento, o esquema sobre a liberdade religiosa, que tinha sofrido muitas modificações, não iria ser votado senão na sessão do ano seguinte. Desencadeou-se, então, uma reação furiosa. Na basílica de São Pedro muitos Padres conciliares abandonaram seus lugares para reunir-se e discutir em pequenos conciliábulos. O correspondente do diário parisiense “Le Monde”, Henri Fesquet, escreveu que se ouvia bispos exclamar: “Fomos traídos!” Um americano, referindo-se aos conservadores (ou talvez aos Moderadores!), deixou escapar um dos piores insultos da língua inglesa: “Bastardos!” Os jornais aludiram à “revolta” dos bispos americanos. Pouco depois, na mesma “congregação” (assim eram chamadas as sessões plenárias diárias, na basílica), tomou a palavra Dom De Smedt, um progressista notório, que era o relator do esquema sobre a liberdade religiosa. Quando afirmou que “a Igreja deve ser livre dos poderes políticos” — propunha, na realidade, uma renúncia ao ideal de Cristandade — ouviu-se um aplauso frenético. Dois Moderadores, na mesa da presidência, uniram-se aos aplausos! O ambiente no fim da sessão assemelhava-se à conclusão de um comício político.
Catolicismo — Num tal clima de exaltação era, de fato, mais fácil para a minoria progressista extremada obter da maioria mole tudo o que desejava.
Prof. de Mattei — Não, o jogo era mais subtil. As reivindicações da ala “jacobina” (para exprimir-me em termos da Revolução Francesa) foram rejeitadas pela oposição da minoria conservadora que, aos poucos, foi-se organizando. Os documentos não corresponderam às expectativas dos progressistas mais audazes e foi graças a compromissos obtidos in extremis que é possível ao Papa hoje dizer que os documentos devem ser lidos à luz da Tradição.
Mas a imagem que o mundo formava da Igreja mudou radicalmente. Quando, no dia 12 de outubro de 1963, D. Franić, bispo croata de Split, propôs que, no esquema De Ecclesia, ao novo título de Igreja “peregrina” fosse acrescentada a denominação tradicional de “militante”, sua proposta foi rejeitada. A imagem que a Igreja deveria oferecer de si mesma ao mundo não era aquela da luta, da condenação, da controvérsia, mas do diálogo, da paz, da colaboração ecumênica e fraterna com todos os homens. A minoria progressista conseguiu não tanto mudar a doutrina da Igreja, mas substituir a imagem sacral e hierárquica da Esposa de Cristo pela imagem de uma assembléia democrática, aberta às novidades e inserida na História.
“A minoria progressista conseguiu não tanto mudar a doutrina da Igreja, mas substituir sua imagem hierárquica pela imagem de uma assembléia democrática”
Catolicismo — Mas a Igreja, de fato, está inserida na História…
Prof. de Mattei — Não há dúvida. Mas de uma maneira inteiramente diferente daquela que os Padres conciliares progressistas a entendiam, num clima psicológico de otimismo, e mesmo de euforia, que vigorava no início dos anos 60.
Três ícones brilhavam então no firmamento internacional, encarnando esse clima de otimismo; Nikita Krushev, primeiro ministro da União Soviética; Ângelo Roncalli que, desde 1958, era o Papa João XXIII; e desde 1961 John F. Kennedy, primeiro presidente católico dos Estados Unidos.
Em abril desse mesmo ano, o astronauta soviético Gagarin realizou o primeiro vôo no espaço, sugerindo a abertura de nova época de triunfo da ciência. Embora já em agosto de 1961, tivesse sido iniciada a construção do Muro de Berlim…
A influência que o comunismo exercia sobre o mundo, mais do que política e militar, era cultural e psicológica. O marxismo dominava nos ambientes acadêmicos e na mídia, os quais veiculavam conceitos típicos dessa filosofia materialista e evolucionista, como “senso da História”, “curso dos tempos”, “libertação e repressão”. Tratava-se de uma visão dialética, que se exprimia nas novas “palavras-talismã” (a expressão, por sinal, é de Plinio Corrêa de Oliveira) lançadas pela propaganda comunista: diálogo,“coexistência pacífica”, “desenvolvimento” e “emancipação” dos povos. A ideologia subjacente era a do progresso, entendido como marcha irreversível e ascensional da humanidade para atingir uma “felicidade” social apresentada como a transposição do paraíso celeste para a Terra.

O cardeal húngaro Josef Mindszenty, preferiu ser excluído, desprezado, perseguido, do que renunciar à proclamação da verdade, ao combate às falsas doutrinas como era o caso da doutrina comunista
Catolicismo — E qual era a posição da Igreja nesse contexto?
Prof. de Mattei — No curso de sua história, a Igreja havia se dirigido ao mundo com a linguagem dos confessores destemidos, dos doutores inflexíveis, dos mártires intransigentes no testemunho da fé, das virgens imaculadas na sua fidelidade ao desponsório com Cristo. Esses homens e mulheres haviam preferido ser excluídos, desprezados, perseguidos, condenados à morte, do que renunciar à proclamação da verdade, ao combate às falsas doutrinas. Era a via indicada por confessores da fé como o Cardeal Stepinac, eliminado pelos comunistas croatas nas vésperas do Concílio, e o cardeal húngaro Josef Mindszenty, exilado desde 1956 na embaixada americana em Budapest.
Mas a cultura progressista que acabo de descrever exercia seu fascínio sobre alguns homens da Igreja, convictos de que era necessário mudar a atitude de confronto com o mundo: renunciar aos anátemas e à condenação dos erros para colher o que o mundo apresentava de positivo. Era a tese defendida por Frei Yves Congar, dominicano francês, depois nomeado cardeal, que exerceu grande influência no Concílio. Ele afirmava que não existiam “germes ativos nos quais não haja também micróbios”; ou seja, erros nos quais não haja verdades. E como matar os micróbios significaria matar também os germes vivos, seria necessário, segundo ele, deixar prosperar uns e outros. A condenação dos erros por parte da Igreja, desde as heresias medievais até o Modernismo, havia extinguido os aspectos positivos neles presentes e teria sido melhor deixá-los viver e difundir-se. Congar propunha, então, mudar a Igreja internamente, por meio de “uma reforma sem cisma”. “Não é preciso fazer uma outra Igreja”, explicava, “é necessário fazer uma Igreja diferente”. Tal plano de modificar a Igreja a partir de seu interior era o antigo sonho, irrealizado, dos modernistas.
Entre os que acolhiam as teses de Congar havia um grupo de Padres conciliares da Europa central, entre os quais se destacava o Primaz da Bélgica, o jovem cardeal Léo-Joseph Suenens. Seis meses antes do início do Concílio, João XXIII pediu-lhe para preparar uma nota sobre o rumo que o Concílio deveria seguir. Suenens reuniu então um grupo de cardeais, no próprio Colégio Belga de Roma, a fim de discutir um plano e uma estratégia para o próximo Concílio. Participaram da reunião, entre outros, três prelados que iriam desempenhar papel decisivo: o cardeal Döpfner, arcebispo de Munique, o cardeal Liénart, arcebispo de Lille, e o cardeal Montini, arcebispo de Milão e futuro Papa Paulo VI. No documento que foi redigido com base nessa reunião, o cardeal Suenens lançava a palavra de ordem do “Concílio pastoral”, que foi adotada como linha estratégica por João XXIII.
“Historiador não é hagiógrafo. É do ponto de vista histórico que eu exponho juízos sobre Pio XII, João XXIII, Paulo VI e isso não deveria escandalizar ninguém”
Catolicismo — O Sr. não fica constrangido de criticar uma linha assumida por dois Papas?
Prof. de Mattei — O historiador não é um hagiógrafo. O grande historiador dos Papas, Ludwig von Pastor, não poupou respeitosas críticas aos numerosos pontificados por ele examinados. É do ponto de vista histórico que eu exponho juízos sobre Pio XII, João XXIII, Paulo VI e isso não deveria escandalizar ninguém.
Catolicismo — Mas o Sr. foi acusado, em algumas recensões, de ter saído de seu campo de estudo, a História, e não distinguir os textos do Concílio de seu contexto histórico, fundindo textos e contexto num único evento. Tal como faz a escola progressista de Bolonha para favorecer a interpretação dos textos segundo a “hermenêutica da ruptura”.
Prof. de Mattei — Somente um leitor apressado e tendencioso pode lançar-me tal acusação, porque afirmo precisamente o contrário. Jamais neguei a distinção lógica entre texto e contexto. A impossibilidade de separá-los não significa impossibilidade de distingui-los. Nego a tese da escola de Bolonha, segundo a qual os textos são absorvidos no contexto, ou seja, no evento e no “espírito do Concílio”. Os textos têm autonomia, importância e dignidade próprias, e devem ser avaliados, enquanto textos, no plano teológico. Reivindico competência no plano histórico e é sob esse aspecto que estudo um contexto, que necessariamente inclui a elaboração dos textos. É no plano histórico e não teológico, no qual não tenho competência, que julgo o Concílio como uma Revolução na Igreja e, sob muitos aspectos, um evento desastroso.
Catolicismo — No que, então, sua análise difere daquela da escola progressista de Bolonha?
Prof. de Mattei — É que Giuseppe Alberigo e seus discípulos (que, por sinal, fizeram uma coleção monumental de documentos originais e tiveram a gentileza de facilitar-me plenamente o acesso) inverteram o método de interpretação do Magistério da Igreja, assumindo como ponto de referência não a Tradição, mas o próprio Concílio. A escola de Bolonha faz a leitura da Tradição à luz do Concílio, atribuindo, portanto, a este uma infalibilidade que nenhum de seus textos, per se, possui. Assim — segundo essa escola — é preciso procurar a infalibilidade do Concílio no próprio evento conciliar, no seu espírito, no carisma impalpável que anima os textos, não traduzidos em fórmulas definitórias, que estão ausentes.
“É no plano histórico e não teológico que julgo o Concílio Vaticano II como uma Revolução na Igreja e, sob muitos aspectos, um evento desastroso”
Catolicismo — Donde, então, a afirmação de Bento XVI de que o Concílio Vaticano II deve ser interpretado em continuidade com o Magistério tradicional?
Prof. de Mattei — Não há dúvida. Mas essa afirmação do Papa pressupõe, de fato, a existência, nos documentos conciliares, de passagens dúbias ou ambíguas, que necessitam uma interpretação. Diante dessa realidade, ou se sustenta, como faz Mons. Gherardini, que as doutrinas do Concílio incompatíveis com as definições dogmáticas anteriores não são nem infalíveis nem irreformáveis, e portanto não vinculantes, ou então atribui-se ao Concílio uma autoridade tal, que anula os 20 concílios anteriores, abrogando e substituindo todos eles.
Catolicismo — No atual debate em torno da hermenêutica do Vaticano II, qual é então o papel do historiador?
Prof. de Mattei — A pesquisa histórica é complementar da pesquisa teológica, e isso não deveria incomodar ninguém. Seria preciso, por acaso, renunciar a escrever a história do Concílio Vaticano II em nome da “hermenêutica da continuidade”? Ou permitir que ela seja escrita exclusivamente pela escola de Bolonha, que tem oferecido contribuições cientificamente valiosas, mas ideologicamente tendenciosas? E se elementos de descontinuidade emergissem no campo histórico, por que ter receio de trazê-los à luz do dia? Como negar a existência de uma descontinuidade, senão nos conteúdos, pelo menos na nova linguagem do Concílio Vaticano II? O inexplicável silêncio sobre o comunismo, por parte de um Concílio que pretendia ocupar-se das principais questões do mundo contemporâneo, por exemplo, é um fato clamoroso e catastrófico que, a um historiador, simplesmente não é lícito ignorar!
Catolicismo — Seu livro foi também criticado por estabelecer uma continuidade entre o Concílio e o pós-Concílio.
Prof. de Mattei — O Concílio não pode ser apresentado como um evento que nasce e morre no espaço de três anos, como se não tivesse tido raízes profundas e conseqüências igualmente profundas na vida da Igreja e da sociedade! Já no dia seguinte do seu término, o horizonte da Igreja nublou-se pela queda das certezas dogmáticas, pelo avanço do relativismo de uma nova moral permissiva, pela anarquia no campo disciplinar, pelo abandono do sacerdócio por parte de dezenas de milhares de padres e pelo afastamento da prática religiosa de milhões de fiéis. E o que dizer da retirada dos altares de crucifixos, estátuas de santos, etc. das igrejas? Mas, sobretudo, da queda vertiginosa das vocações sacerdotais e religiosas? Nos institutos religiosos masculinos, nos 40 anos, de 1965 a 2005, a queda chegou a um terço! Como negar a existência de uma profunda crise na Igreja pós-Conciliar, muitas vezes admitidas por Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI? Ora, todo grande acontecimento supõe uma causa proporcionada. É inimaginável ser o Vaticano II estranho à crise do pós-Concílio e que uma má “recepção” dos textos possa ser considerada uma causa proporcionada para explicar tudo o que aconteceu? Pode-se separar a Revolução pós-conciliar do Concílio?
Catolicismo — De acordo. Em tese é assim, mas como provar que foi isso que se deu na prática?
Prof. de Mattei — Para isso basta recordar um só episódio da “crise pós-conciliar”: quando, em 1968, Paulo VI promulgou a encíclica Humanae Vitae, um dos líderes da contestação foi o Cardeal Suenens. Quem era o Cardeal Suenens? Era o prelado a quem o próprio Paulo VI havia concedido um privilégio sem precedentes, apresentando-o à multidão, a seu lado, na janela do Palácio Apostólico, poucos dias depois de sua eleição. Era o jovem cardeal de Bruxelas que tinha aconselhado João XXIII a imprimir um caráter pastoral ao Concílio. Era o homem que, desde seu início, havia selado um pacto com D. Helder Câmara. Era o homem escolhido para guiar os quatro Moderadores do Concílio. Era o homem que, já durante o Concílio, tinha levantado o problema do controle da natalidade, pronunciando em plena basílica de São Pedro, em tom veemente, as palavras: “Não repitamos o processo de Galileo!” Ninguém mais do que ele desempenhara no Concílio o papel de protagonista.
O Cardeal Suenens, rebelde em relação a Paulo VI e à Igreja em 1968, era, por acaso, uma pessoa diferente daquele que, três anos antes, havia entoado o canto da vitória, após o encerramento do Concílio? Havia, por acaso, mudado de mentalidade, havia distorcido os documentos do Concílio, havia mal interpretado seu espírito? Suenens não precisava forçar ou distorcer os documentos conciliares, porque Suenens — como Frings, Alfrink, Bea e tantos outros — era o Concílio!
A pretensão de separar o Concílio do pós-Concílio é tão insustentável quanto pretender separar os textos conciliares do contexto pastoral no qual foram escritos. Nenhum historiador sério — e acrescento, nenhuma pessoa de bom senso — poderia aceitar esta separação artificial, que nasce de um preconceito e não da avaliação serena e objetiva dos fatos.
Ainda hoje vivemos as conseqüências da “Revolução conciliar”. Por que esconder isso? A Igreja “não deve temer a verdade”, como afirmou Leão XIII ao abrir o Arquivo Secreto do Vaticano aos pesquisadores.

Plinio Corrêa de Oliveira diante da Basílica de São Pedro, por ocasião do Concílio
“Tive que consultar muitas fontes e, entre elas, o Catolicismo, que é uma das melhores para estudar as correntes católicas conservadoras latino-americanas”
Catolicismo — Muito obrigado pelo tempo que nos concedeu e por sua sinceridade, professor. Desejaria dizer algo mais aos leitores de nossa revista?
Prof. de Mattei — Para escrever o livro, tive que consultar todas as fontes disponíveis, e entre elas, o Catolicismo, que é uma das melhores fontes para estudar as correntes católicas conservadoras latino-americanas. Sua leitura tornou-se-me fácil e agradável, porque o italiano é próximo do português e, ainda jovem, aprendi seu belo idioma para poder ler no original as obras de Plinio Corrêa de Oliveira; e, mais tarde, para conversar com ele. Posso aqui confidenciar que Dr. Plinio está um pouco na origem de meu último livro. Porque, numa dessas saudosas conversas, ele explicou-me que, em sua estadia durante a primeira sessão do Concílio, havia notado que, na Itália em geral e em Roma em particular, existia um filão do clero que era piedoso e autenticamente conservador, mas que sentia medo de exprimir-se. E que meu papel contra-revolucionário devia ser levantar-lhe o ânimo com boas publicações e dizer a ele: “Ousai, monsenhores, ousai!”
Espero que, do Céu, ele esteja intercedendo junto a Nossa Senhora a fim de que esse trabalho contribua para uma autêntica restauração da Igreja, em favor da qual ele tanto lutou!

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"Não rir nem chorar, mas compreender". Espinoza, Tratado Político


"Não rir nem chorar, mas compreender". Espinoza, Tratado Político




"[...] uma criancinha acredita apetecer, livrementre, o leite; um menino furioso, a vingança; e o intimidado, a fuga. Um homem embriagado também acredita que é pela livre decisão de sua mente que fala aquilo sobre o qual, mais tarde, já sóbrio, preferiria ter calado. Igualmente, o homem que diz loucuras, a mulher que fala demais, a criança e muitos outros do mesmo gênero acreditam que assim se expressam por uma livre decisão da mente, quando, na verdade, não são capazes de conter o impulso que os leva a falar. Assim, a própria experiência ensina, não menos claramente que a razão, que os homens se julgam livres apenas porque são conscientes de suas ações, mas desconhecem as causas pelas quais são determinados. Ensina também que as decisões da mente nada mais são do que os próprios apetites: elas variam, portanto, de acordo com a variável disposição do corpo. Assim, cada um regula tudo de acordo com o seu próprio afeto e, além disso, aqueles que são afligidos por afetos opostos não sabem o que querem, enquanto aqueles que não têm nenhum afeto são, pelo menor impulso, arrastados de um lado para outro. Sem dúvida, tudo isso mostra claramente que tanto a decisão da mente, quanto o apetite e a determinação do corpo são, por natureza, coisas simultâneas, ou melhor, são uma só e mesma coisa, que chamamos decisão quando considerada sob o atributo do pensamento e explicada por si mesma, e determinação, quando considerada sob o atributo da extensão e deduzida das leis do movimento e do repouso [...]" Spinoza, Ética, parte 3, prop 2 esc.

Conteúdo filosófico - Bento Spinoza

Spinoza defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que Deus sive Natura ("Deus ou Natureza" em latim) era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão (sob o conceito atual de matéria) e o pensamento eram apenas dois conhecidos por nós.

A sua visão da natureza da realidade, então, fez tratar os mundos físicos e mentais como dois mundos diferentes ou submundos paralelos que nem se sobrepõem nem interagem mas coexistem em uma coisa só que é a substância. Esta formulação é uma solução muitas vezes considerada um tipo de panteísta e de monismo.

Spinoza também propunha uma espécie de determinismo, segundo o qual absolutamente tudo o que acontece ocorre através da operação da necessidade, e nunca da teleologia. Para ele, até mesmo o comportamento humano seria totalmente determinado, sendo então a liberdade a nossa capacidade de saber que somos determinados e compreender por que agimos como agimos. Deste modo, a liberdade para Spinoza não é a possibilidade de dizer "não" àquilo que nos acontece, mas sim a possibilidade de dizer "sim" e compreender completamente por que as coisas deverão acontecer de determinada maneira. [2]

A filosofia de Spinoza tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos estóicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a razão pode dominar a emoção. Pelo contrário, defendeu que uma emoção pode ser ultrapassada apenas por uma emoção maior. A distinção crucial era, para ele, entre as emoções activas e passivas, sendo as primeiras aquelas que são compreendidas racionalmente e as outras as que não o são.

Substância

Para Spinoza, a substância não possui causa fora de si, ela é uma causa não-causada, ou seja, uma causa em si. Ela é singular a ponto de não poder ser concebida por outra coisa que não ela mesma. Por não ser causada por nada, a substância é totalmente independente, livre de qualquer outra coisa, pois sua existência basta-se em si mesma.Ou seja, a substância, para que o entendimento possa formar seu conceito, não precisa do conceito de outra coisa. A substância é absolutamente infinita, pois se não o fosse, precisaria ser limitada por outra substância da mesma natureza.

Pela proposição V da Parte I da Ética, ele afirma: "Uma substância não pode ser produzida por outra substância", portanto, não existe nada que limite a substância, sendo ela, então, infinita. Da mesma forma, a substância é indivisível, pois, do contrário, ao ser dividida ela, ou conservaria a natureza da substância primeira, ou não. Se conservasse, então uma substância formaria outra, o que é impossível de acordo com a proposição VI; se não conservasse, então a substância primeira perderia sua natureza, logo, deixaria de existir, o que é impossível pela proposição 7, a saber: "à natureza de uma substância pertence o existir". Assim, a substância é indivisível.

Assim, sendo da natureza da substância absolutamente infinita existir e não podendo ser dividida, ela é única, ou seja, só há uma única substância absolutamente infinita ou Deus.

Apesar de ser denominado Deus, a substância de Espinoza é radicalmente diferente do Deus judaico-cristão, pois não tem vontade ou finalidade já que a substância não pode ser sem existir (se pudesse ser sem existir, haveria uma divisão e a substância seria limitada por outra, o que, para Espinoza, é absurdo, como foi explicado no parágrafo anterior). Consequentemente, o Deus de Espinoza não é alvo de preces e menos ainda exigiria uma nova religião.
fonte: wikipédia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bento_de_Espinoza

 http://julianacerdayoga.blogspot.com.br/2010/10/nao-rir-nem-chorar-mas-compreender.html


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