sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Origem da palavra educação


Em: Etimologia no Maternal

Educando

Muito bem, criançada. Se vocês não pararem quietos, não vou poder educar vocês, como os papais e mamães me pediram. Como assim, o que é educar? Não podem saber mesmo, pois parece que vocês nunca foram expostos a tal coisa.
Então vamos fazer uma rodinha que a tia Odete vai falar sobre o assunto.
educare, em Latim, queria dizer “educar, instruir” e também “criar”. Essa palavra era composta por ex, “fora”, e ducere, “guiar, conduzir, liderar”. Parece que eles tinham a idéia de que introduzir alguém ao mundo através da instrução era como “levar uma pessoa para fora” de si mesma, mostrar o que mais existe além dela.
Já que falei em introduzir, esta palavra se formou do prefixo intro- com o verbo ducere. Ou seja, “guiar para dentro”. No início, tinha o sentido de “gerar, usar pela primeira vez”. Só mais tarde é que também assumiu o sentido de “tornar conhecido para outrem”. Por exemplo, a Tia Odete aqui está introduzindo vocês à Etimologia, matéria sem a qual a vida perde muito a graça.
O verbo ducere é ligado à palavra dux, “chefe, líder”. Nas legiões romanas já havia duques, que eram chefes militares com cargos bem distintos dos duques que surgiriam no futuro, como grau de nobreza dos mais altos. Muito mais tarde, no século 20, surgiria um chefe em Roma que se intitulava Duce, e que teve um fim nada agradável.
Mas este dux gerou uma grande quantidade de derivados em muitos idiomas.
Vejam, por exemplo, produzir. Vem de pro-, “à frente”, e ducere. Ou seja, “guiar para a frente”. Um país ou pessoa que produz segue adiante, parece ser o que a metáfora quer dizer.
Também me ocorre a palavra ducto, de ductus, “cano ou caminho para passagem de líquidos, gás, etc.”. Esse equipamento “leva, guia” material de um lugar para outro. Os romanos faziam aquedutos para aportar água às suas cidades.
Falando nisso, a ducha que a gente gosta de tomar quando chega em casa também vem deducto, através do Italiano docciare, que veio do Latim ductiare.
Nossas cidades têm viadutos, estruturas que conduzem – levam, guiam – ruas para desafogar o trânsito. Existem gasodutos, equipamentos para levar gás a partir do seu local de produção…
Sidneizinho, que é isso? Ora, vou-lhe dar, mostrar o seu ducto para a Helozinha, coitadinha, tão bem comportada que ela é! Levante essas calças e fique ali naquele canto, já!
É uma barbaridade, a gente se esforçar tanto para ver acontecer isso. Menino mau!
Em todo o caso, vamos seguir. Quando desta desagradável interrupção, eu estava por dizer que a palavra adutora também é parente dessas. Vem de ad-, prefixo que indica “junto” educere: “a que traz para junto”. Um cano adutor de água de uma casa, por exemplo, é um cano que traz a água para dentro.
Em Anatomia há vários músculos adutores, ou seja, que trazem um segmento do corpo para junto da linha média. Existem também os abdutores, de ab-, “para fora”: músculos que produzem o movimento oposto, afastando esses segmentos.
Eu gostaria de induzir vocês a serem educados e estudiosos, mas está difícil. Especialmente hoje, desde que o nosso jovem fauno, que está muito risonho ali, agitou o grupo.
Induzir vem de in-, “dentro, para dentro” mais ducere. Quer dizer “levar alguém para dentro”, ou seja, “convencer, persuadir”. Também pode significar “gerar, produzir”, como “induzir uma carga elétrica”.
Não, Robertinho, deduzir não tem nada a ver com dedo. Tem a ver com o que estamos falando mesmo: é formado por de-, “para fora, afastar” e ducere. Significa “descobrir a partir de princípios gerais”. É como se a gente pegasse informações básicas e se afastasse delas em direção a uma realidade concreta. Por exemplo, eu deduzo que este Sidney, no futuro, será um sujeito muito incômodo para as moças. E que você, meu rapaz, embora bonzinho e esforçado, não será um grande etimologista.
Hein? O que é que dux tem a ver com duck, o “pato”, que vocês conhecem dos desenhos animados? Nada, na verdade. Esta palavra vem do verbo inglês arcaico ducan, que deu o verbo atual to duck, “abaixar-se”, pois é isso que os patinhos parecem fazer no laguinho quando se inclinam para pegar a sua comidinha.
Também vem daí a palavra reduzir, de re-, “para trás, outra vez” e ducere. Em Latim,reducere tinha um sentido diferente: “trazer de volta, restaurar” e também “retirar”. Mas o sentido acabou virando “trazer de volta à ordem”, “sujeitar” e finalmente “diminuir”.
Falando em reduzir, temos uma palavrinha muito parecida com significado bem diferente, que é seduzir. Esta vem de se-, prefixo que denota “afastamento” e ducere. Tem o sentido de “afastar alguém dos seus votos, da sua lealdade”.
Nada disso, Sidneizinho! Isso que você fez não é sedutor! É grossura mesmo. Nenhuma moça decente gosta disso.
Agora chega de aprender. Vão para casa, mas o Sidneizinho e eu vamos ter uma conversa com a Direção.
fonte: http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/educar/

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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Hoje é dia de jejum de Ekadasi - Pavitropana jejum de Ekadasi 18 dia 07/08/2014



Pavitropana jejum de Ekadasi 18


                   Maharaja Yudhisthira disse:

                   Madhusudana, por favor seja misericordioso comigo e descreva o jejum (Ekadasi) que ocorre durante o quarto-crescentedo mês Sravana (julho/agosto).

                   O Senhor Supremo Sri Krishna respondeu:

                   -Sim, ó rei, narrarei com alegria estas glórias para você, porque simplesmente por ouvir sobre este jejum (Ekadasi) sagrado, a pessoa obtém o mérito da execução de um Asvamedha-ygna.

                   No começo da Dvapara-yuga vivia um rei chamado Mahijita, o qual governava o reino de Mahismati-puri. Devido a não ter filhos, todo seu reino parecia-lhe completamente triste. Um homem casado que não tem filhos não é feliz nem nesta vida nem na próxima (nota 1). Por muito tempo o rei tentou em vão obter um herdeiro. Vendo que sua idade avançava o rei Mahijitatornava-se cada vez mais ansioso. Um dia ele disse na assembléia de seus conselheiros:

                   -Não cometi pecados nesta vida, e não há dinheiro ilegal no meu tesouro. Nunca usurpei as oferendas aos semideuses ou brahmanas. Quando me ocupei em guerrear e conquistar reinos, eu segui as regras e regulações da arte militar, e tenho protegido meus súditos como se eles fossem meus próprios filhos. Eu puni até meus parentes caso eles desobedecessem a lei, e se meu inimigo fosse gentil e religioso eu lhe dava as boas vindas. Ó almas duas-vezes nascidas, embora eu seja um seguidor fiél e religioso dos padrões védicos, mesmo assim minha casa não tem filhos. bondosamentedigam-me a razão para isto.

                   Ouvindo isto, os conselheiros brahmanas do rei discutiram o assunto entre eles, e com o propósito de beneficiar o rei, eles visitaram vários asramas de renomados sábios. porfim eles chegaram em um sábio que era austero, puro, auto-satisfeito e que estava observando estritamente o voto de jejum. Seus sentidos estavam completamente sob controle, ele tinha conquistado sua ira e era experto em executar seu dever ocupacional. Na verdade, este grande sábio era experto em todas as conclusões dos vedas e tinha prolongado sua duração de vida como a mesma do senhor Brahma. Seu nome era Lomasa rsi e ele conhecia o passado, presente e futuro. Após a passagem de uma Kalpa (nota 2), um cabelo costumava cair da sua cabeça.

Todos os conselheiros brahmanas do rei aproximaram-se com muita alegria um a um para oferecer seus humildes respeitos.

                   Cativados por esta grande alma, os conselheiros do rei Mahijita ofereceram reverências a ele e disseram mui respeitosamente:

                   -Ó sábio, somente devido a nossa grande boa fortuna nos foi permitido vê-lo.

                   Lomasarsi viu eles curvarem-se e respondeu:

                   -Bondosamente, deixem-me saber por que vocês vieram aqui; por que vocês estão me glorificando? Farei tudo o que puder para resolver seus problemas, pois sábios como eu só tem um interesse: ajudar os outros. Não tenham dúvidas disto (nota 3).

                   Os representantes do rei disseram:

                   -Nós viemos até aqui, ó sábio exaltado, para pedir a sua ajuda na solução de um problema muito sério. Ó sábio, você é como o senhor Brahma. Na verdade, não há sábio melhor em todo mundo. Nosso rei, Mahijita, não tem filhos, embora ele nos tenha sustentado e protegido como se fossemos seus filhos. Vendo-o tão infeliz devido a não ter filhos, nós ficamos mui pesarosos, eportanto, ó sábio, entramos na floresta para executar severas austeridades. Por nossa boa fortuna encontramos por acaso com você. Simplesmente pela sua audiência (darshana) os desejos e atividades de todos tornam-se bem sucedidos. Assim, pedimos humildemente que nos diga como nosso bondoso rei pode obter um filho.

                   Ouvindo o apelo sincero deles, Lomasa rsiabsorveu-se em meditação profunda por um momento e logo compreendeu a vida anterior do rei. Então ele disse:

                   -Na vida passada seu governante era um mercador, e achando que sua riqueza era insuficiente, ele cometeu ações pecaminosas. Ele viajou por muitas vilas para negociar suas mercadorias. Uma vez ao meio-dia, no dia após o jejum (Ekadasi) que acontece durante o quarto-crescente do mês Jyestha, ele sentiu sede enquanto viajava de um lugar para outro. Ele chegou a um belo açude nos arredores de uma vila, mas bem na hora que estava prestes a beber água no açude, chegou ali uma vaca com seu bezerro recém-nascido. Estas duas criaturas estavam também muito sedentas devido ao calor, porém quando a vaca e o bezerro começaram a beber água, o mercador rudemente empurrou-os para o lado e egoisticamente saciou sua própria sede. Esta ofensa contra a vaca e seu bezerro, resultou em seu rei ficar agora sem um filho. No entanto, as boas ações que ele executou em sua vida anterior deram-lhe o domínio sobre um reino sem perturbações.

                   Ouvido isto, os conselheiros do rei responderam:

                   -Ó renomado rsi, ouvimos dizer que nos vedas descreve-se como alguém pode nulificar os efeitos dos pecados passados conseguindo méritos. Seja bondoso e nos dê alguma instrução para que os pecados de nosso rei possam ser destruídos, por favor conceda-lhe a sua misericórdia para que um príncipe nasça em sua família.

                   Lomasarsi disse:

                   -Existe um jejum (Ekadasi) chamado Putrada, o qual ocorre durante o quarto-crescente do mês Sravana. Neste dia todos vocês, incluindo seu rei, devem jejuar e permanecer acordados todo noite, seguindo estritamente as regras e regulações. Então vocês devem dar todo mérito por esse jejum ao rei. Se vocês seguirem estas minhas instruções, ele certamente será abençoado com um esplêndido filho.

                   Todos os conselheiros do rei ficaram muito contentes em ouvir estas palavras de Lomasarsi, e todos eles ofereceram-lhe suas reverências agradecidos. Então com os olhos brilhando de felicidade eles voltaram para casa.

                   Quando chegou o mês de Sravana, os conselheiros do rei lembraram-se das palavras de Lomasa rsi, e sob a direção deles todos os habitantes de Mahismati-puri, juntamente com o rei, jejuaram. E no dia seguinte (Dvadasi), os habitantes ofereceram submissamente ao rei o mérito obtido. Pela força de todo este mérito, a rainha ficou grávida e eventualmente deu luz a um filho muito belo.

                   Yudhisthira, o Senhor Krishna concluiu, o jejum (Ekadasi) que ocorre durante o quarto-crescente do mês Sravana tornou-se, com razão, famoso como Putrada (que concede um filho). Quem quer que deseje felicidade neste mundo e no próximo, certamente deve jejuar de todos cereais e leguminosas neste dia santo. Realmente, Qualquer pessoa que simplesmente ouça as glórias do PutradaEkadasi, livra-se completamente de todos os pecados e é abençoado com um bom filho, subindo ao céu após a morte.

                   Assim acaba a narração das glórias do Sravana-sukla Ekadasi, ou Putrada Ekadasi do Bhavisya-uttara Purana.
                             
-NOTAS-

1) A palavra sânscrita para "filho" é putra. Pu é o nome de um inferno em particular e tra significa "salvar". Assim a palavra  putrasignifica a pessoa que salva alguém do inferno pu. Portanto, todo homem casado deve gerar pelo menos um filho e educá-lo espiritualmente, então o pai será salvo de uma condição infernal de vida. No entanto, esta injunção não se aplica aos devotos sérios do Senhor Vishnu ou Krishna, pois o Senhor torna-se seus filhos, pai e mãe.

   Sobre este assunto, Canakya Pandita declara o seguinte:

   "A verdade é minha mãe, conhecimento meu pai, o dever ocupacional meu irmão, a bondade meu amigo, tranquilidade minha esposa e o perdão meu filho. Estes são os seis membros da minha família."

   Dentre as vinte e seis principais qualidades de um devoto do Senhor, perdão é a principal. Portanto os devotos devem fazer um esforço extra para desenvolver esta qualidade. Acima Canakya Pandita diz que o perdão é meu filho, portanto o devoto do Senhor, muito embora possa estar no caminho da renúncia, pode observar o Putrada Ekadasi e orar para obter este tipo de filho.

2) Uma kalpa, ou doze horas do senhor Brahma é igual a 4.320.000.000 anos.

3) Lomasa rsitem todas as boas qualidades porque é um devoto do Senhor Supremo. Como se afirma no Srimad-Bhagavatam (5.18.12): "Naquele que o serviço devocional a Sri Krishna é resoluto, todas as boas qualidades de Krishna e dos semideusesmanifestam-se consistentemente. Entretanto, aquele que não tem devoção pela Suprema Personalidade de Deus, não tem boas qualificações porque está ocupado em especulação mental na existência material, a qual é o aspecto externo do Senhor."
                                                                                   -FIM-
                    


Para fazer jejum na pratica procure um endereço perto de você na nossa Agenda

Para saber tudo sobre Jejum ou ekadasi clique nos links abaixo:
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Para ler mais ou baixar livros gratis sobre este conhecimento clique aqui
 http://radioharekrishna.com/Pavitropana_jejum_de_Ekadasi_18.html


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Filosofia da Educação, e a sua importância. João Maria.




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terça-feira, 5 de agosto de 2014

As contribuições da Psicopedagogia para a educação - 04/11/2010 Luciane Nogueira Pinto


As contribuições da Psicopedagogia para a educação - 04/11/2010
Luciane Nogueira Pinto

Introdução


A escola necessita acompanhar as transformações que acontecem no mundo. As informações são constantes na vida social e escolar, novos conhecimentos, novas formas de pensar e ver o mundo estão sendo colocadas em prática e abandonadas diariamente. O que se sabia antigamente, que se considerava como verdade absoluta, agora, ganha uma perspectiva diferente, pode ser que não seja como acreditávamos que fosse, sendo necessário rever e (re) analisarmos nossos pensamentos, convicções, conceitos e crenças nos mais variados segmentos.
Assim, é com a escola, as formas de ensinar, a visão que a mesma tem da educação e da sociedade de uma forma geral. Do tipo de cidadão que ela quer formar, se é para transformar a sua realidade, ou para somente reproduzir a que já existe. Se a visão da escola e dos educadores for transformadora e inclusiva, todos perceberam os alunos como seres diferentes e com problemas e dificuldades que com a ajuda e apoio especializado poderão solucionar ou amenizar os obstáculos que encontram nos seus caminhos educativos.
Nesse caminho de inclusão e respeito, aqueles que apresentam alguma dificuldade para aprender vêm à psicopedagogia, que oferece subsídios e recursos para que se tenha um estudo e uma leitura minuciosa dos processos cognitivos e dos mecanismos psicológicos que estão apresentando algum problema ou sintoma na situação de aprendizagem.
Estar descoberto de preconceitos, tendo um olhar voltado para o aluno global, nos seus aspectos cognitivos e afetivos, desenvolvendo a construção e a sistematização de metodologias que visam à construção de conhecimento vinculado à realidade do educando sem deixar de oferecer as novas tecnologias e possibilitando a sua formação ampla, que não exclui, nem segrega aqueles que possuem dificuldade de aprendizagem.
O fundamental nessa proposta é o trabalho interdisciplinar que vem oferecer auxílio para a educação, respeitando as características individuais de cada aluno, de cada um dos envolvidos no processo educativo. Tendo um olhar imparcial, humano, que humaniza , que agrega, que acolhe , que trata, que desvenda o que muitos querem ou desejam esconder ou que até mesmo desconhecem por falta de interesse, comprometimento,vontade ou informação.
Resumo:
A escola é o principal local em que se manifestam os sintomas, as queixas do não aprender, dos problemas e as dificuldades de aprendizagem. É nesse contexto que surge a Psicopedagogia para colaborar e contribuir com todos os sujeitos que fazem parte da educação.
Palavras-chave: Educação, Psicopedagogo, Dificuldades de aprendizagem.
Na vida cotidiana, constantemente se é bombardeado por uma imensa quantidade de informações, novas tecnologias, descobertas nas diversas áreas, inovações que contribuem e afetam a vida de milhares de pessoas. Muitas vezes não se tem tempo de analisar e refletir sobre todos esses acontecimentos. Mas, na educação se faz necessário essa reflexão, pois, todas essas novidades, teorias e concepções influenciam a vida escolar.
Na educação, analisar e refletir são de suma importância, pois se está trabalhando com seres humanos, que sentem, desejam, aprendem, vêem de lugares e possuem histórias de vida e bagagem cultural, socioeconômica diferente uns dos outros. Refletir é colocar o pensamento diante de si mesmo, tal qual uma pessoa diante do seu espelho. O ato de reflexão leva aos detalhes do próprio pensamento aos porquês que permitem reconhecê-lo como seu efetivamente e, finalmente, dizer se combina com o seu pensar ou se é simplesmente repetidor de discursos e teorias sobre as quais não se tem domínio e certeza.
Não ser repetidor de teorias e sim construtor do seu próprio conhecimento e ser mediador na construção de um novo conhecimento por parte dos alunos, é o que faz com que os educadores estejam preparados para a prática pedagógica. Nessas mudanças constantes que o mundo vem passando, a escola e os alunos não ficaram para trás. Para Libâneo. 1998; p. 07 a escola é:
“aquela que assegura a todos a formação cultural e cientifica para a vida pessoal, profissional e cidadã, possibilitando uma relação autônoma, crítica e construtiva com a cultura em suas várias manifestações: a cultura promovida pela ciência, pela técnica, pela estética, pela ética, bem como a cultura paralela (meios de comunicação) e pela cultura cotidiana.”
Logo, a escola necessita estar conectada com as ciências e a tecnologia, com tudo isso que vem acontecendo diariamente. Mas, sabe-se que não é isso que acontece em muitas escolas. Algumas ainda são repetidoras de ideologias, não respeitam a individualidade e o ritmo dos alunos, ainda não perceberam que as turmas não são homogêneas e que os educadores não são os donos do saber e sim mediadores da aprendizagem, da construção de conhecimento. De acordo com Freire, 1996, P23:
“... nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Só assim podemos falar realmente de saber ensinado, em que o objeto ensinado é aprendido na sua razão de ser, é, aprendido pelos educandos.”
Assim, a forma de trabalho do educador influencia na aprendizagem, em que o mesmo deve oportunizar aulas significativas, interessantes, incorporando as tecnologias existentes como ferramentas e instrumentos para favorecer o ensino aprendizagem. Utilizar-se das novidades e informações trazidas pelos alunos para modificar e contribuir com o tema e os conteúdos, proporcionam aulas mais dinâmicas e interligadas com a realidade, despertando o interesse em aprender e coletar novidades, para o cotidiano escolar. Propostas elaboradas dessa forma só favorecem as práticas dos educadores. Dessa forma, o professor estará colaborando para que seus alunos possam resolver e até mesmo solucionar problemas do presente e do futuro.
Sabe-se que nem sempre é dessa forma que acontece o ensino nas instituições escolares, que se tornam para muitos alunos um local em que seus medos, angústias, problemas e dificuldades de aprendizagem se manifestam. Surge nesse cenário a Psicopedagogia que tem:
“Por objetivo compreender, estudar e pesquisar a aprendizagem nos aspectos relacionados com o desenvolvimento e ou problemas de aprendizagem. A aprendizagem é entendida aqui como decorrente de uma construção, de um processo o qual implica em questionamentos, hipóteses, reformulações, enfim, implica um dinamismo. A psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos fatores envolvidos neste processo.” (Rubenstein apud Fermino, 1996 p. 127).
Portanto, a psicopedagogia vem colaborar com todos aqueles que têm dificuldades de aprendizagem, que reprovam, que não conseguem acompanhar os seus colegas e que muitas vezes são “deixados” para trás no processo de aprendizagem. A insatisfação e a inquietação dos profissionais que trabalham com as dificuldades de aprendizagem fizeram com que surgisse a psicopedagogia, permitindo que diversas áreas do conhecimento como Psicologia Cognitiva, Psicanálise, Sociologia, Linguística, Antropologia, Filosofia, entre outros viessem a colaborar com esses alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Rubinstein, apud Fermino, 1996, p.128 coloca que:
“o psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando selecioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta fundamentalmente é investigar todo o processo de aprendizagem levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para, valendo-se desta investigação, entender a construção da dificuldade de aprendizagem.”
É nessa investigação que o psicopedagogo necessita estar livre de qualquer influência prévia e (pré)-conceito, estar livre de qualquer sentimento, olhar e principalmente saber selecionar tudo o que ouve e enxerga para poder intervir, colaborar, elaborar planos de trabalho com os envolvidos no processo educativo
A não aprendizagem na escola é uma das causas do fracasso escolar, a psicopedagogia atua no estudo do processo de aprendizagem, diagnóstico e tratamento de seus obstáculos. O psicopedagogo torna-se responsável por detectar e tratar possíveis empecilhos no processo de aprendizagem em instituições ou clínicas. A psicopedagogia na instituição escolar surgiu:
...como uma necessidade de compreender os problemas de aprendizagem, refletindo sobre as questões relacionadas ao desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo, implícitas nas situações de aprendizagem. (Fagali, 2008, p.9).
Nessa visão psicopedagógica, o aluno é visto de forma global, o seu cognitivo, o motor (movimento, psicomotrocidade) e o lado afetivo são trabalhados e analisados. Na instituição escolar, o trabalho psicopedagógico possui duas naturezas: A primeira diz respeito a uma psicopedagogia curativa voltada para grupos de alunos que apresentam dificuldades na escola... O seu objetivo é reintegrar e readaptar o aluno á situação de sala de aula, possibilitando o respeito as suas necessidades e ritmos. O segundo tipo de trabalho refere-se á assessoria junto de a pedagogos, orientadores e professores. Tem como objetivo trabalhar as questões pertinentes as relações vinculares professor ­-aluno é redefinir os procedimentos pedagógicos integrando o afetivo e cognitivo, através da aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento. (Fagali, 2008, p.9-10).
Sabe-se por meio dos estudos de Fernandes (1990) que os desejos tanto do ensinante quanto do aprendente influenciam na aprendizagem, dessa forma poder trabalhar com os alunos e os professores, poder perceber que os laços que os unem ou os afastam, seus métodos, metodologias e o não aprender do aluno e o não conseguir ensinar por parte do professor são objetos de trabalho do psicopedagogo tanto no trabalho curativo como na assessoria. O psicopedagogo intervindo na escola, de acordo com Monereo (2000), pode conseguir com que a escola consiga potencializar ao máximo a capacidade de ensinar dos professores e a de aprender dos alunos, possibilitando que o envolvimento de todos seja favorável para a aprendizagem. De acordo com Fagali, 2008, P. 11 pode-se destacar diferentes formas de intervenção da psicopedagogia:
- releitura e reelaboramento no desenvolvimento das programações curriculares, centrando a atenção na articulação dos aspectos afetivos-cognitivos, conforme o desenvolvimento integrado da criança e adolescente;
- a análise mais detalhada dos conceitos, desenvolvendo atividades que ampliem as diferentes formas de trabalhar o conteúdo programático. Nesse processo busca-se uma integração dos interesses, raciocínio e informações de forma, que o aluno atue operativamente nos diferentes níveis de escolaridade. Complementa-se a esta prática, o treinamento e desenvolvimento de projetos junto dos profissionais.
- criações de materiais, textos e livros para o uso do próprio aluno, desenvolvendo o seu raciocínio, construindo o conhecimento, integrando afeto e cognição no diálogo com as informações.
O psicopedagogo também favorece e auxilia aqueles indivíduos que se sentem impedidos para o saber, auxilia indivíduos com transtornos de aprendizagem, reintegra o sujeito da aprendizagem a uma vida escolar e social tranquila, bem como a uma relação mais afetiva consigo e com o outro, leva o indivíduo ao reconhecimento de suas potencialidades; auxilia o indivíduo no reconhecimento dos limites e como interagir diante deles e a (re) significar conceitos que influenciam o indivíduo no movimento do aprender.
Oferecer instrumentos de compreensão da situação de não aprendizagem de cada aluno em particular, levantar dados referentes ao contexto de ensino-aprendizagem da escola, desenvolver ações com toda a comunidade escolar, identificando as principais barreiras à aprendizagem e à busca de como superá-las é função do psicopedagogo.
Logo, a psicopedagogia precisa estar livre de qualquer interferência externa para poder realizar o seu trabalho de forma clara, sem conceitos pré-estabelecidos, poder olhar sem a influência de outros olhares que muitas vezes querem e desejam esconder algo de si mesmo e dos outros procurando muitas vezes se isentar de suas responsabilidades. Weis, 1999, p.27 reforça que:
“Todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família e, na maioria das vezes, da escola. No caso, trata-se do não-aprender, do aprender com dificuldade ou lentamente, do não revelar o que aprendeu, do fugir de situações de possíveis aprendizagens.”
Dessa forma, fica visível que muitos dos envolvidos no processo educativo preferem muitas vezes ocultar os verdadeiros problemas de aprendizagem que podem ou não estar neles, mas também podem estar nas mais diversas maneiras e formas de ensinar. Portanto, o psicopedagogo institucional atua na instituição escolar juntamente aos aprendentes, os ensinantes e com os demais atores desse processo que é tão complexo para alguns e tão fácil para outros. Mas, que ganha com a atuação do psicopedagogo um forte aliado para melhorar, colaborar, amenizar e proporcionar a solução dos problemas e dificuldades encontradas pelos alunos e tornar de alguma forma a educação significativa e prazerosa para eles também.
Considerações finais:
O que acontece na sociedade tanto na área econômica, política, social, cultural, tecnológica, ética e moral interfere na educação e consequentemente na escola. Sendo que esta precisa considerar todas as práticas e as relações tanto diretas, indiretas e os problemas que delas surgem na comunidade escolar e local em que ela presta serviço e que decorrem dessas interferências.
As escolas existem para agir no mundo, na sociedade e na história, em que o seu papel se torna decisivo na vida das pessoas. A maior parte da nossa vida é passada dentro das escolas, e ela influencia, interfere, interage dentro dessa organização que chamamos de educação. Para muitas pessoas essa convivência escolar é prazerosa, mas para muitos é dolorosa, pois encontram dificuldade para aprender. Às vezes não são compreendidos, são rotulados e deixados para trás no processo da aprendizagem, mas o que muitas vezes eles necessitam é de um olhar diferente, alguém que perceba seus problemas, que deixe de lado os (pré) conceitos e os rótulos que lhes deram no decorrer da sua vida escolar.
Partindo dessa perspectiva de colaboração é que o psicopedagogo institucional atua, com as dificuldades nos níveis de aprender tanto do ensinante como do aprendente. Atuando nas condições de aprendizagem que ocorrem a nível externo e interno. A escola, tendo como suporte a intervenção psicopedagógica, pode oferecer novos ângulos e abordagens de trabalho, potencializando as capacidades dos alunos, elaborando estratégias de ensino em conjunto aos professores, oferecendo assim uma proposta interdisciplinar.
Logo, o psicopedagogo auxilia na identificação dos problemas no processo de aprender, lidando com as dificuldades de aprendizagem por meio de instrumentos e técnicas específicas, articulando nas várias áreas, buscando suporte para responder os sintomas e as queixas dos alunos e professores. Portanto, o trabalho do psicopedagogo torna-se mais real a possibilidade do acolhimento, da descoberta, das práticas, dos métodos, do entender-se e compreender-se como sujeito que pode e que tem direito de aprender, de adequar-se e ser inserido na escola de forma atuante, participativa em que á sua cidadania é respeitada.
Referências:
Fagali, Eloisa Quadros_psicopedagogia intitucional aplicada: aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula\Eloisa Quadros Fagali e Zélia Del Rio do Vale. Ilustrações de Francisco Forlenza’ 9 ed. Petrópolis, RJ; Vozes, 2008.
Weiss, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnostica dos problemas de aprendizagem escolar\5 ed. Rio de Janeiro DP E A, 1999.
Monereo Carles. O assessoramento psicopedagógico: uma perspectiva profissional e construtivista\ Carlos Monereo e Isabel Solé, trad. Beatriz Afonso Neves_ Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
Fermino Fernandes Sisto... (ET AL). Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar Petrópolis, RJ; Vozes, 19906.
Freire, Pulo. A psicopedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 16 edição, 1996.
Libâneo, José Carlos: Adeus professor, adeus professora? Novas exigências profissionais e profissão docente. São Paulo, Cortes, 1990.
Fernández, Alicia. A inteligência aprisionada, tradução: Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
Baseadas, Eulália Huquet, Tereza, Marrodán, Maite, Olivan, Marta: Rossell, Mireia Planas Montserrat; Seguer, Manuel; Uilella, Maria , Tradução: Neve, Beatriz Afonso: Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico 3 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
FERNANDEZ, Alicia, Rodrigues, Iara (trad). A inteligência aprisionada. 2ª ed, Porto Alegre: Artes Medicas, 1990.
Luciane Nogueira Pinto é Pedagoga.

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Dissertações de Mestrado Psicologia Educacional links

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Confira abaixo as dissertações dos Formandos do curso de Mestrado em Psicologia Educacional

2012
2011


http://www.unifieo.br/noticia.php?sec=117&nse=Mestrado%20Psicologia%20Educacional&mat=365&titulo=Dissertacoes+

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domingo, 3 de agosto de 2014

O Fim da Ciência Moderna, por Olavo de Carvalho.


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Especialização, MBA ou mestrado acadêmico: o que fazer?


Primeiro passo é saber o que cada pós representa. Brasil e Estados Unidos utilizam terminologias iguais para cursos diferentes. Não se confunda!

Além de lhe proporcionar muitos benefícios pessoais e culturais, realizar uma pós-graduação no exterior irá alçá-lo a outro patamar de sua carreira. Na hora de tomar essa importante decisão, no entanto, vem a dúvida: “O que é melhor para o meu perfil profissional: realizar uma especialização que conceda um certificate, fazer um MBA ou um mestrado acadêmico?”
Segundo Paulo Rodrigues, diretor do escritório da University of Southern California (USC) no Brasil, é preciso, primeiro, fazer a distinção entre os cursos. O Brasil e os Estados Unidos utilizam a mesma terminologia para alguns cursos que, na prática, são bem diferentes. “Aqui, nos últimos 20 anos, MBA virou sinônimo de especialização. Há MBAs em várias áreas, como marketing, finanças, gestão, etc. Já nos Estados Unidos, MBA representa exatamente o que a tradução diz: um mestrado na área de administração (Master of Business Administration)”, diz.
No país, o MBA é considerado um curso de pós-graduação lato sensu e não passa pela avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ao término dos estudos, os alunos obtêm um certificado de especialista. Nos Estados Unidos, os formados adquirem o título de mestre. Clique AQUI e saiba mais sobre as diferenças entre os dois cursos no Brasil e no exterior. 
Apesar de ser um mestrado — o que pode nos induzir a pensar que é um curso acadêmico — o MBA nos Estados Unidos é bastante prático, realiza estudos de casos reais e simulações de situações corriqueiras em empresas. É indicado para profissionais que já estão no mercado de trabalho há algum tempo, já passaram por algum cargo de gerência e agora estão em busca de qualificação para assumir postos ainda mais importantes na carreira.
Os cursos de especialização, que concedem os chamados certificates, servem para aprofundar conhecimentos em áreas específicas e são importantes ferramentas para o direcionamento da carreira. Eles também auxiliam profissionais que querer migrar de área.
Diferentemente dos cursos de pós-graduação lato sensu no país, que duram de um ano e meio a dois anos, lá as especializações costumam ser mais rápidas: “São cursos de seis meses a um ano. A nossa pós-graduação é o equivalente ao mestrado profissional nos Estados Unidos”, explica Paulo Rodrigues.
Essa é outra diferença importante entre os dois sistemas de ensino: quem deseja seguir carreira acadêmica não vai apenas fazer mestrado nos Estados Unidos. Neste caso, deve optar pelo mestrado acadêmico ou então seguir direto para doutorado. “Para quem tem perspectiva de seguir carreira acadêmica o melhor é ingressar em um programa de PhD já que, após dois anos, receberá o título de mestre”, sugere Paulo. “Nos dois primeiros anos, o aluno terá aulas em sala de aula e nos dois últimos, irá dedicar-se à pesquisa”, completa.
Independentemente do programa de pós desejado, Paulo ressalta a importância de que a decisão por estudar no exterior não seja feita de forma impulsiva. “É preciso pensar com cautela porque é uma decisão que envolve muitos aspectos: sua expectativa em relação ao curso e ao desenvolvimento de sua carreira, a localização e o prestígio da universidade, entre outras coisas. Além de pesquisar bastante, sugiro procurar referências com quem já passou por essa experiência e conversar com profissionais que possam te ajudar no direcionamento dessa decisão”, diz.
fonte: http://www.estudarfora.org.br/especializacao-mba-ou-mestrado-academico-o-que-fazer/http://www.estudarfora.org.br/especializacao-mba-ou-mestrado-academico-o-que-fazer/
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