segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Hoje é dia de ekadasi. 24 HARIBODHINI OU DEVOTTHANI EKADASHI - 03/11/2014


Haribodhini Devotthani jejum de Ekadasi 24

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O Senhor Brahma disse a Narada Muni:  "Querido filho, ó melhor dos sábios, vou narrar-te as glórias do Haribodhini Ekadashi, que erradica toda sorte de pecados e confere grande mérito, e no final a liberação, para as pessoas que se rendem ao Senhor Supremo.

ó melhor dos brahmanas, os méritos adquiridos por tomar banho no Ganges permanecem significantes enquanto Haribodhini Ekadashi não chega.  Este Ekadashi, que ocorre durante a quinzena luminosa do mês de Kartika, é muito mais purificante que um banho no oceano, num local de peregrinação ou num lago.  Este sagrado Ekadashi é mais poderoso para nulificar pecados que mil sacrificios Ashvamedha e cem Rajasuya."

Narada Muni, o santo entre os semideuses, indagou:  "ó pai, por favor descreva os méritos relativos de jejuar completamente no Ekadashi, jantar (sem grãos oufeijöes), ou comer apenas uma vez ao meio-dia (sem grãos ou feijöes)."

O Senhor Brahma respondeu:  "Se uma pessoa come uma vez ao meio-dia no Ekadashi, os pecados de seus nascimentos anteriores são apagados, se comer apenas o jantar, os pecados adquiridos durante seus dois nascimentos anteriores são removidos, e se jejuar completamente, os pecados acumulados durante seus sete nascimentos anteriores são erradicados.

ó filho, tudo aquilo que só raramente é obtido nos três mundos, é obtido por aquele que observa estritamente Haribodhini Ekadashi.  Uma pessoa cujos pecados se igualam em volume ao Monte Sumeru os vê reduzidos a nada por simplesmente jejuar no Papaharini Ekadashi (outro nome para Haribodhini Ekadashi).  Os pecados que uma pessoa tenha acumulado em mil nascimentos anteriores são queimados até cinzas se não só jejuar mas também permanecer acordada durante a noite deEkadashi, assim como uma montanha de algodão pode ser queimada até cinzas se acendermos um pequeno fogo nela.

ó melhor dos sábios, Naradaji, uma pessoa que observa estritamente este jejum alcança os resultados que mencionei.  Mesmo se a pessoa fizer uma pequena quantidade de serviço piedoso nesse dia, seguindo as regras e regulaçöes, a pessoa irá acumular mérito igual ao Monte Sumeru em volume; contudo, uma pessoa que não segue as regras e regulaçöes dadas nas escrituras poderá realizar atividade piedosa igual ao Monte Sumeru em volume, mas não irá ganhar nem mesmo uma pequena quantidade de mérito.  Quem não canta o Gayatri mantra três vezes ao dia, que não considera os dias de jejum, que não acredita em Deus, que critica as escrituras védicas, que pensa que os Vedas só trazem ruina para quem segue suas injunçöes, que desfruta da esposa de outrem, que é totalmente tolo e malvado, que não aprecia qualquer serviço que lhe tenha sido prestado, ou que engana outros - tal pessoa pecaminosa, ó filho, nunca poderá realizar qualquer atividade religiosa efetivamente.  Seja um brahmana ou shudra, quem tentar desfrutar da esposa de outrem, especialmente a esposa de alguém duas vezes nascido, é dito não ser melhor que um comedor de cachorros.(1)

ó melhor dos sábios, qualquer brahmana que desfruta de sexo com uma viúva ou senhora brahmana casada com outro homem, traz ruína para si e para sua família.  Qualquer brahmana que goza de sexo ilícito não terá filhos em sua próxima vida, e qualquer mérito anterior que possa ter acumulado estará arruinado.  De fato, se tal pessoa demonstra qualquer arrogância para com um brahmana duas vezes nascido ou um mestre espiritual, perde todo seu avanço imediatamente, bem como sua fortuna e filhos.

Estes três tipos de homens arruinam seus méritos adquiridos:  aquele cujo caráter é imoral, aquele que tem sexo com a mulher de um comedor de cachorros, e aquele que aprecia a associação de vagabundos.  Quem se associa com pessoas pecaminosas e visita seus lares sem um propósito espiritual irá diretamente para a morada do Senhor Yamaraja, o superintendente da morte.  E se alguém come em tal lar, seu mérito adquirido é destruído, junto com sua fama, duração de vida, filhos, e felicidade.

Qualquer patife pecaminoso que insulta uma pessoa santa brevemente perde sua religiosidade, desenvolvimento econômico, e gratifação dos sentidos, e afinal arderá no fogo do inferno.  Qualquer um que goste de ofender pessoas santas, ou que não interrompe quem está insultando pessoas santas, é considerado como não sendo melhor que um asno.  Tal homem malvado vê sua dinastia destruída diante de seus próprios olhos.

Uma pessoa cujo caráter é impuro, que é vagabunda ou tratante, ou que encontra defeitos nos outros, não alcança um destino mais elevado após a morte, mesmo que dê caridade generosamente ou realize outros atos auspiciosos.  Portanto devemos nos refrear de realizar atos inauspiciosos e realizar apenas os piedosos, pelos quais acumularemos mérito e evitaremos sofrimento.

Contudo, os pecados de quem, após a devida consideração, decide jejuar no Haribodhini Ekadashi, são apagados de cem vidas anteriores, e quem jejua e permanece acordado a noite toda neste Ekadashi alcança ilimitado mérito e após a morte vai para a morada suprema do Senhor Vishnu, e dez mil de seus ancestrais, parentes e descendentes também alcançam essa morada.  Mesmo se os antepassados estiverem implicados em muitos pecados e estiverem sofrendo no inferno, ainda assim obtém corpos espirituais lindamente ornamentados e felizes, vão para a morada de Vishnu.

ó Narada, mesmo quem tenha cometido o pecado hediondo de matar um brahmana se liberta de toda mácula em seu caráter por jejuar no Haribodhini Ekadashi e permanecer acordado naquela noite.  O mérito que não pode ser obtido por tomar banho em todos lugares de peregrinação, realizar um sacrifício de cavalo, ou dar vacas, ouro ou terra fértil como caridade, pode facilmente ser alcançado por jejuar nesse dia sagrado e permanecer acordado durante a noite.

Quem quer que observe Haribodhini Ekadashi é celebrado como sendo altamente qualificado e torna sua dinastia famosa.  Como a morte é certa, assim também é certo perder a riqueza.  Sabendo disso, ó melhor dos sábios, devemos observar um jejum nesse dia tão querido por Hari, Sri Haribodhini Ekadashi.

Todos locais de peregrinação nos três mundos imediatamente vem residir na casa da pessoa que jejua nesse Ekadashi.  Portanto, para agradar o Senhor, que segura um disco em Sua mão, devemos abandonar todos compromissos, render-nos, e observar este jejum de Ekadashi.  Quem jejua nesse dia de Haribodhini é reconhecido como um homem sábio, um verdadeiro yogi, um asceta, e alguém cujos sentidos estão verdadeiramente sob controle.  Só ele desfruta devidamente deste mundo, e certamente alcançará a liberação.  Este Ekadashi é muito querido pelo Senhor Vishnu e portanto é a própria essência da religiosidade.  Mesmo uma só observância já confere a recompensa máxima em todos três mundos.

ó Naradaji, quem quer que jejue nesse Ekadashi definitivamente não entra num ventre novamente, e assim devotos fiéis do Supremo Deus abandonam todas variedades de religião e simplesmente se rendem a jejuar neste Ekadashi.  Para essa grande alma que honra esse Ekadashi jejuando e permanecendo acordado durante a noite, o Senhor Supremo, Sri Govinda, pessoalmente acaba com as reaçöes pecaminosas que essa alma tenha adquirido pelas açöes de sua mente, corpo e palavras.

ó filho, para quem se banha num local de peregrinação, dá caridade, canta os santos nomes do Senhor Supremo, se submete a austeridades e realiza sacrifícios para Deus no Haribodhini Ekadashi, o mérito assim acumulado se torna imperecível.  Um devoto que adora o Senhor Madhava nesse dia com parafernália de primeira classe, se torna livre dos grandes pecados de cem vidas.
Uma pessoa que observa este jejum e adora o Senhor Vishnu devidamente se liberta de grande perigo.

Este jejum de Ekadashi agrada tanto ao Senhor Jagannatha que Ele leva a pessoa que o observa de volta para Sua morada, e enquanto vai para lá o devoto iluminaas dez direçöes universais.  Quem deseja beleza e felicidade deve tentar honrar Haribodhini Ekadashi, especialmente se cair no Dvadasi.  Os pecados de cem nascimentos anteriores - os pecados cometidos durante a infância, juventude, e velhice em todas essas vidas, quer sejam pecados secos ou molhados - são nulificados pelo Supremo Senhor Govinda se jejuarmos no Haribodhini Ekadashi com devoção.(2)

Haribodhini Ekadashi é o melhor Ekadashi.  Nada é impossível de obter ou raro neste mundo para quem jejua nesse dia, pois ele dá grãos alimentícios, grande fortuna, e mérito elevado, bem como erradica todo pecado, o terrível obstáculo à liberação.  Jejuar nesse Ekadashi é mil vezes melhor que dar caridade no dia do eclipse solar ou lunar.  Novamente lhe digo, ó Naradaji, qualquer mérito que se tenha obtido por tomar banho num local de peregrinação, dar caridade, cantar japa, recitar mantras védicos, realizar sacrifícios, e estudar os Vedas é apenas um décimo de milionésimo do mérito adquirido pela pessoa que jejua apenas uma vez noHaribodhini Ekadashi.  Qualquer mérito que se tenha adquirido em sua vida por algumas atividades piedosas se torna completamente infrutífero se não observarmos o jejum de Ekadashi e adorarmos o Senhor Vishnu no mês de Kartika.  Portanto, ó Narada, deves sempre adorar o Senhor Supremo, Janardana, e prestar serviço para Ele.  Assim obterás a meta desejada, a mais alta perfeição.

No Haribodhini Ekadashi, um devoto do Senhor não deve comer na casa de outro ou comer alimento cozido por um não-devoto.  Se o fizer, apenas alcança o mérito de jejuar num dia de lua cheia.  Discussöes filosóficas das escrituras no mês de Kartika agradam Sri Vishnu mais que se doarmos elefantes e cavalos como caridade ou realizarmos um custoso sacrifício. Quem quer que cante ou ouça descriçöes das qualidades e passatempos do Senhor Vishnu, mesmo que apenas metade ou um quarto de verso, obtém o maravilhoso mérito derivado por dar cem vacas a um brahmana.  ó Narada, durante o mês de Kartika se deve abandonar toda sorte de deveres comuns e dedicar todo tempo e energia, especialmente enquanto se jejua, a discutir os passatempos transcendentais do Senhor Supremo.  Tal glorificação de Sri Hari no dia tão querido pelo Senhor, Ekadashi, libera cem geraçöes anteriores.  Quem passa seu tempo desfrutando de tais discussöes, especialmente no mês de Kartika, obtém os resultados de realizar dez mil sacrifícios de fogo e queima todos seus pecados até cinzas.

Aquele que ouve as maravilhosas narrativas concernentes ao Senhor Vishnu, particularmente durante o mês de Kartika, automaticamente acumula o mesmo mérito como de uma pessoa que doa cem vacas como caridade.  ó grande sábio, uma pessoa que canta as glórias do Senhor Hari no Ekadashi obtém o mérito acumulado por doar sete ilhas."

Narada Muni perguntou a seu glorioso pai:  "ó senhor universal, ó melhor dos semideuses, por favor conta-me como observar esse mais sagrado Ekadashi.  Que tipo de mérito ele confere aos fiéis?"

O Senhor Brahma respondeu:  "ó filho, uma pessoa que quer observar esse Ekadashi deve acordar cedo na manhã de Ekadashi, durante o horário de brahma-muhurta (uma hora e meia antes do sol nascer até cinquenta minutos antes do alvorecer).  Deve então limpar os dentes e tomar banho num lago, rio, lagoa ou poço, ou em sua própria casa, conforme a situação permitir.  Após adorar o Senhor Sri Keshava, deve ouvir cuidadosamente as sagradas descriçöes do Senhor. Deve orar assim ao Senhor:  "ó Senhor Keshava, vou jejuar neste dia, que Lhe é tão querido, e amanhã honrarei Tua sagrada prasadam.  ó Senhor de olhos de lótus, ó infalível, és meu único refúgio.  Por bondade, proteja-me."

Tendo falado esta solene oração diante do Senhor com grande amor e devoção, deve-se jejuar alegremente.  ó Narada, quem permanecer acordado a noite toda neste Ekadashi, cantando lindas cançöes glorificando o Senhor, dançando em êxtase, tocando deliciosa música instrumental para o prazer transcendental Dele, e recitando os passatempos do Senhor Krishna conforme registrados na literatura védica fidedigna - tal pessoa certamente residirá muito além dos três mundos, no reino eterno, espiritual de Deus.

No Haribodhini Ekadashi se deve adorar Sri Krishna com cânfora, frutas, e flores aromáticas, especialmente a flor amarela agaru.  Não devemos nos absorver em ganhar dinheiro neste dia importante.  Em outras palavras, devemos trocar a cobiça pela caridade.  Este é o processo para transformar perdas em ilimitado mérito. Devemos oferecer muitos tipos de frutas ao Senhor e banhá-Lo com água de uma concha.  Cada uma dessas práticas devocionais, quando realizada no HaribodhiniEkadashi, é dez milhöes de vezes mais benéfica que tomar banho em todos locais de peregrinação e dar todas formas de caridade.

Mesmo o Senhor Indra junta suas palmas e oferece suas reverências ao devoto que adora o Senhor Janardana com flores agasthya nesse dia.  O Supremo SenhorHari fica muito satisfeito quando Ele é decorado com belas flores agastya.  ó Narada, eu dou liberação a quem devotadamente adora o Senhor Krishna nesteEkadashi no mês de Kartika com folhas da árvore bel.  E para quem  adora o Senhor Janardana com folhas frescas de tulasi e flores fragrantes durante este mês, ó filho, queimo pessoalmente até cinzas todos pecados que tenha cometido por dez mil nascimentos.

Quem meramente vê Tulasi Maharani, toca nela, medita nela, narra sua história, oferece reverências a ela, ora por sua graça, planta ela, adora ela, ou rega ela, vive eternamente na morada do Senhor Hari.  ó Narada, quem serve Tulasi devi destas nove maneiras alcança felicidade no mundo superior por tantos milhares de yugasquanto há raízes e sub-raízes crescendo de uma planta tulasi madura.  Quando uma planta tulasi adulta produz sementes, muitas plantas crescem destas sementes e estendem seus galhos, galhinhos e flores, e estas flores produzem numerosas sementes.  Por tantos kalpas quanto houver sementes produzidas desta maneira, os antepassados de  quem serve tulasi destes nove modos viverão na morada do Senhor Hari. (3)

Aqueles que adoram o Senhor Keshava com flores kadamba, que são muito agradáveis a Ele, conseguem Sua misericórdia e não vêem a morada de Yamaraja, a morte personificada.  Qual o sentido de adorar outra pessoa se todos desejos podem ser realizados por satisfazer o Senhor Hari?  Por exemplo, um devoto que oferece a Ele flores bakulaashoka e patali se livra da miséria e sofrimento pelo tempo que o sol e a lua existirem neste universo, e afinal alcança liberação.  ómelhor dos brahmanas, uma oferenda de flores kannera ao Senhor Jagannatha traz tanta misericórdia ao devoto quanto a que se acumula ao adorar o SenhorKeshava por quatro yugas.  Quem oferece flores de tulasi (manjaris) a Sri Krishna durante o mês de Kartika, recebe mais mérito do que pode ser obtido por doar dezmilhöes de vacas. (4) Mesmo uma oferenda devocional de brotos de grama recém-plantados traz consigo cem vez o benefício obtido por adoração ritualística comum ao Supremo Senhor.

Quem adora o Senhor Vishnu com as folhas da árvore samika se liberta das garras de Yamaraja, o senhor da morte.  Quem adora Vishnu durante a estação chuvosa com flores de champaka ou jasmim, nunca retorna ao planeta terra novamente.  Quem adora o Senhor com apenas uma só flor de kumbhi, alcança a benção de doar um pala de ouro (duzentas gramas).  Se um devoto oferece uma só flor amarela de ketaki, ou maça-silvestre, para o Senhor Vishnu, que cavalga Garuda, ele se liberta dos pecados de dez milhöes de nascimentos.  Além do mais, quem oferece ao Senhor Jagannatha flores e também cem folhas ungidas com pasta vermelha e amarela de sândalo certamente virá a residir em Svetadvipa, muito além da cobertura desta criação material.

ó maior dos brahmanas, Sri Narada, após assim adorar no Haribodhini Ekadashi o Senhor Keshava, Aquele que concede toda felicidade material e espiritual, deve-se levantar cedo na manhã seguinte, tomar banho num rio, cantar japa (5) dos santos nomes de Krishna, e prestar serviço devocional amoroso ao Senhor em casa, o melhor que se puder.  Para quebrar o jejum, o devoto deve primeiro oferecer alguma prasadam a brahmanas e só depois, com a permissão deles, comer alguns grãos.  Depois disso, para agradar o Supremo Senhor, o devoto deve adorar seu mestre espiritual, o devoto mais puro do Senhor, e oferecer-lhe alimento suntuoso, bom tecido, ouro, e vacas, segundo suas posses.  Isso certamente agradará o Senhor Supremo, que segura o disco.

Em seguida o devoto deve doar uma vaca a um brahmana, e se o devoto negligenciou seguir algumas regras e regulaçöes da vida espiritual, deve confessá-las diante dos devotos brahmanas do Senhor. Então o devoto deve oferecer a eles algum dakshina (dinheiro).  ó rei, aqueles que comeram jantar no Ekadashi devem alimentar um brahmana no dia seguinte.  Isso agrada muito à Suprema Personalidade de Deus.

ó filho, se um homem jejuou sem pedir permissão a seu sacerdote, ou se uma mulher jejuou sem pedir permissão a seu marido, ele ou ela deve doar um touro a umbrahmana.  Mel e iogurte também são presentes adequados para um brahmana.  Quem só comeu frutas no Ekadashi deve doar frutas no dia seguinte.  Quem jejuou de óleo, deve doar ghee em caridade, quem jejuou de ghee deve doar leite, e quem jejuou de grãos deve doar arroz; quem dormiu no chão deve doar um catre com uma colcha, quem comeu numa folha a guiza de prato deve doar um pote de ghee, quem permaneceu em silêncio deve doar um sino, e quem jejuou de gergelim deve doar ouro em caridade e alimentar um casal brahmana com alimento suntuoso.  Um homem que queira prevenir calvície deve doar um espelho a umbrahmana, quem tem sapatos de segunda mão deve doar sapatos, e quem jejuou do sal deve doar algum açúcar para um brahmana.  Durante este mês todos devem regularmente oferecer uma lamparina de ghee ao Senhor Vishnu ou a Srimati Tulasi-devi num templo.

Um jejum de Ekadashi é completo quando se oferece a um brahmana qualificado um pote de ouro ou cobre cheio de ghee e mechas de ghee, junto com oito potesd'água contendo algum ouro e coberto por panos.  Quem não pode custear tais presentes deve ao menos oferecer a um brahmana algumas palavras doces.  Quem assim fizer certamente alcançará o pleno benefício de jejuar no Ekadashi.(6)

Após oferecer reverências e implorar permissão, o devoto deve comer sua refeição.  Nesse Ekadashi, finda o Chaturmasya, portanto aquilo que se evitou durante oChaturmasya agora deve ser doado aos brahmanas.  Quem segue esse processo de Chaturmasya recebe ilimitado mérito, ó rei dos reis, e retorna à morada do Senhor Vasudeva após a morte.  ó rei, quem observa este Chaturmasya completo sem uma falha atinge felicidade eterna e não recebe outro nascimento.  Mas se a pessoa quebra o jejum, se torna ou um cego ou um leproso.

Assim narrei o processo completo para observar Haribodhini Ekadashi.  Quem ler ou ouvir sobre este Ekadashi alcança o mérito obtido por doar vacas a umbrahmana qualificado."

Assim termina a narrativa das glórias de Kartika-shukla Ekadashi - também conhecido como Haribodhini Ekadashi ou Devothani Ekadashi - conforme o SkandaPurana

Notas:

(1) Os Vedas declaram:

shudrannam shudra-samparkam
shudra stri-maithunam vatha
iha janmani shudratvam
chandalah shata janmanam

"Quem come na casa de um shudra, faz amizade com um shudra, ou tem sexo com uma mulher shudra já se torna um shudra nesta vida.  Seus cem nascimentos seguintes serão nas casas de comedores de cachorros."

(2) O Padma Purana declara, namno balad yasya hi papa-buddhir na vidyate tasya yamair hi suddhih.  "Se uma pessoa comete pecados sabendo, baseando-se na força do cantar do santo nome do Senhor, não há meio de purificar-se.  Pecados cometidos sabendo são chamados de "molhados", enquanto os cometidos sem saber se chamam de "secos".  Aqui o Senhor Brahma diz que por observar Haribodhini Ekadashi se pode erradicar todos pecados, tanto molhados como secos.

(3) Um kalpa, que é doze horas do Senhor Brahma, dura 4.320.000.000 anos.  Como o Senhor Krishna diz no Bhagavad-gita 8.21 que "quem chega até Minha morada nunca retorna ao mundo material", entende-se que durante o bilhão de kalpas em que o devoto reside na morada do Senhor Vishnu, ele realizará serviçodevocional e assim se tornará qualificado para permanecer lá eternamente.

(4) Manjaris oferecidos ao Senhor devem ser recém-brotados e muito suaves.  Manjaris mais velhos e duros não se deve oferecer ao Senhor.

(5) No Bhagavad-gita 10.25 o Senhor Krishna diz:  yajnanam japa yajna 'smi, "Entre os sacrifícios sou a japa, o cantar dos santos nomes".  O Kali ShantaranaUpanishad declara que na Kali-yuga o cantar do Hare Krishna maha-mantra, que consiste de dezesseis palavras, é o melhor meio de salvação.  As dezesseis palavras no Hare Krishna mantra, que Sri Chaitanya Mahaprabhu pregava, são Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, RamaRama, Hare Hare.


http://radioharekrishna.com/Haribodhini_Devotthani_jejum_de_Ekadasi_24.html

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domingo, 2 de novembro de 2014

O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: A posição das escolas austríaca, de Chicago, keyne...

O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: A posição das escolas austríaca, de Chicago, keyne...: A seguir, a posição das quatro principais escolas de pensamento econômico a respeito de 17 questões econômicas fundamentais. 1) Qu...

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A posição das escolas austríaca, de Chicago, keynesiana e marxista em 17 questões econômicas

A seguir, a posição das quatro principais escolas de pensamento econômico a respeito de 17 questões econômicas fundamentais.


Hayek Mises 2.jpg
1) Qual é a importância econômica da propriedade privada?

Resposta marxista: A propriedade está no centro das mais severas desigualdades e opressões da civilização moderna.  Somente por meio da regulamentação, da transferência de renda, da redistribuição de riqueza e da propriedade comunal pode uma sociedade alcançar a igualdade, a justiça e a dignidade humana para todos.
Resposta keynesiana: A propriedade é um componente importante do nosso sistema social, mas não faz sentido dizer que há um "direito" de propriedade.  A propriedade deve estar sempre sujeita a regulamentações e até mesmo a sofrer modificações em nome do bem comum.  O estado deve intervir para impedir abusos de poder econômico, mesmo que isso reduza as tradicionais regalias dos proprietários.
Resposta de Chicago: A propriedade é de importância central para a prosperidade e para o crescimento econômico.  Consequentemente, é de suma importância que o estado — ou, mais abstratamente, a lei — mantenha e, sempre que necessário, modifique todo o conjunto de direitos de propriedade a fim de melhor alocar os custos de transação e, com isso, promover o máximo de crescimento e eficiência econômica.  A propriedade não é algo que surge naturalmente; ela é o produto final do sistema legal. 
Resposta austríaca: A propriedade é uma relação que surge naturalmente entre seres humanas e coisas materiais.  A propriedade e os direitos do proprietário sobre sua propriedade tornam possível o cálculo econômico, permitem uma mais ampla e mais produtiva divisão do trabalho e, consequentemente, níveis crescentes de prosperidade.  Com efeito, a civilização em si é inconcebível sem propriedade privada.  Qualquer transgressão à propriedade resulta em perda de liberdade e de prosperidade.
2) O que é o DINHEIRO e como ele surge?
Resposta marxista: O dinheiro é um veículo para a exploração do proletariado.  O dinheiro distorce o valor real das coisas.  O dinheiro não é nem necessário nem desejável.  Ele é apenas um produto artificial arbitrário da história.  O progresso social levará a mudanças sociais revolucionárias, dentre as quais a eliminação do dinheiro.  Isto irá acabar com a exploração e resultará em uma sociedade que tenha por objetivo a satisfação das necessidades reais, e não os lucros financeiros privados.
Resposta keynesiana: O dinheiro é uma criatura do estado.  Instituições monetárias sadias requerem planejamento e um banco central.  Bancos centrais também podem estabilizar mercados.  Bancos centrais podem neutralizar as flutuações cíclicas que ocorrem no setor privado expandindo mais aceleradamente a oferta monetária durante recessões e reduzindo esta expansão durante os períodos de crescimento econômico.  O controle estatal do dinheiro é o segredo para se bem gerenciar a economia.
Resposta de Chicago: O dinheiro pode se originar do escambo, mas interesses privados provavelmente não irão aperfeiçoá-lo de modo a satisfazer as necessidades de uma economia moderna.  Uma economia tem de ter um banco central para sustentar o setor financeiro.  Esforços para se manipular a economia por meio de constantes alterações na oferta monetária irão, na melhor das hipóteses, fracassar; na pior, gerarão severos problemas.  As autoridades monetárias não devem aumentar a oferta monetária arbitrariamente.  Elas devem aumentá-la a uma taxa constante, e que seja correspondente à taxa de crescimento de longo prazo da economia.
Resposta austríaca: O DINHEIRO sempre surge do escambo.  Em uma economia de escambo, é extremamente raro um indivíduo conseguir encontrar uma pessoa que tenha o desejo de trocar seus bens pela exata quantidade de bens que este indivíduo esteja portando.  Esta dificuldade de comércio resulta no surgimento de moedas-commodities.  Commodities duráveis, facilmente reconhecíveis, portáveis e divisíveis, como o ouro e a prata, tipicamente assumem as qualificações de ser o melhor e mais confiável tipo de dinheiro disponível.  O dinheiro e as instituições relacionadas a ele surgem como uma consequência não-premeditada do comércio e do interesse próprio.  A evolução do dinheiro e destas instituições ocorrerá mais harmoniosamente caso seja deixada a cargo das forças concorrenciais de mercado que os criaram.  Intervenções estatais irão resultar em inflação e produzir várias outras distorções.
3) Qual é a origem do valor econômico de um bem?
Resposta marxista: O valor de uma mercadoria é igual à quantidade total de trabalho utilizada em sua produção.  Se uma bicicleta possui o mesmo valor de mercado de, digamos, 500 ovos, então podemos dizer que 1 bicicleta = 500 ovos.  Em que consiste esta igualdade?  Obviamente, não estamos dizendo que a bicicleta é "igual" aos ovos; não estamos dizendo que ambos possuem propriedades físicas semelhantes.  Se examinarmos a questão cuidadosamente, concluiremos que aquilo que ambos têm em comum é a quantidade de trabalho utilizada em sua produção.
Resposta Historicista (não existe uma resposta propriamente keynesiana para esta pergunta): O valor econômico é uma questão complexa que não pode ser explicada por meio de fórmulas simples.  Para entender por que as pessoas de uma determinada sociedade valoram algumas coisas mais favoravelmente do que outras, temos de estudar sua cultura e sua história.  Por exemplo, uma tribo indígena pode ter estimado um determinado animal como sendo sagrado.  Já os europeus brancos, obviamente, não compartilhavam deste sistema de valores e, por isso, chacinavam os animais.  O mesmo é válido para um bem ou serviço no mercado.
Resposta de Chicago: O valor de um bem é determinado pela interdependência entre oferta e demanda, ou por aquilo que pode ser chamado de interação do custo e da utilidade.  Contrariamente a algumas escolas de pensamento econômico que tentam explicar o valor com base apenas na utilidade, a abordagem correta é aquela de Alfred Marshall, que percebeu que o valor econômico se deve tanto às preferências subjetivas quanto às condições tecnológicas objetivas.  Para ver isso mais claramente, considere que, se os custos de produção de um determinado bem subirem, seu preço final neste novo equilíbrio terá de ser maior na mesma proporção.
Resposta austríaca: Objetos físicos como uma banana ou um automóvel não possuem um valor econômico intrínseco.  Ao contrário: somente uma mente humana pode atribuir valor a estes itens; e somente então podem os economistas classificar estes itens como sendo bens.  Um objeto só é valioso se houver ao menos um ser humano que acredite que este objeto poderá ajudar a satisfazer seus desejos subjetivos.  Por exemplo, uma determinada raiz que cure o câncer.  Se ninguém souber deste fato, esta raiz não terá nenhum valor econômico, e as pessoas não trocarão dinheiro por ela.  Consequentemente, o valor é gerado pelos desejos subjetivos de um indivíduo e por suas crenças quanto às propriedades causativas de um determinado item.
4) Qual é o método correto de se conduzir pesquisas na ciência econômica?
Resposta marxista: Para ser científico, temos de modificar esta tradicional abordagem economicista de ver a sociedade como sendo nada mais do que uma coleção atomística de indivíduos egoístas.  Na realidade, os seres humanos se consideram parte de um todo social mais amplo.  Uma maneira mais proveitosa de se fazer pesquisas seria estudar os grupos complexos com os quais as pessoas se identificam, sejam eles divididos por classe, raça ou sexo.  Tal análise iria revelar o inegável poder dos relacionamentos na sociedade, e forneceria uma compreensão muito melhor dos eventos econômicos do que os típicos e simplistas modelos econômicos atuais.
Resposta keynesiana: A pergunta é enganosa.  A economia não pode realmente ser científica no sentido convencional do termo.  Na física, temos "leis" fixas que são as mesmas para todas as sociedades e para todos os períodos de tempo.  Em contraste, não existem leis fixas na economia.  O economista pode estudar um determinado episódio histórico e concluir que, digamos, o controle dos preços dos alugueis não alcançou seus objetivos quando foi tentado em Manhattan após a Segunda Guerra Mundial.  No entanto, isso não significa que esta política não funcionaria na Paris da atualidade.  Tudo vai depender de os governantes tomarem o cuidado de evitar os erros do passado.
Resposta de Chicago: Assim como o físico, o economista (se ele quiser ser científico) deve construir um modelo preciso que forneça previsões quantitativas sobre variáveis econômicas, tais como PIB e desemprego.  Ato contínuo, o economista deve testar estas previsões e compará-las aos dados reais coletados pelos pesquisadores estatísticos.  A todo e qualquer momento, a melhor "teoria" — ou explicação — para um determinado fenômeno econômico será aquele modelo que fornecer a melhor aproximação entre previsões e dados reais coletados.
Resposta austríaca: O economista não deve imitar o comportamento dos cientistas naturais, pois as ciências sociais envolvem seres humanos.  A ação humana é caracterizada pelo comportamento intencional, o qual envolve o uso racional de meios para se alcançar os fins desejados.  Os próprios temas de estudo da ciência econômica — bens de capital, DINHEIRO, salários etc. — não são definidos por suas propriedades físicas ou químicas, mas sim pelas atitudes subjetivas ou mentais dos indivíduos em relação a estes temas.  Consequentemente, o método adequado para um economista conduzir sua pesquisa é começando com axiomas autoevidentes — como o de que indivíduos tentam alcançar a maior satisfação ao menor custo — e deles deduzir conclusões lógicas.
5) Qual é o motivo de existir uma taxa de juros, e deveria ela ser regulada?
Resposta marxista: "Juros" são apenas um eufemismo para lucros; um capitalista aufere juros quando ele gasta com salários e matérias-primas menos do que ele ganha ao vender o produto final.  Esta mais-valia é obtida pela exploração dos trabalhadores oprimidos que são contratados pelo capitalista.  Sob o sistema capitalista, baseado em salários, os trabalhadores são pagos o mínimo necessário para a sua sobrevivência, não obstante o produto total do seu trabalho exceder substancialmente a compensação que ganham de seus patrões.  Sob esse aspecto, o sistema de salários em nada difere da escravidão tradicional, em que o senhor de engenho se apropria do produto gerado pelo trabalho exaustivo de seus escravos, e com este fundo "paga" a eles apenas o suficiente para possibilitar sua simples sobrevivência.  Obviamente, juros são um componente selvagem das sociedades capitalistas, e irão desaparecer assim que o sistema de salários for aniquilado.
Resposta keynesiana: Os juros compensam os investidores por sua perda de liquidez.  A perda de liquidez ocorre quando eles colocam DINHEIRO EM um empreendimento ou o emprestam por um determinado período de tempo.  A taxa de juros é o preço da liquidez.  Os juros são um fenômeno monetário, e não um fenômeno "real" (como pensavam os economistas clássicos).  A economia moderna reconhece o papel das expectativas ou daquilo que pode ser genericamente chamado de "confiança no futuro".  Por exemplo, se a taxa de juros salta de 5% para 10%, isso não significa que as pessoas se tornaram mais imediatistas e mais orientadas para o consumo presente; isso pode simplesmente ser um reflexo da uma maior ansiedade a respeito da economia.  A manipulação governamental da taxa de juros é certamente uma das várias ferramentas necessárias para suavizar as flutuações econômicas, mas, por si só, esta medida é relativamente impotente.  Se todos estão temendo uma piora da recessão, empregadores não irão contratar mais trabalhadores ou construir mais fábricas, não importa o quão baixa esteja a taxa de juros.
Resposta de Chicago: Juros são um retorno sobre o capital; no equilíbrio, a taxa de juros é igual ao produto marginal do capital.  A situação é perfeitamente análoga ao mercado de trabalho, no qual os salários são iguais ao produto marginal do trabalho.  Há vários arranjos tecnológicos que irão gerar produtos em diferentes datas futuras, e os consumidores têm preferências por consumir em diferentes datas futuras.  Na margem, o consumo presente será preferível ao consumo futuro, mas uma unidade extra de capital investido irá gerar um incremento na produção (disponível no futuro) de modo a fazer com que o consumidor seja indiferente entre consumir agora ou esperar uma unidade adicional de tempo para consumir a oferta futura maior possibilitada pela produtividade do capital.  O governo não deve interferir nas taxas de juros pelas mesmas razões pelas quais ele não deve interferir nos salários.
Resposta austríaca: Juros são uma consequência de um fato apriorístico: tudo o mais constante, o indivíduo prefere usufruir um bem no presente a usufruir este mesmo bem no futuro.  Um bem presente possui um valor maior do que este mesmo bem no futuro.  Ceteris paribus, o indivíduo prefere consumir hoje a deixar para depois.  O preço atual de um computador pode ser $1.000, mas o preço de uma ordem de entrega deste mesmo computador para daqui a um ano seria menor do que $1.000 — seria, por exemplo, $900.  Um empreendedor pode investir $900 em mão-de-obra e materiais com o objetivo de vender um produto ano que vem por $1.000; este juro implícito de $100 que ele irá auferir se deve ao fato de que os fatores de produção "representam" hoje os bens que serão produzidos no futuro e por isso o preço atual destes fatores (os $900) é menor do que o preço final dos bens produzidos no futuro ($1.000).  Para abrir mão de $900 agora, é natural que o empreendedor espere receber uma soma maior do que $900 no futuro.  Obviamente, o governo não tem de interferir na taxa de juros de mercado, uma vez que ela meramente reflete o bônus subjetivo que os indivíduos atribuem a um bem presente em relação a um bem futuro.
6) Qual é o impacto econômico da poupança?
Resposta marxista: A vasta acumulação de riqueza por determinadas classes e famílias cria uma oligarquia econômica que exclui aqueles que não conseguem uma posição dentro do sistema econômico.  Impostos sobre herança, impostos sobre a renda, impostos sobre o lucro e impostos sobre dividendos são essenciais para uma sociedade que preze a igualdade.  Afinal, rendimentos sobre volumosas contas bancárias nada mais são do que renda imerecida, renda não oriunda do trabalho.  Nenhuma sociedade pode tolerar que algumas pessoas vivam com renda de juros ao passo que todas as outras vivam em total dificuldade, de contracheque em contracheque, penando para sobreviver apenas com seus magros salários mínimos.
Resposta keynesiana: Em tempos normais, poupar não é algo economicamente nocivo; mas em um cenário de recessão, poupar pode fazer com que a economia entre em uma espiral descendente.  Poupar significa reduzir os gastos em consumo, mas esta poupança pode não se traduzir em gastos em investimentos por causa do pessimismo dos investidores.  Isto irá reduzir a demanda total da economia e levar ao desemprego.  Uma maneira de corrigir isto é expandindo a oferta monetária para manter as taxas de juros baixas.  Tal medida irá sustentar o investimento privado e estimular o gasto total na economia.  As autoridades fiscais e monetárias têm de implementar políticas que desestimulem o entesouramento de dinheiro e estimulem os gastos correntes.  Quanto à poupança para o ciclo da vida dos indivíduos, é necessário ter uma rede de seguridade social que irá bancar as pessoas quando elas estiverem mais velhas.
Resposta de Chicago: Não há investimentos — e, consequentemente, crescimento econômico — sem poupança.  Por esta razão, o estímulo à poupança tem de ser uma prioridade econômica.  A inflação desestimula a poupança, e é por isso que uma política monetária que garanta preços estáveis tem de ser a prioridade de um banco central.  Estudos empíricos mostram que a poupança ocorre ao longo do ciclo da vida dos indivíduos.  Erros de cálculo podem ocorrer, e é por isso que o governo deve incentivar a previdência privada, um sistema que é mais eficiente do que a Previdência pública porque gera maiores retornos.
Resposta austríaca: Poupar (que significa se abster do consumo presente) é essencial para a formação de capital, mas não há uma proporção socialmente ótima entre consumo e poupança que deveria predominar em uma sociedade.  Tudo vai depender da preferência temporal dos indivíduos, isto é, da proporção em que as pessoas preferem bens presentes a bens futuros.  Indivíduos podem optar por consumir em vez de investir ou vice-versa.  A intervenção estatal tem o poder de distorcer estas escolhas, subsidiando ou tributando a poupança ou o consumo ou ambos.  Para que prevaleça a combinação que melhor reflita as genuínas preferências dos indivíduos, o governo não pode adotar nenhuma política com relação à poupança, mesmo para o caso de se poupar para a velhice.
7) Qual deve ser a função e o tamanho adequado do governo?
Resposta marxista: O mercado é uma arena em que os poderosos interesses corporativos exploram livremente os trabalhadores e os consumidores.  O capitalismo empobrece e aliena as massas ao mesmo tempo em que enriquece algumas poucas elites.  Ele também devasta o ambiente e estimula a violência.  Uma sociedade genuinamente humana aboliria a propriedade privada, exceto para bens pessoais (por exemplo, roupas e sapatos).  Arranjos comunais na produção e na distribuição de bens gerariam uma sociedade mais justa, mais feliz e mais realizada para todos.
Resposta keynesiana: Os mercados, além de serem incapazes de propiciar instituições fundamentais, sofrem de graves e substanciais imperfeições no que diz respeito à produção de bens e serviços.  Por exemplo, a instabilidade nos mercados gera crises recorrentes e leva a uma crescente desigualdade.  Devemos sim deixar para o mercado a tarefa de produzir a maior parte dos bens e serviços, mas o governo tem de ter a autoridade arbitrária para intervir em todos os mercados e corrigir suas falhas perceptíveis.  Desta forma, o estado e o mercado podem trabalhar em conjunto, seguindo um modelo de parceria público-privada.
Resposta de Chicago: Os mercados fornecem todos os bens de capital e de consumo de maneira relativamente eficiente.  No entanto, por várias razões econômicas e políticas, as transações privadas para serviços e instituições fundamentais, como justiça, dinheiro e defesa, não podem ser feitas pelo mercado, que fracassaria fragorosamente nestas tarefas.  Não faz nenhum sentido discutir mercados sem antes conceder a necessidade da existência do estado.  O governo tem de existir para fiscalizar e impingir as "regras do jogo".  Sem isso, a sociedade desanda para o caos.  O governo tem de estabelecer e impor regras básicas para a sociedade, mas sempre evitando intervenções arbitrárias ou desestabilizadoras nos mercados.
Resposta austríaca: A ordem em uma sociedade pode emergir das transações voluntárias entre os indivíduos.  As pessoas podem voluntariamente incorrer em transações privadas para obter qualquer coisa que valorizem, inclusive justiça e segurança.  Dado que todas as escolhas voluntárias envolvem o julgamento subjetivo de situações futuras, cada indivíduo tem a capacidade de saber quais bens e serviços são os mais adequados para ele, inclusive serviços como proteção e resolução de disputas.  Idealmente, o governo estaria limitado apenas à proteção dos direitos básicos de cada cidadão; mas o governo, como o conhecemos, protege apenas seus favoritos e viola os mais básicos direitos de propriedade do cidadão comum.  Todos os esforços para se limitar os poderes do estado tendem a fracassar.  Instituições privadas de segurança e arbitramento são mais eficientes e morais do que suas congêneres estatais.
8) O que gera crescimento econômico?
Resposta marxista: O processo capitalista gera crescimento econômico, mas isso é uma falácia lógica.  Embora o capitalismo seja o sistema mais produtivo, a distribuição de riqueza sob o capitalismo é completamente errada e injusta.  Classes inteiras de cidadãos são deixadas à margem do sistema.  Os capitalistas se aproveitam dos trabalhadores pagando-lhes os salários mais baixos possíveis em vez de o real valor de sua mão-de-obra.  Portanto, o capitalismo produz os bens e os entrega, mas para as pessoas erradas.  É urgente construirmos uma democracia dos trabalhadores, em que a produtividade ande de mãos dadas a uma distribuição de renda mais justa.
Resposta keynesiana: A demanda gerada pelo consumo privado não é o suficiente para gerar crescimento econômico.  O gasto privado geral é frequentemente muito baixo, muito manipulado pelas grandes empresas, e repleto de escolhas que ignoram as prioridades sociais.  Os consumidores podem estar poupando pouco ou em excesso.  Isto faz com que, muitas vezes, déficits orçamentários do governo sejam necessários para estimular a economia.  Da mesma maneira, o gasto privado é incapaz de ofertar bens públicos.  O gasto estatal nestas áreas é necessário para o crescimento econômico — particularmente na educação, na infraestrutura e na pesquisa científica.
Resposta de Chicago: Uma relação equilibrada entre demanda agregada e oferta agregada é a principal determinante do crescimento econômico.  Dado que os mercados privados nem sempre podem fornecer tal cenário, ambientes institucionais estáveis são necessários.  O setor público possui um papel vital em assegurar o crescimento econômico fornecendo um arcabouço de instituições financeiras e jurídicas.  Uma variedade de esforços do setor público, como baixas taxas de juros e subsídios, podem também ter um papel positivo.  Uma quantidade muito limitada de regulamentações também se faz necessária, mas isso não é necessariamente verdade em todos os casos.
Resposta austríaca: A fonte do crescimento econômico são as trocas voluntárias e mutuamente benéficas entre os indivíduos.  Dentro de uma economia baseada em transações voluntárias, os consumidores gastam uma parte da sua renda em bens e serviços com o intuito de satisfazer seus desejos mais imediatos.  Isto estimula a produção corrente.  Simultaneamente, os consumidores poupam uma parte de sua renda visando a satisfazer, no futuro, seus desejos que hoje são menos imediatos.  Isto sinaliza para os empreendedores como deve ser a estrutura produtiva voltada para o longo prazo.  Esta proporção entre consumo e poupança determina a estrutura de produção da economia, mostrando quais bens são mais demandados no presente e quais bens devem ser produzidos para o longo prazo.  Este arranjo leva ao desenvolvimento de mercados de capitais mais sofisticados.  Contratos privados, concorrência nos mercados e instituições privadas que possibilitam investimentos e acumulação de capital são todo o necessário para se obter um crescimento econômico ótimo.
9) O que gera os ciclos econômicos?
Resposta marxista: A concorrência acirrada em virtude de lucros declinantes e de uma crescente monopolização gera crises cada vez maiores sob o capitalismo.  Os capitalistas investem em máquinas que diminuem a necessidade de mão-de-obra com o intuito de manter o desemprego alto e os salários baixos.  A concorrência leva a taxas de lucro declinantes e a recessões.  Neste cenário, alguns capitalistas se darão bem, aumentando sua riqueza em virtude da aquisição barata do capital de outros capitalistas falidos, o que elevará sua lucratividade no momento.  No entanto, a tendência inerente ao capitalismo de sempre reduzir as taxas de lucro levará a mais desemprego e a uma outra depressão.
Resposta keynesiana: As expansões econômicas começam em um cenário de otimismo excessivo, frequentemente estimulado por mudanças tecnológicas, o que resulta em um frenesi especulativo.  Em seguida, uma deficiência no gasto total gera as recessões/depressões.  Quanto a poupança total excede o investimento total, o gasto total com bens sofre uma queda.  Isto reduz a demanda pela mão-de-obra necessária para se produzir estes bens.  Consequentemente, o pessimismo entre os investidores e empresários leva a uma demanda agregada insuficiente e a tempos econômicos difíceis.
Resposta de Chicago: Variações na oferta monetária fazem com que o crescimento do PIB se desvie de sua tendência geral de longo prazo.  Sem estas variações, a economia se mantém relativamente estável.  Variações na oferta monetária geram expansões econômicas inflacionárias e recessões.  Defasagens no ajuste do nível dos salários dentro destes ciclos fazem com que estas flutuações econômicas gerem mudanças significativas nas taxas de desemprego.
Resposta austríaca: A expansão da oferta monetária reduz artificialmente as taxas de juros.  Isto provoca uma acentuada elevação nos investimentos e nos gastos em consumo.  A redução artificial dos juros faz com que os empreendedores incorram em investimentos de longo prazo, pois estes agora se tornaram mais lucrativos, ao mesmo tempo em que estimula os consumidores a se endividarem mais e a se tornarem mais imediatistas, mais voltados para o consumo imediato.  Disso surge uma descoordenação na economia.  A relação temporal entre poupança e investimento, produção e consumo, torna-se desarranjada e descompassada.  Os preços sobem.  A receita futura esperada pelos investidores não se concretiza, pois nunca houve um aumento na poupança que possibilitasse uma maior renda futura dos consumidores.  Os processos de mercado revelam que vários investimentos não apenas não são lucrativos, como na realidade representam capital investido de maneira errônea e insustentável.  Recursos escassos foram desperdiçados em projetos cujos retornos foram sobrestimados.  Estes investimentos são então liquidados, o que dá início à recessão.
10) Qual é a política correta para se combater recessões?
Resposta marxista: As recessões servem como um lembrete à sociedade de que o laissez-faire é uma política fracassada.  Com todas as recessões, as autoridades políticas já deveriam ter aprendido que já passou da hora de o governo domar os especuladores e regular mais severamente as corporações.  Mais setores da economia têm de ficar sob controle público, mesmo que isto signifique a estatização de todo o setor industrial.  Devemos isso às verdadeiras vítimas dos ciclos econômicos: o proletariado.
Resposta keynesiana: Além das tradicionais medidas de expansão fiscal e monetária, é essencial que o governo proteja as indústrias que foram mais duramente atingidas pela recessão.  O governo também deveria proteger os trabalhadores, impedindo que eles sejam demitidos, além de fornecer benefícios aos desempregados.  Os consumidores não devem poupar, mas sim gastar ainda mais.  Simultaneamente, as empresas deveriam pegar dinheiro emprestado a juros zero tanto dos bancos quanto do próprio governo.  Apenas com estas medidas o equilíbrio produtivo pode ser restaurado. 
Resposta de Chicago: O Banco Central pode estimular a economia reduzindo as taxas de juros e o governo pode aumentar a demanda agregada por meio de um aumento temporário dos gastos, mesmo que para isso tenha de incorrer em déficits orçamentários.  Assim que a economia voltar ao normal, o Banco Central pode permitir que os juros subam e o governo pode restringir seus gastos.
Resposta austríaca: A recessão é apenas a revelação de que havia um conjunto de descoordenações e investimentos errôneos e insustentáveis em toda a economia em decorrência de uma política monetária expansionista.  Trata-se de uma etapa essencial do ciclo econômico, que irá liquidar os investimentos ruins e liberar recursos até então imobilizados nestes investimentos, permitindo que eles agora possam ser utilizados por outros setores da economia.  Não apenas o governo não deve combater a recessão, como deve permitir que ela siga seu curso até o fim, limpando os investimentos ruins de toda a economia.  Políticas contracíclicas são contraproducentes e logram apenas prolongar a recessão.  Recessões futuras podem ser impedidas por meio de uma reforma do sistema monetário, que é a real causa dos ciclos econômicos.
11) Quão viável é o socialismo?
Resposta marxista: O socialismo não apenas é uma opção eminentemente viável, como é para ele que a história está inexoravelmente nos levando.  Porém, o socialismo ainda enfrenta resistências por causa da influência que o grande capital exerce sobre os atuais sistemas políticos.  Como é possível o socialismo funcionar?  Assim como o planejamento em períodos de guerra, os planejadores socialistas podem monitorar os estoques de bens e aumentar (diminuir) os preços quando os estoques diminuírem (aumentarem), desta forma ajustando os preços de modo a sempre deixá-los compatíveis com a demanda dos consumidores.  Os planejadores também podem ordenar que os administradores das sucursais locais desempenhem de maneira eficiente suas tarefas, o que fará com que a produção e a inovação fluam continuamente.  Este tipo de processo de tentativa e erro conduzido por pessoas de boa vontade pode funcionar pelo menos tão bem quanto o mercado, com a vantagem de não ter o custo social deste.  O socialismo não é nenhuma ciência astronáutica; ele é totalmente viável e pode funcionar melhor do que o capitalismo.
Resposta keynesiana: O capitalismo é produtivo, mas os capitalistas, quando deixados livres, colocam os lucros acima das pessoas, e egoisticamente descontam os interesses dos trabalhadores e dos consumidores.  Em uma sociedade, instituições como sindicatos, salários mínimos, leis antitruste, leis contra o trabalho infantil, leis trabalhistas e outras estruturas legais são essenciais para se solucionar os conflitos entre capitalistas e trabalhadores/consumidores.  É essencial que o governo administre alguns setores, como os de utilidades públicas e a educação, ao passo que empresas privadas podem cuidar da produção de bens e serviços, desde que sob forte regulamentação do estado.  O fato de havermos criado estas instituições mostra que aprendemos coisas boas com os socialistas.  Temos de parar de tratar o socialismo como se fosse algum tipo de bicho-papão.
Resposta de Chicago: A experiência nos mostra até o momento que o sistema de livre iniciativa tem sido mais produtivo do que a maioria dos experimentos socialistas já implantados.  Isto pode ser por causa da falta de incentivos para se produzir no socialismo ou por causa da baixa qualidade do planejamento utilizado.  Um mercado completamente desregulamentado, no entanto, também possui suas deficiências, e é por isso que ele tem de sofrer interferências em algumas áreas.  De qualquer maneira, é fútil tentar recorrer a alguma teoria geral que nos permita dizer, aprioristicamente, que todos os planejamentos socialistas fracassarão.  A história nos mostra que algumas formas de planejamento central funcionam muito bem.  Bancos centrais, por exemplo.  Um Banco Central incorre em um tipo de planejamento central, assim como o fazem também os juízes e os reguladores, e de maneira muito bem sucedida — desde que pessoas competentes estejam no comando, é claro.  A desejabilidade de uma intervenção estatal para além das funções clássicas do governo — criar e impor regras — irá depender de quão severas são as imperfeições do mercado em relação às imperfeições governamentais.
Resposta austríaca: A propriedade comunal dos meios de produção (por exemplo, das fábricas) impede a existência de mercados para bens de capital (por exemplo, máquinas).  Se não há propriedade privada sobre os meios de produção, não há um genuíno mercado entre eles.  Se não há um mercado entre eles, é impossível haver a formação de preços legítimos.  Se não há preços, é impossível fazer qualquer cálculo de preços.  E sem esse cálculo de preços, é impossível haver qualquer racionalidade econômica — o que significa que uma economia planejada é, paradoxalmente, impossível de ser planejada.  Sem preços, não há cálculo de lucros e prejuízos, e consequentemente não há como direcionar o uso de bens da capital para atender às mais urgentes demandas dos consumidores da maneira menos dispendiosa possível.  Em contraste, a propriedade privada sobre o capital e a liberdade de trocas resultam na formação de preços (bem como salários e juros), os quais refletem as preferências dos consumidores e permitem que o capital seja direcionado para as aplicações mais urgentes, ao mesmo tempo em que o julgamento empreendedorial tem de lidar constantemente com as contínuas mudanças nos desejos dos consumidores.  O socialismo, um sistema que na prática requer um estado totalitário, não é uma opção viável ao capitalismo.  Qualquer passo rumo ao socialismo é um passo rumo à irracionalidade econômica.
12) Qual a relação entre economia e ambiente?
Resposta marxista: A única solução definitiva para o problema da poluição e da degradação ambiental é a imposição de um severo limite sobre o desenvolvimento econômico.  Somente assim a qualidade de vida pode ser preservada.  É preciso deixar bem claro aos capitalistas que damos mais valor à qualidade de vida do que à produção e aos ganhos materiais.  E nem se trata de uma questão exclusivamente de lucros e pessoas.  O delicado ecossistema tem de ser protegido sob todos os aspectos, desde a mais ínfima forma de vida até o mais volumoso corpo de água — sem descuidar, é claro, da atmosfera, que não pode receber gás carbônico.  Tudo isso implica a urgente necessidade de se controlar rigidamente o crescimento populacional.
Resposta keynesiana: A poluição é um claro exemplo de falha de mercado.  Enquanto as grandes empresas estiverem lucrando, elas tenderão a utilizar os recursos de maneira excessiva, impondo pesados custos ambientais sobre todos nós.  Quanto aos terrenos mais valiosos, às florestas antigas e às espécies em risco de extinção, a tendência é de caça e exploração predatórias, com os capitalistas se aproveitando do que é valioso e sempre desconsiderando o interesse social da preservação.  É por isso que severas regulamentações ambientais têm de desempenhar um papel proeminente na proteção de terras, na preservação de espécies, no controle da poluição, na limpeza do ar e da água e, principalmente, em policiar e punir as empresas infratoras, deixando claro que os lucros não podem vir à custa da natureza.
Resposta de Chicago: A maioria das questões que envolvem o ambiente pode ser resolvida por meio de incentivos de mercado.  Mas os tribunais têm de ser transparentes ao definirem as fronteiras de cada propriedade para quando os conflitos surgirem.  Questões envolvendo externalidades podem ser resolvidas por meio de compensações entre os proprietários envolvidos na disputa, com o veredito sendo imposto por arbitragem estatal.  Quanto à poluição, ela pode ser minimizada por meio de um mercado para direitos de poluição, e estes direitos podem ser comercializados de modo que os custos da poluição recaiam sobre os poluidores.  Taxas para o uso de terras públicas são normalmente estipuladas em níveis muito baixos, o que acaba estimulando o uso excessivo.  Preços mais altos são o segredo para a conservação.
Resposta austríaca: Praticamente todas as questões relacionadas ao ambiente envolvem conflitos sobre propriedade.  Sempre que houver propriedade privada, os proprietários podem resolver estes conflitos por meio da proibição e da punição aos atos de transgressão.  O incentivo para se conservar é uma característica inerente à estrutura de incentivos criada pelo mercado.  O mesmo é válido para o incentivo de se preservar todas as coisas de valor.  A responsabilidade pelos danos à propriedade alheia tem de ser arcado pelo indivíduo que causou o estrago.  Propriedade comunal do ambiente, como existe hoje, não é a solução.  Dado que as florestas, por exemplo, não são geridas privadamente, a meta de se conseguir uma administração racional e "verde" sempre será enganosa.  Somente quando uma terra tem dono é que este possui vários incentivos para cuidar muito bem dela. Sua preocupação é com a produtividade de longo prazo.  Assim, caso ele decida, por exemplo, arrendá-la para uma madeireira, ele vai permitir a derrubada de um número limitado de árvores, pois não apenas terá de replantar todas as que ceifou, como também terá de deixar um número suficiente para a safra do próximo ano. 
13) Qual a função dos sindicatos?
Resposta marxista: Os sindicatos, como são formados atualmente, não podem consertar os defeitos do capitalismo.  É da própria natureza do capitalismo explorar os trabalhadores.  Dado que todo o capital advém do trabalho, os capitalistas têm necessariamente de pagar aos trabalhadores menos do que o real valor de seu trabalho.  Caso contrário, os capitalistas deixariam de existir.  Os sindicatos não podem mudar isto.  A única coisa que pode mudar tudo isto é a abolição do capitalismo e a imposição da propriedade comunal dos meios de produção.  Na medida em que os sindicatos representam um movimento de vanguarda com o poder de fazer esta revolução, eles devem ser defendidos e fortalecidos.
Resposta keynesiana: Sindicatos são vitais para uma sociedade livre.  Sindicatos funcionam como se fossem um poder compensatório, contrabalançando a influência do grande empresariado.  Logo, os sindicatos são necessários para impedir que os trabalhadores sejam explorados pelas grandes corporações.  O governo deve apoiar os sindicatos criando leis que asseguram o direito de se organizar e sindicalizar, e normalmente os trabalhadores sempre estão em melhor situação quando há representação sindical.
Resposta de Chicago: Sindicatos são monopolistas, mas podem servir a bons propósitos.  Sua função histórica tem sido a de contrabalançar a concentração do poder industrial.  Ao mesmo tempo, um domínio sindical excessivo também pode elevar os salários para valores acima do nível de competitividade e, com isso, reduzir o emprego e a produção.  Os efeitos dos sindicatos variam de acordo com circunstâncias específicas, de modo que não há base para se formar uma opinião geral quanto aos méritos dos sindicatos.  Tudo depende das circunstâncias do tempo e do lugar.
Resposta austríaca: Sindicatos são monopólios trabalhistas porque se beneficiam de privilégios governamentais.  Sindicatos têm como objetivo elevar os salários para valores acima dos de livre mercado.  Isto reduz as chances de emprego para trabalhadores menos qualificados e de baixa produtividade, reduzindo a produção geral de bens de consumo.  Sindicatos grevistas sempre recorrem à coerção — com o apoio do estado — para espoliar a propriedade de seus patrões, impedindo que os meios de produção continuem sendo utilizados por outros trabalhadores "fura-greves".  As lideranças sindicais são frequentemente corruptas e se aproveitam enormemente dos próprios trabalhadores sindicalizados, os quais sustentam compulsoriamente seus líderes.  Os sindicatos também trabalham para concentrar poder nas mãos de políticos sindicalistas.  Esta concentração de poder vai contra os interesses de uma sociedade livre. 
14) Os mercados criam e sustentam monopólios?  O que fazer quanto a isso?
Resposta marxista: Se há algo que a história do capitalismo nos mostra perfeitamente é que este sistema leva à concentração das empresas.  Com cada vez menos empresas ditando os termos, os resultados são preços cada vez maiores e salários cada vez menores.  Sindicatos e regulamentações antitruste já apresentaram algumas medidas bem sucedidas para coibir esta concentração, mas nenhuma destas duas instituições foi longe o bastante para reverter a tendência monopolística do mercado.  Temos também de questionar a ideia de que a própria concorrência deveria ser um objetivo político.  Muito frequentemente, ela é socialmente destrutiva, não passando de um slogan repetido por monopolistas para justificar seu comportamento explorador.  Uma sociedade formada pela cooperação entre todos, uma economia genuinamente democrática, deveria realmente ser o ideal.
Resposta keynesiana: O mercado tende a gerar monopólios de vários tipos e tamanhos.  O governo não deve permitir que empresas exercitem seu poder de monopólio ditando preços.  Um poder monopolista pode ser detectado por várias fórmulas matemáticas que comparam os custos de produção com o preço do produto final, sempre de acordo com um modelo de concorrência perfeita.  Monopólios geográficos podem não ser mais tão importantes quanto já foram, e isso se deve aos avanços na tecnologia dos transportes.  No entanto, o que estamos enfrentando hoje é uma variedade de monopólios possibilitados e orientados pela tecnologia, como mostra o exemplo da Microsoft e da Apple.  Por isso, os reguladores têm de estar constantemente alertas para empresas que tentam utilizar seu poder de mercado, se enriquecendo à custa dos consumidores.  A concorrência necessita de uma rigorosa intervenção do estado.
Resposta de Chicago: A regulação dos monopólios gerou mais malefícios do que benefícios, pois sempre acaba protegendo determinados concorrentes e não a concorrência em si.  Alguns tipos de regulação contra cartéis se baseiam em modelos falhos, incapazes de entender que algumas empresas ganham fatias de mercado simplesmente porque seus produtos são desejados pelos consumidores.  O que cabe aos reguladores fazer?  Como disse Adam Smith, eles deveriam impedir a conspiração empresarial, o comportamento ostensivamente predatório de algumas empresas e, de resto, assegurar um equilíbrio que leve à genuína concorrência.  Por fim, vale ressaltar que alguns bens são de melhor qualidade quando fornecidos por monopólios, como justiça e defesa.
Resposta austríaca: Economistas da escola clássica estavam corretos ao definirem um monopólio como sendo um privilégio concedido pelo governo.  Afinal, adquirir o privilégio legal de ser um produtor defendido pelo estado é a única maneira de se sustentar um monopólio em um mercado com total liberdade de entrada.  Quando não há este privilégio, a precificação predatória não é uma prática que possa ser mantida por muito tempo, e nem mesmo sua tentativa deve ser lamentada, dado que se trata de um grande benefício para os consumidores.  Comportamentos típicos de cartel sempre se esfacelam, e quando isso não ocorre, eles servem a uma função de mercado.  O termo "preços monopolistas" não possui nenhum significado efetivo em um arranjo de mercado, pois o mercado não é uma simples fotografia instantânea, mas sim vários processos contínuos de mudança.  Uma economia de mercado não necessita de nenhuma política antitruste; com efeito, o estado é a própria fonte dos monopólios e oligopólios que testemunhamos atualmente, como os setores judiciário e de segurança, além de todo o setor de utilidades públicas.
15) E bens como ruas, estradas e educação? 
Resposta marxista: Frequentemente se afirma que a livre iniciativa é a resposta para os nossos problemas econômicos, e que o governo não é capaz de nos ofertar bens e serviços.  Mas o exemplo das escolas, das ruas e das estradas é uma ótima contraposição a esta afirmação.  As escolas públicas já educaram, com alta qualidade, milhões de pessoas e as ruas e estradas públicas são a chave para fazer com que a sociedade aberta seja acessível para todos.  Com efeito, o sucesso destas instituições abre as porta para as enormes possibilidades disponíveis para uma sociedade que tem a coragem de abandonar o laissez-faire e abraçar a genuína oferta social de todas aquelas coisas que estimamos, mas que os interesses corporativos e a mentalidade estreita dos empresários se recusam a tornar acessíveis para todos.
Resposta keynesiana: Há alguns bens que o mercado não pode ofertar de uma maneira que atenda às necessidades sociais.  Escolas privadas são ótimas para aqueles que têm dinheiro, mas uma sociedade democrática tem de ofertar educação para todos.  O mesmo raciocínio se aplica para as ruas e estradas, que fazem parte da infraestrutura pública de uma sociedade moderna e que, por isso, não deveriam estar sujeitas às astúcias da livre iniciativa.  Mas isso não significa que não haja espaço para reformas.  As verbas para a educação são insuficientes e os professores são mal remunerados.  As ruas e estradas estão sujeitas a um uso excessivo, o que sempre gera congestionamentos.  A solução é direcionar generosas verbas para o sistema de transporte público.  Medidas como o compartilhamento de automóveis, mesmo que compulsória, devem ser estimuladas.
Resposta de Chicago:  Não há por que discutir se bens como ruas, estradas e educação são necessidades essenciais; ainda assim, o mercado não irá fornecê-los em quantidade suficiente.  A única questão pendente, portanto, se refere à administração pública.  Há maneiras boas e ruins de o governo ofertar estes serviços.  A adoção de incentivos de mercado pode aumentar a eficiência da oferta.  A construção e a administração podem ser terceirizadas.  Problemas de congestionamento podem ser resolvidos por meio de pedágios ou por outras formas de racionamento de uso.  As escolas podem se tornar mais competitivas por meio de vouchers e outros sistemas inovadores de licenciamento governamental voltados para suprir necessidades especiais.
Resposta austríaca: Estes são bens como quaisquer outros — eles podem ser supridos pelo mercado e somente pelo mercado.  O estado é incapaz de construir e manter instituições educacionais que passem no teste da racionalidade econômica, pois sempre fará isso sem o benefício da resposta econômica dos consumidores usuários de seus serviços.  Em vez de depender de mensalidades voluntariamente pagas pelos consumidores — o que atestaria a qualidade dos serviços —, o estado simplesmente coleta impostos e os gasta arbitrariamente.  O mesmo é válido para as ruas e estradas: quantas serão construídas, onde e com que qualidade são decisões que, em última instância, serão tomadas de acordo com meras conveniências políticas.  Em uma economia de mercado, a qualidade, a quantidade e os tipos de bens e serviços correspondem às necessidades sociais.  Estes bens são serviços que são estimados e apreciados pelos consumidores, o que significa que eles serão ofertados caso seja economicamente factível fazer isso em relação a outras prioridades sociais.
16) Qual o papel da igualdade e da desigualdade?
Resposta marxista: A desigualdade é uma característica intrínseca a uma estrutura social cujo preconceito está arraigado na longa e vergonhosa história da maneira como a sociedade ocidental tratou as mulheres e outras minorias.  O impulso preconceituoso, enraizado no espírito da subjugação que deu origem ao capitalismo ocidental, é uma forma de violência e, ainda assim, é parte da corrupta infraestrutura da própria economia de mercado.  Se os proprietários do capital forem deixados livres, os grupos excluídos permanecerão perpetuamente excluídos; por isso, a sociedade tem de agir para controlar e restringir os capitalistas.  A igualdade plena continuará sendo um sonho distante enquanto tivermos uma sociedade que trata as pessoas como bens que podem ser comprados e vendidos, e enquanto continuarmos colocando a propriedade privada de poucos acima do interesse comum de todos.
Resposta keynesiana: A ênfase moderna dada à igualdade foi o grande avanço político do século passado.  Não mais o sistema político e econômico exclui a participação das mulheres e das minorias; ao contrário, as inclui como questão de lei.  Estes grupos tendem a ser artificialmente subvalorizados pela "mão invisível" do mercado, e é por isso que o governo tem de impor leis antidiscriminação e a favor de cotas.  O estado de bem-estar social também beneficiou a sociedade ao garantir que os benefícios gerados pela crescente riqueza fossem redistribuídos por toda a sociedade, de modo a impedir que os ricos se tornem mais ricos à custa dos pobres.  Já avançamos bastante, mas ainda há muito mais a ser feito.
Resposta de Chicago: É um grande erro fazer com que a igualdade de resultados seja um objetivo político, pois legislações igualitaristas podem destruir os incentivos para o aprimoramento.  Punir os ricos é uma medida autodestrutiva, mesmo para os pobres que estão batalhando para se manter.  A igualdade de OPORTUNIDADES, no entanto, já é diferente.  É algo que todos merecem em decorrência de sua própria dignidade como ser humano.  Por isso, uma nação deve se esforçar para ter instituições educacionais de qualidade, instituir um limitado imposto sobre heranças e, de resto, auxiliar a todos aqueles que, sem nenhuma culpa própria, não possuem os meios de entrada na divisão do trabalho.  Tão logo estas instituições estiverem criadas, iremos descobrir que as forças da concorrência do mercado alcançarão os objetivos igualitários através de meios predominantemente voluntários.
Resposta austríaca: A igualdade é um termo que se relaciona adequadamente à matemática, e não às ciências sociais.  Os seres humanos são desiguais em seus dotes, oportunidades, ambições e vontade de conquista.  Desigual não significa inferior ou superior; significa apenas diferente.  Diferenças são a exata origem da divisão do trabalho e, dentro de um arranjo de mercado, não levam a nenhum conflito, mas sim à cooperação.  Embora as diferenças devam ser celebradas, proprietários de estabelecimentos têm todo o direito de tratar as pessoas desigualmente, escolhendo quem irão contratar e quem pode e quem não pode frequentar seu estabelecimento.  (Afinal, seria correto obrigar um negro dono de um bar a aceitar a presença de neonazistas em seu estabelecimento?).  São os proprietários que devem arcar com as consequências de seus atos.  Legisladores não deveriam ter qualquer preocupação em tentar criar nem igualdade de resultados e nem igualdade de oportunidades, seja entre indivíduos ou entre grupos de indivíduos classificados de acordo com qualquer critério.  O único lugar em que cabe a igualdade é na aplicação da lei, a qual deveria tratar todos os indivíduos da mesma maneira, sem qualquer consideração com seu gênero, cor, preferência sexual ou classe social.
17) Quem melhor serve à sociedade?
Resposta marxista: O capitalismo serve aos empresários e os empresários servem a si mesmos.  O sistema é totalmente baseado na exploração dos consumidores e dos trabalhadores.  A única solução para estes problemas é abolir o capitalismo e, com ele, a classe capitalista dos empresários.  Uma sociedade genuinamente democrática ou socialista irá acabar com as tendências exploradoras.  As pessoas não mais irão almejar o lucro privado porque os lucros privados não mais existirão.  As pessoas terão melhores motivações e serão dotados de maior espírito público sob o socialismo.  Os líderes da futura sociedade socialista promoverão o bem comum.
Resposta keynesiana: Legisladores e especialistas em políticas públicas, sob a orientação de uma variedade de grupos de aconselhamento, têm o interesse público em mente quando formulam e executam suas políticas.  Eles são capazes e têm o desejo de melhorar o bem-estar da sociedade.  Empresários buscam o lucro e se importam muito pouco com o bem-estar geral do povo.  Eles servem ao interesse público apenas na medida em que obtêm lucros nesse processo.  Dados os numerosos e severos defeitos na maneira como os mercados funcionam, líderes públicos bem informados têm de trabalhar para aperfeiçoar o bem-estar público — um projeto viável desde que limitemos a influência dos interesses corporativos sobre a política.
Resposta de Chicago: Políticos buscam seus próprios interesses, mas a competição política e o processo de políticas públicas fazem com que eles de certa forma acabem também servindo ao público.  Empreendedores também servem ao público de certa forma, pois é assim que obtêm lucros.  A questão sobre se são os líderes cívicos ou os empreendedores quem melhor serve ao público ainda está em aberto.  Tudo depende das circunstâncias específicas da época e do local.  A sociedade democrática já se mostrou capaz de resolver questões de gestão social ao longo do tempo.
Resposta austríaca: Empreendedores possuem um papel indispensável para uma sociedade.  Empreendedores estão sempre alertas para as OPORTUNIDADES de lucro e estão sempre fazendo julgamentos acerca das demandas futuras.  A concorrência em relação a estas oportunidades resulta em um sistema de lucros e prejuízos que gera preços para a mão-de-obra e para o capital.  Esta concorrência direciona recursos para a satisfação das mais urgentes necessidades dos consumidores.  Políticos bem-sucedidos são aqueles que possuem maior capacidade para conservar e exercer poder político.  Estes são tipicamente os elementos mais inescrupulosos da nossa sociedade.



http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1349

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sábado, 1 de novembro de 2014

História Ginástica


História Ginástica

     O termo ginástica, provém da palavra grega “gymnos” (nu) pelo facto de, na antiguidade clássica, os exercícios se praticarem com o corpo nu.
Com a queda do Império Romano, o corpo passou a ser ignorado e com isso a ginástica sofreu durante um longo período de tempo, para renascer no século XVIII com a influência de vários pensadores que se debruçaram sobre as vantagens da prática do exercício físico. Contudo, é de realçar o contributo de Jean-Jacques Rousseau (1712- 1778), na obra pedagógica "Emílio", em que o autor se refere à necessidade da pratica física como meio para atingir a razão.
     A partir daqui surgiram várias correntes, que encontraram eco na Alemanha com Johann Bernard Basedow (1723-1790), pedagogo e educador, que conseguiu assimilar e transformar os princípios orientadores de Rousseau e impulsionou a ginástica, tendo para isso criado em 1775 o pentatlo de Dassau, no seu "Philanthropicum", constituído por provas de corrida, saltos, transporte, de equilíbrio e de trepar, formando os seus seguidores. Foi o primeiro pedagogo, desde a Antiguidade, a defender que o exercício físico deveria fazer parte dos programas das escolas primárias.
     Em 1784, Christian Gotthlif Saltzmann (1744--1811), pedagogo e educador, abre um outro "Philanthropicum", em Schneppenthal para em 1785 Johann Christoph Friedrich Guts-Muths (1759-1839), professor e educador, considerado o "pai" da ginástica pedagógica, iniciar a sua obra donde nasceu um novo conceito de ginástica.
Foi um impulsionador da educação física obrigatória; utilizou o "Philanthropicum" de Schnepfenthal: a par da corrida, saltos, lançamento, luta e natação, os exercícios de trepar e de equilíbrio. As ideias filantrópicas e os conteúdos pedagógicos de Guts-Muths tiveram eco nos países da Europa, especialmente na Suécia, Dinamarca e França.
     No princípio do século XIX, surge um novo conceito de ginástica na Alemanha com Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852). Para além de criar aparelhos e novas formas gímnicas, fundou, em 1811, o primeiro ginásio ao ar livre de Hasenheide, Berlim. Daí nasceu o termo "Turnkunst" pelo qual ele substitui a palavra "Gymnastik". A ginástica de Jahn, com um conteúdo mais social e patriótico, rapidamente superou as ideias pedagógicas de Guts-Muths, tendo por objectivo formar homens fortes para defender a pátria.
     O primeiro festival alemão data de Outubro de 1814, para comemorar o aniversário da vitória sobre Napoleâo. na batalha de Leipzig. Os festivais desportivos favoreceram a propaganda das teorias de Jahn e a unidade da Alemanha e contribuíram para o incremento do movimento gïmnico. A sua actividade foi interrompida na Alemanha por motivos políticos, de 1820 a 1842, período a que se chamou "Bloqueio Ginástico". Mesmo assim, os ginastas praticavam-no, sob a designação de "Gymnastik", em salas e em pavilhões, que permaneceram até aos nossos dias. Ora, a sua mudança foi de ordem política e não climatérica, e por consequência originou uma maior importância para a ginástica de aparelhos.
     Em 1811, surgiu também Ling, um Sueco que desenvolveu um sistema de ginástica diferente do de Jahn. Ling baseou mais o seu trabalho em FACTORES médicos e anatómicos e classificou os exercícios físicos de acordo com esta linha de pensamento. Trabalhou com e sem aparelhos considerando de primeira importância o movimento do corpo em vez de aquisição de destreza.Pode dizer-se que, no fim do século XIX, a ginástica se entendia como um importante elemento no sentido da formação do homem e do soldado.
     Entretanto, a sua utilidade como meio de educação, progressivamente aceite, vai originar a sua inclusão na generalidade dos programas escolares.
A sua afirmação no plano desportivo dá-se na Olimpíada de Atenas, durante os primeiros jogos, em 1896, ou seja, 15 anos depois da formação da “Federação Internacional de Ginástica”. Na sua imposição como disciplina Olímpica, deve destacar-se a acção desenvolvida pelo renovador dos Jogos Olímpicos Modernos: Pierre de Coubertin. A partir dos Jogos Olímpicos de Helsínquia (1952), a ginástica assume a forma segundo a qual é hoje praticada, como uma modalidade simultaneamente exigente, espectacular e completa, nos termos em que é universalmente aceite e compreendida.
fonte; http://vamos_fazer_educacao_fisica.blogs.sapo.pt/10679.html

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