Dan, Rilene e Paul participaram de um documentário para dizer que a castidade é possível para todos — inclusive para quem sofre com a atração por pessoas do mesmo sexo.
"Eu acho que a solidão é o estado de maior desolação em que o ser humano pode se encontrar. A solidão não é um estado de isolamento físico. A solidão é o sentimento de que, não importa onde você esteja, ninguém sabe quem você é. É estranho experimentar esse isolamento das pessoas mesmo quando você está cercado por elas. E então ter de simular um semblante feliz todos os dias."
As palavras são de Daniel Mattson, um dos protagonistas do documentário norte-americano
Desire of the Everlasting Hills —
"Desejo pelas Colinas Eternas", em português. O filme é produzido pelo grupo
Courage International, um apostolado católico que ajuda pessoas com atração pelo mesmo sexo (AMS) a viverem a castidade.
Apesar da autoria, a produção de uma hora não é nenhum pouco parecida com alguma homilia ou lição de Catecismo. Trata-se simplesmente do testemunho de três filhos de Deus que, assim como o filho pródigo do Evangelho, se cansaram do pecado e decidiram voltar para a casa do Pai.
Eles são Daniel Mattson, Rilene Simpson e Paul Darrow. Todos foram criados, pelo menos nominalmente, como católicos, mas as suas vidas seguiram rumos totalmente diferentes a partir disso.
Dan viveu desde cedo um conflito muito forte em relação à sua sexualidade, mas não era capaz de se abrir sobre o assunto com ninguém. No mundo virtual, ele conheceu um rapaz com quem teve o primeiro encontro sexual. Um relacionamento estável e até um breve namoro com uma mulher só aumentariam ainda mais a sua confusão, até que ele finalmente se decidisse a viver a castidade.
Com Rilene, tudo foi diferente. A homossexualidade nunca tinha sequer passado pela sua cabeça. Quando jovem, ela conta que queria realmente encontrar um homem, ter um encontro e casar-se, mas isso nunca chegou a acontecer. Foi quando ela conheceu Margo e as duas acabaram vivendo juntas por longos 25 anos, até que Rilene começasse a sentir a necessidade de algo a mais.
Paul, por sua vez, era modelo internacional durante o período de "sexo, drogas e rock n'roll" da Nova Iorque dos anos 70. Ele avalia que suas relações homossexuais chegaram à casa dos "milhares". Quando não estava trabalhando, ele aproveitava os atrativos de uma vida hedonista e selvagem, sem remorsos ou consequências. Até que um exame de HIV abriu os seus olhos e virou a sua vida de ponta-cabeça.
A história de cada um deles é única e irrepetível, mas todas têm em comum um ponto de virada, um momento de epifania que os levou de volta à Igreja Católica e à fé que há muito eles haviam abandonado.
O testemunho mais impressionante, sem dúvida, é o de Paul. Enquanto dirigia o seu carro rumo ao hospital, seguro de que seria diagnosticado como soropositivo, o seu sentimento de morte iminente foi repentinamente substituído por uma paz e uma voz consoladora que lhe dizia:
"Paul, você não tem AIDS porque tem muito a fazer para reparar a vida que você tem vivido". Aquela intuição desconhecida terminou se revelando correta: o seu exame de HIV deu negativo e foi o gatilho para que ele começasse um processo de conversão. Aconselhado por uma religiosa simpática da televisão —
ninguém menos que Madre Angélica, do canal católico EWTN —, ele procurou um confessionário e reconciliou-se com Deus.
"Eu percebi que precisava usar todo o tempo que me restava para expressar o meu amor a Deus e a minha gratidão por tudo o que Ele fez e por Ele nunca ter me esquecido durante todas as décadas em que eu O esqueci e me voltei contra Ele", declara Paul.
Dan hesitava em fazer o filme porque nunca tinha "saído do armário" publicamente e não queria ser ridicularizado por seus conhecidos. Mas o seu desejo de ajudar os outros fez com que ele superasse a sua vergonha. "Nós fomos feitos para coisas melhores do que aquilo com que nos conformamos", ele diz. "Por toda a minha vida, eu havia me conformado, mas não quero me conformar mais, mesmo que isso signifique viver uma vida sozinho. Eu posso fazer isso! Eu não quero voltar atrás."
Rilene, por sua vez, decidiu entrar no projeto para "reparar" a sua vida passada. No final do documentário, perguntada sobre o que a Rilene dos velhos tempos teria a dizer à Rilene católica de hoje, ela é sincera: "Ela iria rir histericamente, iria pensar que isso é ridículo". Para ela, as "coisas de igreja" eram "apenas para pessoas fracas, que não conseguem se relacionar, pessoas que são pobres, doentes e não podem administrar suas vidas". "De fato — ela brinca —, é isso mesmo, aqui estou eu!"
Paul termina o seu testemunho com um belíssimo relato de amor à Eucaristia. Ele conta que era relativamente feliz durante a sua juventude, principalmente quando convivia "com pessoas belas e famosas em coberturas com vista para o horizonte espetacular de Nova Iorque". Agora, porém, ele encontrou algo muito maior: o Santíssimo Sacramento. "Aquela euforia que durou um tempo da minha vida, não é nada, absolutamente nada, em comparação com quando eu estou recebendo o corpo e o sangue de Nosso Senhor, na igreja durante a Missa."
O emocionante "Desejo pelas Colinas Eternas" está fazendo sucesso em todo o mundo e pode ser assistido na íntegra, com legendas em várias línguas, inclusive para o português,
no sítio do documentário na Internet. Assista e seja também você bem-vindo à Igreja Católica.