sábado, 13 de abril de 2019

A Vida na Sarjeta - O Círculo Vicioso da Miséria Moral - Theodore Dalrymple

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280
Português
9788580331684

SinopseA Vida na Sarjeta - O Círculo Vicioso da Miséria Moral

Este livro é o relato pungente da vida da subclasse inglesa e das razões de as pessoas persistirem nessa vida, escrito por um psiquiatra britânico que cuida da clientela de baixa renda de um hospital de periferia e dos detentos de uma penitenciária de Londres. A percepção fundamental do Dr. Dalrymple é a de que a pobreza continuada não tem causas econômicas, mas encontra fundamento em um conjunto de fatores disfuncionais, continuamente reforçados por uma cultura de elite em busca de vítimas. O livro apresenta dezenas de relatos reveladores e verídicos que são, ao mesmo tempo, divertidos, assustadoramente horríveis e bem ilustrativos, escritos em uma prosa que transcende o jornalismo e alcança a qualidade de verdadeira literatura.

Ficha Técnica:
Número de Páginas: 280
Editora: É Realizações
Idioma: Português
ISBN: 978-85-8033-168-4
Dimensões do Livro: 16 x 23 cm
https://ecclesiae.com.br/a-vida-na-sarjeta



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A glamourização da barbárie

"Os professores de hoje pressupõem que a criança dos bairros pobres está plena e culturalmente guarnecida do necessário"
Há vários meses assisti, no YouTube, à gravação de um evento numa das favelas pacificadas do Rio de Janeiro. Diante do público formado por jovens, alguns escritores — parte deles desconhecida para mim — falavam sobre suas experiências com a criação literária e davam conselhos.

No local abarrotado de jovens, um dos iluminados palestrantes insistia no fato de que eles não deveriam se preocupar com o que existia fora da favela, que aquele era um mundo que já lhes oferecia inúmeras possibilidades de criação, de desenvolvimento da sua arte.

Todo o discurso estava construído sobre uma retórica exageradamente otimista e falsa: a de que a favela, agora “pacificada”, era o melhor dos mundos.

O palestrante era uma espécie de reencarnação carioca do Dr. Pangloss.

Enquanto assistia ao vídeo, lembrei-me de Machado de Assis — e do que teria sido dele, da sua inteligência, da sua sensibilidade, se não tivesse lutado para abandonar o Morro do Livramento, se não tivesse recebido a ajuda de Francisco de Paula Brito e, trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, as orientações severas e amigas de Manuel Antônio de Almeida.

O palestrante, certamente, não se lembrou de Machado. E também não leu a obra do psiquiatra a escritor Anthony Daniels, que assina seus livros com o pseudônimo de Theodore Dalrymple.

Num dos capítulos de A vida na sarjeta — O Círculo Vicioso da Miséria Moral, publicado no Brasil pela É Realizações, Dalrymple fala sobre a “terrível fatalidade que pode recair sobre um ser humano: nascer inteligente e com sensibilidade em um bairro pobre inglês”.

Segundo Dalrymple, “é como uma tortura requintada, longa e vagarosa, imaginada por uma divindade sádica de cujas maldosas garras é quase impossível fugir”.

Vivendo nessas comunidades e atendendo, como médico, os moradores locais, Dalrymple constatou o que assisti no vídeo do YouTube — e o que estamos cansados de ver nas escolas contemporâneas: “Os professores de hoje, impregnados da idéia de que é errado ordenar hierarquicamente civilizações, culturas ou modos de vida, negam o valor de uma civilização superior e são incapazes de transmiti-lo. Para eles não há altura ou profundeza, superioridade ou inferioridade, profundidade ou superficialidade: há somente diferença. Duvidam até mesmo de que exista um modo correto e um modo errado de grafar uma palavra ou construir uma frase”.

E, acreditem, encontrei no texto de Dalrymple a cópia fidedigna do que me indignou no vídeo: “Os professores de hoje”, diz nosso autor, “pressupõem que a criança dos bairros pobres está plena e culturalmente guarnecida do necessário no ambiente em que vive. Seu discurso é, por definição, adequado às necessidades; seus gostos são, por definição, aceitáveis e não piores ou mais baixos que quaisquer outros. Não há motivos, portanto, para introduzi-las a nada”.

O cinismo desses professores e intelectuais é insuperável. Muitos repetem esse discurso sem se importar com o fato de que estudaram em grandes universidades, ganharam bolsas no exterior e hoje vivem refestelados em bairros de classe média, usufruindo das oportunidades, do acesso à alta cultura, comunicando-se numa linguagem perfeita, culta — mas argumentando, como bons demagogos, como bons populistas, em favor da glamourização da favela.

Esses intelectuais não mostram como “a cultura de periferia é monolítica e profundamente intolerante” — e certamente basta, ao leitor atento, o termo “pacificada”, no qual encontra-se escondida a verdadeira guerra civil que esses bairros enfrentam.

Não entendo como podemos mentir de forma tão descarada para nossos jovens.

Dalrymple narra, em A vida na sarjeta, casos concretos de jovens inteligentes e sensíveis que foram destruídos pela cultura local, destituída de “fé na hierarquia de valores”.

É exatamente o que a reencarnação carioca do Dr. Pangloss defendia no vídeo: uma cultura na qual “o conhecimento não é preferível à ignorância”, uma cultura em que “os inteligentes e os que têm sensibilidade sofrem a perda total do significado das coisas”.

Leiam Dalrymple, assistam a esses programas transmitidos pelo canal GNT ou pela Globo, em que a favela é glamourizada, enaltecida como o melhor dos mundos — e depois me respondam o que teria sido da literatura brasileira se o mulato pobre Machado de Assis não tivesse lutado para abandonar o morro.

fonte: http://rodrigogurgel.blogspot.com/2014/12/a-glamourizacao-da-barbarie.html

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Santo Agostinho e São Tomás de Aquino



Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1227-1274) foram, respectivamente, os maiores pensadores da Patrística e da EscolásticaSantoAgostinho valeu-se da filosofia de Platão, enquanto Santo Tomás de Aquino da de Aristóteles. Com isso, cada qual, em sua época, pode influenciar não só a religião católica como muitos pensadores cristãos que lhes sucederam.

Tanto Santo Agostinho como Santo Tomás de Aquino afirmam que Deus, sendo eterno, transcendente, todo bondade e todo sabedoria, criou a matéria do nada e, depois, tudo o que existe no universo. Para Santo Agostinho, as ideias ou formas estavam no Espírito de Deus. Santo Tomás de Aquino acrescenta a noção dosuniversais em seus raciocínios. Dizia que Deus é a causa da matéria e dos universais. Além disso, Deus está continuamente criando o mundo ao unir universais e matéria para produzir novos objetos.

Nenhum deles colocava em dúvida a imortalidade da almaSanto Agostinhodizia que alma e corpo são distintos, mas não soube explicar como a alma se liga ao corpo. De acordo com Santo Tomás, a alma humana — princípio imaterial, espiritual e vital do corpo — foi criada por Deus. Acreditava que a alma espiritual é agregada ao corpo por ocasião do nascimento, e continua a existir depois da morte do corpo, formando, pois, por si mesma, um novo corpo, um corpo espiritual, por meio do qual atua por toda a eternidade.

Em suas teorias, reportam ao "desprezo do mundo". Contudo, Santo Agostinhomostra-se incapaz de decidir entre o mundo e desprezo por ele. A despeito dessa dúvida, apega-se firmemente à ideia de que a Igreja, como a encarnação mundana da cidade de Deus, deve ter supremacia sobre o Estado. Santo Tomás de Aquino, da mesma forma que Aristóteles, doutrinava que o homem é naturalmente um ser político e procura estar em sociedade. Este homem deve tributar lealdade à Igreja e a Deus, mas tem, também, que obedecer ao Estado porquanto este, por sua vez, recebeu o seu poder da Igreja.

Fé, Razão e Revelação são os pontos fundamentais de suas teoriasSanto Agostinho demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Santo Tomás consegue, por seu turno, estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.

Fiquemos com o lado bom de seus raciocínios, ou seja, a crença num Deus único, causa primária todas as coisas. Refutemos, porém, a supremacia que deram à Igreja, considerando-a como a monopolizadora da revelação de Deus.

Fonte de Consulta

FROST JR., S. E. Ensinamentos Básicos dos Grandes Filósofos. São Paulo, Cultrix.
São Paulo, 09/03/2001

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A Posteriori / A Priori

immanuel-kant-conhecimento-a-priori-a-posteriori
A Posteriori. Aquilo que é estabelecido e afirmado em virtude da experiência. (1)
A priori. Expressão latina: anterior à experiência. 1. Que é logicamente anterior à experiência e dela independe.
2. Em Kant, são a priori, quer dizer, universais e necessárias, as formas ou intuições puras da sensibilidade (espaço e tempo), as categorias do entendimento e as ideias da razão.
3. Ideia a priori: ideia preconcebida (e preconceituosa) ou hipótese anterior a toda e qualquer verificação experimental: “É uma ideia que se apresenta sob a forma de uma hipótese cujas consequências devem ser submetidas ao critério experimental”. (Claude Bernard)
4. Arbitrário, gratuito, não fundado em nada de positivo. (2)
Apriorismo. Doutrina ou princípio que atribui papel central a experiências ou raciocínios a priori (2)

(1) REZENDE, A. (Org.). Curso de Filosofia: para Professores e Alunos dos Cursos de Segundo Grau e de Graduação. 6. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
(2) JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

fonte: https://sites.google.com/view/sbgdicionariodefilosofia/a-posteriori-a-priori

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Cultura geral — tudo o que se deve saber (Dietrich Schwanitz)




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