quarta-feira, 14 de abril de 2021

De Volta ao Básico: Yamas e Niyamas

ÉTICAPRATIQUE



Dois amigos professores tiveram seus tapetinhos de prática roubados dentro de uma escola de Yoga. Quando coisas como esta acontecem, é sinal de que devemos revisar o básico


Praticar num tapete roubado: onde foram parar os yamas e niyamas?

Dois amigos professores tiveram seus tapetinhos de prática roubados dentro de uma escola de Yoga.

Quando coisas como esta acontecem, é sinal de que devemos revisar o básico para avaliar o que pode estar dando errado na comunidade do Yoga.

Diante dos dramas que o Brasil está testemunhando atualmente, ter um tapete de prática roubado é algo insignificante.

yama

No entanto, é um sinal preocupante de que há gente que diz praticar Yoga, mas que não compreendeu o mais fundamental dos princípios da convivência.

Esse princípio fundamental é não fazer aos demais aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco. O detalhe: esse valor áureo é o pontapé inicial das práticas de Yoga.

Surgiram algumas perguntas na minha mente quando estes amigos me contaram a notícia:

“Como poderia alguém praticar sobre um tapete roubado? Como o ladrão iria encontrar tranqüilidade para meditar sentado sobre o fruto de um roubo?

“Em caso desse praticante alcançar epifania que vem junto com mokṣa, o objetivo do Yoga, iria repensar seu gesto e devolver o tapete?”

Roubar comida para manter-se vivo é algo totalmente compreensível em momentos de crise.

Meu avô Markus, homem honesto como poucos, viu-se obrigado a roubar uma vaca na Áustria para alimentar sua família durante a guerra.

Roubar coisas supérfluas como um tapete é mais grave. Isso, feito dentro de uma escola de Yoga, é mais grave ainda.

Significa que os professores estamos falhando ao não conseguirmos ensinar os valores mais básicos para os praticantes.

Significa que talvez não estejamos colocando o devido empenho em transmitir a importância de praticar o Yoga nas pequenas atitudes do cotidiano, o que é bem mais importante que dominar o tal do bananapāsana.

Para isso, cada professor ou praticante deveria fazer da sua vida um exemplo onde os yogis da próxima geração possam se inspirar.

Isto pode parecer pretensioso, mas, se você que é consciente não der o exemplo, quem irá fazer isso?

Voltando ao início

Muito embora o tema da compreensão do Yoga seja vasto e profundo como o próprio oceano, nunca está demais lembrarmos o básico.

Neste caso, o básico é o código de conduta do Yoga, pilar central sobre o qual primeiro se constrói a prática e, depois, a vida de Yoga como um todo.

Constatamos que, infelizmente, muita gente começa a praticar sem haver sequer ouvido falar que, para que a prática funcione, é necessário aplicar este código.

E, o que é ainda pior, há professores mal preparados que tampouco conhecem esse código, cuja aplicação é absolutamente essencial se quisermos ter uma vida tranqüila e equilibrada.

No Yoga Clássico, esse código tem dez partes, distribuídas em dois grupos de cinco preceitos, chamados respectivamente yama e niyama.

Existe bastante desinformação a respeito deste decálogo (decálogo, em latim, significa ‘dez palavras’), que alguns chamam ‘os Dez Mandamentos do Yoga’.

A expressão Dez Mandamentos nos remete às tábuas da lei judaica, o conjunto de leis que Deus legou a Moisés no monte Sinaí.

Diferentemente daqueles mandamentos religiosos, o decálogo do Yoga não pode nem deve ser imposto desde fora ou à força. Ele deve ser compreendido e integrado desde dentro.

Sem essa integração, que pressupõe a presença de uma motivação correta para agir em harmonia com esses preceitos, o Yoga não funciona.

Yama, as cinco proscrições

Proscrever é banir. A palavra yama significa ‘controle’. O yogi quer banir da sua vida cotidiana obstáculos e sentimentos indesejáveis como a violência, a falta de sossego, a mentira e a cobiça, dentre outras.

Viver respeitando os yamas significa livrar-se desses obstáculos, que nos tiram o sossego. Os cinco preceitos são:

1. Ahiṁsā: significa não-violência. É uma poderosa força que pode ser usada para escolher desde o que comemos nas refeições até o alimento que damos para o nosso coração nos relacionamentos.

Ahiṁsā é evitar vitimizar os demais seres com nossas atitudes.

2. Satya: é dizer somente a verdade e, além disso, fazer coincidir pensamentos, palavras e ações. Ser verdadeiro não é somente dizer a verdade, mas manter a coerência entre o nosso mundo interior e o exterior.

3. Asteya: literalmente, significa não roubar. Não roubar o tempo, as idéias, o mérito ou a paciência dos demais, são formas de asteya que vão bastante além de apoderar-se de objetos alheios.

4. Brahmacarya quer dizer conduta brahmínica. Muitas vezes, este preceito é traduzido com abstinência sexual.

Pessoalmente, prefiro traduzir o termo como fidelidade nos relacionamentos. Ou seja, evitar a conduta galinácea.

5. Aparigraha é contentar-se com o necessário. Nesse sentido, o bom-senso deve prevalecer.

yogi não tem interesse em acumular objetos inúteis pelo mesmo motivo que as águias voam carregando apenas o indispensável: para ficarem leves e assim poderem chegar longe.

Estes cinco preceitos têm como objetivo organizar e harmonizar o espaço exterior, no qual acontece a vida do praticante, bem como dar disciplina para os órgãos de ação: as mãos e pés, e os aparelhos fonador, excretor e reprodutor.

Os yamas são tão importantes que o sábio Patañjali indica que devem ser seguidos por todos os humanos, independentemente de posição social, vocação ou atividade. Se estes princípios forem seguidos, sem dúvida, haverá harmonia na sociedade.

Niyama, as cinco prescrições

Prescrever é indicar, determinar, recomendar. A palavra niyama quer dizer ‘abster-se’, deixar de fazer algo, objetivando um bem maior. Essas cinco recomendações de conduta são as seguintes:

1. Śaucan é pureza, mas não apenas no sentido de manter o corpo higienizado por dentro e por fora. Shauchan aponta também para um estado de pureza interior, em sentimentos, pensamentos e gestos.

2. Santoṣa quer dizer contentamento, capacidade de estar em paz consigo mesmo e com o mundo. Não é resignação, mas a capacidade de adaptar-se e permanecer feliz, sejam quais forem as adversidades que estivermos atravessando.

3. Tapas é esforço sobre si mesmo. Significa ser mais forte que nossas próprias fraquezas, e manter constantemente o foco e a motivação para a auto-superação, em todas as circunstâncias.

4. Svādhyāya significa compreensão de si mesmo. Esse processo de autoconhecimento acontece olhando para os modelos psicológicos expostos em escrituras de Yoga como o Yogasūtra, a Bhagavadgītā, a Aṣṭāvakragītā e outros.

5. Īśvaraprānidhāna, é a entrega dos frutos das ações ao Ser. Isso implica compreender que não temos direito de escolha sobre os frutos das nossas ações, uma vez que eles sempre retornam para nós da maneira justa e adequada, de acordo com a lei do karma.

Os cinco niyamas têm como objetivo organizar a vida interior e as emoções do praticante, bem como disciplinar seus órgãos sensoriais: audição, visão, paladar, tato e olfato.

Patañjali afirma que a prática conjunta dos últimos três princípios desta lista é tão poderosa que é capaz, isoladamente, de produzir o estado de iluminação e atenuar as fontes de aflição existencial.

“OK, entendi. Mas por onde começo?”

Sopa quente se come pelas beiradas. Aplicar estes dez princípios que configuram os yamas e niyamas de uma só vez ao mesmo tempo pode resultar em indigestão ou queimadura de segundo grau.

Ao invés disso, recomenda-se escolher apenas um deles, que não seja o mais fácil nem o mais difícil, e centrar-se nele durante um período determinado.

Convém fazer, para tanto, um voto com início, meio e fim, e observar-se ao longo desse período.

A ideia é que, uma vez que tivermos integrado esse preceito, os demais virão sozinhos, da mesma maneira que, quando uma criança puxa seu dedo para chamar a sua atenção, você inteiro se volta em direção a ela.

Com o tempo de prática, você irá reparar que o decálogo yogik é uma unidade, e compreenderá que cada elemento deste sistema está integrado com todos os demais.

Então, se a prática de Yoga de verdade for de seu interesse, pare, reflexione, faça sua escolha e tente viver por um breve período observando o que acontece quando você aplica ou tenta aplicar, por exemplo, um voto de veracidade às suas palavras, gestos e ações.

Boas práticas na vida.

॥ हरिः ॐ ॥

+ Sobre a Ética do Yoga aqui

Escrito por

Pedro nasceu no Uruguai, 55 anos atrás. Conheceu o Yoga na adolescência e pratica desde então. Aprecia o o Yoga mais como uma visão do mundo que inclui um estilo de vida, do que uma simples prática. Escreveu e traduziu 10 livros sobre Yoga, além de editar as revistas Yoga Journal e Cadernos de Yoga e o website www.yoga.pro.br. Para continuar seu aprendizado, visita à Índia regularmente há mais de três décadas.
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terça-feira, 13 de abril de 2021

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO – 2021 – DIRETORIA DE ENSINO – REGIÃO SUZANO. Na pandemia

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRI Na ATÓRIO – 2021 – DIRETORIA DE ENSINO – REGIÃO SUZANO.

INTRODUÇÃO:

O Estágio Supervisionado de cunho obrigatório para os Cursos de Licenciatura, e essencialmente pedagógico, é um espaço de aprendizagem da profissão docente, desenvolvido no âmbito socioeducacional da Unidade Escolar.

Nesse campo educacional o Licenciando terá a oportunidade de antecipar os vínculos com a Unidade Escolar e vivenciar a inter-relação teoria e prática

Em virtude da pandemia de Corona vírus (Covid 19), o Estágio Supervisionado será realizado com uma carga horária de:

  • 100% REMOTA quando estivermos na FASE EMERGENCIALFASE ROXAFASE VERMELHA OU FASE LARANJA do Plano São Paulo;
  • 30% REMOTO E 70% PRESENCIAL quando estivermos na FASE AMARELA E VERDE do Plano São Paulo.

 

FUNDAMENTO LEGAL:

Lei nº 11.788/2008, Decreto nº 64.879/2020, Indicação CEE nº 192/2020 de 18/03/2020, Deliberação CEE nº 177/2020 de 19/03/2020, Parecer CEE nº 109/2020 de 16/04/2020, Deliberação CEE nº 87/2009, Comunicado EFAPE de 28/07/2020 – Orientações para o estágio remoto, Deliberação CEE 195/2021, Deliberação CEE 196/2021 e Parecer CEE 69/2021.

 

PROCEDIMENTOS PARA O LICENCIANDO:

Para que o Licenciando, seja incluído no Programa de Estágio Supervisionado da Diretoria de Ensino – Região Suzano, orientamos que seja encaminhado para o   e-mail: estagioremotosuz@gmail.com os seguintes documentos:

  • CARTA DE ENCAMINHAMENTO: (ANEXO 1 – MODELO DE CARTA DE ENCAMINHAMENTO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR – PARA ESTÁGIO NA ESCOLA). Não será aceita a carta de encaminhamento que estiver com dados incompletos.
  • CARTA DE ENCAMINHAMENTO: (ANEXO 2 – MODELO DE CARTA DE ENCAMINHAMENTO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR – PARA ESTÁGIO EM GESTÃO ESCOLAR NA DIRETORIA DE ENSINO). Não será aceita a Carta de encaminhamento que estiver com dados incompletos.
  • APÓLICE DO SEGURO: (digitalizada), contra acidentes pessoais, de acordo com o parágrafo único do Art. 9º da Lei 11788*2008 e o Art. 4º da Del. CEE 87/2009. (O licenciando deverá retirar junto a Instituição de Ensino Superior.)
  • ATESTADO DE TRABALHO – para estágio supervisionado  na Unidade Escolar ou na Diretora de Ensino (ANEXO 4).

 

PROCEDIMENTOS PARA A DIRETORIA DE ENSINO

Após recebimento e análise dos documentos solicitados será:

  • Publicado, Portaria da Dirigente Regional de Ensino – Região Suzano, de Autorização de Estágio Supervisionado;
  • Encaminhamento do licenciando para uma das 03 opções de escola.

A Unidade Escolar e o licenciando, serão informados por e-mail, que o estágio foi autorizado mediante publicação da Portaria de Autorização da Dirigente Regional de Ensino;

  • Publicação de Portaria da Dirigente Regional de Ensino – Região Suzano, de validação do Estágio Supervisionado, após o recebimento do atestado de conclusão do estágio, enviado pelo diretor da escola. (ANEXO 3 – MODELO DE ATESTADO DO DIRETOR DE ESCOLA DE CONCLUSÃO DO ESTÁGIO).

 

PROCEDIMENTOS PARA A UNIDADE ESCOLAR

Após ser informada por e-mail que o estágio, está liberado, deverá:

Direção da escola:

Atender o candidato e receber os documentos abaixo relacionados por e-mail.

  • Termo de Compromisso do Estágio Supervisionado – (fornecido pela Instituição de Ensino Superior)
  • Apólice de Seguro, (digitalizada), contra acidentes pessoais, de acordo com o parágrafo único do Art. 9º da Lei 11788*2008 e o Art. 4º da Del. CEE 87/2009;
  • Plano de Ação com atividades: 30% Remota e 70%Presencial ou 100% remoto dependendo da fase do Plano São Paulo que estivermos inseridos (vide item2);
  • Analisar e deferir o Plano de Ação, proposto pelo estagiário, elaborado sob orientação do supervisor de estágio supervisionado vinculado à Instituição de Ensino Superior (I.E.S.);
  • Após o encerramento do estágio, o Diretor de Escola emitirá o atestado de conclusão e encaminhará para a Diretoria Regional de Ensino, junto com cópia digitalizada do Plano de Ação devidamente assinado pelo Diretor da Escola com parecer favorável a aplicação do Plano de Ação. (ANEXO 3 – MODELO DE ATESTADO DO DIRETOR DE ESCOLA – CONCLUSÃO DO ESTÁGIO).

Professor Coordenador:

  • Proceder ao acolhimento do licenciando, viabilizar o estágio e acompanhar as ações desenvolvidas em parceria com o Professor Regente da Classe.
  • Garantir a inserção do futuro professor nas vivências escolares.
  • Socializar a grade de atividades e programação escolar com o estagiário.
  • Acolher e criar um ambiente facilitador para a realização de um estágio de qualidade. Dar ciência ao estagiário sobre o desenvolvimento do plano de ação utilizando as plataformas digitais disponíveis;
  • Informar e estabelecer o contato entre o estagiário e o Professor Regente da classe.

Professor Regente da sala de aula:

  • Proporcionar condições para que haja engajamento do estagiário nas atividades concernentes a seu estágio (observação, regência e projetos).
  • Promover condições favoráveis para a realização desse estágio na modalidade remota e presencial, reportando-se ao Professor Coordenador sobre qualquer situação que comprometa a formação do futuro Professor.
  • Oferecer devolutivas ao Corpo Gestor da Unidade Escolar, sobre o processo de desenvolvimento do estágio supervisionado.
  • Registrar a frequência do candidato, e as atividades desenvolvidas diariamente de acordo com o cronograma pré-estabelecido.

 

ANEXOS DE MODELOS DE DOCUMENTOS

ANEXO 1 – Modelo de Carta de Encaminhamento da Instituição de Ensino Superior – para o estágio na escola.

ANEXO 2 – Modelo de Carta de Encaminhamento da Instituição de Ensino Superior – para o estágio na Diretoria de Ensino.

 ANEXO 3– Modelo de Atestado do Diretor de Escola de conclusão das horas de estágio.

ANEXO 4 – Modelo de Declaração de trabalho – para estágio na Diretoria de Ensino e/ou na Unidade Escolar.




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segunda-feira, 12 de abril de 2021

Uma instituição de ensino superior pode cobrar pela emissão do diploma? Podcast conservador sobre: política , filosofia, arte, cultura, educação, pedagogia , religião



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Uma instituição de ensino superior pode cobrar pela emissão do diploma?


#AZScreenRecorder Este é meu vídeo gravado com AZ Screen Recorder. É fácil gravar sua tela e fazer transmissão ao vivo. Link de download: https://azrecorder.page.link/Best Uma instituição de ensino superior pode cobrar pela emissão do diploma? Não, conforme o artigo 32, § 4º, da Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro de 2007: A expedição do diploma considera-se incluída nos serviços educacionais prestados pela instituição, não ensejando a cobrança de qualquer valor, ressalvada a hipótese de apresentação decorativa, com a utilização de papel ou tratamento gráfico especiais, por opção do aluno. fonte https://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/legislacao/2007/portaria_40_12122007.pdf Meu grupo no telegram. https://t.me/joinchat/jq7sorq7NSplYzAx

domingo, 11 de abril de 2021

Alicate para Porca Rebite

ROBERTO JEFERSON ARREG4ÇA O STF E FAZ REVELAÇÕES DE BARROS0 E GILMAR M3NDES

Mestrado Vale a pena? E outros assuntos, apenas uma opinião. Mestrado Vale a pena? Sou apenas um rapaz latino-americano perdido na fila do Pão

Você sabe como surgiu a pós-graduação no Brasil?

Atualmente existem mais de 123 mil estudantes de pós-graduação no Brasil. Esse número - que cresce a cada dia - mostra o aumento de cursos nessa modalidade, seja lato sensu (especialização ou MBA) ou stricto sensu (mestrado ou doutorado). Porém, você sabe qual foi a primeira pós no nosso país ou como esses cursos surgiram?

estudante lendo livro
Você sabe como surgiu a pós-graduação no Brasil?

De acordo com o artigo "Especialização: falácia ou conhecimento aprofundado?", de Orlando Pilati, publicado no volume 3, nº 5 (2006), da RBPG (Revista Brasileira de Pós-Graduação), o surgimento das especializações remonta à criação, em 1951, da Coordenação Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelo Decreto no 29.741/1951.


O objetivo da criação era “assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país”. Dessa forma, se pretendia preparar professores do ensino superior, especialistas e pesquisadores. 

Leia também:
10 motivos para começar já sua pós-graduação
Quais são os programas do governo para pós-graduação?

Já em 1953, a Capes iniciou o “Programa Universitário”, voltado para universidades e institutos de ensino superior. Ele trazia a contratação de professores visitantes estrangeiros, atividades de intercâmbio, concessão de bolsas de estudos e eventos científicos em diversas áreas. Entre as atividades, havia cursos de especialização ou aperfeiçoamento para docentes universitários, principalmente em início de carreira.

De acordo com a Capes, naquele mesmo ano foram concedidas 79 bolsas de “aperfeiçoamento”. No ano seguinte, foram oferecidas 155 bolsas.

Novas mudanças


A partir dos anos 60 muita coisa mudou na pós-graduação brasileira, a começar pelo parecer (MEC/CFE 3 /CES 4 no 977/1965), do Professor Newton Sucupira, de 1965, que determinava que os cursos de pós seriam divididos em stricto sensu e lato sensu. Não havia, antes disso, diferenciação e menção explícita ao mestrado e doutorado, cujas concepções surgiram somente a partir daquele ano.

A antiga Lei de Diretrizes e Bases (Lei no 5.540/1968, também conhecida como LDB) determinava que os cursos de especialização e aperfeiçoamento somente poderiam ser ministrados de acordo com planos aprovados por universidades e estabelecimentos isolados de ensino superior.

A Capes continuou supervisionando e promovendo cursos de especialização, tendo contribuído para a aprovação pelo Conselho Federal de Educação das primeiras regulamentações da especialização e aperfeiçoamento por meio da Resolução MEC/CFE nº 14/1977 e da Resolução MEC/CFE º 12/1983.

Esta última exigia, no mínimo, 60 horas dedicadas à formação didático-pedagógica, tendo em vista que a maioria dos cursos estava voltada para a formação e atualização de docentes do ensino superior. Para se conceder o certificado de especialização, o estudante devia também cumprir pelo menos 85% de presença e nota de desempenho não inferior a 7,0 (ou 70% de aproveitamento obtido em prova formal).

Com essas mudanças, surgiu também a primeira pós-graduação stricto sensu no país. Em 1965, a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) trazia, na capital carioca, o primeiro curso em nível de mestrado, o qual abordava a área da Educação.

Pós-graduação a distância

Atualmente existem mais opções de cursos de pós-graduação a distância do que presenciais - e essa reviravolta aconteceu em um tempo relativamente curto.

Isso porque o ensino a distância, incentivado pela própria LDB, foi definido pelo Decreto no 2.494/1998 como uma forma de auto-aprendizagem. Ele valeu tanto para cursos de graduação, quanto para cursos sequenciais e também em cursos de especialização em nível de pós-graduação.

Ainda, ficou determinado que qualquer instituição de ensino que desejasse ofertar cursos nessa modalidade deveria ser credenciada previamente no Ministério da Educação (MEC). Esse entendimento foi reafirmado pelo parecer MEC/CNE/CES nº 63/200

De acordo com dados da Capes, entre 2000 e 2006 foram credenciadas 54 instituições de ensino superior para oferecerem cursos de especialização em nível de pós-graduação à distância. Em 2019, esse número ultrapassou 200. Atualmente é possível encontrar quais são as faculdades credenciadas no MEC por meio do site do Emec

fonte: https://querobolsa.com.br/revista/voce-sabe-como-surgiu-a-pos-graduacao-no-brasil



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