sexta-feira, 16 de abril de 2021

Vírus, bactérias e fungos.

Vírus

Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra atual

Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus).

A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira.

Das 1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam 3.600 espécies.

Vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que infectam eucariontes (organismos cujas células têm carioteca), enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectam procariontes (domínios bacteria e archaea).


Ilustração do vírus HIV mostrando as proteínas do capsídeo responsáveis pela aderencia na célula hospedeira.

Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucleico (seja DNA ou RNA, ou os dois) sempre envolto por uma cápsula proteica denominada capsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo, outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.

O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da membrana plasmática da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios.

São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar. Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem vírus que infectam apenas bactérias, denominadas bacteriófagos, os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam as plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de plantas e vírus de animais.


Esquema do Vírus HIV

Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação. Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase reversa que faz com que o processo de Transcrição reversa seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus.

Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios: a falta de hialoplasma e ribossomos impede que eles tenham metabolismo próprio. Assim, para executar o seu ciclo de vida, o vírus precisa de um ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente precisa ser o interior de uma célula que, contendo ribossomos e outras substâncias, efetuará a síntese das proteínas dos vírus e, simultaneamente, permitirá que ocorra a multiplicação do material genético viral.

Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo provocar a sua degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente entre na célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e "injeta" o seu material genético ou então entra na célula por englobamento - por um processo que lembra a fagocitose, a célula "engole" o vírus e o introduz no seu interior.

Vírus, seres vivos ou não?

Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética. Eles obviamente se reproduzem, mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células filhas, os vírus replicam-se através de uma estratégia completamente diferente: eles invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula viral; esses componentes então interagem com o aparato metabólico da célula hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de mais vírus.

Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse debate e primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição de vida. Aqueles que defendem a ideia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos constroem e mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também fazem parte de uma linhagem contínua, sendo necessariamente originados de seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole), etc.

Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo próprio, por isso deveriam ser considerados "partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos. Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até aíi todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga como a própria vida - sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc. Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida formam o cerne dessa discussão. Definir vida tem sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou arbitrária, dificultando assim uma definição exata a respeito dos vírus.


 

Bactérias.

Grupo abundante de organismos unicelulares e microscópicos, bactérias não têm núcleo diferenciado e se reproduzem por divisão celular simples, pertencem ao reino Monera, também conhecido como organismos procariontes.

Uma célula bacteriana apresenta organização muito simples: parede celular, membrana plasmática, citoplasma, hialoplasma, ribossomos, material genético e, às vezes, plasmídios.

Classificação

As bactérias são classificadas de acordo com vários critérios:

  • por sua forma, em cocos (esféricas), bacilos (forma de bastão), espiroquetas e espirilos (com forma espiral);
  • segundo a estrutura da parede celular;
  • pelo comportamento que apresentam diante da coloração de Gram; em função da necessidade ou não de oxigênio para sobreviver (aeróbias ou anaeróbias, respectivamente);
  • e segundo suas capacidades metabólicas ou de fermentação.
Bactérias esféricas
Bactérias esféricas são chamadas cocos.
Bactérias bastonetes ou Bacilos
Bactérias com formato de bastonete são os bacilos.
Bactérias espiraladas
Espiraladas são os espirilos.

Características

Nem todas as bactérias têm capacidade de movimento, mas as que o fazem se deslocam graças à presença de apêndices filamentosos denominados flagelos. Estes podem se localizar por toda a superfície celular, em apenas um ou em ambos os extremos, e podem estar isolados ou reunidos em grupo. O material genético da célula bacteriana é formado por uma fibra dupla de ADN circular .

Muitas bactérias possuem também pequenos ADNs circulares chamados plasmódios, que carregam informação genética, mas na maioria das vezes não são essenciais na reprodução.

As células bacterianas se dividem por fissão; o material genético se duplica e a bactéria aumentada se divide pela metade, formando duas células-filhas idênticas à célula-mãe.

Em condições favoráveis, se a divisão ocorre uma vez a cada 30 minutos, transcorridas 15 horas uma única célula terá originado milhões de descendentes. Esses grupos, chamados colônias, podem ser observados a olho nu.

Função

As bactérias são responsáveis pela decomposição ou deterioração da carne, do vinho, das verduras, do leite e de outros produtos de consumo diário.

Sua ação pode causar mudanças na composição de alguns alimentos e estragar-lhes o sabor. Além disso, quase 200 espécies de bactérias são patogênicas, isto é, causam enfermidades no ser humano. Por outro lado, as bactérias são de grande importância em muitas indústrias.

A capacidade de fermentação de certas espécies é aproveitada na produção de queijo, iogurtes, temperos e embutidos.

Localização

Os microrganismos são encontrados em praticamente todos os ambientes naturais, tais como solo, ar, água, plantas, animais, corpo humano, alimentos e esgoto.

Apresentam-se sob a forma de comunidades (conjunto de população de espécies), e para que possamos estudá-los no laboratório, necessitamos separá-los individualmente, para que, em cultura formem populações clonadas (iguais, puras), conhecidas como culturas puras (colônias).

Estrutura de uma bactéria:

Estrutura de uma bactéria

1. Nucleoide: É a região na qual se concentra o material genético da bactéria, ou seja, uma molécula circular de DNA. Não há um envoltório separando o DNA do citoplasma.

2. Membrana celular: É semelhante à das células eucarióticas, mas desprovida de colesterol.

3. Parede bacteriana: É constituída por polissacarídios bastante complexos e protege a bactéria.

4. Citoplasma: Nele ocorrem as reações químicas necessárias à manutenção da vida da bactéria.

5. Ribossomos: São menores que os das células eucarióticas e também responsáveis pela síntese de proteínas.

Por: Jose Machado de Oliveira




Fungos

Lana Magalhães
Lana Magalhães
 
Professora de Biologia

Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, eucariotas (com um núcleo celular), heterótrofos.

Na biologia, eles fazem parte do Reino Fungi, dividido em cinco Filos: quitridiomicetos, ascomicetos, basidiomicetos, zigomicetos e os deuteromicetos.

Especialistas afirmam que cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos habitam o planeta Terra, como os cogumelos, as leveduras, os bolores, os mofos, sendo utilizados para diversos fins: culinária, medicina, produtos domésticos.

Por outro lado, muitos fungos são considerados parasitas e transmitem doenças aos animais e as plantas.

Habitat dos Fungos

Os fungos possuem diversos tipos de habitat visto que são encontrados no solo, na água, nos vegetais, nos animais, no homem e nos detritos em geral.

Reprodução dos Fungos

Os fungos podem se reproduzir de maneira sexuada ou assexuada, sendo o vento considerado um importante condutor que espalha os propágulos e fragmentos de hifa, favorecendo, assim, a reprodução e a proliferação dos fungos.

Reprodução Assexuada

Nesse tipo de reprodução não há fusão dos núcleos e através de mitoses sucessivas, a fragmentação do micélio originará novos organismos.

Além do processo de fragmentação, a reprodução assexuada dos fungos pode ocorrer por meio do brotamento e da esporulação.

Reprodução Sexuada

Esse tipo de reprodução ocorre entre dois esporos divididos, em três fases:

  1. Plasmogamia: Fusão de protoplasma;
  2. Cariogamia: Fusão de dois núcleos haploides (n) para formar um núcleo diploide (2n);
  3. Meiose: Núcleo diploide se reduz formando dois núcleos haplóides.

Saiba mais sobre Microbiologia e microrganismos.

Alimentação dos Fungos

Diferentemente das plantas, os organismos do Reino Fungi não possuem clorofila, nem celulose e, com isso, não sintetizam seu próprio alimento.

Eles liberam uma enzima chamada de exoenzima, que os auxiliam na digestão dos alimentos.

De acordo com o tipo de alimentação, os fungos são classificados em:

  • Fungos Saprófagos: Obtêm alimentos decompondo organismos mortos;
  • Fungos Parasitas: Alimentam-se de substâncias de organismos vivos;
  • Fungos Predadores: Alimentam-se de pequenos animais que capturam.

Quer ler também sobre o Reino Fungi?

Doenças Relacionadas aos Fungos

Algumas doenças provocadas por fungos:

Saiba mais sobre as Doenças Causadas por Fungos.

Curiosidades

  • A ciência que estuda os fungos é chamada de “Micologia”;
  • Depois de muitas pesquisas, somente em 1969 os fungos foram considerados organismos diferentes das plantas, sendo, portanto, classificados num reino específico: Reino Fungi;
  • Dentre a variedade de espécies de fungos existentes no planeta, a maior parte é classificada como saprofágica, ou seja, se alimenta de seres em decomposição;
  • Os liquens são organismos formados pela simbiose de um fungo (micobionte) e uma alga (fotobionte), baseados numa relação harmônica interespecífica.

Para questões com resolução comentada, veja: Exercícios sobre Fungos.

fonte https://www.todamateria.com.br/fungos/


   

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quinta-feira, 15 de abril de 2021

Fiz Segunda Licenciatura em Química, posso fazer inscrição no Conselho Regional de Química? Respondendo perguntas.


Atribuições https://www.crqes.org.br/atribuicoes/ SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO FEDERAL DE QUÍMICA SEDE – SETOR DE AUTARQUIAS SUL – SAUS – QUADRA 05 – BLOCO I – CEP 70070-921 – BRASÍLIA – DF (61) 3224-0202/5316/0493 – FAX: (61) 3224-3277 – e-mail: cfq@cfq.org.br PERGUNTAS FREQUENTES  Como realizar o registro profissional no Sistema CFQ/CRQs? https://cfq.org.br/wp-content/uploads/2018/12/Perguntas-Frequentes-DEZ_2018.pdf

Abraham Weintraub e o Farol da Liberdade

Escrever à mão desenvolve o cérebro


Pediatra acredita que é preciso cuidado para que o mundo digital não leve embora experiências significativas que tem impacto no desenvolvimento das crianças

As crianças que vivem no mundo dos teclados precisam aprender a antiquada caligrafia?

Há uma tendência a descartar a escrita à mão como uma habilidade que não é mais essencial, mesmo que os pesquisadores já tenham alertado para o fato de que aprender a escrever pode ser a chave para, bem, aprender a escrever.

E, além da conexão emocional que os adultos podem sentir com a maneira como aprendemos a escrever, existe um crescente número de pesquisas sobre o que o cérebro que se desenvolve normalmente aprende ao formar letras em uma página, sejam de forma ou cursivas.

Em um artigo publicado este ano no "The Journal of Learning Disabilities", pesquisadores estudaram como a linguagem oral e escrita se relacionava com a atenção e com o que é chamado de habilidades de "função executiva" (como planejamento) em crianças do quarto ao nono ano, com e sem dificuldades de aprendizagem.

Virginia Berninger, professora de Psicologia Educacional da Universidade de Washington e principal autora do estudo, contou que a evidência dessa e de outras pesquisas sugere que "escrever à mão – formando letras – envolve a mente, e isso pode ajudar as crianças a prestar atenção à linguagem escrita".

No ano passado, em um artigo no "Journal of Early Childhood Literacy", Laura Dinehart, professora associada de Educação da Primeira Infância na Universidade Internacional da Flórida, discutiu várias possibilidades de associações entre boa caligrafia e desempenho acadêmico: crianças com boa escrita à mão são capazes de conseguir notas melhores porque seu trabalho é mais agradável para os professores lerem; as que têm dificuldades com a escrita podem achar que uma parte muito grande de sua atenção está sendo consumida pela produção de letras, e assim o conteúdo sofre.

Mas podemos realmente estimular o cérebro das crianças ao ajudá-las a formar letras com suas mãos?
Em uma população de crianças pobres, diz Laura, as que possuíam boa coordenação motora fina antes mesmo do jardim da infância se deram melhor mais tarde na escola.

Ela diz que mais pesquisas são necessárias sobre a escrita nos anos pré-escolares e sobre as maneiras para ajudar crianças pequenas a desenvolver as habilidades que precisam para realizar "tarefas complexas" que exigem coordenação de processos cognitivos, motores e neuromusculares.

“Esse mito de que a caligrafia é apenas uma habilidade motora simplesmente está errado. Usamos as partes motoras do nosso cérebro, o planejamento motor, o controle motor, mas muito mais importante é a região do órgão onde o visual e a linguagem se unem, os giros fusiformes, onde os estímulos visuais realmente se tornam letras e palavras escritas”, afirma Virginia Berninger.

As pessoas precisam ver as letras "nos olhos da mente" para produzi-las na página, explica ela. A imagem do cérebro mostra que a ativação dessa região é diferente em crianças que têm problemas com a caligrafia.

Escaneamentos cerebrais funcionais de adultos mostram que uma rede cerebral característica é ativada quando eles leem, incluindo áreas que se relacionam com processos motores. Os cientistas inferiram que o processo cognitivo de ler pode estar conectado com o processo motor de formar letras.

Larin James, professora de Ciências Psicológicas e do Cérebro na Universidade de Indiana, escaneou o cérebro de crianças que ainda não sabiam caligrafia. "Seus cérebros não distinguiam as letras; elas respondiam às letras da mesma forma que respondiam a um triângulo", conta ela.

Depois que as crianças aprenderam a escrever à mão, os padrões de ativação do cérebro em resposta às letras mostraram mais ativação daquela rede de leitura, incluindo os giros fusiformes, junto com o giro inferior frontal e regiões parietais posteriores do cérebro, que os adultos usam para processar a linguagem escrita – mesmo que as crianças ainda estivessem em um estágio muito inicial na caligrafia.

"As letras que elas produzem são muito bagunçadas e variáveis, e isso na verdade é bom para o modo como as crianças aprendem as coisas. Esse parece ser um dos grandes benefícios da escrita à mão", conta Larin James.

Especialistas em caligrafia vêm lutando com a questão de se a letra cursiva confere habilidades e benefícios especiais, além dos fornecidos pela letra de forma. Virginia cita um estudo de 2015 que sugere que, começando por volta da quarta série, as habilidades com a letra cursiva ofereciam vantagens tanto na ortografia quanto na composição, talvez porque as linhas que conectam as letras ajudem as crianças a formar palavras.

Para crianças pequenas com desenvolvimento típico, digitar as letras não parece gerar a mesma ativação do cérebro. À medida que as pessoas crescem, claro, a maioria faz a transição para a escrita em teclados. No entanto, como muitos que ensinam na universidade, eu me questiono a respeito do uso de laptops em sala de aula, mais porque me preocupo com o fato de a atenção dos alunos estar vagando do que com promover a caligrafia. Ainda assim, estudos sobre anotações feitas à mão sugerem que "alunos de faculdade que escrevem em teclados estão menos propensos a se lembrar e a saber do conteúdo do que se anotassem à mão", conta Laura Dinehart.

Virginia diz que a pesquisa sugere que crianças precisam de um treinamento introdutório em letras de forma, depois, mais dois anos de aprendizado e prática de letra cursiva, começando na terceira série, e então a atenção sistemática para a digitação.

Usar um teclado, e especialmente aprender as posições das letras sem olhar para as teclas, diz ela, pode muito bem aproveitar as fibras que se intercomunicam no cérebro, já que, ao contrário da caligrafia, as crianças vão usar as duas mãos para digitar.

“O que estamos defendendo é ensinar as crianças a serem escritoras híbridas. Letra de forma primeiro para a leitura – isso se transfere para o melhor reconhecimento das letras –, depois cursiva para a ortografia e a composição. Então, no final da escola primária, digitação”, conta ela.

Como pediatra, acho que pode ser mais um caso em que deveríamos tomar cuidado para que a atração do mundo digital não leve embora experiências significativas que podem ter impacto real no desenvolvimento rápido do cérebro das crianças.

Dominar a caligrafia, mesmo com letras bagunçadas e tudo, é uma maneira de se apropriar da escrita de maneira profunda.

"Minha pesquisa global se concentra na maneira como o aprendizado e a interação com as palavras feitas com as próprias mãos têm um efeito realmente significativo em nossa cognição", explica Larin James. "É sobre como a caligrafia muda o funcionamento do cérebro e pode alterar seu desenvolvimento."

Autor: Dr. Perri Klass
Fonte: The New York Times (Tradução do UOL)

http://www.oswaldocruz.com/oswaldinho/blog-do-oswaldinho/escrever-a-mao-desenvolve-o-cerebro

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