terça-feira, 24 de janeiro de 2023

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Estudo traça perfil de usuários e estima que cracolândia movimenta, R$10 milhões por mês

Estudo traça perfil de usuários e estima que cracolândia movimenta, R$10 milhões por mês

27 de fevereiro de 202018min6597
Capa

O levantamento, que vem sendo repetido desde 2016, investiga o perfil dos frequentadores da Cracolândia da Cena da Luz em São Paulo, quanto às suas características sociodemográficas, condições de saúde, histórico de uso de drogas e de tratamentos, e nível de vulnerabilidade social e comportamentos de risco. A onda mais recente do estudo, realizada em outubro de 2019, também investigou, utilizando uma metodologia diferenciada, como os usuários adquirem a droga e quanto gastam com ela diariamente. O estudo complementar sobre as questões econômicas do consumo  de crack estimou que os usuários gastam, em média, R$192,50 diariamente. Neste estudo complementar, os usuários foram questionados quanto a origem do recurso, já que mais da metade deles (53,9%) não tem qualquer tipo de renda ou benefícios. Foi constatado que a fonte do recurso utilizado para compra da droga é extremamente variável, com mais da metade (58%) obtendo recursos como pedinte, 44% e 46% através de furtos em estabelecimentos e pessoas, respectivamente, e 35% obtém o recurso através de prostituição dentre outras.

O Levantamento foi realizado pela Unidade de Pesquisas de Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e é o primeiro a traçar o perfil dos frequentadores da região de forma sistemática através de séries históricas.

 COMO FOI FEITA A PESQUISA

O Levantamento do perfil dos usuários da Cracolândia de SP foi realizado em quatro momentos diferentes: em maio de 2016 com 122 participantes (índice de recusa de 87%), em maio de 2017 com 139 participantes (índice de resposta de 70%), novamente em junho de 2017 com 71 participantes (índice de resposta de 65%) e em outubro de 2019, com 240 participantes (índice de resposta de 83%).  Os resultados foram obtidos através de métodos mistos: para a investigação do perfil foram realizadas entrevistas com uma amostra obtida pelo método “tempo-localização”, que consiste na determinação dos perímetros de ocupação da população e seleciona os participantes em uma varredura em dias e horários aleatórios. Este método possibilita que os dados colhidos sejam representativos de toda a população alvo. A contagem populacional foi feita através de método de varredura sistemática, também com dias e horários aleatórios; já o estudo complementar para determinar os aspectos econômicos da obtenção da droga, envolveu a entrevista de 30 usuários selecionados através de amostragem por conveniência. O sucesso da metodologia levou a iniciativa de replicação do estudo em outras capitais do país, passando então a ser chamado de “Levantamento das Cenas de Uso de Capitais” (LECUCA). “Devido ao cenário extremamente complexo apresentado na Cracolândia, que é constituída por uma população flutuante e também varia quanto aos espaços que frequenta, tivemos que utilizar metodologias igualmente complexas, que permitissem que os dados obtidos de fato representassem toda a diversidade dos indivíduos que vivem no local.” Explica a pesquisadora responsável pelo estudo, Clarice Sandi Madruga.

Monitoramento do tamanho da população              

As estimativas do tamanho da população são realizadas desde 2016 utilizando uma metodologia desenvolvida especialmente para contabilizar o número médio de frequentadores da região levando em consideração as variações na ocupação do território e flutuações da concentração de usuários em diferentes dias e horários. O balanço inédito realizado pela UNIAD mostrou que, embora a população diminua significativamente nos períodos imediatamente depois de cada grande operação policial, o número total de usuários na região tem se mantido relativamente o mesmo através dos anos. Os resultados indicaram que atualmente o local possui uma média de 1.680 frequentadores (chegando a 2.018 usuários no período de pico pela manhã), o que indica uma estabilização em relação a 2017, por exemplo, quando a região atingiu 1860 frequentadores. “Comparamos os números de 2019 com maio de 2017, pois temos que ter parcimônia ao analisar as pesquisas de 2016 e a realizada pós-operação policial de agosto de 2017, devido ao contexto específico nesses momentos, seguidos das operações policiais no local. Nestas ocasiões a estimativa de frequentadores foram menores, com 709 e 414 em média, respectivamente. É possível então supor que a média de frequentadores normal sejam as estimadas em maio de 2017 e a mais recente, em outubro de 2019”, afirma o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, Diretor da UNIAD.

Sobre os frequentadores:

Com uma população composta por uma maioria de homens (aproximadamente 70%) com idade média de 36 anos, a comparação das diferentes ondas do estudo mostrou um aumento da população transgênero no período imediatamente após da operação de 2017, chegando a mais de 10%, que baixou para 7.5% em 2019.

Mais da metade dos frequentadores (51%) vem de fora de São Paulo, com 34,5% vindo de outros estados. Também foi constatada a existência de estrangeiros na Cracolândia, o índice já chegou a 3% em 2017, baixando para 1% em 2019.

Um dos resultados mais relevantes da pesquisa é referente ao conhecimento de onde os participantes viviam antes de ir para a Cracolândia. Os resultados e mostram que prevalecem os usuários que relatam ter vindo diretamente de suas casas ou da casa de suas famílias antes de ir pra região (78% em 2019), esse índice parece ser consistente, com prevalências semelhantes nas duas edições anteriores (74% e 78% respectivamente). Segundo a pesquisadora responsável pelo estudo, esse dado contraria uma concepção comum, de que a maioria dos frequentadores da cracolândia já estava em situação de antes do Crack.

“O fato de a maioria dos usuários virem de suas casas antes da Cracolândia mostra que esse fenômeno é, sobretudo, a consequência de uma dependência química grave, e revela a nossa ineficiência em oferecer tratamentos efetivos. Isso mostra em última análise, a importância de estratégias de prevenção e tratamento mais efetivas”.

O entendimento desse resultado por um olhar sociológico também evidencia a impotência da família nos casos de dependência grave, que culmina na quebra desses vínculos gerando a situação de rua. “Além da questão da prevenção, esse fenômeno poderia ser dramaticamente minimizado através de políticas públicas de amparo social e de cuidados mais articuladas e intersetoriais” diz a socióloga Gleuda Apolinário, uma das responsáveis pelo levantamento.

Motivações para estar na Cracolândia:

Segundo os usuários, dentre os principais motivos que os levam a frequentar a região estão: disponibilidade da droga (31,2%), segurança de uso entre os pares (20,4%), preço (16,4%) e liberdade para uso (14,8%).

Outro ponto que chamou a atenção na pesquisa foi o índice de que 82% dos usuários não frequentam nenhuma outra cena de uso além da Cracolândia da região da Luz.

Vulnerabilidade social:

A alta prevalência de usuários em situação de rua se repete em todas as edições da pesquisa, com 62% dos participantes de 2019 relatando não dormir sequer em abrigos ou albergues. Impressiona o alto índice de usuários vivendo nestas condições há 5 anos ou mais (42%).

Mais da metade dos usuários (65,3%) relatou viver e dormir todos os dias nas ruas da Cracolândia, quase 2 a cada 10 dizendo passar apenas os dias na região (17%) e menos de 10% referindo apenas ir para comprar a droga e ir embora.

Saúde Física e Mental:

A importância dos serviços de saúde oferecidos no local é retratada nos altos índices de usuários que referem já terem sido testados para doenças infecto-contagiosas, como Sífilis, HIV, Hepatite (B e C) e Tuberculose. Embora os índices dessas doenças sejam muito mais altos que na população geral (resultados através de auto-relato: 63% para sífilis, 10% HIV, 6% e 4% Hepatite B e C e 13% tuberculose), foi observado que uma proporção considerável dos usuários foi tratado, chegando a índices de 96% e 67% para os tratamentos de tuberculose e Hepatite B respectivamente. O índice de usuários que trataram Sífilis porém, foi relativamente baixo (14% dos que testaram positivo) e um índice ainda pior foi encontrado para a manutenção do tratamento do HIV, com apenas 8% entre os participantes que referiram ser positivos. Destaca-se também a queda do índice de mulheres que usam implante anticoncepcional, de 11% em 2017 para apenas 6% em 2019. Quanto a saúde mental, foi detectado que mais da metade dos participantes refere histórico de episódios psicóticos (58%) e mais de um terço (38%) refere já ter tentado suicídio.

Rede de suporte social e tratamento:

Mais da metade dos frequentadores da Cracolândia (53%) alega ter passado por algum tipo de tratamento para a dependência química, que vão desde grupos de mútua ajuda até assistência em hospitais.

Embora mais de um terço dos participantes referiu não ter ninguém com quem contar, 15% deles diz ter como referência algum profissional da assistência social e/ou saúde da região, demonstrando a importância da rede de suporte de saúde e social é o de utilização de serviços instalados na região. Quanto a utilização destes serviços, foi constatado que 74,3% dos usuários já utilizaram os serviços da Unidade Recomeço Helvétia, 71,8% do ATENDE 2, 64% do Bom Prato e 44,1% do CRATOD. Destaca-se que mais de um terço relata realmente querer interromper o uso e buscar tratamento.

“Esse número é um dos pontos que retrata as dificuldades do manejo e convencimento deste público para buscar tratamento, para sair da situação em que se encontra, exemplificando a necessidade da oferta de opções de tratamento e também de pessoas qualificadas e aptas  treinadas para abordar os usuários corretamente na cena de uso”, diz a socióloga Gleuda Apolinário

Influxo de usuários:

O estudo mostra que cerca de um terço dos frequentadores da Cracolândia é recém-chegada, residindo naquele ambiente há menos de um ano. Por outro lado, também foi observado que quase metade dos usuários vive na Cracolândia há 5 anos ou mais. Essa população mais antiga só diminuiu significativamente em junho de 2017, logo após a maior operação policial já realizada na região, em maio de 2017. Nesta ocasião observou-se um grande aumento de frequentadores novos, chegando a 43% da população total.

“Embora o estudo tenha a limitação de não acompanhar as mesmas pessoas através do tempo, tendo amostras diferentes a cada coleta, a interpretação dos resultados quanto ao tempo de permanência na Cracolândia combinado ao histórico e motivação para tratamentos, conclui-se que, possivelmente, as ações de saúde e assistência estão atingindo positivamente cerca um terço dos usuários da região, encaminhando  constantemente essa proporção dos usuários, porém, ao mesmo tempo, temos um influxo também contínuo, com a entrada de praticamente a mesma proporção de novos usuários que os substituem, mantendo a população praticamente constante ano a ano”, afirma Clarice Madruga, pesquisadora responsável pelo estudo.

A SAÍDA

A pesquisa de 2019 mostrou que são quatro os principais fatores que levariam os usuários a sair da Cracolândia – trabalho (44%), amparo familiar (32,8%), residência (20%) e tratamento contra a dependência (18,8%). Tais dados encontram respaldo em outras informações passadas pelos usuários, sobre quais fatores já os fizeram parar de usar drogas ou ao menos diminuir o uso no passado, onde são mencionados o apoio familiar ou de amigos (23,6%), exercer uma atividade remunerada (23,1%) e acolhimento em Comunidades Terapêuticas ou CAPS (22,6%) como os principais fatores.

“A dependência química é uma doença crônica e deve ser vista como tal. Nesse processo, cada indivíduo possui suas particularidades, como aceitação a determinado tipo de tratamento, eficácia de serviços sociais, enfim. É uma população muito heterogênea para se pensar em apenas uma solução. O que estes dados mostram é que não existe apenas uma receita para a solução do problema da Cracolândia. É necessária uma ação completa e sobretudo sustentada para a região, envolvendo a continuidade das ações de saúde, sociais e de segurança, criando uma rede capaz de atender a toda a diversidade de usuários que frequenta esse local”, afirma Laranjeira.

fonte; www.uniad.org.br/noticias/levantamentos-e-pesquisas/estudo-traca-perfil-de-usuarios-e-estima-que-cracolandia-movimenta-r10-milhoes-por-mes/

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

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7 tipos de aprendizagem: conheça a si mesmo! - Blog Vittude


7 tipos de aprendizagem - conheça a si mesmo!

28 de janeiro de 2021

  |  Tempo de leitura: 10 minutos

Os tipos de aprendizagem determinam as formas como uma pessoa aprende. Você já parou para pensar em qual pode ser o seu? 

Ter conhecimento do seu tipo de aprendizagem melhora a sua relação com os estudos, possibilitando que você absorva conhecimento mais facilmente. Além disso, aprimora as funções cognitivas utilizadas em atividades cotidianas e profissionais, como memória, linguagem, percepção visual, lógica, raciocínio, entre outras. 

O que são tipos de aprendizagem?

Cada pessoa tem um jeito único de aprender. 

Algumas têm mais facilidade em assimilar conteúdos quando são transmitidos de modo mais visual, como em apresentações em slides, mapa mentais e infográficos. Já outras aprendem mais rapidamente quando ouvem um conteúdo em sala de aula, em podcasts ou audiolivros. 

Há ainda aqueles que sofrem com alguns transtornos de aprendizagem, e precisam encontrar a melhor maneira de driblá-los para ter um ensino completo apesaar das dificuldades.

Uma pessoa não possui somente um tipo de aprendizagem, embora um deles seja predominante. As maneiras de aprender restantes formam uma espécie de escala, que vai das formas cuja facilidade é maior até a menor. 

Às vezes, um aluno apresenta dificuldade para aprender na escola justamente porque o modelo de ensino de determinado professor ou instituição de ensino não o ajuda. Ele pode precisar fazer mais exercícios, ler os livros didáticos em casa ou memorizar o conteúdo através de músicas para, enfim, compreendê-lo. 

Descobrir a sua forma ideal de retenção de conhecimento é muito conveniente. Você pode desenvolver estratégias de aprendizagem conforme o seu tipo para fazer suas sessões de estudo renderem mais. 

Mesmo quem já passou da fase de estudos constantes pode se beneficiar ao buscar modos de absorção de informações mais eficientes para o seu perfil.

Como surgiram os tipos de aprendizagem?

Os tipos de aprendizagem correspondem à Teoria das Inteligências Múltiplas, desenvolvida pelo psicólogo americano Howard Gardner. Formado em psicologia e neurologia, possui um grande interesse pelo processo de aprendizagem humano.

Segundo o psicólogo, a manifestação da inteligência humana vai além do que pode ser medido em um teste de QI. Esse, por sua vez, foi desenvolvido a partir de um só tipo de inteligência. 

Ele critica o modelo de educação justamente por não ser capaz de explorar o potencial individual de todos os alunos. Enquanto valoriza alguns tipos de inteligência, denomina outros como “menos geniais”. 

Por exemplo, pessoas com facilidade em cálculo normalmente são consideradas excepcionalmente inteligentes, mas as que dominam conhecimento de linguística não tendem a levar o mesmo título. Dessa forma, estudantes são levados a acreditar que devem sufocar suas aptidões para se encaixarem em um “modelo ideal de inteligência”.

Ficou evidente para Gardner que cada indivíduo possui uma forma própria de inteligência. E ela não é fixa. Qualquer pessoa pode desenvolver as suas inteligências se estiver inserida em um ambiente propício para isso e se tiver os recursos necessários para estimular a aprendizagem.  

Podemos facilmente encontrar nomes célebres na história da humanidade para servir de exemplo, como Albert Einstein, cuja inteligência lógico-matemática era incomparável, e Mozart, detentor de uma extraordinária inteligência musical. 

Os estudos do psicólogo americano abrem, então, um debate sobre a eficiência do modelo educacional da atualidade. Instituições de ensino podem revisar as suas metodologias de ensino para tornar o processo de aprendizagem mais justo, estimulando e valorizando diversas áreas do conhecimento. 

No âmbito individual, cada indivíduo que se dispor a explorar o seu tipo de aprendizagem pode tornar as suas horas de estudo mais proveitosas. Afinal, não é preciso seguir uma regra única para absorver o conhecimento.  

Quais são os tipos de aprendizagem?

7 tipos de aprendizagem - conheça a si mesmo!

Howard Gardner apresentou os sete principais tipos de aprendizagem de sua Teoria das Múltiplas Inteligências em 1983 em um livro intitulado “Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences”. 

Com o passar do tempo, foram surgindo sugestões de outros tipos de inteligência. Sendo assim, a classificação chegou a um total de 12 tipos. Todavia, neste texto, vamos falar somente dos sete principais tipos sugeridos inicialmente por Gardner.

Vale lembrar que cada pessoa possui um tipo de aprendizagem predominante, bem como elementos dos demais tipos. Logo, a melhor maneira de utilizar os variados tipos de aprendizagem é combinando os que se demonstram ser mais eficientes no momento do estudo. 

Cada indivíduo pode desenvolver as suas estratégias particulares para aprender sem estresse, mesmo que elas fujam do proposto em sala da aula. Após um período de tentativa e erro, você encontrará o modelo perfeito para reter informações e manifestar a sua inteligência.

1. Musical

A habilidade musical ou auditiva é encontrada em pessoas que relacionam músicas e sons ao seu processo de aprendizagem. Elas conseguem assimilar melhor o conteúdo quando escutam uma explicação oral em sala de aula ou através de um vídeo. Mesmo se não estiverem prestando muita atenção na ocasião, lembram-se dos dizeres dos professores.

Para elas, a diferenciação entre notas musicais, ritmos e timbres acontece sem esforço. Sendo assim, os macetes musicais tipicamente utilizados em cursinhos pré-vestibulares são ótimas ferramentas de aprendizagem. 

2. Lógico-Matemática

Caracteriza-se pela facilidade em lidar com números, operações matemáticas, gráficos e tabelas. Pessoas com esse tipo de aprendizagem assimilam conteúdos de caráter impessoal, que possuem raízes na lógica, mais facilmente. São aprendizes lógicos natos!

No estudo, buscam pelo padrão lógico por trás das questões de provas e conteúdos das disciplinas voltadas ao cálculo, como matemática e física. Já na vida pessoal, tendem a ser mais organizadas e a solucionar problemas com mais facilidade.

3. Interpessoal

Pessoas com esse tipo de inteligência conseguem identificar as mínimas particularidades presentes em interações sociais, como expressões faciais, linguagem não verbal, sentimentos e vontades não ditas. Conseguem dizer para “onde a conversa está indo” a partir de suas análises pessoais.  

São excelentes em projetos em grupo. Conseguem aproveitar as forças de cada integrante, estimulando-os a crescer até a finalização do trabalho em conjunto. Também aprendem muito através da observação de momentos sociais e do debate de ideias.  

É uma competência identificada em indivíduos em posição de liderança e profissões centradas na interação constante com outras pessoas. Quando reunidos em um grupo, estudantes com essa aptidão trabalham em harmonia até com os alunos menos interessados da turma. 

4. Intrapessoal

Entre os tipos de aprendizagem, essa se caracteriza pela compreensão dos próprios sentimentos, aspirações e comportamentos. São pessoas que conhecem a si mesmas em um nível profundo, por isso, conseguem utilizar as estratégias certas para estudar e concluir atividades. 

Preciso me conhecer melhor (2)

Já que possuem conhecimento de suas dificuldades pessoais, gostam de estudar por conta própria e revisar o conteúdo passado em sala de aula da forma que acreditam ser melhor para a sua compreensão. Tendem a se dar melhor em atividades individuais. 

5. Corporal-cinestésica 

Aprendizes corporais-cinestésicos aprendem na prática. São pessoas naturalmente hábeis na manipulação de instrumentos e em atividades esportivas. Também gostam de conduzir experimentos para testar teorias demasiadamente abstratas. 

Ouvir uma explicação, assistir uma aula em vídeo ou analisar um esquema visual não é o suficiente para elas. Precisam colocar a mão na massa para reterem informações. Alunos que costumam gostar de fazer exercícios para testar o conhecimento aprendido em aula tendem a possuir esse tipo de aprendizagem. 

6. Espacial

Pessoas com inteligência espacial precisam de estímulos visuais para melhorar a absorção do conhecimento. Formas, objetos, gráficos, desenhos, slides e mapas mentais as auxiliam no momento do estudo. Normalmente após receber uma explicação, distribuem os pontos mais importantes em um esquema visual ou elaboram um resumo detalhado para memorizá-la. 

7. Linguística 

7 tipos de aprendizagem - conheça a si mesmo!

Além de aprender facilmente através de leituras consideradas extenuantes, aprendizes linguísticos se comunicam com maestria. Articular e transmitir ideias de maneira que outra pessoa compreenda, tanto na escrita quanto na fala, é uma tarefa simples para eles. 

Pessoas que detém esse tipo de aprendizagem aprendem melhor quando leem o conteúdo em voz alta para si mesmas ou para terceiros. Também dominam a estrutura gramatical de idiomas estrangeiros rapidamente. 

Como descobrir o meu tipo de aprendizagem?

O psicólogo Howard Gardner desenvolveu um teste para descobrir o tipo de aprendizagem, ou de inteligência, predominante. Ao longo dos anos, ele foi adaptado por outros profissionais da psicologia e, assim, surgiram mais avaliações. 

O objetivo das mesmas é investigar o comportamento das pessoas em relação à aprendizagem para, enfim, pontuar qual é a sua principal forma de inteligência. 

A maneira como você interage com gráficos, operações matemáticas, textos interpretativos, atividades físicas, idiomas estrangeiros, entre outros, evidencia quais conteúdos acha mais fácil e quais tem dificuldade de compreender. 

Consequentemente, também são esclarecidos os melhores métodos de ensino para o seu processo de aprendizagem.

Um caminho que pode lhe conceder esse conhecimento sobre você mesmo é a terapia. 

Da mesma forma que a psicoterapia pode ajudar profissionais a crescerem em suas carreiras, pode ajudar estudantes a organizarem a sua jornada de estudos. Também pode auxiliar indivíduos com o objetivo de incorporar hábitos mais produtivos para absorver informações recebidas no dia a dia. 

A terapia ainda auxilia pessoas confusas com seu insucesso acadêmico ou profissional a compreender que talvez estejam insistindo no objetivo errado. Podem refletir sobre caminhos melhores ou fazer adaptações conforme o seu tipo de aprendizagem.

Você pode dar o primeiro passo para descobrir a sua maneira ideal de aprender com a ajuda da terapia online na Vittude! São diversos psicólogos com diferentes especialidades e abordagens para te ajudar nessa jornada de autoconhecimento e crescimento pessoal e profissional.

fonte: https://www.vittude.com/blog/tipos-de-aprendizagem-conheca/

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O inatismo de Chomsky



O inatismo de Chomsky

Publicado em 05 de dezembro de 2011 por NAjara Vilhena Araujo

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Gerciene Carmona

Maura Vilhena

Najara Vilhena

Resumo: O artigo mostrará alguns conceitos e características da aprendizagem que tem por finalidade mostrar a teoria inatista de aquisição da linguagem, dividida sob os aspectos da analise do desenvolvimento e aquisição da linguagem de acordo com pesquisa e pensamentos baseado em Chomsky, mostrando aspectos específicos e claros de seu posicionamento indo de acordo com teses de outros escritores e/ou estudiosos do tema da aquisição e desenvolvimento da linguagem. 

Com base na pesquisa e outros artigos o este artigo apresenta características e tendências contemporâneas afim de expor a aquisição da linguagem contemporânea.

Palavras chaves: Aprendizagem, linguagem.

 Introdução

Os estudiosos da área da lingüística que se atém ao processo da aquisição da linguagem, denominados psicolingüística, sempre A finalidade desse artigo é mostrar a teoria inatista de aquisição da linguagem, dividida em vários aspectos. Este foi subdividido em: a Hipótese gerativo-transformacional, o Cognitivismo construtivista, a Gramática universal e sua relevância.

tiveram interesse de interpretar o processo que habilita os seres humanos de se comunicarem através da fala.

Muitas correntes ao longo do tempo se propuseram a explicar este fenômeno, isto é, demonstrar como ocorre a comunicação entre as pessoas mediante ao uso da palavra.

Justificativa

Chomsky vai retoma este assunto com vigor, uma vez que esse assunto é motivo de discutição entre vários escritores, porém mostrando em que medida a filosofia da mente e a filosofia da linguagem encontra-se intimamente entrecruzadas. E é precisamente o Chomsky-filósofo aquele que desperta mais interesse para quem lê este livro. Mais do que isto, nele encontramos um esforço para integrar a lingüística com outras disciplinas, estabelecendo interfaces com a genética e com as outras ciências, notando-se, porém, que este esforço não deve ser visto por um prisma reducionista.

Retomando o projeto da “Lingüística Cartesiana”, publicada em 1966, Chomsky reafirma o inatismo bem como a necessidade de compreensão das bases cerebrais da linguagem. A linguagem é fenômeno biológico e pode ser estudada a partir de uma perspectiva internaliza, ou seja, na qualidade de fenômeno interno e psicológico, retirando-se a ênfase excessiva de seu estudo como manifestação intersubjetiva e social. Esta é a perspectiva do estudo da língua-I, que percorre todos os ensaios do livro de Chomsky. É esta uma das teses mais polêmicas que encontramos no livro, tese que reverte uma tendência que encontramos na lingüística nas últimas décadas. Para afirmá-la, Chomsky polemiza com lingüistas e filósofos da linguagem contemporâneos, como por exemplo, Putnam e Quine. A linguagem pode ser abordada em termos de cálculos sobre representações internas e mentais, o que contraria frontalmente as teses destes filósofos, baseadas em posições externalistas e intersubjetivas.

Objetivos

A primeira parte irá tratar, sobre a Hipótese gerativo-transformacional. O Inatismo, hipótese atingido por Noam Chomsky, nos que o ser humano é aprovisiona de uma gramática conatural, ou seja, já nasce com a pessoa, e vai se transformando conforme o seu desenvolvimento. A criança adota como base para seu próprio desenvolvimento a fala dos adultos, que servem de estrutura para o desenvolvimento de suas próprias regras. A partir do momento que a criança incorpora como modelo algumas composições da língua mãe, não é porque copiou, mas por que acionou novos modelos de regras para sua língua.

Chomsky defende também que a criança tem um dispositivo de aprendizagem chamado de DAL, que quando ativado, processa essas sentenças, que recebe o nome de IMPUT, e como resultado a língua a qual a criança está exposta.

O IMPUT, é formado por muitas regras e a criança em contato com a língua, opta as regras que funcionam para aquela língua, desativando as que não funcionam. E como podemos identificar essa proposta, a criança possui uma Gramática Universal GU, inata e que contém todas as regras de todas as línguas.

Outra teoria defendida por Chomsky é a teoria dos princípios e parâmetros, esta muda a concepção que se tem da gramática universal. Conforme esta, a gramática universal é formada por princípios ou “leis” invariantes que são justadas do mesmo modo para todas as línguas, e parâmetros ou “leis”, onde os valores de acordo com cada língua, que oferecem origem às mudanças entre as línguas e as mudanças dentro da própria língua. Então, cabe a criança, escolher através do IMPUT o valor que o parâmetro deve ter.

No assunto em que é citado sobre o cognitivismo construtivista, mostra a comparação contraditória entre o behaviorismo de Skinner que defende que a linguagem era um conjunto de comportamentos e o inatismo de Chomsky que afirma que a linguagem vem de uma herança genética, isto é, inata, onde se nasce com uma gramática na mente e que se desenvolve no decorrer do tempo. E também cita ainda que se a criança dependesse de aprender através de imitação, como ressaltava o behaviorismo, ela nunca teria uma gramática perfeita.

Na terceira parte, trata-se sobre a Gramática Universal e sua relevância, atentando para aspectos importantes abordados por Lyons sobre a teoria chomiskiana.

Primeiro ele mostra como o mentalismo chomiskiano, se caracteriza como antimaterialista e antibehaviorista, discordando que a linguagem é igual a qualquer outro comportamento que pode ser explicado através de estímulos – reforço – resposta, e ainda que essa venha de experiências com o meio.

Lyons, ainda nos mostra algumas diferenças sobre a proposta de Chomsky acerca do pensamento, que o homem já nasce contendo alguns determinados preceitos, que só usaram para definir outros, também sobre a origem da linguagem, que esta e sua aquisição também apresentam caráter inato. E cita ainda sobre a importância dos estudos de Piaget. Indicando as quatro fases que a criança passa, sendo a mais importante a passagem da sensório-motora para a pré-operacional. E que Piaget lembra que a evolução cognitiva é pré-ordenada, isto é, inata, sendo assim, este partilha do mesmo pensamento de Chomsky.

1. A HIPÓTESE GERATIVA TRANSFORMACIONAL

O inatismo é uma hipótese defendida por Chomsky, afirmando que o ser humano é dotado de uma gramática inata, ou seja, essa teoria demanda que o ser humano nasce programado biologicamente para desenvolva determinados conhecimentos, essa proposta busca garantir a competência e criatividade do falante.Então vejamos: Supondo uma criança de um ano e pouco, mais de um ano e meio, que por sua vez começa a falar as primeiras palavras, estas serão possivelmente mamã e papá, decorrente daí surgem suas primeiras produções orais. Vamos dizer agora, que esta já esteja com três anos de idade, e não estará falando apenas palavras, mas sim frases, como por exemplo: vovó solandu, ou seja, ela quis dizer que a vovó está chorando. Pelo que se pode perceber são frases curtas e gramaticalmente incompletas, no entanto os adultos passam a compreender o que a criança diz, devido estarem, habituados com sua linguagem.

Um lingüista adepto da teoria gerativo-transformacional atentando mais para sintaxe do que para a fonologia ou a morfologia, dirá que essa criança já adquiriu uma certa competência lingüística, apesar das pequenas imperfeições em seu desempenho. Portanto, dentro dessas limitações que essa criança já é competente em sua língua materna.[1]

Um lingüista olhar mais para a sintaxe do que para fonologia e morfologia, observa que a criança já possui certa competência lingüística, apesar dos pequenos erros apresentados nas frases anteriores, então se conclui que a criança já é adequada em sua linguagem.

Ao comparar frases de crianças com a de adultos, faz com que estudiosos chegassem à conclusão que as falas das crianças não são imitações da fala dos adultos, portanto o discurso da criança é ordenado por regras, pois as crianças possuem várias palavras diferentes da gramática dos adultos, no entanto e a partir do discurso dos adultos, que a criança passa a desenvolver seu próprio sistema de regras subjacente às suas elocuções.

Atualmente, existem outros argumentos a favor da hipótese inatista, defendendo que a faculdade da linguagem não é um modelo da cognição. Pinker ressaltou o fato de que pessoas com atraso ou problemas mentais não necessariamente têm problemas lingüísticos, no entanto existem casos de famílias inteiras com problemas lingüísticos, enquanto que suas capacidades cognitivas são absolutamente normais.

3. As antigas teorias e as novas abordagens sobre a linguagem

Skinner é o mais famoso psicólogo defensor da conjectura behaviorista. Um dos seus principais princípios, e de seus seguidores, é que o aprendizado se dá através de uma metodologia denominado condicionamento operante.

As mudanças no comportamento natural são resultados de eventos que seguem esse comportamento. Por um lado, existem eventos que estimulam a repetição do comportamento que são chamados de reforço, por outro lado permanecem acontecimentos que fazem o contrário, diminuem a possibilidade de recorrência, que viemos a chamar de punição.

Dentre as correntes psicológico-filosóficas que mantiveram atenção a este campo, o behaviorismo e o inatismo se destacaram por suas descobertas e contribuições que revolucionaram os estudos que objetivavam explicar as revelações lingüísticas ocorrentes nos primeiros anos de vida humana.

De acordo com os behavioristas ou ambientalistas que até a metade do século XX contiveram as teorias de aprendizagem, a linguagem era o resultava do contato do indivíduo com o meio (experiências) e mediante ao reforço, estímulo e resposta, atribuindo ao organismo uma estrutura inata mínima, isto é, aprender a falar seria um processo fisiológico como aprender andar de bicicleta, a nadar etc. No entanto, é conhecido que no decorrer do processo de desenvolvimento da fala, a criança não apanha uma porção de conexões S–R, e, sim, um conjunto de normas e regras mais complexas.

O lingüista Noam Chomsky, com suas pesquisas, ofereceu um rumo diverso aos estudos sobre obtenção da linguagem. O inatismo chomyskiano, uma das teses mais aceitas atualmente para se compreender o desenvolvimento da linguagem, abateu a curso behaviorista, pois ao contrário desta, afirma que a linguagem não é resultado da convenção; e sim uma característica da herança genética humana, ou seja, parte da natureza, de acordo com a filosofia da Grécia antiga já havia sido mencionada.

SÓCRATES – ”O conhecimento preexiste no espírito do homem e a aprendizagem consiste no despertar desses conhecimentos inatos e adormecidos”

 PLATÃO – “[...] A alma está sujeita a metempsicose e guarda a lembrança das idéias contempladas na encarnação anterior que, pela percepção, voltam à consciência.”

2.Gramática gerativo e/ou transformacional

O inatismo defende claramente que a criança já nasce com uma gramática internalizada e a partir do convívio com a fala dos adultos ela vai adaptar a sua. Podemos afirmar que criança “aprende uma língua”, e não que essa linguagem desenvolve-se. No entanto jamais articulamos que o “embrião ou a criança aprende a ter braços em vez de asas, ou um aparelho visual determinado, ou órgãos sexuais maduros” -(Chomsky. 1981: 177).

O exemplo representa um incremento que consideramos ser geneticamente determinado no que tem no essencial, muito embora só ocorra bem depois do nascimento.

“produzem termos que nunca antes foram ouvidos como, por exemplo, “fazi” no lugar de fiz. A criança não chegou a este termo através da repetição, porém de uma adaptação dos verbos da 2ª conjugação que ela incorporou em sua gramática, isto é, de construções do tipo “Eu corri”, “Eu comi”, “Eu perdi”.”

Percebe-se com esta hipótese, as crianças possuem as próprias regras de fala que passam aperfeiçoamento de acordo com o contado com “linguagem madura” do adulto. Sendo assim, a teoria se opõe a teoria de que a adquirir e o desenvolvimento da linguagem infantil é uma reprodução.

Segundo a visão inatista da linguagem, criança apreende certa gramaticalidade da sua língua materna, é isso que a faz ser capaz de gerar sentenças de acordo com as regras vigentes da sua língua, mesmo que jamais tenham sido ouvidas daquela maneira, desenvolvendo assim uma característica que sempre esteve presente em sua mente, ou seja, o processo da gramática gerativa transformacional. Segundo (Kaufman, 1996, p. 58)

Segundo Chomsky a obtenção da língua materna ocorre da seguinte forma:

A Teoria dos Princípios e Parâmetros pressupõe que é por meio da língua a qual a criança está exposta na comunidade lingüística, isto é, dos parâmetros que serão selecionados e ativados por ela que ocasionará a variação e origem das diferenças entre as línguas e as mudanças numa mesma.

Essa teoria muda a concepção de Gramática universal, também defendida por Chomsky, pois esta é formada de princípios invariantes, que podem ser aplicado de igual forma em qualquer língua.

A forma a qual ocorre à atribuição dos valores aos parâmetros possui três diferentes propostas:

· Hipótese maturacional – os parâmetros estão programados geneticamente e no decorrer da aquisição da linguagem tornam-se disponíveis.

· Hipótese da competência total – a criança possui todos os princípios da Gramática universal desde o início e para a fixação dos parâmetros é necessária uma exposição mínima aos dados lingüísticos primários.

· Hipótese lexical – embora os princípios estejam todos disponíveis, o desenvolvimento sintático depende da aprendizagem de novos itens lexicais e morfológicos.  

Segundo Chomsky, as diferenças entre as línguas existentes não são grandes do ponto de vista gramatical e sintático, o que ajuda a compreender e a explicar a Gramática universal.

Parece evidente que a aquisição da linguagem se baseia na descoberta pela criança daquilo que, de um ponto de vista formal, constitui uma teoria profunda e abstrata – uma gramática gerativa de sua língua – da qual muitos dos conceitos e princípios se encontram apenas remotamente relacionados com a experiência através de cadeias longas e complexas de etapas inconscientes e de natureza quase dedutiva. (Chomsky, 1975, p. 141)

No que diz respeito à Gramática Gerativa, Chomsky distinguiu três componentes:

  1. O sintático, com função geradora;
  2. O fonológico, a imagem acústica da estrutura elaborada pelo componente sintático;
  3. O semântico, que interpreta essa imagem, o que se opõe à gramática estruturalista dos distribucionalistas, que tinha como base a análise dos constituintes imediatos.

 “Chomsky usa o termo COMPETÊNCIA para designar o conhecimento que o falante tem da sua língua, e o termo DESEMPENHO para designar o uso que o falante faz desse conhecimento.”

 4.GRAMÁTICA UNIVERSAL

O inatismo defende a existência da mente e acredita que para se explicar e entender como se é dado processo de aquisição da linguagem é necessário ir além dos mecanismos fisiológicos.

Pode-se sugerir, então, que nascemos com uma Gramática universal, introduzida na mente e dotadas de todas as regras básicas e necessárias de todas as línguas e a partir de operações mentais, crianças transformam a Gramática universal em gramática da língua materna.

Chomsky (1981) propôs em sua tese que a crianças tem possuem um dispositivo de obtenção da linguagem conatural (que Chomsky a chama de “DAL”) que é ativado, com trabalhos que vem a partir de sentenças (imput), derivando a gramática da língua na qual as crianças que estão expostas.

Sendo assim o dispositivo é formado por uma série de regras, apesar disso, as crianças em geral que irá selecionar as regras que irá fazer parte de sua língua nativa, de forma que venha facilitar a sua compreensão do processo. Chomsky nos propõe a metáfora da fechadura, explicando que toda criança nasce com uma fechadura pronta para receber uma chave.

Cada chave é responsável por desencadear a aquisição de uma língua distinta, mostrando, desta forma, que toda criança nasce com a mesma capacidade, estando apta a desenvolver qualquer língua.

Consoante a Chomsky:

A criança que é exposta normalmente a uma fala precária, fragmentada, cheia de frases truncadas ou incompletas, é capaz de dominar um conjunto complexo de regras ou princípios básicos que constituem a gramática internalizada do falante. (...).

Um mecanismo ou dispositivo inato de aquisição da linguagem (...), que elabore hipóteses lingüísticas sobre dados lingüísticos primários (isto é, a língua a que a criança está exposta), gera uma gramática específica, que é a gramática da língua nativa da criança, de maneira relativamente fácil e com certo grau de instantaneidade. Isto é, esse mecanismo inato faz “desabrochar “o que “já está lá”, através da projeção, nos dados do ambiente, de um conhecimento lingüístico prévio, sintático por natureza. ( Chomsky -1981)

5.TEORIA DOS PRINCÍPIOS E PARÂMETROS

A Teoria dos Princípios e Parâmetros pressupõe que é por meio da língua da qual a criança está exposta na comunidade lingüística, isto é, dos parâmetros que serão selecionados e ativados por ela que ocasionará a variação e origem das diferenças entre as línguas e as mudanças numa mesma.

Essa teoria muda a concepção de Gramática universal, também defendida por Chomsky, pois esta é formada de princípios invariantes, que podem ser aplicado de igual forma em qualquer língua.

A forma a qual acerta à imputação dos valores aos parâmetros possui três diferentes propostas: Hipótese maturacional, Hipótese da competência total e Hipótese lexical.

Segundo Chomsky, as diferenças entre as línguas existentes não são grandes do ponto de vista gramatical e sintático, o que ajuda a compreender e a explicar a Gramática universal.

Conclusão

Revisando a idéia aqui discutida é fácil chegar à conclusão claramente que o inatismo mostra se como uma tendência que crê na existência da mente, e que todo e qualquer aprendizado é conatural e não simples repetição.

A criança quando finalmente chega ao processo de aprendizado da língua, através um dispositivo de aquisição da linguagem chamado de DAL. Que por sua vez é acionado a partir da produção de pequenas sentenças, IMPUT, que vem a ser onde ficam todas as regras onde a criança seleciona em que lugar deve ser usado, que resulta na língua a qual a criança será exposta.

E por meios princípios e parâmetros a concepção de Gramática Universal muda. Princípios ou leis, invariáveis são aplicados da mesma forma em cada língua, e nos parâmetros que domina as altercações para cada língua, e até mesmo de uma mesma língua.

Então o inatismo, se impugna a várias convergências, que assegura que a criança aprende por um artifício chamado de reprodução ou imitação, que ocorre através de estímulos, com insistência em reforços e respostas, essa é a tese fundamental do behaviorismo defendida por Skinner.

Lyons, afirma que o autor que mais se aproxima da visão de Chomsky é Piaget, que acredita que a evolução cognitiva também através de um processo pré-ordenado, ou seja, inato.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

SANTOS, Raquel. A Aquisição da Linguagem. FIORIN, José Luiz. (Org.). Introdução à lingüística: I objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2002.

SCARPA, Ester Mirian. Aquisição da Linguagem. In MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Christina. (Orgs.) Introdução a Lingüísticadomínios e fronteiras, v.2. São Paulo: Cortez, 2001. pp. 203 – 232.CAMPOS, D. M. de S. Psicologia da aprendizagem. 34ª ed. Petrópolis, Vozes, 2005.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 12ª ed. 4ª impr. São Paulo: Áti-ca, 2001.

DEL RÉ, A. Aquisição da linguagem: uma abordagem psicolingüística.

São Paulo: Contexto, 2006.

KAUFMAN, Diana. A natureza da linguagem e sua aquisição. In: GEBER, Adele.  Problemas de aprendizagem relacionados à linguagem: sua natureza e tratamento. Tradução de Sandra Costa. Porto alegre: Ar-tes Médicas, 1996.

KRECH, D.; CRUTCHFIELD, R. Elementos de Psicologia. Tradução de Dante Moreira Leite e Miriam L. Moreira Leite. 6ª ed. São Paulo: Pioneira, 1980.

Márcia Rejane Alves Rodrigues E Maria Neuma Freire Araújo fazem parte do Grupo de estudos Lingüísticos e Sociais(GELSO), coordenado pelo professor Vicente Martins, da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail: vicente.martins@uol.com.br


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