segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Análise de Cenário - "Pr3nd4m Kl4us Schw4b IMED14TAM3NTE!!!! "

Cursos de licenciatura 100% a distância devem acabar, diz ministro da Educação



Seis de cada 10 professores são formados em EAD. Camilo liga nota ruim no Pisa à necessidade de melhorar formação dos professores no País. Faculdades privadas defendem modelo

  • Renata Cafardo

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta terça-feira, 5, que não vai mais permitir cursos de licenciatura (de formação de professores) totalmente a distância no País. A declaração foi dada na coletiva em que apresentou os resultados do Pisa 2022, avaliação internacional do ensino básico. O Brasil continua nas piores colocações.

Segundo o ministro, uma das estratégias para o Brasil melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos é valorizar a formação de professores. Para isso, seria necessário acabar com cursos a distância nessa área.

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Atualmente, 6 em 10 professores formados no País fizeram curso a distância. "Estamos com uma equipe técnica avaliando, mas pelo menos a ideia do ministério é não permitir mais curso 100% EAD nas Licenciaturas. Vamos definir, vai ser 50%, 30%?, disse o ministro.

"O problema da formação inicial é em todas as universidades - não há distinção de privada, pública - é um problema que precisamos enfrentar", completou. Ele disse ainda que é preciso avaliar os estágios que são obrigatórios para preparar professores e também reformular as diretrizes curriculares da formação docente.

Como o Estadão revelou, o Ministério da Educação (MEC) publicou na semana passada portaria que suspende os processos de autorização de novos cursos a distância de 17 áreas, entre elas Direito, Medicina e todas as licenciaturas.

Matrículas de cursos a distância cresceram 700% no País
Matrículas de cursos a distância cresceram 700% no País Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO / Estadão

O Brasil teve uma explosão do ensino superior não presencial: o número de graduações aumentou 700% entre 2012 e o ano passado. Embora seja vista como opção para alunos mais vulneráveis, especialistas têm questionado a qualidade da modalidade a distância, especialmente em cursos de formação de professores.

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Qualidade e falta de experiência prática preocupam

O crescimento na oferta de cursos EAD tem sido registrado no País desde os anos 2000. O ritmo de criação de novos cursos aumentou a partir de 2018, impulsionado pela edição de decreto do presidente Michel Temer (MDB) no ano anterior. A norma flexibilizou a abertura de polos de educação a distância. Desde então, houve crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.

Organizações do terceiro setor, como o Todos pela Educação, também têm demostrado preocupação com o crescimento da educação a distância, em especial para formar professores.

Em 2021, em todos os cursos de formação docente analisados, o Enade (avaliação do MEC para cursos superiores), as notas médias de EAD eram menores do que na modalidade presencial.

Na formação de professores, pesquisas mostram que essa modalidade da distância tem maior evasão e que 70% dos alunos não realizam nem a quantidade mínima de horas de estágio obrigatório. Especialistas argumentam ainda que os professores, após a graduação, precisam dar aulas presenciais nas escolas e por isso é importante que sejam formados dessa maneira também.

Em carta conjunta ao ministro este mês, o Todos pela Educação, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o conselho de secretários estaduais da educação (Consed) e outras organizações pediram medidas urgentes na regulação da educação a distância para a formação de professores.

EAD democratiza acesso, diz setor de ensino superior privado

"É preciso avaliar e supervisionar as instituições que não oferecem qualidade, mas é preciso valorizar aquelas que praticam um ensino de excelência", declarou, em nota, a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, entidade que representa mantenedoras de ensino superior privado, logo após a suspensão determinada pelo MEC na semana passada.

"O País também não pode ignorar que há 2 mil municípios brasileiros que possuem apenas a modalidade EAD como alternativa de ensino superior, e as populações dessas comunidades não podem ser prejudicadas por qualquer decisão intempestiva." Segundo ela, é preciso estabelecer parâmetros e diretrizes curriculares para "respeitar e estimular as especificidades de cada curso em relação à quantidade de carga presencial e a distância".

Associações que integram o movimento eadinclui.org.br, de defesa da educação a distância, pedem que o MEC reavalie a decisão e "promova diálogo mais amplo com as instituições". Para elas, a medida "suscita incertezas" e deixa "em alerta mais de 2 milhões de estudantes das áreas afetadas". As entidades reclamam também da inclusão das licenciaturas na portaria, segundo elas, "sem terem sido parte da consulta pública, o que pode sugerir uma decisão unilateral por parte do ministério".


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COMO LIDAR com PESSOAS DESAGRADÁVEIS que não te RESPEITAM? (Dra Ana Beat...

sábado, 9 de dezembro de 2023

História da Filosofia: Uma Síntese Sérgio Biagi Gregório


SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Considerações Iniciais. 3. Filosofia Antiga: 3.1. Pré-Socráticos; . 3.2. Período Clássico ou Grego Romano. 4. Filosofia Medieval. 5. Filosofia Moderna. 6. Filosofia Contemporânea. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é sintetizar a história da filosofia, salientando os aspectos relevantes em cada um de seus períodos: filosofia antiga, filosofia medieval, filosofia moderna e filosofia contemporânea.

2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A filosofia difere da ciência, porque necessita da história. Nenhum filósofo começa do zero, mas acrescenta ao que o filósofo precedente já descobriu. Pode-se dizer que a história da filosofia é a soma das contribuições que cada filósofo deu ao quebra-cabeça que é a experiência humana. Vem um filósofo e dá uma solução, e todos aclamam como a melhor; tempo mais tarde, vem outro e dá outra solução para o mesmo problema, e assim sucede no tempo.

3. FILOSOFIA ANTIGA

3.1. PRÉ-SOCRÁTICOS

Essência: descobrir, com base na razão e não na mitologia, o princípio único (o arché, grego) existente em todos os seres físicos.

Representantes: Tales de Mileto (623-546 a.C.), Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.), Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.), Pitágoras de Samos (570-490 a.C.), Heráclito de Éfeso (?), Parmênides de Eléia (510-470 a.C.), Zenão de Eléia (488-430 a.C.), Empédocles de Agrigento (490-430 a.C.) e Demócrito de Abdera (460-370 a.C.)

Anotações

Para Tales de Mileto, considerado o pai da filosofia, a substância primordial era a água; para Anaximandro de Mileto, o apeíron, termo grego que significa o indeterminado, o infinito; para Anaxímenes de Mileto, que tentou uma possível conciliação entre Tales e Anaximandro, o ar; para Pitágoras de Samos, o número, e assim por diante.




3.2. PERÍODO CLÁSSICO OU GREGO ROMANO

Essência: interesse no homem e nas suas relações em sociedade, com predominância das questões metafísicas e morais.

Representantes: Protágoras de Abdera (480-410 a.C.), Górgias de Leontini (487-380 a.C.), Sócrates de Atenas (469-399 a.C.) Platão de Atenas (427-347 a.C.), Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.), Zenão de Cítio (336-263 a.C.) e Epicuro (342-271 a.C.).

Anotações

Passada a fase cosmogônica, os filósofos deste período começaram a se interessar pelo próprio ser humano e suas relações na sociedade. Essa nova fase denominou-se sofista.

Etimologicamente, o termo sofista significa sábio. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão.

Os sofistas eram professores ambulantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de Filosofia. A função deles não era o estabelecimento de uma verdade única, mas o poder da argumentação. Por isso, ensinavam aos seus alunos os conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados, utilizando o jogo de raciocínios e arte de convencer os seus oponentes, driblando as teses dos adversários.

1) PROTÁGORAS DE ABDERA

É considerado o mais importantes dos sofistas, ensinava que o homem é "a medida de todas as coisas".

2) SÓCRATES DE ATENAS

É considerado o marco divisório da história da Filosofia grega. Ele era também considerado um sofista, pois o seu estilo de vida muito se assemelhava ao dos sofistas profissionais. Saía de casa cedo e ia às praças públicas discutir com os jovens sobre toda a gama de conhecimentos. A diferença entre ele e os sofistas é que não o fazia pelo recebimento de dinheiro, mas pelo prazer de levar as pessoas a pensarem pela própria cabeça.

Para atingir tal finalidade, criou o seu próprio método que, depois, foi denominado de maiêutica e ironia. Na ironia, confundia o saber que as pessoas tinham sobre um determinado assunto; na maiêutica, levava-os a uma nova visão do problema, aprofundando-o sempre, sem, contudo, chegar a uma conclusão definitiva.

3) PLATÃO DE ATENAS

Discípulo de Sócrates, concebeu a teoria das idéias, em que procura explicar como se desenvolve o conhecimento. Segundo ele, o conhecimento se desenvolve pela passagem do mundo das sombras para o mundo verdadeiro, ou seja, o mundo das essências. Para atingir tal conhecimento, Platão propõe o método da dialética, que consiste na contraposição de uma opinião com a crítica que dela podemos fazer, no sentido de aprimorar o conhecimento.

4) ARISTÓTELES DE ESTAGIRA

Discípulo de Platão, é considerado o pai da lógica, ferramenta básica do raciocínio. Segundo ele, a finalidade primordial das ciências seria desvendar a constituição essencial dos seres, procurando defini-la em termos reais. Conforme Aristóteles, o movimento e a transitoriedade ou mudança das coisas se resume na passagem da potência ao ato. Exemplo: uma semente é potencialmente uma árvore, pois a plantando, podemos com o tempo vê-la crescer e frutificar.


4. FILOSOFIA MEDIEVAL

Essência: conciliar fé com razão.

Representantes: São Justino (165 d.C.), Tertuliano (nasc. 155 d.C.), Santo Agostinho (354-430), Santo Anselmo (1033-1109), Pedro Abelardo (1079-1142), Santo Tomás de Aquino (1221-1274), John Duns Scot (1270-1308) e Guilherme Ockham (1229-1350),

Anotações

Na Idade Média não existia uma Filosofia, mas correntes de opiniões, doutrinas e teorias, denominadas de Escolástica. Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho são seus principais representantes. Buscava-se conciliar fé com razão. O método utilizado é o da disputa: baseando-se no silogismo aristotélico, partiam de uma intuição primária e, através da controvérsia, caminhavam até às últimas conseqüências do tema proposto. A finalidade era o desenvolvimento do raciocínio lógico.

1) SANTO AGOSTINHO

Santo Agostinho (354-430), influenciado por Platão, é o pensador que mais se destaca nesse período.

Deixou formulado indicando o caminho para a sua solução - o problema das relações entre a Razão e Fé, que será o problema fundamental da escolástica medieval. Ao mesmo tempo demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma. Entretanto, defronta-se com um primeiro obstáculo no caminho da verdade: a dúvida cética, largamente explorada pelos acadêmicos. Como a superação dessa dúvida é condição fundamental para o estabelecimento de bases sólidas para o conhecimento racional, Santo Agostinho, antecipando o cogito cartesiano, apelará para as evidências primeiras do sujeito que existe, vive, pensa e duvida.

Em relação ao platonismo, o posicionamento de Santo Agostinho não é meramente passivo, pois o reinterpreta para conciliá-lo com os dogmas do cristianismo, convencido de que a verdade entrevista por Platão é a mesma que se manifesta plenamente na revelação cristã. Assim, apresenta uma nova versão da teoria das idéias, modificando-a em sentido cristão, para explicar a criação do mundo.

Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as idéias divinas. Essas idéias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da Bíblia. (Rezende, 1996, p. 77 e 78).

2) SANTO TOMÁS DE AQUINO

Santo Tomás de Aquino (1221-1274), influenciado por Aristóteles, é o pensador que mais se destaca na Escolástica.

Santo Tomás representa o apogeu da escolástica medieval na medida em que conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.

Há distinção, mas não oposição entre as verdades da razão e as da revelação, pois a razão humana é uma expressão imperfeita da razão divina, estando-lhe subordinada. Por isso o conteúdo das verdades reveladas pode estar acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser contrário a ela. (Rezende, 1996, p. 81).





5. FILOSOFIA MODERNA

Essência: desenvolvimento da mentalidade racionalista, cujos princípios opunham-se à autoridade secular da Igreja.

Representantes: Giordano Bruno (1548-1600), Galileu Galilei (1564-1642), Francis Bacon (1561-1626), René Descartes (1596-1650), John Locke (1632-1704), Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1778), Diderot (1713-1784), d’Alembert (1717-1783), Rousseau (1712-1778) e Adam Smith (1723-1790), George Berkeley (1685-1753), David Hume (1711-1776), Immanuel Kant (1724-1804)

Anotações

A idade moderna é caracterizada pelo desenvolvimento do método científico. Até então, o conhecimento era dogmático. A partir do século XVI, transforma-se em conhecimento teórico-experimental, ou seja, toda a teoria deve passar pela experiência, no sentido de se aceitar ou rejeitar a hipótese levantada. Tomemos como exemplo o metal. Conhecimento dogmático: o calor dilata o metal; conhecimento teórico-experimental: colocando-se o metal no fogo, ele se dilatará; contudo, somente a experiência (observando o aumento de calor) é que poderemos dizer até que grau de temperatura ele se dilata ou se derrete.

1) CARTESIANISMO

René Descartes (1596-1650) surge num período em que, devido à invenção da imprensa, o volume de informações torna o mundo incerto e confuso. O termo cartesianismo vem dele e significa não só o método pelo qual buscava os conhecimentos, como também os seus seguidores. As soluções propostas pelos pensadores da Escolástica, por Francis Bacon e por Montaigne não resolviam o problema íntimo do indivíduo. Descartes rompe esse quadro, faz tábua rasa e propõe o seu método.

As regras do seu método são publicadas no livro intitulado Discurso do Método, em 1637, considerado pelos críticos como uma autobiografia espiritual do autor.

Suas quatro célebres regras são:

1) Só admitir como verdadeiro o que parece evidente, evitar a precipitação assim como a prevenção;

2) Dividir o problema em tantas partes quantas as possíveis (é o que se chama regra de análise);

3) Recompor a totalidade subindo como que por degraus (regra da síntese);

4) Rever o todo para se Ter a certeza de que não se esqueceu de nada e que, portanto, não há erro.

Essas regras auxiliam-nos a adquirir a certeza da verdade. Parte da dúvida metódica e dos princípios incondicionais da matemática. Suas teses influenciaram a maioria dos pensadores filosóficos posteriores.

2) ILUMINISMO

O iluminismo é também conhecido como a Filosofia das luzes – movimento filosófico do séc. XIX que se caracterizava pela confiança no progresso e na razão, pelo desafio à tradição e à autoridade e pelo incentivo à liberdade de pensamento.

Alguns pensadores iluministas:

Montesquieu (1689-1755) defendeu em sua obra, O Espírito das Leis, a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário, como forma de evitar abusos dos governantes e de proteger as liberdades individuais.

Voltaire (1694-1778) destacou-se pelas críticas que fazia ao clero católico, à intolerância religiosa e à prepotência dos poderosos. É famoso pela seguinte frase: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las".

Diderot (1713-1784) e d’Alembert (1717-1783) foram os principais organizadores de uma enciclopédia de 33 volumes. Esta enciclopédia exerceu grande influência sobre o pensamento político burguês, pois defendia, em linhas gerais, o racionalismo, a independência do Estado em relação à Igreja e a confiança no progresso humano através das realizações científicas e tecnológicas.

Rousseau (1712-1778) em sua obra, O Contrato Social, defende a tese de que o soberano deveria conduzir o Estado segundo a vontade geral de seu povo, sempre tendo em vista o atendimento ao bem comum.

Adam Smith (1723-1790) é o principal representante do liberalismo econômico. Em seu Ensaio sobre a Riqueza das Nações criticou a política mercantilista, baseada na intervenção do Estado na vida econômica. Segundo ele, tudo deveria ser feito sem a intervenção do governo, guiado apenas pela "mão invisível", em que cada qual buscando o seu interesse próprio propiciaria a sobrevivência de todos.

3) IMMANUEL KANT

O horizonte histórico vivenciado por Kant é marcado pela independência americana e a Revolução Francesa. Sua filosofia está na confluência do racionalismo, do empirismo inglês (Hume) e da ciência físico-matemática de Newton. À Hegel, acrescentam-se o idealismo e criticismo kantiano.

A base da filosofia de Kant (1724-1804) está na teoria do conhecimento. Deseja saber, mas sem erro. Para tanto, elabora-a na relação entre os juízos sintéticos "a priori" e os juízos sintéticos "a posteriori". Aos primeiros, chama-os puros, que caberia à matemática desvendá-los; aos segundos, de fenômenos, influenciados pela percepção sensorial. Nesse sentido, o idealismo e o criticismo kantiano nada mais são do que seus próprios esforços para aproximar o fenômeno à "coisa em si".

6. FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

Essencial: agrupamento da influência do materialismo, da filosofia de vida, da fenomenologia, do empirismo lógico e da filosofia da existência. 

Representantes: Augusto Comte (1798-1857), Karl Marx (1818-1883), Soren Aabye Kierkegaard (1813-1855), William James (1842-1910), Edmund Husserl (1859-1938), Alfred Whitehead (1861-1947), Bertrand Russel (1872-1970), Martin Heidegger (1889-1976) e Jean-Paul Sartre (1905-1980).

Anotações

1) O POSITIVISMO DE COMTE

Sociologia é a ciência da sociedade. Vem de societas (sociedade) e logos (estudo, ciência). É a ciência que estuda as estruturas sociais e as leis de seu desenvolvimento. Implica na análise do "fato social". O fato social são todas as formas de associações e as maneiras de agir, sentir e pensar, padronizadas e socialmente sancionadas.

Auguste Comte (1798-1857) criou, em 1839, o vocábulo "Sociologia". Seu objetivo era emprestar ao conhecimento da sociedade um caráter "positivo", desviando-o das concepções teológicas e metafísicas. Utiliza os métodos das ciências naturais e constrói comparativamente os fundamentos da Sociologia. Estabelece, assim, as leis invariáveis para a sociedade, da mesma forma que a física ou química. Mostra o que é a sociedade (ciência) e não o que deve ser (filosofia).

2) O MATERIALISMO DIALÉTICO E HISTÓRICO

Materialismo - Em filosofia, é a concepção de mundo onde a matéria é o motor do universo e a idéia sua conseqüência. Materialismo histórico - doutrina do marxismo, que afirma que o modo de produção da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da vida social, política e espiritual.

O materialismo histórico pode ser resumido da seguinte forma: numa sociedade escravagista, os escravos rebelando-se contra os senhores, convertê-la-ia em sociedade feudalista; no Feudalismo, os vassalos insurgindo-se contra os senhores feudais, torná-la-ia uma sociedade capitalista; no Capitalismo, os proletariados lutando contra os empresários, tranformá-la-ia em sociedade comunista. O Comunismo seria uma sociedade igualitária onde não haveria a exploração do homem pelo homem.

O comunismo, para Marx, seria a sociedade perfeita, a síntese final do processo de evolução dialética dos povos. Mesmo imbuído de boas intenções cometeu vários equívocos: não previu a divisão da propriedade corrigindo acumulação das riquezas, as novas tecnologias que aumentam a produtividade da mão de obra e a força sindical que melhora os salários. Em termos práticos, o comunismo foi implantado na Rússia e China, países pré-capitalistas: fato histórico que nega a suplantação do capitalismo.

3) EXISTENCIALISMO

Existencialismo - Aplica-se esse nome às idéias filosóficas de Heidegger, Kierkegaard, Sartre e outros. Caracteriza-se pela negação do abstracionismo racional de Hegel. Para Kierkegaard, por exemplo, um sistema lógico de idéias não alcança a existência, o individual. Faz abstração deste, tem por objetivo as essências, os possíveis, e não o existente, o indivíduo, que não se explica, não se deduz, nem se demonstra.

A base do existencialismo está na discussão do possível. Para Sartre: "A existência precede a essência". É a tese da impossibilidade do possível. Ele retoma a fórmula de Lequier: "Fazer e, ao faze, fazer-se". É a expressão metafísica da crença na liberdade absoluta segundo a qual o ser vivo e pensante faz a si mesmo tanto quanto lho permitem certas determinações já tomadas. Além do exposto, Abbagnano acrescenta o grupo da necessidade do possível e o grupo da possibilidade do possível.

4) FENOMENOLOGIA

Fenomenologia é definida como "um estado puramente descritivo dos fatos vividos de pensamento e de conhecimento". Hegel, na sua obra Fenomenologia do Espírito (1807), expõe que o progresso da consciência se realiza de forma dialética até atingir o saber absoluto; Kant, por outro lado, separa os juízos "a priori" (essências) e os juízos "a posteriori". Somente em Husserl, a fenomenologia toma o sentido corrente e específico: "o fenômeno constitui, pois, a manifestação do que é, aparência real e não aparência ilusória".

A fenomenologia, portanto, para Husserl e seus seguidores, significa uma redução do "eu transcendental". Nela, supõe-se que os dados da consciência relativos aos fenômenos, não podem estar separados da essência. O grande desafio do ser humano é captar a essência que está embutida na existência. Neste mister, cabe-nos renunciar aos dogmas a aos preconceitos, tala qual fizeram Descartes, Hume e outros.

7. CONCLUSÃO

Este olhar sintético sobre a história da filosofia possibilitou-nos a tomada de consciência sobre a contribuição de cada um dos filósofos citados. Em cada época, a contribuição é individual e pode entrar em contradição com a dos outros que o precederam, mas a essência da filosofia continua sempre a mesma: na Antiguidade o conhecimento de si mesmo; na Idade Média, a conversão agostiniana; na Idade Moderna, o cogito cartesiano.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia para uma Geração Consciente. Elementos da História do Pensamento Ocidental. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.

FROST JR., S. E. Ensinamentos Básicos dos Grandes Filósofos. São Paulo: Cultrix, ____

REZENDE, A. (Org.). Curso de Filosofia: para Professores e Alunos dos Cursos de Segundo Grau e de Graduação. 6. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

fonte; http://www.ceismael.com.br/filosofia/sintese-historia-filosofia.htm

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Dialética: A dialética é, propriamente falando, a arte de discutir. A arte do diálogo...

Dialética

Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO1. Introdução. 2. Conceito. 3. Histórico. 4. Platão e Hegel: 4.1. A Dialética Platônica; 4.2. A Dialética Hegeliana; 4.3. Platão Versus Hegel. 5. A Elaboração do Pensamento: 5.1. As Perguntas do Filósofo; 5.2. Explicar É Desdobrar; 5.3. Postura Científica. 6. O Diálogo: 6.1. Crítica e Oposição; 6.2. A verdadeira Dialética Inclui a Tolerância; 6.3. Uns Complementam os Outros. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é refletir sobre a arte de discutir no sentido de melhorar a nossa compreensão do mundo e de nós mesmos.

2. CONCEITO



A dialética é, propriamente falando, a arte de discutir. A arte do diálogo. Como, porém, não discutimos só com os outros, mas também conosco próprios, ela acaba sendo considerada o método filosófico por excelência. Entre os gregos, chamava-se ainda dialética à arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e espécies, classificar idéias para poder discuti-las melhor (cf. Platão, Sofística, 253c)

Com o passar do tempo o termo evolui para um sentido mais preciso, designando "uma discussão de algum modo institucionalizada, organizando-se habitualmente em presença de um público que acompanha o debate – como uma espécie de concurso entre dois interlocutores que defendem duas teses contraditórias. A dialética eleva-se, então, ao nível de uma arte, arte de triunfar sobre o adversário, de refutar as suas afirmações ou de o convencer" (Blanché, 1985).

3. HISTÓRICO

O primeiro sentido da dialética pode ser encontrado em Zeno de Eléia, com os argumentos dialogados, para afirmar a doutrina parmediciana da mobilidade do Ser e das idéias, contra a doutrina do movimento e das experiências sensíveis, assinalada desde os jônios.

Sócrates inaugura uma nova dialética, que compreende duas partes: a ironia e a maiêutica. Na ironia ou refutação da pseudociência, Sócrates procurava confundir o interlocutor acerca do conhecimento que este tinha das coisas. Posteriormente, fazia-o penetrar em novas idéias. Dizia que seu método consistia em parir idéias, à semelhança de sua mãe, que paria crianças.

Para Platão, a dialética é o movimento do espírito que marcha para a verdade, movimento cujo símbolo ele deu na célebre alegoria da caverna.

Na classificação de Aristóteles, "a dialética pertence às ciências poéticas e não à lógica".

Para os estóicos, faz parte da lógica: "ciência do verdadeiro e do falso ou nem de um nem de outro".

Na Idade Média, a dialética constitui com a gramática e a retórica, o Trivium.

O Renascimento depreciou a dialética.

O sentido depreciativo permanece em Kant: lógica das aparências, reguladora das idéias que não podem ser explanadas por via científica.

Foi primeiro com Hegel, depois com Marx e Engels, que a dialética apareceu com função essencial na teoria do conhecimento.

Para o marxismo, a filosofia consiste em reconstruir, com a dialética da razão, a dialética da realidade. (Soares, 1952)

4. PLATÃO E HEGEL

Em termos filosóficos, a comparação desses dois grandes pensadores da humanidade dá-nos a dimensão do seja a dialética.

4.1. A DIALÉTICA PLATÔNICA

Platão, discípulo de Sócrates, desenvolve as suas idéias através do mito. O mito da caverna ou da reminiscência das idéias dá embasamento à sua dialética. Nesta alegoria, Platão coloca alguns homens voltados para o fundo da caverna, de modo que só vêem suas próprias sombras. Depois, aponta para um deles (chamando-o de filósofo), que se vira e vai ao encontro da luz, que é o símbolo do conhecimento, da idéia. Esta simbologia mostra que o indivíduo deve resistir à sugestão do sensível, para buscar as puras relações inteligíveis (leis ou idéias) que se mantêm invariáveis através da variabilidade do sensível. É essa a dialética ascendente. A dialética descendente consiste em descer dos princípios, ou idéias, encontradas pela dialética ascendente, para a intelecção dos fenômenos particulares. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

4.2. A DIALÉTICA HEGELIANA

O ponto central da filosofia de Hegel (1770-1831) encontra-se na dialética da idéia. Herda, para a construção de sua teoria, os pensamentos de Heráclito, Aristóteles, Descartes, Kant, Espinosa, Fichte e Schelling. Parte da Tese - Ser, pura potencialidade, o qual deve se manifestar na realidade através da Antítese - Não-Ser. Na contradição entre tese e antítese surge a Síntese - Vir-a-Ser. Esse raciocínio é aplicado tanto à aquisição de conhecimento quanto à explicação dos processos históricos e políticos. Para ele, a verdadeira ciência do pensamento coincide com a ciência do ser.

4.3. PLATÃO VERSUS HEGEL

Enquanto Platão nos fazia desviar os olhos do mundo das sombras para concentrá-los na contemplação do invisível, Hegel nos ensinava a suportar a morte, a separação. Dizia: "o espírito só conquista a sua verdade encontrando a si próprio e na dilaceração absoluta". "Para Platão, quando o homem compreende que o mundo das sombras não é ou é falso, procura desviar-se deste mundo e colocar-se na via certa, orientar seus olhos para a visão da idéia; ao passo que em Hegel não se trata simplesmente de substituir um desvio pela via certa, e sim de suportar o desvio, porque só então se alcança aquele ‘certo’ em toda a sua plenitude". (Bornheim, 1977)

5. A ELABORAÇÃO DO PENSAMENTO

5.1. AS PERGUNTAS DO FILÓSOFO

O filósofo, para se dizer filósofo, tem que se valer da pergunta. Toda pergunta exige uma resposta. E a própria resposta dá origem a uma nova pergunta. Mas a pergunta do filósofo não é qualquer pergunta. É uma pergunta que visa à descoberta da verdade. Por isso, não se contenta com os pré-conceitos. Ele busca o conceito, retirando o verniz que esconde a realidade das coisas. Se perder este ímpeto, esta condição ou esta postura deixará de ser filósofo, para se apassivar aos acontecimentos. Nesse sentido, ele não deve querer saber muito, estar a par de tudo o que acontece, mas adquirir o poder de se concentrar num dado problema e tirar dele todo o conhecimento que for possível.

5.2. EXPLICAR É DESDOBRAR

Plica em latim significa dobra. Ex-plicare significa desdobrar, ou seja, abrir as dobras. Toda explicação nada mais é do que o desdobramento de alguma coisa; é o encadeamento das idéias no discurso falado ou escrito. A árvore veio da semente; muitos animais vieram do ovo. Disto resulta que na semente ou no ovo está contido todo o desenvolver daquela espécie de árvore ou de animal. Dar uma explicação das coisas é reconstituir todo esse processo de desdobramento. Nesse mister, uma explicação mais profunda, denominada filosófica, exige uma explicação desde o começo: explicatio ab ovo (explicação desde o primeiro ovo). (Cirne-Lima, 1997)

5.3. POSTURA CIENTÍFICA

O cientista, acostumado a elaborar o seu pensamento através de hipóteses, provas e conclusões, está sempre fortalecendo o argumento fraco, a fim de descobrir e formular uma nova teoria em sua ciência particular. Utiliza-se da contra-indução, que é o processo de rejeitar aquilo que já foi provado. Nesse sentido, destaca aqueles pontos em que não houve adequação exata entre a realidade e a teoria. Estuda-os com o devido cuidado, a fim de chegar ao verdadeiro conhecimento que os fatos revelam.

defesa das causas perdidas é outra postura que auxilia o poder de argumentação do cientista. Empenhando-se denodadamente na perquirição dos fatos adversos, ele consegue penetrar no âmago da pureza científica.

6. O DIÁLOGO

Toda  a vida do homem é um diálogo  ininterrupto.  Organicamente, somos  frutos do diálogo biológico dos nossos pais terrestres.  Ninguém  consegue aprender sem o diálogo com os outros. E, mesmo calados, estamos dialogando conosco mesmos.

6.1. CRÍTICA E OPOSIÇÃO

O verdadeiro diálogo inclui crítica e oposição. São os  elementos diversos e contraditórios que deverão convergir para uma síntese. Note-se o diálogo numa reunião, em que as pessoas pensam de forma diferente.  A função do coordenador é ouvir atentamente cada  uma delas, para depois tomar a sua decisão. Esta decisão engloba  uma síntese  do  discutido e do não discutido, ou seja,  daquilo  que ficou dito nas entrelinhas dos discursos.

6.2. A VERDADEIRA DIALÉTICA INCLUI A TOLERÂNCIA

A dialética tem um pressuposto fundamental: a tolerância. É por ela que nos exercitamos a ouvir a fala do nosso próximo. Somos tão limitados, que sempre julgamos ter razão. Esforçando-nos em ouvir o outro, vamos educando os nossos ouvidos para a contradição, pois sempre que há uma dicção, há, em contrapartida, a contradição. Lembremo-nos da famosa frase de Voltaire: "Não concordo com nada do que você diz, mas defenderei o seu direito de dizê-lo até o fim".

6.3. UNS COMPLEMENTAM OS OUTROS

Ninguém é uma ilha. A civilização obriga-nos a nos relacionarmos uns com os outros. Por isso, a Lei de Sociedade prescreve que cada indivíduo deve complementar o seu próximo: ao forte cabe o amparo do fraco; ao inteligente, a instrução do ignorante; ao rico, o auxílio do pobre. Todos viemos a este mundo para desempenhar uma missão, grande ou pequena, mas que pesa na soma geral. O desprezo que os grandes sentem para com os pequenos é muito mais um reflexo do orgulho e da ignorância, pois estão sempre os utilizando para os serviços grosseiros, no sentido de manter a ordem da vida social.

7. CONCLUSÃO

Estejamos abertos ao debate, seja de que tipo for. Se soubermos tirar proveito das discussões, não haverá um único momento em que não possamos acrescentar valores morais ao nosso patrimônio espiritual, enriquecendo-o ainda mais.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BLANCHÉ, R. História da Lógica de Aristóteles a Bertrand Russel. Lisboa: Edições 70, 1985)

CIRNE-LIMA, C. Dialética para Principiantes. 2.ed., Porto Alegre: Edipucrs, 1979

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.]

SOARES, Órris. Dicionário de Filosofia. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, INL, 1952.

São Paulo, junho de 2004



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Os Hasidim: os judeus que compraram Nova York. Vamos revelar seus segredos.


Hasidim ou judeus hassídicos é um ramo do judaísmo. As pessoas começaram a falar muito sobre isso após o lançamento da série de TV Unorthodox. Esses não são exatamente os judeus que estamos acostumados a imaginar. Vivendo em Nova York, a cidade mais moderna e progressista do mundo, e mais frequentemente no Brooklyn, os hassidim mantiveram seu modo de vida e suas tradições únicas. Regras muito rígidas e forte isolamento do mundo exterior fizeram dos judeus hassídicos uma das comunidades mais fechadas e incomuns do mundo moderno. 

Pouco se sabe sobre eles, exceto por lendas e contos. Esse material é exclusivo, pois os hassidim quase nunca se comunicam com o mundo exterior, mas nesse vídeo eles dão entrevistas sobre seu modo de vida. Você conhecerá duas comunidades hassídicas do Brooklyn: Satmar e Chabad-Lubavitch (Williamsburg). E saberá como uma comunidade que levava uma vida isolada conseguiu basicamente possuir uma grande parte de Nova York - a maioria dos imóveis no Brooklyn pertence aos hassidim.

Hoje é dia do sagrado jejum de Sri Utpanna Ekadasi dia 08 de dezembro de 2023




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