sábado, 16 de dezembro de 2023

MEC instituirá diretrizes da Pedagogia da Alternância Para atender demanda da Marcha das Margaridas, Ministério vai instituir diretrizes curriculares da Pedagogia da Alternância na educação básica e superior


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Fotos: Ricardo Stuckert/PR e Luis Fortes/MEC
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Fotos: Ricardo Stuckert/PR e Luis Fortes/MEC
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Fotos: Ricardo Stuckert/PR e Luis Fortes/MEC
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Fotos: Ricardo Stuckert/PR e Luis Fortes/MEC

encerramento da 7ª Marcha das Margaridas contou com a presença do Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, e de secretárias do MEC, nesta quarta-feira, 16 de agosto. Ao lado do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministro prestigiou a reunião de cerca de 100 mil mulheres brasileiras e de outros 32 países, majoritariamente trabalhadoras do campo. Em função da Marcha, o MEC também assinou Resolução que dispõe sobre as diretrizes curriculares da Pedagogia da Alternância na educação básica e na educação superior, a ser publicada no Diário Oficial da União.  

A Pedagogia da Alternância é um método que busca a interação entre o estudante que vive no campo e a realidade que ele vivencia em seu cotidiano, de forma a promover constante troca de conhecimentos entre ambiente de vida e trabalho e o escolar. A Resolução era demanda histórica dos grupos que lutam pela melhoria da educação do campo.  

O ministro homologou o Parecer do Conselho Nacional de Educação CNE/CP nº 22/2020, emitido após demanda apresentada pela União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas (Unefab), que representa os Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFA). A reivindicação era a constituição de norma relativa aos CEFFA àpolíticas públicas da educação do campo. 

De acordo com o parecer, a Pedagogia da Alternância é uma realidade histórica no Brasil e emerge do interesse de comunidades educativas, a exemplo de populações camponesas e tradicionais, conforme a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e as Diretrizes Operacionais das Escolas do Campo. O documento diz, ainda, que a Pedagogia da Alternância também interessa às comunidades urbanas, sobretudo aquelas com estudantes oriundos do campo, das florestas, agrovilas, assentamentos e acampamentos.  

Depois de anos, a 7ª Marcha das Margaridas volta a colorir Brasília. E nós estamos juntos, ao lado do presidente Lula, demonstrando nosso apoio e o compromisso deste governo com as lutas dos movimentos sociais. Pelo direito à educação do campo, uma educação pública, não sexista e antirracista! Viva a Marcha das Margaridas! 
Camilo Santana, Ministro da Educação 

Marcha – No encerramento da Marcha da Margaridas, o Presidente Lula assinou oito Decretos Presidenciais referentes à pauta do coletivo entregues ao governo federal no dia 21 de junho deste ano. Um conjunto de medidas foram anunciadas, como a retomada do Programa Nacional de Reforma Agrária, com prioridade para as mulheres; e a criação do Programa Quintais Produtivos, voltado para a promoção da segurança alimentar e nutricional e da autonomia econômica das mulheres rurais. Também estão na lista um decreto que institui o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, a retomada da Bolsa Verde e a ampliação da participação social para trabalhadores rurais.   

Presidente afirmou que as margaridas são “mulheres que plantam o alimento e semeiam o amor”. Lula disse que dará todo apoio necessário para elas plantarem e produzirem cada vez mais e que as ações lançadas hoje foram definidas pelas próprias demandas das margaridas.  

Nós temos o prazer de atender as mulheres do campo, da floresta e das águas, para que possam viver com dignidade, tendo assegurado seus direitos civis, políticos e sociais. O Brasil voltou para dar atenção à mulher do campo e cuidar das brasileiras e dos brasileiros que mais precisam. O Brasil voltou com a ajuda das mãos de cada uma de vocês. 
Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República 

 Já o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos, que promove a Marcha das Margaridas, disse que o movimento está nesta luta por igualdade, por democracia, por respeito e por direitospara que tenhamos um campo desenvolvidotenhamos condições de fazer a reforma agrária, fazer a saúde e educação melhorar”.   

Mazé Moraes, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, informou que as margaridas foram recebidas em 23 ministérios e que estão com muita expectativa e esperança com o atual governo.  

“Diferentemente da marcha de 2019, que foi a marcha da resistência, essa marcha é a marcha da reconstrução do Brasil e do bem viver. Somos nós margaridas que estamos aqui lutando pelo fim da violência contra as mulheres, pela saúde, pela educação, pela garantia dos direitos da terra, aos territórios, aos maretórios. Nós estamos aqui na defesa da natureza, dos bens comuns, do acesso à sociobiodiversidadena luta pela agroecologiaE queremos ajudar a reconstruir o Brasil, destacou. 


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sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Justiça e Verdade



Justiça e Verdade

Sérgio Biagi Gregório

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Considerações Iniciais. 4. Justiça: 4. 1. A Justiça em Aristóteles; 4. 2. Justiça Humana; 4.3. Justiça Divina. 5. A Verdade: 5.1. O Problema da Verdade; 5.2. Sujeito e Objeto; 5.3. Cristo e a Verdade. 6. Justiça e Verdade: 6.1. Tudo o que é Justo é Verdadeiro?; 6.2.As Aflições São Justas?; 6.3. Frases sobre a Justiça e a Verdade. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O que se entende por justiça? E verdade? Como relacionar justiça e verdade? Tudo o que é justo é verdadeiro? Podemos ocultar a verdade? Ela pode ser refutada?

2. CONCEITO

Justiça - No sentido restrito, é a constante e perpétua vontade de conceder o direito a si próprio e aos outros, segundo a igualdade; no sentido moral, significa o respeito que há em cada um de dar a cada um o que é seu.

Verdade - Na acepção mais geral designa uma igualdade ou conformidade entre a inteligência (conhecimento intelectual) e o ser (adaequatio intellectus et rei), e, em sentido mais elevado, uma completa interpenetração de inteligência e ser.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A justiça faz parte da ética. Ela se relaciona com a felicidade (Aristóteles), com a utilidade (Hume), com a liberdade (Kant) e com a paz (Hobbes). Hobbes, por exemplo, disse que é justa a ordenação que garanta a paz, afastando os homens do estado de guerra de todos contra todos, em que vivem no "estado natural".

Aqui, tencionamos relacionar justiça com verdade. Este tema é motivo para discursos políticos, religiosos e espirituais. Há homens públicos que falam em verdade, em combater o mal, em ser justo nas suas ações, mas deixam muito a desejar, caindo em muitas contradições e não tendo forças para dizer a verdade diante de um júri, quando instado a fazê-lo.

O nosso propósito é refletir sobre a justiça e a verdade dentro do seu aspecto ético. Nesse caso, temos que dirigir os nossos pensamentos para uma perfeita compreensão do que seja a justiça, a verdade e tentar um relacionamento racional entre estes termos.

Quando uma pessoa é indagada sobre os valores que os seus pais lhe passaram, elas falam em ética, honestidade, justiça e verdade. Não resta dúvida que são valores essenciais. Por isso, eles devem fazer parte de nossa reflexão diária, no sentido de melhorarmos o nosso relacionamento conosco mesmos e com o nosso próximo.

4. JUSTIÇA

4. 1. A JUSTIÇA EM ARISTÓTELES

Para Aristóteles, a virtude está no meio termo. Ela não deve pender para os excessos, tanto para mais como para menos. No livro V de Ética a Nicômaco, ele afirma que a justiça é o principal fundamento da ordem do mundo. Ela não está dissociada da polis, da cidade, ou da vida em sociedade. Ele diz: "Uma vez que o transgressor da lei é injusto, enquanto é justo quem se conforma à lei, é evidente que tudo aquilo que se conforma à lei é de alguma forma justo: de fato, as coisas estabelecidas pelo poder legislativo conformam-se à lei e dizemos que cada uma delas é justa" (Et. Nic., V, 1, 1129 b 11). Nesse sentido, segundo Aristóteles, a justiça é a virtude integral e perfeita: perfeita porque quem a possui pode utilizá-la não só em relação a si mesmo, mas também em relação aos outros. (Ibid., 1129 b 30) (Abbagnano, 1970).

Para Aristóteles, a justiça não é adquirida nos livros ou mesmo pelo pensamento. Ela tem que ser construída na vida prática, isto é, pela obediência às leis da pólis e pelo bom relacionamento com os cidadãos.

4. 2. JUSTIÇA HUMANA

É o conjunto de meios administrativos organizados pelas sociedades humanas para aplicação das leis que estabeleceram, e especialmente para julgar e castigar os delitos contra elas cometidos.

A justiça humana procura refrear os atos (ilícitos) que as pessoas cometem em relação às leis estabelecidas por um determinado país. Uma pessoa comete um crime, ou seja, transgride a lei de seu país. Depois de julgada e considerada culpada, é colocada na prisão. Ali fica por 2, 3 10, 20, 40 anos ou mais. Cumpriu a pena humana. Será que está livre da justiça divina? E os culpados que arrumam bons advogados e se livram da prisão? O que acontecerá com eles? Ficarão livres da justiça divina?

4.3. JUSTIÇA DIVINA

Justiça divina – é o atributo de Deus segundo o qual Ele regula todas as coisas com igualdade. Assim, a justiça humana pune os crimes factuais; a justiça divina, os de essência. A justiça divina vê o ser na sua totalidade, incluindo as suas diversas encarnações. Suponha o culpado que arrumou um bom advogado e se livrou da prisão. Nada disso fica incólume ante a igualdade divina. Essa pessoa deverá refazer o seu erro. Observe o seguinte: quando uma pessoa inocente é presa, falamos de injustiça. Mas será injustiça com relação à lei de Deus? Não será uma dívida do passado não solucionada e que deve ter o seu encaminhamento nesta atual encarnação?

5. A VERDADE

5.1. O PROBLEMA DA VERDADE

Por que a verdade é um problema? É um problema porque está sempre em construção dentro de cada um de nós. A verdade, sendo relativa, deve se aproximar da verdade absoluta. Isto demanda tempo. Não é em uma ou algumas encarnações que conseguimos nos aproximar de uma verdade mais ampla, mais abrangente. Como ela está sempre no fundo das coisas, precisamos cavar muita terra, tirar muita água do poço, para encontrá-la pura e cristalina.

5.2. SUJEITO E OBJETO

A verdade deve ser vista como uma relação entre o Sujeito (inteligência) e o Objeto (realidade). O Sujeito deve captar a imagem do Objeto e voltar a ele como uma crítica conceituada. Se esta crítica coincidir com a realidade (Objeto), diz-se que o Sujeito está de posse da verdade; se não coincidir, que está em erro.

Poder-se-ia colocar também:

Conhecimento é o reflexo e a reprodução do objeto em nossa mente.

Conhecimento verdadeiro é aquele que reflete corretamente a realidade na mente.

Verdade é o reflexo fiel do objeto na mente, adequação do pensamento com a coisa.

É verdadeiro todo o juízo que reflete corretamente a realidade. O que existe na realidade não pode ser verdadeiro ou errado. Simplesmente existe. Verdadeiros ou errados só podem ser nossos conhecimentos ou juízos a respeito do objeto. Em outras palavras, verdadeiro ou errado pode ser apenas o reflexo subjetivo da realidade objetiva. (Bazarian, s.d.p., p. 142, 143)

5.3. CRISTO E A VERDADE

Cristo disse-nos que deveríamos conhecer a verdade, que ela nos libertaria. Acrescenta que Ele é o caminho, a verdade e a vida. Em seu discurso evangélico, Cristo não nos pede uma racionalização da verdade, mas uma transcendência em Deus, para ficarmos livres do erro, da mentira, do vício. A nossa libertação não será em função dos "aspectos da verdade", ou das "verdades provisórias" de que sejamos possuidores. A verdadeira liberdade fundamenta-se na submissão ao dever fielmente cumprido. O Espírito Emmanuel assim se expressa: "Quem apenas vislumbra a glória ofuscante da realidade, fala muito e age menos. Quem, todavia, lhe penetra a grandeza indefinível, age mais e fala menos".

6. JUSTIÇA E VERDADE

6.1. TUDO O QUE É JUSTO É VERDADEIRO?

Em principio, tudo o que é justo deve também ser verdadeiro. Como vimos anteriormente, a principal e mais perfeita das virtudes é a justiça, porque engloba todas as demais. Acontece que o ser humano, vivendo num mundo de provas e expiações, ainda é bastante imperfeito e comete muitas injustiças, pensando que está fazendo justiça. Há, também, grande distância entre a justiça relativa, humana, aquela praticada neste Planeta e a justiça mais ampla, mais próxima do Criador, pertencente a mundos mais evoluídos. Observemos a lei do "olho por olho e dente por dente", na época de Moisés, e a lei do amor ensinada por Jesus: Jesus mandava-nos amar o nosso próximo, estendendo este amor até aos inimigos.

6.2. AS AFLIÇÕES SÃO JUSTAS?

Procurando a verdade dos fatos, deparamo-nos com a aflição. Diante dela, perguntamos: as aflições são justas? Dada a limitação do nosso conhecimento, passamos a achar que Deus é injusto, que Ele nos manda uma prova além de nossa força. Tudo isso é puro engano. Cada um de nós está no devido lugar, para a realização do seu progresso material e espiritual. Nada que se nos acontece, acontece por acaso. É preciso, pois, refazer o nosso juízo de valor sobre a divindade. Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Ele é onipotente, justo e bom. Então, tudo o que está nas suas leis também deve ser justo e bom.

6.3. FRASES SOBRE A JUSTIÇA E A VERDADE

Pascal disse: "Justiça e verdade são duas pontas tão finas que os nossos instrumentos são demasiadamente obtusos para nelas tocar com exatidão. Quando chegam a aproximar-se, destroem a ponta, e se apoiam em toda a volta, mais sobre o falso do que sobre o verdadeiro". Já, em Pitágoras, temos: "Se sofreres uma injustiça, consola-te, que a verdadeira desgraça é cometê-la". Sêneca acena-nos com o seguinte: "Quem decide um caso sem ouvir a outra parte não pode ser considerado justo, ainda que decida com justiça". Eduardo Girão acrescenta: "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". H. L. Longfellow finaliza: "O homem é injusto, mas Deus é justo, e a justiça finalmente, triunfa".

7. CONCLUSÃO

A justiça, a verdade e o bem constituem os grandes conceitos da humanidade. Enfatizando esses conceitos, estaremos diminuindo a presença da injustiça, da mentira e do mal. Assim sendo, não resta dúvida que o aperfeiçoamento do ser humano e a prosperidade da sociedade devem estar sempre embasados na justiça, na verdade e no bem.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.

BAZARIAN, J. O Problema da Verdade. São Paulo: Círculo do Livro, [s. d. p.]

São Paulo, maio de 2010.

fonte http://www.ceismael.com.br/filosofia/justica-e-verdade.htm



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O que é filosofia da Educação P Guiraldelli série filosofia e educação fundamentos ou justificações? 2007


Filosofia Da Educação - Paulo Ghiraldelli Jr.



GUIRALDELLI JR., Paulo (Org.). O que é filosofia da educação? 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A: 2000. 326p. Resenhado por Heraldo Aparecido Silva

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Debate Deus Existe William Lane vs Peter Atkins Completo abril de 2009,

O CÉREBRO - History Channel o cérebro documentário completo. 2011

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Análise de Cenário - "Pr3nd4m Kl4us Schw4b IMED14TAM3NTE!!!! "

Cursos de licenciatura 100% a distância devem acabar, diz ministro da Educação



Seis de cada 10 professores são formados em EAD. Camilo liga nota ruim no Pisa à necessidade de melhorar formação dos professores no País. Faculdades privadas defendem modelo

  • Renata Cafardo

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta terça-feira, 5, que não vai mais permitir cursos de licenciatura (de formação de professores) totalmente a distância no País. A declaração foi dada na coletiva em que apresentou os resultados do Pisa 2022, avaliação internacional do ensino básico. O Brasil continua nas piores colocações.

Segundo o ministro, uma das estratégias para o Brasil melhorar os resultados de aprendizagem dos alunos é valorizar a formação de professores. Para isso, seria necessário acabar com cursos a distância nessa área.

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Atualmente, 6 em 10 professores formados no País fizeram curso a distância. "Estamos com uma equipe técnica avaliando, mas pelo menos a ideia do ministério é não permitir mais curso 100% EAD nas Licenciaturas. Vamos definir, vai ser 50%, 30%?, disse o ministro.

"O problema da formação inicial é em todas as universidades - não há distinção de privada, pública - é um problema que precisamos enfrentar", completou. Ele disse ainda que é preciso avaliar os estágios que são obrigatórios para preparar professores e também reformular as diretrizes curriculares da formação docente.

Como o Estadão revelou, o Ministério da Educação (MEC) publicou na semana passada portaria que suspende os processos de autorização de novos cursos a distância de 17 áreas, entre elas Direito, Medicina e todas as licenciaturas.

Matrículas de cursos a distância cresceram 700% no País
Matrículas de cursos a distância cresceram 700% no País Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO / Estadão

O Brasil teve uma explosão do ensino superior não presencial: o número de graduações aumentou 700% entre 2012 e o ano passado. Embora seja vista como opção para alunos mais vulneráveis, especialistas têm questionado a qualidade da modalidade a distância, especialmente em cursos de formação de professores.

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Qualidade e falta de experiência prática preocupam

O crescimento na oferta de cursos EAD tem sido registrado no País desde os anos 2000. O ritmo de criação de novos cursos aumentou a partir de 2018, impulsionado pela edição de decreto do presidente Michel Temer (MDB) no ano anterior. A norma flexibilizou a abertura de polos de educação a distância. Desde então, houve crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.

Organizações do terceiro setor, como o Todos pela Educação, também têm demostrado preocupação com o crescimento da educação a distância, em especial para formar professores.

Em 2021, em todos os cursos de formação docente analisados, o Enade (avaliação do MEC para cursos superiores), as notas médias de EAD eram menores do que na modalidade presencial.

Na formação de professores, pesquisas mostram que essa modalidade da distância tem maior evasão e que 70% dos alunos não realizam nem a quantidade mínima de horas de estágio obrigatório. Especialistas argumentam ainda que os professores, após a graduação, precisam dar aulas presenciais nas escolas e por isso é importante que sejam formados dessa maneira também.

Em carta conjunta ao ministro este mês, o Todos pela Educação, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o conselho de secretários estaduais da educação (Consed) e outras organizações pediram medidas urgentes na regulação da educação a distância para a formação de professores.

EAD democratiza acesso, diz setor de ensino superior privado

"É preciso avaliar e supervisionar as instituições que não oferecem qualidade, mas é preciso valorizar aquelas que praticam um ensino de excelência", declarou, em nota, a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, entidade que representa mantenedoras de ensino superior privado, logo após a suspensão determinada pelo MEC na semana passada.

"O País também não pode ignorar que há 2 mil municípios brasileiros que possuem apenas a modalidade EAD como alternativa de ensino superior, e as populações dessas comunidades não podem ser prejudicadas por qualquer decisão intempestiva." Segundo ela, é preciso estabelecer parâmetros e diretrizes curriculares para "respeitar e estimular as especificidades de cada curso em relação à quantidade de carga presencial e a distância".

Associações que integram o movimento eadinclui.org.br, de defesa da educação a distância, pedem que o MEC reavalie a decisão e "promova diálogo mais amplo com as instituições". Para elas, a medida "suscita incertezas" e deixa "em alerta mais de 2 milhões de estudantes das áreas afetadas". As entidades reclamam também da inclusão das licenciaturas na portaria, segundo elas, "sem terem sido parte da consulta pública, o que pode sugerir uma decisão unilateral por parte do ministério".


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