TheJimMorrison13
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sábado, 19 de junho de 2010
Escola pública ou particular?
Políticas Públicas
Edição 233 | Junho/Julho 2010 | Título original: Questão de escolha
Escola pública ou particular?
"Insatisfeita com o ensino privado, matriculei meus filhos em uma escola pública de qualidade"
Vanessa Cabral (novaescola@atleitor.com.br)
ELES APRENDEM Exigente, família celebra o desempenho dos filhos na EE Brigadeiro Faria Lima.
Foto: Kriz Knack
Foto: Kriz Knack
Após as primeiras semanas de aula, em fevereiro deste ano, a cada dia eu ficava mais feliz ao ver os cadernos dos meninos. Finalmente, o Arthur, meu filho mais velho, no 5º ano, aprendeu a fazer contas de divisão. Nas lições de Língua Portuguesa, são usadas obras de bons autores nacionais, não best-sellers estrangeiros de qualidade duvidosa. E as crianças produzem muitos textos. A professora de Arte mostrou quadros de pintores importantes, como Pablo Picasso (1881-1973), apresentando referências da História da Arte para estimular a criação da garotada. "Vou fazer um retrato seu inspirado em Guernica", disse Arthur ao pai, que ficou surpreso. As atividades incluíram ainda um concerto na Sala São Paulo, umas das mais importante do país. A turma toda adorou, mesmo os considerados "indisciplinados". A visita aconteceu depois que a professora participou de uma formação oferecida pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e elegeu a música como um tema de exercícios no ateliê. A biblioteca tem bons títulos e uma funcionária eficiente. Meus filhos e a turma deles visitam o acervo pelo menos uma vez por semana e escolhem um livro para ler em casa.
Na reunião de pais, programada para discutir a organização do material escolar, o método de ensino e a relação entre os alunos, vi um mito ser derrubado: o de que as famílias não participam da escola pública. Pais de diversas classes sociais têm condições de exigir qualidade e fazer isso na escola de seus filhos. Atendendo a um pedido, a escola agendou a reunião para um sábado de manhã, fora do horário de trabalho. O encontro serviu também para os professores apresentarem os conteúdos de sua disciplina. A de Língua Portuguesa, por exemplo, explicou qual era o objetivo de sua área no 5º ano: produção de texto. "É importante que aprendam a interpretar o que leem", ela disse. Também discutimos os problemas da escola, como a falta de brinquedos na área externa para as crianças usarem no intervalo e os casos de indisciplina, e os responsáveis presentes contribuíram com sugestões para tentar resolvê-los.
A reação dos meus amigos quando conto sobre a escolha pelo ensino público varia entre o espanto e a incredulidade. "Eles repetiram de ano?" e "Vocês estão sem dinheiro?" são perguntas recorrentes. Não. Trata-se de opção. E, sim, estou satisfeita. Se todos apostassem na escola pública, as estatísticas da Educação no país nos dariam melhores notícias.
Quer saber mais?
quinta-feira, 17 de junho de 2010
TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS TOLERANCIA ZERO
Recebi este texto por email e resolvi postar, reflitam como quiserem.
TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS TOLERANCIA ZERO
PARA REFLETIRMIOS DETERMINADAS AÇÕES DE CONDUTA QUE VEM SENDO PRATICADAS EM NOSSO CONDOMÍNIO. SERÁ QUE PASSAMOS A FAZER PARTE DESSA TEORIA.
TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS
Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas abandonadas na via pública, duas viaturas idênticas, da mesma marca,
modelo e até cor. Uma deixou em Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da calfornia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipE de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada sítio.
Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto se manteve intacta.
É comum atribuir à pobreza ou a uma determinada classe social A, B ou C as causas de delito. Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras.
Contudo, a experiência em questão não terminou aí, quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de palo alto, o resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro do Bronx. Porquê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?
Não se trata de pobreza, de classe A, B ou C. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e relações sociais e humana. Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como que vale tudo.
Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gera novo delito
Se se cometem "pequenas faltas" (estacionar-se em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar-se um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves.
A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metro de Nova York, passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.
A estratégia consisti em não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana.
A expressão "Tolerância Zero" soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.
Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito.
Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.
VAMOS CUIDAR DO QUE É NOSSO, CADA UM FAZENDO A SUA PARTE
PARA REFLETIRMIOS DETERMINADAS AÇÕES DE CONDUTA QUE VEM SENDO PRATICADAS EM NOSSO CONDOMÍNIO. SERÁ QUE PASSAMOS A FAZER PARTE DESSA TEORIA.
TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS
Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas abandonadas na via pública, duas viaturas idênticas, da mesma marca,
modelo e até cor. Uma deixou em Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da calfornia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipE de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada sítio.
Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto se manteve intacta.
É comum atribuir à pobreza ou a uma determinada classe social A, B ou C as causas de delito. Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras.
Contudo, a experiência em questão não terminou aí, quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de palo alto, o resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro do Bronx. Porquê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?
Não se trata de pobreza, de classe A, B ou C. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e relações sociais e humana. Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como que vale tudo.
Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gera novo delito
Se se cometem "pequenas faltas" (estacionar-se em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar-se um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves.
A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metro de Nova York, passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.
A estratégia consisti em não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana.
A expressão "Tolerância Zero" soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.
Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito.
Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.
VAMOS CUIDAR DO QUE É NOSSO, CADA UM FAZENDO A SUA PARTE
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terça-feira, 15 de junho de 2010
O COMPLEXO DE ÉDIPO
Complexo de Édipo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Segundo Sigmund Freud, o Complexo de Édipo verifica-se quando a criança atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da diferença de sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar. O conceito foi descrito por Freud e recebeu a designação de complexo por Carl Jung, que desenvolveu semelhantemente o conceito de complexo de Electra.História
Freud baseou-se na tragédia de Sófocles(496-406 a.C.), Édipo Rei, para formular um conceito do Complexo de Édipo, a preferência velada do filho pela mãe, acompanhada de uma aversão clara pelo pai.Na peça (e na mitologia grega), Édipo matou seu pai Laio e desposou (se comprometer em matrimônio) a própria madrasta, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era sua mãe, Édipo fura os seus olhos e Jocasta comete suicídio
Sófocles, utilizou este mito para suscitar uma reflexão sobre a questão da culpa e da responsabilidade perante as normas, éticas e tabus estabelecidos por sua sociedade (comportamentos que, dentro dos costumes de uma comunidade, é considerado nocivo e lesivo a normalidade, sendo por isto vista como perigosa e proibida a seus membros).
Em seu ensaio Dostoievski e o parricídio Freud cita, além de Édipo Rei, duas outras obras que retratam o complexo: Hamlet e Os Irmãos Karamazov.
Período fálico
O complexo de Édipo é uma referência à ameaça de castração ocasionada pela destruição da organização genital fálica da criança, radicada na psicodinâmica libidinal, que tem como plano de fundo as experiências libidinais que se iniciam na retirada do seio materno. Importante notar que a libido é uma energia sexual, mas não se constitui apenas na prática sexual, mas também nos investimentos que o indivíduo faz para obtenção do prazer.Conceito em psicanálise
O complexo de Édipo é um conceito fundamental para a psicanálise, entendido por esta como sendo universal e, portanto, característico de todos os seres humanos. O complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra pessoa que desvie a atenção que ela tem para com o filho), mas esta idéia permanece, apenas, porque o mundo infantil resume-se a estas figuras parentais ou aos representantes delas. Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem um pai ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas partes ou as duas), a relação que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a essência do conflito do ser humano. [1]A idéia central do conceito de complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o bebê tem de possuir proteção e amor total, reforçado pelos cuidados intensivos que o recém nascido recebe por sua condição frágil. Esta proteção é relacionada, de maneira mais significativa, à figura materna. Em torno dos três anos, a criança começa a entrar em contato com algumas situações em que sofre interdições, facilmente exemplificadas pelas proibições que começam a acontecer nesta idade. A criança não pode mais fazer certas coisas porque já está maior, não pode mais passar a noite inteira na cama dos pais, andar pelado pela casa ou na praia, é incentivada a sentar de forma correta e controlar o esfíncter, além de outras cobranças. Neste momento, a criança começa a perceber que não é o centro do mundo e precisa renunciar ao mundo organizado em que se encontra e também à sua ilusão de proteção e amor total.
O complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação do sujeito em relação aos pais. A criança começa a perceber que os pais pertencem a uma realidade cultural e que não podem se dedicar somente a ela porque possuem outros compromissos. A figura do pai representa a inserção da criança na cultura, é a ordem cultural. A criança também começa a perceber que o pai pertence à mãe e por isso dirige sentimentos hostis a ele.[1]
Estes sentimentos são contraditórios porque a criança também ama esta figura que hostiliza. A diferenciação do sujeito é permeada pela identificação da criança com um dos pais. Na identificação positiva, o menino identifica-se com o pai e a menina com a mãe. O menino tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo tem “ódio” pelo ciúme da mãe. A menina é hostil à mãe porque ela possui o pai e ao mesmo tempo quer se parecer com ela para competir e tem medo de perder o amor da mãe, que foi sempre tão acolhedora. Na identificação negativa, o medo de perder aquele a quem hostilizamos faz com que a identificação aconteça com a figura de sexo oposto e isto pode gerar comportamentos homossexuais.
Nesta fase, a repressão ao ódio e à vontade de permanecer em “berço esplêndido” é muito forte e o sujeito desenvolve mecanismos mais racionais para sua inserção cultural.
Com o aparecimento do complexo de Édipo, a criança sai do reinado dos impulsos e dos instintos e passa para um plano mais racional. A pessoa que não consegue fazer a passagem da ilusão de super proteção para a cultura se psicotiza.
Referências
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Professor Responsável: Mohamad A. A. Rahim
Quadro sinóptico baseado na bibliografia sugerida em cada aula
O COMPLEXO DE ÉDIPO
Professor responsável: Mohamad Abdul Rahim
Quadro sinóptico baseado na bibliografia sugerida em cada aula
1. Forma simplificada
· No menino
· Desenvolve uma catexia objetal pela mãe, originalmente relacionada ao seio
· O menino trata o pai identificando-se com ele
· Com a intensificação dos desejos sexuais pela mãe, o menino passa a ter sentimentos hostis pelo pai e o desejo de livrar-se dele
· Daí para diante, a sua relação com o pai é ambivalente
· A dissolução
· A destruição do complexo de Édipo é ocasionada pela ameaça da castração
· A catexia objetal da mãe deve ser abandonada
· O seu lugar pode ser preenchido por uma de duas coisas:
· Uma identificação com a mãe
· Uma intensificação de sua identificação com o pai, como resultado mais normal e que consolidaria a masculinidade
· Na menina
· Enquanto, nos meninos, o complexo de Édipo é destruído pelo complexo de castração, nas meninas ele se faz possível e é introduzido através do complexo de castração
· A menina aceita a castração como um fato consumado, ao passo que o menino teme a possibilidade de sua ocorrência
· Na menina, está excluído o temor da castração
· A dissolução está mais relacionada à criação e intimidação oriunda do exterior, as quais a ameaçam com uma perda do amor
· A renúncia ao pênis não é tolerada pela menina sem alguma tentativa de compensação
· Por uma equação simbólica, desliza do pênis para um bebê
· Seu complexo de Édipo culmina em um desejo de receber do pai um bebê como presente
· É gradativamente abandonado porque esse desejo jamais se realiza
· O complexo de Édipo mais completo
· É dúplice- positivo e negativo
· Devido a bissexualidade originalmente presente na criança
· Assim, um menino tem, ao mesmo tempo:
· Uma atitude ambivalente para com o pai e uma escolha objetal afetuosa pela mãe;
· Uma atitude afetuosa feminina para com o pai e um ciúme e hostilidade em relação à mãe
· A dissolução e a formação do superego
· Produz-se uma identificação paterna e uma materna
· Forma-se “um precipitado no ego, consistente dessas duas identificações unidas uma com a outra de alguma maneira. Esta modificação retém a sua posição especial: ela se confronta com os outros conteúdos do ego com um ideal do ego ou superego.”
· O ideal do ego tem a missão de reprimir o complexo de Édipo
· O superego retém o caráter do pai e será mais severo, quanto mais poderoso for o complexo de Édipo ou a repressão social
· Um superego severo impõe uma dominação sobre o ego, sob a forma de consciência ou um sentimento inconsciente de culpa
· “A diferenciação do superego a partir do ego não é questão de acaso; ela representa as características mais importantes do desenvolvimento tanto do indivíduo quanto da sociedade.”
· O ideal do ego, ou superego, representa nossas relações com nossos pais
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segunda-feira, 14 de junho de 2010
Os Três Tipos De Dominação Segundo Max Weber
Os Três Tipos De Dominação Segundo Max Weber
1. Introdução
Esse trabalho tem por objetivo apresentar os tipos de dominação que foram estudados por Max Weber. Ele define a dominação como oportunidade de encontrar uma pessoa determinada que esteja pronta a obedecer, pois a dominação se faz necessária para se manter em ordem a sociedade e tudo que gira em torno dela.
Segundo estudos apresentados por Weber, existem três tipos puros de dominação: legal, carismática e tradicional.
A dominação legal baseia-se em estatutos que podem ser modificados e criados desde que o mesmo esteja pré-estabelecido.
A dominação tradicional é aquela baseada na crença e nos poderes de senhores, onde um manda e o outro obedece e, diferentemente da dominação legal, ela não é baseada na formalidade.
Já a dominação carismática é dada em virtude da devoção, e por pessoas que possuem caráter comunitário onde quem manda é o líder e o que obedece é o apóstolo.
A dominação não é algo pré-determinado, pois não há como afirmar que quem prepondera hoje não será dominado amanhã.
2. DOMINAÇÃO
É notável que em todo grupo dentro de qualquer sociedade, que seja baseado em regras e hierarquias, se encontrem indivíduos dominantes e dominados. E nesse contexto Weber nos fala que dentro da sociedade é preciso que haja elementos que detenham o poder ou que possuam formas de autoridades legitimamente reconhecidas, e elementos que não detenham o poder.
No Estado, por exemplo, Weber nos diz, que é necessário que as pessoas obedeçam à autoridade dos detentores do poder, sempre que esta autoridade seja legitimamente reconhecida, para que o mesmo funcione e/ou exista. E dessa forma percebe-se que a dominação sempre foi e, é uma presença marcante dentro da sociedade.
A dominação muitas vezes se dá devido às inúmeras formas de interesses, sejam eles nas suas mais variadas formas. E, é claro, sempre que há indivíduos que estejam prontos a obedecer a ordens de conteúdos determinados. De acordo com Weber “dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis”.
Weber ainda aponta que, conforme a relação de dominação tem o seu alcance ampliado, torna-se necessária à adoção de mecanismos que possibilitem a sua eficiência e que garantam a execução de suas ordens, mecanismos estes que geralmente se apresentam sob a forma de equipes de apoio.
A dominação é sempre resultado de uma relação social de poder desigual, onde se percebe claramente a existência de um lado que comanda (domina) e outro que obedece.
Podemos assemelhar assim a dominação a qualquer situação em que encontremos indivíduos subordinados ao poder de outros. Mas a dominação difere das relações de poder em geral por apresentar uma tendência a se estabilizar, a procurar manter-se sem provocar confrontos. Em outras palavras, as relações de dominação dentro de uma sociedade se caracterizam por buscar formas de legitimação, de serem reconhecidas como necessárias para a manutenção da ordem social.
O sociólogo Max Weber apresentou, em um de seus estudos mais importantes, três tipos puros de dominação legítima, cada um deles gerando diferentes categorias de autoridade. São classificados como puros porque só podem ser encontrados isolados no nível da teoria, combinando-se quando observados em exemplos concretos. São formas de dominação, segundo Weber, dominação legal, tradicional e carismática, como é apresentado no texto a seguir.
2.1. Dominação Legal
A dominação legal tem como idéia base a existência de um estatuto que pode criar e modificar normas, desde que seu processo (forma) esteja previamente estabelecido. Portanto, constitui uma relação desprovida de sentimentos, ou seja, baseia-se unicamente no profissionalismo e na hierarquia da empresa.
Para Weber, o dever da obediência está graduado numa hierarquia de cargos, com subordinação dos inferiores aos superiores, onde aquele que ordena é o superior. Também quem ordena obedece. Essa forma de dominação é sustentada por regras, regulamentos e leis. Quando elas falham, valem pontos de vista de conveniência, "sem consideração da pessoa”.
Apesar das condições do mercado de trabalho, o ingresso numa empresa é livre, estando-se, a partir de então, submetido às suas regras; no entanto, sua renúncia é igualmente livre. O admitido terá a sua submissão regulada por um contrato, configurando-se, assim, como legal.
Como exemplo de dominação legal pode-se citar o Estado, o município, uma empresa capitalista privada, numa associação com fins utilitários ou qualquer união em que haja uma hierarquia regulada por um estatuto. Sendo assim, a forma mais pura de dominação legal é a burocracia, e todo o elemento burocrático é essencial para o trabalho rotineiro.
Os princípios fundamentais da burocracia, segundo Weber são a hierarquia funcional, a administração baseada em documentos, a demanda pela aprendizagem profissional, as atribuições são oficializadas e há uma exigência de todo o rendimento do profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
Weber faz uma analogia entre o desenvolvimento de um Estado Moderno e o da moderna burocracia; também entre a evolução do capitalismo moderno e a burocratização crescente das empresas econômicas.
2.2. Dominação Tradicional
É a forma mais antiga de dominação. Basicamente é aceita em nome da tradição e dos níveis de hierarquias, onde o exercício da autoridade se dá através, por exemplo, do comando do rei aos súditos, do pai aos filhos, dentre outros.
Segundo Weber a dominação tradicional ocorre devido a fatores como: afetividade, respeito, admiração, crença, e até no prazer de ver o “senhor” feliz ou satisfeito. Assim, com uma inexplicável legitimidade, determina-se que tal hierarquia é inflexível a mudanças. Essa dominação se estrutura de duas formas distintas, uma quando há obediência devido a dependência dos indivíduos aos senhores ou quando a hierarquia é estabelecida devido a privilégios de alguns sobre outros.
Weber relaciona a “fidelidade tradicional” para explicar, por exemplo, a dominação patriarcal, onde o respeito e a admiração em virtude da tradição levam a obediência. Isso leva a entender que existe uma forma de lei moral entre os indivíduos. Assim a dominação está relacionada diretamente aos costumes, ações cotidianas e valores pessoais.
Weber ainda ressalta a dominação tradicional como sendo uma dominação estável, devido à solidez do meio social e à dependência direta que a tradição tem com a consciência coletiva. E essa cultura já está enraizada a muito tempo na sociedade e estima-se que perdure ainda por muito mais.
2.3. Dominação Carismática
A dominação carismática é influenciada diretamente pelos fatores emocionais e afetivos, e a obediência não é estabelecida por regra ou cargo, mas sim pela crença nas qualidades do líder, ao caráter sagrado, à força heróica, ao valor exemplar ou ao poder da palavra que distingue de modo especial e, é aceita devido a devoção afetiva por parte dos dominados. Esta devoção deve-se ao reconhecimento que os heróis e demagogos alcançam, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que devem ser seguidos pelos governados.
A dominação carismática se opõe às bases da legitimidade da ordem estabelecida e institucionalizada, onde o líder carismático, em certo sentido, é sempre revolucionário, na medida em que se coloca em oposição consciente a algum aspecto estabelecido da sociedade em que atua. Mas para que a autoridade seja estabelecida, é necessário que os seguidores considerem o apelo do líder como legítimo, estabelecendo-se assim, uma lealdade de tipo pessoal.
Como a obediência a um líder deve-se às suas qualidades pessoais, não há nenhum procedimento ordenado para a nomeação ou substituição deste e, sendo assim não há carreiras e nem é necessário formação profissional para se obter o carisma. Contudo, a fonte do poder é estabelecida em cima do novo, do que nunca existiu, carecendo da existência previa de vínculos predeterminados. Tratando-se de um fenômeno excepcional, a dominação carismática não pode estabilizar-se sem sofrer profundas mudanças estruturais e, dependendo dos padrões de sucessão que adotar e com a evolução do corpo administrativo, tornar-se-á ou racional-legal ou tradicional, em algumas de suas configurações básicas.
3. CONCLUSÃO
A dominação é fato decorrente da origem do mundo, sempre haverá algo a ser dominado e liderado. Desde a relação entre os animais até os seres humanos, os indivíduos necessitam de um “ser” poderoso para guiá-los, orientá-los e dominá-los. A dominação é algo permanente, sempre existirá, até mesmo por que é fundamental.
Os tipos de dominação seguirão vivos nas mais variadas formas, a legal na hierarquia das empresas, na tradicional, mesmo apesar dos tempos modernos, ainda permanecerá no comando exercido pelo pai ou pela mãe nas famílias, e os carismáticos sempre presentes nas novas e antigas religiões.
É importante ressaltar onde Weber relaciona a dominação como sendo fundamental, para a sociedade, pois age como regulador de ações, geralmente determinando ou influenciando as nossas ações.
Dessa forma os estudos de Max Weber concluem que a dominação formula e organiza a ordem social, também como tem o poder de transformá-la se assim for necessário ou se for de interesse daqueles indivíduos competentes para tal tarefa.
4. REFERÊNCIAS
BIRCK, Grasi. Os três tipos puros de dominação legítima. Blogspot. Disponível em: <http://grasiblog.blogspot.com>. Acesso em: 28 jul. 2009.
DIAS, Gisele Berving Martins. A dominação segundo Max Weber. Blogspot. Disponível em: <http://gibervig.blogspot.com>. Acesso em: 28 jul. 2009.
MAX Weber: vida e obra. Cultura Brasil. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2009.
SILVA, José Otacílio da. Elementos de sociologia geral: Marx, Durkheim, Weber, Bourdieu. 2. ed. Cascavel: Edunioeste, 2006.
WILD, Bianca. Os tipos de dominação segundo Max Weber. Brasil escola. Disponível em: <http://www.meuartigo.brasilescola.com>. Acesso em: 28 jul. 2009.
diego cerioli - Perfil do Autor:
Diego Cerioli 19 anos Cursando 2º ano de Bacharel em Administração pela UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Francisco Beltrão.
Diego Cerioli 19 anos Cursando 2º ano de Bacharel em Administração pela UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Francisco Beltrão.
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Fato social
Fato social
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Objeto central da sociologia de Émile Durkheim, um fato social é qualquer forma de indução sobre os indivíduos que é tida como uma coisa exterior a eles, tendo uma existência independente e estabelecida em toda a sociedade, que é considerada então como caracterizada pelo conjunto de fatos sociais estabelecidos.
Também se define o fato social como uma norma coletiva com independência e poder de coerção sobre o indivíduo.
Sociologia clássica
Segundo Emile Durkheim, os Fatos Sociais constituem o objeto de estudo da Sociologia pois decorrem da vida em sociedade.O sociólogo francês defende que estes têm três características:
- Coercitividade - característica relacionada com a força dos padrões culturais do grupo que os indivíduos integram. Estes padrões culturais são fortes de tal maneira que obrigam os indivíduos a cumpri-los.
- Exterioridade - esta característica transmite o fato desses padrões de cultura serem "exteriores aos indivíduos", ou seja ao fato de virem do exterior e de serem independentes das suas consciências.
- Generalidade - os fatos sociais existem não para um indivíduo específico, mas para a coletividade. Podemos perceber a generalidade pela propagação das tendências dos grupos pela sociedade, por exemplo.
Para Émile Durkheim, fatos sociais são "coisas". São maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotadas de um poder coercitivo. Não podem ser confundidos com os fenômenos orgânicos nem com os psíquicos, constituem uma espécie nova de fatos. São fatos sociais: regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros, maneiras de agir, costumes, etc.
- “É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior.”; ou ainda, “que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais.” Ou ainda:Todas as maneiras de ser, fazer, pensar, agir e sentir desde que compartilhadas coletivamente. Variam de cultura para cultura e tem como base a moral social, estabelecendo um conjunto de regras e determinando o que é certo ou errado, permitido ou proibido.
Existem também as correntes sociais, como as grandes manifestações de entusiasmos, indignação, piedade, etc. Chegam a cada um de nós do exterior e não têm sua origem em nenhuma consciência particular. Têm grande poder de coação e são suscetíveis de nos arrastar, mesmo contra a vontade. Se um indivíduo experimentar opor-se a uma destas manifestações coletivas, os sentimentos que nega voltar-se-ão contra ele. Estamos então a ser vítimas de uma ilusão que nos faz acreditar termos sido nós quem elaborou aquilo que se nos impôs do exterior. Percebemos então que fomos sua presa, mais do que seus criadores.
Analisando os fatos sociais chega-se à conclusão de que toda a educação dada às crianças consiste num esforço contínuo para impor à criança maneiras de ver, de sentir e de agir às quais ela não teria chegado espontaneamente. Segundo Herbert Spencer, uma educação racional deveria deixar a criança agir com toda a liberdade. Mas essa teoria pedagógica nunca foi praticada por nenhum povo conhecido, não passa então de um desejo pessoal. A educação tem justamente o objetivo de criar o ser social.
Não é a generalidade que serve para caracterizar os fenômenos sociológicos. Um pensamento comum a todos ou um movimento por todos os indivíduos não são por isso fatos sociais. Isso são só suas encarnações individuais.
Há certas correntes de opinião que nos levam ao casamento, ao suicídio ou a uma taxa de natalidade mais ou menos forte; estes são, evidentemente, fatos sociais. Somente as estatísticas podem nos fornecer meios de isolar os fatos sociais dos casos individuais. Por exemplo, a alta taxa de suicídio no Japão; não são só fatos individuais e particulares que os levam a suicidar. Toda cultura e a educação deste país exerce grande diferença no pensamento do indivíduo na hora de se suicidar. O mesmo caso particular de frustração do indivíduo, em outra sociedade, poderia não o levar ao suicídio. Esse é um fato social, além de psicológico.
O efeito de coação externa de um fato social é fácil de constatar quando se traduz por uma reação direta da sociedade, como é o caso do direito, das crenças, dos usos e até das modas.
Não podemos escolher a forma das nossas casas tal como não podemos escolher a forma do nosso vestuário sem sofrer algum tipo de coação externa. Os nossos gostos são quase obrigatórios visto que as vias de comunicação determinam de forma imperiosa os costumes, trocas, etc. Isso portanto também é um fato social, visto que é geral.
Contrariando Auguste Comte, não há um progresso, uma evolução da humanidade, o que existe são sociedades particulares que nascem, se desenvolvem e morrem, independentemente umas das outras. Se, além disso, se considera que as sociedades mais recentes continuam as que precederam, então cada tipo superior poderá ser considerado como a simples repetição do tipo imediatamente inferior. Um povo que substitui um outro não é apenas um prolongamento deste último com alguns caracteres novos; é diferente, constitui uma individualidade nova.
Spencer não aceita este conceito, como proposição afirma que “uma sociedade só existe a partir do momento em que à justaposição se junta uma cooperação.” “Há uma cooperação espontânea que se efetua sem premeditação quando se tenta atingir fins de interesse privado; e há uma cooperação conscientemente instituída que supõe fins de interesse público nitidamente reconhecidos.” Às primeiras Spencer dá o nome de sociedades industriais e, às segundas, o de sociedades militares. Para Spencer a sociedade não passa de realização de uma idéia, neste caso a idéia de cooperação.
Método dos Fatos Sociais
Devemos considerar os fatos sociais como “coisas”.
-
- Nota: Para Durkheim, "coisa" é algo Sui generes, ou seja, é dotado de uma lógica própria.
- Precisamos limpar toda a mente de prenoções antes de analisarmos fatos sociais. Essas “noções vulgares” desfiguram o verdadeiro aspecto das coisas e que nós confundimos com as verdadeiras coisas. As prenoções são capazes de dominar o espírito e substituir a realidade. Esquecidas as prenoções devemos analisar os fatos sociais cientificamente.
- O sociólogo deve definir aquilo que irá tratar, para que todos saibam, incluindo ele próprio, o que está em causa. É necessário que exprima os fenômenos não em função de uma idéia concebida pelo espírito, mas sim das suas propriedades concretas. As únicas características a que podemos recorrer são as imediatamente visíveis. Tomar sempre para objeto de investigação um grupo de fenômenos previamente definidos por certas características exteriores que lhes sejam comuns, e incluir na mesma investigação todos os que correspondam a esta definição. Por isso todo fato social é coercitivo, exterior e geral.
O casamento é um exemplo de fato social o qual nos deparamos a todo momento em nossa sociedade. Todo o círculo de parentes e amigos que o cercam de forma direta ou indireta impõe que o cidadão deve se casar e constituir uma família. Até quando a situação tem como principal finalidade a descontração, gozação e coisas do gênero, o fato social mostra suas características, no exemplo abaixo podemos ver nitidamente algumas delas. Ex: "e você já se casou...", quem nunca se deparou com uma pergunta desta ao rever um grande amigo, ou numa reunião com seus familiares que não os via há muito tempo? Apesar de ser dotado de um poder coercitivo, aceitamos o mesmo de bom grado.
Ver também
Coerção
Coerção é o ato de induzir, pressionar ou compelir alguém a fazer algo pela força, intimidação ou ameaça.
A mais óbvia forma de motivação de pessoas ou equipes é a coerção, onde evitar a dor ou outras consequências negativas tem um efeito imediato sob suas vítimas.
Juridicamente, é o "direito de usar a força" por parte do Estado. A grande maioria das pessoas usa incorretamente o termo coação como sinônimo de coerção. Este, substantivo feminino, deriva do verbo coagir. Aquele, também substantivo, deriva do verbo coar.
Quando tal coerção é permanente, é considerada escravidão. Embora a coerção seja considerada moralmente repreensível em muitas filosofias, ela é largamente praticada em prisioneiros ou na forma de convocação militar. Críticos do capitalismo moderno acusam que sem redes de proteção social, a “escravidão salarial” é inevitável. Já os liberais veem os impostos como uma coerção estatal.
Em gerenciamento de equipes, a coerção é considerada o pior tipo de comportamento. Envolve convencer outros participantes a agir usando ameaças ativas ou passivas. "Lembrar" um subordinado que executar uma determinada tarefa de maneira específica vai refletir na avaliação de performance é uma tática de coerção muito comum.
A pressão da coerção é acumulativa. Com o tempo, a coerção mina a autoridade da liderança, estimula a rebeldia, a falta de lealdade e a fuga de talentos. Se usada frequentemente, pode perder seu efeito intimidador, gerando comportamentos profissionalmente "suicidas" por parte de suas vítimas: isso ocorre quando a própria coerção passa a ser menos suportável do que as consequências da ameaça utilizada.
Ver também
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Coer%C3%A7%C3%A3o"
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Fato_social"
domingo, 13 de junho de 2010
CRIANÇAS SUPERDOTADAS- MITOS -
CRIANÇAS SUPERDOTADAS
- MITOS -
Vitória, ES
1998
ABAHSD
· fundada em 19/11/1991.
· entidade da sociedade civil.
· sem fins lucrativos.
· congrega pessoas interessadas em questões de inteligências, criatividade e superdotação.
· tem como objetivos fundamentais:
- sensibilizar para a importância de se criar condições favoráveis ao desenvolvimento e aproveitamento do talento, da inteligência e da criatividade;
- contribuir para a formação e aperfeiçoamento de recursos humanos destinados à pesquisa, à identificação e ao atendimento de superdotados.
Apresentação
A Associação Brasileira para Altas Habilidades / Superdotados (ABAHSD) sempre se preocupou com a falta de compreensão e o excesso de negligência que a sociedade reserva aos portadores de altas habilidades. Muitos são os mitos que foram criados a seu respeito e poucas são as propostas concretas para favorecer o seu desenvolvimento.
A professora Dora Cortat Simonetti, Mestre em Educação, com tese na área de Educação para Alunos Talentosos em Ciências, elaborou a presente publicação, com o objetivo primordial de desmitificar os paradigmas que se criaram em torno do portador de altas habilidades.
A ABAHSD espera que, com estas informações esteja colaborando com pais, professores e comunidade em geral, para que se passe a ver o superdotado, como um indivíduo que necessita de tanto estímulo e orientação, quando qualquer outro cidadão.
Nenhum país pode se dar ao luxo de ignorar os talentos que neles existem.
ABAHSD
A DIRETORIA
MODELO TRIÁTICO DA SUPERDOTAÇÃO
Destaca um conjunto de três traços marcantes, individuais. Posteriormente, neste modelo foram incluídos três marcos sociais: a família, a escola e os companheiros.
Esta é a concepção proposta por Renzulli (1978, 1984, 1994), a partir de estudos com pessoas criativas e produtivas. Os superdotados, segundo ele, seriam aqueles que estivessem na intersecção dos três círculos. Os que apresentam componentes de dois círculos seriam muito inteligentes e, se de apenas um, seriam talentosos. Ex.: uma habilidade acima da média, como talento matemático. Os gênios não são tratados nesta concepção. Altamente criativos são capazes de romper modelos.
Atribuir-se a Guy H. Wipple a criação do termo superdotado, como uma denominação das crianças com uma capacidade superior a normal (Enciclopédia de Educação Monroe, 1920)
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) utiliza este termo.
O que é um MITO?
· Uma narrativa com utilização de elementos simbólicos e sobrenaturais para explicar o mundo, a natureza, o sentido de viver (acepção original).
· Uma leitura imaginária do mundo e do que nele acontece.
· Uma forma de propor, onde a imaginação tem amplos direitos.
· Uma base para o trabalho posterior da razão.
ð A leitura especializada, o convívio social, familiar e escolar são as bases deste nosso trabalho.
" É ótimo aluno e tem sempre as melhores notas."
O bom rendimento acadêmico pode ou não acontecer. Ser um aluno "nota dez" nem sempre é indicador de superdotação.
O que dados empíricos indicam é uma freqüência relativamente alta do desempenho inferior, aquém do potencial deste aluno.
Por que? Dentre os fatores responsáveis para que isto ocorra estão:
- as características da escola atual, voltada enfaticamente para a informação pela informação;
- a falta de estímulo do professor em desenvolver o potencial criativo (ele foi capacitado para trabalhar o pensamento convergente, ou seja, aquele que se volta para uma única resposta);
- a tendência em igualar tarefas e conteúdos, massificando o ensino;
- a pouca sensibilidade para atender o aluno que se destaca por suas idéias e habilidades, ás vezes considerando "inoportuno";
ð É importante aceitá-lo como ele é: curioso, perguntador, etc. não deixá-lo desocupado e, muito estímulo são meios para que fique integrado e não "atrapalhe".
"Quociente Intelectual alto é uma características das crianças superdotadas."
A pesquisadora Erika Landau, fundadora do Instituto de jovens para Promoção das Artes e da Ciência, em Telaviv, o qual atende os alunos em PROGRAMAS DE ENRIQUECIMENTO, fez uma pesquisa com crianças problemáticas, de baixo nível intelectual. Verificou, depois de um ano de trabalho com elas, que o Q.I. da maioria tinha aumentado cerca de 30%.
Assim, o Q.I. é uma função variável,. Segundo ela, para que os dados colhidos tenham algum valor deve-se levar em conta o contexto social e étnico das crianças. É preciso comparar seus resultados com a opinião de professores e o desempenho escolar da criança.
Diversos estudos (Willerman e Friedler, 1975) confirmados por pesquisas (Lewis e Michalson, 1983) mostram que não se pode identificar a superdotação de crianças sob a base das pontuações gerais do Quociente Intelectual.
"São estranhas, pequenas, franzinas e usam óculos com lentes grossas."
É uma idéia errônea que felizmente vai ficando no passado. Na verdade, a criança superdotada é diferente, mas diferente em certos aspectos.
Tem se desenvolvido um variado número de listas de características para identificá-las. A observação nos indica que nem toda criança apresenta ou manifesta todos os atributos listados em investigações diversas.
Sem dúvida, é significativo, sobretudo para os familiares e a escola, estar conscientes de que esta é uma das maneiras de se identificar a superdotação. Mas, o importante é não usar uma lista como tabela de pontos. São indicadores e assim devem ser analisados.
Por sua vez, parece correto o estereótipo de que o superdotado usa óculos (com ou sem lentes grossas) com maior probabilidade que as outras crianças - (Projeto de Investigação Gulbenkian sobre Crianças Superdotadas, 1979).
"São hiperativas e possuem cérebro com mais neurônios."
Não procede. Às vezes, realmente não param, agitam-se em busca de mais saber, demonstram muita energia, mas não têm as características clínicas de hiperatividade.
Os estudos clínicos de cérebros doados, como o de Einstein, mostram que a quantidade de células nervosas é a mesma. Apontam no sentido de que possam existir maior número de conexão, mais interação entre elas.
Estes circuitos nervosos diferenciados podem ser responsáveis por alguns traços que os superdotados apresentam, em relação à crianças de sua mesma faixa etária, como por exemplo:
· amadurecimento no modo de ser;
· habilidade para perceber a relação entre fatos;
· flexibilidade de idéias;
· versatilidade de interesses;
· imaginação fértil;
· curiosidade com qualidade e inesgotável;
· rapidez na percepção do mundo e de seu meio;
· memória acentuada;
· senso humor;
"Não necessitam ajuda, pois já que são tão talentosos podem conduzir-se sozinhos, sem precisar estímulos."
Não procede. No bebê. Os hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, ainda não se especializaram. Isso significa que as conexões entre os cem bilhões de células nervosas não se desenvolveram por completo.
Ao longo da primeira infância cada um dos neurônio se ligará a milhares de outros numa rede de cerca de cem trilhões de conexões.
Para que essa trama precisa e delicada se estabeleça o cérebro necessita de DESAFIOS.
Assim acontece também com os superdotados. As oportunidades educacionais para estas crianças devem caracterizar-se pela riqueza de incentivos que as levem, inclusive, a identificar suas próprias potencialidades.
Devem caracterizar-se também pelo conhecimento de que ela têm dificuldades que podem ocorrer na adaptação escolar, na relação de aula/ professor/ colegas, no ajustamento social.
"Dizer a uma criança que ela é talentosa, muito inteligente, superdotada, faz com que fique vaidosa e se sinta superior às demais."
Depende de como se faça. Maslow, um psicólogo da linha humanista, coloca que o reconhecimento social é uma necessidade do ser humano. Assim, estas crianças precisam saber sobre suas potencialidades e seus familiares orientados no sentido de ajudá-las, e frear o exibicionismo.
Facilmente perceberam que também têm limitações. O importante é que após identificadas, não fiquem abandonadas. Respeitá-las, incentivá-las para que se desenvolvam no seu jeito, e não como desejam que elas sejam.
Elas não querem ser vistas como diferentes. Para identificá-las é importante uma observação sistemática e persistente, tanto de comportamento como de desempenhos.
Verificar a intensidade, freqüência e consistência de suas peculiaridades, bem como seu histórico familiar, sem a preocupação de rotular. Como toda criança, querem AMOR e COMPREENSÃO.
"Um programa educacional para superdotados é algo sofisticado, caro e especializado."
Não é assim. A educação destas crianças é a mesma das outras. Elas são, acima de tudo, pessoas. O compromisso de educador é o mesmo que ele tem com outra criança.
É importante para a criança superdotada ou talentosa sentir que é atendida como uma pessoa e não como "alguém diferente". Para a sua sensibilidade acentuada isto faz muita diferença.
O que elas precisam são de oportunidades como qualquer aluno. Não resta dúvida que estas oportunidades devem estar no nível de suas aptidões, de seus talentos. Não em escolas especiais, mas através de ENRIQUECIMENTO, quer seja na própria sala de aula, grupos em sala de recursos, estudos independentes, através de visitas, demonstrações, palestras, aceleração e diversas outras modalidades
Igualdade de oportunidades não quer dizer oportunidades iguais.
A educação Inclusiva é, sem dúvida, um grande desafio. Significa repensar direitos de cidadania, aprimorar o processo ensino-aprendizagem, reestruturar os sistemas de ensino filosófica e administrativamente, capacitar profissionais.
"O professor de alunos superdotados necessita também ter altas habilidades."
Não necessariamente. Entretanto, a sensibilidade e a afetividade são componentes essenciais para conviver com estas crianças. É preciso que ele goste de desafios, para poder desafiar; que saiba como desenvolver o pensamento criativo para criar situações estimuladoras. Para tanto, necessita conhecimentos e oportunidades de formação.
Respeitar seu aluno como pessoa é fundamental. Orientá-lo como descobrir seu talento e mostrar-lha que também tem fraquezas. Ajudá-lo a conviver com seus pontos fracos e fortes, paara que se sinta mais seguro e, com certeza, feliz.
Segundo James Jallagher, um estudioso nesta área,
"a educação dos superdotados é fascinante porque leva a refletir sobre o envolvimento da sociedade e da cultura como desenvolvimento das potencialidades do ser humano."
É, sem dúvida, necessário disposição para aceitar este desafio, onde se incluem o interesse e a motivação, a perseverança, dentre outros traços.
"É sempre o melhor em tudo que faz. É ótimo da perfeição."
O fato de ser destaque numa área não significa necessariamente que será em todas. Por isso, é difícil traçar um papel único e perfeito da criança superdotada, como se fosse um modelo. É um grupo bastante heterogêneo a nível de traços, características e habilidades.
Na relação da família e da escola com ela é freqüente a expectativa e a exigência. Espera-se muito desta criança. São equívocos que precisam ser consideradas: não pressionar, não exigir. Excesso de pressão pode levar ao desinteresse, à fadiga, à desmotivação, à rejeição do próprio talento.
Provavelmente com o propósito de chamar a atenção sobre a ampla variedade de capacidades, o MEC ficou com o seguinte conceito de superdotação, proposto pela oficina de Educação dos Estados Unidos:
"serão considerados superdotados, educandos que apresentem notável desempenho e/ou elevada potencialidade, nos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo, capacidade de liderança, talento especial para artes, capacidade psicomotora".
"São de classes sociais mais favorecidas economicamente."
Não é verdade. Podem ser encontras em todas as classes sociais, independentes de cor e raça. O que preocupa é que crianças superdotadas que são carentes economicamente perdem, por desigualdade de condições, a oportunidade de participação social.
Perdem duplamente!
As crianças não começam sua vida com uma etiqueta de "superdotação". As oportunidades de mostrar seu talento dependem muito das pessoas que convivem com elas, sobretudo familiares e professores.
Crianças de baixa renda têm menos oportunidades, até em sua escolarização normal. Preocupa a possibilidade de, não tendo seu talento reconhecido, estimulado, desenvolvido, elas não desenvolvam seu potencial e ele se perca, às vezes de forma irreversível.
Situações como estas estimulam a trabalhar em uma educação para superdotados/talentosos.
"Sempre apresentam sinais de precocidade: ler muito cedo, andar ou falar bem novos, tocar um instrumento musical com perfeição em tenra idade, etc."
Necessariamente, não. Pode ou não acontecer. É preciso que haja constância das aptidões, ao longo do tempo, não apenas em faz da infância. Há registros de casos de precocidade do aparecimento de habilidades que permaneceram apesar de obstáculos e frustrações. Outros, não.
Como crianças estão em processo de desenvolvimento, muitas vezes, mesmo precoces, não efetivam todo o seu potencial. Daí serem considerados portadores de altas habilidades e "não ainda superdotados".
O fato é que não se deve estereotipar. Influem fatores ambientais: genéticos e a interligação entre ambos. Existem portadores de deficiência que podem também ter superdotação. Não são poucos os exemplos de cegos, ou surdos ou paraplégicos talentosos ou superdotados. São paradigmas, formas de pensar, que necessitem ser revistas.
A premissa básica é que cada criança tem potencialidades e nosso compromisso é trabalhar para que se desenvolvam.
O desenvolvimento social e emocional dos superdotados estão no mesmo nível que seu desenvolvimento intelectual e acadêmico."
Se desejarmos ajudar uma criança superdotada não podemos esquecer que elas não crescem da mesma maneira em todas as dimensões da personalidade. Uma Criança pode ter a idade cronológica de 07 anos, mas intelectual ter 11 e apenas 04 em seu lado emocional. Por isso, comparam crianças entre si não é aconselhável.
Elas possuem especiais vulnerabilidades que podem provocar conflitos em suas vidas. Estes desnível é difícil para quem convive com elas porque em momentos têm independência de raciocínio, usam linguagem precisa, fazem projetos difíceis, em outros apresentam-se como criancinha frágeis e dependentes.
Estes aspectos não podem ser esquecidos, sobretudo nas decisões de aceleração escolar. O "equilíbrio" entre as diferentes idades - cronológica, emocional e social -, se esquecido, pode conduzir à desarmonia bio-psico-social.
Caminhar junto com elas, dialogar, ajudá-las na construção de sua identidade pessoal é o papel daqueles que convivem com estas crianças.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
ABAHSD. Anais do X Seminário Nacional de Superdotação, 1994.
________. Oportunidades educacionais para alunos portadores de altas habilidades, 1996.
ALENCAR, Eunice Soriano. Psicologia e Educação do Superdotado, São Paulo, EPU, 1986.
BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Subsídios para Organização e Funcionamento de Serviços de Educação Especial, Série Diretrizes, 9, 1995.
_______________________________________. Diretrizes para o atendimento Educacional aos Alunos Portadores de Altas Habilidades/Superdotação e Talentos, Série Diretrizes, 10, 1995.
FREEMAN (org.). Los niños superdotados, Aspectos pedagógicos e psicológicos, Madrid: Ed. Santillama S.A. 1985.
LANDAU, Erika. A coragem de ser superdotado, São Paulo: CEREC, 1990.
METTRAU, Marsyl Bukkool. Nos Bastidores da Inteligência, MERJ, 1996.
NOVAES, Maria Helena. Educação para superdotados e talentosos, in A educação dos Superdotados, São Paulo: SE / CENP, 1998.
SIMONETTI, Dora Cortat. Técnicas de projetos: uma estratégia de ensino dirigida às necessidades potenciais dos educandos , in O Ensino de Ciências e Matemática na América Latina, Campinas: Papirus, 1984.
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