quinta-feira, 24 de abril de 2008

O que é hipertexto.


Hipertexto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Hipertexto quer dizer: texto suporte que acopla outros textos em sua superfície, cujo acesso se dá através dos links que têm a função de conectar a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal.

Juntamente com o termo hipermídia, hipertexto foi cunhado em 1965 pelo filósofo e sociólogo estadunidense Ted Nelson, pioneiro da tecnologia da informação. O conceito de hipertexto precisa abranger o campo lingüístico, já que se trata de textos.

Em computação, hipertexto é um sistema para a visualização de informação cujos documentos contêm referências internas para outros documentos (chamadas de hiperlinks ou, simplesmente, links), e para a fácil publicação, atualização e pesquisa de informação. O sistema de hipertexto mais conhecido atualmente é a World Wide Web, no entanto a internet não é o único suporte onde este modelo de organização da informação e produção textual se manifesta.

História

A idéia de hipertexto não nasce com a Internet, nem com a web. De acordo com Burke (2004) e Chartier (2002) as primeiras manifestações hipertextuais ocorrem nos séculos XVI e XVII através de manuscritos e marginalia. Os primeiros sofriam alterações quando eram transcritos pelos copistas e assim caracterizavam uma espécie de escrita coletiva. Os segundos eram anotações realizadas pelos leitores nas margens das páginas dos livros antigos, permitindo assim uma leitura não-linear do texto. Essas marginalia eram posteriormente transferidas para cadernos de lugares-comuns para que pudessem ser consultadas por outros leitores.

Provavelmente, a primeira descrição formal da idéia apareceu em 1945, quando Vannevar Bush publicou na The Atlantic Monthly, "As We May Think", um ensaio no qual descrevia o dispositivo "Memex". Neste artigo, a principal crítica de Bush era aos sistemas de armazenamento de informações da época, que funcionavam através de ordenações lineares, hierárquicas, fazendo com que o indivíduo que quisesse recuperar uma informações tivesse que percorrer catálogos ordenados alfabetica ou numericamente ou então através de classes e sub-classes. De acordo com Bush, o pensamento humano não funciona de maneira linear, mas sim através de associações e era assim que ele propunha o funcionamento do Memex.

O dispositivo nunca chegou a ser construído, mas hoje é tido como um dos precursores da atual web. A tecnologia usada seria uma combinação de controles eletromecânicos e câmeras e leitores de microfilme, todos integrados em uma grande mesa. A maior parte da biblioteca de microfilme estaria contida na própria mesa com a opção de adicionar ou remover rolos de microfilme à vontade. A mesa poderia também ser usada sem a criação de referências, apenas para gerar informação em microfilme, filmando documentos em papel ou com o uso de uma tela translúcida sensível ao toque. De certa forma, o Memex era mais do que uma máquina hipertexto. Era precursor do moderno computador pessoal embora baseado em microfilme. O artigo de Novembro de 1945 da revista Life que mostrava as primeiras ilustrações de como a mesa do Memex podia ser, mostrava também ilustrações de uma câmera montada na cabeça, que o cientista podia usar enquanto fazia experiências, e de uma máquina de escrever capaz de reconhecimento de voz e de leitura de texto por síntese de voz. Juntas, essas máquinas formariam o Memex, provavelmente, a descrição prática mais antiga do que é chamado hoje o Escritório do Futuro.

Não se pode deixar de citar outro personagem de grande importância histórica que é Douglas Engelbart diretor do Augmentation Research Center (ARC) do Stanford Research Institute, centro de pesquisa onde foram testados pela primeira vez a tela com múltiplas janelas de trabalho; a possibilidade de manipular, com a ajuda de um mouse, complexos informacionais representados na tela por um símbolo gráfico; as conexões associativas (hipertextuais) em bancos de dados ou entre documentos escritos por autores diferentes; os grafos dinâmicos para representar estruturas conceituais (o "processamento de idéias" os sistemas de ajuda ao usuário integrados ao programa).[1] O trabalho de Ted Nelson e muitos outros sistemas pioneiros de hipetexto com o "NLS", de Douglas Engelbart, e o HyperCard, incluído no Apple Macintosh, foram rapidamente suplantados em popularidade pela World Wide Web de Tim Berners-Lee, embora faltasse à mesma muitas das características desses sistemas mais antigos como links tipados, transclusão e controle de versão.

Principais características do Hipertexto

1. Intertextualidade;

2. Velocidade;

3. Precisão;

4. Dinamismo;

5. Interatividade;

6. Acessibilidade;

7. Estrutura em rede;

8. Transitoriedade;

9. Organização multilinear.

Hipertexto e internet

Uma das maiores controvérsias a respeito deste conceito é sobre sua vinculação obrigatória ou não com a internet e outros meios digitais. Alguns autores defendem que o hipertexto acontece apenas nos ambientes digitais, pois estes permitem acesso imediato a qualquer informação. A internet, através da WWW, seria o meio hipertextual por excelência, uma vez que toda sua lógica de funcionamento está baseada nos links.

Outros pesquisadores acreditam que a representação hipertextual da informação independe do meio. Pode acontecer no papel, por exemplo, desde que as possibilidades de leitura superem o modelo tradicional contido das narrativas contínuas (com início, meio e fim). Uma enciclopédia é uma clássico exemplo de hipertexto baseado no papel, pois permite acesso não-linear aos verbetes contidos em diferentes volumes.Um exemplo de hipertexto tradicional são as anotações de Leonardo Da Vinci e também a Bíblia, devido sua forma não linear de leitura.

Hipertexto e Educação

Um tópico relevante é a utilização da ferramenta de hipertexto na Educação. O trabalho com hipertexto pode impulsionar o aluno à pesquisa e à produção textual. O hipertexto como ferramenta de ensino e aprendizagem facilita um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma incidental e por descoberta, pois ao tentar localizar uma informação, os usuários de hipertexto, participam activamente de um processo de busca e construção do conhecimento, forma de aprendizagem considerada como mais duradoura e transferível do que aquela directa e explícita.

Na sala de aula onde se trabalha com hipertexto, os alunos, num sistema de colaboração, acabam aprendendo mais e através de diversas fontes. O próprio conceito de hipertexto, pode nos levar a essa intenção. Uma atividade colaborativa traz benefícios extraordinários no que diz respeito a construção individual e coletiva do conhecimento. Os professores também podem trabalhar com hipertexto para funções pedagógicas. Utilizar textos de várias turmas e redistribuí-los é um bom exemplo. O hipertexto também traz como vantagem para a educação a construção do conhecimento compartilhado, um importante recurso para organizar material de diferentes disciplinas.

Conferências Acadêmicas

Uma das principais conferências sobre novas pesquisas em hipertexto é a Conference on Hypertext and Hypermedia (HT), realizada anualmente pela ACM.

HT 2004

IW3C2 inclui muitos artigos de interesse. Há também uma lista com links para todas as conferências da série.

[editar] Ver também

* Linha de tempo para a tecnologia hipertexto e desenvolvimento e projetos em interação homem-computador.

* HTML

* Artigo original de Vannevar Bush, "As We May Think"

[editar] Leitura

* Byers, T. J. (1987, Abril). Built by association. PC World, 5, 244-251.

* Crane, Gregory. (1988). Extending the boundaries of instruction and research. T.H.E. Journal (Technological Horizons in Education), Macintosh Special Issue, 51-54.

* Heim, Michael. (1987). Electronic Language: A Philosophical Study of Word Processing. New Haven: Yale University Press.

* Nelson, Theodor H. (1973). A Conceptual framework for man-machine everything. National Computer Conference and Exposition, June 4-8, 1973, Mew York, NY. AFIPS Conference Proceedings VOL. 42 (pp. M22-M23). Montvale, NJ: AFIPS Press.

* Van Dam, Andries. (1988, July). Hypertext '87 keynote address. Communications of the ACM, 31, 887-895.

* Yankelovich, Nicole, Landow, George P., and Cody, David. (1987). Creating hypermedia materials for English literature students. SIGCUE Outlook, 20(3).

Referências

História do Hipertexto
Tecnologias para Webdesign História do Hipertexto Para uma poética do Hipertexto O hipertexto eletrônico como base para reconfigurar a atividade jornalística
Hipertexto como instrumento para apresentação de informações em ambiente de aprendizado mediado pela internet.

http://www.unicamp.br/~hans/mh/educ.html

Psicopata Americano. (O filme está inteiro).



Este filme está dividido em 12 partes. E você terá acesso clicando no menu desta tela digital.
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Psicopata, um perigo escondido.


Cinco milhões de brasileiros são incapazes de sentir emoções. Eles podem até matar sem culpa e estão incógnitos ao seu lado. Agora, a ciência começa a desvendá-los
Tinha alguma coisa errada com o Guilherme. Desde quando era pequeno, 4 anos de idade, a mãe, Norma*, achava que ele não era uma criança normal. O guri não tinha apego a nada, era frio, não obedecia a ninguém. O problema ficou claro aos 9 anos. Guilherme, nome fictício de um rapaz do Guarujá, litoral de São Paulo, que hoje tem 28 anos, roubava os colegas da escola, os vizinhos e dinheiro em casa. Também passou a expressar uma enorme capacidade de fazer os outros acreditar no que inventava. Aos 18, o garoto conseguiu enganar uma construtora e comprar um apartamento fiado. “Quando um primo da mesma idade morreu de repente, ele só disse ‘que pena’ e continuou o que estava fazendo”, conta a mãe. Tinha alguma coisa errada com o Guilherme.

Em busca de uma solução, Norma passou 15 anos rodando com o filho entre psicólogos, psiquiatras, pediatras e até benzedeiros. Para todos, ele não passava de um garoto normal, com vontades e birras comuns. “Diziam que era mimo demais, que não soubemos impor limites.” Uma pista para o problema do filho só apareceu em 2004. A mãe leu uma entrevista sobre psicopatia e resolveu procurar psiquiatras especializados no assunto. Então descobriu que o filho sofre da mesma doença de alguns assassinos em série e também de certos políticos, líderes religiosos e executivos. “Apenas confirmei o que já sabia sobre ele”, diz Norma. “Dói saber que meu filho é um psicopata, mas pelo menos agora eu entendo que problema ele tem.”

Guilherme não é um assassino como o Maníaco do Parque ou o Chico Picadinho. Mas todos eles sofrem do mesmo problema: uma total ausência de compaixão, nenhuma culpa pelo que fazem ou medo de serem pegos, além de inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está em volta. A gente costuma chamar pessoas assim de monstros, gênios malignos ou coisa que o valha. Mas para a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles têm uma doença, ou melhor, deficiência. O nome mais conhecido é psicopatia, mas também se usam os termos sociopatia e transtorno de personalidade anti-social.

Com um nome ou outro, não se trata de raridade. Entre os psiquiatras, há consenso quanto a estimativas surpreendentes sobre a psicopatia. “De 1% a 3% da população tem esse transtorno. Entre os presos, esse índice chega a 20%”, afirma a psiquiatra forense Hilda Morana, do Instituto de Medicina Social e de Criminologia do Estado de São Paulo (Imesc). Isso significa que uma pessoa em cada 30 poderia ser diagnosticada como psicopata. E que haveria até 5 milhões de pessoas assim só no Brasil. Dessas, poucas seriam violentas. A maioria não comete crimes, mas deixa as pessoas com quem convive desapontadas. “Eles andam pela sociedade como predadores sociais, rachando famílias, se aproveitando de pessoas vulneráveis e deixando carteiras vazias por onde passam”, disse à SUPER o psicólogo canadense Robert Hare, professor da Universidade da Colúmbia Britânica e um dos maiores especialistas no assunto.

Os psicopatas que não são assassinos estão em escritórios por aí, muitas vezes ganhando uma promoção atrás da outra enquanto puxam o tapete de colegas. Também dá para encontrá-los de baciada entre políticos que desviam dinheiro de merenda para suas contas bancárias, entre médicos que deixam pacientes morrer por descaso, entre “amigos” que pegam dinheiro emprestado e nunca devolvem… Lendo esta reportagem, não se surpreenda se você achar que conhece algum. Certamente você já conheceu.

Amigo da onça

O psicólogo Robert Hare tinha acabado de sair da faculdade, na década de 1960, quando arranjou um emprego no presídio de Vancouver. Função: atender os presos com problemas e montar diagnósticos de sanidade para pedidos de condicional. Lá conheceu o simpático Ray, um dos presos. Era um sujeito legal, contava histórias envolventes e tinha um sorriso que deixava qualquer um confortável. Como o sujeito parecia aplicado e dedicado a ter uma vida correta depois da prisão, o doutor resolveu ajudá-lo em pedidos de transferência para trabalhos melhores na cadeia, tipo a cozinha e a oficina mecânica. Os dois ficaram amigos. Mas Ray não era o que parecia. Hare descobriu que o homem usava a cozinha para produzir álcool e vender aos colegas. Os funcionários do presídio também alertaram o psicólogo dizendo que ele não tinha sido o primeiro a ser ludibriado pelo “gente boa” Ray. E que a falta de escrúpulos do preso não tinha limites. Pouco depois, Hare sentiu isso na pele: teve os freios de seu carro sabotados pelo “amigo” presidiário.

Ray não era único ali. Boa parte de seus colegas no presídio de Vancouver era formada por sujeitos alegres, comunicativos e cheios de amigos que também eram egocêntricos, sem remorso e não mudavam de atitude nem depois de semanas na solitária. Nas prateleiras sobre doenças mentais, havia várias descrições parecidas. O francês Philip Pinel, um dos pais da psiquiatria, escreveu no século 18 sobre pessoas que sofriam uma “loucura sem delírio”. Mas o primeiro estudo para valer sobre psicopatia só viria em 1941, com o livro The Mask of Sanity (“A Máscara da Sanidade”, sem tradução para o português), do psiquiatra americano Hervey Cleckley. Ele dedica a obra a um problema “conhecido, mas ignorado” e cita casos de pacientes com charme acima da média, capacidade de convencer qualquer um e ausência de remorso. Com base nesses estudos, Robert Hare passou 30 anos reunindo características comuns de pessoas assim, até montar sua escala Hare, o método para reconhecer psicopatas mais usado hoje.

Trata-se de um questionário com perguntas sobre a vida do sujeito, feito para investigar se ele tem traços de psicopatia. Seja como for, não é fácil identificar um. Psicopatas não têm crises como doentes mentais: o transtorno é constante ao longo da vida. Outras funções cerebrais, como a capacidade de raciocínio, não são afetadas. Algumas características, no entanto, são evidentes.

Segredos e mentiras

Atributo número 1: mentir. Todo mundo mente, mas psicopatas fazem isso o tempo todo, com todo mundo. Inclusive com eles mesmos. São capazes de dizer “Já saltei de pára-quedas” e, logo depois, “Nunca andei de avião”, sem achar que existe uma grande contradição aí. Espertos, não se contentam só em dizer que são neurocirurgiões, por exemplo, sem nunca ter completado o colegial: usam e abusam de termos técnicos das profissões que fingem ter. Se o sujeito finge ser advogado, manda ver nos “data venias” da vida. Se diz que estudou filosofia, vai encher o vocabulário de expressões tipo “dialética kantiana” sem fazer idéia do que isso significa. Sim, eles são profissionais da lorota.

“Depois que descobri as mentiras que ele me contou, passei um tempo me perguntando como tinha sido tão burra para acreditar naquilo”, diz a professora carioca Ana*. Há 9 anos, ela conheceu um cara incrível. Ele dizia que, com apenas 27 anos, era diretor de uma grande companhia e que, por causa disso, viajava sempre para os EUA e para a Europa. Atencioso e encantador, Cláudio era o genro que toda sogra queria ter. “Em 5 meses, a gente estava quase(casando. Então a mãe dele revelou que era tudo mentira, que o filho era doente, enganava as pessoas desde criança e passava por um tratamento psiquiátrico.”

Ana largou Cláudio e foi tocar a vida. Mas nem sempre quem passa pelas mãos de um psicopata “pacífico” tem tempo para reorganizar as coisas. Que o digam as pessoas que cruzaram o caminho de Alessandro Marques Gonçalves. Formado em direito, ele resolveu fingir que era médico. E levou esse delírio às últimas conseqüências: forjou documentos e conseguiu trabalho em 3 grandes hospitais paulistas. Enganou pacientes, chefes e até a mulher, que espera um filho dele e não fazia idéia da fraude. Desmascarado em fevereiro de 2006, Alessandro aleijou pelo menos 23 pessoas e é suspeito da morte de 3.

“Ele usa termos técnicos e fala com toda a naturalidade. Realmente parece um médico”, diz o delegado André Ricardo Hauy, de Lins, que o interrogou. “Também acha que não está fazendo nada de errado e diz, friamente, que queria fazer o bem aos pacientes.” Quando foi preso, Alessandro não escondeu a cabeça como os presos geralmente fazem: deixou-se filmar à vontade.

“O diagnóstico de transtorno anti-social depende de um exame detalhado, mas dá para perceber características de um psicopata nesse falso médico. É que, além de mentir, ele mostra ausência de culpa”, afirma o psiquiatra Antônio de Pádua Serafim, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

E esse é um atributo-chave da mente de um psicopata: cabeça fresca. Nada deixa esses indivíduos com peso na consciência. Fazer coisas erradas, todo mundo faz. Mas o que diferencia o psicopata do “todo mundo” é que um erro não vai fazer com que ele sofra. Sempre vai ter uma desculpa: “Um cara que matou 41 garotos no Maranhão, Francisco das Chagas, disse que as vítimas queriam morrer”, conta Antônio Serafim.

Justamente por achar que não fazem nada de errado, eles repetem seus erros. “Psicopatas reincidem 3 vezes mais que criminosos comuns”, afirma Hilda Morana, que traduziu e adaptou a escala Hare para o Brasil. “Tem mais: eles acham que são imunes a punições.” E isso vale em qualquer situação. Até na hora de jogar baralho.

Foi o que mostrou o psicólogo americano Joe Newman num experimento em 1987. No laboratório, havia 4 montes de cartas. Sem que os jogadores soubessem, um deles estava cheio de cartas premiadas. Ou seja: quem escolhesse aquele monte ganhava mais dinheiro e continuava no jogo. Aos poucos, porém, a quantidade de cartas boas rareava, até que, em vez de dar vantagem, escolher aquele monte passava a dar prejuízo. Pessoas comuns que participaram da pesquisa logo perceberam a mudança e deixaram de apostar nele. Psicopatas, porém, seguiram tentando obter a recompensa anterior. “Pessoas comuns mudam de estratégia quando não obtêm recompensa”, afirma o neurocientista James Blair, autor do livro The Psychopath – Emotion and the Brain (“O Psicopata – Emoção e o Cérebro”, sem edição brasileira). “Mas crianças e adultos com tendências psicopáticas continuam a ação mesmo sendo repetidamente punidos com a perda de pontos.”

Psicopatas não aprendem com punições. Não adianta dar palmadas neles.

Além disso, psicopata que se preze se orgulha de suas mancadas. Esse sujeito pode ser o marido que trai a mulher e se gaba para os amigos. Ou coisa pior. Veja o caso do promotor de eventos Michael Alig. Querido por todos, ele difundiu a cultura clubber em Nova York, organizando festas itinerantes. E em 1996 ele matou um amigo em casa. Quando o corpo começou a feder, retalhou-o e jogou os pedaços no rio Hudson. Dias depois, em um programa de TV, Alig simplesmente descreveu o assassinato, todo pimpão. Os jornalistas acharam que era só uma brincadeira besta, claro. Dias depois, a polícia achou o corpo do amigo de Alig no rio. Ele foi condenado a 20 anos de prisão – sem perder a pose.

Isso é lugar-comum entre os psicopatas. O próprio psiquiatra Antônio Serafim está acostumado com relatos grandiosos de carnificinas: “Quando você pergunta sobre a destreza com que cometeram os crimes, eles contam detalhes dos assassinatos, cheios de orgulho.”

Zumbis

Se você estivesse indo comprar cerveja perto de casa e se desse conta que esqueceu a carteira, o que faria? Em vez de voltar para buscar dinheiro, um psicopata da Califórnia preferiu catar um pedaço de pau, bater num homem e levar o dinheiro dele. Também tem o caso de uma mulher que deixou a filha de 5 anos ser estuprada pelo namorado. Perguntada por que deixou aquilo acontecer, ela disse: “Eu não queria mais transar, então deixei que ele fosse com a minha filha.”

Eis mais um traço psicopático. “Eles tratam as pessoas como coisas”, afirma o psiquiatra Sérgio Paulo Rigonatti, do Instituto de Psiquiatria do HC. Isso acontece porque eles simplesmente não assimilam emoções. Para entender isso melhor, vamos dar um passeio pelo inferno.

Corpos decapitados, crianças esquálidas com moscas nos olhos, torturas com eletrochoque, gemidos desesperados. Só de imaginar cenas assim, a reação de pessoas comuns é ter alterações fisiológicas como acelerar as batidas do coração, intensificar a atividade cerebral e enrijecer os músculos. Em 2001, o psiquiatra Antônio Serafim colocou presos de São Paulo para assistir a cenas assim. Cada um ouvia, por um fone, sons desagradáveis, como gritos de desespero. “Os criminosos comuns tiveram reações físicas de medo”, diz ele. “Já os identificados como psicopatas não apresentaram sequer variação de batimento cardíaco.”

Mais: uma série de estudos do Instituto de Neurociência Cognitiva, nos EUA, mostrou que psicopatas têm dificuldade em nomear expressões de tristeza, medo e reprovação em imagens de rostos humanos. “Outros 3 estudos ligaram psicopatia com a falta de nojo e problemas em reconhecer qualquer tipo de emoção na voz das pessoas”, afirma Blair.

É simples: assim como daltônicos não conseguem ver cores, psicopatas são incapazes de enxergar emoções. Não as enxergam nem as sentem, pelo menos não do mesmo jeito que os outros fazem. Em vez disso, eles só teriam o que os psiquiatras chamam de proto-emoções – sensações de prazer, euforia e dor menos intensas que o normal. “Isso impede os psicopatas de se colocar no lugar dos outros”, diz Hilda Morana.

Um dos pacientes entrevistados por Hare confirma: “Quando assaltei um banco, notei que uma caixa começou a tremer e a outra vomitou em cima do dinheiro, mas não consigo entender por quê”, disse. “Na verdade, não entendo o que as pessoas querem dizer com a palavra ‘medo’ ”.

No livro No Ventre da Besta – Cartas da Prisão, o escritor americano Jack Abbott descreve com honestidade o que acontece na sua cabeça de psicopata: “Existem emoções que eu só conheço de nome. Posso imaginar que as tenho, mas na verdade nunca as senti”.

É como se eles entendessem a letra de uma canção, mas não a música. Esse jeito asséptico de ver o mundo faz com que um psicopata consiga mentir sem ficar nervoso, sacanear os outros sem sentir culpa e, em casos extremos, retalhar um corpo com o mesmo sangue-frio de quem separa as asinhas do peito de um frango assado.

Cérebros em curto

Ok, o problema central dos psicopatas é que eles não conseguem sentir emoções. Mas por que isso acontece? “A crença de que tudo é causado por famílias instáveis ou condições sociais pobres nos faz fingir que o problema não existe”, afirma Hare.

Para a neurologia, a coisa é mais objetiva: os “circuitos” do cérebro de um psicopata são fisicamente diferentes dos de uma pessoa normal. Uma descoberta importante foi feita pelo neuropsiquiatra Ricardo de Oliveira-Souza e pelo neurologista Jorge Moll Neto, pesquisador do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos dos EUA. Em 2000, os dois identificaram, com imagens de ressonância magnética, as partes do cérebro ativadas quando as pessoas fazem julgamentos morais. Os participantes da pesquisa tiveram o cérebro mapeado enquanto decidiam se eram certas ou erradas frases como “podemos ignorar a lei quando necessário” ou “todos têm o direito de viver”, além de outras sem julgamento moral, como “pedras são feitas de água”. A maioria dos voluntários ativou uma área bem na testa, chamada Brodmann 10, ao responder às perguntas.

E aí vem o pulo-do-gato: a dupla repetiu o estudo em 2005 com pessoas identificadas como psicopatas, e descobriu que elas ativam menos essa parte do cérebro. Daí a incompetência que os sujeitos com transtorno anti-social têm para sentir o que é certo e o que é errado. Agora, resta saber se essas deficiências vêm escritas no DNA ou se surgem depois do nascimento.

Hoje, se sabe que boa parte da estrutura cerebral se forma durante a vida, sobretudo na infância. Mas cientistas buscam uma causa genética porque a psicopatia parece surgir independentemente do contexto ou da educação. “Nascem tantos psicopatas na Suécia ou na Finlândia quanto no Brasil”, afirma Hilda Morana. “Os pais costumam se perguntar onde foi que erraram.” A impressão é que psicopatas nasceram com o problema. “Eles também surgem em famílias equilibradas, são irmãos de pessoas normais e deixam seus pais perplexos”, afirma Oliveira-Souza.

James Blair vai pela mesma linha: “Estudos com pessoas da mesma famíla, gêmeos e filhos adotados indicam que o comportamento dos psicopatas e as disfunções emocionais são coisas hereditárias”, afirma.

Cobras de terno

Mesmo quem defende uma origem 100% genética para a psicopatia não descarta a importância do ambiente. A criação, nessa história, seria fundamental para determinar que tipo de psicopata um camarada com tendência vai ser.

“Fatores sociais e práticas familiares influenciam no modo como o problema será expresso no comportamento”, afirma Rigonatti. Por exemplo: psicopatas que cresceram sofrendo ou presenciando agressões teriam uma chance bem maior de usar sua “habilidade” psicopática para matar pessoas.

Um bom exemplo desse tipo é o americano Charles Manson. Filho de uma prostituta alcoólatra e dono de uma mente pra lá de sociopata, transformou um punhado de hippies da Califórnia em um grupo paramilitar fanático nos anos 70. Manson foi responsável pela carnificina na casa do cineasta Roman Polanski. Entre os 5 mortos, estava a atriz Sharon Tate, mulher do diretor e grávida de 8 meses. Detalhe: ele nem sequer participou da ação. Só usou sua capacidade de liderança para convencer um punhado de seguidores a realizar o massacre.

Já os que vêm de famílias equilibradas e viveram uma infância sem grandes dramas teriam uma probabilidade maior de se transformar naqueles que mentem, trapaceiam, roubam, mas não matam. Mais de 70% dos psicopatas diagnosticados são desse grupo, mas não há motivo para alívio. Psicopatas infiltrados na política, em igrejas ou em grandes empresas podem fazer estragos ainda piores.

Exemplos não faltam. O político absurdamente corrupto que é adorado por eleitores, cativa jornalistas durante entrevistas, não entra em contradição nem parece sentir culpa por ter recheado suas contas bancárias com dinheiro público é um. O líder religioso que enriquece à custa de doações dos fiéis é outro. E por aí vai.

“Eles costumam se dar bem em ambientes pouco estruturados e com pessoas vulneráveis. Agem como cartomantes, pais de santo, líderes messiânicos”, afirma Oliveira-Souza. Psicopatas não tão fanáticos, mas com a mesma falta de escrúpulos, também estão em grandes empresas, sugando dinheiro e tornando a vida dos colegas um inferno.

A habilidade para mentir despudoradamente sem levantar suspeitas faz com que eles se dêem bem já nas entrevistas de emprego. O charme que eles simulam ajuda a conquistar a confiança dos chefes e a pressionar para que colegas que atrapalham sua ascensão profissional acabem demitidos. Não raro, costumam ocupar os cargos hierárquicos mais altos.

O psicólogo ocupacional Paul Babiak cita o exemplo de Dave, um executivo de uma empresa americana de tecnologia. Logo na primeira semana, o chefe notou que ele gastava mais tempo criando picuinhas entre os funcionários do que trabalhando e plagiava relatórios sem medo de ser pego. Quando o chefe recomendou sua demissão, Dave foi reclamar aos chefes do seu chefe. Com sua lábia, conseguiu ficar dois anos na empresa, sendo promovido duas vezes, até causar um rombo na firma e sua máscara cair. “Certamente há mais psicopatas no mundo dos negócios que na população em geral”, diz o psiquiatra Hare, que escreveu com Babiak o livro Snakes in Suits – When Psychopaths Go to Work (“Cobras de Terno – Quando Psicopatas vão Trabalhar”, inédito no Brasil). Para ele, sociopatas corporativos são responsáveis por escândalos como o da Enron, em 2002, quando a empresa americana mentiu sobre seus lucros para bombar preços de ações. “O poder e o controle sobre os outros tornam grandes empresas atraentes para os psicopatas”, diz.

O que fazer?

Seja nas empresas, nas ruas, ou numa casinha de sapê, nossos amigos com transtorno anti-social são tecnicamente incapazes de frear seus impulsos sacanas. Mas, para os psiquiatras, essa limitação não significa que eles não devam ser responsabilizados pelo que fazem. “Psicopatas têm plena consciência de que seus atos não são corretos”, afirma Hare. “Apenas não dão muita importância para isso.” Se cometem crimes, então, devem ir para a cadeia como os outros criminosos.

Só que até depois de presos psicopatas causam mais dores de cabeça que a média dos criminosos. Na cadeia, tendem a se transformar em líderes e agir no comando de rebeliões, por exemplo. “Mas nunca aparecem. Eles sabem como manter suas fichas limpas e acabam saindo da prisão mais cedo”, diz Antônio de Pádua Serafim.

Por conta disso, a psiquiatra forense Hilda Morana foi a Brasília em 2004 tentar convencer deputados a criar prisões especiais para psicopatas. Conseguiu fazer a idéia virar um projeto de lei, que não foi aprovado. Nas prisões brasileiras, não há procedimento de diagnóstico de psicopatia para os presos que pedem redução da pena. “Países que aplicam o diagnóstico têm a reincidência dos criminosos diminuída em dois terços, já que mantêm mais psicopatas longe das ruas”, diz ela. Tampouco há procedimentos para evitar que psicopatas entrem na polícia – uma instituição teoricamente tão atraente para eles quanto as grandes empresas. Também não há testes de psicopatia na hora de julgar se um preso pode partir para um regime semi-aberto. Nas escolas, professores não estão preparados para reconhecer jovens com o transtorno.

“Mesmo dentro da psiquiatria existe pouca gente interessada no assunto, já que os psicopatas não se reconhecem como tal e dificilmente vão mudar de comportamento durante a vida”, diz o psiquiatra João Augusto Figueiró, de São Paulo. Também não existem tratamentos comprovados nem remédios que façam efeito. Outro problema: quando levados a consultórios, os psicopatas acabam ficando piores. Eles adquirem o vocabulário dos especialistas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento quando for necessário. Diante da falta de perspectiva de cura, quem convive com psicopatas no dia-a-dia opta por vigiá-los o máximo possível. É o que faz a dona-de-casa Norma, do Guarujá, com o filho Guilherme. “Enquanto eu e o pai dele estivermos vivos, podemos tomar conta”, diz. “Mas… e depois?”

“Ele mentia muito. Armava um teatro para nos transformar em culpados. Não tinha apego nem responsabilidade. Não evitava falar coisas que deixassem os outros magoados. Nunca pensou que, se fizesse alguma coisa ruim, os pais ficariam bravos. Na escola, ele não obedecia a ordens. Se não queria fazer a lição, não tinha ninguém que o convencesse. A inteligência dele até era acima da média, mas um mês ele tirava 10 em tudo e no outro tirava 0. Dos 3 aos 25 anos, ele rodou comigo por psicólogos. Foi uma busca insana. Começamos a tratar pensando que era hiperatividade, ele tomou antidepressivos e outros remédios. Nada deu certo. Pessoas como o meu filho conseguem manipular psicólogos com facilidade. E os pais se tornam os grandes culpados. Quando descobri o problema, com uma psiquiatra, foi uma luz para mim. Hoje sei que pessoas como ele inventam um mundo na cabeça. É um sofrimento para os pais que convivem com crianças ou com adultos assim. Hoje, temos que vigiá-lo e carregá-lo pela mão para tudo que é canto. Senão, ele rouba coisas ou arma histórias. Fica 3 meses em cada emprego e pára, diz que não está bom. O problema nunca é com ele, sempre os outros é que estão errados. Eu ainda torço para que tenha um remédio, porque viver assim é muito ruim. Se está tudo bem agora, você não sabe qual vai ser a reação daqui a 5 minutos. É como uma bomba relógio, uma panela de pressão que vai explodir. Nunca dá pra saber exatamente o que ele pensa nem para acreditar em alguma coisa que ele promete. Às vezes penso que deveriam criar uma sociedade paralela só para sociopatas, mas uns matariam os outros, com certeza. Para não correr o risco de botar no mundo outra pessoa dessas, convencemos nosso filho a fazer vasectomia. Dói muito dizer que seu filho é um psicopata, mas fazer o quê? Matar você não pode. Tem que ir convivendo na esperança de que um dia a medicina dê conta de casos assim.”

*Depoimento de Norma, 50 anos, dona-de-casa do Guarujá (SP), mãe de Guilherme, 28, diagnosticado como psicopata.

Charme

Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com freqüência. Seja na cadeia, seja em multinacionais.

Inteligência

O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem se passar por médico ou advogado sem nunca ter acabado o colegial.

Ausência de culpa

Não se arrepende nem têm dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza de que nunca erra.

Espírito sonhador

Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo se a situação do sujeito estiver miserável, ele só fala sobre as glórias que o futuro lhe reserva.

Habilidade para mentir

Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina.

Egoísmo

Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo ok para ele, não interessa como está o resto do mundo.

Frieza

Não reage ao ver alguém chorando e termina relacionamentos sem dar explicação. Sabe o cara que “foi comprar cigarro e nunca mais voltou?” Então.

Parasitismo

Quando consegue a confiança de alguém, suga até a medula. O mais comum é pedir dinheiro emprestado e deixar para pagar no dia 31 de fevereiro.

The Psychopath - James Blair e outros, Blackwell, EUA, 2006

Without Conscience - Robert Hare, Guilford, EUA,1993

The Sociopath Next Door - Martha Stout, Broadway, EUA, 2005

Fonte: Superinteressante

Educação de jovens e adultos. (EJA).


A construção de uma educação básica para jovens e adultos

A Educação de Jovens e Adultos, já se chamou Madureza, Suplência, Supletivo, Alfabetização, entre outros nomes.Era uma modalidade de ensino assumida por voluntários ou mesmo por docentes que usavam os mesmos procedimentos ministrados para crianças e adolescentes. Ao ser instituído o Parecer nº 11/2000 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que regulamentou a Educação de Jovens e de Adultos, foi estabelecido o perfil diferenciado desses alunos. Eles devem ser tratados como tais e não como extensão de crianças e de adolescentes.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) parte do princípio de que a constituição de uma educação básica para jovens e adultos deve ser voltada para a cidadania. Essa construção de uma educação básica para jovens e adultos não se resolve apenas garantindo a viabilização de vagas, mas, principalmente oferecendo-se um ensino de qualidade, oferecido por professores aptos a congregar em seu trabalho as inovações nas distintas áreas de conhecimento e de incorporar as mudanças sociais e a suas conseqüências na esfera escolar. Hoje, a EJA é uma modalidade de ensino e componente constitutivo da Educação Básica e não mais um subsistema de ensino, com funções : reparadora, equalizadora e qualificadoraobedecendo a princípios de eqüidade, diferença e proporção.

As escolas que possuem o curso de Educação de Jovens e Adultos devem oferecer aos educandos a probabilidade de ampliar as competências necessárias para a aprendizagem dos conteúdos escolares, bem como a possibilidade de aumentar a consciência em relação à interação com o mundo, desenvolvendo a capacidade de participação social, no exercício da cidadania. Ao estabelecer o ato criativo, o ensino da Arte representa–se como indispensável no universo da Educação de Jovens e Adultos, visto que, o conhecimento tem uma atitude de busca de sentido, criação, inovação. Basicamente, por seu ato criador, as formas de conhecimento humano, ou suas vinculações, faz com que o indivíduo ao organizar sua vida considere os desafios que dela procedem, em um invariável processo de modificação de si e da realidade que o cerca desenvolvendo atitudes de responsabilidade, compromisso, crítica, e conceitos de seus direitos e deveres.

Na Educação de jovens e adultos busca-se o acesso da aprendizagem significativa integrada efetivamente à organização dos conhecimentos dos alunos e não exclusivamente a informação adquirida por memorização, pois, atualmente o enfoque é dado na aprendizagem e não no ensino. O conhecimento real tem por base aprendizagens anteriores, que são transformadas, expandidas ou recriadas através da aquisição de novas informações e de novas ponderações sobre um conceito. Há necessidade de escolher temas e problemas relevantes para os alunos, de modo que eles sejam seduzidos a refletir sobre os seus próprios pontos de vista, buscando enfatizar a cultura popular, a religião, os meios de comunicação e principalmente a história de vida do indivíduo, estabelecendo a importância do sujeito histórico dentro da sociedade.

A educação de Jovens e adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto conseqüência do exercício da cidadania como condição para uma plena participação na sociedade. Além do mais, é um poderoso argumento em favor do desenvolvimento ecológico sustentável, da democracia, da justiça, da igualdade entre os sexos, do desenvolvimento socioeconômico e científico, além de um requisito fundamental para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz baseada na justiça. (Declaração de Hamburgo sobre a EJA)
A educação básica de jovens e adultos de qualidade exige um compromisso com o trabalho em equipe, com a inovação pedagógica, sensibilidade com a heterogeneidade, e organizado ao diálogo democrático e à convivência plural.

Amélia Hamze
Profª FEB/CETEC
ISEB/FISO

Pedagogia - Brasil Escola

O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA COGNITIVO DA CRIANÇA E DO PRÉ-ADOLESCENTE E OS NOVOS MEIOS DIGITAIS.

Recados e Imagens - Desenhos - Orkut



O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA COGNITIVO DA CRIANÇA E DO PRÉ-ADOLESCENTE E OS
NOVOS MEIOS ELETRÔNICOS DIGITAIS.
Monografia apresentada à Faculdade de Belas Artes de São Paulo,
como exigência parcial para a obtenção do titulo de
Especialista em Arte e Tecnologia, sob a orientação da Prof. Dra. Silvia Laurentiz.
São Paulo/ 2000.
Resumo
Este trabalho procurou entender como as novas tecnologias digitais podem auxiliar o desenvolvimento
da criança e do pré-adolescente entre 6 a 10 anos. Usando como base as faixas etárias criadas
por Jean Piaget, as pesquisas de teóricos da percepção e cognição como Steinberg, Arnheim e as
diferentes inteligências de Howard Gardner , desenvolvemos um CD-ROM como resultado desta
pesquisa .
Abstract
This work try to define how the new digital tecnologies can help the childhood development, for
childrens between six to ten years. Using the age bracket created by Jean Piaget as a standard, the
perception and cognition theorys by Steinberg and Arnheim and the levels of inteligence of Howard
Gardner, this CD-ROM presents the research results.
Introdução
Esta pesquisa tem como objetivo saber como o meio digital pode auxiliar o desenvolvimento intelectual
de crianças de seis a dez anos.A escolha dessa faixa etária prende-se a um trabalho que venho
realizando nos últimos três anos.
As questões que orientaram esta pesquisa foram:
Como chegar a atingir a criança e o pré-adolescente, entre seis e dez anos?
Auxiliar o desenvolvimento da inteligência espacial, através dos exercícios elaborados
, dando início ao desenvolvimento da linguagem não verbal.
Favorecer, pelo novo acesso à informação, novos estilos para o desenvolvimento
cognitivo das crianças da faixa etária estudada.
Despertar a percepção visual, utilizando o movimento das imagens, com base nos
fundamentos e Leis da Gestalt.
No primeiro capítulo, apresentamos os estudiosos da psicologia infantil e suas teorias. Como a
criança e o pré-adolescente têm seu desenvolvimento, dentro dessa faixa etária e como a inteligência
lógica e a inteligência espacial se desenvolvem e atingem o estágio final das operações mentais
formais, segundo Piaget, Steimberg e outros.
No segundo capítulo, definimos mídia, multimídia, hipermídia, e os fundamentos das novas
tecnologias do meio digital e a teoria da comunicação.Buscamos o potencial de expressão do meio
digital e como poderá ser utilizado para trabalhar a percepção e a cognição.
No terceiro capítulo, realizamos experimentos práticos em um CD-ROM (o hipertexto, a linkagem e
a interatividade) utilizando os fundamentos das leis da Gestalt, a percepção e cognição.
Na conclusão, mostramos que as tecnologias interativas do computador, com as suas memórias e
redes, simulam operações do pensamento e do raciocino, possibilitando novas relações. Só esta
característica já justificaria nossa pesquisa e qualificaria o computador como um excelente instrumento
gerador de situações e ações.
Capítulo I
Percepção e cognição
A pesquisa sobre a percepção e cognição oferece temas e teorias relevantes ao objeto de nossa
analise, que é apresentada como um recorte, no qual só utilizamos os pontos que foram aplicados ao
trabalho.
Neste capítulo, estudamos alguns teóricos do desenvolvimento humano. E, diante de tantas abordagens,
este trabalho procurou desenvolver-se segundo a classificação etária de Piaget, porém mesclando
as abordagens de outros autores. Tentamos não nos prender demais nas fases da evolução
cronológica piagentiana, pois elas não são tão rígidas e definidas, conforme outros teóricos como
Vygotsky, Chomsky e Feldman já afirmaram. Cada ser humano não tem o seu tempo de evolução
programado e determinado apenas pela idade cronológica. A evolução e o desenvolvimento são
sempre acrescidos das influências do meio em que cada pessoa vive.
Jean Piaget (1896/1980) com sua Epistemologia Genética ou Teoria Psicogenética contribuiu imensamente
para a compreensão do desenvolvimento cognitivo. Ele sabia que seus trabalhos não eram
conclusivos, mas serviriam de ponto de partida para outros estudiosos do desenvolvimento
cognitivo.
A teoria de Piaget, segundo Elkind (1998: p.113), é a:
Concepção construtivista da formação da inteligência, na qual ele explica como a criança, desde o
nascimento, constrói o conhecimento. Essa construção do conhecimento ocorre, segundo Piaget,
quando acontecem ações físicas ou mentais sobre os objetos provocando o desequilíbrio, resultando
em processos chamados de assimilação ou acomodação dessas ações e inicia-se assim a construção
de conhecimentos.
Os antigos consideravam as crianças como pequenos adultos só que com menos informação. Supunham
que seus processos de pensamentos fossem os mesmos que os dos adultos.
A partir de Piaget, sabe-se que a criança não imita nada, ela está buscando conhecer o mundo. Ela é
uma solucionadora de problemas. Constantemente ela está testando e experimentando uma nova
solução para conhecer o mundo. Nas observações que fez das crianças, Piaget classificou-as em
diferentes estágios, registrando seus comportamentos.
Sua classificação inicia-se com o estágio sensório motor, no qual a tarefa do bebê é conhecer o
mundo físico através do sistema sensório (visão e audição) e do sistema motor (mãos, boca). Esta
fase vai até os dois ou três anos. Daí, até os 6 anos, as crianças vivem num mundo diferente do bebê,
pois estão no denominado estágio semiótico ou simbólico. Depois, entre os 5/6 e 7/8 anos, a criança
entra na fase pré-operacional. Nela, a criança não só é capaz de caminhar, correr e pular, mas de
falar e usar símbolos (como desenho, gestos, números) para referir-se ao mundo e compreendê-lo. É
capaz de criar um pensamento que representa e resulta no uso de um objeto para representar outro.
É quando usa um pau como um cavalinho. A criança sonha, usa a imaginação, imita um objeto
presente e um ausente. A criança ainda não consegue colocar-se no lugar de outra, sua visão do
mundo é ainda egocêntrica.
O início das operações concretas se dá simultaneamente com o início da escola regular, entretanto, a
criança torna-se capaz de operações mentais não por causa da escola, mas porque atinge maturidade
para isso. Ela realiza operações concretas no plural porque é capaz de pensar no conjunto, mas não
simultaneamente no
conjunto e nas partes.
Na escola secundária, por volta dos 11/12 anos, a criança alcança o estágio das operações formais.
Consegue pensar em um mundo hipotético, resolve problemas mentalmente, lida com elementos de
um mundo não concreto, mas formado por teorias e conceitos. O jovem já tem capacidade para
pensar sobre pensamentos, idéias e conceitos. O jovem tem consciência das variáveis de um problema.
Ele avalia e pensa.
Nesta pesquisa nos fixamos no estágio das operações concretas intuitivas, constituído por crianças
entre 6 a 10 anos, que são as de nosso interesse.
Níveis Mentais
0 à 2/3 anos De 2/3 anos à 5/6 anos - 5/6 anos à 7/8 anos - 7/8 anos á 11/12 anos
11/12 anos
Operatório abstrato
Operatório concreto
Intuitivo
simbólico
Sensor motor
Crianças de cinco a sete anos estão no Período Intuitivo, segundo a classificação de Piaget. Estão
centradas na construção topológica, na fase do pensamento simbólico, na época das coleções, das
seriações, das classificações e correspondências. Nesse período, passam à geometria projetiva,
iniciam-se na métrica euclidiana. Devem concluir o processo de alfabetização iniciado no período
anterior, dando grande importância ao levantamento da complexidade e variedade do real, como as
paisagens, objetos, coisas, instrumentos e pessoas.
As crianças entre 7 a 10 anos estão no Período Operatório Concreto. É a fase da conclusão das
noções de conservação, como: substância, peso, volume, velocidade, tempo, espaço. Neste período
resolvem exercícios de agrupamentos concretos e redes matemáticas. Usam a Geometria Euclidiana
e têm interesse no funcionamento das máquinas.Trabalham o sistema métrico e as operações aritméticas
fundamentais. Iniciam uma dinâmica de grupo, com a construção de regras. Iniciam-se intensamente
na leitura e no desenho técnico.
Para Piaget, o Período Operatório Abstrato é formado por crianças de 11/12 anos em diante. É a
fase das grandes discussões e quando se intensificam as dinâmicas de grupo e as grandes amizades.
Para entender o desenvolvimento dos sistemas de perceber, fazer e senti, iremos especificar os
princípios segundo os quais esses sistemas continuam a se desdobrar. O desenvolvimento do conceito
de objeto e da sensibilidade permite ao ser humano recapitular o período sensório-motor no nível
dos símbolos.
O início do desenvolvimento simbólico é a linguagem, que se desenvolve nos primeiros anos de vida.
Já as crianças maiores, quando envolvidas com a arte, criam e percebem os objetos simbólicos.Os
objetos artísticos são únicos na medida em que utilizam variados aspectos e habilidades do indivíduo-
primitivo do mesmo modo que refletem também o individuo completo e multifacetado.
A inteligência lógica matemática e a inteligência espacial atingem, na pré-adolescência, uma expressão
mais madura, passando dos mapas mentais para as operações simbólicas tão necessárias para o
desenho. Nesse período, a criança confronta os objetos, organizando-os, reordenando-os e avaliando-
os e é desse modo que ela adquire o conhecimento.As operações de segundo nível, no plano
simbólico, só ocorrem na adolescência.
A criança entre 6 e 10 anos pode igualar dois conjuntos com base em números. De fato, para isso,
ela cria dois conjuntos mentais ou de imagens mentais. Ela é capaz de comparar, contrastar o número
de um conjunto com o número de outro conjunto, mesmo que eles não sejam idênticos em aparência.
Ela pode somar e subtrair sempre confirmando a equivalência dos conjuntos. Começa a
entender operações com a mesma moeda, fazer compras, fazer trocas com amigos, jogar cartas,
jogar em computador.
Para as operações das formas lógico-matemáticas da inteligência, utiliza o manuseio dos objetos,
mas também pode realizar mentalmente, internalizando-os após algum tempo. Com o crescimento,
passa a realizar operações mentais formais. Pode, assim, operar não apenas objetos, mas também
palavras, símbolos ou seqüências simbólicas. Desenvolvem a capacidade de manipular símbolos a
cada equação algébrica, palavras no raciocínio silogístico, tanto na formação de hipóteses científicas
como no procedimento formal.
Jean Piaget demonstrou que crianças não são capazes de conservar a idéia de quantidades com os
líquidos. Em sua pesquisa, ele comprovou que a criança entre 6 e 10 anos tem dificuldade em comparar
os volumes líquidos. Percebe o volume dos líquidos com base no suporte que os contem, isto
é, em dois copos de tamanhos diferentes, mas com mesmo volume, a criança de 8/9 anos diz que os
dois são iguais e a de 5/6 anos diz que o copo mais fino tem menor volume de líquido.
Nos últimos anos, vários estudiosos influenciados pelas considerações culturais e pelos estímulos na
área da educação, argumentaram que Piaget centrou-se em apenas um modo de uso da mente.
Portanto, hoje temos que considerar a capacidade do indivíduo se desenvolver em diferentes culturas
e de estar exposto a vários tipos de sistemas educacionais.
David Feldman (Beyond Universals in Cognitive Development-1994)argumenta que a visão de
Piaget foi limitada demais ao focalizar as categorias kantianas de tempo, espaço e número, que
podem ser encontradas universalmente e desenvolver-se independentemente dos ambientes culturais.
Feldman aponta três tipos adicionais para o desenvolvimento humano, áreas que merecem nossa
análise. Ele os classifica por domínios sobre o chamado domínio cultural, ele afirma que, ao vivermos
em certa cultura, devemos conhecê-la bem e que recebemos, durante a infância, lições ensinadas
e aprendidas por toda a sociedade e que passam para todos como um valor de domínio universal.
Quanto ao chamado domínio baseado nas disciplinas , Feldman afirma que são aqueles que podem
ser dominados ao longo dos anos dentro de uma cultura, como estudar biologia, jogar xadrez.E, por
último, há o domínio único, que está na área das habilidades e capacidades e tem sido buscado e
dominado por um único individuo.
Em uma visão mais global, percebemos que os indivíduos evoluem para serem capazes de executar
vários tipos diferentes de operações, em diferentes conteúdos. Quase todos podem achar seu caminho.
Os caminhos buscados são sempre um conjunto da dotação inata, das oportunidades culturais e
da quantidade de prática e motivação.Um dos cientistas sociais mais influentes deste século, o lingüista
Noam Chomsky, que trabalhou muitos anos no Massachusetts Istitute of Technology. Começou
tentando escrever uma gramática para a linguagem, na verdade para todas as linguagens. Assim,
desenvolveu uma série de idéias sobre a cognição muito necessárias para aqueles que estudam o
desenvolvimento intelectual. Segundo Chomsky, as habilidades de linguagem surgem porque os
humanos possuem uma “faculdade de linguagem”, assim como possuem órgãos que permitem que
seus corpos funcionem bem. Toda criança tem a capacidade e a facilidade de aprender a falar não
porque os pais são bons professores, mas porque possuem regras e princípios abstratos que lhes
permitem compreender a língua que é falada ao seu redor.
Chomsky, Fodor e outros, em 1975, contestaram as idéias de Piaget de que não existe nenhum
“conhecimento geral” ou “operações de pensamento subjacentes”, afirmando que cada faculdade
mental e cada domínio de conhecimento têm suas próprias regras e princípios. Desprezaram também
os estágios de desenvolvimento da aprendizagem, dando mais valor ao conhecimento chamado de
“inato”, que é desencadeado pelo meio ambiente. Essas declarações não abalaram as afirmações de
Piaget, mas demonstraram diferentes caminhos para a pesquisa do desenvolvimento da inteligência.
Essa nova postura gerou a chamada abordagem dos constrangimentos, criada por Carey & Gelman,
(1991) e por Hirrschfield& Gelmam (1994).
Os que adotaram a abordagem dos constrangimentos tentaram descobrir as formas iniciais de conhecimento,
aqueles que estão presentes no nascimento ou logo depois, preocupando-se com as expectativas
e questionamentos preferidos pelas crianças na medida em que crescem.
Piaget afirma que o desenvolvimento infantil inicia-se no zero, e os teóricos do constrangimento
afirmam que se inicia já com alguns conhecimentos.Essas divergências devem ser sentidas como
novas linhas de trabalho, no processo da informação, nos módulos mentais, nos constrangimentos
como reações admissíveis ao método piagentiano.
Ainda sobre o desenvolvimento infantil, há uma teoria formulada por Lev Vygotsky. Ele se refere à
origem cultural das funções humanas, isto é, considera que elas se originam nas relações do indivíduo
com seu contexto sócio cultural. Para Vigotsky cultura é parte estrutural da natureza humana e
se dá através da internalização do modo como se operam as informações. O cérebro é um sistema
aberto que pode servir a novas funções, sem que seja necessário ser transformado. Ele entende que a
relação do homem com o mundo não é uma relação direta, pois é mediada por meios, que são “ferramentas
auxiliares”, criadas pela espécie humana.
Outra linha de pesquisa que trata da cognição é a de Robert J. Steirnberg, no livro Psicologia
Cognitiva. Ele pesquisou e estudou a maneira como as pessoas aprendem, recordam, pensam e
percebem as informações.
Com base nessa leitura, tentamos esclarecer o progresso e o direcionamento desse grupo de pesquisadores
do desenvolvimento da inteligência dentro da psicologia, na linha cognitivista.
A psicologia cognitiva tem suas raízes na filosofia e na fisiologia. Juntas, elas formaram os princípios
dessa psicologia, beneficiando um dos seus campos, o da cognição, que investiga a linguagem, a
inteligência artificial, a psicologia biológica e a antropologia.
Para esses estudos, são utilizados vários procedimentos, inclusive o experimental, as técnicas psicológicas,
os auto - relatos, a observação da natureza, simulações computadorizadas e a inteligência
artificial.
Alguns dos principais problemas nesse campo centralizaram-se em como alcançar o conhecimento:
usando tanto o raciocínio ou desenvolvimento teórico, como o empirismo para obtenção de dados,
para conduzir uma pesquisa básica à procura do insight fundamental sobre cognição e a sua aplicação
no mundo real. Os psicólogos cognitivos estudam as bases da cognição tanto quanto as imagens
mentais, a atenção, a percepção, a memória, a linguagem, a resolução de problemas, a tomada de
decisões, o raciocínio e vários outros aspectos do pensamento humano.
Sternberg afirma que a atenção abrange toda a informação que uma pessoa está manipulando e que,
a consciência compreende apenas as variações mais restritas da informação que ela está consciente
de manipular. A atenção possibilita-nos utilizar criteriosamente nossos recursos cognitivos ativos e
limitados para responder rápido e corretamente aos estímulos que nos interessam e para lembrar
informações importantes. O conhecimento consciente permite-nos monitorar as nossas experiências
passadas e presentes, percebendo um desenrolar contínuo de experiências, como planejar e controlar
nossas futuras ações. Pela percepção inconsciente, podemos processar ativamente a informação, sem
estarmos consciente ao fazer isso. Em alguns casos, Robert Sternberg afirma que podemos considerar
a intuição como exemplo desses fenômenos. O fenômeno na ponta da língua também pode ser
considerado como um processo pré - consciente. A memória não ocorre a despeito da nossa capacidade
de evocar informações relacionadas. Os cognitivistas também observam diferenças na atenção,
classificando-as como conscientes e pré-conscientes.
No período em que a criança vai dos 6 a 10 anos, através dos jogos educativos e de ação, podemos
reforçar o processo de alfabetização e estimular o raciocínio lógico, segundo os pesquisadores da
cognição e da percepção. Howard Gardner diz que jogos de encaixe, labirintos, quebra-cabeça de
peças grandes e liga pontos são altamente recomendados para essa faixa etária. A pedagoga Silvia
Fichmann, especialista em tecnologia aplicada à educação e coordenadora das equipes consultivas da
Escola do Futuro da Universidade de São Paulo, (www.futuro.usp.br http://www.futuro.usp.br ),
afirma que, praticando essas atividades no computador, a criança tende a apurar a percepção visual,
a orientação espacial e a coordenação combinada dos olhos e das mãos.
Quando a criança pilota o computador utilizando o mouse e a tela, uma operação complexa de
relacionamentos se estabelece. Uma coisa é um risco em um papel com lápis, ou montar um jogo de
encaixes, onde tudo está fisicamente em contato. Outra coisa é controlar objetos representados na
tela, movimentando o mouse sobre um suporte que está em outro plano. As crianças rapidamente
descobrem essa relação e comandam a seta do mouse com maestria. Essa nova postura da criança
frente ao computador deve ocasionar uma mudança no processo cognitivo. Neste trabalho tentamos
demonstrar essa questão com a aplicação do trabalho prático.
Os pesquisadores do desenvolvimento cognitivo querem mostrar como princípios gerais do processo
da informação aplicam-se e são usados ao longo de uma variedade de funções cognitivas, desde o
fazer julgamentos perceptivos para entender um texto escrito até o ler mapas para resolver cálculos.
A maioria dessas teorias enfatiza as mudanças do desenvolvimento na codificação, na
automonitorização e no uso de feedback.
Segundo Steirnberg, à medida que cresce, a criança pode codificar muitos aspectos de seu ambiente
e organizar suas codificações com mais eficiência. Ela consegue integrar e combinar a informação
em meios mais complexos, formando novas e cada vez mais elaboradas conexões.
Diferentes pesquisadores descobriram que toda criança pode girar objetos conhecidos mentalmente
e, quanto mais velhas essa rotação será mais rápida.É quando ela usa o raciocínio indutivo, que não
leva a uma solução única e logicamente correta, mas apenas à solução que tem diferentes níveis de
plausibilidade. A criança induz princípios gerais, baseados na observação específica.
Através do brinquedo, a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva que depende das motivações
internas. O pensamento da criança na faixa etária (6 a 10 anos) estudada nesta pesquisa passa a ser
regido pelas idéias e não mais pelos objetos do exterior. Ela passa a utilizar matérias que representam
a realidade ausente, é o “faz de conta”.
A brincadeira representa a possibilidade de solução do impasse, pela necessidade
de um lado e, do outro, pela impossibilidade de ela executar as operações
exigidas por essa ação. Assim, através do “brinquedo de faz de conta”,
ela projeta-se nas atividades dos adultos, procurando ser coerente com os
papéis assumidos. O comportamento da criança no brincar atua no mundo
imaginário e estabelece regras a serem seguidas e cria zonas de desenvolvimento
proximal, na medida em que impulsiona conceitos e processos de
desenvolvimento (Leontiev,1988,p.121).
Na decodificação da informação visual, o movimento é analisado em separado, pela forma e pela cor.
O movimento, mais que a cor em si, dá uma sensação primária para a visão.
James J. Gibson (The perception of visual world Boston-Houghton Mifflin, 1950) estudou a visão
perspectiva em situações em que existe movimento do observador, dando-nos o exemplo de um
piloto de avião que necessita fazer cálculos para a aterrisagem partindo de campo de visão. O piloto,
nesse caso, percebe a profundidade, faz cálculos das distâncias reais em função da máquina, partindo
das distorções de sua visão e da relação da velocidade. Mudando-se o ponto de referência, as velocidades
também mudam. Portanto, para estudarmos o movimento, precisamos primeiro estabelecer o
lugar das coordenadas que irão servir de referência.
Na realidade, existem outros fatores que influenciam na visão tridimensional, tais como a observação
de paralaxe entre objetos e a comparação entre os seus tamanhos. Não podemos deixar de citar aqui
os princípios da Gestalt, criada por um grupo de psicólogos alemães (entre eles Koffka, Kohler e
Wertheimer), que se preocuparam em desenvolver uma teoria a respeito dos processos de organização
da percepção. Estudaram as maneiras como o cérebro organiza os estímulos básicos, concluindo
que a forma é a unidade primitiva da percepção.
O princípio que orientou essa investigação foi a lei de Prägnanz, que pode ser chamada de lei de
pregnância,segundo Silvia Laurentiz.O maior efeito da pregnância acontece quando nossa percepção
procura por figuras estáveis e regulares, o que é uma tendência nossa, pois, ao sermos incapazes de
achá-las, sentimos um certo mal estar.
Além da lei de pregnância, muitas outras foram criadas por esses pesquisadores.Na pesquisa de
doutorado da Profa. Dra. Silvia Laurentiz (1999), encontramos uma síntese sobre outras leis criadas
pela Gestalt e que são consideradas padrões de regra de nosso sistema perceptivo.Assim, temos:
A lei da similaridade, que mostra que elementos similares serão agrupados pela nossa percepção;
A lei da proximidade, que faz com que nossa percepção agrupe elementos que estejam próximos;
A lei de continuidade, que faz com que nossa percepção dê continuidade em uma linha interrompida,
percebendo seu traçado continuo;
A lei do fechamento, quando nossa percepção percebe a forma incompleta (aberta) e a fecha
completando.
A teoria da Gestalt estudou alguns experimentos com movimento e concluiu que elementos visuais
que se movem juntos acabariam agrupados pela nossa percepção e pela lei da similaridade. Esses
estudiosos também se preocuparam com a forma e o espaço, criando a lei da forma-fundo ou figurafundo.
Ou seja: nossa percepção sente uma relação entre a forma e o fundo, apesar de eles existirem
independentemente, mas percebe ser possível formarem uma só forma ou um só conjunto.O aspecto
espacial e temporal entre as coisas, para os gestaltístas, é a estrutura:
E, quando eles dizem que coisas têm contornos bem formados, podemos
concluir que coisas têm formas. E, a partir da noção de uma
coisa sobre, ou dentro da outra, descobrimos a idéia central de
Figura-Fundo. O fato de dizerem que há uma figura maior que
contém uma menor não significa negá-las individualmente. Podemos,
então, destacar duas figuras, uma figura total (chamam-na fundo) e
uma que é parte da figura maior, que está sobre ou dentro da maior
(chamam-na figura). Entre elas há uma estreita relação, figura e
fundo, embora elas existam independentemente uma da
outra.(Laurentiz, 1999, p.143)



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Capitulo II
O meio digital
Para completar nossa pesquisa foi necessário fazermos um apanhado sobre alguns fundamentos dos
novos meios digitais, que serão empregados no trabalho prático.
Enormes mudanças aconteceram na civilização quando a humanidade aprendeu a se comunicar, parte
desse desenvolvimento se deve a fala que tornou possível a troca de idéias. Quando se aprendeu a
escrever, as idéias puderam ser armazenadas e preservadas para as futuras gerações. Com a invenção
da imprensa, idéias e informações começaram a circular entre pessoas e povos distantes. O início das
transmissões em rede de rádio difusão, criado originariamente para enviar e receber informação
possibilitou que novas idéias alcançassem um enorme número de pessoas simultaneamente.
Livros, jornais e televisão são meios que permitem ao usuário receber informação, mas não possibilitam
a interação com o veículo informacional. Já o computador e o desenvolvimento de interfaces
gráficas tornaram possível a apresentação de várias mídias (textos, imagens, vídeos, som), bem como
alguma interação entre o usuário e o programa, criando a hipermídia.
Nossa sociedade está saturada de informação, textos, imagens, sons e dados. Nos novos meios
digitais, essa mesma saturação do mundo real torna-se fascinante, exerce um grande poder sobre
nossa percepção e amplia nossa capacidade sensorial de perceber.Podemos, no meio digital manipular
certos dados de maneira que no mundo real seria impossível. Conseguimos manipular objetos e
imagens, movendo-os e transformando-os de maneira similar ao modo com que são tratados durante
nossa inconsciência nos sonhos.As imagens digitais são virtuais ilusórias, imateriais e atemporais,
existindo apenas em potencial no computador.
As telecomunicações são responsáveis por unir o mundo de ponta a ponta, permitindo uma troca de
conhecimentos e a descoberta das diferenças. Todos nós estamos emaranhados nessa fina rede aberta
e interativa, gerando assim um novo universo globalizado que, a cada intersecção, atualiza permanentemente
a mensagem.
Para entendermos o que é multimídia, e conseqüentemente hipermídia, precisamos começar definindo
a palavra mídia. Para Pierre Lévy:
Mídia é o suporte ou veículo da mensagem. O impresso, o rádio, a televisão
o cinema ou a Internet, por exemplo, são mídias. (1997:61)
O termo multimídia significa, em princípio, aquilo que emprega diversos
suportes, ou diversos veículos de comunicação. Hoje, a palavra refere-se
geralmente a duas tendências principais dos sistemas de comunicação dos
sistemas de comunicação contemporâneos: a multimodalidade e a integração
digital. (1997:63)
Desta forma, um CD-R para Lévy é unimídia, pois apenas um meio está sendo utilizado embora
diferentes modalidades perceptivas (audição, visão e tato) e tipos de representação (imagem, texto e
sons) estejam neste único suporte.
Entretanto se este CD-R tiver acesso direto à internet estaremos entrando no território da
hipermídia.
O termo hipermídia indica:
O novo meio de comunicação, formado pela interconexão mundial de computadores.
Produz novas formas artísticas, transforma a relação do usuário
com o saber, transforma as questões relativas à educação e formação, interfere
com a manutenção da diversidade das línguas e das culturas, como
também com os problemas das exclusões e das desigualdades. Fornece ao
usuário ferramentas de interação, permitindo navegar dentro dos documentos
não mais em forma linear, mas de forma interativa: ao clicar em um
botão o computador responde abrindo uma imagem, um vídeo, um som.
(Martin, 1992, p. 128).
Sendo uma nova tecnologia em desenvolvimento, a hipermídia provoca impactos nas áreas sociais e
culturais. Cria novas condições, possibilitando o desenvolvimento das pessoas e das sociedades.
Produz ligações que não se dão de um modo linear, mas que formam uma rede infinita e rizomática,
onde não se localiza o início ou o fim. Isso só existe em uma rede digital.
A hipermídia é uma tecnologia que proporciona a não linearidade e, portanto, favorece um pensamento
mais complexo, dentro de um conceito multidirecional e multidimensional. É impossível
prever o caminho do usuário, cabendo ao criador do projeto os diferentes traçados, as prováveis
portas a serem acessadas. A hipermídia é semelhante aos nossos pensamentos, mente e cérebro, que
sabemos serem dinâmicos e não lineares, percorrendo nosso sistema nervoso e todo o corpo sempre
se integrando e interagindo no todo. Montamos uma linearidade seqüencial que se entrelaça num
complexo emaranhado multidimensional.As transações de conhecimento não param de crescer.
Segundo Lévy (1999, p.167):
O ciberespaço e a cibercultura vêm dar suporte ao novo sistema educacional,
ampliando com essa nova tecnologia as funções cognitivas humanas:
imaginação, percepção, cognição.
Roland Barthes afirma que o ideal de textualidade coincide com o que conhecemos como hipertexto
eletrônico, isto é, um texto composto de blocos de imagens eletrônicas, unidas em múltiplos trajetos
e com uma textualidade aberta, eternamente inacabada e representado como rede, trama ou nexo.
James Martin explica:
Hipertexto é a expressão usada por Theodor H. Nelson nos anos sessenta, se
referindo a uma tecnologia eletrônica radicalmente nova, uma estrutura não
seqüencial, um texto que se bifurca e permite ao leitor a escolha dos blocos
de textos conectados entre si, formando pelos usuários diferentes
itinerários.Através de uma estrutura flexível, o hipertexto faz com que a
navegação de um texto seja executada de forma lógica, ao contrário de um
livro, que necessita da linearidade para sua compreensão.(Martin, 1992, p.
127).
O característico fundamental do hipertexto é ser composto de corpos de textos conectados entre si,
sem que nenhum tenha a marca de ser o primeiro na organização. O hipertexto é um sistema que
pode ser descentralizado e centralizado infinitamente, porque transforma qualquer documento ou
página que tenha uma conexão em página principal, mesmo que passageira, para orientar o usuário
na decisão da escolha do caminho a seguir.
Ao conectarmos textos verbais, imagens, sons e diagramas que facilmente se expandem, construímos
parte do trabalho que, no seu total, formará um trabalho de multimídia ou um trabalho de hipermídia.
A navegação em hipertextos é baseada em sinalizadores, ícones, que estão diretamente relacionados
com o conteúdo do texto.A ligação entre os documentos que formam o conjunto do hipertexto ou
hipermídia é chamada de “link”.
A linkagem é a forma de associar livremente um documento com outro,
formando assim uma rede que se materializa a partir da interação do usuário.
(Martin, 1992 p. 128).
Rhéaume descreve a palavra hipermídia como sendo “uma base de dados textuais, visuais, gráficos
e sonoros onde cada ilha de informação é denominada de nó ou quadro”. Cada ilha de nó deve
conter somente uma idéia, bem identificada.Sendo assim, as informações devem ser divididas em
pequenos blocos, sob um só e determinado aspecto, agrupados pela sua natureza.A navegação do
usuário, as ligações que fará entre os diferentes nós, construirá uma significação pessoal.Nos
hipertextos, existe a diversidade de acessos à informação. O mecanismo que permite ir e voltar torna
a navegação uma operação reversível, demonstrando a estrutura dos documentos.
Essa estrutura tem dois modos diferentes de utilização. O primeiro é o modo do autor, que é quem
cria os nós, e o outro é o modo do usuário, que é quem ao navegar permite as conexões dos documentos
segundo sua interpretação.O navegador tem um aspecto dinâmico na acoplagem dos documentos,
pela aproximação da informação de forma não linear, facilitando, melhorando e personalizando
a apresentação.
3.-Sobre o trabalho prático:
Criação de um CD-ROM para crianças e pré-adolescentes entre 6 a 10 anos.Com exercícios e propostas
de pesquisa baseados na teoria da cognição e percepção. Proposta de trabalhos no qual o
usuário participará escolhendo seu roteiro, conectando páginas não seqüenciais e testando sua
percepção e cognição própria da faixa etária.
Conclusão:
As novas tecnologias para a produção de imagens estão criando novos modelos de visualização, e
isto provavelmente levará a novos modelos perceptivos.
A virtualidade em sentido mais fraco, classificada assim por Arlindo Machado, é quando o usuário
percorre, através de hipertextos, pesquisas e palavras-chave, por proximidade, em espaços contíguos.
Ele pode controlar seu acesso em um enorme banco de dados, como vários programas e a
maioria dos vídeos games em que, em tempo real, o usuário controla os feitos e gestos do modelo
que o representa.Mais fraco ainda é a virtualidade que, para ser atualizada, precisa ser impressa, só
existindo, portanto na memória do computador. É o que acontece nos jogos em que todo o cartucho
contém, virtualmente, uma infinidade de partidas, de seqüências de imagens diferentes, e o jogador
só vai atualizá-las, se jogar.
Um mundo virtual é um universo de possíveis calculáveis a partir de um modelo digital. O computador
e suas redes são a infra-estrutura para o mundo virtual e, cada vez que eles se tornam mais
numerosos e mais rápidos em transmissão, mais os mundos virtuais irão se multiplicar em quantidade
e variações.
Outra qualidade do meio digital é a imprevisibilidade ou casualidade. Quando o usuário “clica” sobre
uma imagem ou palavra que contenha um “comportamento”, ele é levado para outra parte do documento:
A obra interativa só tem existência e sentido na medida em que o espectador
interage com ela. Sem esta interação, da qual é totalmente dependente, ela
estava simplesmente reduzida a um gesto elementar, a obra permanece uma
potencialidade-computacional, pois é feita de cálculos-não
perceptível.(Couchot,1997, p. 139)
Os movimentos sempre foram relacionados com os processos sensoriais. Charles Peirce, um dos
fundadores da semiótica, assinala que a cada sentimento o nosso corpo corresponde com um movimento,
e como: os gestos, os movimentos da face, o suspirar ou o gemer.Na comunicação humana, a
SINESTESÍA é o estudo dos gestos e movimentos corporais, convencionais e relativos a cada
cultura. Neste trabalho, a sinestesia está sendo aplicada para desenvolver exercícios para a percepção
visual, a cognição e o raciocínio lógico.
Tânia Fraga, em Simulações Estereoscópicas Interativas, comenta:
Imerso no campo sensorial pré-definido, o indivíduo que o experimenta pode
criar novos conjuntos de relação significantes. Ele amplia as
sim o mundo imaginativo que passa a compartilhar. Tem ele, também, a
oportunidade de aumentar o seu acervo visual, de desenvolvimento e organizar
o seu raciocínio lógico e analógico e de exercitar a sua criatividade. Este
indivíduo pode mesmo aumentar o potencial de suas múltiplas inteligências,
ampliando a sua consciência sígnica.(1997, p.117)
As tecnologias interativas do computador simulam, com suas redes e memórias, operações do pensamento
e do raciocínio, gerenciando novas relações.
As descobertas ligadas à presença do computador e das interfaces trazem implicações do campo da
ciência e da construção da subjetividade entre o homem e a máquina.
Este trabalho usou os conceitos e ferramentas das mídias digitais e os conceitos da teoria da percepção
e cognição. As investigações e produtos gerados desafiam as formas tradicionais de auxiliar o
desenvolvimento das diferentes inteligências de crianças e pré-adolescentes entre seis e dez anos:
Na qualidade de gerador de informação ou conhecimento, o usuário fará
emergir, partindo do conteúdo existente, novas informações ou conhecimentos.
Ele explicitará conhecimentos implícitos no documento, tendo como
objetivo principal o processo mental que leva a surgir uma nova idéia. Para
isso, o hipertexto deve permitir gerar e manipular facilmente os estados
transitórios e instáveis do processo dos pensamentos. Possui ferramentas que
permitem ao usuário os processos mentais próprios das atividades criativas e
que são extremamente importantes para a formação do indivíduo.
(N d 1994 127)
O ambiente hipermídia é uma excelente ferramenta de trabalho que permite ao usuário se deparar
com situações de ação e criação e importante fonte de motivação, pois permite a repetição e a
intervenção no documento.
Esta pesquisa não pretende se encerrar nesta monografia.
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Fonte: google acadêmico.

Uma Pausa para Reflexão.

"Perguntaram ao Dalai Lama:- O que mais te surpreende na Humanidade?E ele respondeu:- Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido". Dalai Lama

História da Educação Resumo.

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História da Educação

A pedagogia é teoria crítica da educação, ou seja, da intervenção do homem na transmissão e transformação da cultura. A educação é dependente da política.
Sociedades Primitivas: a educação consistia na integração nas tribos. Consistia na imitação dos adultos. A aprendizagem surge das necessidades quotidianas, não sendo programada.
Antiguidade Oriental: a educação tradicionalista
Nestas sociedades orientais, as classes mais baixas, lavradores, artesãos, etc., não tem direitos políticos nem acesso ao saber como a classe dominante. Inicialmente o conhecimento da escrita era bastante restrito, posuia um caráter sagrado. Aparece aqui o dualismo escolar, um destinado ao povo e outro a uma classe dominante. A grande massa é excluída da escola e restringida à educação familiar informal.
Antiguidade Grega: a paidéia
A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Em geral, a educação grega está centrada na formação integral – corpo e espírito. Inicialmente, ainda sem a escrita, a educação é ministrada pela própria família, de acordo com a tradição religiosa. Só posteriormente começam a aparecer as primeiras escolas, para as massas populares.
Antiguidade Romana: a humanitas
De maneira geral, podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida supremacia dos valores gregos.
Idade Média: a formação do homem de fé
A educação na idade média funde-se com a concepção do homem como criatura divina, que deve cuidar da salvação da alma e da vida eterna. Receando desde logo as contradições entre fé e razão, recomendava-se respeitar sempre o princípio da autoridade, que exigia humildade e subserviência aos grandes sábios autorizados pela igreja, sobre a leitura dos clássicos e dos textos sagrados. Limita-se, assim, a pluralidade de opiniões e mantém-se a coesão da igreja. Predomina a visão teocêntrica. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais determina o trabalho escolar.
Renascimento: humanismo e reforma
Educar torna-se uma necessidade, segundo a nova concepção de homem. Aparecem os colégios, do século XVI até o XVIII, este fenómeno traz consigo uma nova imagem da infância e da família. A escola tem a função de transmissão de conhecimentos mas também a formação moral. Essa sociedade, mantém-se ainda fortemente hierarquizada, excluindo dos propósitos educacionais a grande massa popular, com exceção dos reformadores protestantes, que agem por interesses religiosos.
Atendendo aos Descobrimentos no Brasil dá-se: o início da colonização e catequese
A actividade missionária facilita sobremaneira a dominação metropolitana e, nessas circunstâncias, a educação assume papel de agente colonizador.
Idade Moderna: a pedagogia realista
Em geral as escolas continuam a ministrar um ensino conservador.
O Brasil do séc.XVII: Por se tratar de uma sociedade agrária e de escravos, não tem interesse na educação básica, daí a grande massa de iletrados.
Século das Luzes: o ideal liberal de educação
O iluminismo é um período muito rico em reflexões pedagógicas. Um de seus aspectos marcantes está na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Apesar dos projectos de estender a educação a todos os cidadãos, prevalece a diferença de ensino, ou seja, uma escola para o povo e outra para a burguesia. Essa dualidade era aceite com grande tranquilidade. Afinal, para a doutrina liberal, o talento e a capacidade não são iguais, e portanto os homens não são iguais em riqueza…
Século XIX: a educação nacional
É no séc. XIX que se concretizam, com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, leiga, gratuita e obrigatória. Dá-se maior relevo à relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação.
Principais pedagogos:Pestalozzi – é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. Reconhece firmamente a função social do ensino, que não se acha restrito à formação do gentil-homem.
Froebel – privilegia a actividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos para aperfeiçoar as habilidades.
Herbart – para ele, a conduta pedagógica segue três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.
Século XX: a educação para a democracia
A pedagogia do século XX, além de ser tributária da psicologia, da sociologia e de outras como a economia, a linguística, a antropologia, tem acentuado a exigência que vem desde a Idade moderna, qual seja, a inclusão da cultura científica como parte do conteúdo a ser ensinado.
Sociologia: DurkheimAntes dele a teoria da educação era feita de forma predominantemente intelectualista, por demais presa a uma visão filosófica idealista e individualista. Durkheim introduz a atitude descritiva, voltada para o exame dos elementos do facto da educação, aos quais aplica o método científico.
Psicologia: o behaviorismo
O método dessa corrente privilegia os procedimentos que levam em conta a exterioridade do comportamento, o único considerado capaz de ser submetido a controle e experimentação objectivos. Suas experiências são ampliadas e aplicadas nos EUA por Watson e posteriormente por Skinner. O behaviorismo está nos pressupostos da orientação tecnicista da educação.
Gestalt:As aplicações das descobertas gestaltistas na educação são importantes por recusar o exercício mecânico no processo de aprendizagem. Apenas as situações que ocasionam experiências ricas e variadas levam o sujeito ao amadurecimento e à emergência do insight.
Dewey e a escola progressiva:O fim da educação não é formar a criança de acordo com modelos, nem orientá-la para uma acção futura, mas dar-lhe condições para que resolva por si própria os seus problemas. A educação progressiva consiste justamente no crescimento constante da vida, à medida que aumentamos o conteúdo da experiência e o controle que exercemos sobre ela. Ao contrário da educação tradicional, que valoriza a obediência, Dewey estimula o espírito de iniciativa e independência, que leva à autonomia e ao autogoverno, virtudes de uma sociedade democrática.
Realizações e Principais características da escola nova:educação integral ( intelectual, moral, física); educação activa; educação prática, sendo obrigatórios os trabalhos manuais; exercícios de autonomia; experiência de campo; co-educação; ensino individualizado. Para tanto as actividades são centradas nos alunos, tendo em vista a estimulação da iniciativa.
Escolas de métodos activos: Montessori e Decroly Montessori estimula a actividade livre, com base no princípio da auto-educação. Decroly observa, de maneira pertinente, que, enquanto o adulto é capaz de analisar, separar o todo em partes, a criança tende para as representações globais, de conjunto. Resta lembrar outros riscos dessa proposta: o puerilismo ou pedocentrismo supervaloriza a criança e minimiza o papel do professor, quase omisso nas formas mais radicais do não-directivismo; a preocupação excessiva com o psicológico intensifica o individualismo; a oposição ao autoritarismo da escola tradicional resulta em ausência de disciplina; a ênfase no processo faz descuidar da transmissão do conteúdo.
Teoria socialista – Gramsci A educação proposta por ele está centrada no valor do trabalho e na tarefa de superar as dicotomias existentes entre o fazer e o pensar, entre cultura erudita e cultura popular.
Teorias crítico-reprodutivistas: Por diversos caminhos chegaram a seguinte conclusão: a escola está de tal forma condicionada pela sociedade estratificada que, ao invés de democratizar, reproduz as diferenças sociais, perpetuando o “status quo”.
Teorias progressistas – Snyders Contra as pedagogias não-directivas, defende o papel do professor, a quem atribui uma função política. Condena a proposta de desescolarização de Ivan Illich. Ressalta o caráter contraditório da escola, que pode desenvolver a contra-educação.
Teorias antiautoritárias – Carl Rogers Visam antes de tudo colocar o aluno como centro do processo educativo, como sujeito, livrando-o do papel controlador do professor. O professor deve acompanhar o aluno sem dirigi-lo, o que significa dar condições para que ele desenvolva sua experiência e se estruture, por conta própria. O principal representante dessa teoria é Carl Rogers. Segundo ele, a própria relação entre as pessoas é que promove o crescimento de cada uma, ou seja, o acto educativo é essencialmente relacional e não individual.
Escola tecnicista:Proposta consiste em: planeamento e organização racional da actividade pedagógica; operacionalização dos objetivos; parcelamento do trabalho, com especialização das funções; ensino por computador, telensino, procurando tornar a aprendizagem mais objectiva.
Teorias construtivistas:
Piaget – segundo ele, à medida que a influência do meio altera o equilíbrio, a inteligência, que exerce função adaptativa por excelência, restabelece a auto-regulação.
Vygotshy - Ao analisar os fenómenos da linguagem e do pensamento, busca compreendê-los dentro do processo sócio-histórico como “internalização das actividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas”. Portanto, a relação entre o sujeito que conhece e o mundo conhecido não é directa, mas faz-se por mediação dos sistemas simbólicos.
Educação no século XX: o desafio da educação
Nesse contexto, os educadores da escola nova introduzem o pensamento liberal democrático, defendendo a escola pública para todos, a fim de se alcançar uma sociedade igualitária e sem privilégios.
Podemos dizer que Paulo Freire é um dos grandes pedagogos da actualidade, não só no Brasil, mas também no mundo. Ele baseia-se numa teologia libertadora, preocupada com o contraste entre a pobreza e a riqueza que resulta em privilégios. Na sua obra “Pedagogia do Oprimido” faz uma abordagem dialética da realidade, cujos determinantes se encontram nos factores económicos, políticos e sociais. Considera que o conhecer não pode ser um acto de “doação” do educador ao educando, mas um processo que se estabelece no contacto do homem com o mundo vivido. E este não é estáctico, mas dinâmico, em contínua transformação. Na educação autêntica, é superada a relação vertical entre educador e educando e instaurada a relação dialógica. Paulo Freire defende a autogestão pedagógica, o professor é um animador do processo, evitando as formas de autoritarismo que costumam minar a relação pedagógica. Na década de 70 destaca-se a produção teórica dos críticos-reprodutivistas, que desfazem as ilusões da escola como veículo da democratização. Com a difusão dessas teorias, diversos autores empenham-se em denunciar o fracasso escolar. A tarefa da pedagogia histórico-crítica insere-se na tentativa de reverter o quadro de desorganização que torna uma escola exclusiva, com altos índices de analfabetismo, evasão, repetência e, portanto, de selectividade. Para Saviani, tanto as pedagogias tradicionais como a escola nova e a pedagogia tecnicista são, portanto, não-críticas, no sentido de não perceberem o comprometimento político e ideológico que a escola sempre teve com a classe dominante. Já a partir de 70, começam a ser discutidos os determinantes sociais, isto é, a maneira pela qual a estrutura sócio-económica condiciona a educação.
A Educação no Terceiro Milénio: A explosão dos negócios mundiais, acompanhada pelo avanço tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, faz-nos antever profundas modificações no trabalho e, consequentemente, na educação. Na tentativa de incorporar os novos recursos, no entanto, a escola nem sempre tem obtido sucesso porque, muitas vezes, apenas adquire as novas máquinas sem, no entanto, conseguir alterar a tradição das aulas. Perante as transformações vertiginosas da alta tecnologia, que muda constantemente os produtos e a maneira de produzi-los, criando umas profissões e extinguindo outras. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos, e portanto do acesso às informações, mediante uma autoformação controlada.
Es artigo é do blog, http://snpress.wordpress.com/ vale a pena conferir.
Obrigado por sua visita.

História do Varuthini Ekadasi O Dia no Calendário Védico . sabádo – 04 de Abril de 2024. Suddha Ekadasi – Varuthini Ekadasi.

VARUTHINI EKADASHI Yudhishthira Maharaja disse: “Ó Vasudeva, ofereço minhas mais humildes reverências a Ti. Por favor agora descreva o Ekada...