sexta-feira, 25 de julho de 2008

É preciso ouvir a voz do professorado.


É preciso ouvir a voz do professorado.

Sérgio Haddad

A imagem do professorado da escola pública está desgastada. A cobertura da educação na mídia é o espelho desse desgaste. Uma vez ao ano, no Dia do Professor, os meios de comunicação esforçam-se para mostrar profissionais travestidos de heróis – sempre um exemplo individual de uma pessoa boa e comprometida que não exerce uma profissão, mas sim um sacerdócio.

No coletivo, como categoria profissional, o professorado de escola pública só aparece na mídia de forma negativa. Quase sempre a ele é imputada a responsabilidade por todos os males do ensino: ou é mal formado, ou sem interesse, ou falta muito às aulas, ou é incompetente, ou é corporativo – só pensa no salário e na carreira e não nos alunos –, ou, ainda, é um coitado, vítima da violência dos próprios alunos.

Quase sempre a voz que aparece nos meios de comunicação é a voz dos dirigentes ou dos chamados especialistas; nunca do professorado. Entre os “especialistas”, ultimamente, quem mais tem falado são os empresários. Falam do sentido de uma educação para o desenvolvimento e para a economia, criticam o modelo de gestão, falam em produtividade do sistema e em como obter melhores respostas com menores custos. Se pudessem, substituiriam os professores por máquinas, pois estas podem ser domadas.

As soluções apresentadas para a melhoria da qualidade sempre são definidas independentemente dos professores, por cima deles, considerando que eles são pacientes das reformas – e não agentes. Afinal, se são culpados por todos os males, por que então tomá-los em consideração?

O silêncio dos professores e das professoras da escola pública é um reflexo de dois fenômenos complementares: de um lado, a desvalorização do trabalho do docente; por outro, a existência de mecanismos repressivos que impedem o seu livre expressar.

Já de há muito o trabalho docente vem deixando de ser considerado fundamental. Seu lugar social e seu papel foram sendo desprestigiados pelas contínuas reformas educativas que, em seu nome, são implementadas. Inicialmente, pela constante desvalorização do seu salário – o que torna o trabalho docente desprestigiado frente às demais categorias profissionais, além de evasão de quadros e da superexploração daqueles que têm que estar em muitos lugares ao mesmo tempo para poder pagar as suas contas. O excesso de trabalho, além de prejudicar sua saúde, não permite que o professor prepare bem as suas aulas, que se atualize, que mantenha condições de ter um acompanhamento mais próximo dos seus alunos. Dessa forma, o professor é levado a se desumanizar e passa a ser um “dador” de aulas, que entra na sala quase sempre de forma mecânica para cumprir suas muitas jornadas de trabalho. Sua voz tende a ser a da repetição – e não a da criação, da discussão, da produção de conhecimentos.

Mas as reformas também pouco se preocupam com a prática do professor, com sua experiência de trabalho; afinal, dizem os dirigentes, é preciso instrumentalizá-lo para que exerça sua profissão com qualidade. Não é necessário pensar, basta um currículo centralizado, um material didático descritivo nas suas mãos e orientações de como transmitir o conteúdo. As avaliações de massa servem para que os alunos se comparem quanto a seu desempenho no jogo do mercado educacional e assim busquem, por vontade própria, aprender o não aprendido ou mudar de escola ou de professor. E assim vamos seguindo de reforma em reforma, de cima para baixo, tentando fazer da profissão docente uma peça na engrenagem constituída de fora para dentro das salas de aulas.

Então por que os professores não se expressam sobre suas condições de trabalho, sobre as mudanças que julgam necessárias, sobre o ofício de docente? Em conversas com jornalistas sobre a ausência da voz do professorado nas reportagens e matérias sobre políticas educacionais, foi identificado o tolhimento da sua expressão livre, baseado em mecanismos repressivos explícitos ou não.

Uma das formas de tolhimento da voz do professor é o Estatuto dos Funcionários Públicos. Conforme levantamento realizado pelo Observatório da Educação da Ação Educativa em 25 estados do País, em 18 deles professores e outros servidores têm sua liberdade de expressão cerceada. O texto varia entre os estados, mas, de modo geral, “tem o mesmo sentido: proíbe que funcionários públicos emitam publicamente opinião a respeito de atos da administração. Na prática, o estatuto permite que a crítica a uma política pública de educação, por exemplo, seja punida como referência depreciativa”. Dos 18 estados identificados, em 10 os estatutos foram produzidos durante a ditadura militar e até o momento não houve revogação; nos outros 8 estados, as leis já nasceram inconstitucionais, pois foram elaboradas na década de 1990.

Aplicado ou não o estatuto nos dias de hoje, a grande verdade é que ele permanece como uma espada sobre a voz pública do professor, condicionando-o a pedir permissão a seus superiores para poder expressar sua opinião, em particular em relação às políticas de seus governos.

A escola pública tem sido muito criticada, mas não há condições de resgate da sua qualidade sem a participação ativa dos seus professores e professoras. Participação ativa significa uma participação humanizadora, respeitadora da sua condição de profissional, que é ao mesmo tempo transmissor de conhecimentos, mas fundamentalmente produtor de conhecimentos.

Isso significa que respeitar sua dignidade é respeitar sua capacidade de analisar sua prática e construir os instrumentos e conhecimentos necessários a seu aprimoramento como profissional. Só há aprendizagem quando ocorre de dentro para fora, quando o docente se identifica em sua prática cotidiana como profissional e faz dela seu vínculo com seus alunos, com seus colegas, com a comunidade onde a escola está inserida.

O professor é o principal elo entre o aluno, sua vida e o conhecimento. Só ele é capaz de impor qualidade; isso significa que seu papel e sua voz são fundamentais. Reformas educativas que não consideram isso tendem a violentar a profissão docente e estão fadadas ao fracasso. Leis que amordaçam o professorado ou criam ambientes de tolhimento da liberdade de expressão tendem a calar a participação docente com sua experiência e conhecimentos como o principal instrumento para a melhoria da escola pública. A voz do professorado é essencial na construção da educação pública, universal e de qualidade; por isso...

Fala, mestra! Fala, mestre!

Publicado no jornal Brasil de Fato em 18/06/2008

Publicado em 22 de julho de 2008

fonte: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0192.html:

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level 42 something about you.

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Level 42 é uma banda inglesa de música pop formada nos anos 80. Teve seu auge nas decadas de 80 e 90, com canções nas paradas de sucesso de todo o mundo. É reconhecida pela alta qualidade dos músicos, destacando principalmente Mark King, baixista e vocalista do grupo. A banda terminou sua atividade no ano de 1994, mais tarde, em 2001 voltou a ativa, e em 2006 lançou um novo trabalho de estúdio. O Level 42 já vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo.

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Tecnologia e Educação.

Escolas decretam o fim da lousa.

As provas já podem ser feitas em casa, pela internet. Os professores fazem a chamada com computadores de mão. As circulares endereçadas aos pais chegam pelo e-mail. O avanço da revolução digital sobre as salas de aula não poupa nem mesmo a boa e velha combinação do giz com o quadro-negro: as lousas agora são digitais e interativas.

As novas tecnologias não se limitam a casa ou ao trabalho. Também os colégios - obviamente com mais força os particulares -, têm se preocupado em adotar as novidades. Aos poucos, deixam de encarar a revolução digital na educação como um laboratório cheio de computadores destinados a lições de informática aplicada.

"As crianças e os adolescentes de hoje são nativos digitais. Nasceram no mundo do computador, do celular. Ao contrário de nós, que somos imigrantes digitais. Se não nos adaptarmos, o diálogo com eles ficará difícil", afirma o professor Sérgio Américo Boggio, um dos diretores do Colégio Bandeirantes, de São Paulo.

O avanço é tão rápido que essa escola aboliu o quadro-negro de 70% das salas. A chamada lousa digital, vedete dos colégios hi-tech, ocupou seu lugar. Parece um simples projetor ligado a um computador. Mas é só a primeira impressão. Além de escrever, o professor pode usar som e vídeo e acessar a internet. E não precisa se debruçar sobre o computador: tudo é feito diretamente na lousa, com canetas e apagadores especiais.

Assim, numa aula de geografia que tem a Índia como tema, o professor pode recorrer ao mundialmente conhecido Google Earth (site que traz detalhadas fotos de todo o planeta tiradas por satélite), exibir imagens da capital do país, Nova Délhi, e abrir a página do primeiro-ministro indiano. Além disso, a aula toda pode ser gravada e jogada na página do colégio na internet. O aluno que faltou não perde a lição.

Isso, na avaliação dos profissionais da área, é uma vantagem tanto para alunos como para professores. "Acho um privilégio que eles pertençam a uma geração com tantos recursos", diz Solange Perazza, coordenadora do Colégio Pentágono, também em São Paulo. "Antes, as coisas vinham de uma forma abstrata. Nós tínhamos dificuldade para aprender, elaborar internamente determinados assuntos. Hoje se aprende com muito mais facilidade. E nós, professores, precisamos correr para acompanhar."

O site de outro colégio paulistano, o Dante Alighieri, tem um espaço para que se criem blogs (páginas pessoais). Os professores podem apresentar conteúdos extras (como links para reportagens de jornais) e criar fóruns de discussão, uma sala de aula virtual. Os alunos também criam suas páginas. "Resgatamos a colaboração. Fugimos das atividades solitárias, típicas da internet", explica Valdenice Minatel, coordenadora de Tecnologia Educacional.


Nem as provas têm a mesma cara. No Colégio Peretz, em São Paulo, os alunos as resolvem pelo computador. Discursivas? É só imprimir para a correção. Testes? Mais fácil ainda, a máquina corrige na hora, sem gasto de papel nem trabalho para o professor. Para evitar a cola, a internet fica bloqueada durante o exame.

No Pentágono, algumas provas podem ser resolvidas em casa, via internet. "Os estudantes ficaram eufóricos porque poderiam colar", lembra a professora de matemática Yuri Sano. "Depois entenderam que o objetivo não é a nota. Quando resolvem as questões, mesmo consultando o livro, estão aprendendo. Nesse caso, a prova também é um momento de estudo."

Alguns colégios já estão de olho na tecnologia que a faculdade Faenac, de São Caetano do Sul (SP), usa como diário de classe. Cada um dos 220 professores tem um computador de mão (handheld), onde marca o nome dos ausentes e as notas. Médias e faltas são calculadas automaticamente e vão logo para a internet, mais uma vez sem gastar papel, sem passar pelos digitadores da secretaria.

Uma sala equipada com lousa digital não sai por menos de R$ 20 mil. As escolas esclarecem que a parafernália é incorporada aos poucos, para não assustar os pais na hora da cobrança da mensalidade.

Tanta novidade às vezes espanta até os alunos. "Não imaginava que poderia haver tanta coisa numa sala de aula", diz Emília Arapenha, de 18 anos, estudante do Colégio Bandeirantes, referindo-se aos momentos em que a turma recebe controles remotos.


Diante da pergunta do professor, em vez de o sabe-tudo levantar a mão, todos apertam a alternativa que julgam correta. Um aparelho "apura os votos", e o professor fica sabendo se o tema foi bem explicado. "A aula fica dinâmica. Até parece gincana de TV", ri Emília
.

(O Estado de S. Paulo)



E também aliando há esta nova tecnologia. Tem as canetas digitais, os cadernos digitais, os scaner de bolso, vídeo conferencia, webcast, mapas conceituais etc.
Veja abaixo vídeos sobre eetes mecanismos em ação.

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Caneta Digital - Crepen 2 funções

Caneta digital - crepen gadgetsbr, permite você escrever em um papel comum (caderno, agenda ou bloco) e com um recptor anexado grava tudo para descarregar posteriomente no computador, ou trabalha em tempo real fazendo isso com a opção de transformar seu manuscrito em texto editável no word ou bloco de notas.

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Caderno digital na sic


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Lousa Digital Creboard


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  • Compatível com todos os programas de OCR e editores de imagem.
  • Após transferir os documentos para o PC, você poderá facilmente imprimir, passar fax, enviar por e-mail ou exportar para diferentes formatos como por exemplo: BMP, JPG, PCX, DCX & TIFF.


  • Tudas estas ferramentas a disposição da educação.

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    Reportagem on-line. Política educacional.


    Escolas terão lan houses.

    Projeto da Secretaria de Educação de São Paulo criará lan houses nas escolas.



    Outra novidade criada pela secretaria é o programa Acessa Escola. Lançado no dia 8 de maio, ele promete contratar 12.242 monitores de Ensino Médio para atuar nas escolas da rede estadual. Eles receberão uma bolsa de R$ 340 e cumprirão carga horária de quatro horas diárias. "As escolas terão 'lan houses' porque o acesso vai ser possível fora do horário das aulas de informática, já que os monitores vão cumprir três turnos, das 8h às 20h. A idéia é que, com a ajuda dos estagiários os alunos possam estudar via internet e fazer pesquisas", explica Maria Helena Guimarães. Está prevista, também, a ampliação no número de máquinas nas escolas.

    Os professores ainda tem dúvidas sobre como vai funcionar o programa. "A comunidade terá acesso aos computadores na escola? Como serão o treinamento dos monitores? Haverá segurança extra, já que os laboratórios ficarão disponíveis por horas? Os professores passarão por treinamento também? Existe uma proposta pedagógica?", pergunta um professor da E.E. D. Cirene Laerte.

    "Acho a iniciativa positiva para os futuros monitores. São estudantes que poderão realizar um trabalho remunerado dentro da própria escola. Isso valoriza o aluno. Mas quem continua na frente do processo de ensino e aprendizagem, inclusive na salas de informática, é o professor e ele precisa de orientação", pede outra professora do Cirene. Já o diretor, Edílson Marques, acredita que os monitores não resolvem a dificuldade de uso das salas de informática. "Os monitores são um paliativo. O correto seria contratar professores exclusivos para os laboratórios como ocorre na rede municipal. Mas seriam necessários pelos menos 10 mil novos profissionais. A contratação dos monitores é uma medida de economia", acredita o dirigente.

    As questões levantadas pelos educadores foram encaminhadas à assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Educação. "O Acessa Escola é um programa que visa a ampliar a acessibilidade nas escolas e permitir a inclusão digital dos alunos. Não há nenhuma medida extra a esse objetivo dentro da proposta", esclareceu a assessoria. Ainda de acordo com a secretaria, o acesso aos computadores no novo regime de período integral será restrito aos estudantes da escola.

    "O investimento em infra-estrutura é importante, mas sem o pedagógico ele perde sentido. O professor precisa desenvolver uma proposta pedagógica, interligar o uso do computador ao currículo, para que o período no laboratório não se torne apenas diversão. Os educadores têm de correr atrás de cursos, sites, comunidades, para trocar experiências e entrar na era digital. Mas é preciso, também, uma política pública que contemple esse enorme contigente de educadores que, ainda, são excluídos digitais", analisa Mary Grace Martins, professora e consultora do Portal EducaRede e animadora da comunidade virtual Ponto de Encontro.

    fonte: http://revistaescola.abril.com.br/online/reportagem/repsemanal_291112.shtml

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    CAMPANHA (cam.pa.nha). Palavra do Dia .



    Palavra do Dia:


    CAMPANHA (cam.pa.nha)



    Na última semana, um juiz do tribunal eleitoral decidiu, em caráter liminar, pela retirada do alguns materiais de campanha pela internet de vários candidatos às próximas eleições.


    A palavra “campanha” tem origem no latim tardio ‘campania’ e significa um conjunto de ações diversas para se atingir determinado objetivo. Tão diversas, por exemplo, como “campanha eleitoral”, “campanha de vacinação”, “campanha anti-drogas” etc..


    Como derivação desse significado, também designa o desempenho de uma equipe ou indivíduo em determinada competição, como por exemplo, na frase “A campanha do Brasil na última Copa ficou aquém do que se esperava ”.


    --> Definição do dicionário Aulete Digital:


    CAMPANHA (cam.pa.nha)


    Substantivo feminino:

    1 Conjunto de esforços, de ações diversas, continuadas ou coordenadas, para atingir um objetivo (campanha publicitária, campanha eleitoral) [ + a (em) favor de, contra, para, por, pró: campanha em favor de novas escolas; campanha contra o fumo.]

    2 Mil. Conjunto de operações militares que visam certo objetivo, numa mesma área geográfica.

    3 Campo vasto e plano; PLANÍCIE.

    4 RS Região de coxilhas, de vegetação rasteira, em que predomina a pecuária

    5 RS Geog. Região do extremo sul do país formada pela campanha (4)

    6 Bras. O (bom ou mau) desempenho de um indivíduo ou de uma equipe numa disputa ou competição, esp. esportiva; o conjunto de partidas disputadas num torneio



    [Formação: Do latim tardio ‘Campânia’]

    _____

    Aulete Digital: O primeiro dicionário livre, gratuito e interativo do Brasil. A palavra é sua!

    www.auletedigital.com.br

    Gostaria de sugerir uma palavra? Envie um e-mail para palavradodia@auletedigital.com.br
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    A Palavra do Dia é um serviço oferecido gratuitamente aos usuários cadastrados do Aulete Digital.

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    Novas Alternativas De Gestão Escolar Nos Tempos Modernos.



    GESTÃO ESCOLAR

    Novas Alternativas De Gestão Escolar Nos Tempos Modernos: Gestão Escolar E Qualidade De Ensino

    O Diretor na Instituição

    Hierarquicamente, o diretor ocupa uma posição peculiar uma vez que pode legitimar para os pais muitas das medidas da instituição, assim como legitima para as instâncias superiores institucionais as iniciativas e ações do professorado (ou do professorado em ação conjunta com a comunidade). Por outro lado, tal posição também o coloca na função de mediador das relações entre o professorado e os órgãos normativos e fiscalizadores do sistema educacional.

    Do ponto de vista do microssistema, ou seja, da Unidade Escolar, o diretor pode criar, permitir ou tolerar a abertura de novos espaços necessários à transformação do cotidiano escolar.

    A ação do diretor mostra-se fundamental, igualmente, na constituição da rede de relações e ações que constitui o tecido socioinstitucional no qual o aluno se insere. Embora pouco considerada nos estudos de cunho psicológico sobre o desenvolvimento cognitivo do indivíduo na instituição, esta rede tem implicações significativas no processo de construção do conhecimento, conforme revelam os estudos de orientação sociológica e antropológica, notadamente os estudos etnográficos.

    São exatamente estes últimos (etnográficos) que mostram, também, como, de certa forma, o diretor imprime um estilo de funcionamento, ou pelo menos o afeta grandemente, determinando, muitas vezes, os limites e a flexibilidade (possível) das normas que regulam o comportamento das pessoas na instituição.

    Guardadas as especificidades de cada cultura e de cada realidade social, temos, então, a presença na Escola de uma figura com definição funcional semelhante: o diretor está na Escola para dirigir a Unidade.

    Podemos dizer, correndo o risco da imprecisão devido a generalização grosseira, que o papel do diretor foi-se definindo cada vez mais como o de responsável pela burocracia institucional da Unidade Escolar inserida em um complexo mais amplo, que é a Rede Pública de Educação.

    Os resultados pouco animadores do ensino da Escola Pública, todavia, trouxeram de volta a questão pedagógica, sugerindo a necessidade de mudanças profundas para que o objetivo final da instituição (qual seja, o de instruir o corpo discente) se concretize.

    É a partir desta necessidade de compreender a instituição escolar como um local de ensino e aprendizagem, no qual todos os indivíduos que nele adentram possam efetivamente aprender, que apresentaremos aqui alguns aspectos da função da direção.

    O Diretor Deve Ser Um Líder Pedagógico

    Por líder pedagógico entende-se, principalmente, que o diretor deve levar o professor a desenvolver-se profissionalmente. Para tanto, o diretor precisa estar bem informado e motivado a socializar seu conhecimento. Evidentemente, isto implica estar atualizado em relação aos novos programas e metodologias existentes, o que só poderá ser feito em cursos ou treinamentos de curta, média ou longa duração.

    Alguns diretores entrevistados são unânimes em reconhecer que eles próprios também necessitam de respaldo teórico e técnico.

    Segundo eles, enfatiza-se muito a reciclagem de professores, cobra-se a atuação dos diretores neste sentido, mas não há suporte institucional para tanto. A reciclagem de diretores depende muito da iniciativa de cada um.

    Do ponto de vista organizacional e burocrático, o suporte institucional existe e se evidencia por reuniões periódicas com o supervisor. Estas reuniões podem ser individuais ou com um grupo de diretores de um município e nelas geralmente são tratadas questões de gerenciamento, elaboração de calendários e demais atribuições, e também são discutidos problemas técnicos, aquisições etc.

    Burocracia se aprende até sozinho - relata um diretor - mas um líder pedagógico precisa de trabalho (coletivo) e colaboração para ser formado.

    Na realidade, o supervisor se reúne com o diretor antes do início do ano escolar para definir e estabelecer as metas para o referido ano, inclusive as da área pedagógica.

    Todavia, não são previstas atividades que dêem subsídio para a ação nesta área.

    Não podemos dizer que esta seja uma tendência nacional, nem temos dados para tanto. Todavia, este tema tem surgido reiteradamente no discurso educacional, ao nível de órgãos do governo, sindicatos, organização de profissionais de Educação, pais e outras instâncias da sociedade ligadas, de uma forma ou de outra, à Educação.

    No final do ano o supervisor deverá fazer uma análise da atuação do diretor e verifica o cumprimento ou não das metas. A avaliação do diretor é feita diretamente pelo supervisor.

    Quanto a isto, os diretores referem-se à importância das universidades, que poderiam atuar no sentido de fornecer estes subsídios. Elas, todavia, deixam muito a desejar quando se trata de colaborar efetivamente com a Rede Pública de Educação.

    Com algumas exceções, os cursos de treinamento propostos geralmente são organizados a partir do ponto de vista acadêmico e não das necessidades da Escola e da prática em sala de aula outro aspecto levantado, diretamente relacionado a este, é a necessidade eventual de que professores e diretores participem conjuntamente destes cursos de reciclagem, como uma forma possível para que as motivações, assim como os problemas experimentados por cada categoria, sejam conhecidos mutuamente.

    Ainda como líder pedagógico, cabe ao diretor estar atento ao trabalho de cada professor, incentivando qualquer tendência inovadora que eles venham a apresentar. Muito da interação diretor-professor se configura pela fiscalização ou discussão de equívocos ou erros ao nível disciplinar ou pedagógico - relatam alguns diretores. Pouco ocorre em função de discussão crítica de situações inadequadas de ensino, em busca de uma solução coletiva. E menos ainda no que se refere à devida apreciação e mesmo a elogios aos esforços e boas realizações dos professores.

    A formação contínua dos professores é atribuição fundamental do diretor. Isto pode incluir o diretor dar aula, vez por outra, substituindo o professor, que permanece em sala de aula observando para posterior discussão com o diretor.

    Pode e deve incluir professores "assistindo e observando aulas ministradas por colegas, da mesma série ou de séries próximas, como elemento formador e motivador a mudanças". Pode e deve incluir reuniões com professores para estudo e troca de idéias sobre suas práticas, problemas, propostas inovadoras e modificações curriculares, assim como para planejamento de atividades de caráter mais coletivo para várias séries ou para várias classes de uma mesma série. Caberia, finalmente, ao diretor, enquanto líder pedagógico, facilitar aos professores a participação em seminários e cursos, assistir a conferências e debates e realizar outras formas de atividade que contribuam para o aprimoramento profissional.

    A integração com a comunidade é fator de fortalecimento institucional e de promoção da cidadania no entorno escolar. Uma gestão escolar compartilhada no convívio cotidiano é uma forma privilegiada de aprender e socializar saberes, construir valores de uma vida cidadã e de desenvolver atitudes de cooperação, solidária e responsável.

    Como gestor público, o Diretor de Escola deve reunir em seu perfil profissional características que lhe possibilitem observar, pesquisar e refletir sobre o cotidiano escolar de forma a aprimorá-lo conscientemente.

    É primordial o gestor compreender as necessidades políticas e sociais que interferem no cotidiano escolar para promover a integração com a comunidade, construindo relações de cooperação que favoreçam a formação de redes de apoio e a aprendizagem recíproca propondo e planejando ações voltadas para o contexto sócio-econômico e cultural do entorno escolar, incorporando as demandas e os anseios da comunidade local aos propósitos pedagógicos da escola.

    Reconhecer a importância das ações de formação continuada para o aprimoramento dos profissionais que atuam na escola, criando espaços que favoreçam o desenvolvimento dessas ações são medidas que irão valorizar a gestão participativa como forma de fortalecimento institucional e de melhoria dos resultados de aprendizagem dos alunos.

    Cabendo, portanto, ao gestor articular e executar as políticas educacionais, na qualidade de líder e mediador entre essas políticas e a proposta pedagógica da escola, construída no coletivo da comunidade escolar, tomando o cuidado para que as ações de formação continuada se traduzam efetivamente em contribuição ao enriquecimento da prática pedagógica em sala de aula, no acompanhamento e avaliação do desenvolvimento da proposta pedagógica e os indicadores de aprendizagem com vistas à melhoria do desempenho escolar, compreender os princípios e diretrizes da administração pública e incorporá-los à prática gestora no cotidiano da administração escolar.

    Essas características pressupõem que o gestor tenha conhecimento e domínio de competências e habilidades para compreender a natureza, a organização e o funcionamento da educação escolar, suas relações com o contexto histórico-social e com o desenvolvimento humano, bem como a gestão do sistema escolar, seus níveis e modalidades de ensino é necessário também apropriar-se dos fundamentos e das teorias do processo de ensino e de aprendizagem relacionando a esses princípios, teorias e normas legais a situações reais, interpretando e aplicando a legislação de ensino a favor da população escolar.

    Com esses princípios, o gestor terá possibilidades em identificar e avaliar criticamente os impactos de diretrizes e medidas educacionais, objetivando tomada de decisão, com vistas à garantia de uma educação plena a seus alunos.

    Uma boa comunicação também facilita ao gestor a expressar-se com clareza, em diferentes situações, com diferentes interlocutores, utilizando-se das linguagens e tecnologias próprias, socializando informações e conhecimentos na busca do diálogo permanente com a comunidade, sempre em função do envolvimento e da participação efetiva de todos.

    Compreender, valorizar e implementar o trabalho coletivo é essencial. Essa compreensão facilita a prática de valores, atitudes, sentimento de justiça, convívio social, solidário e ético e conseqüentemente conduzirá ao aprimoramento pessoal e à valorização da vida. Sempre reconhecendo e respeitando as diferenças individuais.

    A sala do diretor não deve ser o lugar regulador da disciplina. Ela precisa ser um local aberto em que as pessoas possam entrar livremente para mostrar as coisas boas que foram bem-feitas, e as não tão boas também. Pois nem tudo pode ser perfeito, ainda se tratando de um trabalho coletivo onde muitas pessoas estão envolvidas.

    Por outro lado, a Escola se abre cada vez mais à participação de membros da família, os quais podem vir espontaneamente para a sala de aula ou para discorrer sobre algum tópico de sua escolha (profissão, hobby, país de origem etc.) ou para ler histórias, relatar uma viagem, ou ainda para ensinar alguma habilidade que possuam (desenho, pintura, dobradura etc.). Muitas vezes, os próprios diretores convidam familiares para estas e outras atividades.

    Há uma nítida tendência por parte destes diretores de caminhar no sentido de modificar a representação que se tem da função de direção.

    O diretor tem, realmente, uma tradição de fiscal e executante da ordem disciplinar institucional. Com as sucessivas mudanças na constituição do corpo discente, a configuração do tecido sociocultural na escola se modificou significativamente. Várias culturas e línguas convivem hoje em uma mesma escola em muitas das regiões do país, com formas de comportamento e valores muito distintos.

    Diferem, também, conceitos tais como disciplina, relação com autoridade, ensino, e existem variações até no próprio conceito de escola e educação. A escola modifica-se pressionada, também, por esta diversidade. Da mesma forma, o empenho recente destes diretores em modificar a maneira como se percebem e como são percebidos pelos professores, alunos e comunidade é resultante da combinação de vários fatores.

    A noção da "sala do diretor aberta" implica, na verdade, o reconhecimento de que somente o exercício de funções burocráticas não corresponde mais às necessidades que a comunidade escolar (professores, funcionários e alunos) e extra-escolar (pais, responsáveis e comunidade).

    Significa, também, que para redefinir seu papel o diretor depende das relações que estabelece com ambas as comunidades. Ou seja, a redefinição só pode surgir de um processo interativo de trocas contínuas, que irá modificar, inclusive, as relações de poder e as negociações dentro da Escola.

    O diretor precisa ser visível, ser uma pessoa real e atuante, mesmo que isto o torne mais vulnerável.

    Há um consenso em que decisões impostas de cima para baixo têm, em geral, resultados negativos, quando não catastróficos. Os professores resistem, de várias formas e por diferentes razões, às interferências em seu cotidiano em sala de aula.

    Transformações necessárias, reconhecidas como tal tanto pelo professor como pelo diretor, só podem ocorrer através de um trabalho preliminar de discussão, que deve envolver o maior número possível de profissionais de educação da unidade.

    Os diretores preferem não impor mudanças ou implantação de novos programas (ver, como exemplo, o caso da proposta para alfabetização apresentado mais adiante).

    Mudanças ao nível de sala de aula mostram-se, com o correr do tempo, impraticáveis sem o apoio institucional da direção. Este é um problema que se verifica, também, ao nível da relação com a família.

    Os pais parecem resistir muito às inovações pedagógicas que dão ênfase ao processo e não ao produto da ação educacional. Sem compreenderem o que ocorre, eles exercem pressão e cobrança sobre os professores. Estes, sem o respaldo institucional, geralmente representado pela figura do diretor, são fragilizados em sua atuação.

    É neste sentido que se esboça uma outra tendência na função do diretor: legitimar, perante a família, as reformulações metodológicas e pedagógicas que ocorrem no interior da escola. Procedimentos diversos estão sendo utilizados atualmente, como envio semanal de cartas (tipo jornalzinho) aos pais e reuniões para apresentar as novas propostas e para definir, programar e realizar atividades das mais variadas naturezas.

    Utilizar Recursos Tecnológicos Nas Atividades De Gestão Escolar;

    O gestor democrático deverá promover ações de formação continuada, garantindo espaços de partilha de experiência e reflexão, especialmente no HTPC, que possibilitem seu desenvolvimento pessoal e aprimoramento profissional, bem como do grupo que lidera elaborar de forma participativa os planos de aplicação dos recursos físicos e financeiros, vinculados à proposta pedagógica da escola.

    O gestor é responsável pela administração de pessoal, de recursos materiais e financeiros e do patrimônio escolar.

    Precisa agir com transparência nos procedimentos administrativos, garantindo a legalidade, a publicidade e a autenticidade das ações e dos documentos escolares, é primordial fortalecer o vínculo com a comunidade local, buscando estabelecer, com outras instituições e lideranças comunitárias, parcerias que promovam o enriquecimento do trabalho da escola e da comunidade em que ela se insere.

    Assim sendo a gestão democrática do ensino público é um princípio constitucional fortalecido pela LDB e distingue-se pela prática dos seus gestores associada a uma visão de educação emancipadora, que a função social da escola, as demandas da sociedade do conhecimento e a necessidade de se promover interfaces com a comunidade exigem um gestor capaz de identificar e implementar espaços de aprendizagem compatíveis com uma educação participativa que assegure a construção de uma escola solidária, democrática, competente, capaz de responder satisfatoriamente as demandas e expectativas da comunidade.

    Uso Dos Recursos Tecnológicos.

    Ao utilizar-se dos recursos tecnológicos nas atividades escolares o gestor deverá promover ações de formação continuada, garantindo espaços de partilha de experiência e reflexão, especialmente no HTPC, que possibilitem seu desenvolvimento pessoal e aprimoramento profissional, bem como do grupo que lidera.

    Para isso é necessário elaborar de forma participativa os planos de aplicação dos recursos físicos e financeiros, vinculados à proposta pedagógica e necessidades da escola.

    Ao gestor cabe a responsabilidade da administração de pessoal, de recursos materiais e financeiros e do patrimônio escolar com transparência nos procedimentos administrativos, garantindo a legalidade, a publicidade e a autenticidade das ações e dos documentos escolares.

    A transparência fortalece o vínculo com a comunidade, e através dela, surgirão parcerias com outras instituições e lideranças comunitárias, que facilitarão o enriquecimento do trabalho da escola e da comunidade em que ela se insere.

    A utilização das tecnologias de informação e comunicação na gestão escolar, também deverá ser gerenciada pelo gestor, bem como o processo de avaliação do desempenho escolar como instrumento de acompanhamento do trabalho do professor e dos avanços da aprendizagem do aluno.

    BIBLIOGRAFIA

    CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: abordagens prescritivas e normativas da administração. São Paulo: McGraw-Hill, 1987. HAMPTON,

    David R. Administração contemporânea: teoria, prática e casos. 3ª ed. - São Paulo: McGraw-Hill, 1983.1992 HORA,

    Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação coletiva. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1997.

    LUCK, Heloísa. Gestão educacional: estratégia para a ação global e coletiva no ensino. Texto originalmente publicado no livro Educação: caminhos e perspectivas., Editora Champagnat, Curitiba, Paraná . In Gestão em rede, 1997.

    MARTINS, José do Prado. Administração escolar: uma abordagem crítica do processo administrativo em educação. São Paulo: Atlas, 1991

    MELLO, Guiomar Namo. Cidadania e competitividade: desafios educacionais para o terceiro milênio. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 1996.

    RIBEIRO, Anália K. A reformulação do curso de pedagogia: a experiência do Centro de Educação da UFPE na perspectiva dos professores. Pernambuco: UFPE, 1995 (tese de mestrado)

    ROCHA, Luís Osvaldo Leal da. Organização e Métodos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 1987.

    SANTOS, Normélia Pereira dos. O Afeto como Base de Uma “Aprendizagem

    Verdadeira”. Um estudo de Caso. Tese de Mestrado 2003, UNIFIEO Osasco

    São Paulo.

    ___________________ Direitos da Criança e do Adolescente Conhecimento e

    Prática. Pós Graduação em Psicopedagogia 1999, UNIFIEO Osasco, S.Paulo.


    Fonte : http://www.iecarapicuiba.com.br/


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    Psicopedagogia 1.


    APOSTILA DE DINÂMICA DE GRUPO

    Curso: PSICOPEDAGOGIA

    Disciplina : Dinâmica de Grupo
    Profa. Rosali Oliveira Mendes

    PLANO DE AULA

    OBJETIVO
    Propiciar aos participantes a aquisição de conhecimentos sobre dinâmica grupal, bem como o desenvolvimento de habilidades correlatas, capacitando-os a atuarem como facilitadores de grupo.

    EMENTA

    A dinâmica é a atividade que leva o grupo a uma movimentação, a um trabalho em que se perceba, como cada pessoa se comporta em grupo, como é a comunicação, o nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível de frustação, se aceita bem o fato de não ter sua idéia levada em conta.

    As dinâmicas de grupo costumam fazer parte dos processos de seleção de candidatos e observações das Instituições ou terapeutas. As dinâmicas servem para que se conheçam características do individuo e o seu comportamento em equipe.

    CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

    Funcionamento e desenvolvimento de grupo. A utilização dos Jogos e Dinâmicas. O processo de aprendizagem. Trabalhando o grupo e o processo vivencial. Diversas dinâmicas com diferentes objetivos: Integração, tomada de decisão, comunicação, planejamento, elaboração de metas, aprendizagem, etc...
    - A Dinâmica de Grupo enquanto processo e conjunto metodológico de técnicas.

    Fases do desenvolvimento do grupo

    - Fenômenos de grupos e sua influência na dinâmica das relações;

    - Funcionamento e desenvolvimento do grupo;

    - Limites de confluência da Dinâmica de Grupo;

    - O papel do facilitador;

    - Dinâmica de Grupo – Sensibilização e produção do grupo;

    - A influência do grupo na percepção, atitudes e valores dos indivíduos.

    -

    SUGESTÕES DE TEXTOS SUPLEMENTARES PARA LEITURA

    ü Psicodrama como prática educacional ao desenvolvimento do trabalhador por Lucia Almeida

    ü A Psicoterapia de grupos sob os fundamentos existenciais – Psicóloga Teresinha Peres (J.L.Moreno e o Psicodrama, Carl Rogers e a Terapia Centrada no Cliente)

    ü Dinâmica de Grupo: tudo o que o profissional de RH precisa saber – Suely Gregori Andrade

    ü O Homem e a situação atual, A dinâmica de grupo, O facilitador de grupos e o Papel do líder no grupo

    ü Características do grupo

    ü Como elevar a auto estima para criar melhorias no trabalho

    ü Bloco de dinâmicas iniciando no nº. 02 até o nº. 31.

    ü Dinâmica de integração – www.curriex.com.br

    ü Dinâmica de grupo – Os corpos revelam uma posição social

    APOSTILA DINAMICA DE GRUPO

    O QUE É UM GRUPO ?

    Segundo Pichon-Riviere, é quando um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes se reúnem em torno de uma tarefa especifica, ou seja um grupo com um objetivo mútuo, porem cada participante é diferente, tem sua identidade.

    Segundo Zimmerman, “O individuo desde o nascimento participa de diferentes grupos numa constante dialética entre a busca de sua identidade individual e a necessidade de uma identidade grupal e social” Todo individuo passa a maior parte do tempo de sua vida em grupos – convivendo e interagindo.

    Todo educador ensina à seu grupo, mas só sabe o que vai ensinar quando conhece o seu grupo.

    Para Wallon o individuo é um ser geneticamente social

    Há dois tipos de grupos: primário e secundário.

    A família é um grupo primário.

    Secundários, são os grupos de trabalho, estudo, instituições, etc.

    Segundo Pichon, a estrutura dos grupos se compõem pela dinâmica dos 3D. O depositado, o depositário e o depositante.

    O depositado é algo que o grupo, não pode assumir no seu conjunto e o coloca am alguém, que por suas características permite e aceita.

    Estes que recebem nossos depósitos, são nossos depositários; nós que nos desembaraçamos destes conteúdos, colocando-os fora de nós, somos os depositantes. Este movimento de deposito começa na família, com o projeto inconsciente dos pais.

    Os componentes do grupo são cinco: Líder de mudança, Bode expiatório, Porta-voz, Líder de resistência e Representantes do silencio.

    O Lider de mudança é aquele que se encarrega de levar adiante as tarefas, enfrentando conflitos, buscando soluções, arriscando-se sempre diante do novo.

    Líder de resistência, sempre puxa o grupo para trás, freia avanços;

    Líder de mudança e o líder de resistência não podem existir um sem o outro. Os dois são necessários para o equilíbrio do grupo.

    O bode expiatório é quem assume as culpas do grupo. Serve-se de depositário a esses conteúdos, livrando o grupo do que lhe provoca mal-estar, medo, ansiedade, etc.

    Os silenciosos são aqueles que assumem as dificuldades dos demais para estabelecer comunicação, fazendo com que o resto do grupo se sinta obrigado a falar.

    O porta-voz é quem se responsabiliza em ser a “chaminé” por onde emergem as ansiedades do grupo. Através da sensibilidade apurada do porta-voz, ele consegue expressar, verbalizar, dar forma aos sentimentos, conflitos que muitas vezes estão latentes no discurso do grupo. O porta-voz é como uma antena que capta de longe o que está por vir.

    CARACTERISTICAS DO GRUPO

    1- procura de um objetivo comum, que motiva sua participação na atividade do grupo.

    2- múltiplos intercâmbios entre si (sorrisos entre si, cumplicidade), interação psicológica.

    3- Existência própria (através de objetivo comum e da enter-relação psicológica.

    O grupo => dinamismo, tem seus problemas, suas dificuldades, seus fracassos, seus sucessos e suas alegrias.

    GRUPO => Dinamismo próprio => Afastamento ou chegada ( 1 membro ) => pode modificar profundamente.

    INTEMPESTIVO / PASSIVO / INTEMPESTIVO

    ß

    EQUILIBRIO

    CONFLITOS

    Para se tornar um (1) grupo é necessário que tomem consciência de que buscam um mesmo objetivo comum e que haja entre eles um inter-relação psicológica autentica ( aceitar o trabalho comum, participar das responsabilidades coletivas e conjugar seus esforços na realização deste trabalho.

    GRUPO:

    Uma entidade moral, dotada de finalidade, existência e dinamismo próprios, distinta da soma dos indivíduos que a constituem, mas se estabelecem entre estes diferentes indivíduos.

    MICROGRUPOS => não ultrapassa a 25 membros, se ultrapassar, os canais de comunicação ficam mais difíceis.

    MACROGRUPOS => mais que 25 membros e se divide em sub grupos.

    OBJETIVOS DO GRUPO => dividir em grupos de : trabalho, de formação e mistos.

    Grupo de Trabalho => preocupa-se com um trabalho a realizar, busca do objetivo comum.

    Grupo de formação => preocupa-se com o funcionamento do grupo como tal => laboratório para analisar o próprio processo. O grupo de formação faz emergir à consciência para estuda-los => trabalho de equipe.

    Grupo Misto => intermediário, procura assegurar um entendimento real entre as pessoas do plano social ( grupo 1) e o emocional ( grupo 2), une a eficiência do grupo de trabalho, o realismo psicológico do grupo de formação => sua preocupação principal => solução de seus problemas de trabalho.

    FORMAÇÃO DO GRUPO => Dinamismo do grupo => 2 fatores:

    1. circunstancias nas quais se forma o grupo;

    2. as relações que se estabelecem entre seus membros.

    UM BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA DAS DINÂMICAS DE GRUPO

    Tudo começou no período paleolítico, com as ingênuas brincadeiras das crianças. Izabel conta que nesta fase já existem registros de desenhos nas cavernas, provavelmente retratando as guerras entre as tribos ou lutas com os animais (para subsistência). As crianças, posteriormente, imitavam os pais utilizando as armas na simulação de brincadeiras de guerra. Neste período já há impressões arqueológicas de que eles tinham consciência do jogo, usando uma bexiga de animal como bola, por exemplo. Na Idade Média, surge a idéia da simulação de situações. Os pagens simulavam uma "guerra" com as crianças, fazendo uso de arco-e-flexa e de jogos como "cabo de guerra". Nesta época já há inclusive a idéia de ganho e perda que um jogo pode causar.

    Mais tarde, já na época industrial, em 1933, foi realizada uma pesquisa para verificar se o estresse e as condições estruturais das fábricas influíam no trabalho dos operários. A investigação provou que as condições de trabalho, extremamente precárias, prejudicavam e causavam fadiga nos funcionários. Com algumas melhorias, como uma iluminação adequada, os trabalhadores tiveram uma significativa melhora na performance. "Desde então foi provado que os fatores externos prejudicam na dinâmica dos grupos".

    CONCEPÇÕES DA DINÂMICA GRUPAL

    Há diversas concepções para a Dinâmica Grupal. Observamos que, no geral, cada uma delas reflete uma posição particular do que seja, e para que serve essa especialidade do conhecimento que trata das relações humanas quando em grupos sociais.

    O interesse científico pela Dinâmica Grupal é recente — trata-se de uma ciência do século XX.

    No entanto, já no século XVIII que, por ter sido caracterizado por enormes avanços no conhecimento humano e pelas grandes revoluções políticas da Inglaterra, da França e da Independência Americana, foi chamado de Século das Luzes, viveu Giambattista Vico (1688-1744), um pensador italiano que hoje é reconhecido por sua aura de precursor das ciências humanas.

    Vico, em sua obra: "Princípios de uma ciência nova", estabeleceu a diferença entre Ciências Naturais e Ciências Humanas, e propôs, como base de estudo dessa última, um princípio epistemológico considerado fundamental para o desenvolvimento dos diversos campos do conhecimento humanista — quais sejam, Antropologia, Sociologia, Psicologia e a Dinâmica Grupal, um ramo da psicologia social. Esse princípio está expresso na fórmula latina: verum ipsum factum — isto é, só o feito é verdadeiro; ou, só posso demonstrar logicamente o que é obra minha [13: contracapa].

    Nos termos da Dinâmica Grupal, esse preceito implicou diretamente na contemporânea metodologia científica denominada de pesquisa-ação — nessa, o sujeito pode demonstrar logicamente um fenômeno grupal que também é feito, verdadeiramente, por ele enquanto membro desse grupo em estudo. Ou seja, ele torna-se sujeito-objeto da pesquisa.

    Há também uma notável pertinência epistemológica dessa proposição com a Teoria da Espontaneidade de Moreno. A palavra espontâneo, um termo central na teoria moreniana, etimologicamente deriva do latim sua sponte: ‘de livre vontade’; o que se produz por iniciativa própria do agente, sem ser o efeito de uma causa exterior. Dado que se demonstra a relação dos estados espontâneos com as funções criadoras [4: p. 53], então pode-se presumir que, em verdade, só o que é criado de maneira espontânea, ‘de livre vontade’, pode ser considerado como obra minha; e também disso inferir que só o espontaneamente feito é verdadeiro.

    Basicamente, pode-se classificar todas as concepções de três maneiras: ideológica, tecnológica, fenomenológica.

    Concepção Ideológica. Considera que a Dinâmica Grupal é uma forma especial de ideologia política na qual são ressaltados os aspectos de liderança democrática e da participação de todos na tomada de decisões. Também ressaltam-se as vantagens, tanto para a sociedade como para os indivíduos comuns, das atividades cooperativas em pequenos grupos. Foi cientificamente experimentada por Kurt Lewin. Com as pesquisas sobre o fenômeno da boa liderança, Lewin demonstrou que, quando os seres humanos participavam de atividades em grupos democráticos, não somente sua produtividade era intensificada, como também o seu nível de satisfação era elevado e as suas relações com os outros membros baseavam-se na cooperação e na redução das tensões (...) nessas circunstâncias, o grupo tornava-se suficientemente autônomo para prosseguir sua tarefa mesmo quando o líder se ausentava [2: p. 98].

    Concepção Tecnológica. Conforme essa concepção, a Dinâmica Grupal refere-se a um conjunto de métodos e técnicas usadas em intervenções nos chamados grupos primários, como famílias, equipes de trabalho, salas de aula etc. A rigor, o uso de qualquer uma dessas técnicas objetiva aumentar a capacidade de comunicação e cooperação e, consequentemente, incrementar a espontaneidade e a criatividade dos seres humanos quando em atividade grupal. Todas elas podem, didaticamente, ser enquadradas em duas variantes de intervenção: uma, dos Jogos Dramáticos; outra, do Psicodrama.

    Jogos Dramáticos. Essa variante privilegia o jogo espontâneo, muitas vezes sem regras pré-estabelecidas, para dinamizar a grupalidade humana. Essa variante de concepção da Dinâmica Grupal é universalmente difundida, isso se dá basicamente pelo fato de que a necessidade lúdica do jogo é inerente ao crescimento e desenvolvimento humano, e também porque é especialmente aplicada na área da educação. - Nos países anglo-saxônicos o jogo dramático espontâneo é uma atividade comum nas escolas de primeiro e segundo grau, sendo incluído na disciplina conhecida como Teatro na Educação, pois é reconhecido como um meio efetivo de aprendizagem tanto para o conteúdo das matérias quanto para a própria vida [3: p. XI/XII].

    Psicodrama. Assim como o seu corolário o Sociodrama, o Psicodrama historicamente se originou no Teatro Espontâneo ou Teatro da Improvisação fundado por Moreno em Viena no ano de 1921. Do Teatro Espontâneo que pretendia pôr fim à repetição da conserva dramática do teatro convencional e dos clichês de papéis, permitindo uma contribuição inteiramente criadora e espontânea para que assim pudesse desenvolver novos papéis, nasceu o Psicodrama [4: p. 31].

    Essa variante tecnológica que é centralizada na noção de papéis sociais, e que enfatiza a ação corporal, tem sido utilizada de uma maneira muito especial no campo terapêutico. Para isso, foram desenvolvidas múltiplas técnicas direcionadas especialmente para treinamento de papéis (role playing) caracterizados como saudáveis. Entre as técnicas criadas por Moreno, as mais usadas são: solilóquios, inversão de papéis, duplos, espelhos, realização simbólica, psicodança.

    Concepção Fenomenológica. Aqui estão autores que priorizam suas atividades em torno da idéia de que os fenômenos psicossociais que ocorrem nos pequenos grupos é resultado de um sistema humano articulado como um todo, uma gestalt. Entre esses fenômenos, citam-se: coesão, comunicação, conflitos, formação de lideranças etc. Nessa concepção, também pode-se observar duas formações teóricas: uma, a Psicologia da Gestalt, que é descritiva, pois centra seus postulados na descrição dos fenômenos que ocorrem no aqui-agora do mundo grupal — por exemplo, a configuração espacial adotada regularmente por uma unidade grupal; a outra, a Psicanálise, que é explicativa por que procura explicar a unidade do grupo através da idéia de uma ‘mentalidade grupal’ (instinto social), muitas vezes inconsciente para os membros do próprio grupo.

    Psicologia da Gestalt. Dessa escola da Psicologia, o grande impulsionador da Dinâmica Grupal foi Kurt Lewin. Lewin, em sua Teoria de Campo, desenvolveu um esquema sui-generis para explicar as interações humanas: baseando-se nos princípios da topologiaramo da geometria que trata das relações espaciais sem considerar a mensuração quantitativa, estabeleceu uma teoria dinâmica da personalidade centrada na idéia de campo psicológico [5: p. 83] que mantém interpendência com múltiplas forças sociais; daí, desenvolveu uma metodologia de trabalho: pesquisa-ação (action research), na qual o indivíduo é, ao mesmo tempo, sujeito e objeto da ação em estudo; e criou o primeiro laboratório de Dinâmica Grupal, onde em estudos realizados com grupos primários (face to face groups) introduz conceitos retirados da física do campo magnético para descrever os fenômenos da existencialidade social do ser humano — entre os termos os mais comuns são: coesão, locomoção em direção a objetivos, procura de uniformidade, atração e equilíbrio de forças; e a partir deles concebe a idéia do grupo como um todo dinâmico, uma gestalt que não é só resultado da soma dos seus integrantes, mas é possuidor de propriedades específicas enquanto ‘um todo’ [6: P. 5323].

    Enfim, para Lewin, esse grupo como uma totalidade dinâmica, busca formas de equilíbrio no seio de um campo de forças sociais, sendo isso, por exemplo, o que explica a emergência de lideranças, fenômenos que aparecem como que reunindo um campo social de alto privilégio, e funciona como centro de atração de todos os movimentos coletivos [7: P. 10].

    Psicanálise. A utilização dos postulados da Psicanálise para explicar a Dinâmica Grupal foi inicialmente tentada por Freud em sua obra "Psicologia de grupo e análise do ego". No entanto, o esquema conceitual, referencial e operativo [8: p. 98] no qual ele desenvolvia sua tarefa, estava referido não propriamente ao que atualmente se concebe como grupo humano (microgrupo; grupo primário; face to face groups), mas sim a fenômenos sociológicos como raças, castas, profissões, multidões etc.

    No entanto, Freud ao reconhecer que a psicologia individual é, ao mesmo tempo, também psicologia social [9: p. 13], teve uma intuição primordial: quando as pessoas se organizam em grupos, surgem fenômenos como expressão de um instinto especial que já não é redutível — instinto social: herd instinct, group mind —, que não vêm à luz em nenhuma outra situação [9: p. 14). Completa sua intuição com um raciocínio irrefutável: é possível descobrir os primórdios da evolução desse instinto no círculo familiar [9: p. 14].

    Wilfredo Bion, partindo das proposições formuladas por Melanie Klein em suas pesquisas na clínica psicanalítica com crianças, esclareceu, com o termo mentalidade de grupo, o significado desse instinto social - esse termo designa uma atividade mental coletiva que se produz quando as pessoas se reúnem em grupo (...) a hipótese de sua existência deriva do fato de que o grupo funciona em muitas oportunidades como uma unidade, ainda que seus membros a isto não se proponham nem disto tenham consciência [10: p. 24].

    A mentalidade grupal seria assim uma espécie de continente, ‘um todo’ que englobaria todas as contribuições feitas pelos membros do grupo. Conforme a concepção bioniana, esse fenômeno comporta dois níveis: nível da tarefa; nível dos pressupostos básicos — o primeiro, mais ou menos relacionado com algo consciente, designado; o segundo, menos evidente, mas está rotineiramente presente sob forma dos três processos que podem ser inferidos da dinâmica grupal, ou seja, dependência, acasalamento e luta-fuga. [11: p. 23].

    Enrique Pichon-Rivière, um psicanalista argentino da escola kleiniana, desenvolveu, com sua teoria e técnica do Grupo Operativo, esse esquema de Bion. Pichon-Rivière inicia com uma definição de grupo - conjunto de pessoas ligadas entre si por constantes de tempo e espaço, e articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe, de forma explícita ou implícita, a uma tarefa que constitui sua finalidade [12: p. 53].

    Nessa definição Pichon-Rivière sintetizou as duas condições sine qua non para a existência de todos os grupos humanos: primeira, o termo pessoas articuladas por sua mútua representação interna, pressupõe que essas pessoas tenham algo que as una num nível superior ao que o filósofo francês Jean Paul Sartre definiu como serialidade [12: p. 53]; isto é, quando as pessoas se somam sem efetivamente estabelecerem comunicações que as unam afetivamente como acontece numa fila humana qualquer (em estabelecimento bancário, por exemplo); a segunda condição é a tarefa que constitui sua finalidade.

    Nessa tarefa, de acordo com a construção bioniana, Pichon-Rivière percebeu dois níveis: explícito, implícito. O explícito está representado pelo trabalho produtivo e planificado cuja realização constitui a razão de ser do grupo - por exemplo, produção material, aprendizagem, cura, lazer etc. Sob essa tarefa explícita, subjaz outra, a tarefa implícita, que consiste na totalidade das operações mentais que devem realizar os membros do grupo, conjuntamente, para constituir, manter e desenvolver a sua grupalidade. [12: p. 53/54].

    Os pressupostos básicos de Bion estão assim implicitamente contidos na mentalidade do grupo em tarefa. E aí se colocam como verdadeiros esquemas organizadores do comportamento desse grupo, e que, frequentemente, poderá determinar um funcionamento grupal aberrante - ou excessivamente centrado numa liderança pessoal (na hipótese da dependência); ou excessivamente centrado numa idéia colocada como promessa, esperança para o futuro (na hipótese do acasalamento); ou excessivamente centrado na sua autopreservação, que é mantida como que o grupo reagisse atacando ou fugindo de ameaças internas ou externas (hipótese da luta-fuga).

    A dinâmica de grupo é usada como ferramenta com fins de aprendizagem nos Estados Unidos desde 1950. No Brasil, imagina-se que ela começou a ser utilizada em escolas e empresas na década de 70, mas não há dados que comprovem isso.

    As etapas da dinâmica de grupo

    A dinâmica é a atividade que leva o grupo a uma movimentação, a um trabalho em que se perceba, por exemplo, como cada pessoa se comporta em grupo, como é a comunicação, o nível de iniciativa, a liderança, o processo de pensamento, o nível de frustração, se aceita bem o fato de não ter sua idéia levada em conta.

    Dinâmica de grupo é um instrumento de aproximação de interesses. Para as organizações, não adianta só buscar o melhor profissional do mercado, mas também aquele que se adapta às suas necessidades. Para os profissionais, funciona do mesmo jeito. É preciso haver sintonia.

    Fases da dinâmica

    Apresentação
    Pode ser feita só oralmente, quando cada participante fará uma pequena descrição de sua vida pessoal e profissional. Pode ser também uma apresentação mais dinâmica, na qual os candidatos recebem cartolina, jornais, revistas, tesoura, cola, canetas. O objetivo é fazer com que cada um se defina usando esses recursos. É permitido escrever, desenhar, colocar recortes de revistas, colar ilustrações. Serve para "quebrar o gelo" e fazer com que todos se conheçam.

    Aquecimento
    Essa fase pode ser a primeira ou a segunda. O aquecimento serve para quebrar o gelo ou desacelerar a equipe. Isso quer dizer que o facilitador da dinâmica precisará fazer uma leitura corporal do grupo para saber se há entrosamento. A partir daí define-se o tipo de aquecimento, que pode ser físico, para relaxar e diminuir a empolgação, ou algum tipo de jogo que proporcione oportunidades de integração do grupo. Um exemplo é o jogo da batata quente. Cada pessoa, ao receber a bola, precisa terminar a frase dita pelo condutor da dinâmica. "Eu gosto de ...", "Me tira o sono...", "O que me entristece é...","Às vezes eu me sinto como...".

    Atividade Principal

    Pode ser subdividida em três tipos:

    Execução ou Realização - construção de um produto ou um projeto, como uma campanha de marketing, por exemplo. Nesse caso, propõe-se aos candidatos que criem um produto inovador, apresentando viabilidade de custo, estratégia de marketing, tempo de retorno e público-alvo. Com isso, verifica-se criatividade, jogo de cintura, dinamismo, clareza de idéias, conhecimento do mercado, visão, comportamento em relação ao grupo, sintonia, e o principal, de que forma cada integrante contribui para isso.

    Comunicação - é sempre baseado em debates ou histórias. O grupo é dividido em duas partes, depois é apresentado um tema da atualidade (geralmente polêmico) sobre o qual os participantes discutirão para desenvolver argumentação pertinente. Avalia-se capacidade de argumentação, conhecimento do assunto, poder de negociação, relacionamento interpessoal, facilidade de expor idéias, maturidade e nível cultural.

    Situacional - pode ser feito verbalmente ou através da aplicação de questionários. Diante da apresentação de uma situação relacionada a problemas cotidianos das empresas, cada participante deve apontar possíveis soluções. O grupo pode ser dividido em duas equipes e, então, cada uma apresenta suas soluções. O objetivo é checar capacidade de compreensão, de síntese, liderança, habilidade analítica, aceitação do que foi exposto pelo grupo oponente, poder de negociação, coesão do grupo e maturidade. Outro exemplo: diante de uma situação em que um barco está afundando, lança-se a pergunta: quem você salvaria? O facilitador demonstra o perfil de cada um dos ocupantes do barco e cada um faz sua escolha. Esse tipo de dinâmica vai identificar os valores (econômico, religioso, humano) e se você é uma pessoa mais sonhadora, prática, organizada ou desregrada.

    APLICAÇÕES DA DINÂMICA GRUPAL

    Como está na classificação, a Dinâmica Grupal é uma ciência interdisciplinar. Isso significa que são múltiplas as suas aplicações técnicas, e, por conseguinte, também são múltiplos os campos dos saberes humanos que podem ser beneficiados com seus conhecimentos.

    Entre os saberes beneficiados, citaríamos um enorme rol: saúde, educação, serviço social, administração de empresas, política, esportes, religião etc. No entanto, para efeitos descritivos, escolhemos apenas os quatro primeiros relacionados acima — Saúde, Educação, Administração e Serviço Social, para fazer uma sucinta descrição sobre os seus termos que são particularmente beneficiados com os conhecimentos da Dinâmica Grupal.

    Saúde. Na área da saúde humana é onde se situam os resultados mais promissores das aplicações práticas da Dinâmica Grupal.

    Neste sentido o destaque cabe às já apresentadas psicoterapias grupais. No entanto, além desse campo de aplicação, o qual já foi suficientemente relatado em capítulos anteriores, os trabalhos grupais têm se mostrado de grande utilidade em muitas outras áreas da saúde humana.

    Educação. A pedagogia dos grupos permite uma síntese perfeita entre instrução e socialização do indivíduo. Todas as vertentes da Dinâmica Grupal contribuem para essa perfeição, no entanto, foram os achados de Lewin e de Moreno que mais contribuíram para esse objetivo pedagógico.

    Didaticamente, ao se diferenciar as contribuições entre um e outro desses autores, pode-se dizer que os postulados lewinianos se relacionam mais à apreensão do conhecimento dentro do processo de aprendizagem; e os achados morenianos são diretamente aplicáveis no treinamento do papel do educador no processo de sua formação profissional.

    Apreensão do Conhecimento. As já relatadas experiências de Lewin permitiram o desenvolvimento de uma nova mentalidade pedagógica em que se destacam três princípios: no primeiro, o grupo (classe) não é concebido como ambiente de competição, mas sim como ele mesmo, um fato de cooperação, sendo por isso um objeto de sua própria instrução; o segundo preceitua que o papel do monitor (professor) é motivar o grupo, controlar seu funcionamento e seus resultados, e ajudá-los a definir suas dificuldades; por fim o terceiro implica num método pedagógico ativo. Ou seja, nele os "alunos", através de suas próprias experiências, devem chegar ao conhecimento.

    Observar que a tríade ambiente, educador, educando se articula em momentos considerados ideais por alguns educadores, para o processo ensino-aprendizagem, ou seja, momentos fecundos em que se sente no aluno a tensão por conhecer, em que se percebe a ruptura do equilíbrio em sua visão e compreensão do mundo que o rodeia, e com isso, o surgimento do interesse para recuperar esse equilíbrio. Nesses momentos, depois de surpreender-se ou desconcertar-se, o aluno começa a perguntar, e as questões que formula são autênticas, porque são espontâneas e, por essa mesma razão, provocadoras de novos interesses [36: p. 47].

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    Ø Fernandez, Alicia. Psicopedagogia em Psicodrama: Morando no brincar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

    Ø Friedmann, Adriana. Brincar: crescer e aprender: O resgate do jogo infantil. São Paulo: Ed. Moderna, 1996.

    Ø CREMA, Roberto et al. Liderança em tempo de transformação. Brasília: Letrativa, 2001.

    Ø TELES, Maria Luiza Silveira. Psicodinâmica do desenvolvimento humano, Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

    Ø LEWIN, Kurt. Problemas de Dinâmica de grupo. Cultrix. SP.1999

    Ø MAILHIOT, Gérald B. Dinâmica e Gênese dos grupos. Livraria duas cidades, SP, 1991

    Ø MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de Grupo. Atlas, SP, 1997.

    Ø MATTA, João Eurico. Dinâmica de grupo e desenvolvimento de organizações. SP, 1975.

    Ø LUFT, Moraes. Introdução a dinâmica de grupos. Lisboa, 1970.


    Sites:

    Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupo

    SOBRAP - Sociedade Brasileira de Psicanálise, Dinâmica de Grupo e Psicodrama

    Casa do Psicólogo

    Guia Sobresites de Psicologia

    Lista de discussão sobre dinâmica de grupo

    Técnicas de Grupo - em espanhol.

    Livros:

    • Andrade, Sueli Gregori. (1999). Teoria e Prática de Dinâmica de Grupo: Jogos e Exercícios. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo.
    • Anzieu, D. (1971). La dinamica de los grupos pequeños. Buenos Aires: Kapelusz.
    • Barreto, Maria Fernanda Mazzotti (2003). Dinâmica de Grupo: história, prática e vivências. São Paulo: Editora Átomo.
    • Bertalanffy, L. (1977). Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes.
    • Bion, W.R. (1975). Experiências em grupos. São Paulo: Imago/Edusp.
    • Cartwright, D. & Zander, A. (1967). Dinâmica de grupo. São Paulo: Herder.
    • Caviédes, Miguel. Dinâmica de Grupo para uma Comunidade. São Paulo: Edições Paulinas.
    • Dimitrius, Jo-Ellan e Mark Mazzarella. Decifrar Pessoas. Rio de Janeiro: Campus.
    • Freud, S. (1976). Dinâmica de grupo e análise do ego. Obras completas. Rio de Janeiro: Imago.
    • Lapassade, G. (1977). Grupos, organizações e instituições. São Paulo: Francisco Alves.
    • Lewin, K. (1970). Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix.
    • Liebmann, Marian. (2000). Exercícios de arte para grupos: um manual de temas, jogos e exercícios. São Paulo: Summus Editorial.
    • Luft, J. (1968). Introdução à dinâmica dos grupos. Lisboa: Moraes.
    • Mailhot, G.B. (1985). Dinâmica e gênese dos grupos: atualidades da descobertas de Kurt Lewin. São Paulo: Duas Cidades.
    • Marx, Roberto. (1998). Trabalho em grupos e autonomia como instrumentos de competição. São Paulo: Atlas.
    • Moreno, J.L. (1975). Psicoterapia de grupo e psicodrama. São Paulo: Mestre Jou.
    • Moscovici, F. (1998) Desenvolvimento interpessoal. Rio de Janeiro: José Olympio.
    • Moscovici, F. (1994). Equipes dão certo. Rio de Janeiro: José Olympio.
    • Minimucci, Agostinho. (2002). Dinâmica de Grupo: Teorias e Sistemas. São Paulo: Atlas.
    • Minimucci, Agostinho. (2001). Técnicas do Trabalho de Grupo. São Paulo: Atlas.
    • Pagès, M. (1976). A vida afetiva dos grupos. Petrópolis: Vozes.
    • Pichón-Riviére, E. (1988). O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes.

    Rogers, C. (1970). Grupos de encontro. Lisboa: Moraes.


    Fonte: http://www.iecarapicuiba.com.br/

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    Sobre a Reencarnação Segundo a Tradição Milenar Indiana Dos Vedas de Sua Divina Graça AC Bhaktivedanta Swami Prabhupāda, Fundador-Ācārya da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.

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