sábado, 26 de julho de 2008

Civilizações Antigas 9. Grécia Antiga.

Grécia Antiga.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Série História da Grécia

Civilização Egéia antes de 1600 a.C.
Grécia Micênica c. 1600-1200 a.C.
Idade das Trevas c. 1200-800 a.C.
Grécia Antiga 776-323 a.C.
Período Helenístico 323 a.C.-146 a.C.
Período Greco-Romano 146 a.C.-330 AD
Império Bizantino 330 AD-1453 AD
Período Otomano 1453-1832
Grécia Moderna depois de 1832
Tópicos
Língua Grega Literatura Grega
História militar O grego em termos


Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever, em seu período clássico antigo, o mundo grego e áreas próximas (como Chipre, Anatólia, sul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoral de outros países —; como o Egipto.

Não existe uma data fixa ou sequer acordo quanto ao período em que se iniciou e terminou a Grécia Antiga. O uso comum situa toda história grega anterior ao império romano como pertencente a esse período, mas os historiadores[carece de fontes?] usam o termo Grécia Antiga de modo mais preciso. Alguns escritores[carece de fontes?] incluem o período minóico e o período micênico (entre 1600 e 1100 a.C.) dentro da Grécia Antiga, enquanto que outros[carece de fontes?] argumentam que essas civilizações eram tão diferentes das culturas gregas posteriores que, mesmo falando grego, devem ser classificadas à parte.

Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde os primeiros Jogos Olímpicos em 776 a.C. (alguns historiadores estendem o começo para 1000 a.C.) até à morte de Alexandre, o Grande em 323 a.C. O período seguinte é o do helenismo.

Estas datas são convenções dos historiadores e alguns autores[carece de fontes?] chegam mesmo a considerar a Grécia Antiga como um período presente até o advento do cristianismo, no terceiro século da era cristã. Os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade[carece de fontes?]. Nunca chamaram a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas essas palavras são latinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos.


Geografia

O antigo mundo grego, por volta de 550 a.C..
O antigo mundo grego, por volta de 550 a.C..

A área ocupada pela antiga civilização grega não se identifica completamente com a área da Grécia contemporânea. Além disso, não existiu um estado politicamente unificado entre os Gregos antigos.

Situada na porção sul da Península Balcânica, o território da Grécia continental caracteriza-se pelo seu relevo montanhoso. A cordilheira dominante é a dos Montes Pindo que separa a costa oriental, banhada pelo Mar Egeu da costa ocidental, banhada pelo Mar Adriático.

Na Grécia central, entre o Golfo de Corinto e o Mar da Eubéia, situa-se a Beócia, cuja principal cidade na antiguidade era Tebas. Os Montes Citéron separavam a Beócia da península da Ática, onde se encontram as cadeias do Himeto, do Pentélico e do Parnes.

No Peloponeso distinguiam-se também várias regiões. Ao centro, situa-se a Arcádia, uma planície rodeada por montanhas. A Lacônia situa-se na região sudeste, compreendendo o vale do Rio Eurotas, delimitado a oeste pelo Monte Taígeto e a oriente pelo Monte Párnon. No sudoeste do Peloponeso está a Messénia.

Grécia insular

No Mar Egeu encontram-se várias ilhas, que recebem o nome genérico de Espórades. As Espórades compreendem dois grupos, o das ilhas do norte e as ilhas do sul. As Cíclades, que receberam esta designação por se disporem em círculo em torno da ilha de Delos, são ilhas de pequena dimensão. Do grupo de ilhas do Dodecaneso (Dhodhekánisos, "doze ilhas", apesar de serem cerca de 160), destaca-se a ilha de Rodes.

História

Ver artigo principal: História da Grécia

Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas, com início no terceiro milénio a.C.. Entre os invasores, merecem destaque os pioneiros: os aqueus, os jônicos, os dóricos e os eólios —; todos indo-arianos provenientes da Europa Oriental. As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se, no que concerne à mística, na crença de que descendiam do deus Heleno, filho de Deucalião e Pirra. A última das invasões foi a dos dóricos, já em fins do segundo milénio a.C..

Períodos

  • Pré-Homérico (1900-1100 a.C) — Período antes da formação do homem grego e da chegada cretense e fenícia. Nessa época, estavam se desenvolvendo as civilizações Cretense ou Minóica (ilha de Creta) e a Micênica (continental).
  • Homérico (1100-700 a.C) — Quando acontece a chegada de Homero, que foi considerado marco na história por suas obras, Odisséia e Ilíada. Período que iniciou a ruralização e comunidade gentílica (comunidade na qual um ajuda o outro na produção e colheita). Só plantavam o que iriam consumir (quando a terra não estava fértil saíam em busca de terra).
  • Obscuro (1150-800 a.C.) — Chegada dos aqueus, dóricos, eólios e jônicos; formação dos génos; ausência da escrita.
  • Arcaico (800-500 a.C.) — Formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético, da arte e da literatura além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho do comércio, da indústria e processo de urbanização. É neste período onde os vários modelos das pólis vão se constituindo, definindo assim a estrutura interna de cada cidade-Estado.
  • Clássico (500-338 a.C.) — O período de esplendor da civilização grega, ainda que discutível. As duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, além disso outras cidades muito importantes foram Tebas, Corinto e Siracusa. Neste momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos (Guerras Médicas) e interno (Guerra do Peloponeso).
  • Helenístico (338-146 a.C.) — Crise da pólis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural helenística, a civilização grega se espalha pelo Mediterrâneo e se funde a outras culturas.

Civilização minóica

Ver artigo principal: Civilização minóica
Pintura mural em Cnossos.
Pintura mural em Cnossos.

A civilização minóica foi uma civilização existente nas ilhas do Mar Egeu entre 2200 a.C. e 1400 a.C.. Esta civilização foi descoberta pelo arqueólogo inglês Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha de Creta.

A civilização minóica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha vindas da Ásia Menor[carece de fontes?]. Os Minóicos tiveram como principal actividade económica o comércio e criaram uma civilização que tinha em grandes palácios os seus centros administrativos. Em torno dos palácios existiam casas, não sendo os palácios amuralhados. Os palácios apresentavam sistemas de iluminação e esgotos e estavam decorados com belas pinturas[carece de fontes?].

Os Minóicos já conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma cerâmica decorada com motivos marítimos e geométricos.

Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os Minóicos prosperaram até 1400 a.C. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os Micénicos.

Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher Minóica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.

Civilização micénica

Ver artigo principal: Civilização micênica
Máscara funerária da civilização micénica (Máscara de Agamemnon).
Máscara funerária da civilização micénica (Máscara de Agamemnon).

Os Minóicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos Micénicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome "micénico" foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os Micénicos se chamariam a si próprios Aqueus. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1200 a.C.

Os Micénicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos Minóicos o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com frescos[carece de fontes?].

Para além de praticarem o comércio, os Micénicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1400 a.C. os Micénicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minóica.

Por volta de 1250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do reino hitita no Próximo Oriente[carece de fontes?], que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas[carece de fontes?]. É provável que a destruição da cidade de Tróia, facto que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na Ilíada, escrita séculos depois.

Idade das Trevas

Ver artigo principal: Idade das Trevas

Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre 1100 a.C e 750 a.C. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C. Os objectos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.

Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exactas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.

Período Arcaico

Ver artigo principal: Período Arcaico

O Período Arcaico tem como balizas temporais tradicionais a data de 776 a.C., ano da realização dos primeiros Jogos Olímpicos, e 480 a.C., data da Batalha de Salamina. A Grécia era ainda dividida em pequenas províncias com autonomia, em razão das condições topográficas da região: cada planície, vale ou ilha é isolada de outra por cadeias de montanhas ou pelo oceano.

A origem das cidades gregas remonta à própria organização dos invasores, especialmente dos aqueus, que se agrupavam nos chamados ghené (ghenos, no singular). Os ghené eram essencialmente comunidades tribais que cultuavam seus deuses na acrópole (local elevado). A vida econômica dessas grandes famílias era, a princípio, baseada em laços de parentesco e cooperação social. A terra, a colheita e o rebanho pertenciam à comunidade. Havia uma liderança política na figura do pater, um membro mais velho e respeitado. Diversos ghené agrupavam-se em fratarias, e diversas fratarias em tribos.

Com a recuperação econômica após o interlúdio dórico, a população grega cresceu além da capacidade de produção das terras cultiváveis[carece de fontes?]. Diante desse desequilíbrio, e procurando garantir melhores condições de vida, alguns grupos teriam se destacado, passando a manejar armas e a ter domínio sobre as melhores terras e rebanhos. Esses grupos acumularam riqueza, poder e propriedade como resultado da divisão desigual das terras do ghené, considerando-se os melhores — aristoi, em grego. Assim, foram diferenciando-se da maioria da população e dissolvendo a vida comunitária do ghené. Essas transformações sociais estavam na origem da formação da pólis, a cidade grega. A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, firmando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África e nas costas do Mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C fundaram aí novas cidades, as colônias, as quais chamavam de apoíkias—; palavra que pode ser traduzida por nova casa.

São muitas as causas apontadas pelos historiadores para explicar essa expansão colonizadora grega. Grande parte dessas causas relaciona-se a questões sociais originadas por problemas de posse de terra e dificuldades na agricultura[carece de fontes?].

As melhores terras eram dominadas por famílias ricas (os aristoi, também conhecidos por eupátridas - bem nascidos). A maioria dos camponeses (georgoi) cultivava solos pobres cuja produção de alimentos era insuficiente para atender às necessidades de uma população em crescimento. Uma terceira classe, que não possuía terras, dedicar-se-íam, mais tarde, ao comécio; eram chamados de thetas, marginais. Para fugir à miséria, muitos gregos migravam em busca de terras para plantar e de melhores condições de vida, fundando novas cidades. Assim, no primeiro momento, a principal atividade econômica das colônias gregas foi a agricultura. Posteriormente, muitas colônias transformaram-se em centros comerciais, dispondo de portos estratégicos para as rotas de navegação.

A Hélade começa a dominar lingüística e culturalmente uma área maior do que o limite geográfico da Grécia. As colônias não eram controladas politicamente pelas cidades que as fundavam, apesar de manterem vínculos religiosos e comerciais com aquelas. Predominava entre os gregos sempre a organização de comunidades independentes, e a cidade (cada uma desenvolveu seu próprio sistema de governo, leis, calendário e moeda) tornou-se a unidade básica do governo grego.

Consequências da colonização

Socialmente, a colonização do Mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos.

Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas. O padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das residências encontradas por arqueólogos aumentou 5 vezes)[carece de fontes?]. A expectativa de vida aumentou em vários anos (assim como a altura média, o que indica um melhor padrão de vida)[carece de fontes?]. A população aumentou de 600.000 no século VIII a.C. para em torno de 9 milhões, no século IV a.C.[carece de fontes?]. E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo[carece de fontes?] e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial. Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes.

Período Clássico

Guerras Medo-Persas

História (ocidente)
Pré-História
Idade Antiga Antiguidade clássica
Antiguidade tardia
Idade Média Alta Idade Média
Baixa Idade Média
Idade Média Plena
Idade Média Tardia
século XV
Idade Moderna
século XVI
século XVII
século XVIII
Idade Contemporânea
século XIX
século XX
século XXI

O Período Clássico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).

Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Persa Aqueménida quando Ciro II conquista o reino dos Medos. O Império Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os Jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos Jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).

Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre Atenienses e Persas ocorre em Maratona, saldando-se na vitória dos Atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.

Dario prepara a desforra, mas falece em 485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em 480 a.C. Perante a invasão, os Gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os Persas na Batalha das Termópilas, mas tal não impede a invasão da Ática. O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Platéias. A frota persa foge para o Mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida em Mícale.

[editar] Guerra do Peloponeso

Mapa do Império ateniense por volta de 450 a.C.
Mapa do Império ateniense por volta de 450 a.C.

Com o fim das Guerras Médicas, e em resultado da sua participação decisiva no conflito, Atenas torna-se uma cidade poderosa, que passa a intervir nos assuntos do mundo grego. Esparta e Atenas distanciam-se e entram em rivalidade, encabeçando cada um delas uma aliança política e militar: no caso de Esparta era a Liga do Peloponeso e no caso de Atenas a Liga de Delos. Esta última foi fundada em 477 a.C. e era composta essencialmente por estados marítimos que encontravam-se próximos do Mar Egeu, que temiam uma nova investida persa. O centro administrativo da liga era a ilha de Delos.

Para poder atingir o seus objectivos a Liga precisava possuir uma frota. Os seus membros poderiam contribuir para a formação desta com navios ou dinheiro, tendo muitos estados optado pela última opção. Com o tempo Atenas afirma-se como o estado mais forte da Liga, facto simbolizado com a transferência do tesouro de Delos para Atenas em 454 a.C.. Os Atenienses passam a considerar qualquer secessão da Liga como um acto de traição e punem os estados que tentam fazê-lo. Esparta aproveita este clima para realizar a sua propaganda.

As relações entre as duas póleis atingem o grau de saturação em 431 a.C., ano em que se inicia a guerra. As causas para esta guerra, cuja principal fonte para o seu conhecimento é o historiador Tucídides, são essencialmente três. Antes do conflito Atenas prestara ajuda a Córcira, ilha do Mar Jónio fundada por Corinto (aliada de Esparta), mas que era completamente independente. Atenas também decretara sanções económicas contra Mégara, justificadas com base em uma alegada transgressão de solo sagrado entre Mégara e Atenas. Para além disso, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia, sua antiga aliada que se revoltara e pedira ajuda a Corinto[carece de fontes?].

Esparta lança um ultimato a Atenas: deve levantar as sanções a Mégara e suspender o bloqueio a Potideia. Péricles consegue convencer a Assembleia a rejeitar o ultimato e a guerra começa. Os Atenienses adoptam a estratégia proposta por Péricles, que advogava que a população dos campos se concentrasse no interior das muralhas de Atenas; os alimentos e os recursos chegariam através do porto do Pireu. Contudo, a estratégia teve um resultado imprevisível: a concentração da população, aliada a condições de baixa higiene provocou a peste que atingiu ricos e pobres e o próprio Péricles. A guerra continuou até 422 a.C. ano em que Atenas é derrotada em Anfípolis. Na batalha morrem o general espartano Brásidas e o ateniense Cléon, ficando o ateniense Nícias em condições de estabelecer a paz (Paz de Nícias, 421 a.C.). Apesar do suposto cessar das hostilidades, entre 421 e 414 as duas póleis continuam a combater, não directamente entre si, mas através do seus aliados, como demonstra a ajuda secreta dada a Argos por Atenas. Em 415 a.C. Alcibíades convenceu a Assembleia de Atenas a lançar um ataque contra Siracusa, uma aliada de Esparta, em expedição que se revelou um fracasso. Com a ajuda monetária dos Persas, Esparta construiu uma frota, que foi decisiva para vencer a guerra. Na Primavera de 404 a.C. Atenas rende-se.

Esse foi um tempo em que o mundo grego prosperou, com o fortalecimento das cidades-Estado e a produção de obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental.

Mas foi também o período em que o mundo grego viu-se envolvido em longas e prolongadas guerras.

Ascensão da Macedónia

O reino da Macedónia, situado a norte da Grécia, emerge em meados do século IV a.C. como nova potência. Os macedónios que não falavam o grego e não adoptaram o modelo político dos gregos, eram vistos por estes como bárbaros. Apesar disso, muitos nobres macedónios aderiram à cultura grega, tendo a Macedónia sido responsável pela difusão da cultura grega em novos territórios.

Durante o reinado de Filipe II da Macedónia o exército macedónio adopta técnicas militares superiores, que aliadas à diplomacia e à corrupção, vão permitir-lhe a dominar as cidades da Grécia[carece de fontes?]. Nestas formam-se partidos favoráveis a Filipe, mas igualmente partidos que se opõem aos Macedónios. Em 338 a.C. Filipe e o seu filho, Alexandre, o Grande, derrotam uma coligação grega em Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio. Filipe organiza então a Grécia em uma confederação, a Assembleia de Corinto, procurando unir os gregos com um objectivo comum: conquistar o Império Persa como forma de vingar pela invasão de 480 a.C[carece de fontes?]. Contudo, Filipe viria a ser assassinado por um nobre macedónio em Julho de 336 a.C., tendo sido sucedido pelo seu filho Alexandre.

Alexandre concretizou o objectivo do pai, através da vitória nas batalhas de Granico, Isso e Gaugamela, marchando até à Índia. No regresso, Alexandre era senhor de um vasto império que ia da Ásia Menor ao Afeganistão, passando pelo Egipto. Alexandre faleceu de forma prematura (possivelmente de malária[carece de fontes?]) na Babilónia em 323 a.C.

Período Helenístico

Ver artigo principal: Helenismo

Após a morte de Alexandre, os seus generais lutaram entre si pela posse do império. As cidades gregas aproveitam a situação para se livrarem do domínio macedónio, mas foram subjugadas por Antípatro na Guerra Lamíaca (323-322).

Nenhum dos generais de Alexandre conseguiu reunir o império sob o seu poder. Em vez disso, nasceram vários reinos que seguiriam percursos diferentes: Antígono fundou um reino que compreendia a Macedónia, a Grécia e partes da Ásia Menor; Seleuco, estabeleceu um vasto reino que ia da Babilónia ao Afeganistão e Ptolemeu torna-se rei do Egipto.

Sociedade e organização política

São inúmeras as diferenças entre a Grécia moderna e a Grécia Antiga. O mundo grego antigo estendia-se por uma área muito maior do que o território grego atual. Além disso, há outra diferença básica. Hoje, a Grécia constitui um país, cujo nome oficial é República Helênica. Já a Grécia Antiga nunca foi um estado unificado com governo único. Era um conjunto de cidades-estado independentes entre si, com características próprias embora a maioria das cidades-estado tivessem seus sistemas econômicos parecidos, excluindo-se de Esparta.

A cidade-estado grega

Desde o século VIII a.C., formaram-se pela Grécia Antiga diversas cidades independentes. Em razão disso, cada uma delas desenvolveu seu próprio sistema de governo, suas leis, seu calendário, sua moeda. Essas cidades eram chamadas de pólis, palavra grega que costuma ser traduzida por cidade-estado.

De modo geral, a pólis reunia um agrupamento humano que habitava um território cuja extensão geralmente variava entre 1.000 e 10.000 km²[carece de fontes?]. Compreendia uma área urbana e outra rural. Atenas, por exemplo, tinha 2.500 km², Siracusa tinha 5.500 km² e Esparta se estendia por 7.500 km²[carece de fontes?]. A área urbana freqüentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do grego akrós, alta e pólis, cidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro. Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de oliveiras, videiras, trigo, cevada e criação de rebanhos de cabras, ovelhas, porcos e cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. Atenas por exemplo, importava 80%[carece de fontes?] de seus alimentos, incluindo 100%[carece de fontes?] de seus cereais e exportava azeite, chumbo, prata, bronze, cerâmica e vinho. No mundo grego encontramos diversas pólis, como, por exemplo, Messênia, Tebas, Mégara e Erétria.

A maioria das cidades-estado gregas era pequena, com populações de aproximadamente 20 mil habitantes[carece de fontes?] ou menos na sua área urbana. Mas as principais cidades eram bem maiores, no século IV a.C., essas cidades eram Atenas, com estimados 170 mil habitantes[carece de fontes?] em sua área urbana, Siracusa, com aproximadamente 150 mil habitantes[carece de fontes?], e Corinto, com mais de 100 mil habitantes[carece de fontes?]. Esparta tinha apenas 40 mil habitantes[carece de fontes?] em sua área urbana, sendo uma cidade-estado pouco urbanizada em relação às outras.

Atenas era a maior e mais rica cidade da Grécia Antiga durante os séculos V e IV a.C. Existem relatos da época que reportam um volume comercial externo (soma das importações e exportações das cidades do império ateniense) da ordem de 180 milhões de dracmas[carece de fontes?] áticos, valor duas vezes superior ao orçamento do Império Persa na mesma época[carece de fontes?].

Esparta

Ver artigo principal: Esparta

Cultura da Grécia Antiga

Ver artigo principal: Cultura da Grécia Antiga

Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).

Educação em Atenas

Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.

Ver também: Paidéia

Jogos Olímpicos

Reconstrução de Olímpia na Antiguidade.
Reconstrução de Olímpia na Antiguidade.

Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido como Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.

Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

Os atletas que participavam das competições eram respeitados pelos gregos em geral. O prêmio para os vencedores era apenas uma coroa feita com ramos de oliveira colhidos num bosque consagrado a Zeus. Mas a sua glória era imensa. As cidades recepcionavam os vitoriosos com festas e homenagens[carece de fontes?]. Poetas, como Píndaro, faziam poemas em sua homenagem, e o governo erguia-lhes estátuas.

Os Jogos Olímpicos da Idade Antiga foram celebrados até 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio, que era cristão, mandou fechar o templo de Zeus em Olímpia, para combater cultos não-cristãos. Quinze séculos depois o educador francês Pierre de Fredy, o barão de Coubertin (1836-1937), empreendeu esforços para restaurar os Jogos Olímpicos. Sua "causa" obteve simpatia e adesão internacionais. Em 1896, foram realizados em Atenas os primeiros Jogos Olímpicos da época contemporânea. As atuais Olimpíadas, também realizadas de quatro em quatro anos, reunindo atletas de diversos países do mundo, procuram preservar o ideal de unir os povos por meio do esporte.

Arte da Grécia Antiga

Ver artigo principal: Arte da Grécia Antiga
Estátua de Zeus.
Estátua de Zeus.

Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunas dóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.

Legado da Grécia Antiga

Ver artigo principal: Legado Grego

A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente durante a renascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.

Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses, e todos conservadores[carece de fontes?]. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.

Ver também

Ligações externas

Commons
O Wikimedia Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Grécia Antiga

Bibliografia

  • DURAND, Matthieu de - História Abreviada da Grécia Antiga. Lisboa: Editorial Notícias. ISBN 9724606031
  • MARTIN, Thomas R. - Breve História da Grécia Clássica. Lisboa: Editorial Presença, 1998. ISBN 9722323326

Par um melhor fixamento deste tema.
Veja abaixo um vídeo documentário do The History Channel dublado em português. Que está dividido em 5 partes de 10 minutos cada. Para acessá-los basta clicar no menu, em forma de seta desta tela virtual. Além destes 5 vídeos tem mais 10 vídeos relacionados, ao tema.
Bom sábado.

De:
thanateros
Construindo um Império - Grécia Antiga [ 5 Partes].


A civilização ocidental foi influenciada por muitas culturas, mas seu nascimento teve lugar na antiga Grécia. Além de filósofos como Aristóteles e Sócrates, os deuses olímpicos, o início da democracia e conquistadores como Alexandre Magno, a Grécia trouxe como contribuição para a humanidade idéias geniais, que enriqueceram a arte da arquitetura e da construção. A Grécia pertence aos DEUSES!
E no próximo Civilizações Antigas 10 postaremos, artigos, imagens, mapas, fotos, vídeos sobre a Roma Antiga. Até lá.

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Psicopedagogia 2.

EDUCAÇÃO PSICOMOTORA

DISSOCIAÇÃO

RITMO

SINCINESIA

DISSOCIAÇÃO

Entende-se por dissociação a capacidade de individualizar os segmentos corporais que tomam parte na execução de um gesto intencional. A dissociação reveste-se de uma formulação melódico-quinestésica que põe em causa aspectos do auto comando motor e aspectos de adaptação a situações que exijam continuidade rítmica de execução. Dissociar é sinônimo de diferenciar, e no campo da psicomotricidade está em relação com o grau de dificuldade do controle mental do gesto.

Nesta observação, interessa verificar a possibilidade de independência dos vários segmentos corporais, quando estruturados em função de um fim. A independência segmentar que nos é mais significativa é a que se estabelece entre o trem superior (diferenciação dos braços em relação ao tronco) e o trem inferior (diferenciação das pernas em relação ao tronco).

O tronco está organizado pelo seu sistema cruzado, em forma de torção com os membros. Situa-se na continuidade dos movimentos dos membros, unindo as mãos e os pés. Sendo assim procura-se perceber a dissociação segmentar como uma estrutura resultante da coordenação.

Numa primeira análise verifica a independência dos dois membros superiores entre si. Posteriormente analisa-se a diferenciação dos dois membros inferiores entre si, tomando em consideração, tanto num caso como no outro, a execução de movimentos de percussão (membros superiores) e de batimento (membros inferiores), em função de um ritmo de metrônomo. Nesta observação temos, como preocupação essencial, verificar a libertação da globalização do gesto, que normalmente se encontra presa em crianças.

Em 3 e 4 caso, procura-se inter-relacionar a execução de movimentos unilaterais. Solicita-se ao paciente, (geralmente crianças), para realizar um batimento de pé e de mão do mesmo lado, em seguida do lado contrário.

Em seguida as observações que se seguem visam a dissociação da mão direita e esquerda, do pé direito e esquerdo. Exemplo: do primeiro sinal bater com a mão esquerda, depois com a mão direita, ao segundo; em seguida um batimento do pé esquerdo, e por último no quarto sinal um batimento do pé direito. A prova deve ser continuada e permitir a observação de aspectos relativos ao controle e coordenação do gesto.

Deve-se tomar nota da qualidade do gesto (crispado, sacado, armonioso, etc.) da disponibilidade e da elegância psicomotora. Pode-se observar as variações de execução, as blocagens, as hesitações, as inibições, e através delas tomar consciência das relações automática e voluntária.

Há ainda na dissociação, outra prova que visa relacionar aspectos da agilidade, da coordenação e da dissociação.

Trata-se de solicitar ao paciente a realização de uma prova mais dinâmica, que pode dar origem a reação de desorganização e descoordenação, visto exigir uma maior perfeição motora:

1 - Afastar e juntar as pernas (agilidade)

2 - O mesmo movimento, com batimento de palmas no momento da junção das pernas (coordenação)

3 - O mesmo movimento com batimento de palmas no momento do afastamento das pernas (dissociação)

4 - Os mesmos saltos, com batimento de palmas no primeiro e segundo tempos.

No que se refere ao caráter de dissociação, há os movimentos coordenados dissociados, em que ambas as mãos executam movimentos distintos. Por exemplo: enquanto se corta uma folha de papel com uma tesoura segura pela mão dominante, a folha de papel é segura pela outra mão. este exemplo refere-se ao tipo simples de dissociação. Mas pode-se executar movimentos mais complexos de dissociação, isto é, enquanto uma das mãos realiza uma tarefa, a outra realiza outra diferente, por exemplo: bater com uma mão na mesa e com a outra alisá-la.

Dentro deste grupo de movimentos há outros movimentos distintos que são os movimentos gestuais que acompanham geralmente as conversações e ajudam a expressão facial e corporal; são gestos naturais necessários para a harmonia da conduta motora e se caracterizam por sua amplitude variável. São os movimentos em que participam tanto o braço, como antebraço e a mão.

Nestes movimentos gestuais há dois tipos de dissociação: a manual e a dos membros superiores e inferiores.

1.Dissociação manual - trata-se sobretudo da apreciação da dissociação manual:

Bater sobre a mesa com as duas mãos, depois só com a esquerda;

De novo as duas mãos, depois só a direita;

Bater as duas mãos juntas em pronação, depois uma em pronação e outra em supinação.

Estuda-se a seguir a "pianotage": os dedos batem rapidamente sobre a mesa: mãos juntas e separadas.

Aprecia-se a oposição do polegar a cada um dos dedos (nos dois sentidos); os movimentos de afastamento dos dedos, de dobramento.

2. Dissociação dos membros superiores e inferiores -

A) É procurada entre os cinco a oito anos, fazendo bater o pé e bater as mãos; depois, pedindo-se uma batida de mãos e duas de pé. A prova é inicialmente ajudada pela ordem verbal, depois deve-se desenrolar sem apoio.

B) Além dos oito anos, faz-se o sujeito saltar no lugar ajuntando e afastando os pés; retoma-se a prova fazendo as mãos baterem no primeiro tempo, no segundo, nos dois, etc.

RITMO E RITMICA

Criança Normal

Ritmo e alegria do movimento

A palavra grega rhytmós significa movimentos ondulares. Indica uma alternância regular de força, velocidade e duração que pode ser motora, visual ou auditiva.

O ritmo do movimento é uma alternância entre a contração e o relaxamento e pode ser forte ou fraco, rápido ou lento, acelerando ou diminuindo a velocidade, súbito ou hesitante de durações diferentes.

O ritmo do movimento é algo vivo; constitui uma expressão natural do estado de ânimo e da natureza de cada indivíduo.

O ritmo dos movimentos não deve ser confundido com batimentos, não deve ser contado, mas deve ser experimentado e percebido. Esta percepção do ritmo do movimento, juntamente com a circulação acelerada causada por ele, evoca a alegria do movimento que é o principal objetivo da ginástica.

Movimento rítmico

Mesmo quando bebê a criança experimenta movimentos rítmicos - ela mama em um certo ritmo. Mais tarde ela engatinha, anda e corre ritmicamente, assim como, como escreve seus movimentos são rítmicos. Todos estes movimentos variam mais ou menos de indivíduo para indivíduo, sob a influência de fatores como: percepção e reação, comprimento comparativo dos membros, temperamento e estado de ânimo momentâneo.

A inteligência assim como as condições e características mentais e físicas, determinam o ritmo de movimento da criança o qual pode mudar por influência psicológica.

A cooperação de diferentes sentidos:

O ritmo pode ser percebido através de vários sentidos:

Audição: O ritmo auditivo é observado na música, na fala, nas ondas batendo na praia etc.

Sentido cinestésico: O ritmo cinestésico é encontrado em movimentos, tais como, respirar, andar, correr e dançar.

Tato: O ritmo pode ser sentido através do tato, o qual é utilizado para ensinar o surdo, por exemplo, no qual o ritmo da música de piano é conduzido através do chão até a criança ( o sentido cinestésico também é envolvido aqui).

Visão: Visualmente o ritmo é experimentado através dos movimentos das pessoas e dos animais, das árvores curvando-se ao vento, das ondas encurvando-se na superfície do mar. O ritmo também pode ser observado no arranjo e na relação das cores, linhas e formas de paisagens, na pintura, na escultura e na arquitetura.

Senso de tempo: O comprimento das notas e a duração dos intervalos podem ser observados.

Rítmica

A palavra rítmica ou harmonia significa a ciência do ritmo, e também pode abranger o estudo do ritmo do movimento.

Entretanto, a palavra rítmica, tal como utilizada na linguagem ordinária, significa as muitas maneiras diferentes de produzir ritmos e movimentos rítmicos, tais como: copiar simples padrões rítmicos, o que realmente significa copiar formas métricas ( metro: medida de verso ou de música ) de elementos acentuados ou não pela percussão sobre instrumentos, ou batendo palmas com os pés.

Como treinamento para audição e concentração, esta espécie de rítmica pode ser uma excelente preparação para o aprendizado dos rítmos da linguagem, assim como para realização de outras espécies de movimentos com música.

O professor, por exemplo, pode produzir padrões rítmicos simples que as crianças tentam acompanhar enquanto se movimentam ao redor da sala, ou o professor pode tocar um disco e deixar as crianças acompanharem a música enquanto se movem mais ou menos à vontade.

Finalmente podemos falar de movimentos rítmico harmonioso em sua totalidade, no qual por exemplo, o piano bem tocado pelo professor proporciona o impulso e o estímulo e assim inspira e motiva a resposta-movimento natural da criança à música. O ensino individual é na prática, mas as dificuldades do ensino em grupo podem ser evitados até certo ponto quando cada grupo consiste de elementos tão similares quanto possível em termos de compreensão do ritmo e tamanho

Quando as crianças sentem facilmente o compasso e o ritmo da música, elas se movem natural e ritmicamente de acordo com a música. Entretanto, muitas vezes isto não acontece, de tal forma que é aconselhável que o professor organize os grupos.

Teatro e a mímica

Vários tipos de teatro e mímica, com ou sem acompanhamento musical têm sido utilizados ultimamente e podem ser divertidos e benéficos para as crianças.

A ginástica com jazz também pode ser usada como uma forma divertida de educação física.

A criança especial:

A maior parte dos ritmos pode ser usada com crianças retardadas - possivelmente sob uma forma modificada - mas o professor deve recordar que está:

Proporcionar prazer à criança,

Treinar a criança na realização de movimentos mais livres e naturais, de tal forma que ela possa experimentar a alegria do movimento,

Promover a capacidade de concentração (exercícios de atenção),

Preparar a criança para as lições de canto e dança e estimular o treinamento da fala.

O professor precisa compreender bem o desenvolvimento neurológico da criança normal a fim de encontrar a criança retardada naquele nível de desenvolvimento que ela atingiu e, além disso, ele deve ser capaz de avaliar se os movimentos das crianças são normais para sua fase de desenvolvimento.

Apoiar a criança em seu desenvolvimento motor envolve ajudá-la a abandonar os padrões primitivos ou anormais de movimento.

A rítmica não é um substituto do treinamento sensoriomotor da ginástica educacional, mas o professor habilidoso pode usar o ritmo como uma variedade agradável.

OS COMPORTAMENTOS RÍTMICOS

As grandes necessidades biológicas do recém-nascido: a fome, a sede, também obedecem a uma organização rítmica, sincronizada pela alternância vigília-sono. Os núcleos supraquiasmáticos do hipotálamo teriam, segundo alguns autores, um papel essencial na instalação destes comportamentos rítmicos. Um estudo recente de Sue Binkey põe em evidência o papel de uma enzima epifisária que interviria na memorização do tempo e representaria um dos relógios biológicos em relação aos ritmos circadianos.

INFLUÊNCIA DOS FATORES EXTRÍNSECOS

NOS COMPORTAMENTOS RÍTMICOS

Desde o nascimento, o organismo, com seus rítmicos espontâneos, é confrontado a uma realidade temporalmente estruturada, seja por razões puramente físicas como alternância dos dias e das noites, seja pela influência das normas sócio-culturais. Colocado frente a uma realidade temporalmente estruturada, o organismo deve poder adaptar-se e encontrar seu próprio equilíbrio. Chama-se este processo de sintonização.

1-A sintonização. Esta sintonização participa primeiro no campo do comportamento global, na organização dos grandes rítmicos vitais: alimentação, sono, a fim de permitir que o ritmo circadiano se instalar progressivamente. A este respeito, a atitude familiar é muito importante.

2-A influência do meio nos ritmos espontâneos. Pode-se emitir a hipótese de que a inter-relação entre o organismo materno e o organismo da criança tem um papel fundamental na instalação de automatismos cadenciados mais primitivos, tais como ritmias, balanceamento cadenciados de cabeça ou de tronco. Esta ritmias são a tradução de uma oscilação tônica, ou pulsação, fazendo alternar tensão-relaxação sob a dependência da atividade espontânea da formação reticular.

A relação entre o balanceio e a estimulação do aparelho labiríntico cria um mecanismo de auto-alimentação que reveste um caráter fundamentalmente hedônico e primitivo que se observa em deficientes mentais e nas crianças que se desligam do meio. Este corte com o meio manifesta-se em certas psicoses ou em certos casos de autismo.

RITMO E AFETIVIDADE

A forma como é vivida a relação com a outra pessoa joga um papel muito importante no movimento ou, ao contrário, pode bloquear a espontaneidade do movimento, do que depende seu caráter harmoniosamente rítmico.

A maneira como a mãe intervém a este respeito, determinando: horário das mamadas, horário de jogos, de sono tem uma influência nos ritmos preferenciais espontâneos e no tempo da criança. Se a mãe é muito rígida e não tem conta os próprios ritmos da criança, pode acarretar uma desorganização que repercutir no equilíbrio tônico-emocional da criança. Ao contrário, a mãe deixa a criança liberada a seus próprios ritmos, sem permitir uma certa modulação e um certo controle, a criança terá muitas dificuldades de obedecer às exigências do ambiente. Esta desadaptação poderá ser também fonte de perturbação que transformará seus próprios ritmos.

Outras perturbações da organização rítmica dos movimentos observam-se quando a criança permanece muito tempo em uma relação simbiótica com a mãe. Nesse caso, resulta uma ausência de desenvolvimento da função de ajustamento e a incapacidade para a criança adquirir uma consciência nítida de seu corpo a partir da experiência vivida, como assim dificuldades de adquirir novas praxias, sobretudo aquelas que implicam uma certa independência em relação com a mãe.

Mais tarde, no transcurso do período de investigação e aquisição das praxias fundamentais, a importância da atitude educativa do meio é essencial para manter e aprimorar uma boa ordem temporal do movimento e da espontaneidade. O meio deve favorecer as experiências práxicas em um clima bom de segurança e de bem-estar. Em outros termos, o meio que priveligia a dimensão intelectual em detrimento da experiência vivida do corpo terá uma influência importante, a favor da atividade cortical no processo córtex-subcórtex.

SINCINESIAS

O estudo do movimento voluntário revela que, quando nos expressamos corporalmente através de uma ou outra ação, nem sempre os movimentos executados obedecem a um controle cortical, acionado pelo sistema piramidal.

Movimentos e/ou expressões involuntárias, muitas vezes, estão presentes em determinados ações, sem que o executante perceba estes movimentos parasitas desencadeados e manifestados pelo corpo no momento em que realiza determinados atos voluntários.

CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES

As SINCINESIAS são consideradas como um dos elementos da debilidade motora, juntamente com as paratonias e as inabilidades , e que podem ser encontradas em indivíduos psiquicamente normais e até intelectualmente superiores.

Da mesma forma. certos débeis em alto grau e certos idiotas podem apresentar desenvolvimento notável da força e da agilidade motora, constituindo um exemplo inverso de que o cérebro motor, por vezes, é poupado, enquanto o cérebro psíquico é detido em sua evolução.

Há de destacar-se que, nem sempre, as sincinesias representam debilidade motora, até porque a imaturidade do feixe piramidal determina comportamento motores involuntários que as caracterizam.

Entende-se, principalmente que as sincinesias podem ser definidas como movimentos e/ou expressões involuntárias manifestadas pela criança no momento em que realiza determinado movimento voluntário.

Para contribuir com o estudo das sincinesias Airton Negrine propõe a seguinte classificação:

1-Sincinesias Faciais:

De expressão

De movimento

2 - Sincinesias Segmentares:

Hipertônica

Similar

SINCINESIAS FACIAIS: São movimentos ou expressões faciais involuntárias manifestadas pelo indivíduo quando ele realiza algum movimento ou expressão voluntária com qualquer parte do corpo (geralmente as mãos).

As sincinesias faciais podem ser manifestadas de duas formas distintas:

Sincinesias Faciais de Expressões:

São aquelas manifestadas com expressões faciais (caretas), caracterizadas como: abrir a boca, elevar as sobrancelhas, etc., enquanto algum segmento corporal realiza algum movimento voluntário.

Sincinesias Faciais de Movimento:

São manifestações dinâmicas realizadas com parte ou partes da face, caracterizado como: morder a língua, elevar e baixar sucessivamente as sobrancelhas, etc., enquanto o indivíduo realiza movimentos voluntários com determinado segmento corporal.

SINCINESIAS SEGMENTARES: São caracterizadas como a falta de controle segmentar nos braços, mãos e dedos, isto é, manifestam-se em atitudes involuntárias no segmento contrário àquele que realiza o movimento voluntário.

Nesse caso também classifica-se em dois tipos distintos:

Sincinesia Segmentar Hipertônica

Refere-se ao estado de tensão da musculatura que se desencadeia no segmento contrário àquele que realiza o movimento voluntário.

Nesse caso a Sincinesia ocorrida se dá de forma estática, isto é, sem movimento no segmento contrário, muito próximo ao estado paratônico, que se refere a uma dificuldade de relaxamento segmentar.

Sincinesia Segmentar Similar

Refere-se a movimentos desencadeados de forma involuntária do segmento contrário àquele que realiza um determinado movimento voluntário.

Nesse caso, a Sincinesia aparente é evidenciada de uma forma dinâmica, onde a característica principal é o movimento.

No momento em que se propõe uma classificação das sincinesias, deve-se destacar que podem se r encontrados outros tipos de sincinesias e que vão depender da posição em que se encontra a pessoa em que está sendo observada.

Por exemplo: se colocarmos uma criança sentada em uma cadeira e lhe solicitarmos que abra e feche a mão sucessivamente, poderemos observar sincinesias faciais e segmentares na mão contrária, ou ainda, sincinesias segmentares nos membros inferiores.

Quando avaliamos, portanto, as sincinesias em uma criança, colocando-a em posição em pé, estamos consequentemente, neutralizando as possíveis sincinesias dos segmentos inferiores . O mesmo caso poderá acontecer se colocarmos uma criança sentada no solo, apoiando suas mãos no chão, e lhe solicitarmos que, com um pé faça extensão e flexão ou a circundação para fora e para dentro.

Neste caso, as sincinesias manifestadas poderão ser facias ou segmentares no pé contrário, porque as possíveis sincinesias dos segmentos superiores estarão neutralizadas pelo apoio das mãos no solo.

www.motriz.cjb.net

reprodução não autorizada.

Bibliografia:

HOLLE, Britta. Desenvolvimento psicomotor na criança normal e retardada. editora Manole, São Paulo, 1976. ( págs. 180-183)

CHAZAUD, Jacques. Introdução à psicomotricidade. editora Manole, São Paulo, 1976.

LE BOULCH, Dr. Jean. Psicomotricidade. Secretaria da Educação Física Desportos - M.E.C, Uberlândia, 1983.

PICQ, L. & VAYER, P. Educação psicomotora e retardo mental. editora Manole, São Paulo, 1988.

NEGRINE, Airton da Silva. A coordenação psicomotora e suas implicações. editora Pallotti, Porto Alegre, 1987 .

FONSECA, Vítor da. Psicomotricidade. Martins Fontes Editora, São Paulo, 1983.

LE BOULCH, Dr. Jean. Desenvolvimento psicomotor do nascimento até os seis anos. Artes Médicas, Porto Alegre, 1982.

http://www.psicomotricidade.cfu.com.br/psicomotricidade.htm

A Importância da Psicomotricidade no Desenvolvimento de Crianças de 0 a 8 Anos.

Objetivando ressaltar o desenvolvimento psicomotor em crianças de 0 a 8 anos de idade evidenciando os distúrbios psicomotores e as dificuldades na aprendizagem. A presente pesquisa fez-se na forma bibliográfica, enfocando através de uma vasta literatura específica, o tema em questão. Concluiu-se que a maioria das crianças que passam por dificuldades de escolaridade, a causa do problema não está no nível da classe a que chegaram, mas bem antes, no nível das bases. Dessa forma observa-se que é preciso oferecer suporte para que o professor encaminhe de forma agradável e produtiva o processo do ensino-aprendizagem, sem os sofrimentos habituais que ocorrem na realidade das práticas pedagógicas atuais, haja vista que a Psicomotricidade pesa consideravelmente sobre o rendimento escolar. O professor que analisa os “erros” de seus alunos geralmente descobrirá a causa nas lacunas precipitadas e nas perturbações psicomotoras. Assim poderá sanar estes erros promovendo diversas atividades tais como a de despir-se, as de ginástica, nas de matemática, de canto, em habilidades manuais. Pois os elementos básicos ou “pré-requisitos”, condições mínimas necessárias para uma boa aprendizagem, constituem a estruturação da educação psicomotora.

A psicomotricidade surge como um meio de combater a inadaptação psicomotora pois apresenta uma finalidade reorganizadora nos processos de aprendizagem de gestos motores.

A psicomotricidade surge como um alicerce sensório-perceptivo-motor indispensável na contribuição do processo de educação e reeducação psicomotoras, pois atua diretamente na organização das sensações, das percepções e nas cognições, visando a sua utilização em respostas adaptativas previamente planificadas e programadas.

É feita uma análise qualitativa da integridade psicomotora e das disfunções psicomotoras apresentadas pelos goleiros, o que caracteriza o nível de aprendizagem do goleiro, decifrando ou traduzindo o modo como trabalha o cérebro e os mecanismos que constituem a base dos processos mentais da psicomotricidade e funcionando como instrumento original de observação psicoeducacuional.

A psicomotricidade aplicada ao treinamento de goleiros desenvolve uma metodologia de abordar psiconeurologicamente os fatores e subfatores psicomotores e contribui para a compreensão dos problemas de aprendizagem e desenvolvimento do goleiro. Abre-se uma perspectiva para a realidade do treinamento de goleiros.

A aplicação da psicomotricidade ao treinamento de goleiros dar-se-á durante as fases de preparação de base, específica, de competição e de transição e com a inclusão de exercícios psicomotores, antes restritos aos consultórios de fisioterapia, psicologia e terapia ocupacional, aos exercícios técnico-desportivos dos goleiros ( fundamentos ), aproveitando-se de toda estrutura desenvolvida e oportunizada pelos aspectos, fatores e subfatores psicomotores e, ainda, utilizando-se de uma adaptação da bateria psicomotora de Luria para as cotações e avaliações ( Fonseca, 1995 ).

http://www.psicomotricidade.cfu.com.br/Importancia_da_psicomot.htm

Descoberta de um Universo: A Evolução do Desenho Infantil

Thereza Bordoni

"Antes eu desenhava como Rafael,

mas precisei de toda uma existência

para aprender a desenhar como as crianças".

(Picasso)

Os primeiros estudos sobre a produção gráfica das crianças datam do final do século passado e estão fundados nas concepções psicológicas e estéticas de então. É a psicologia genética, inspirada pelo evolucionismo e pelo princípio do paralelismo da filogênese com a ontogênese que impõe o estudo científico do desenvolvimento mental da criança (Rioux, 1951).

As concepções de arte que permearam os primeiros estudos estavam calcadas em uma produção estética idealista e naturalista de representação da realidade. Sendo a habilidade técnica, portanto, uma fator prioritário. Foram poucos os pesquisadores que se ocuparam dos aspectos estéticos dos desenhos infantis.

Luquet (1927 - França) fala dos 'erros' e 'imperfeições' do desenho da criança que atribui a 'inabilidade' e 'falta de atenção', além de afirmar que existe uma tendência natural e voluntária da criança para o realismo.

Sully vê o desenho da criança como uma 'arte embrionária' onde não se deve entrever nenhum senso verdadeiramente artístico, porém, ele reconhece que a produção da criança contém um lado original e sugestivo. Sully afirma ainda que as crianças são mais simbolistas do que realistas em seus desenhos (Rioux, 1951).

São os psicólogos portanto, que no final do século XIX descobrem a originalidade dos desenhos infantis e publicam as primeiras 'notas' e 'observações' sobre o assunto. De certa forma eles transpõem para o domínio do grafismo a descoberta fundamental de Jean Jacques Rousseau sobre a maneira própria de ver e de pensar da criança.

As concepções relativas a infância modificaram-se progressivamente. A descoberta de leis próprias da psique infantil, a demonstração da originalidade de seu desenvolvimento, levaram a admitir a especificidade desse universo.

A maneira de encarar o desenho infantil evolui paralelamente.

Modo de expressão próprio da criança, o desenho constitui uma língua que possui vocabulário e sua sintaxe. Percebe-se que a criança faz uma relação próxima do desenho e a percepção pelo adulto. Ao prazer do gesto associa-se o prazer da inscrição, a satisfação de deixar a sua marca. Os primeiros rabiscos são quase sempre efetuados sobre livros e folhas aparentemente estimados pelo adulto, possessão simbólica do universo adulto tão estimado pela criança pequena.

Ao final do seu primeiro ano de vida, a criança já é capaz de manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos, fase conhecida como dos rabiscos ou garatujas ( termo utilizado por Viktor Lowenfeld para nomear os rabiscos produzidos pela criança).

O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito à passagem dos rabiscos iniciais da garatuja para construções cada vez mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros símbolos Essa passagem é possível graças às interações da criança com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas. Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. No decorrer do tempo, as garatujas, que refletiam sobretudo o prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir, transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação, e podem estar se referindo a objetos naturais, objetos imaginários ou mesmo a outros desenhos. Na evolução da garatuja para o desenho de formas mais estruturadas, a criança desenvolve a intenção de elaborar imagens no fazer artístico. Começando com símbolos muito simples, ela passa a articulá-los no espaço bidimensional do papel, na areia, na parede ou em qualquer outra superfície. Passa também a constatar a regularidade nos desenhos presentes no meio ambiente e nos trabalhos aos quais ela tem acesso, incorporando esse conhecimento em suas próprias produções. No início, a criança trabalha sobre a hipótese de que o desenho serve para imprimir tudo o que ela sabe sobre o mundo. No decorrer da simbolização, a criança incorpora progressivamente regularidades ou códigos de representação das imagens do entorno, passando a considerar a hipótese de que o desenho serve para imprimir o que se vê.

É assim que, por meio do desenho, a criança cria e recria individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, que podem então ser apropriadas pelas leituras simbólicas de outras crianças e adultos.

O desenho está também intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita. Parte atraente do universo adulto, dotada de prestigio por ser "secreta", a escrita exerce uma verdadeira fascinação sobre a criança, e isso bem antes de ela própria poder traçar verdadeiros signos. Muito cedo ela tenta imitar a escrita dos adultos. Porém, mais tarde, quando ingressa na escola verifica-se uma diminuição da produção gráfica, já que a escrita ( considerada mais importante) passa a ser concorrente do desenho.

O desenho como possibilidade de brincar, o desenho como possibilidade de falar de registrar, marca o desenvolvimento da infância, porém em cada estágio, o desenho assume um caráter próprio. Estes estágios definem maneiras de desenhar que são bastante similares em todas as crianças, apesar das diferenças individuais de temperamento e sensibilidade. Esta maneira de desenhar própria de cada idade varia, inclusive, muito pouco de cultura para cultura.

Luquet Distingue Quatro Estágios:

1. Realismo fortuito: começa por volta dos 2 anos e põe fim ao período chamado rabisco. A criança que começou por traçar signos sem desejo de representação descobre por acaso uma analogia com um objeto e passa a nomear seu desenho.

2. Realismo fracassado: Geralmente entre 3 e 4 anos tendo descoberto a identidade forma-objeto, a criança procura reproduzir esta forma.

3. Realismo intelectual: estendendo-se dos 4 aos 10-12 anos, caracteriza-se pelo fato que a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe. Nesta fase ela mistura diversos pontos de vista ( perspectivas ).

4. Realismo visual: É geralmente por volta dos 12 anos, marcado pela descoberta da perspectiva e a submissa às suas leis, daí um empobrecimento, um enxugamento progressivo do grafismo que tende a se juntar as produções adultas.

Marthe Berson distingue três estágios do rabisco:

1. Estagio vegetativo motor: por volta dos 18 meses, o traçado e mais ou menos arredondado, conexo ou alongado e o lápis não sai da folha formando turbilhões.

2. Estagio representativo: entre dois e 3 anos, caracteriza-se pelo aparecimento de formas isoladas, a criança passa do traço continuo para o traço descontinuo, pode haver comentário verbal do desenho.

3. Estagio comunicativo: começa entre 3 e 4 anos, se traduz por uma vontade de escrever e de comunicar-se com outros. Traçado em forma de dentes de serra, que procura reproduzir a escrita dos adultos.

Em Uma Análise Piagetiana, Temos:

1. Garatuja: Faz parte da fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da fase pré-operacional (2 a 7 anos). A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção consciente. Pode ser dividida em:

Desordenada: movimentos amplos e desordenados. Com relação a expressão, vemos a imitação "eu imito, porém não represento". Ainda é um exercício.

Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, pois aqui existe a exploração do traçado; interesse pelas formas (Diagrama).

Aqui a expressão é o jogo simbólico: "eu represento sozinho". O símbolo já existe. Identificada: mudança de movimentos; formas irreconhecíveis com significado; atribui nomes, conta histórias. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, aparecem sóis, radiais e mandalas. A expressão também é o jogo simbólico.

2. Pré- Esquematismo: Dentro da fase pré-operatória, aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não relaciona entre si. Então aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido à vínculos emocionais. A figura humana, torna-se uma procura de um conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos. Quanto a utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como: "nós representamos juntos".

3. Esquematismo: Faz parte da fase das operações concretas (7 a 10 anos).Esquemas representativos, afirmação de si mediante repetição flexível do esquema; experiências novas são expressas pelo desvio do esquema. Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional. Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo dramático e a regra.

4. Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta fase. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a acentuação será de enfoque emocional. Tanto no Esquematismo como no Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras existiram.

5. Pseudo Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas (10 anos em diante)É o fim da arte como atividade expontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade. Aparece aqui dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); háptico ( expressão subjetividade) No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo). Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou acentuação da expressão, também fazem parte deste período. Uma maior conscientização no uso da cor, podendo ser objetiva ou subjetiva. A expressão aparece como: "eu represento e você vê" Aqui estão presentes o exercício, símbolo e a regra.

E ainda alguns psicólogos e pedagogos, em uma linguagem mais coloquial, utilizam as seguintes referencias:

De 1 a 3 anos

É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controle motor, a criança ignora os limites do papel e mexa todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão. As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página. No final dessa fase, é possível que surjam os primeiros indícios de figuras humanas, como cabeças com olhos.

De 3 a 4 anos

Já conquistou a forma e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo. Ela também respeita melhor os limites do papel. Mas o grande salto é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível, com pernas, braços, pescoço e tronco.

De 4 a 5 anos

É uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais, varia no uso das cores, buscando um certo realismo. Suas figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha. Aparece ainda a tendência à antropomorfização, ou seja, a emprestar características humanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e boca. Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos.

De 5 a 6 anos

os desenhos sempre se baseiam em roteiros com começo, meio e fim. As figuras humanas aparecem vestidas e a criança dá grande atenção a detalhes como as cores. Os temas variam e o fato de não terem nada a ver com a vida dela são um indício de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo.

De 7 a 8 anos

O realismo é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já dão uma impressão de profundidade e distância. Extremamente exigentes, muitas deixam de desenhar, se acham que seus trabalhos não ficam bonitos.

Como podemos perceber o linha de evolução é similar mudando com maior ênfase o enfoque em alguns aspectos. O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente, sem intervenção direta, explorando diversos materiais, suportes e situações.

Para tentarmos entender melhor o universo infantil muitas vezes buscamos interpretar os seus desenhos, devemos porem lembrar que a interpretação de um desenho isolada do contexto em que foi elaborado não faz sentido.

É aconselhável, ao professor, que ofereça às crianças o contato com diferentes tipos de desenhos e obras de artes, que elas façam a leitura de suas produções e escutem a de outros e também que sugira a criança desenhar a partir de observações diversas (cenas, objetos, pessoas) para que possamos ajudá-la a nutrisse de informações e enriquecer o seu grafismo. Assim elas poderão reformular suas idéias e construir novos conhecimentos.

Enfim, o desenho infantil é um universo cheio de mundos a serem explorados.

LUQUET, G.H. Arte Infantil. Lisboa: Companhia Editora do Minho, 1969.

MALVERN, S.B. "Inventing 'child art': Franz Cizek and modernism" In: British Journal of Aesthetics, 1995, 35(3), p.262-272.

MEREDIEU, F. O desenho Infantil. São Paulo: Cultrix, 1974.

NAVILLE, Pierre. "Elements d'une bibliographie critique". In: Enfance, 1950, n.3-4, p. 310. Parsons, Michael J. Compreender a Arte. Lisboa: Ed. Presença, 1992.

PIAGET, J. A formação dos símbolos na Infância. PUF, 1948

RABELLO, Sylvio. Psicologia do Desenho Infantil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935.

READ, HEBERT. Educação Através da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1971.

RIOUX, George. Dessin et Structure Mentale. Paris: Presses Universitaires de France, 1951.

ROUMA, George. El Lenguage Gráfico del Niño. Buenos Aires: El Ateneo, 1947.

REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Ministério da Educação e do Desporto, secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.

Objetivo da Educação Motora

Quando se trabalha educação física com crianças na educação infantil, é de fundamental importância o conhecimento e aplicação da psicomotricidade, pois quando falamos em movimento, falamos principalmente da psicomotricidade, o qual é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana, trabalhando diretamente no desenvolvimento do movimento infantil e sua aprendizagem.

A Educação Motora, tem como objetivo ampliar as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais, desenvolvendo assim, também o movimento humano, pois ele é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo assim como levar as crianças a expressarem sentimentos, emoções e pensamentos.

A Educação Motora na instituição deve ser levada a sério, sendo aplicada com diferenciação por faixa etária e respeitando as diferenças individuais e grau de maturidade das crianças, conduzida de forma lúdica (recreativa), levando-as a fazer uso de diferentes gestos, posturas e expressões corporais com intencionalidade, ou seja, objetivando desenvolver áreas em específicos como: coordenação motora dos grandes e pequenos músculos, equilíbrio, velocidade, agilidade, ritmo, assim como também correr, saltar, pular, rastejar, arremessar, entre outros; utilizando materiais e métodos como: circuito com atividades recreativas, bambolê, cordas, atividades de roda, pneu, bolas de diferentes tamanhos e espessuras, entre outros, fazendo com que a criança se sinta segura, para arriscar e vencer desafios, proporcionando conhecimento a cerca de si mesma, dos outros e do meio em que vive.

Conhecer o por que da criança agir desta ou daquela forma, porque umas realizam determinados movimentos com destreza e outras não, conhecer maneiras e métodos de criar e diversificar atividades que desenvolva cada criança de acordo com suas necessidades e maturidade. Isso é o mínimo que um profissional de Educação Física que trabalhe com criança deve saber.

Décio Gualberto

Projeto de Lei N.º 2419, de 2000

Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Psicomotricista e autoriza a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Psicomotricidade.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º - Esta lei regulamenta a profissão de Psicomotricista e autoriza a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Psicomotricidade.

Art. 2º - Poderão exercer a profissão de Psicomotricista os profissionais registrados nos Conselhos Regionais de Psicomotricidade:

I - portadores de diploma de curso superior de Psicomotricidade;

II - portadores de diploma de curso de pós-graduação nas áreas de saúde e educação com especialização em Psicomotricidade até 24 (vinte e quatro) meses após a promulgação desta lei;

III - que, até a data do início da vigência desta lei, tenham comprovadamente exercido atividade de Psicomotricidade, nos termos a serem estabelecidos pelo Conselho Federal de Psicomotricidade;

IV - portadores de diploma em Psicomotricidade expedido por instituição de ensino superior estrangeira, revalidado na forma da legislação em vigor.

Art. 3º - Compete ao Psicomotricista: I - atuar nas áreas de educação, reeducação e terapia psicomotora, utilizando recursos para a prevenção, desenvolvimento e reabilitação;

II - exercer a função de direção, coordenação e supervisão do curso de Psicomotricidade;

III - ministrar disciplinas específicas dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicomotricidade;

IV - atuar em treinamento institucional e nas atividades de ensino e pesquisa;

V - participar de planejamento, elaboração, programação, implementação, direção, coordenação, análise, organização avaliação de atividades clínicas e parecer psicomotor em clínicas de reabilitação ou nos serviços de assistência escolar;

VI - prestar auditoria, consultoria e assessoria no campo da Psicomotricidade;

VII - Gerenciar projetos de desenvolvimento de produtos e serviços relacionados à Psicomotricidade;

VIII - elaborar informes e pareceres técnico-científicos, estudos, trabalhos e pesquisas mercadológicas ou experimentais relativos à Psicomotricidade.

Art. 4º - Fica autorizada a criação do Conselho Federal de Psicomotricidade e dos Conselhos Regionais de Psicomotricidade, dotados de personalidade jurídica de direito privado.

Parágrafo Único - Os Conselhos a que se refere o caput deste artigo terão como objetivos precípuos orientar e fiscalizar, em caráter privado, o exercício das atividades de Psicomotricidade, valendo-se, para isso, das normas regulamentadoras previstas no art. 5º desta lei.

Art. 5º - A organização, a estrutura e o funcionamento dos Conselhos Federal e Regionais de Psicomotricidade serão disciplinados em seus respectivos regimentos, mediante decisão do plenário do Conselho Federal, em cuja composição estejam representados todos os Conselhos Regionais de Psicomotricidade.

Parágrafo Único - Ficará a cargo da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade a coordenação dos trabalhos de instalação dos Conselhos referidos no caput deste artigo.

Art. 6º - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicomotricidade, em suas áreas de competência, são autorizados, nos limites estabelecidos em lei, a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas ou jurídicas, bem como os preços de serviços, cuja certidão de crédito constituirá título executivo extrajudicial.

Art. 7º - O controle das atividades financeiras e administrativas dos Conselhos Federal e Regionais de Psicomotricidade será realizados pelos seus órgãos internos, devendo os Conselhos Regionais prestar contas ao conselho Federal e este aos Conselhos Regionais.

Art. 8º - Os profissionais da área de Psicomotricidade terão 90 (noventa) dias, a contar da publicação desta lei, para instalar os Conselhos Federal e Regionais de Psicomotricidade, elaborar e registrar seus estatutos e regimentos.

Art. 9º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

A Psicomotricidade tem como objetivo o estudo da relação corpo e mente humanos, nos quais a expressão do pensamento reflete o ato motor, nas áreas de educação, reeducação e reabilitação da dinâmica motora, sendo fator de suma importância para o desenvolvimento harmonioso, coeso e sadio do homem.

No campo educativo e preventivo, a Psicomotricidade vem possibilitar ao indivíduo uma evolução integrada, considerando a junção dos aspectos afetivo, cognitivo e social, mediante a ação e a atividade lúdica, que constituem alicerces para o acesso ao pensamento.

Além disso, a Psicomotricidade em sua prática clínica trata dos distúrbios psicomotores caracterizados, entre outros, por alterações do movimento, da tonicidade que interferem continuamente nos relacionamentos humanos, levando o indivíduo à descoberta de suas potencialidades e à possibilidade de promover novos agenciamentos em seu processo evolutivo, na busca da singularidade.

Dessa forma, estamos propondo a regulamentação da profissão de Psicomotricista, não como um acaso, mas, sim, como o resultado de uma prática profissional que foi implantada no País com o objetivo de preencher uma lacuna nesta área, cuja demanda tem aumentado ano após ano.

Associadas a esta demanda, temos a seriedade e a ética que caracterizam o Psicomotricista na sua luta pelo desenvolvimento do conhecimento científico capaz de oferecer aos cidadãos uma melhor condição de integração ao contexto.

A Psicomotricidade não é uma atividade profissional nova, já foi regulamentada na Bélgica, na França, na Suíça, na Dinamarca e no Uruguai. No Brasil, iniciou-se, há aproximadamente 30 anos, a formação profissional na área, habilitando, especializando e capacitando os profissionais para um mercado latente, como respostas às inadequações e inadaptações escolares e sociais dos indivíduos.

O aumento do grau de conscientização da população sobre os fatores de risco nas áreas de educação, saúde e sociologia tem provocado gradual mudança nos processos profiláticos e terapêuticos dos indivíduos que buscam uma prática maior de atividades psicomotoras.

A Psicomotricidade está presente em clínicas de reabilitação, consultórios, hospitais, maternidade, escolas especiais, associações, cooperativas, áreas públicas e demais locais que envolvam o desenvolvimento da motricidade e da Psicomotricidade.

Isso posto, entendemos que urge a regulamentação da profissão de Psicomotricista, bem como a autorização para a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Psicomotricidade, como pessoas jurídicas de direito privado competentes para fiscalizar o exercício da profissão.

Essas são as razões pelas quais pedimos o apoio dos Nobres Pares para a aprovação deste projeto de lei.

FONTE: http://www.iecarapicuiba.com.br/

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

O Senhor da Morte Yamaraja e suas 4 cartas. Aproveita sua forma de vida humana. Cante Hare Krsna e seja feliz.

Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou slidshre está com erro entre em contato.