quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NA ALFABETIZAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NA ALFABETIZAÇÃO


Resumo:

Um dos grandes desafios enfrentados na área da educação infantil é o de conseguir adaptar à sala de aula uma prática pedagógica que atenda às necessidades das crianças que já estão vivendo o processo de aquisição de leitura e escrita. Neste artigo, intitulado como A Importância dos Contos de Fadas na Alfabetização, procurou-se expor considerações a respeito do mundo maravilho dos contos de fadas, mostrando sua importância para a nossa cultura e o progresso alcançado através de sua utilização na formação de leitores durante o processo de alfabetização. Discuti-se também a respeito da relevância do papel que cumpre os contos, tentou-se mostrar soluções práticas para todas as questões, levantando algumas sugestões baseadas nas correlações pesquisadas, através da pesquisa bibliográfica, tendo como objetivo principal o de resgatar, fortalecer e valorizar o poder conquistador das crianças, levando-as a praticar a leitura dos contos de fadas, tornando-as apreciadoras dos mesmos. Será abordada sua origem e a evolução da literatura infanto-juvenil, procurando traçar relações entre o mundo mágico e o mundo real, possibilitando assim, entender sua simbologia em nossa realidade. Logo, será mostrada a mudança satisfatória que os contos de fadas estabelecem não só nas séries iniciais, mas também na adolescência e é por essa razão que eles sempre terão uma linguagem simbólica e de fácil entendimento.
Palavras-chave: Contos de fadas - fantasia - mundo real x imaginário - alfabetização.
Introdução.
O presente trabalho pretende fazer um estudo a respeito da importância dos contos de fadas na alfabetização, aguçando o imaginário das crianças, além de despertar o gosto pela apreciação da leitura desse tipo de texto. Levar- se-á o leitor a fazer uma viagem maravilhosa pelos caminhos do imaginário, considerando e mostrando toda a importância que tal recurso proporciona satisfatoriamente na formação pré-escolar e na fase de aquisição da leitura e escrita.
Baseado na pesquisa bibliográfica, o artigo mostrará as origens dos contos de fadas, sua repercussão na literatura infantil, tanto no Brasil como em outros países. Revelar-se-á todas as situações que ocorrem fora do nosso entendimento presente nos contos, suas principais lições e utilizações.
Será feita também uma explanação profunda a respeito do que venha a ser um conto de fadas e sua importante simbologia. Constatará nas páginas seguintes, uma análise das obras "O Corcunda de Notre Dame" e "O Patinho Feio", com a finalidade de se observar o sentido subtendido fora das entrelinhas destas histórias.
Em suma, mostrar-se-á, que além de encantar as crianças, os contos de fadas são historicamente utilizados e de grande relevância na alfabetização.
DESENVOLVIMENTO
O que é um conto de fadas?
Sabe-se como é importante para a formação de qualquer criança ouvir histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um bom leitor, tendo um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. É poder sorrir, gargalhar com situações vividas pelos personagens e com a idéia dos contos, então, a criança pode ser um pouco participante desse momento de humor, de brincadeira e aprendizado.
Os contos também conseguem deixar fluir o imaginário e levar a criança a ter curiosidade, que logo é respondida no decorrer dos contos. É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivem e atravessam, de um jeito ou de outro, através dos problemas que vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelos personagens de cada história. Essa é a importância dos contos, mas o que venha a ser um conto de fadas? De acordo com Vera Teixeira de Aguiar:
"Os contos de fadas mantêm uma estrutura fixa. Partem de um problema vinculado à realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filhos), que desequilibra a tranqüilidade inicial. O desenvolvimento uma busca de soluções, no plano da fantasia, com a introdução de elementos mágicos. A restauração da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real. Valendo-se desta estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e, de outro, transmitir à criança a idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo necessário assumir o real, no momento certo". AGUIAR, Vera Teixeira de. Era uma vez (contos de Grimm). Porto Alegre, Kuarup.1990.
Vera resume, em sua concepção, sobre o conto de fadas que as crianças se utilizam deles para conseguir lidar com problemas reais, enfrentando-os com a coragem de um adulto e com a inocência de uma criança.
Já Nelly Novaes Coelho diz, que os contos de fadas são narrativas que giram em tomo de uma problemática espiritual, ética e existencial, 1igada à realização interior do indíviduo,basicamente por intermédio do amor. Daí se explica suas aventuras terem como motivo central o encontro, a união do cavaleiro com a amada (princesa ou plebéia), após vencer grandes obstáculos proporcionados pela maldade de alguém.
Plenos de significados, com estrutura simples, histórias claras e personagens bem definidos em suas características pessoais, os contos de fadas atingem a mente das crianças, entretendo-as e estimulando sua imaginação, como nenhum outro tipo de literatura talvez seja capaz de fazer, assim contribui para a formação e até para a transformação da personalidade desses pequenos leitores.
Sugerindo soluções simples, os contos, já que, referem-se aos problemas interiores, promovem o desenvolvimento de recursos internos e criam soluções para tais dificuldades a serem enfrentadas no decorrer do seu crescimento. É o que afirma Bruno Bettelheim:
"Enquanto diverte a criança, o conto de fadas a esclarece sobre si mesma, e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança". (BETTELHEIM, 2004, p-20).
Bruno apenas diz que, num conto de fadas, os processos internos são externalizados e tomam-se compreensíveis enquanto representados pejas figuras da história e seus incidentes.
Assim, a suprema importância dos contos de fadas para as crianças em crescimento, reside em algo mais do que ensinamentos sobre as formas corretas de se comportar, eles são terapêuticos, porque o paciente encontra sua própria solução através da contemplação do que a "estória" parece implicar acerca de seus conflitos internos neste momento da vida. Tomando característica marcante dessa área, o poder de lidar com conteúdos da sabedoria popular e conteúdos essenciais da condição humana, por isso, eles vivem até hoje e continuam envolvidos no mundo maravilhoso, universo que detona a fantasia, partindo sempre de uma situação real e concreta, sempre lidando com emoções que qualquer criança já viveu.
As Origens dos Contos de Fadas
Desde os primórdios, a literatura infantil surge como uma forma literária menor, apenas expressando um ato de linguagem ou representação simbólica de alguns fatos, os quais, nem sempre eram reais. Como se sabe, a literatura infantil contém em seu abrangente conteúdo vários tipos de textos representativos como é o caso das fábulas, o apólogo, a lenda, o conto maravilhoso, os contos de fadas e etc. Então, vista a necessidade de escolher diante de tanta oferta em literatura a mais criativa e eficaz na alfabetização, a indicada vem a ser os contos de fadas, os quais, tratam de problemas humanos universais como, por exemplo, a solidão e a necessidade de enfrentar a vida por si só, mas de uma maneira simbólica.
Em sua origem, os contos de fadas nada mais eram do que relatos de fatos da vida dos camponeses, recheados de conflitos, aventuras e pornografias sendo assim, pouco indicado a ser contado para as crianças. Esses relatos apenas serviam como entretenimento; anos mais tarde com a descoberta das fadas, que eram idealização de uma mulher perfeita, linda e poderosa, a qual era dotada com poderes sobrenaturais, vê-se a necessidade de utjJjzar tais estórias alienadas também à educação, já que as crianças gostavam muito desses contos e a fantasia inserida neles, estava ajudando a formar a personalidade dessas pequenas pessoas.
O reconhecimento da edição dos conto de fadas, como conhecemos hoje, surge na França no fim do século XVII sob iniciativa de Charles Perrault (1628 - ] 703). Ao contrário do que se possa ser pensado, Perrault não criou as narrativas de seus contos, mas as editou para que estas se adequassem à audiência da corte do rei Luiz XIV (J 638 - I 71 5). Foram às narrativas folclóricas contadas pelos camponeses, governantas e serventes que forneceram a matéria - prima para estes contos. Apesar do distanciamento da camada popular e do desprezo pela sua cultura, a classe nobre só conhecia tais narrativas devido ao inevitável contato por meio do comércio ou pelas presenças das governantas e outros serviçais em suas residências. Após coletar tais narrativas, Charles Perrault eliminou o quanto pôde as passagens obscenas ou repugnantes que continham incesto, canibalismo e sexo grupal para manter o seu apelo literário junto aos salões letrados parisienses.
Já no Brasil, a adaptação do modelo europeu que chegava, abrangia todo tipo de 1iteratura até então usada, sendo assim também apropriada para o projeto educativo e ideológico que via no texto infantil (principalmente os contos de fadas) e na escola aliados indispensáveis para formação de cidadãos. Essa formação, que utilizava tais textos aconselhavam em suas páginas principalmente o patriotismo, o amor e respeito à família e aos mais velhos, a dedicação aos mestres e à escola, a piedade pelos pobres e fracos.
Neste clima de valorização da instrução e da escola, simultaneamente a uma produção literária variada, inicia-se um período de preocupação generalizada, devido à carência de material adequado à leitura para crianças brasileiras, já que, apenas era o começo da utilização dos contos, e histórias na escola, é o que documenta Silvio Romero, reclamando a precariedade das condições em sua alfabetização:
"Ainda alcancei o tempo em que nas aulas de primeiras letras aprendia-se a ler em velhos autos, velhas sentenças fornecidas pelos cartórios dos escrivães forenses. Histórias detestáveis e enfadonhas em suas impertinentes banalidades eram-nos administradas nestes poeirentes cartapácios. Eram como clavas a nos esmager o senso estético, a embrutecer o raciocínio e a estragar o caráter."
ROMERO, Silvio. Rio de Janeiro, Lalmmert, 1885.
Nestas lamentações de ausências de material de leitura e de livros para infância brasileira, fica clara a concepção, bastante comum na época, da importância do hábito de ler para a formação do cidadão, formação que, a curto, médio e longo prazo, era o papel que se esperava do sistema escolar e da então utilização dos contos e histórias infantis.
A partir daí, dentro desse espírito de mudanças surgiram vários programas de nacionalização, os quais aderem à temática urbana, tendo crianças como personagens centrais que, através de variadas situações e aventuras íam desenvolvendo o sentimento de família, noções de obediência, prática das virtudes civis, sendo formadas crianças moldadas e pouco críticas, cuja presença nos livros parece cumprir a função de contagiar todos com iguais virtudes e sentimentos.
Teve grande destaque em regenerar esse conceito de molde para as crianças, Olavo Bilac ou Tales de Andrade na literatura infantil, fazendo a inversão de valores ideológicos, com isso assume um compromisso com a modernidade centralizando sua preocupação em valores menos tradicionais e mais liberais.
Simbologia
Uma obra é clássica e referência em qualquer época quando desperta as principais emoções humanas. O que os pequenos mais temem na infância é a separação dos pais; e esse drama existencial aparece logo no começo de muitas histórias consideradas referências na literatura. Para Bettelheim, a agressividade e o descontentamento com irmãos, mães e pais são vivenciados na fantasia dos contos: o medo da rejeição é trabalhando em João e Maria, a rivalidade entre irmãos em Cinderela e a separação entre as crianças e os pais em Rapunzel e O Patinho Feio.
A leitura dos contos de fadas no passado tinha mais um propósito muito claro: apontar padrões sociais para as crianças. O objetivo das moças ingênuas era encontrar um príncipe, como mostrado em A Bela Adormecida e Cinderela. Em A Polegarzinha, de Andersen, a recompensa final da protagonista, Dedolina, também era o casamento. Já as garotas desobedientes, como Chapeuzinho Vermelho, deparavam-se com situações dramáticas, como enfrentar o Lobo Mau. Essa história tinha forte caráter moral na sociedade rural do século XII: camponesas não deviam andar sozinhas. "Isso mostra como os contos serviam. para instruir mais que divertir", afirma Mariúza.
Histórias de reis e rainhas e de moçoilas à espera de um príncipe fazem sentido ainda hoje. "Os contos são patrimônio da humanidade. Eles foram escritos em outra época e a criança consegue compreender isso. Clássicos são clássicos porque se perpetuam, e as obras infantis devem ser respeitadas como a literatura para adultos", diz Kátia Canton. Ela explica, no entanto, que as histórias mudam de acordo com a cultura e a época. Canibalismo e incesto, por exemplo, foram retirados de contos antigos. Na versão original de Chapeuzinho Vermelho, o lobo devora a Vovó e a própria Chapeuzinho Vermelho, e o Caçador não existem.
Especialistas afirmam que a tendência de retirar o mal, o medo e o castigo das narrativas é forte atualmente. "As mudanças de enredo apaziguam as emoções que precisam ser vividas. Não é saudável evitar que as crianças enfrentem os conflitos", lembra Kátia. Assim, é possível usar e abusar de filmes que recontam A Bela e a Fera e O Patinho Feio, por exemplo, mas é preciso apresentar primeiro as obras que mais se aproximam dos originais.
O Maravilhoso sempre foi e continua sendo um dos elementos mais importantes na literatura destinada às crianças. Através do prazer ou das emoções que as estórias lhes proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e personagens via agir em seu inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais nessa fase da vida, conseqüentemente, surge à necessidade da criança defender sua vontade e sua independência em relação ao poder dos pais ou à rivalidade com os irmãos ou amigos.
É nesse sentido que a Literatura infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. O maniqueísmo que divide as personagens em boas e más, belas e feias, poderosas ou fracas, etc., facilita a criança à compreensão de certos valores básico da conduta humana ou convívio social. Tal dicotomia se transmitida através de uma linguagem simbólica, e durante a infância, não será prejudicial à formação de sua consciência ética. O que as crianças encontram nos contos de fadas são, na verdade, categorias de valor que são perenes. O que muda é apenas o conteúdo rotulado
de "bom" ou "mau", "certo" ou "errado".
Lembra a Psicanálise, que a criança é levada a se identificar com o herói bom e belo, não devido à sua bondade ou beleza, mas por sentir nele a própria personificação de seus problemas infantis: seu inconsciente desejo de bondade e beleza e, principalmente, sua necessidade de segurança e proteção. Pode assim superar o medo que a inibe e enfrentar os perigos e ameaças que sente à sua volta, podendo alcançar gradativamente o equilíbrio adulto.
Logo, a área do Maravilhoso dos contos de fadas tem linguagem metafórica que se comunica facilmente com o pensamento mágico, natural das crianças, bem explica Vera Teixeira de Aguiar:
"Os contos de fadas mantêm uma estrutura fixa. Partem de um problema vinculado à realidade (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filho), que desequilibra a tranqüilidade inicial. O desenvolvimento é uma busca de soluções, no plano da fantasia, com a introduçao de elementos mágicos (fadas, bruxas, anões, duendes, gigantes etc.). A restauraçao da ordem acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real. Valendo-se desta estrutura, os autores, de um lado, demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e, de outro, transmitem à criança a idéia de que ela não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia, sendo necessário assumir o real, no momento certo. (Apud FANNY, 1994, p. 120 )
Assim, explícita e implicitamente a simbologia retida dentro dos contos de fadas procede de maneira consoante, ao caminho pejo qual uma criança pensa e experimenta, podendo servir como consolo ou simbolizar um mundo apresentado igualmente de acordo com o seu.
A criança na fase pré-escolar e a importância dos contos de fadas.
Durante os primeiros anos de vida da criança, são construídos e desenvolvidos maneiras particulares de ser e esquemas de relações com o mundo e com as pessoas. Elas vão construindo suas matrizes de relações a partir de sua interação com o meio: o seu comportamento emocional, individualização do próprio corpo, formação da consciência de si, são processos paralelos e complementares do desenvolvimento da criança (em seus primeiros anos) e é nesta fase que prevalecem os critérios afetivos sobre os lógicos e objetivos.
De acordo com Piaget, as crianças adquirem valores morais não só por internalizá-los ou observá-los de fora, mas por construí-los interiormente através da interação com o meio ambiente. Nesta fase, ouvir histórias (principalmente os contos), entre outras atividades, é possibilidade real de desenvolvimento e aprendizagem.
Os contos de fadas exercem um grande fascínio nas crianças, são caminhos de descoberta e compreensão do mundo. Segundo Bettelheim dentro do texto: "O conto de fadas procede de uma maneira consoante ao caminho pelo qual uma criança pensa e experimenta o mundo; por esta razão os contos de fadas são tão convincentes para elas".
Bettelheim ainda assinala que as crianças, através da utilização dos contos, aprendem sobre problemas interiores dos seres humanos e sobre suas soluções e também é através deles que a herança cultural é comunicada às crianças, tendo uma grande contribuição para sua educação moral.
Já Aguiar, coloca que os contos infantis:
"É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, das dificuldades, dos impasses, das soluções, que todos atravessamos e vivemos, de um jeito ou de outro, através de problemas que vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelos personagens de cada história (cada um a seu modo...). E assim consegue esclarecer melhor os nossos problemas ou encontrar um caminho possível para a resolução deles...".
A partir destas constatações, da importância dos contos de fadas, na fase da pré-escola, analisar-se-á duas histórias próprias para esta fase "O Patinho Feio" e "O Corcunda de Notre Dame", procurando verificar que atitudes estão sendo construídas ou perpetuadas, com vistas aos preconceitos e estereótipos em relação às pessoas com deficiência que estas histórias podem passar às crianças.
Análise crítica das historias: O patinho Feio e o Corcunda de Notre Dame.
Na história "O patinho feio" pode-se perceber um retrospecto dos diferentes momentos históricos do preconceito em relação à pessoa com deficiência. O patinho por ter nascido diferente do resto da ninhada, é excluído, pois está fora da categorização esperada, não possuindo os atributos comuns e naturais dos membros de sua categoria e, por este motivo, é rejeitado e abandonado.
Continuando a história, aparecem atitudes de caridade e assistencialismo em relação ao Patinho Feio, quando ele é recolhido e alimentado por compaixão, atitudes típicas da Idade Média, época em que não havia o intuito de integração do deficiente, mas apenas de propiciar cuidados e assistência por benevolência, sendo o diferente visto como vítima, digno de piedade.
Para dar um final feliz à história, o patinho feio "se descobre" um cisne e encontra sua verdadeira família, o que deixa claro que a única possibilidade encontrada para um final feliz não foi a aceitação e inserção do diferente, mas sim a normalização. Só como cisne e pertencente a uma outra categoria pôde ser aceito.
Sabe-se que à sociedade dita suas normas e o preço que a pessoa portadora de deficiência paga nesse mundo chamado "moderno", é o de normalizar-se. Ou seja, aproximar-se do pré-estabelecido, do normal, da perfeição, do saudável, do conhecido. Só é possível à integração quando as diferenças são neutralizadas ao máximo, e o indivíduo se aproxima do usual, das normas aceitas pela sociedade.
A história de O Corcunda de Notre Dame traz uma amostra fidedigna de toda repulsa, preconceito e estigmatização em relação ao deficiente físico. Quasímodo (o Corcunda), por apresentar uma deformidade física não se enquadra nos padrões considerados comuns e normais para o grupo, é estigmatizado, não sendo considerado uma pessoa comum, sendo visto com menos valia e digno de pena.
Historicamente, o estigma em relação à deformidade física aparece em citações na Bíblia, em Platão, Aristóteles e outros. Em decorrência dele, vê-se as atitudes de preconceito a partir das significações afetivas, emocionais, intelectuais e sociais que o grupo atribui à determinada deficiência. Na história em questão, estas atitudes são traduzi das pelo abandono e segregação. Vê-se ainda na história atitudes de ridicularização da pessoa com deficiência, quando Quasimodo é colocado como bobo da corte, sendo exposto e humilhado.
Nesta história, a deformação e a desfiguração do personagem não permitiram um final feliz e só com a morte do Corcunda foi possível um final dentro das normas aceitáveis, sendo transformado então em mito.
Assim, contar histórias a uma criança tem que se tornar uma atividade bastante corriqueira, nas mais diversas culturas do mundo e em várias situações tanto no âmbito familiar como no escolar. Pois a cada dia essa prática vem se reproduzindo através dos tempos de maneira quase intuitiva, contudo, alguns estudos já demonstraram o importante papel que os contos de fadas desempenham nos processos de aquisição e desenvolvimento da linguagem humana.
Sobre a aquisição da leitura e da escrita: algumas reflexões e proposições
Muito se tem pesquisado e discutido em diversas áreas do conhecimento sobre o que acontece durante a aquisição e o desenvolvimento da linguagem no ser humano. Os processos envolvidos nesse percurso têm sido observados de diversos pontos de vista, e as discussões a respeito se multiplicam.
Os contos são utilizados geralmente pelos adultos interlocutores como forma de entretenimento ou distração; já que, pelo senso comum, freqüentemente a criança sempre demonstra um interesse especial por elas, seja qual for a classe social à qual pertença. Em se tratando da aquisição da leitura e da escrita, os contos podem oferecer muito mais do que o universo ficcional que demonstram e a importância cultural que carregam como transmissoras de valores sociais.
Por isso, existe uma acentuada diferença entre as histórias contadas e as histórias lidas para uma criança, já que, a linguagem se reveste de qualidade estética quando escrita, e essa diferença já pode ser percebida por ela. Pois ao ouvir histórias, a criança vai construindo seu conhecimento de linguagem escrita, que não se limita ao conhecimento das marcas gráficas a produzir ou a interpretar, mas envolve gênero, estrutura textual, funções, formas e recursos lingüísticos. Logo, ouvindo os contos, a criança aprende pela experiência a satisfação que uma
história provoca; aprende a estrutura da história, passando a ter consideração pela unidade e seqüência do texto.
Mesmo assim, para que os contos de fadas consigam prender a atenção das crianças o é necessário entretê-las e despertar nelas a curiosidade com isso, enriquecerá sua vida e estimulará sua imaginação ajudando no seu desenvolvimento intelectual proporcionando assim, mais clareza em seu mundo afetivo, auxiliando-a a reconhecer mesmo de forma inconsciente, alguns de seus problemas e oferecendo-lhe perspectivas de soluções, mesmo provisórias.
Muito mais do que um adulto, a criança vive ás experiências do tempo presente, e possui apenas vagas noções do futuro, portanto, suas ansiedades frente a eventuais problemas e angústias do cotidiano são supostamente profundas e é justamente no enriquecimento de seus recursos internos para enfrentá-las que os contos de fadas também os beneficiam, explica Bettelheim:
"É exatamente a mensagem que os contos de fadas transmitem à criança de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrlnseca da existência humana, mas que, se a pessoa não se intimida, mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, fogo, ela dominará todos os obstáculos, e ao fim emergirá vitoriosa".
(BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2004.).
Já Vygotsky, entre outros estudiosos do assunto, buscando compreender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos do indivíduo (abordagem genética), postula um enfoque sociointeracionista para a questão, no qual um organismo não se desenvolve plenamente sem o suporte de outros de sua espécie, o que afirma que todo conhecimento se constrói socialmente. Durante todo o percurso do desenvolvimento das funções psicológicas, culturalmente organizadas, é justamente esse aspecto cultural, social, de interação com o outro que a contagem dos contos oferece, que desperta processos internos desse desenvolvimento.
É o contato ativo do indivíduo com o meio, intermediado sempre pelos que o cercam, que faz com que o conhecimento se construa. Especialmente em se tratando da linguagem, o indivíduo tem papel constitutivo e construtivo nesse processo (ele não é passivo: percebe, assimila, formula hipóteses, experimenta-as, e em seguida reelabora-as, interagindo com o meio).O que lhe proporciona, portanto, modos de perceber e organizar o real é justamente o grupo social (a interação que ela faz com esse grupo). É este que determina um sistema simbólico-lingüístico permeador desses modos de representação da realidade inseri da nos contos. Ainda segundo o autor, o pensamento e a linguagem estão intimamente relacionados na medida em que o pensamento surge pelas palavras.
A significação é a força motriz para essa relação: não é o conteúdo de uma palavra que se modifica, mas a maneira pela qual a realidade é generalizada e refletida nela. E são exatamente essas construções de significados que a criança vai desenvolvendo internamente (como uma linguagem interna, seu modelo de produção do pensamento) que partem da fala socializada, da fala dos outros que a cercam.
A criança passa, então, a conviver com esses dois tipos de correspondência entre a grafia e o som, adentrando assim no nível silábico-alfabético. E começa também a experimentar um
conflito, já que é capaz agora de perceber que existe uma representação gráfica correspondente a cada som (percebe a relação entre grafema e fonema). Ela vai reformulando sua hipótese anterior, silábica, que lhe parece insuficiente, e vai alternando sua produção entre essa e a alfabética propriamente dita.
Com suas tentativas e reformulações das histórias contadas e lidas (no caso os contos), ela evolui para o nível alfabético, que se estabelece mais firmemente sobre sua percepção da relação entre a grafia e o som. Ela já consegue aceitar que a sílaba é composta de letras que devem ser representadas distintamente, e se toma capaz de perceber outras características da comunicação gráfica, tais como as diferenças entre letras, sílabas, palavras e frases, ainda que ela falhe nessas representações.
Considerações Finais.
Vê-se que não há a necessidade de esperar pela alfabetização formal para que as crianças se envolvam com a leitura dos contos infantis. Tem-se que associá-la à alfabetização, para se obter melhores resultados na formação escolar e na preparação da criança para a vida real. Só assim, a criança conhecerá a realidade mundana sem toda obscuridade nela presente.
Entretanto, para que elas se tomem efetivamente leitoras e autoras dos próprios textos, faz-se necessário que, em algum momento do processo de alfabetização tenham não somente adquiridos conhecimentos específicos do código alfabético, mas também (e, sobretudo) imaginação bem fluente, capaz de desenvolver textos criativos; isso acontecerá se essas crianças tiverem acesso aos contos de fadas, responsáveis por tais benefícios.
Afinal, não se ensina ou não se aprende simplesmente a ler e a escrever. Aprende-se uma forma de linguagem, uma forma de interação, uma atividade, um trabalho simbólico, que só é conseguido através da utilização dos contos de fadas a partir da alfabetização.
Sendo assim, o enfoque deste trabalho foi mostrar a importância da utilização dos contos e seus benefícios às crianças, já que, são relacionados ao mundo imaginário pintando a realidade do mundo, atualizando ou reinterpretando, em suas variantes questões universais, como o conflito do poder e a formação dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do "Era uma vez", permitindo "um final feliz".
Método Aplicado Neste Artigo
O presente trabalho se concretizou mediante pesquisas descritivas e explicativas, limitando-se a pesquisas bibliográficas, mostrando o que é um conto de fadas, suas origens e a importância deles na alfabetização.
Em seguida, a pesquisa procurou enfatizar a importância da simbologia nos contos de fadas como também se observou nos mesmos, à visão do mundo mágico, deixando de ser exclusividade das crianças, para ser assumida pelo adulto, levando em conta a riqueza de seus conteúdos que juntam emoção e intelecto.
Logo, através desta pesquisa foram analisadas duas histórias ligadas à leitura infantil, a partir das quais, enfatizam a importância que exercem na criança na fase pré-escolar. Por não se tratar de uma pesquisa de campo, o trabalho apresentou pesquisa qualitativa, a qual foi feita através de leituras.
Referências Bibliográficas
  • ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil, Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione,
1994.
  • AGUIAR, Vera Teixeira. Era uma vez... na escola: formando educadores para formar
leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.
  • BETIELHEIM, Bruno, A Psicanálise dos Contos de Fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2004.
  • LAJOLO, Marisa e ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil Brasileira. História e
Histórias. São Paulo: Ática, 2004.
  • NOSELLA, Maria de Lourdes Chagas Deiró. As belas Mentiras: A Ideologia Subjacente
dos textos didáticos. São Paulo, Editora Moraes, 1978.
  • NOV AES, Nelly Coelho. O Conto de Fadas; Símbolos, mitos e Arquétipos. São Paulo:
DCL, 2003.
  • VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Trad. Jéferson Luiz Camargo. São Paulo,
Martins Fontes, 1987.
  • ZILBERMAN, Regina. A literatura Infantil Brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.
A autora : AZEVEDO, Érica do Nascimento

Possui graduação em letras pela Universidade Tiradentes, fez seu artigo de conclusão de curso com o tema: A importância dos contos de fadas na alfabetização e atualmente é assistente administrativo na Universidade Federal de Sergipe Campus Itabaiana.
Ler outros artigos de Érica do Nascimento Azevvedo

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/14234/1/a-importncia-dos-contos-de-fadas-na-alfabetizao/pagina1.html

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Aluno do curso de História/EAD Claretiano é aprovado em provas do Mestrado na UFES


 

Meus caros amigos, podemos chegar onde quisermos, veja   a educação à distância rompendo barreiras

Aluno do curso de História/EAD Claretiano é aprovado em provas do Mestrado na UFES

publicado em 04 de dezembro de 2009 às 05:59 h
É com grande alegria que a coordenação e corpo docente do curso de História/EAD do Centro Universitário Claretiano informam a todos sobre a aprovação do aluno Tcherno Ndjai, do polo Claretiano de Campinas, nas provas do processo de seleção do Mestrado em História da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. Aproveitamos ainda o presente espaço para parabenizar o aluno por mais esta conquista.
Tcherno nos conta que houve duas fases no processo. A primeira fase consistiu em prova de proficiência língua estrangeira. O aluno escolheu a língua francesa, obtendo a nota de 8,5. A segunda fase consistiu na prova de conteúdo dissertativo (quatro questões para escolher duas). Tcherno escolheu os temas O  Dominato sob Diocleciano e Constantino e Liberalismo no Brasil Imperial, cada questão valia 5 pontos, das quais ele obteve a nota 3,5 em cada.
Para Tcherno estudar no Claretiano ajudou bastante no sentido de sistematização de seus estudos de História. Interesse ele sempre teve, mas não sabia como fazer.

Cheguei a pensar em fazer algumas matérias na Unicamp, como ouvinte, para depois prestar Mestrado. Logo descobri o EAD do Claretiano, olhei a grade curricular e gostei... Foi assim! Tcherno.

Cumpre ressaltar que Tcherno está no Brasil desde 1981. É Cônsul honorário de Guiné-Bissau em Campinas desde 2001. Ele veio por ter recebido uma bolsa de estudos do governo brasileiro. É formado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo - USP, fez pós-graduação em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-Campinas. Atualmente, é aluno do 2º ano de História do Claretiano, polo de Campinas.
No Mestrado, Tcherno pretende estudar sobre Amílcar Cabral, seu contexto histórico e percurso político, abordando a história do tempo presente, com ênfase na metodologia da história oral.

O resultado das duas provas está no site: http://www.ufes.br/ppghis


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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.






A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA
NAS SÉRIES INICIAIS  DO ENSINO FUNDAMENTAL.1

Referência:

CHAGURI, J. P.  A Importânica da Língua Inglesa nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. In: O DESAFIO DAS LETRAS, 2., 2004, Rolândia. Anais... Rolândia: FACCAR, 2005. 08 f. ISSN: 1808-2548

1  CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este trabalho vem abordar questões de aprendizagem e focos sobre a importância da Língua Inglesa (LI) na concepção afetiva da criança. Com base nos apontamentos do pesquisador SCHÜTZ (2003), por razões de ordem biológicas e psicológicas, quanto mais cedo a criança venha a ter o contato com a LI melhor torna-se o ritmo de assimilação da língua alvo.Também de acordo com as teorias do pesquisador BROWN (2001), a linguagem desenvolve-se com mais eficácia durante a infância.

Essa visão leva nos a ver, mais uma vez, o uso da LI  nas séries iniciais, de forma a desenvolver as potencialidades individuais e ao mesmo tempo o trabalho coletivo. Isso implica o estímulo à autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança em relação às suas próprias capacidades. Assim, o aluno pode perceber que através do seu trabalho e do seu esforço ele pode transformar e intervir no meio onde vive, e que a escola é um dos caminhos para que isso aconteça.

Portanto, é fundamental que se considere os interesses e as motivações dos alunos e que se garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participantes, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem, utilizando sua própria língua ou outra, e sendo capazes de se comunicar e atuar como cidadãos, formando assim sua própria história.

2  DISPOSITIVOS TEÓRICOS

2.1 A LINGUAGEM
Como já mencionamos anteriormente, este trabalho procura abordar questões de aprendizagem da LI. A respeito da linguagem, destacamos o pensamento de ORLANDI (2003), o qual nos mostra que ao mesmo tempo em que é constituída, linguagem é um fator importante para o desenvolvimento mental, exercendo uma função organizadora e planejadora do pensamento. Isto nos leva a observar que a linguagem tem uma função social e comunicativa. Ao notarmos as funções que a linguagem possui, de acordo com ORLANDI (2003), fundamentamos que a partir da interação social, da qual a linguagem é expressão fundamental, o sujeito constrói sua própria identidade.

Ainda em conformidade com ORLANDI (2003) e BRANDÃO (2002), podemos ressaltar que através da ação o ser humano tem acesso ao mundo físico-social, e na mesma  linha sobre a ação que o ser humano exerce sobre o mundo, pois através da atividade social é que esse mundo será transformado em um significado, em conhecimento e linguagem. Ao adentrarmos nos conceitos de linguagem, com base nas teorias de Lev Vygotsky, podemos notar que a linguagem é ligada ao fator que cada indivíduo possui dentro do seu processo de pensamento. No âmbito do pensamento e da inteligência, o homem utiliza “ferramentas que auxiliam os processos psicológicos da fala, nas ações concretas.” (OLIVEIRA, 1993, p. 30)

De uma forma geral, sem nos adentrarmos em concepções mais profundas a  respeito do termo linguagem, podemos concluir que  “o ser humano só existe dentro do mundo e o mundo só existe dentro da linguagem”. (ORLANDI, 2002, p. 15).


2.2 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Após uma extensa investigação, iniciada há meio século com seus filhos e outras crianças de seu meio, o psicólogo suíço Jean  Piaget percebeu que as crianças possuem uma forma particular de pensar e entender, chegando à formulação teórica do desenvolvimento cognitivo (infantil).

Segundo ele, o Período Operatório Concreto (07 aos 11 anos), é o período onde as palavras tornam-se instrumento do processo do pensamento e a criança torna-se mais comunicativa. Por meio desta concepção da teoria de Piaget, podemos notar uma das razões para o ensino da LI nas séries iniciais do ensino fundamental.

Essas considerações teóricas, no tocante a discussão sobre linguagem e desenvolvimento cognitivo, mostram a capacidade intelectual da criança para aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE), em particular o Inglês. 

3  RAZÕES PARA O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA CRIANÇAS

As crianças assimilam uma LE, em particular o Inglês, com maior naturalidade quando começam mais cedo, pois dessa forma poderão dedicar mais tempo ao aprendizado da língua alvo, acumulando um conhecimento maior e mais sólido. Sobre a aprendizagem, OLIVEIRA (1992, p. 33) salienta que “a aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que somente podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas”.

Algumas das razões para o ensino da LI para criança deriva-se da sua curiosidade, sendo este um grande fator de motivação, que é essencial ao aprendizado. As aulas de LI para crianças que freqüentam as séries iniciais devem ser bastante lúdicas, principalmente para as crianças mais jovens. No ensino da LI, de início, não se deve perseguir a perfeição, mas sim animar o educando a tentar se expressar na língua em estudo.

Um dos principais fatores a que se deve ter atenção ao trabalhar qualquer LE nas séries iniciais é o vocabulário. Este deve ser aprendido pela criança, sempre que possível, através do uso de objetos referidos, autênticos, ou com representação de material audiovisual. Para melhorar a pronuncia, é ótimo o uso de fitas ou CDs em que o educando das séries iniciais possa ouvir um nativo da língua sempre que necessário.

O professor deve apresentar a matéria de forma interessante e significativa para cada faixa etária, podendo utilizar-se de jogos, músicas, vídeos, entre outros que ajudarão na fixação da matéria. O pesquisador BROWN (2001) acredita que quanto mais a criança é exposta a uma palavra, maior será a retenção da mesma, e que quanto maior o engajamento no processo de aprendizagem de uma LE, mais a criança incorporará essas novas palavras.

Quando o inglês é apresentado como diversão, as crianças passam a ser estimuladas e desenvolvem uma ótima capacidade de concentração. Através de trabalhos lúdicos, a criança passa a ter uma finalidade em seu aprendizado.  “Conseqüentemente, caberá ao professor dar uma melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, cabendo a ele desenvolver novas práticas didáticas que permitam aos discentes um maior aprendizado.” (NUNES, 2004, ON-LINE).

Por meio de uma aula lúdica, a criança passa a ser estimulada, tendo uma nova vazão em seu aprendizado.

Assim:
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas intelectuais e morais. Ademais, a ludicidade não influencia apenas as crianças, ela também traz vários benefícios aos adultos, os quais adoram aprender algo ao mesmo tempo em que se distraem (NUNES, 2004, ON-LINE)

Ainda com base nos apontamentos de NUNES (2004) vemos que :

As atividades lúdicas, geralmente, são mais empregadas no ensino da matemática, contudo, elas devem ser inseridas na prática de outras disciplinas, como é o caso da língua estrangeira. Pois, assim, ela facilitará o aprendizado da mesma e motivará, tanto crianças como adultos, a aprenderem. Desse modo, percebe-se o quão é importante a ludicidade no contexto escolar, visto que ela proporciona uma maior interação entre o estudante e o aprendizado, fazendo com que os conteúdos fiquem mais fáceis aos olhos dos alunos, os quais ficam mais interessados em assistir à aula. (ON-LINE)

Assim, a criatividade e a curiosidade das crianças estarão sendo bastante estimuladas, passando a desenvolver uma ótima capacidade de concentração. Além disso, “quanto mais cedo a pessoa tiver contato com outro idioma, melhor. Nós nascemos com habilidades de discriminar os sons de qualquer língua, mas perdemos isso com o passar dos anos. Essa capacidade é mais aguda nos primeiros 5 anos de vida” . 3

Contudo, precisamos lembrar que nas séries inicias o professor de Inglês não deve cobrar e nem ensinar enfoques gramaticais da Língua Inglesa, pois durante esta fase da vida escolar, a apresentação do Inglês deve-se dar através de forma alegre e prazerosa, para que a criança sinta-se sempre motivada.

Independentemente de reconhecer-se a importância do aprendizado de uma Língua Estrangeira (LE), consideramos necessário apontar algumas justificativas do porquê de se ensinar a Língua Inglesa nas séries inicias.

O caso típico é o papel que o Inglês representa em função do poder e da influência da economia norte-americana. Essa influência cresceu ao longo deste século, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, e atingiu seu  apogeu na chamada sociedade globalizada e de alto nível tecnológico, em que alguns indivíduos vivem neste final de século. O Inglês, hoje, é língua mais usada no mundo dos negócios, e em alguns países como Holanda, Suécia e Finlândia, seu domínio é praticamente universal nas universidades. (BRASIL, MEC, 1998, p. 23)

Porém, apresentação da LI  nas séries inicias, é para alertar os profissionais sobre as diferenças individuais levando em consideração a formação para a cidadania, pois a partir desta perspectiva do ensino da LI nas séries iniciais, vislumbramos a proposta de que a escola possibilite o desenvolvimento da autonomia moral, condicionando a reflexão ética, e o domínio de um novo idioma.

Analisando o uso do Inglês como uma ferramenta para a formação da criança como cidadão, a LI pode promover a auto-estima, para que a criança nas séries iniciais valorize o que produz individualmente ou no grupo, favorecendo a convivência, considerando a igualdade e a identidade para que aprenda a conhecer, a fazer a ser e a conviver dentro de seu idioma ou em qualquer outro.

O ensino da LI desempenha um fator de que a aprendizagem de LE “não é só um exercício intelectual de aprendizagem de formas estruturais (...), é sim, uma experiência de vida, pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo”. (BRASIL, MEC, 1998, p. 38)

Assim, o papel que a LI desempenha nas séries inicias é auxiliar as relações sociais e culturais da criança, possibilitando um desenvolvimento intelectual mais sólido para criança através do aspecto cultural que a LI possui, de forma a desenvolver as potencialidades individuais e ao mesmo tempo o trabalho coletivo. Isso implica o estímulo à autonomia do sujeito, desenvolvendo o sentimento de segurança em relação às suas próprias capacidades. O aluno das séries inicias pode perceber que através do seu trabalho e do seu esforço é possível transformar e intervir no meio onde vive.

Por fim, aprender uma LE nas séries iniciais não é mais uma questão de necessidade, mas sim um direito que não pode ser negado a nenhuma criança, pois quando se ensina uma LE, neste caso o Inglês, nas séries iniciais, valoriza-se acima de tudo as competências e habilidades que a criança desenvolve ao longo de sua vida escolar.

4  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ensinar a LI  nas séries inicias é construir um caminho comunicativo para que a criança seja capaz de transmitir e assimilar o conhecimento da sociedade e do mundo em que vive. O ensino da LI  nas séries iniciais, fortalecido com uma visão crítica, pode encaminhar a criança para a construção de seu próprio conhecimento, permitindo que ela possa integrar-se à sociedade como agente transformador e construtor de uma nova mentalidade.

No âmbito das Leis de Diretrizes e Base da Educação (LDB), as Línguas Estrangeiras Modernas recuperam, de alguma forma, a importância que  durante muito tempo lhes foi negada. Considerada, muitas vezes, como pouco relevante, adquire agora a configuração de disciplina tão importante quanto qualquer outra do currículo.

Assim, integrada à área de linguagens, códigos e suas tecnologias, a  LI assume a condição de fonte indissolúvel do conjunto de conhecimento que permite à criança das séries inicias aproximar-se de várias culturas, e propiciando sua integração num mundo globalizado.

Diante das transformações e dos avanços significativos ocorridos na última década, inclusive na estrutura e funcionamento da  Educação, procuramos, por meio deste trabalho, apresentar o ensino precoce das Línguas Estrangeiras, em particular o inglês, como uma ferramenta. Essa ferramenta deve ser aproveitada no intuito de tornar a criação cultural concreta e significativa, auxiliando as relações sociais e culturais da criança das séries iniciais, possibilitando, através do aspecto cultural que a LI possui, um desenvolvimento intelectual mais sólido para o educando.



5  REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Helena Nagamine, Introdução à análise do discurso. Campinas: Editora da Unicamp, 2002.

BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares nacionais: língua estrangeira / ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BROWN, H. Douglas, Teaching by principles: and interactive approach to language pedagogy. 2nd ed. San Francisco: State University, 2001.


OLIVEIRA, Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.
________. Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Fontes, 2002.

SCHÜTZ, Richard. O que é talento para Línguas? English Made in Brazil. Disponível on-line in < http://www.sk.com.br/sk-talen.html>. Acesso em 06 de dez. 2003.




1 Este trabalho é uma versão modificada a partir do Trabalho de Conclusão do Curso apresentado como requisito parcial ao Curso de Letras (Português/Inglês/Espanhol) da Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná. (FACINOR). Profa. Orientadora: Rosinéia Estevão Pereira.
3 Dr. Luiz Celso Pereira Vilanova – Chefe do setor de Neurologia infantil da Universidade Federal de São Paulo.

Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/A%20Importancia%20do%20Ensino%20da%20LI%20nas%20Series%20Iniciais.pdf


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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Vídeo-aulas sobre o PowerPoint




Hoje gostaria de propor um desafio a você, que não sabe mexer com o power point. Vou postar abaixo  11 vídeo-aulas. E tenho certeza que do 0 você vai sair e sem sair de casa. Isto é educação à distância rompendo paradigmas.  Não se permita mais desculpas, aproveite as oportunidades, seja lá como elas apareçam

 
Vídeo com conteúdo básico de como elaborar uma apresentação, pequenos conceitos introdutórios para as próximas aulas.  


Segunda aula sobre WordART e barra de menu de edição do WordART. Aprenda a utilizar este recurso e deixar suas apresentaçãos mais belas.

 
Terceira aula, neste conteúdo você verá como mudar o plano de fundo do slide, e todas as demais opções da Guia Preenchimento de Cores, como Gradiente, Textura, Padrão e Imagem. 

 
Nesta quarta aula estou levando a vocês um recurso muito interessante para aqueles que desejam fazer uma apresentação profissional, rápida e que assim não possuem tanto conhecimento no Power Point, é o Assistente de Auto-Conteúdo, espero que curtam essa vídeo-aula, qualquer dúvida só entrar em contato.

 
Slide Mestre - aprenda a criar seus próprios modelos de apresentações. Saiba como personalizá-los e muito mais.  

 
Álbum Digital e recursos adicionais, saiba como colocar uma música de fundo ao longo da apresentação sem ser interrompida.  

 
Seção tira dúvidas sobre Personalização da animação e sons, nesta vídeo-aula você aprenderá a diferença entre Incorporar Som e Vincular Som, além de aprender a fazer sincronia da música com a letra.  


Vídeo com tira dúvidas: Transição de Slides e Inserindo uma Música na apresentação

 
Vídeo aula sobre Personalização de animação, como inserir efeitos de entrada, ênfase e saída.
Além de explicação sobre os efeitos.  


 
Vídeo Aula que explica sobre como transformar uma apresentação PPT em Vídeo para assim posta-la no youtube e outros servidores de vídeos.  

 
Vídeo aula sobre como elaborar uma apresentação com som e enviar por e-mail.  

Neste link a seguir <http://www.youtube.com/user/michelfabiano> você poderá encontrar mais vídeo-aulas sobre outros assuntos. Pode ser interessante.

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