terça-feira, 5 de janeiro de 2010

2010: previsões para um Ano Novo muito tecnológico.


Por Renan Roesler HamannQuarta-Feira, 30 de Dezembro de 2009
Confira as previsões que o portal Baixaki fez para o mundo da tecnologia no ano de 2010.O ano de 2010 promete ser o ano da socialização web. Estações fixas de processamento estão sendo cada vez consideradas mais obsoletas e descartáveis, ao passo que tudo direciona o usuário a pensar no trabalho por computação em nuvens. Televisão 3D, Realidade Aumentada, Tech-ecologia com televisões LED e Processamento "verde" são só algumas das promessas de um mundo tecnológico cada vez mais interativo e ambientalmente responsável.

E após as apostas para as tecnologias que irão bombar no ano de 2010, o portal Baixaki reuniu informações dos principais institutos de tecnologia do mundo para levar aos usuários quais são as expectativas para o ano que acaba de chegar. Então sente-se, aperte os cintos e se prepare para embarcar em uma viagem rumo ao futuro da tecnologia mundial. 
 Computação nas Nuvens
Logicamente não se trata de um armazenamento de máquinas em nuvens. O nome é reflexo do conceito que a cada dia torna-se mais presente na vida dos usuários. A computação nas nuvens nada mais é do que o uso de aplicativos e armazenamento de arquivos em estações online, assim tornando possível a portabilidade de documentos e a segurança no transporte de informações.
Cloud Computing
Um ótimo exemplo da presença da "Cloud Computing" na vida dos internautas é o uso de um serviço da Google chamado "Docs". Com esse serviço, é possível criar e editar documentos de texto, planilhas, bancos de dados e apresentações de slides, funções desempenhadas por pacotes de aplicativos para escritório, como o Microsoft Office.

Social Computing

O Google Docs permite também a utilização de outro conceito, o "Social Computing (Computação Social)", pois há a possibilidade da abertura dos documentos para que outros usuários também possam alterá-los, mostrando as modificações em tempo real para todos os usuários que tiverem acesso àquele material.

As vantagens mais evidentes da Computação nas Nuvens são relacionadas às facilidades proporcionadas pelo modelo de processamento online: os computadores teriam menos espaço em disco ocupado por aplicações; o transporte de documentos tornar-se-ia mais simples e dinâmico; serviços online costumam ser monetariamente mais acessíveis do que aplicativos instaláveis.
Nuvens de informações
Suas definições, onde você estiver
Além do que já foi citado, há uma série de recursos que a Cloud Computing disponibiliza para os usuários, pode-se citar como exemplo a sincronização de bookmarks que o Google Chrome permite. Com esse serviço, cada usuário pode ter acesso aos próprios favoritos, não importando em que máquina esteja, basta ter instalado o Google Chrome e um login nos serviços Google.

Nuvens particulares

Empresas de médio e grande porte e que precisam manter grandes fluxos de informações de maneira segura, começam a optar por nuvens privadas de informação. Geralmente baseadas em grandes Data Centers, as nuvens são compostas por servidores potentes e com acesso restrito por senhas, IPs e outras medidas de segurança. Essas nuvens particulares também costumam abrigar aplicativos internos e outros softwares essenciais para o bom desempenho dos funcionários.
Smartphones são apenas telefones celulares?
O ano de 2009 foi muito bom para o mercado de smartphones, vários modelos de aparelhos foram lançados, inclusive o iPhone 3GS da Apple, que teve uma explosão de vendas e conquistou o coração de milhões de usuários ao redor do mundo. E se 2009 foi bom, estima-se que 2010 será melhor ainda.
Smartphones
Essas boas expectativas são oriundas da expansão do mercado e do barateamento dos produtos. Com as vendas crescentes e o maior número de aparelhos disponíveis, é bem provável que a concorrência faça com que os preços caiam e mais pessoas tenham acesso aos telefones celulares com funções inteligentes e muito mais interativas do que a dos telefones normais.

Mas não são apenas os aparelhos que começam a ganhar concorrência, os sistemas operacionais para Smartphones também não são mais monopolizados. Há disponíveis vários softwares base para os celulares, sendo que cada fabricante possui suas parcerias particulares, como os Samsung, que geralmente são vendidos com Windows Mobile; os Nokia com o Symbian; os Palm, que são vendidos com o WebOS e os Blackberry, que possuem o próprio sistema Blackberry OS.

O futuro é Open Source

Dentro da lista de sistemas operacionais para smartphones, há poucos que são gratuitos, mas existe um que já começa a se destacar dentre os concorrentes. Trata-se do Android OS, projeto Open Source patrocidado (é claro) pela Google e já está sendo instalado em vários aparelhos da HTC e Motorola.
Você se pergunta qual a grande vantagem do Android? Em primeiro lugar, o sistema possui integração dinâmica com todos os serviços da Google, sendo, portanto, compatível com os principais serviços online existentes; além disso, o Android possui código aberto e pode ser alterado por qualquer programador, por fim, o sistema operacional é grátis e deve baixar os preços dos smartphones.
Android
Aplicações móveis: o fim da estática

Juntamente aos smartphones e sistemas operacionais para os telefones, também são lançados com frequência, aplicativos que contribuem para a expansão do consumo dos produtos referidos. São vários softwares interativos e funcionais que se adaptam às condições e necessidades momentâneas de cada usuário.

As aplicações que mais se destacam no gênero são referentes a transações bancárias e operações de crédito, navegação para internet, serviços de localização GPS com indicações de locais para alimentação, hospedagem e diversão, monitoramento de saúde, propaganda e música.
Google Phone: mais um passo em direção ao domínio

Para quem se interessou pelo sistema operacional Android, e principalmente para quem se interessa por tudo o que envolve a Google, há uma informação quentíssima. Provavelmente no dia 5 de Janeiro será anunciado oficialmente o lançamento do primeiro smartphone da Google, o Google Phone, ou Nexus One, como vem sendo chamado.
Sistema operacional em ação
                                                 Imagens: Engadget (Reprodução
Ao que tudo indica, o smartphone será fabricado pela HTC e terá configurações básicas, com tela Wide VGA de 3,7 polegadas, interface 3D com Android 2.1 e câmera digital de 5 megapixels.  O aparelho terá também integração total com todos os serviços Google Móbile.

Com esse aparelho, a Google estará declarando abertamente guerra conta a Apple, empresa responsável pela fabricação do iPhone. As duas empresas já disputam fãs em outros segmentos, como navegadores, sistemas operacionais e aplicativos web, mas essa seria a primeira vez que a disputa se daria efetivamente no mercado.
Realidade Aumentada, até quando será apenas diversão?
O usuário pode ver no ano de 2009, aqui mesmo no portal Baixaki, alguns artigos explicando as funções e o funcionamento dessa nova mania que tomou conta da internet e deixou milhões de pessoas intrigadas com o futuro da computação e holografia. A Realidade Aumentada ganhou vários fãs após as ações promocionais que visavam promover filmes como Star Trek e Transformers, ou produtos, como alguns salgadinhos e redes de fast-food.
Transformers em Realidade Aumentada
Para 2010, começam a ser estudadas novas maneiras de transformar a realidade aumentada em algo útil e não apenas divertido. Se os anseios de criação de hologramas táteis forem alcançados, a tecnologia poderá ser usada para diversos fins de elevação profissional, por exemplo, médicos e engenheiros poderiam estudar em corpos e terrenos holográficos, em detrimento do uso de cadáveres e tijolos.
Televisão 3D, o que esperar?
Após o lançamento dos diversos cinemas 3D pelo Brasil, começam a ser vendidas no Estados Unidos da América, no segundo semestre, as primeira televisões com tecnologia de projeção 3D. Projeção? Exatamente, não contente com a criação de imagens 3D que demandam óculos especiais para a visualização das camadas de profundidade de imagem, a indústria tecnológica começa a criar aparelhos que projetam as imagens para fora da tela.
Sala de cinema IMAX
No Brasil, espera-se que em 2010 comecem a ser vendidas as televisões com suporte à tecnologia 3D tradicional, ou seja, que necessita o uso de óculos especiais. Os novos aparelhos prometem dar mais vida às reproduções de filmes, jogos, seriados e afins, visto que a tecnologia é uma forma bastante eficaz de aproximação entre espectador e obra.

A Expansão das TVs e monitores com tecnologia LED

Televisores  LEDOs monitores e televisores com tecnologia LED ganharam destaque imenso no ano de 2009, devido às grandes vantagens ecológicas que proporciona (o consumo de energia pode chegar a 40% e a produção dos aparelhos envolve materiais menos agressivos à natureza), em um ano em que análises de ambientalistas e profecias maias apontavam para fins trágicos em um futuro próximo, devido ao aquecimento global, essas questões ecológicas tornaram-se ainda mais importantes para a população mundial.

Em questões de desempenho, as televisões com tecnologia LED também merecem destaque. Devido à estrutura de montagem dos aparelhos, a luminosidade é mais bem aproveitada, além de a imagem proporcionada ser superior tanto no quesito resolução máxima, quanto no quesito qualidade.

Neste ano, a indústria espera conseguir novos avanços nas pesquisas com novas tecnologias, como OLED, AMOLED e SED. Alguns exemplares já existem, mas os preços ainda não são nada atraentes para os consumidores.  Além dessas novas tecnologias, pretende-se prosseguir no desenvolvimento da tecnolgia LED Backlight, para baratear e aumentar a qualidade.
E-Readers: tendências e esperanças
Os leitores digitais são fruto de uma tecnologia que ainda não atingiu em cheio os brasileiros, isso porque a grande maioria dos E-Books disponíveis está em outras línguas. Mas isso deve começar a mudar e os E-Readers devem passar a ser mais procurados à medida que sejam disponibilizados livros em português.
Em 2009, a Amazon lançou o tão esperado novo modelo do leitor digital Kindle. A Sony por sua vez, também lançou o novo modelo do Sony Reader. O que ambos têm em comum? Tanto do leitor da Sony, quanto o da Apple deixaram de ser apenas leitores de E-Books para tornarem-se também centrais multimídia, reproduzindo músicas e acessando a internet.
Kindle
Os brasileiros tiveram uma boa notícia com o lançamento da editora Gato Sabido, que prometeu trazer milhares de títulos para a língua portuguesa e começou a vender um E-Reader fabricado aqui mesmo no Brasil. As expectativas para 2010 são boas, pois estima-se que além dos títulos disponibilizados atingirem um número significativo, os preços dos leitores também devem cair com a concorrência.
Touch Screen: tudo à distância de um toque
Nos últimos anos, a tecnologia Touch Screen foi um privilégio para os usuários de iPod Touchs e outros dispositivos não muito baratos. Com o lançamento do Windows 7 com suporte nativo a Touch Screen, espera-se que a tecnologia torne-se mais acessível, devido à maior procura por hardwares compatíveis com a facilidade do toque na tela.

Mas não são apenas os computadores com Windows que poderão desfrutar dos maravilhosos recursos integrados às telas interativas. Existe um segmento no mercado de computadores que é diferente dos netbooks, notebooks e desktops. Esse segmento chama-se Tablet e funciona como um computador pessoal, mas em formato de prancheta e é completamente comandado pelo toque.

Tablets: as pranchetas inteligentes


O mercado das tablets andava um pouco parado, sem lançamentos significativos ou notícias que pudessem abalar as estruturas. Andava, pois desde que a Apple anunciou o lançamento de seu modelo, o mundo da tecnologia trouxe de volta o assunto à tona.
Tablets
Toda a imprensa e usuários estão ansiosos com o anúncio oficial que deve ocorrer ainda em Janeiro, revelando os detalhes do que (ao menos é o que se especula) deverá se chamar iSlate. Ainda não são sabidos detalhes concretos, mas estima-se que existirão versões de 7 e 10 polegadas e que o dispositivo teria um sistema operacional semelhante ao iPhone OS, outras informações seriam apenas tiros no escuro.

O mais interessante do iSlate não é nem o fato de ser um novo hardware produzido pela Apple, mas sim as informações adjacentes ao plano principal. Várias outras fabricantes já começam a se mexer para também entrar na briga por um segmento de mercado que nunca interessou a muitos.  HP e Dell seriam bons exemplos de empresas que já começam a dar os primeiros passos em direção ao Tablet.
Ascensão do Ubuntu
Os netbooks facilitam em muito a vida de usuários que precisam transportar os computadores, mas não podem carregar notebooks comuns para cima e para baixo. O problema é que devido às limitações, os netbooks costumam ser bastante menos potentes do que laptops e desktops.
UbuntuPara fugir do fardo que é um netbook lento, muitos usuários começaram a utilizar a distribuição LINUX chamada Ubuntu, uma das mais organizadas e simples já lançadas até hoje, tanto que o slogan da distro é "LINUX para seres humanos".  Por ser bem mais leve do que o Windows, o Ubuntu contagiou o mundo dos usuários de netbooks, que passaram a propagar a ideia e difundir o sistema operacional.

Com as crescentes vendas dos portáteis, a tendência é que a cada dia, mais e mais usuários passem a utilizar o OS de código aberto. Por isso estima-se que 2010 seja o ano da ascensão do Ubuntu e de tantos outros softwares livres, que desempenham as mesmas funções que os programas do mainstream e exigem muito menos desempenho dos computadores.
Processamento "verde"
Em Setembro de 2009, a Intel anunciou na IDF (Intel Developer Forum) uma série de novas tecnologias que começariam a ser implantadas já em 2010 nos processadores fabricados pela empresa.
Verde é bom!
Tanto os processadores para netbooks, como os para notebooks, desktops e servidores passariam a ter arquitetura menor e mais eficiente. Com isso, a intenção da Intel é criar chips controladores que possam ter desempenho muito superior aos atuais, ao mesmo tempo em que os gastos de energia passem a ser cada vez menores.

Como em todos os outros ambientes tecnológicos, as concorrentes devem agilizar os setores de Pesquisa e Desenvolvimento para não ficarem atrás nas novas tendências de processamento "verde". Neste ano de 2010 deverão surgir informações de avanços nas pesquisas da AMD e também da própria Intel.
As redes sociais continuam a se expandir
Fato que já vem ocorrendo faz alguns anos e deve ser ainda mais evidente em 2010 é a presença das ferramentas sócias como instrumentos corporativos. Mídias que entre 2004 e 2009 expandiram exponencialmente com os usuários comuns, como o Orkut, devem dar lugar a ferramentas mais dinâmicas e interessantes para as empresas.
Redes sociais mais detalhadas e que facilitam a comunicação, em detrimento das "vitrinizações sociais" devem ganhar destaque no mundo empresarial. Nesse ponto, deve ocorrem em 2010 uma expansão significativa do Facebook e do Twitter, que já está conseguindo mais fãs a cada dia.
Otzee, a nova mania
Outra rede social que deve ganhar milhares de adeptos ainda nos primeiros meses do ano é a nova mania dos gamers. Otzee, a rede social para jogadores usuais que a NZN criou e disponibilizou para o público. Por que é tão bom? Porque é diferente! É possível adicionar amigos e criar redes internas para conseguir entrar na lista de recordistas dos jogos em flash, simples e divertidos.
Web 3.0: a rede ganha significado
Após a web estática 1.0 e a web dinâmica 2.0, surge a web semântica 3.0. Os conceitos envolvidos na "semântica de redes" representam a interatividade total, mas não apenas do usuário x rede, e sim a integração entre usuário x rede x usuário. Sendo que a rede no caso, é representada também pelos serviços online.

Um dos nomes dados à web 3.0, é web cognitiva. Num prazo de 5 a 10 anos, todos os dados disponíveis deverão estar interligados e prontos para dar ao usuário, informações precisas sobre suas próprias necessidades. Todo clique será armazenado em pacotes de dados de busca e estarão disponíveis para que a rede molde sua estrutura em torno de cada internauta.
LTE: o início da internet 4G
Quando as tecnologias para celulares eram limitadas a CDMA e TDMA, ninguém imaginava que um dia aqueles pequenos (mas não tão pequenos assim) aparelhos pudessem reunir funções tão detalhadas e interação com a web em tempo integral. Hoje, pouca gente quer imaginar como seria o contrário.

LTEPouco tempo após o início do 3G ser implantado no Brasil, já começam a surgir sinais de que a tecnologia está ultrapassada, um bom exemplo disso é a tecnologia LTE (Long Term Evolution), que promete velocidades muito superiores e qualidade de sinal extremamente mais cristalina.

Já em teste no Brasil desde 2009, os celulares e redes com suporte à LTE devem começar a ter o crescimento visível ainda em 2010. Com mais esse passo, a internet móvel começa a dar sinais de que não está para brincadeira e que sim, está buscando alçar vôos cada vez mais altos.
International CES 2010: o futuro já começou
A CES (Consumers Electronics Show), maior feira de eletrônicos do mundo será realizada na próxima semana, entre os dias 7 e 10 de Janeiro. Nessa feira serão apresentados diversos produtos e conceitos que deverão fazer parte do cotidiano do mundo da tecnologia pelos próximos anos.

International CES 2010Algumas das principais categorias de produtos apresentados anualmente na feira são: dispositivos de som; tecnologias de banda larga; novidades em Bluetooth; computadores; TV digital; tecnologias digitais para automóveis; jogos; cinema; gadgets pessoais; tecnologia wi-fi; fotografia digital; GPS; portáteis e tecnologias de áudio e vídeo.

Muito se especula acerca da feira desse ano, é pouco provável que a Apple não anuncie seu tablet no evento, assim como é quase impossível que a Google não apresente o novo Google Phone durante as apresentações de fabricantes. Outros que são muito esperados são os Blu-rays 3D da AMD e novidades sobre televisores 3D.

Um dos destaques da CES 2010 está longe dos holofotes principais. Trata-se da mostra de produtos Eco-Friendly, ou seja, produtos que não agridem a natureza e atmosfera, sendo não-geradores de carbono. Nessa mostra haverá palestras de ativistas do Greenpeace e de outras entidades protetoras do meio-ambiente. É mais uma pequena mostra de que o futuro da tecnologia é mesmo "verde".
Considerações finais
Novos modelos de processamento de informações e novas perspectivas de preservação ambiental, essas são as apostas para o que será destaque no mundo tecnológico nesse ano de 2010. Pelo menos são as expectativas que o portal Baixaki tem para o ano que acaba de começar. Ainda virão 364 dias para dizer se as previsões estão corretas ou se serão apenas esperanças sem atendimento.



Fontehttp://www.baixaki.com.br/info/3286-2010-previsoes-para-um-ano-novo-muito-tecnologico-.htm


Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10 - Celebridades - Música - Esportes

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sinal com maior variedade de uso é desafio para o entendimento de um texto

A soberania da vírgula
Sinal com maior variedade de uso é desafio para o entendimento de um texto

Rogério Chociay

A vírgula é, e não por acaso, o corpo e a alma da pontuação. Quem não a ama não a domina, e quem não a domina não escreve direito. A bem da verdade, os outros sinais, em sua maioria, têm comportamento burocrático, não sendo difícil aprender a empregá-los.

O contrário ocorre com a vírgula, cuja variedade de emprego é um desafio constante.

Já por isso, quando a tratam como parte igual do conjunto, não dando o devido desenvolvimento a seu estudo, alguns autores pecam por omissão, pois, na verdade, o conjunto é quase inteiramente ocupado pela vírgula. 

Uma prova? Quantas vezes ela aparece no parágrafo acima? 14. E quantos pontos? 5. Não há dúvida: a vírgula, carro-chefe de todos os pontos, reina soberana em qualquer texto.

Até mesmo os poemas em versos livres da fase revolucionária do Modernismo, que tentaram prescindir da pontuação, jamais conseguiram eliminá-la.

Para que serve o ponto, mesmo? Para fechar período, fechar parágrafo, fechar texto. E acabou. É apenas um assistente: quando a vírgula vai embora, o ponto fecha a porta.

Para que serve o ponto de interrogação? Para marcar frases interrogativas. Mas o pobre nem consegue distinguir interrogação total de interrogação parcial.

E para que serve a vírgula? Nem ela mesma, se pudesse responder, teria certeza total de quantas funções pode exercer, sintáticas, lógicas, estilísticas. Uma enormidade.

Mais uma prova?
Quantos livros existem dedicados ao ponto, ou ao ponto de interrogação?

Nenhum, porque não há mais que dois ou três parágrafos a escrever sobre eles.

E sobre a vírgula? Artigos, capítulos de livros, livros inteiros.

Por isso, se ela pudesse falar, diria que um livro com um nome ao estilo de Manual de Pontuação seria impróprio e incoerente: por mérito e justiça, deveria ser substituído por Manual de Virgulação.

Falar dos outros sinais é, de certo modo, fazer a introdução ao que se vai falar da vírgula.

Personalidade
Assim, não seria possível revelar todo o poder da vírgula em poucas linhas.
O que se pode dizer, pela voz dos melhores escritores, súditos fiéis dessa soberana, é que o melhor modo de entender a multiplicidade de seus empregos é usar como filtro suas habilidades básicas.

Poderíamos, no limite, até recorrer à prosopopeia, dando vida e voz à vírgula. Que diria ela, além do que acima foi dito? Talvez algo mais ou menos como:
"Sou a única presença feminina autêntica na pontuação.

Certo pesquisador pretensioso anda dizendo que sou sinuosa, insinuante e traiçoeira.
Para falar a verdade, sou mesmo. Minhas curvas suaves me fazem bela, minhas funções me tornam insinuante, minhas virtudes estilísticas me tornam, não digo traiçoeira, mas um tanto oblíqua e dissimulada, como a Capitu. Então, para ter todos os privilégios de minhas prendas, se quer ser mesmo um bom escritor, seja um pouco o meu Bentinho e um pouco o Escobar.

Só quem sabe todas as manhas e malícias do feminino pode desfrutar ao máximo os meus poderes.
Machado sabia".

Rogério Chociay é pesquisador da Unesp, autor de Pontuação, Ponto a Ponto (editora Íbis, 2005)

As 10 habilidades básicas das vírgulas

1 Pausa inconclusa
Quando surge na escrita, marca uma pausa inconclusa na fala. Exemplo: "Quando surge na escrita, marca uma pausa inconclusa na fala".

2 Marcar fronteiras

Opera sempre na oração, marcando fronteiras entre orações ou entre elementos oracionais. Exemplo em que surge com seu charme todo:
"Julião Machado, segundo me dizem, é homem culto e ilustrado; e, como entre nós, no nosso meio doutoral e bacharelesco, os artistas são apresentados como ignorantes, ele quer mostrar com as suas legendas, longas, virguladinhas, que não é" (Lima Barreto, Feiras e Mafuás).

3 Habilidades seriais
A vírgula sinaliza séries de vocábulos, de termos, de orações: "Preguei, demonstrei, honrei a verdade eleitoral, a verdade constitucional, a verdade republicana" (Rui Barbosa, "Oração aos Moços").

Nesta função de seriadora, às vezes cede espaço para o ponto e vírgula, e fazem elegantes manobras conjuntas: "Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes." (Monteiro Lobato, O Engraçado Arrependido).

4 Intercalação
A vírgula marca bem a intercalação de elementos na oração, mas não reclama se o escritor por vezes usar para isso travessões ou parênteses: "Pode-se dizer, sem a menor sombra de dúvida, que a vírgula é - e não por acaso - o corpo e a alma da pontuação".

5 Dar ênfase
Sinaliza com eficácia a transposição enfática de um elemento do meio ou do final de uma oração para o início, ou do início para o final: "Ingênuo, o Inácio nunca foi. - Era um sujeito de fala mansa e longas dissertações, o Inácio."
Colaborar com a elipse

6 Colaborar com a elipse
A vírgula marca a omissão de termos no período:
"Aqueles são a parte da natureza. Estes, a do trabalho" (Rui Barbosa, Oração aos Moços)

7 Ser, muitas vezes, facultativa
O que abre campo a manobras estilísticas: "Mas neste clima singular e típico destacam-se outras anomalias, que ainda mais o agravam." Nessa passagem de Os Sertões, Euclides também poderia ter escrito: "Mas, neste clima singular e típico, destacam-se outras anomalias, que ainda mais o agravam".

8 Ser lógica e articulada
Não se presta a separar o inseparável. Assim, nada de pô-la entre sujeito e predicado ou entre verbo e seu objeto. Não "Pedro, compra livros" ou "Pedro compra, livros" quando se quer "Pedro compra livros". Se há aposto, pode-se tê-la duas vezes, antes e depois, para marcar o fato: "Pedro, meu irmão, compra livros".

9 Substituir outros sinais
A vírgula não é egoísta. Atua em ambientes em que outros sinais atuariam. Uma mina de ouro para escritores, que descobrem veios de expressividade na alternância de vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois-pontos, travessões, parênteses. Veja a passagem de Euclides: "O jagunço é menos teatralmente heroico; é mais tenaz; é mais resistente; é mais perigoso; é mais forte; é mais duro." Belo efeito, que teria diferente matiz com a vírgula: "O jagunço é menos teatralmente heroico, é mais tenaz, é mais resistente, é mais perigoso, é mais forte, é mais duro". Matiz distinto haveria com o uso de pontos: "O jagunço é menos teatralmente heroico. É mais tenaz. É mais resistente. É mais perigoso. É mais forte. É mais duro". Ao escritor compete a escolha adequada ao texto.

10 Ser usada com expressividade
A vírgula costuma ser certinha no comportamento, mas, vez por outra, por expressividade, pode surgir onde não devia, ou não surgir onde devia. Malícias do ofício! Foi o que fez Euclides, ao colocá-la para marcar pausa mecânica (também chamada respiratória) em "Mas no sul a força viva restante no temperamento dos que vinham de romper o mar imoto, não se delia num clima enervante."


Os sentidos da vírgula

Há casos em que a vírgula pode mudar o sentido da frase e gerar dúvidas

Josué Machado

É verdade que a vírgula, como a crase, não nasceu para humilhar ninguém. Mas pode humilhar, sim. E até causar pequenos desastres de compreensão. Ou de incompreensão, dependendo do caso e do contexto, porque quem virgula mal em geral escreve mal por não entender bem a estrutura da frase.

Primeiro, convém lembrar que nem toda vírgula indica pausa e nem toda pausa é indicada por vírgula. Depois, é da maior importância ressaltar que nunca se devem pôr vírgulas entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seus complementos. Posto isso e agrupando casos de alguma semelhança, podem-se resumir a quatro os principais empregos da vírgula.

1 Marcar inversões da ordem direta
Quando a crise chegou, estavam desprevenidos. Embora achasse que não, disse que o amava. Depois da lua de mel, fugiu dele para não mais voltar.

Quando o adjunto adverbial for representado por uma só palavra, a vírgula é dispensável, a menos que se queira acentuar o valor do advérbio: Hoje vamos passear no bosque. Melancolicamente se despediram. (Ou: "Melancolicamente, se despediram" /"Melancolicamente, despediram-se".)

2 Marcar intercalações que interrompam a ordem natural da frase
Em explicações, retificações, ressalvas, continuações, aposições, vocativos, conclusões, inclusive oracionais: Aquele político, eterno candidato, se refugia na Câmara para não ir preso.

Nós, respondeu o representante da bancada da motosserra, daremos um jeito.
Deus meu, por que me abandonaste?

3 Marcar omissão do verbo já enunciado na oração anterior
Ele foi de primeira classe; ela, de terceira. (Foi.)
O marido gostava de balé; a mulher, de luta livre. (Gostava.)
Ou:
O marido gostava de balé, e a mulher, de luta livre.
Nota-se que no exemplo anterior justifica-se a vírgula antes da conjunção "e" porque ela une duas orações com sujeitos diferentes: marido e mulher.

4 Separar termos da mesma função em sequência, coordenados
Laranjas, limões, bananas; ladrões, traficantes, políticos; jogar, correr, disputar; primeiro, segundo, terceiro, quarto. A casa onde nasceu, a rua onde viveu, a cidade onde morreu. Ela deixou livros, discos, quadros, tapetes, saudades.

Mas não se usa vírgula antes do verbo, após o último elemento de uma série de núcleos de sujeito separados por vírgula: Os livros raros, os discos da coleção, os quadros antigos, os tapetes puídos, as lembranças amargas (sujeito) foram deixados pela amada que partia.

Proibição
Fora os quatro grupos de casos mais ou menos óbvios, é preciso acentuar dois casos fundamentais, já citados, de vírgulas absolutamente impróprias.

1 Jamais se separa por vírgula o sujeito (grifado nos exemplos) do predicado verbal, mesmo que o núcleo, modificado por adjuntos, esteja distante do verbo, destacado em negrito.

A) O consultório daquele cirurgião plástico açougueiro no extremo oposto de minha rua foi fechado pela polícia.
B) O padre procurado pela justiça e o filho dele mantinham a igreja caça-níqueis em funcionamento.
C) Muito melhor do que cassar aquele político seria forçá-lo a devolver o dobro do que afanou.

Para descobrir o sujeito pergunta-se ao verbo: o que ou quem.
A) O que foi fechado? Sujeito: o consultório (núcleo do sujeito).
B) Quem mantinha a igreja caça-níqueis? Sujeito: o padre e o filhote (sujeito composto por dois núcleos).
C) O que seria melhor do que cassá-los? Sujeito: forçá-los a devolver em dobro a bufunfa afanada.

Há orações que funcionam como sujeitos. Nem assim devem ser separadas do predicado verbal de que são sujeitos: Quem com ferro fere com ferro será ferido. O homem que lê vale mais. É absolutamente necessário que todos votemos melhor.

2 A vírgula jamais deve separar o verbo de seus complementos (grifados).
O Luís come empadinhas engorduradas todos os dias. O Edgard gostou muito daquela garota robusta.
Elas responderam a eles (compl.) que não voltariam (compl.). À mulher e aos filhos (compl.) ele disse que não voltaria mais (compl.).


Exercício 1

Corrija se necessário

1 O que ela mais queria, era voltar a ser amada.
2 Quem tem pressa, come cru.
3 Até os maus funcionários, ajudaram na tragédia.
4 Estapeada, voltou a outra face.
5 Depois de chorar, confessou, à mulher e aos filhos, que, nunca mais, faria aquilo.
6 Depois da fome, vem a miséria.
7 Os senadores, lamentavelmente, vão à breca.
8 Temos o dever de criar condições, para que, este grande país, cresça cada vez mais.
9 O melhor de tudo isso, é que deixamos de pagar a CPMF, com amor à pátria estremecida.
10 Como diz o velho ditado, quem não tem cão, caça com cachorro.

Solução: As frases que devem ser corrigidas são: 5) Depois de chorar, confessou à mulher e aos filhos que nunca mais faria aquilo; 8) Temos o dever de criar condições para que este grande país cresça cada vez mais; 9) O melhor de tudo isso é que deixamos de pagar a CPMF com amor à pátria estremecida; 10) Como diz o velho deitado, quem não tem cão caça com cachorro.


Exercício 2

Corrija, se necessário

1 Quem quiser se casar cedo, pode fazê-lo desde que tenha meios.
2 Depois dos Jogos Pan-Americanos o governo brasileiro entregou, ao governo cubano, os dois boxeadores fugitivos.
3 Os presidentes atual e anterior fazem, e fizeram no governo, o que criticavam, quando na oposição.
4 Se nunca tivesse visto aquela mulher não teria enlouquecido de amor.
5 Por causa da pressão popular o corrupto talvez seja cassado.
6 Houve muitos candidatos mas poucos foram eleitos.
7 Ele só escapará se o voto for secreto.
8 Se o voto for secreto ele poderá escapar.
9 Já se sabia que se o voto fosse secreto ele poderia escapar.
10 No princípio criou Deus o Céu e a Terra.

Solução: 1) Quem quiser se casar cedo pode fazê-lo (vírgula facultativa) desde que tenha meios; 2) Depois dos Jogos Pan-Americanos, o governo brasileiro entregou ao governo cubano os dois boxeadores fugitivos; 3) Os presidentes atual e anterior fazem e fizeram no governo o que criticavam quando na oposição; 4) Se nunca tivesse visto aquela mulher, não teria enlouquecido de amor; 5) Por causa da pressão popular, o corrupto talvez seja cassado; 6) Houve muitos candidatos, mas poucos foram eleitos; 8) Se o voto for secreto, ele poderá escapar; 9) Já se sabia que, se o voto fosse secreto, ele poderia escapar; 10) No princípio, criou Deus o Céu e a Terra.

- Um Moçambique de histórias
- Provérbios que ensinam
- O morro dos jesuítas
- Quando partes parecem o todo

Fonte:http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11911


Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10 - Celebridades - Música - Esportes

Erudição acelerada

  REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 152
Erudição acelerada

Preocupação com o futuro dos filhos leva pais a lotar a agenda de atividades das crianças; fenômeno nos EUA ganha o nome de overparenting
 
Fabiano Curi

O menino John cresceu praticamente isolado de outras crianças. Seus companheiros mais próximos eram os irmãos e o pai, que lhe impôs um rigoroso plano de estudos. Tão rígido que aos cinco anos ele já sabia grego; aos nove, álgebra e latim. Viveu mergulhado em ciência natural e letras clássicas. Não teve contato com religião, tampouco com assuntos metafísicos. Artes? Nada além de um pouco de música. Ainda antes dos dez anos, já escrevia densos artigos sobre história e lia Platão e Sófocles em grego. Aos doze, tinha o repertório intelectual de um homem de trinta extremamente erudito, muito mais do que o suficiente para entrar na faculdade.

Essa é uma história bastante conhecida do século 19. Seu protagonista foi o filósofo e político inglês John Stuart Mill, que recebeu um modelo de educação experimental inspirado na devoção ao filósofo utilitarista Jeremy Bentham. Para o pai, assuntos que fugissem dos que foram impostos ao garoto apenas alimentavam a estupidez humana.
Stuart Mill correspondeu aos anseios do pai e se tornou, além de um influente pensador liberal, um defensor da igualdade pública e política das mulheres a partir de seu assento na Casa dos Comuns.

Hoje em dia, ainda que seja difícil imaginar alguém impondo semelhante plano de estudos para o filho, é muito fácil encontrar pais inflados pelos feitos de seus herdeiros. Ainda que as crianças não demonstrem habilidades físicas ou intelectuais acima da normalidade, ninguém segura o orgulho dos pais quando eles ouvem, por exemplo, que sua cria foi a primeira da classe a aprender uma determinada sílaba. Tudo dentro da normalidade da afeição familiar. O problema é quando os pais ultrapassam os limites desse comportamento e obsessivamente traçam metas para que os filhos brilhem quando adultos.

Não é incomum ver pais que se preocupam com a carreira dos filhos antes mesmo de eles começarem o processo de alfabetização. Procuram escolas bilíngues e que prometem um eficiente encaminhamento profissional num futuro distante. As crianças são matriculadas em diversos cursos esportivos, artísticos e de reforço escolar - a agenda dos pequenos é cheia. Nos Estados Unidos já foi cunhado até mesmo um novo termo para o fenômeno: overparenting.
Para a neuropsicóloga Sylvia Ciasca, professora do Departamento de Neurologia Infantil da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e presidente nacional da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil, esse desejo dos pais de verem os filhos os superarem sempre existiu, mas nunca com tanta ênfase como agora. "Vivemos num mundo mais competitivo que nos força a ter uma posição de competição e a criança se enquadra nisso", explica. Ela aponta para a visão de mundo predominante nos dias de hoje: "é necessário que um adulto bem-sucedido fale três idiomas e tenha determinadas habilidades físicas. Deixou-se de lado o fato de a criança aprender muito brincando e se relacionando".

A neuropsicóloga comenta que a criança tem um ritmo de aprendizado próprio e os níveis de desenvolvimento são imutáveis. "A criança tem um padrão de desenvolvimento e ela vai seguir esse padrão. Não adianta eu querer que ela ande antes de ficar em pé. O que nós estamos fazendo é simplesmente pulando fases", coloca. Essa opinião é compartilhada por Abram Topczewski, neuropediatra do Hospital Albert Einstein. Ele acrescenta que, por pressão dos pais, as escolas estão ávidas por alfabetizar as crianças com quatro ou cinco de anos de idade. "Isso é um absurdo, pois o sistema nervoso não está maturado para esse tipo de atividade", pontua. Ele também faz alerta: a estimulação precoce de crianças na alfabetização as leva a apresentar dificuldades de aprendizagem um pouco mais tarde.

Estresse
Qualquer adulto que obedece a uma agenda de atividades inclemente acaba, invariavelmente, estressado. Com os mais novos não é diferente. "Temos crianças cada vez mais estressadas, com problemas psiquiátricos. Hoje se fala muito em depressão na criança, em estresse infantil e em distúrbios do sono, coisas que, até pouco tempo atrás, eram características do adulto", conta Sylvia Ciasca. Essa assertiva é ratificada pela psicanalista Marise Bastos, da Associação Lugar de Vida e do Instituto Sedes Sapientiae: "não é por acaso que uma das patologias contemporâneas é a hiperatividade. As crianças têm inúmeras coisas para fazer e depois nos queixamos de que elas estão hiperativas".

O quadro se agrava porque essa preocupação dos pais com o futuro dos filhos acaba sendo transmitida em forma de expectativa para as crianças - elas são responsáveis pela superação das conquistas dos pais. "Nós enriquecemos e prosperamos, e as crianças são colocadas como alvo disso, elas devem conquistar ainda mais", afirma. A psicanalista lembra que na infância é normal fantasiar sobre o futuro, imaginando que será um astronauta ou estrela de cinema, porém, para as novas gerações, o sonho é outro. "O importante é saber quantos carros terão na garagem ou quantas viagens vão fazer.Vejo as crianças muito aflitas com a possibilidade de mais adiante não haver recursos materiais para bancarem aquilo que elas já têm", coloca. A preocupação está ligada à riqueza material. "Os adultos estão o tempo todo mostrando a elas que isso é o sinal de sucesso. Assim, o próprio valor da escola é relativizado, já que a importância para os mais jovens não está na profissão, mas no emprego, que deve ser bacana", diz.

Responsabilidades
O Departamento de Orientação Educacional do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, procura ajudar alunos com problemas na organização de suas rotinas. Evidentemente, muitos dos casos que passam por ali estão ligados ao desempenho escolar. Contudo, os serviços prestados pelos profissionais que lá trabalham não se restringem ao universo da escola. "Se um aluno apresenta dificuldades numa matéria, elaboramos um plano de estudos estabelecendo uma meta que visa recuperar as notas. Procuramos equilibrar a rotina desse aluno", explica a coordenadora do departamento, Vera Lúcia Malatto. Ela ressalva que, apesar de os profissionais definirem o que é prioritário, o intuito não é levar o aluno ao estresse. "Para nós é importante que os alunos tenham tempo para o lazer, para outras atividades, para o esporte", lembra.

Vera Lúcia aponta que os problemas que afligem os alunos da escola variam de acordo com a faixa etária. Entre os mais velhos, que cursam os últimos anos do ensino médio, há a incerteza da carreira. Nos mais novos, a preocupação é com a necessidade de satisfazer as expectativas dos pais e em estar inserido no grupo. "Se nós detectarmos um aluno estressado, fazemos o encaminhamento para profissionais especializados e um trabalho de orientação junto da família", esclarece.

Alguns educadores e psicólogos fazem uma reflexão sobre as mudanças ocorridas nas famílias nos últimos anos em decorrência dos valores instituídos para explicar e criticar esse processo de sobrecarga de atividades na vida das crianças. A emancipação profissional das mulheres e a consequente ausência de mães e pais em boa parte do dia os obrigam a encontrar atividades para que os filhos não passem muito tempo no ócio e sem supervisão. Mas nem todos acreditam que esse seja o único motivo. Para o psicólogo responsável pelo Serviço de Atendimento a Famílias e Casais (Sefam) da USP, Marcelo Lábaki Agostinho, os pais não confiam em suas próprias intuições na hora de educar os filhos. "Vivemos num mundo muito especializado e os pais precisam da certificação de um especialista", coloca.

Os problemas da família
O neuropediatra Abram Topczewski segue na mesma linha e acredita que os pais estão mal orientados e demandam da escola uma educação que contemple soluções para seus temores - o que envolve, inclusive, a existência de um currículo muitas vezes inadequado para o desenvolvimento normal da criança. Para ele, com medo de perder alunos para a concorrência, muitas escolas se submetem às exigências. Para a neuropsicóloga Sylvia Ciasca, uma coisa é ter motivação e estímulo para aprender, outra é sobrecarregar essa motivação e esse estímulo. Voltemos ao relato do começo para esclarecer algumas consequências desse excesso. Que John Stuart Mill se tornou uma figura de muito destaque brilhando como o planejado por seu pai, não há dúvidas. Entretanto, a dedicação incondicional à formação teve seu preço: aos 20 anos mergulhou em profunda depressão. Em suas memórias ele conta que o pessimismo e a melancolia só começaram a dar trégua quando percebeu que havia deixado de lado muitas coisas importantes na infância e, assim, passou a buscar prazer descompromissado nas artes.

"Supereducação"

Nos Estados Unidos, a psicóloga Hara Estroff Marano lançou um livro intitulado A Nation of Wimps: The High Cost of Invasive Parenting. Ela traça um panorama das mudanças ocorridas na educação das crianças nas últimas décadas naquele país. Segundo a autora, estão se formando gerações de pessoas mimadas, incapazes de lidar com a possibilidade de fracasso ou de frustração, devido ao excesso de zelo e de expectativa dos pais.

Marano relata que as famílias um pouco mais abastadas, na sanha de formar indivíduos excepcionais, impõem aos filhos estafantes rotinas de aulas extracurriculares e de atividades físicas para que, desde pequenos, comecem a rechear currículos que garantam o ingresso nas melhores universidades e empregos. O temor do insucesso leva os pais a, por exemplo, mandarem seus filhos para acampamentos de estudos intensivos nas férias escolares e a pagarem até US$ 40 mil por serviços de orientação acadêmica que abram portas nas universidades mais cobiçadas.

A autora também critica o desenvolvimento de uma nova indústria de produtos voltados para uma "supereducação" que explora a insegurança dos pais. Grandes empresas do setor cultural e de entretenimento vêm aumentando seus catálogos com filmes, músicas e histórias que prometem estimular os futuros gênios desde os primeiros meses de vida.

Em reação às pressões de pais e escolas por um desempenho
extenuante das crianças, o Slow Movement já tem uma campanha por escolas e educação mais lentas. O objetivo, segundo a entidade, é evitar currículos extremamente rígidos e padronizados e desenvolver na criança uma relação mais tranquila e prazerosa com a aprendizagem.


- Déficit histórico
- Gestão local
- Pimentas na inteligência
- Trama variada

Fonte:http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12819


Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10 - Celebridades - Música - Esportes

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um estudo realizado em ratos avaliou o impacto que o estresse tem nos primeiros anos de vida


Newsletter
Bebes estressados, adultos complicados
Um estudo realizado em ratos avaliou o impacto que o estresse tem nos primeiros anos de vida e como ele pode resultar em problemas futuros de comportamento. Este estudo foi conduzido por Christopher Murgatroyd, do Instituto Max Planck de Psiquiatria, em Munique, Alemanha.

O trabalho descreve os efeitos em longo prazo do estresse em ratos bebês na revista Nature Neuroscience.  Os ratos da pesquisa produziram, diante do estresse, hormônios que "mudaram" seus genes, afetando o comportamento ao longo das suas vidas. Este trabalho poderia fornecer pistas sobre como o estresse e o trauma na infância podem levar a problemas futuros.
Os filhotes de ratos foram submetidos a estresse devido ao fato de serem separados de suas mães durante três horas por dia durante dez dias. Apesar dos animais não serem afetados a nível nutricional, eles manifestaram reações físicas de estresse diante do abandono.  A equipe descobriu que os ratos "abandonados" precocemente foram menos capazes de lidar com situações estressantes no futuro, ao longo das suas vidas. O Dr. Murgatroyd explicou que estes efeitos - dificuldade em lidar com estresse no futuro - foram causados por "mudanças epigenéticas", onde a primeira experiência estressante realmente mudou o DNA de alguns genes dos animais.

"Este é um mecanismo que acontece em duas fases", explicou o Dr. Murgatroyd. "Quando os ratos bebê foram estressados, eles produziram altos níveis de hormônios do estresse (cortisol)". Esse hormônio interfere no DNA de um gene destinado a codificar outro hormônio específico do estresse - a vasopressina, também conhecido como hormônio antidiurético. "Tal evento deixa uma marca permanente no gene do hormônio antidiurético," disse o Dr. Murgatroyd. "Em seguida, é programado para produzir altos níveis [do hormônio] mais tarde na vida."

 bebe estresse

Os pesquisadores foram capazes de mostrar que a vasopressina estava por trás do comportamento e problemas de memória. Quando os ratos adultos receberam uma droga que bloqueava os efeitos desse hormônio, o seu comportamento voltou ao normal.  Este trabalho foi realizado em ratos, mas os cientistas também estão investigando como o trauma de infância em humanos pode levar a problemas como a depressão. 
Professor Hans Reul, um neurocientista da Universidade de Bristol, Reino Unido, disse que esta foi "uma adição muito valiosa para o entendimento sobre os efeitos em longo prazo do estresse no início da vida".

Há fortes evidências de que as adversidades, tais como o abuso e negligência durante a infância contribuam para o desenvolvimento de doenças psiquiátricas como a depressão, por exemplo, na idade adulta. Isso ressalta a importância do estudo dos mecanismos relacionados aos transtornos emocionais e ao estresse. Veja Vivências Traumáticas em Crianças emPsiqWeb.
O número de gestações com Síndrome de Down aumentou mais de 70% nos últimos 20 anos, segundo pesquisadores.
O forte aumento no número de crianças que nascem com Síndrome de Down reflete o crescente número de mulheres mais velhas a engravidar, quando então há um risco mais elevado para esta doença. A Universidade de Londres realizou um estudo abrangendo Inglaterra e País de Gales. O número de gestações com Síndrome de Down aumentou de 1.075 em 1990 para 1.843 em 2008.
Os avanços e a melhora no rastreamento genético pré-natal é que denuncia o aumento do diagnóstico dessas gestações, entretanto, o número de crianças com está síndrome diminuiu. Isso aconteceu porque, de acordo com o estudo, a proporção de casais que decide interromper a gravidez depois do diagnóstico precoce da doença gira em torno de 92%, conforme dizem os pesquisadores ingleses.
Joan Morris, professor de estatísticas médicas da Queen Mary Hospital e que conduziu a pesquisa disse que o risco de um bebê nascer com síndrome de Down é uma em 940 para uma mulher até os 30 anos, entretanto, depois dos 40 anos o risco sobe para uma em 85. "O que estamos vendo aqui é um aumento acentuado de gestações com Síndrome de Down, porém, esse aumento é compensado pelas melhorias no diagnóstico precoce".
Alguns casais mais velhos, por outro lado, apesar de avisados do maior risco para a Síndrome de Down continuam preferindo manter a gravidez e aceitam o filho com esse problema. Foi o caso de Natasha e Eddie Batha, avisados pelos médicos que a chance de gerarem uma criança com Síndrome de Down era de um para 170 e cuja filha Mia realmente confirmou esse risco.

 O senhor Batha declarou à BBC que "se trata apenas de um outro ser humano, um pouco diferente". No caso dele, "Mia é um pouco mais lenta para entender as coisas". A mãe, Natasha, diz que muitas pessoas estão mal informadas sobre a Síndrome de Down, o que tem contribuído para as altas taxas de aborto.
 Down


A Síndrome de Down é um distúrbio genético descoberto pelo médico britânico John Langdon Down em 1866, caracterizado pela redução na capacidade de aprender e de se desenvolver mentalmente. No Reino Unido cerca de 60.000 pessoas têm Síndrome de Down. Fonte: BBC . (veja mais sobre Síndrome de Down em Fundação Síndrome de Down).
Sentir raiva é ruim, esconder a raiva é pior ainda
Homens que não expressam abertamente sua raiva diante de situações onde se sentem muito prejudicados, como por exemplo, se forem tratados injustamente no trabalho, duplicam o risco de um ataque cardíaco, conforme sugere uma pesquisa sueca. Os pesquisadores analisaram 2.755 trabalhadores do sexo masculino em Estocolmo que não tinham tido um ataque cardíaco.

As pessoas pesquisadas foram questionadas sobre como lidavam com o conflito no trabalho, fosse com superiores ou com colegas. Os pesquisadores dizem que o estudo mostra uma forte relação entre a raiva reprimida e doenças cardíacas.
As pessoas foram divididas em dois grupos; aquelas que lidavam racionalmente com os conflitos possíveis de gerar raiva, opinando ou manifestando descontentamento e aquelas que, embora sendo mobilizadas emocionalmente, deixavam as coisas passarem, não manifestavam qualquer reação emocional ao conflito. As pessoas do grupo, digamos, passivas, desenvolveram sintomas como cefaléia, dor de estômago ou apresentaram mau humor em casa.

Esse estudo começou em 1992 e terminou em 2003. Até o último ano de observação 47 das 2.755 pessoas estudadas tiveram um ataque cardíaco ou morte por doença cardíaca. Os homens que deixavam as coisas passarem sem dizer nada diante de situações estimulantes de raiva tiveram o dobro do risco de um ataque cardíaco ou morte por doença cardíaca grave, em comparação com os homens que agiam, questionavam e lidavam racionalmente com a situação.
 Raiva

Os pesquisadores acreditam que a raiva pode produzir tensões fisiológicas se não for externada, e estas tensões internas levam ao aumento da pressão arterial que, eventualmente, acabam prejudicando o sistema cardiovascular. O Dr. ConstanzeLeineweber, do Stress Research Institute de Estocolmo, que liderou esse estudo disse: "... apesar de existir uma pesquisa anterior apontando sobre isso, a surpresa foi que a associação entre a raiva reprimida e doenças do coração não parecia ser tão forte como se demonstrou agora". Fonte: BBC .
A Raiva não é contra-indicada ao ser humano apenas por questão ética, mas, sobretudo, por seu aspecto médico. A Raiva mata ou, pelo menos, aumenta os riscos de ter algum problema sério de saúde, desde uma simples crise alérgica, ou grave úlcera digestiva, até um fulminante ataque cardíaco.
Visite PsiqWeb




Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Rendimento escolar é bem melhor quando a criança pratica alguma atividade física

Rendimento escolar é bem melhor quando a criança pratica alguma atividade física

Dados de 232 estudantes suecos do 9º ano foram coletados para avaliação das notas escolaresTodo mundo já está cansado de saber que a prática de atividade física regularmente traz diversos benefícios à saúde. No entanto, um recente estudo revela que o exercício físico pode refletir positivamente nas notas escolares de crianças e adolescentes.

 


Entre as meninas, por exemplo, a realização de atividades físicas vigorosas pode estar associada com um melhor desempenho acadêmico. Já entre os meninos, o condicionamento aeróbico pareceu ter uma influência nesse sentido.

“A atividade física ajuda positivamente no desempenho escolar como no físico das crianças, promovendo uma boa postura corporal e outros benefícios”, alerta a fisioterapeuta e tutora do Portal Educação, Tatiana Leme.

Para a realização do estudo, dados de 232 estudantes suecos do 9º ano foram coletados para avaliação das notas escolares, da adolescência, dobras cutâneas, condicionamento cardiovascular e atividade física.


Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/noticias/40423/rendimento-escolar-e-bem-melhor-quando-a-crianca-pratica-alguma-atividade-fisica:

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Aparecimento de Jahnava Takurani dia 16/05/2024 quinta-feira

Jahnava Thakurani: Heroína Suprema Satyaraja Dasa Após a partida de Nityananda Prabhu deste mundo, sua esposa desempenhou um papel de lidera...