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sexta-feira, 11 de março de 2011
COMO MEDITAR
De: NagarjunaMadrid | Criado em: 12/06/2009
ESTUDIANTES -
DARCY JONES -
VEN. BRIAN HALTERMAN
El DVD completo con todos los módulos se puede encontrar en :
http://shop.fpmt.org/Descubre-el-Budismo-Series-en-DVD--Subtitulos-en-Espaol_...
Follow a module of the Discovering Buddhism study program for free on the FPMT online Learning center at http://onlinelearning.fpmt.org
More information on Discovering Buddhism can be found at http://www.fpmt.org
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quarta-feira, 9 de março de 2011
Quarta-feira de Cinzas
3 Fevereiro 2008 - por cantodapaz
Você sabe de onde vêm as cinzas que recebemos na Quarta-Feira de Cinzas? Você acha que é papel queimado? graveto queimado? carvão triturado? Se você não sabe, as cinza vêm dos ramos bentos do Domingo de Ramos do ano anterior.foto de Fabian Lewkowicz
Quando recebemos os ramos no Domingo de Ramos, os levamos para as nossas casas e as colocamos junto aos nossos crucifixos de parede e ou junto aos nossos oratórios, mas com o tempo eles secam. Quando secam, não devemos jogá-los fora, pois foram bentos pelo sacerdote. Por isso, devemos entregá-los na igreja para que sejam queimados e transformados em cinzas, a fim de serem usadas no dia de Quarta-Feira de Cinzas do ano seguinte.No dia de Quarta-Feira de Cinzas, os fiéis são marcados na testa com as cinzas em forma de cruz ou a recebem um pouco sobre as suas cabeças, quando o secerdote pronuncia a seguinte frase, à sua escolha: - "Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás!" ou "Convertei-vos e crede no Evangelho!"
Bem, agora ofereceremos um belo artigo de um frade franciscano para que todos possam compreender melhor o significado deste dia:
"Um pouco mais de um mês, e vai chegar a festa mais importante do ano, a celebração do acontecimento central e máximo de toda a história da humanidade. Está se aproximando a Páscoa. E porque ela é tão grande, merece uma preparação à altura. Começa nesta quarta-feira a nossa preparação para a Páscoa. E como inauguramos esta preparação? Colocando cinza sobre a nossa cabeça, como sinal de penitência, isto é, como sinal de que estamos dispostos a nos alinharmos no caminho de Deus com seu projeto de justiça e paz para todos. Além disso, passamos esse dia fazendo jejum, também como sinal de penitência. Serão então quarenta dias de preparação: Quaresma…
Quarta-feira de cinzas! Celebramos neste dia o mistério do Deus misericordioso que acolhe nossa penitência, nossa conversão, isto é, o reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais, pecadoras. Conversão que consiste em crer no Evangelho, isto é, aderir a ele, viver segundo o ensinamento do Senhor Jesus. Numa palavra, trata-se de entrar no caminho pascal de Jesus. “Convertei-vos, e crede no Evangelho”: é o convite que Jesus faz (cf. Mc 14,15). Esta palavra, a gente ouve, recebendo cinzas sobre a nossa cabeça. Por que cinzas? É para lembrar que, de fato somos pó! Mas não reduzidos a pó!…
A fé em Jesus ressuscitado faz com que a vida renasça das cinzas. Quando o ser humano reconhece sua condição de criatura realmente necessitada da ação de Deus, em Cristo e no Espírito, então Jesus Cristo faz brotar vida de nossa condição mortal. Reconhecer-se assim, é entrar numa atitude pascal, isto é, de passagem com Cristo da morte para a vida.
Esta páscoa, a gente vive na conversão, através dos exercícios da oração, do jejum e da esmola ou partilha de bens e gestos solidários, no espírito do Sermão da Montanha. Páscoa que celebramos na Eucaristia, pela qual aclamamos Deus como aquele que, acolhendo nossa penitência, corrige nossos vícios, eleva nossos sentimentos, fortifica nosso espírito fraterno e, assim, nos dá a graça de nos aproximarmos do seu jeito misericordioso de ser, e nos garante uma eterna recompensa. Por isso que o sacerdote, em nome de toda a assembléia, canta na Oração Eucarística: “Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso…, vós acolheis nossa penitência como oferenda à vossa glória. O jejum e abstinência que praticamos, quebrando nosso orgulho, nos convidam a imitar vossa misericórdia, repartindo o pão com os necessitados […]
Pela penitência da Quaresma, vós corrigis nossos vícios, elevais nossos sentimentos, fortificais nosso espírito fraterno e nos garantis uma eterna recompensa” (Prefácio da Quaresma III e IV). Junto com a oferta total de Cristo ao Pai, pelo Espírito Santo, na Liturgia eucarística, une-se também a oferta de nossa penitência quaresmal. E Deus, por sua vez, nos recompensa com o corpo entregue e o sangue derramado de seu Filho Jesus, na santa comunhão.
Que o Cristo pascal nos ajude, para que o nosso jejum seja realmente agradável a Deus e nos sirva de remédio para a cura dos nossos vícios. E assim possamos celebrar dignamente a santa Páscoa de Cristo e nossa Páscoa. Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
1. Qual o sentido da Quarta-feira de cinzas na vida do cristão?
2. Por que a Igreja usa cinzas no início da preparação para a Páscoa?
3. Que é importante cultivar na comunidade e nas celebrações, no tempo da Quaresma?"
(www.cnbb.org.br - autor: Frei José Ariovaldo da Silva, OFM - texto com uma pequena modificação)
COMO SE CALCULA A PÁSCOA? QUANDO VAI CAIR?
A Páscoa sempre acontece na primeira lua cheia após a primavera na Europa (outono aqui no Brasil). A primavera na Europa tem um enorme significado de vida, pois durante o inverno toda a natureza fica morta, ressurgindo com o início de uma nova estação. Podemos fazer uma analogia da primavera com a Ressurreição de Jesus, que vence a morte.
Bem, como estávamos falando, quando descobre-se qual o dia da primeira lua cheia da primavera, então passam-se a contar 40 dias para trás (quaresma é a abreviação do latim, quadragésima), sem incluir os domingos. Então chega-se à data que será a Quarta-Feira de Cinzas e o início da quaresma. Por isso, a Páscoa é uma data móvel, assim como a Sexta-Feira Santa, a Quinta-Feira Santa, o Carvanal etc.
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8 mitos do preconceito linguístico
8 mitos do preconceito linguístico
Por/by: Cláudia Hashimoto Figueiredo Cerqueira
LAEL/PUC-SP
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 2002
Marcos Bagno, mineiro de Cataguases, é autor de livros infantis, juvenis e, além disso, já escreveu um livro de contos, A invenção das horas, ganhador do IV Prêmio Bienal Nestlé de Literatura em 1988. Em o Preconceito Lingüístico – O que é, como se faz - publicado em 1999 pela editora Loyola, Bagno traz uma discussão sobre as implicações sociais da língua. Ele já havia discutido em seu livro A língua de Eulália, Novela Sociolingüísticaa forma preconceituosa com que a língua é tratada na escola e na sociedade e, no Preconceito Lingüístico, retoma essa discussão.
Na edição mais atual de seu livro (15ª), encontrei algumas modificações significativas em comparação com a primeira edição. Segundo o autor, essas mudanças devem-se à vontade de manter o livro sempre atualizado, sintonizado com a evolução e a maneira de ver as coisas; com as críticas, sugestões e comentários que o trabalho recebe. Dentre as mudanças, destaco o acréscimo de um capítulo final - O Preconceito contra a lingüística e os lingüistas, o anexo de uma carta de Bagno à Revista Veja, e a história da capa do livro.
Bagno recusa a noção simplista que separa o uso da língua em " certo" e " errado" , dedicando-se a uma pesquisa mais profunda e refinada dos fenômenos do português falado e escrito no Brasil.
Ao mesmo tempo, convida o leitor a fazer um passeio pela mitologia do preconceito lingüístico, a fim de combater esse preconceito no nosso dia-a-dia, na atividade pedagógica de professores em geral e, particularmente, de professores de língua portuguesa. Para isso. O autor analisa oito mitos inseridos no primeiro capítulo do livro A mitologia do preconceito lingüístico.
No Mito nº 1 – A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente, em que o autor fala da diversidade do português falado no Brasil e destaca a importância de as escolas e todas as demais instituições voltadas para a educação e a cultura abandonarem esse mito da unidade do português no Brasil e passarem a reconhecer a verdadeira diversidade lingüística de nosso país Qualquer manifestação lingüística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito lingüístico, " errada" , como Bagno discute no Mito nº 4 – As pessoas sem instrução falam tudo errado.
No Mito nº 2 – Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português, o autor faz uma longa análise levando em conta a história desses dois países e desmistifica mais esse preconceito. Quanto ao ensino do português no Brasil, questão também abordada no Mito nº 3 - Português é muito difícil, o problema é que as regras gramaticais consideradas " certas" são aquelas usadas em Portugal, e como o ensino de língua sempre se baseou na norma gramatical portuguesa, as regras que aprendemos na escola, em boa parte não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. Por isso achamos que português é uma língua difícil. O mito, Brasileiro não sabe português afeta o ensino da língua estrangeira, pois é comum escutar professores dizer: os alunos já não sabem português, imagine se vão conseguir aprender outra língua, fazendo a velha confusão entre a língua e a gramática normativa.
Bagno, no Mito nº 5 – O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão, diz ser este um mito sem nenhuma fundamentação científica, uma vez que nenhuma variedade, nacional, regional ou local seja intrinsecamente " melhor" , " mais pura" , " mais bonita" , " mais correta" do que outra.
Mais um preconceito analisado é a tendência muito forte, no ensino da língua, de obrigar o aluno a pronunciar " do jeito que se escreve" , como se fosse a única maneira de falar português, Mito nº 6 – O certo é falar assim porque se escreve assim.
Mito nº 7 – É preciso saber gramática para falar e escrever bem. Segundo o autor, é difícil encontrar alguém que não concorde com esse mito. Que se invalida, entre outras razões, pelo simples fato de que se fosse verdade, todos os gramáticos seriam grandes escritores, e os bons escritores seriam especialistas em gramática. A gramática, na visão do autor, passou a ser um instrumento de poder e de controle.
O último Mito – O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social, que fecha o circuito mitológico, tem muito a ver com o primeiro, pois ambos tocam em sérias questões sociais. Bagno diz que o domínio da norma culta nada vai adiantar a uma pessoa que não tenha seus direitos de cidadão reconhecidos plenamente e que não basta ensinar a norma culta a uma criança pobre para que ela " suba na vida" Precisa haver um reconhecimento da variação lingüística, porque segundo o autor, o mero domínio da norma culta não é uma fórmula mágica que, de um momento para outro, vai resolver todos os problemas de um indivíduo carente.
No capítulo II O círculo vicioso do preconceito lingüístico, o autor explica que os mitos analisados no capítulo I são perpetuados em nossa sociedade por um mecanismo de círculo vicioso do preconceito lingüístico e demonstra como o procedimento de muitos profissionais colabora para a manutenção da prática de exclusão.
No Capítulo III A desconstrução do preconceito lingüístico Bagno discute a ruptura do circuito vicioso do preconceito lingüístico, afirmando que a norma culta é reservada, por questões de ordem política, econômicas, sociais e culturais, a poucas pessoas no Brasil.
Discute, por exemplo, a mudança de atitude do professor que deve refletir-se na não-aceitação de dogmas, na adoção de uma nova postura (crítica) em relação a seu próprio objeto de trabalho: a norma culta. Essa mudança, do ponto de vista teórico, poderia ser simbolizada numa troca de sílabas: ao invés de rePEtir alguma coisa,o professor deveria reFLEtir sobre ela.
Neste mesmo capítulo o autor discorre sobre o que é ensinar o português; o que é erro; a paranóia ortográfica (procurar imediatamente erros na produção de um aluno). Reconhece que o preconceito lingüístico está aí, firme e forte, e que mudanças só acontecerão quando houver uma transformação radical do tipo de sociedade em que estamos inseridos.
No último capítulo ( IV) O preconceito contra a lingüística e os lingüistas, Bagno discute o ensino da gramática tradicional. Sua crítica diz respeito aos conceitos da gramática tradicional, estabelecidos há mais de 2.300 anos. Levanta novamente a questão das mudanças, reconhecendo que o novo assusta, subverte as certezas e compromete as estruturas de poder e dominação há muito vigentes.
8 mitos do preconceito linguísticoPor/by: Cláudia Hashimoto Figueiredo Cerqueira
LAEL/PUC-SP
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico – o que é, como se faz. 15 ed. Loyola: São Paulo, 2002
Marcos Bagno, mineiro de Cataguases, é autor de livros infantis, juvenis e, além disso, já escreveu um livro de contos, A invenção das horas, ganhador do IV Prêmio Bienal Nestlé de Literatura em 1988. Em o Preconceito Lingüístico – O que é, como se faz - publicado em 1999 pela editora Loyola, Bagno traz uma discussão sobre as implicações sociais da língua. Ele já havia discutido em seu livro A língua de Eulália, Novela Sociolingüísticaa forma preconceituosa com que a língua é tratada na escola e na sociedade e, no Preconceito Lingüístico, retoma essa discussão.
Na edição mais atual de seu livro (15ª), encontrei algumas modificações significativas em comparação com a primeira edição. Segundo o autor, essas mudanças devem-se à vontade de manter o livro sempre atualizado, sintonizado com a evolução e a maneira de ver as coisas; com as críticas, sugestões e comentários que o trabalho recebe. Dentre as mudanças, destaco o acréscimo de um capítulo final - O Preconceito contra a lingüística e os lingüistas, o anexo de uma carta de Bagno à Revista Veja, e a história da capa do livro.
Bagno recusa a noção simplista que separa o uso da língua em " certo" e " errado" , dedicando-se a uma pesquisa mais profunda e refinada dos fenômenos do português falado e escrito no Brasil.
Ao mesmo tempo, convida o leitor a fazer um passeio pela mitologia do preconceito lingüístico, a fim de combater esse preconceito no nosso dia-a-dia, na atividade pedagógica de professores em geral e, particularmente, de professores de língua portuguesa. Para isso. O autor analisa oito mitos inseridos no primeiro capítulo do livro A mitologia do preconceito lingüístico.
No Mito nº 1 – A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente, em que o autor fala da diversidade do português falado no Brasil e destaca a importância de as escolas e todas as demais instituições voltadas para a educação e a cultura abandonarem esse mito da unidade do português no Brasil e passarem a reconhecer a verdadeira diversidade lingüística de nosso país Qualquer manifestação lingüística que escape desse triângulo escola-gramática-dicionário é considerada, sob a ótica do preconceito lingüístico, " errada" , como Bagno discute no Mito nº 4 – As pessoas sem instrução falam tudo errado.
No Mito nº 2 – Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português, o autor faz uma longa análise levando em conta a história desses dois países e desmistifica mais esse preconceito. Quanto ao ensino do português no Brasil, questão também abordada no Mito nº 3 - Português é muito difícil, o problema é que as regras gramaticais consideradas " certas" são aquelas usadas em Portugal, e como o ensino de língua sempre se baseou na norma gramatical portuguesa, as regras que aprendemos na escola, em boa parte não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. Por isso achamos que português é uma língua difícil. O mito, Brasileiro não sabe português afeta o ensino da língua estrangeira, pois é comum escutar professores dizer: os alunos já não sabem português, imagine se vão conseguir aprender outra língua, fazendo a velha confusão entre a língua e a gramática normativa.
Bagno, no Mito nº 5 – O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão, diz ser este um mito sem nenhuma fundamentação científica, uma vez que nenhuma variedade, nacional, regional ou local seja intrinsecamente " melhor" , " mais pura" , " mais bonita" , " mais correta" do que outra.
Mais um preconceito analisado é a tendência muito forte, no ensino da língua, de obrigar o aluno a pronunciar " do jeito que se escreve" , como se fosse a única maneira de falar português, Mito nº 6 – O certo é falar assim porque se escreve assim.
Mito nº 7 – É preciso saber gramática para falar e escrever bem. Segundo o autor, é difícil encontrar alguém que não concorde com esse mito. Que se invalida, entre outras razões, pelo simples fato de que se fosse verdade, todos os gramáticos seriam grandes escritores, e os bons escritores seriam especialistas em gramática. A gramática, na visão do autor, passou a ser um instrumento de poder e de controle.
O último Mito – O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social, que fecha o circuito mitológico, tem muito a ver com o primeiro, pois ambos tocam em sérias questões sociais. Bagno diz que o domínio da norma culta nada vai adiantar a uma pessoa que não tenha seus direitos de cidadão reconhecidos plenamente e que não basta ensinar a norma culta a uma criança pobre para que ela " suba na vida" Precisa haver um reconhecimento da variação lingüística, porque segundo o autor, o mero domínio da norma culta não é uma fórmula mágica que, de um momento para outro, vai resolver todos os problemas de um indivíduo carente.
No capítulo II O círculo vicioso do preconceito lingüístico, o autor explica que os mitos analisados no capítulo I são perpetuados em nossa sociedade por um mecanismo de círculo vicioso do preconceito lingüístico e demonstra como o procedimento de muitos profissionais colabora para a manutenção da prática de exclusão.
No Capítulo III A desconstrução do preconceito lingüístico Bagno discute a ruptura do circuito vicioso do preconceito lingüístico, afirmando que a norma culta é reservada, por questões de ordem política, econômicas, sociais e culturais, a poucas pessoas no Brasil.
Discute, por exemplo, a mudança de atitude do professor que deve refletir-se na não-aceitação de dogmas, na adoção de uma nova postura (crítica) em relação a seu próprio objeto de trabalho: a norma culta. Essa mudança, do ponto de vista teórico, poderia ser simbolizada numa troca de sílabas: ao invés de rePEtir alguma coisa,o professor deveria reFLEtir sobre ela.
Neste mesmo capítulo o autor discorre sobre o que é ensinar o português; o que é erro; a paranóia ortográfica (procurar imediatamente erros na produção de um aluno). Reconhece que o preconceito lingüístico está aí, firme e forte, e que mudanças só acontecerão quando houver uma transformação radical do tipo de sociedade em que estamos inseridos.
No último capítulo ( IV) O preconceito contra a lingüística e os lingüistas, Bagno discute o ensino da gramática tradicional. Sua crítica diz respeito aos conceitos da gramática tradicional, estabelecidos há mais de 2.300 anos. Levanta novamente a questão das mudanças, reconhecendo que o novo assusta, subverte as certezas e compromete as estruturas de poder e dominação há muito vigentes.
CERQUEIRA, Cláudia Hashimoto Figueiredo. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. DELTA [online]. 2003, vol.19, n.2 [cited 2011-03-09], pp. 399-401 . Available from:
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terça-feira, 8 de março de 2011
Tempo da Quaresma
Tempo da Quaresma
Na linguagem corrente, a Quaresma abrange os dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até ao Sábado Santo. Contudo, a liturgia propriamente quaresmal começa com o primeiro Domingo da Quaresma e termina com o sábado antes do Domingo da Paixão.A Quaresma pode se considerar, no ano litúrgico, o tempo mais rico de ensinamentos. Lembra o retiro de Moisés, o longo jejum do profeta Elias e do Salvador. Foi instituída como preparação para o Mistério Pascal, que compreende a Paixão e Morte (Sexta-feira Santa), a Sepultura (Sábado Santo) e a Ressurreição de Jesus Cristo (Domingo e Oitava da Páscoa).
Data dos tempos apostólicos a Quaresma como sinônimo de jejum observado por devoção individual na Sexta-feira e Sábado Santos, e logo estendido a toda a Semana Santa. Na segunda metade do século II, a exemplo de outras igrejas, Roma introduziu a observância quaresmal em preparação para a Páscoa, limitando porém o jejum a três semanas somente: a primeira e quarta da atual Quaresma e a Semana Santa.
A verdadeira Quaresma com os quarenta dias de jejum e abstinência de carne, data do início do século IV, e acredita-se que, para essa instituição, tenham influído o catecumenato e a disciplina da penitência pública.
O jejum consistia originariamente numa única refeição tomada à tardinha; por volta do século XV tornou-se uso comum o almoço ao meio-dia. Com o correr dos tempos, verificou-se que era demasiado penosa a espera de vinte e quatro horas; foi-se por isso introduzindo o uso de se tomar alguma coisa à tarde, e logo mais também pela manhã, costume que vigora ainda hoje. O jejum atual, portanto, consiste em tomar uma só refeição diária completa, na hora de costume: pela manhã, ao meio-dia ou à tarde, com duas refeições leves no restante do dia.
A Igreja prescreve, além do jejum, também a abstinência de carne, que consiste em não comer carne ou derivados, em alguns dias do ano, que variam conforme determinação dos bispos locais.
No Brasil são dias de jejum e abstinência a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira santa. Por determinação do episcopado brasileiro, nas sextas-feiras do ano (inclusive as da Quaresma, exceto a Sexta-feira Santa) fica a abstinência comutada em outras formas de penitência.
Praticar a abstinência é privar-se de algo, não só de carne. Por exemplo, se temos o hábito diário de assistir televisão, fumar, etc, vale o sacrifício de abster-se destes itens nesses dias. A obrigação de se abster de carne começa aos 15 anos. A obrigação de jejuar, limitando-se a uma refeição principal e a duas mais ligeiras no decurso do dia, vai dos 21 aos 59 anos. Quem está doente (e também as mulheres grávidas) não está obrigado a jejuar.
“Todos pecamos, e todos precisamos fazer penitência”, afirma São Paulo. A penitência é uma virtude sobrenatural intimamente ligada à virtude da justiça, que “dá a cada um o que lhe pertence”: de fato, a penitência tende a reparar os pecados, que são ultrajes a Deus, e por isso dívidas contraídas com a justiça divina, que requer a devida reparação e resgate. Portanto, a penitência inclina o pecador a detestar o pecado, a repará-lo dignamente e a evitá-lo no futuro.
A obrigatoriedade da penitência nasce de quatro motivos principais, a saber:
1º. - Do dever de justiça para com Deus, a quem devemos honra e glória, o que lhe negamos com o nosso pecado;Vê-se daí quão útil para o pecador aproveitar o tempo da Quaresma para multiplicar suas boas obras, e assim dispor-se para a conversão.
2º.- da nossa incorporação com Cristo, o qual, inocente, expiou os nossos pecados; nós, culpados, devemos associar-nos a ele, no Sacrifício da Cruz, com generosidade e verdadeiro espírito de reparação.
3º.- Do dever de caridade para com nós mesmos, que precisamos descontar as penas merecidas com os nossos pecados e que devemos, com o sacrifício, esforçar-nos por dirigir para o bem as nossas inclinações, que tentam arrastar-nos para o mal;
4º.- do dever de caridade para com o nosso próximo, que sofreu o mau exemplo de nossos pecados, os quais, além disso, lhe impediram de receber, em maior escala, os benefícios espirituais da Comunhão dos Santos.
Segundo os Santos Padres, a Quaresma é um período de renovação espiritual, de vida cristã mais intensa e de destruição do pecado, para uma ressurreição espiritual, que marque na Páscoa o reinício de uma vida nova em Cristo ressuscitado.
A Quaresma tem por escopo primordial incitar-nos à oração, à instrução religiosa, ao sacrifício e à caridade fraterna. Recomenda-se por isso a freqüência às pregações quaresmais, a leitura espiritual diária, particularmente da Paixão de Cristo, no Evangelho ou em outro livro de meditação.
O jejum e abstinência de carne se fazem para que nos lembremos de mortificar os nossos sentidos, orientando-os particularmente ao sincero arrependimento e emenda de nossos pecados.
A caridade fraterna — base do Cristianismo — inclui a esmola e todas as obras de misericórdia espirituais e corporais.
Fonte: Missal Romano
Quais são as Obras de Misericórdia?
Corporais | Espirituais |
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1. Dar de comer a quem tem fome. 2. Dar de beber a quem tem sede. 3. Vestir os nus 4. Dar pousada aos peregrinos 5. Assistir aos enfermos. 6. Visitar os presos. 7. Enterrar os mortos. | 1. Dar bom conselho. 2. Ensinar os ignorantes. 3. Corrigir os que erram. 4. Consolar os tristes. 5. Perdoar as injúrias. 6. Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo. 7. Rogar a Deus por vivos e defuntos. |
.:: Rezai o terço todos os dias! ::.
Rua Barbados, 74 - Vista Verde - São José dos Campos-SP - 12223-820 - TELEFAX - (0xx12) 3912-4480
fonte
http://rosariopermanente.leiame.net/catequese/quaresma.php
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VOCÊ SABE POR QUE O CARNAVAL SEMPRE CAI EM DIAS DIFERENTES?
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O Mundo de Sofia
O Mundo de Sofia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sofies verden | |
---|---|
Autor | Jostein Gaarder |
Idioma | norueguês |
País | Noruega |
Gênero | romance, filosofia |
Editora | Aschehoug forlag |
Lançamento | 1991 |
Páginas | 541 |
ISBN | 82-03-16841-8 |
Edição brasileira | |
O Mundo de Sofia - Romance da história da filosofia | |
Tradução | João Azenha Júnior |
Editora | Cia. das Letras |
Lançamento | 1995 |
Páginas | 560 |
ISBN | 8571644756 |
Edição portuguesa | |
O Mundo de Sofia - Uma aventura na filosofia | |
Tradução | Catarina Belo |
Revisão | Helena Johasen, Luísa Ringstad |
Editora | Presença |
Lançamento | 1995 |
Páginas | 461 |
ISBN | 972-23-1949-3 |
O Mundo de Sofia (Sofies verden em norueguês) é um romance escrito por Jostein Gaarder, publicado em 1991. O livro foi escrito originalmente em norueguês, mas já foi traduzido para mais de 50 línguas, teve sua primeira edição em português em 1995, que atualmente se encontra em sua 70ª reimpressão. Somente na Alemanha foram vendidos 3 milhões de cópias.
O livro funciona tanto como romance, como um guia básico de filosofia. Também tem temas conservacionistas e a favor da ONU. Em 1999, foi adaptada para um filme norueguês; entretanto, não foi largamente publicado fora da Noruega. Esse filme também foi apresentado como uma minissérie na Austrália, se não em outros lugares. Também foi adaptado para jogo de PC pela Learn Technologies em 1998.Recentemente, em 2008 essa versão cinematográfica do livro foi lançado no Brasil oficialmente em DVD.
Sinopse
Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia Amundsen começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que vivemos. Os postais foram mandados do Líbano, por um major desconhecido, para alguém chamada Hilde Knag, jovem que Sofia igualmente desconhece.
O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste fascinante romance, que vem conquistando milhões de leitores em todos os países em que foi lançado. De capítulo em capítulo, de "lição" em "lição", o leitor é convidado a trilhar toda a história da filosofia ocidental - dos pré-socráticos aos pós-modernos -, ao mesmo tempo em que se vê envolvido por um intrigante thriller que toma um rumo surpreendente.
Trama
Aviso: Este artigo ou seção contém revelações sobre o enredo (spoilers).
Sofia Amundsen (Sofie Amundsen, na versão norueguesa) é uma garota de quatorze anos que vive na Noruega em 1990. Ela mora com sua mãe, o seu gato Sherekan, seu peixe-dourado e uma tartaruga. O seu pai é capitão de um navio petroleiro e fica fora a maior parte do ano. Ele não aparece no livro.
A vida de Sofia é chacoalhada no começo do livro, quando ela recebe duas mensagens anônimas pela caixa de correio. Uma das mensagens era com a pergunta "Quem é você?" e a outra questionava "De onde vem o mundo?" Ela recebe também um cartão postal endereçado à "Hilde Møller Knag a/c Sofia Amundsen". A partir de então, ela passa a receber gradativamente um curso de filosofia por correspondência.
Através dessas comunicações misteriosas, Sofia se torna aluna de um filósofo, Alberto Knox, de cinqüenta anos. No começo ele é totalmente anônimo, mas conforme a história se desenrola ele revela cada vez mais sobre si. É ele quem escreve os papéis e os pacotes, mas não os cartões postais que endereçados de alguém chamado Albert Knag, um major de uma unidade das forças de manutenção da paz da ONU no Líbano.
Alberto ensina à Sofia sobre a história da filosofia. Ele revisa de uma forma que fosse de fácil compreensão o que é de mais importante desde os Pré-socráticos passando por Jean-Paul Sartre. Ao longo das lições filosóficas, Sofia e Alberto tentam lograr o misterioso Albert Knag. Albert aparenta ter poderes equiparados aos de Deus, deixando Alberto irritado.
Sofia aprende filosofia medieval em uma igreja gótica com Alberto vestido como monge e aprende sobre Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir em um café francês. Várias questões filosóficas e métodos de raciocínio são postos diante de Sofia, enquanto ela se esforça para resolve-los a sua maneira. Muitos dos pacotes filosóficos de Alberto são precedidos de perguntas diretas como "Por que o Lego é o brinquedo mais inteligente do mundo?"
Misturado às lições filosóficas, há um enredo normal semelhante a um romance para adolescentes, no qual Sofia interage com sua mãe e suas amigas. Albert Knag continua a interferir na vida de Sofia e Alberto a ajuda a lutar contra isso ensinando a ela tudo o que ele sabe sobre filosofia. Essa, ele explica, é a única maneira de entender o mundo em que ela vive.
Tudo isso vem acompanhado de acontecimentos que parecem cientificamente impossíveis, como conseguir ver a própria imagem no espelho piscar com os dois olhos ou ver de verdade Sócrates e Platão. Por ser um livro baseado em filosofia, entretanto, promete (e cumpre) explicar tudo no final, quando Sofia e Alberto Knox escapam de Albert Knag.
A explicação é que Albert Knag é o autor de um livro chamado "O Mundo de Sofia", onde Sofia e Alberto são dois meros personagens. Ele dá esse livro à Hilde como presente de aniversário. O autor faz com que seus personagens tomem consciência de sua condição e baseado em conhecimentos filosóficos Sofia e Alberto são capazes de transcender a própria realidade do "autor". "O mundo de Sofia" é um exemplo de metaficção.
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Ligações externas
Jostein Gaarder
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Jostein Gaarder (Oslo, 8 de agosto de 1952) é um escritor filho de um casal de professores e intelectual norueguês. É autor de romances filosóficos, contos, e histórias.
Tendo cursado o ensino primário na cidade de Ingierasen, enquanto que a formação secundária realizou na Escola da Catedral de Oslo. Na Universidade de Oslo Gaarder estudou línguas escandinavas e teologia. Antes de lançar sua carreira de escritor dava aulas de filosofia na Escola Secundária Pública Fana, na cidade de Bergen.
O seu trabalho mais conhecido é O Mundo de Sofia, publicado em 1991, o qual relata um romance acerca da história da filosofia, que cujo enredo gira em torno de uma menina que,instruída e amparada por um filósofo, descobre que a sua existência nada mais é que o fruto da imaginação de outrem e, para chegar à esta conclusão, ela passa por todas as etapas da filosofia, desde os pré socráticos até os filósofos da atualidade. Este livro foi traduzido para 53 línguas, existem 26 milhões de cópias impressas, sendo que três milhões delas foram vendidas só na Alemanha. Com isso passa a ter grande renome internacional, fazendo-o, a partir de 1993, a se dedicar integralmente à produção literária.
Suas obras
- Diagnosen og andre noveller (O Pássaro Raro) (1986)
- Barna fra Sukhavati (Viagem a um Mundo Fantástico) (1987)
- Froskeslottet (O Castelo do Príncipe Sapo) (1988)
- Religionsboka (1989) - em parceria com Victor Hellern e Henry Notaker (O Livro das Religiões, ed. Companhia das Letras, 2005, ISBN 85-359-0698-3)
- Kabalmysteriet (O Dia do Curinga) (1990)
- Sofies verden (O Mundo de Sofia) (1991)
- Julemysteriet (Mistério de Natal) (1992)
- Bibbi Bokkens magike bibliotek (A Biblioteca Mágica de Bibbi Bokken) (1993)- em parceria com Klaus Hagerup.
- I et speil, i en gåte (Através do Espelho) (1993)
- Hallo? Er det noen her? (Ei! Tem alguém aí?) (1996)
- Vita Brevis (Vita Brevis) (1996)
- Maya (Maya) (1999)
- Sirkusdirektørens datter (O Vendedor de Histórias) (2001)
- Appelsinpiken (A Garota das Laranjas) (2003)
- Sjakk Matt' (Xeque-Mate) (2006)
- De gule dvergene (Os Anões Amarelos) (2006)
- Slottet i Pyreneene (O Castelo nos Pirineus) (2008)
Ligações externas
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Jostein Gaarder
- Entrevista de Gaarder à Folha de S. Paulo
- Informações sobre o autor (em inglês)
- Ficha do filme Sofies verden no IMDB (em inglês)
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segunda-feira, 7 de março de 2011
- por Sócrates Gomes
- Publicado 16/05/2009
- Educação
- Avaliação:
O ATO DE PLANEJAR E A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO DO CAMPO
RESUMOPlanejar é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer alcançar, com que meios se pretende agir (Oliveira, 2007. p 21). Esse artigo mostra como se dá o ato de planejar e os principais aspectos a serem usados na hora de se fazer um planejamento e a importância deste para a educação. Propõe como deveria ser o planejamento educacional numa perspectiva humana valorizando o homem como um ser em transformação. Frisa o planejamento educacional como fator essencial na educação do campo, propõe a elaboração do Projeto Político Pedagógico para as escolas do campo, pois com ele vem a valorização da bagagem cultural e do meio em que o camponês vive, mudando assim seu modo de pensar e agir, trazendo autonomia e autodeterminação nas atitudes desse indivíduo.
INTRODUÇÃO
Falar sobre planejamento é um privilégio de poucos, mas todo ser humano planeja. Este trabalho mostra que "planejar é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer alcançar, com que meios se pretende agir (Oliveira, 2007. p.21). Mostrando também que o ato de planejar precisa de aspectos a serem considerados, são eles: reconhecimento da realidade daquilo que se deseja planejar; quais as principais necessidades que precisam ser trabalhadas; sondagem da realidade do foco do planejamento; definição dos objetivos; meios e dos recursos disponíveis para que se consiga alcançá-los e a avaliação do planejamento que dá suporte no sentido de não deixar falhas na hora de sua execução. Considerando esses aspectos veremos que o planejamento educacional também segue essa mesma linha de procedimentos a serem considerados e assim tornando-se crucial no sentido de atingir os verdadeiros propósitos da educação reconhecendo o contexto nacional, regional e comunitário que o indivíduo participa. Desta maneira sugere-se que também deveria ser planejada a educação do campo, porém veremos que a realidade dessa educação não é o que se vê nos princípios de planejamento, em vista que o que se planeja nas grandes cidades é o que se aplica no campo, ou seja, uma educação que não considera o contexto em que o indivíduo está inserido. No entanto veremos que isso pode mudar na Amazônia, pois o Programa EducAmazônia já vem pondo o tema educação do campo em debate no terreno das políticas públicas, ou seja, a educação do campo como direito, fomentando também a idéia da elaboração do Projeto Político Pedagógico para toda escola do campo, e assim salientando a importância do planejamento educacional no processo da transformação dessa área de ensino.
O ATO DE PLANEJAR E A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO DO CAMPO
Irael Sócrates Hitler Ferreira Gomes*
O ato de planejar é exclusivo do ser humano, nenhum animal é capaz de planejar suas ações se não o homem um ser racional. Em todos os momentos de nossas vidas estamos agindo sobre aquilo que, de alguma forma já foi planejado; como por exemplo, o simples fato de acordar em determinada hora, tomar banho, ir à feira, trabalhar. Essas ações já foram planejadas em momentos anteriores. Na maioria das vezes executamos determinadas tarefas sem perceber o que é planejar e como se executa. Porém há algumas pessoas ou organizações que se utilizam de todos os recursos teóricos de um planejamento, é o caso dos planejamentos técnicos e sofisticados de uma usina atômica; o que se quer dizer com isso é que o ato de planejar seja ele por escrito, mental ou oralmente sempre esboça ações que buscam trazer bons resultados, independentemente de como se planeja.
Dessa forma entende-s que planejar é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer alcançar, com que meios se pretende agir e como avaliar o que se pretende atingir (OLIVEIRA.2007, p.21).
Segundo Oliveira (2007) o ato de planejar exige alguns aspectos básicos a serem considerados, um primeiro aspecto é o conhecimento da realidade daquilo que se deseja planejar, quais as principais necessidades que precisam ser trabalhadas; para que o planejador as evidencie faz-se necessário fazer primeiro um trabalho de sondagem da realidade daquilo que ele pretende planejar, para assim traçar finalidades, metas ou objetivos daquilo que está mais urgente de se trabalhar.
Outros aspectos a serem considerados é a definição de objetivos claros e significativos em vista que estes são cruciais no planejamento, pois são eles que irão direcionar e determinar todas as etapas do ato de planejar. É a partir dos objetivos que conseqüentemente serão determinados os meios e os recursos possíveis, viáveis e disponíveis, ou seja, é a partir deles que serão expressadas as necessidades a serem superadas e de que forma combatê-las. E também decidirá sobre quanto tempo será disponibilizado para se obter êxito em cima desses objetivos, quais as etapas a serem superadas.
Não esquecendo que todo planejamento deve ser submetido a uma avaliação, visto que o ato de planejar tem como principal objetivo a "previsão de mudança daquilo que é real" (Oliveira, 2007). Esse tipo de avaliação deve ser minuciosa baseada nos aspectos científicos a serem considerados, tais como os que foram citados nos parágrafos anteriores; todo esse arcabouço de informações faz-se necessário para evitar que o planejamento não venha apresentar na sua elaboração e estrutura, pois se houver falhas complicará no processo de superação dos objetivos.
A Importância do Planejamento no Contexto Educacional
O planejamento educacional torna-se crucial no sentido de atingir os verdadeiros propósitos da educação do cidadão, primeiramente, o planejamento busca direcionar a educação considerando o contexto nacional, regional, local e comunitário que o indivíduo está inserido, buscando sempre "uma educação que, pelo processo dinâmico, possa ser criadora e libertadora do homem. Planejar uma educação que não limite, mas que liberte, que conscientize e comprometa o homem diante do seu mundo. Esta é o teor que se deve inserir em qualquer planejamento educacional" (OLIVEIRA. 2007, p.27).
O propósito real planejamento educacional partindo de uma idéia de humanização da sociedade é o que já foi exposto no parágrafoanterior, o homem busca atender o mundo em que participa e é paciente, que influencia e ao mesmo tempo é influenciado, buscando sua liberdade e autodeterminação escolhendo aquilo que quer com um foco determinado. No entanto para que se possa formar esse tipo de indivíduo necessita-se primeiro quebrar a posição estática dos profissionais da educação, os quais como se observa no campo educacional têm um conceito muito vago do que é planejamento educacional; uns dizem que planejam suas atividades por questões burocráticas da escola e outros quando ouvem falar em planejamento é como se falasse de fim de férias ou até mesmo corte do 13º salário, ou mesmo uma sensação desagradável, como a de náuseas. Desse modo percebe-se que se demanda de profissionais que "respirem" e "consumam" o ato de planejar para executar, ou seja, os educadores têm que planejar uma educação que vise realmente o desenvolvimento do indivíduo como um ser em constante transformação e com possibilidades de conscientizar-se de como ele é importante no processo de evolução social.
Depois de percebermos como se planeja e um pouco de como anda o planejamento educacional neste país, direciono-me agora sobre um tema que muitos brasileiros desconhecem que é a educação no campo, a qual veremos a partir de agora.
O Planejamento na Educação do Campo: Um Foco na Região Amazônica.
A educação do campo foi por muito tempo deixada de lado pelos nossos governantes e, sobretudo pela falta de compromisso dos educadores em contribuir para o desenvolvimento desse povo que ora são discentes e outrora são pais, mães, lavradores, pescadores, caçadores. Enfim têm outras funções em seu meio social e que não são reconhecidos como merecedores de uma educação voltada para sua modalidade rural (educação do campo).
Esse problema cada vez vem se distanciando, de uma solução, pois, de uma forma ou de outra, muitos educadores ainda desconsideram que o espaço rural e o urbano são distintos e que ambos precisam de um planejamento educacional diferenciado.
A educação no campo na atualidade é invadida por planejamentos que vão de encontro com a realidade do camponês e visam somente à realidade dos grandes centros urbanos. Deixando o camponês sem esperança de evolução intelectual e de ser seu próprio libertador, deixando de considerar sua bagagem cultural como principal fator que o levará ao progresso social. Partindo dessa problemática é que se originam grupos de estudos e pesquisas para verificar como anda a situação da educação do campo. No Pará os grupos que trabalham nesse campo de pesquisa, posso citar dois que são o GPECART e o GEPERUAZ, esses grupos têm por objetivo diagnosticar os possíveis entraves que a educação no campo vem sofrendo e da melhor forma possível tentar combatê-los, mas esses grupos já não estão sós agora contam com um forte aliado que é o Programa EducAmazônia, que vem com uma atividade denominada círculos de formação que ocorrem um dia por mês entre treze municípios do Estado do Pará, círculo esse que envolve representantes do poder público e da sociedade civil organizada no sentido de pôr a educação do campo em debate no terreno das políticas publicas, ou seja, a educação do campo como direito. O trabalho do EducAmazônia que não está só o qual conta também com a parceria de diversos seguimentos como a do UNICEF, SEDUC através do Setor de educação do campo, SINTEPP dentre outros, e vem conseguindo bons resultados no sentido de desenvolver políticas públicas para a educação do campo.Um dos objetivos desse programa já alcançado juntamente com a SECAM é o curso de capacitação para educadores do campo que já foi realizado em alguns municípios paraenses.
Esta preocupação de capacitar esses educadores surgiu de uma análise minuciosa de dados não só do Estado do Pará, mas da região amazônica. Pude participar de um desses círculos de formação no município de Cametá-Pará, onde foi colocado que para a educação seja proveitosa e satisfatória, seria viável que os educadores do campo se sentissem do campo, ou seja, seus pés e pensamentos teriam que está fincados naquele local como se ele fosse um dos agentes daquela realidade. Partindo desta diretriz é que foi escolhido o Projeto Político Pedagógico como sendo plano crucial para que fosse melhorada a educação do campo. Toda escola do campo teria que ter seu Projeto Político Pedagógico pois ele:
é a sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico para intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. VASCONCELOS(1956. P 170).
Assim com todas as escolas com seu Projeto Político Pedagógico, a educação será pensada de acordo com a realidade do campo, para os indivíduos do campo, considerando sua cultura, seu trabalho, seus anseios e suas necessidades enquanto camponês. Como PPP tudo mudaria no campo, principalmente o modo de o camponês pensar e agir. Na verdade o processo de libertação e autonomia estaria cada vez mais perto desse povo.
CONCLUSÃO
O planejamento é um ato que todas as pessoas utilizam, muitas utilizam inconscientemente e outras seguindo os aspectos necessários e técnicos para conseguir planejar bem. Com este trabalho pude perceber com se dá o ato de planejar e que também esse ato muitas vezes é tido como entrave para alguns profissionais da educação desse país, deixando assim de lado a bagagem cultural e a realidade do indivíduo, reproduzindo para o educando algo que foi planejado fora da sua realidade.
Desta forma conclui-se também que a educação do campo está carregada desse tipo de educador, porém na Amazônia essa prática tende a mudar de rumo em virtude de que a educação do camponês amazônida receber um grande aliado nessa luta que é o programa EducAmazônia que veio enfatizar a importância de se planejar a educação do campo numa concepção freireana, ou seja, dialógica e considerando a realidade em que o indivíduo está inserido. Assim buscando sempre de alguma forma proporcionar uma educação que seja mais viável a esse povo. Tendo uma educação com exclusividade para o camponês.
BIBLIOGRAFIA
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. 7ª edição. São Paulo 2000. Editora Liberdad.
OLIVEIRA, Dalila de Andrade. Gestão Democrática da Educação: Desafios Contemporâneos. 7ª edição. Petrópolis, RJ. Editora Vozes
O ATO DE PLANEJAR E A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO DO CAMPO publicado 16/05/2009 por Sócrates Gomes em http://www.webartigos.com
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Sócrates Gomes
Sócrates Gomes, 26 anos, nasceu em São Sebastião da Boa Vista - Pará, atualmente reside em Belém, é Pedagogo formado pela Universidade Federal do ParáLer outros artigos de Sócrates Gomes
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domingo, 6 de março de 2011
Serotonina; o que é isso
Serotonina; o que é issoA Serotonina é um neurotransmissor que conduz a transmissão de um neurônio para outro.| Farmacologia | Tratamentos | |
A Serotonina é um composto orgânico encontrado primeiramente no sangue. Em 1948 a serotonina foi parcialmente purificada, cristalizada e nomeada. Mais tarde descobriu que a serotonina é amplamente encontrado em toda natureza, assim como em outras partes do corpo além do sangue.
Também foi encontrado Serotonina em picadas de vespa, no veneno do escorpião e em uma variedade de alimentos, tais como abacaxi, banana ameixas, nozes, peru, presunto, leite e queijo. Além disso, a serotonina tem sido encontrada no intestino humano, plaquetas e cérebro.
A Serotonina desempenha um papel no organismo é como um neurotransmissor no cérebro. A falta de serotonina no organismo pode resultar em carência de emoção racional, sentimentos de irritabilidade e menos valia, crises de choro, alterações do sono e uma série de outros problemas emocionais.
Para nosso propósito, entendemos que a Serotonina é uma substância chamada de neurotransmissor e existe naturalmente em nosso cérebro. Sua função é conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra. Quimicamente a serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-HT) é uma indolamina, produto da transformação do aminoácido L-Triptofano.
O triptofano, conhecido também como 5-HTP (5-hidroxitriptofano), é um nutriente encontrado em alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, peru e laticínios. Sua importância na psiquiatria deve-se ao fato de ser o precursor direto da serotonina. Atualmente a serotonina está intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro.
A serotonina influi sobre quase todas as funções cerebrais, inclusive estimulando o sistema GABA (ácido gamaminobutírico) e, embora seja apenas um, entre centenas de outros neurotransmissores do cérebro, atualmente a serotonina é considerada um dos mais importantes deles. Os níveis de serotonina determinam se a pessoa está deprimida, propensa à violência, irritada, impulsiva ou gulosa.
Assim como a serotonina pode elevar o humor e produzir uma sensação de bem-estar, sua falta no cérebro ou anormalidades em seu metabolismo têm sido relacionado a condições neuropsíquicas bastante sérias, tais como o Mal de Parkinson, distonia neuromuscular, Mal de Huntington, tremor familiar, síndrome das pernas inquietas, problemas com o sono, etc. Problemas psiquiátricos, tais como depressão, ansiedade, agressividade, comportamento compulsivo, problemas afetivos, dentre outros, também têm sido associados ao mau funcionamento do sistema serotoninérgico.
Com essa base fisiológica, alguns pesquisadores afirmam que aumentando-se os precursores naturais da serotonina pode-se, seguramente, elevar seus níveis e aliviar a depressão, dor e o desejo por carboidratos . O triptofano tomado como suplemento dietético pode ser eficaz contra a depressão e completar a ação dos antidepressivos tradicionais.
O triptofano pode ser encontrado em altas concentrações na semente de um legume chamado Griffonia simplicifolia, encontrado no Oeste da África. O leite e seus derivados também são fontes de 5HTP, assim como a carne de peru. Outras fontes de triptofano: requeijão, carne, peixe, banana, tâmara, amendoim, todos os alimentos ricos em proteínas.
Serotonina e o Humor
Em meados desse século a medicina começou a suspeitar ser muito provável existirem substâncias químicas atuando no metabolismo cerebral capazes de proporcionar o estado depressivo. Isso resultou, nos conhecimentos atuais dos neurotransmissores e neuroreceptores, muitíssimo relacionados à atividade cerebral.
De fato, alguns neurotransmissores, notadamente a serotonina, noradrenalina e dopamina, estão muito associados ao estado afetivo das pessoas. As pesquisas que inicialmente procuraram embasar a teoria de que a depressão depende (também) de baixos níveis de serotonina, tomaram como ponto de partida a observação de que uma dieta livre de triptofano, a ponto de produzir um pico plasmático muito baixo deste aminoácido, resultava em um estado depressivo moderado (Charney). O triptofano, como vimos acima, é um precursor natural da serotonina.
Também foram realizados testes em pacientes gravemente deprimidos, bem como em pacientes suicidas, constatando-se baixíssimos níveis da serotonina no líquido espinhal dessas pessoas. Assim sendo, hoje em dia é mais correto acreditar que o paciente deprimido não é apenas uma pessoa triste, aliás, alguns deprimidos nem tristes ficam, sendo mais certo acreditar que o deprimido seja uma pessoa com um transtorno da afetividade, concomitante ou proporcionado por uma alteração nos neurotransmissores e neuroreceptores.
O local de ação dos antidepressivos, principalmente os tricíclicos, é no Sistema Límbico aumentando a noradrenalina e a serotonina na fenda sináptica (Figura 2). Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é conseguido através da inibição na recaptação destas aminas pelos receptores pré-sinápticos.
Parece haver também, com o uso prolongado dos antidepressivos tricíclicos, uma diminuição do número de receptores pré-sinápticos do tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo feedback inibiria a liberação de noradrenalina. Desta forma, quanto menor o número destes receptores mais noradrenalina estaria disponível na fenda sináptica. Portanto, dois mecanismos relacionados à recaptação; um inibindo diretamente a recaptação e outro diminuindo o número dos receptores. Importa, em relação à farmacocinética dos antidepressivos tricíclicos, o conhecimento do período de latência para a obtenção dos resultados terapêuticos.
Será, portanto, nos sistemas noradrenérgico o serotoninérgico do Sistema Límbico o local de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.
De modo geral a serotonina regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas.
Para se ter uma noção da influência bioquímica sobre o estado afetivo das pessoas, basta lembrar dos efeitos da cocaína, por exemplo. Trata-se de um produto químico atuando sobre o cérebro e capaz de produzir grande sensação de alegria, ou seja, proporciona um estado emocional através de uma alteração química. Outros produtos químicos, ou a falta deles, também podem proporcionar alterações emocionais.
Por outro lado, os Transtornos da Ansiedade, principalmente o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno do Pânico, também estariam relacionados à Serotonina, tanto assim que o tratamento para ambos também é realizado às custas de antidepressivos, os quais aumentam a disponibilidade de Serotonina no Sistema Nervoso Central. Nesses estados ansioso, um outro neurotransmissor, a noradrenalina, também estaria diminuído.
A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico, que é o principal centro cerebral das emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos neurotransmissores na fenda sináptica (espaço entre um neurônio e outro), principalmente da norepinefrina e/ou da serotonina e/ou da dopamina, bem como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico (neurônio anterior) ou ainda, através da inibição da enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores, a Monoaminaoxidase (MAO). Serão, portanto, os sistemas noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico os locais de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.
Mas não é apenas a concentração e quantidade de neurotransmissores as responsáveis pelos transtornos do humor. Cada vez mais se constata o envolvimento dos receptores (quantidade e sensibilidade) desses neurotransmissores na origem da Depressão, assim como na sintomatologia da Ansiedade. Parece ser este um importante ponto de partida para a identificação, diagnóstico e terapêutica desses dois fenômenos psíquicos (ansiedade e depressão) (Bromidge e cols, 1998, Kennett e cols, 1997).
No Sono
Baixos níveis de serotonina estão também relacionados com alterações do sono, tão comuns em pacientes ansiosos e deprimidos. A serotonina é a mediadora responsável pelas fases III e IV do sono. A diminuição da latência da fase REM (Rapid Eyes Moviment) do sono, de indiscutível ocorrência na depressão unipolar e no transtorno obsessivo-compulsivo, se deve ao desequilíbrio entre a serotonina e acetilcolina. Os antidepressivos recaptadores de serotonina servem para restabelecer a chamada arquitetura do sono dos pacientes depressivos, ansiosos e até dos dependentes de hipnóticos (Lehkuniec).
Como vimos, as alterações do sono dos transtornos ansiosos e do humor, normalmente insônia, deve-se ao desequilíbrio entre a serotonina e um outro neurotransmissor, a acetilcolina e o tratamento com antidepressivos pode melhorar a qualidade do sono. Outro efeito muito útil dos antidepressivos é em relação ao tratamento de pessoas dependentes de medicamentos hipnóticos (para dormir), já que estes podem proporcionar um certo desequilíbrio na acetilcolina.
Na Atividade Sexual
A serotonina apresenta um efeito inibidor sobre a liberação de hormônios sexuais (gonadotrofinas) pelo hipotálamo, e conseqüente diminuição da resposta sexual normal. A diminuição farmacológica da serotonina, seja através de medicamentos ou por competitividade aminérgica, facilita a conduta sexual. Isso quer dizer que quanto mais serotonina menos hormônio sexual, menos atividade sexual, portanto, alguns antidepressivos que aumentam a serotonina acabam por diminuir a atividade sexual.
No Apetite
A vontade de comer doces e a sensação de já estar satisfeito com o que comeu (saciedade) dependem de uma região cerebral localizada no hipotálamo (núcleo hipotâlamico ventro-medial). O efeito hipotâlamico ventro-medial da serotonina é altamente específico apenas para os hidratos de carbono, necessitando de outros co-fatores centrais e periféricos para agir sobre os outros alimentos, como as proteínas e lípides.
Portanto, com taxas normais de serotonina a pessoa sacia-se mais facilmente e inibe mais facilmente a ingestão de açúcares, sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce. Havendo diminuição da serotonina, como ocorre na depressão, a pessoa pode ter uma tendência ao ganho de peso. Por isso os medicamentos que aumentam a serotonina estão sendo cada vez mais utilizados nas dietas para perda de peso (sibutramina, por exemplo). A própria fluoxetina, usada para o tratamento da depressão através do aumento da serotonina, também costuma proporcionar maior controle da fome (notadamente para doces).
Assim, se por um lado a baixa de serotonina resulta em ganho de peso, o excesso de serotonina, por outro lado, pode produzir anorexia (Blundell). Apesar disso, os agonistas da serotonina com ação direta sobre os neuroreceptores da serotonina (serotoninérgicos) do tipo 5-HT1A (8-OH-DPAT) produzem aumento do apetite (hiperfagia) por estímulo de outros neuroreceptores (auto-receptores), diminuindo a liberação de serotonina. Este pode ser o mecanismo responsável pela anorexia que se observa em alguns casos de depressão ou da Anorexia Nervosa (López-Mato).
Outras Funções
Também na regulação geral do organismo a Serotonina tem um papel importante. A Serotonina é um dos principais neurotransmissores do núcleo supraquiasmático hipotalamico, regulador central de todos os ritmos endógenos circadianos. Influi assim, na regulação do eixo hipotálamo-periférico.
A temperatura corporal, por exemplo, controlada que é no Sistema Nervoso Central (SNC) recebe uma influência muito grande dos níveis de serotonina. Isso talvez possa explicar porque algumas pessoas têm febre de origem emocional, predominantmente as crianças. A serotonina produz um efeito duplo sobre a temperatura corporal, de acordo com o tipo de neuroreceptor estimulado. O neuroreceptor 5-HT1 reduz a temperatura corporal (hipotermia) e o neuroreceptor 5-HT2, ao contrário, eleva a temperatura (hipertermia). É durante a fase de ondas lentas do sono que se produz o pico mínimo da temperatura corporal.
Também interfere no limite da sensação de dor. A serotonina é um modulador das vias senso-perceptivas, as quais também transmitem ao cérebro a sensação de dor. A depressão diminui o limiar de recepção à dor e a administração de agonistas (imitadores biológicos) da serotonina produz analgesia em animais de laboratório.
Algumas doenças caracterizadas por dores de tratamento difícil podem ser muito beneficiadas com medicamentos que aumentam a serotonina. É o caso, por exemplo, da enxaqueca, das lombalgias (dores nas costas) e outros quadros de dor inespecífica. É bem conhecido o efeito dos antidepressivos tricíclicos, especialmente de a Amitriptilina, para controle dos casos de dor psicogênica.
para referir:
Ballone GJ, Moura EC - Serotonina - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2008.
Também foi encontrado Serotonina em picadas de vespa, no veneno do escorpião e em uma variedade de alimentos, tais como abacaxi, banana ameixas, nozes, peru, presunto, leite e queijo. Além disso, a serotonina tem sido encontrada no intestino humano, plaquetas e cérebro.
A Serotonina desempenha um papel no organismo é como um neurotransmissor no cérebro. A falta de serotonina no organismo pode resultar em carência de emoção racional, sentimentos de irritabilidade e menos valia, crises de choro, alterações do sono e uma série de outros problemas emocionais.
Para nosso propósito, entendemos que a Serotonina é uma substância chamada de neurotransmissor e existe naturalmente em nosso cérebro. Sua função é conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra. Quimicamente a serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-HT) é uma indolamina, produto da transformação do aminoácido L-Triptofano.
O triptofano, conhecido também como 5-HTP (5-hidroxitriptofano), é um nutriente encontrado em alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, peru e laticínios. Sua importância na psiquiatria deve-se ao fato de ser o precursor direto da serotonina. Atualmente a serotonina está intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro.
A serotonina influi sobre quase todas as funções cerebrais, inclusive estimulando o sistema GABA (ácido gamaminobutírico) e, embora seja apenas um, entre centenas de outros neurotransmissores do cérebro, atualmente a serotonina é considerada um dos mais importantes deles. Os níveis de serotonina determinam se a pessoa está deprimida, propensa à violência, irritada, impulsiva ou gulosa.
Assim como a serotonina pode elevar o humor e produzir uma sensação de bem-estar, sua falta no cérebro ou anormalidades em seu metabolismo têm sido relacionado a condições neuropsíquicas bastante sérias, tais como o Mal de Parkinson, distonia neuromuscular, Mal de Huntington, tremor familiar, síndrome das pernas inquietas, problemas com o sono, etc. Problemas psiquiátricos, tais como depressão, ansiedade, agressividade, comportamento compulsivo, problemas afetivos, dentre outros, também têm sido associados ao mau funcionamento do sistema serotoninérgico.
Com essa base fisiológica, alguns pesquisadores afirmam que aumentando-se os precursores naturais da serotonina pode-se, seguramente, elevar seus níveis e aliviar a depressão, dor e o desejo por carboidratos . O triptofano tomado como suplemento dietético pode ser eficaz contra a depressão e completar a ação dos antidepressivos tradicionais.
O triptofano pode ser encontrado em altas concentrações na semente de um legume chamado Griffonia simplicifolia, encontrado no Oeste da África. O leite e seus derivados também são fontes de 5HTP, assim como a carne de peru. Outras fontes de triptofano: requeijão, carne, peixe, banana, tâmara, amendoim, todos os alimentos ricos em proteínas.
Serotonina e o Humor
Em meados desse século a medicina começou a suspeitar ser muito provável existirem substâncias químicas atuando no metabolismo cerebral capazes de proporcionar o estado depressivo. Isso resultou, nos conhecimentos atuais dos neurotransmissores e neuroreceptores, muitíssimo relacionados à atividade cerebral.
De fato, alguns neurotransmissores, notadamente a serotonina, noradrenalina e dopamina, estão muito associados ao estado afetivo das pessoas. As pesquisas que inicialmente procuraram embasar a teoria de que a depressão depende (também) de baixos níveis de serotonina, tomaram como ponto de partida a observação de que uma dieta livre de triptofano, a ponto de produzir um pico plasmático muito baixo deste aminoácido, resultava em um estado depressivo moderado (Charney). O triptofano, como vimos acima, é um precursor natural da serotonina.
Também foram realizados testes em pacientes gravemente deprimidos, bem como em pacientes suicidas, constatando-se baixíssimos níveis da serotonina no líquido espinhal dessas pessoas. Assim sendo, hoje em dia é mais correto acreditar que o paciente deprimido não é apenas uma pessoa triste, aliás, alguns deprimidos nem tristes ficam, sendo mais certo acreditar que o deprimido seja uma pessoa com um transtorno da afetividade, concomitante ou proporcionado por uma alteração nos neurotransmissores e neuroreceptores.
O transtorno afetivo mais típico é a Depressão com todo seu quadro clínico conhecido, e são vários os fatores que contribuem para sua causa - entre eles destaca-se cada vez mais a importância da bioquímica cerebral. Os quadros ansiosos do tipo Pânico, Fobias, Somatizações ou mesmo a Ansiedade Generalizada são problemas afetivos muito freqüentes, e já se aceita que todos eles tenham como base psíquica as alterações da Afetividade.
Os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o humor e, conseqüentemente, melhorando o desempenho da pessoa de maneira global. Acredita-se que o efeito antidepressivo se dê às custas de um aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina (5-HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina (DA). Ao bloquearem receptores 5HT2 da serotonina os antidepressivos também funcionam como drogas antienxaqueca.O local de ação dos antidepressivos, principalmente os tricíclicos, é no Sistema Límbico aumentando a noradrenalina e a serotonina na fenda sináptica (Figura 2). Este aumento da disponibilidade dos neurotransmissores na fenda sináptica é conseguido através da inibição na recaptação destas aminas pelos receptores pré-sinápticos.
Parece haver também, com o uso prolongado dos antidepressivos tricíclicos, uma diminuição do número de receptores pré-sinápticos do tipo Alfa-2, cuja estimulação do tipo feedback inibiria a liberação de noradrenalina. Desta forma, quanto menor o número destes receptores mais noradrenalina estaria disponível na fenda sináptica. Portanto, dois mecanismos relacionados à recaptação; um inibindo diretamente a recaptação e outro diminuindo o número dos receptores. Importa, em relação à farmacocinética dos antidepressivos tricíclicos, o conhecimento do período de latência para a obtenção dos resultados terapêuticos.
O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica se dá através do bloqueio da recaptação da noradrenalina e da a serotonina no neurônio pré-sináptico ou ainda, através da inibição da Monoaminaoxidase (MAO) que é a enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores. |
De modo geral a serotonina regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas.
Para se ter uma noção da influência bioquímica sobre o estado afetivo das pessoas, basta lembrar dos efeitos da cocaína, por exemplo. Trata-se de um produto químico atuando sobre o cérebro e capaz de produzir grande sensação de alegria, ou seja, proporciona um estado emocional através de uma alteração química. Outros produtos químicos, ou a falta deles, também podem proporcionar alterações emocionais.
Por outro lado, os Transtornos da Ansiedade, principalmente o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno do Pânico, também estariam relacionados à Serotonina, tanto assim que o tratamento para ambos também é realizado às custas de antidepressivos, os quais aumentam a disponibilidade de Serotonina no Sistema Nervoso Central. Nesses estados ansioso, um outro neurotransmissor, a noradrenalina, também estaria diminuído.
A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico, que é o principal centro cerebral das emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos neurotransmissores na fenda sináptica (espaço entre um neurônio e outro), principalmente da norepinefrina e/ou da serotonina e/ou da dopamina, bem como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. O aumento de neurotransmissores na fenda sináptica pode se dar através do bloqueio da recaptação desses neurotransmissores no neurônio pré-sináptico (neurônio anterior) ou ainda, através da inibição da enzima responsável pela inativação destes neurotransmissores, a Monoaminaoxidase (MAO). Serão, portanto, os sistemas noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico do Sistema Límbico os locais de ação das drogas antidepressivas empregadas na terapia dos transtornos da afetividade.
Mas não é apenas a concentração e quantidade de neurotransmissores as responsáveis pelos transtornos do humor. Cada vez mais se constata o envolvimento dos receptores (quantidade e sensibilidade) desses neurotransmissores na origem da Depressão, assim como na sintomatologia da Ansiedade. Parece ser este um importante ponto de partida para a identificação, diagnóstico e terapêutica desses dois fenômenos psíquicos (ansiedade e depressão) (Bromidge e cols, 1998, Kennett e cols, 1997).
No Sono
Baixos níveis de serotonina estão também relacionados com alterações do sono, tão comuns em pacientes ansiosos e deprimidos. A serotonina é a mediadora responsável pelas fases III e IV do sono. A diminuição da latência da fase REM (Rapid Eyes Moviment) do sono, de indiscutível ocorrência na depressão unipolar e no transtorno obsessivo-compulsivo, se deve ao desequilíbrio entre a serotonina e acetilcolina. Os antidepressivos recaptadores de serotonina servem para restabelecer a chamada arquitetura do sono dos pacientes depressivos, ansiosos e até dos dependentes de hipnóticos (Lehkuniec).
Como vimos, as alterações do sono dos transtornos ansiosos e do humor, normalmente insônia, deve-se ao desequilíbrio entre a serotonina e um outro neurotransmissor, a acetilcolina e o tratamento com antidepressivos pode melhorar a qualidade do sono. Outro efeito muito útil dos antidepressivos é em relação ao tratamento de pessoas dependentes de medicamentos hipnóticos (para dormir), já que estes podem proporcionar um certo desequilíbrio na acetilcolina.
Na Atividade Sexual
A serotonina apresenta um efeito inibidor sobre a liberação de hormônios sexuais (gonadotrofinas) pelo hipotálamo, e conseqüente diminuição da resposta sexual normal. A diminuição farmacológica da serotonina, seja através de medicamentos ou por competitividade aminérgica, facilita a conduta sexual. Isso quer dizer que quanto mais serotonina menos hormônio sexual, menos atividade sexual, portanto, alguns antidepressivos que aumentam a serotonina acabam por diminuir a atividade sexual.
No Apetite
A vontade de comer doces e a sensação de já estar satisfeito com o que comeu (saciedade) dependem de uma região cerebral localizada no hipotálamo (núcleo hipotâlamico ventro-medial). O efeito hipotâlamico ventro-medial da serotonina é altamente específico apenas para os hidratos de carbono, necessitando de outros co-fatores centrais e periféricos para agir sobre os outros alimentos, como as proteínas e lípides.
Portanto, com taxas normais de serotonina a pessoa sacia-se mais facilmente e inibe mais facilmente a ingestão de açúcares, sente-se satisfeita com mais facilidade e tem maior controle na vontade de comer doce. Havendo diminuição da serotonina, como ocorre na depressão, a pessoa pode ter uma tendência ao ganho de peso. Por isso os medicamentos que aumentam a serotonina estão sendo cada vez mais utilizados nas dietas para perda de peso (sibutramina, por exemplo). A própria fluoxetina, usada para o tratamento da depressão através do aumento da serotonina, também costuma proporcionar maior controle da fome (notadamente para doces).
Assim, se por um lado a baixa de serotonina resulta em ganho de peso, o excesso de serotonina, por outro lado, pode produzir anorexia (Blundell). Apesar disso, os agonistas da serotonina com ação direta sobre os neuroreceptores da serotonina (serotoninérgicos) do tipo 5-HT1A (8-OH-DPAT) produzem aumento do apetite (hiperfagia) por estímulo de outros neuroreceptores (auto-receptores), diminuindo a liberação de serotonina. Este pode ser o mecanismo responsável pela anorexia que se observa em alguns casos de depressão ou da Anorexia Nervosa (López-Mato).
Outras Funções
Também na regulação geral do organismo a Serotonina tem um papel importante. A Serotonina é um dos principais neurotransmissores do núcleo supraquiasmático hipotalamico, regulador central de todos os ritmos endógenos circadianos. Influi assim, na regulação do eixo hipotálamo-periférico.
A temperatura corporal, por exemplo, controlada que é no Sistema Nervoso Central (SNC) recebe uma influência muito grande dos níveis de serotonina. Isso talvez possa explicar porque algumas pessoas têm febre de origem emocional, predominantmente as crianças. A serotonina produz um efeito duplo sobre a temperatura corporal, de acordo com o tipo de neuroreceptor estimulado. O neuroreceptor 5-HT1 reduz a temperatura corporal (hipotermia) e o neuroreceptor 5-HT2, ao contrário, eleva a temperatura (hipertermia). É durante a fase de ondas lentas do sono que se produz o pico mínimo da temperatura corporal.
Também interfere no limite da sensação de dor. A serotonina é um modulador das vias senso-perceptivas, as quais também transmitem ao cérebro a sensação de dor. A depressão diminui o limiar de recepção à dor e a administração de agonistas (imitadores biológicos) da serotonina produz analgesia em animais de laboratório.
Algumas doenças caracterizadas por dores de tratamento difícil podem ser muito beneficiadas com medicamentos que aumentam a serotonina. É o caso, por exemplo, da enxaqueca, das lombalgias (dores nas costas) e outros quadros de dor inespecífica. É bem conhecido o efeito dos antidepressivos tricíclicos, especialmente de a Amitriptilina, para controle dos casos de dor psicogênica.
para referir:
Ballone GJ, Moura EC - Serotonina - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2008.
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Comer doces, Serotonina e Triptofano
Alguns pacientes com quadro de ansiedade e/ou depressão se queixam de uma vontade aumentada de comer doces, incluindo chocolates. Foi tratando-se esses casos com antidepressivos que aumentam a disponibilidade de serotonina e estudando-se a farmacologia da sibutramina, indicada para a compulsão alimentar, notadamente para doces, que a relação sibutramina-ingestão de doces foi estabelecida.
A serotonina além de desempenhar importantes funções no sistema nervoso, tais como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, da temperatura corporal, do humor, da atividade motora e das funções cognitivas, também regula a saciedade alimentar.
Soube-se assim que níveis baixos de serotonina, particularmente numa estrutura cerebral chamada hipotálamo, desencadeiam sensação de necessidade de alimentos (particularmente de doces) além do mal-estar emocional. Assim como outros doces, o chocolate parece aumentar o nível de serotonina no hipotálamo, levando ao desaparecimento ou à atenuação da necessidade de comer açúcar e do mal-estar. Por causa disso acredita-se que os chocólatras sejam pessoas que vez por outra apresentam níveis baixos de serotonina e consequente mal-estar que desaparece com a ingestão do chocolate.
Dessa forma, sabe-se há tempos que a falta da serotonina tem sido relacionada a doenças como o mal de Parkinson, distonia neuromuscular, depressão, ansiedade, comportamento compulsivo, agressividade, problemas afetivos e, mais recentemente, com o aumento do desejo de ingerir doces e carboidratos.
A sibutramina é uma substância que restabelece as taxas normais de serotonina, fazendo a pessoa atingir mais facilmente a saciedade e conseguir maior controle sobre a ingestão de açúcares. Outros medicamentos que também aumentam a taxa de serotonina são cada vez mais utilizados para emagrecer. A sibutramina e a fluoxetina, medicamentos antidepressivos, costumam proporcionar maior controle sobre o apetite, especialmente para doces.
Mas, paradoxalmente, e ainda não se sabe bem porque, a maioria dos outros antidepressivos parece fazer efito contrário, resultando em aumento do peso. Hoje em dia, juntamente com o comprometimento da função sexual, um dos diferenciais mais valorizados entre os antidepressivos é exatamente saber qual proporciona menor aumento de peso. Por outro lado, nos casos onde o aumento de peso foi conseqüência da ansiedade e aconteceu antes do início do tratamento com antidepressivos, esses podem proporcionar emagrecimento.
O L-Triptofano é um aminoácido neutro precursor da síntese da serotonina. Variações nos níveis séricos do triptofano podem alterar a concentração de serotonina no cérebro. Desse modo, o triptofano têm sido prescrito como forma de potencializar os efeitos de antidepressivos. Alimentos ricos em proteínas, como carne bovina e de peru, peixe, leite e seus derivados, amendoim, tâmara, banana etc., contêm o L-Triptofano, o nutriente que regula a produção de serotonina.
Texto mais especializado
Aminoácidos neutros, tais como a Tirosina, Fenilalanina, Leucina, Isoleucina e Valina competem com o Triptofano no transporte através da barreira hematoencefálica. Em pacientes com depressão grave (anteriormente depressão endógena) se constata diminuição do Triptofano plasmático livre, e isso resulta num quociente Triptofano/Amino Ácido Neutro, geralmente diminuído.
Este quociente é, então, inversamente proporcional ao escore obtido pelos pacientes na Escala de Hamilton para Depressão (De Meyer). Quanto mais deprimido, menor o quociente, ou seja, quanto mais deprimido, menor a proporção de Triptofano em relação aos aminoácidos livres. Quando essa relação está baixa, terapeuticamente significa que pode haver uma boa resposta da depressão à administração de Triptofano por via oral (Moller).
Embora o Triptofano possa ser dosado em todos tecidos corporais, só adquire significado a concentração no líquido cefalorraquidiano (LCR). Esse precursor da Serotonina se encontra diminuído na depressão endógena ansiosa, sendo um importante indicador do risco de suicídio, e em alguns casos, de depressão grave com sintomas psicóticos.
O resultado dos receptores serotoninérgicos centrais que mediam a resposta ao estímulo pré-sináptico se infere da dosagem da capacidade de união (B max) e da velocidade de dissociação destes receptores na plaqueta periférica (Kd = V max).
Tanto nos pacientes com depressão grave quanto naqueles em crise de mania a recaptação de Serotonina está diminuída devido à diminuição da velocidade de dissociação dos receptores plaquetários periféricos (V max) (Meltzer). Este estado alterado dos receptores plaquetários se normaliza com o tratamento à base de lítio, o qual é capaz de aumentar V max.
Há uma infinidade de provas neuroendócrinas utilizadas para avaliar a função serotoninérgica. Todas se baseiam na medição de um determinado hormônio pré e pós administração do precursor ou de um agonista da Serotonina. A injeção endovenosa, por exemplo, de 100 mg/kg. de L-Triptofano diminui a prolactina sérica em pacientes depressivos graves (Heninger). Esta prova se normaliza com o tratamento com antidepressivos, do tipo desipramina ou amitriptilina (Charney).
Também a administração de Triptofano por via oral diminui a prolactina e o hormônio de crescimento em pacientes depressivos não medicados (Koyama). Isto responderia a uma sub-sensibilidade de receptores, já que esta resposta não seria bloqueada pelo antagonista serotoninérgico ciproheptadina (Cowen).
A resposta da prolactina também está diminuída depois da administração de fenfluramina, um agonista da Serotonina. Tal resposta é bloqueada por ciproheptadina e normalizada por lítio. Finalmente, a administração de 200 mg de DL hidroxitriptofano por via oral, pode aumentar os níveis séricos de cortisol em pacientes depressivos graves (endógenos) e maníacos não medicados.
Igual resultado se obtém medindo o ACTH plasmático, mas não se acham diferenças em se medindo a Serotonina plasmática no LCR.
Isso se deve a uma hipersensibilidade de receptores serotoninérgicos (no ser humano os tipos responsáveis pelo sistema são o 5HT1A y 5HT2). Esta resposta se normaliza com tricíclicos, mas não se normaliza com lítio (Meltzer, Koyama).
Varias pesquisas têm sugerido também a participação dos mecanismos serotoninérgicos nos Transtornos de Ansiedade, particularmente nas crises de Ansiedade Generalizada. Esta participação seria um complemento da atividade noradrenérgica, como sugerem evidências neuroquímicas e farmacológicas.
Por um lado os neurônios noradrenérgicas do Locus Ceruleus receberiam um input inibitório de fibras originadas nos núcleos serotoninérgicos da rafe, input que teria a função de modular as respostas de alarme mediadas pelo Locus Ceruleus no Ataque de Pânico. Por outro lado a evidência clínica surge do fato que as principais drogas efetivas no Ataque de Pânico, como a imipramina, por exemplo, não só têm ação a nível da recaptação de noradrenalina, senão também sobre a recaptação de 5-HT.
De fato, durante muito tempo se pensou que os receptores plaquetários para a imipramina, estavam associados à recaptação da Serotonina. Existe bastante bibliografia sobre a ação terapêutica nos Transtornos de Ansiedade, de drogas com ação seletiva sobre a recaptação de serotonina, como a Fluvoxamina, por exemplo (Den Boer).
Por outra parte são já clássicos os trabalhos de Yaryura-Tobías sobre os transtornos serotoninérgicos e a eficácia terapêutica da clorimipramina, um potente inibidor da recaptação da 5-HT, nos quadros do Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
O efeito da Serotonina nos quadros depressivos é avaliado pela observação de respostas neuroendócrinas diminuídas mediante a administração de agonistas da transmissão serotoninérgica, por estudos de depleção de Triptofano na dieta e por diminuição dos receptores imipramínicos nas plaquetas.
Vários grupos de investigadores trabalham no isolamento e clonagem dos genes responsáveis pelas distintas partes da neurotransmissão serotoninérgica. Assim se tem descoberto e reproduzido diferentes tipos de receptores cujo estudo explica e discrimina as diversas funções deste neurotransmissor (Nemeroff). Atualmente podemos descrever os seguintes tipos de receptores (Ciaranello, Charney , Fuller , Linnoila).
A serotonina parece ter funções diversas, como o controle da liberação de alguns hormônios e a regulação do ritmo circadiano, do sono e do apetite, entre outras. Diversos fármacos que controlam a ação da serotonina como neurotransmissor são atualmente utilizados, ou estão sendo testados, em patologias como a ansiedade, depressão, obesidade, enxaqueca e esquizofrenia, entre outras. Drogas como o "ecstasy" e o LSD mimetizam alguns dos efeitos da serotonina em algumas células alvo.
Em geral, os indivíduos deprimidos têm níveis baixos de serotonina no sistema nervoso central. Neste caso, deve se administrar inibidores da recaptação de serotonina pelos neurônios, como no caso de medicamentos à base de fluoxetina, ocasionando numa maior disponibilidade deste neurotransmissor na fenda sinaptica. Um certo número de alimentos, como bananas, tomates... são ricos no precursor da serotonina, o triptofano.
O triptofano é o amino-ácido sintetizado para criar a serotonina através de sucessivas hidroxilações no anel aromático e descarboxilações. Sem este precursor não é possível sintetizar serotonina suficiente para as suas várias funções.
O triptofano é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos. E um aminoácido aromático essencial para a nutrição humana. Ele é um dos 20 aminoácidos no código genético (codon UGG). Apenas o L-estereoisômero aparece na proteína mamália. O triptofano vem antes da serotonina e é representado pela letra "W". Estudos indicam também que o triptofano é a substancia responsável pela promoção da sensação do bem-estar. (Wikipédia)
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