segunda-feira, 8 de julho de 2013

Boécio (480 - 525)



Boécio (480 - 525)
                Boécio acreditava que a cultura latina do seu tempo estava em crise e buscou na preservação e difusão da cultura grega a solução para essa fase difícil que passava o conhecimento romano. Para fazer com que os latinos conhecessem a cultura grega Boécio planejou traduzir para o latim as obras de Aristóteles e Platão, mas conseguiu traduzir somente alguns livros.
            Para o filósofo, os seres universais como O Belo, O homem, O Universo, existem somente enquanto idéias em nosso intelecto. Eles são portanto imateriais pois são abstrações que nós criamos para entender a realidade. No mundo material o belo existe somente como atributo de coisas singulares e é através dessas coisas singulares que podemos abstrair, formar uma idéia do Belo universal.
            Sendo a filosofia o amor à sabedoria e causa suficiente de si mesma, ela é também a busca pelo conhecimento de Deus, pois ele é a sabedoria absoluta. E é nessa sabedoria absoluta que devemos buscar a felicidade e não nas coisas terrenas. Deus é a felicidade e o máximo bem. O Uno, Deus e o Bem são para Boécio a mesma coisa.
            Para responder a pergunta da origem do mal, já que o mundo é dirigido por Deus, Boécio utiliza a providência divina e diz que está fora do nosso entendimento percebermos todos os desígnios de Deus. Todas as coisas são feitas para atingir o bem, e não o mal. O mal é um erro de análise feito por pessoas de pouco conhecimento. Elas buscam o bem, mas por um cálculo falho, por um exame imperfeito causado pela falta de conhecimento, elas fazem o mal.
            Outra questão que preocupou o filósofo foi a do destino e da liberdade. Se Deus tem um destino para os seres humanos esse destino destrói a liberdade de sermos quem quisermos ser e fazermos o que quisermos fazer. Para Boécio Deus realmente sabe tudo o que vai acontecer, mas não existe a necessidade de que tudo o que ele sabe que possa acontecer aconteça realmente. Para Deus não existe passado ou futuro, mas um constante presente e um conhecimento completo de tudo que aconteceu ou pode acontecer.
            Sobre a música Boécio distingue três gêneros: a música cósmica, que os homens não percebem, pois é uma música gerada pelos astros do universo; a música humana, que é a mescla do movimento de nossa alma e do nosso corpo e que só poderemos ouvir através de um exame profundo do nosso interior; e por último a música prática que é a música criada pela vibração dos instrumentos musicais e pela voz.

Sentenças:
- A música é parte de nós e enobrece ou degrada o nosso comportamento.
- O homem é um animal bípede e racional.
- O homem é um mundo em miniatura.
- Se Deus existe de onde vem o mal? E se não existe de onde vem o bem?
- De todos os infortúnios da fortuna, de ter sido feliz é a mais infeliz tipo de desventura.
- Quem pode julgar os amantes? O amor é uma lei para si mesmo.
- Nada é mais fugaz do que a forma exterior, sua aparência muda como as flores do campo.
- Quem caiu foi porque não soube se sustentar em seus passos.
- O homem justo paga a culpa do injusto.

Boécio

Responsável: Arildo Luiz Marconatto


Quer saber mais nos links abaixo.


Boécio e o De Trinitate

OS ARGUMENTOS DE BOÉCIO (CA. 480-524) PRO
E CONTRA OS UNIVERSAIS
NO “SEGUNDO COMENTÁRIO À ISAGOGE DE PORFÍRIO”
http://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/viewFile/496/919


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